Elis Regina foi uma cantora brasileira nascida em 1945 que se tornou uma das maiores intérpretes da MPB. Ela começou a carreira na década de 1960 e ganhou notoriedade ao vencer o Festival de Música Popular Brasileira em 1965. Ao longo da carreira gravou com grandes nomes como Tom Jobim e interpretou canções de compositores consagrados. Elis faleceu prematuramente em 1982, aos 36 anos, vítima de overdose de drogas.
2. Elis Regina Carvalho Costa
Nascimento em 17/03/1945, 15h10min
Local: Hospital da Beneficência Portuguesa,
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
Filiação: Romeu Costa e Ercy Carvalho Costa
3. Em 1956, aos 11 anos começou a cantar na Rádio Farroupilha.
Fez parte do elenco fixo dessa emissora, onde trabalha por
algum tempo. Passa a integrar o elenco fixo do programa,
ganhando um pequeno cachê e presentes dos patrocinadores.
Tempos depois torna-se secretária do programa: além de
cantar, lê recados, nomes de aniversariantes e apresenta os
candidatos.
Em 1959, assinou o primeiro contrato profissional na Rádio
Gaúcha.
Em 1960, foi para o Rio de Janeiro. Grava para a Continental
um compacto simples com as músicas “Dá sorte” e
“Sonhando”. Essa mesma gravadora, em 1961, lançou o seu
primeiro LP, “Viva a Brotolândia”, com calipsos e rocks, e em
1962 o segundo: “Poema de Amor”.
4. BABY FACE
Versão Fred Jorge
MURMÚRIO
Luís Antonio & Djalma Ferreira
AMOR, AMOR
Versão Carlos Imperial
POEMA
Fernando Dias
DÁ-ME UM BEIJO
Carol Anne Danell/
Armando Trovaioli
CANÇÃO DE ENGANAR
DESPEDIDA
Walter Branco/ Joluz
5. . Em seguida voltou para Porto Alegre, onde ficou até 1964,
quando regressou definitivamente para o Rio. Cantou no Beco
das Garrafas, reduto da bossa nova, onde teria aprendido com
o bailarino americano Lennie Dale a célebre coreografia que
lhe valeu o apelido de "Hélice Regina". Contratada pela TV
Rio, passa a trabalhar ao lado de Jorge Ben, Wilson Simonal e
outros.
6. Tornou-se conhecida nacionalmente em 1965, ao sagrar-se
vencedora do I Festival de Música Popular Brasileira da TV
Excelsior, defendendo a música "Arrastão", de Edu Lobo e
Vinicius de Moraes. Em seguida gravou "Dois na Bossa" ao
lado de Jair Rodrigues, com tal êxito que nos anos seguintes
foram lançados os volumes 2 e 3. Foi ao lado de Jair que
apresentou um dos programas musicais mais importantes da
música brasileira.
8. Jair Rodrigues, Elisete Cardoso e Elis Regina
O Fino da Bossa, estreado em 1965 na TV Record. O programa foi o
responsável pelo lançamento de diversos artistas e sucessos, como
"Canto de Ossanha" (Baden Powell/ Vinicius de Moraes), "Louvação"
Programa O Fino da Bossa. 1966.
Ba foto: os cantores Jair Rodrigues, Elisete Cardoso e Elis Regina.
Acervo: AMM/CCSP
(Gilberto Gil/ Torquato Neto) e "Lunik 9" (Gil).
A partir daí a carreira solo de Elis decola. Seu disco "Elis", de 1966, traz
"Canção do Sal", de Milton Nascimento, gravado aí pela primeira vez.
Elis foi a primeira intérprete a gravar músicas de alguns compositores
que se tornariam consagrados, como Milton, Ivan Lins ("Madalena"),
Tavito/ Zé Rodrix ("Casa no Campo") e Belchior ("Como Nossos Pais").
9. Em junho de 1967 o programa saiu do ar, porém, Elis
continuou ao lado de Jair Rodrigues nos três programas da
série “Frente Única - Noite da MPB” (TV Record). Casou-se
em 7 de dezembro daquele mesmo ano, aos 22 de idade, com
Ronaldo Bôscoli, 16 anos mais velho do que ela. Logo,
nasceu seu primeiro filho, João Marcello. O casamento
terminou em 1972.
João Marcello
Ronaldo Bôscoli
10. O auge da carreira internacional de Elis aconteceu em 1968,
quando cantou nas TVs inglesa, holandesa, belga, suíça e
sueca. De volta à TV Record, em 1969, fez a série de
programas “Elis Studio”. Em maio, viajou para Londres,
onde gravou um LP com o maestro inglês Peter Knight. Em
junho, na Suécia, gravou um LP com o gaitista Toots
Thielemans.
11. Participou de festivais e de movimentos político-musicais,
como a “passeata contra as guitarras”, que visava à
preservação das "raízes" da MPB contra a invasão estrangeira.
Intensificou sua carreira no exterior em 1969, ano em que fez
show nas principais capitais européias e latino-americanas.
Um de seus discos mais marcantes, "Elis e Tom" (com Tom
Jobim), foi gravado em 1974 nos Estados Unidos, onde
também tornou-se popular.
12. Para comemorar 10 anos de carreira, em 1974 a Pimentinha foi a Los
Angeles gravar um disco com Tom Jobim. Entre os músicos que a
acompanharam estava o pianista César Camargo Mariano., com quem
Elis casou-se logo em seguida. Estabeleceram-se na Rua Califórnia, no
bairro do Brooklin, em São Paulo. No dia 18 de abril de 1975, nasceu
Pedro, seu segundo filho, na maternidade do Hospital São Luís, SP. Em
1976, mudou-se com sua família para uma casa na serra da Cantareira,
SP. No dia 9 de setembro de 1977, nasceu sua filha Maria Rita, na
mesma maternidade em São Paulo. Em 1981, o casal separou-se, depois
de nove anos de casamento.
Maria Rita Mariano
Pedro Mariano
13. No ano de 1979 participou do Festival de Jazz de Montreux,
na Suíça, e gravou um de seus maiores sucessos, "O Bêbado
e a Equilibrista", de Aldir Blanc e João Bosco, dupla que lhe
forneceria inúmeros sucessos, como "Caçador de
Esmeraldas", "Mestre-sala dos Mares", "Dois pra Lá, Dois
pra Cá". Outras interpretações que entraram para a história
foram "Upa, Neguinho" (Edu Lobo/ G. Guarnieri), "Águas de
Março" (Tom Jobim), "Ponta de Areia" (Milton Nascimento/
Fernando Brant), "Folhas Secas" (Nelson Cavaquinho/
Guilherme de Brito) e "Romaria" (Renato Teixeira).
14. Por causa do seu temperamento explosivo, da gargalhada
escancarada e da forte vibração, Vinícius de Moraes apelidou-a
de "Pimentinha". Outro apelido da cantora era "Baixinha",
devido ao seu 1 metro e 54 centímetros de altura.
A Pimentinha tinha - como João Gilberto - a perfeição como
meta. Exigia muito dos seus músicos, dos compositores, da
sua gravadora, da sua voz. Ganhamos nós, o público.
15. Trabalhando com o marido César Camargo Mariano,
Elis aperfeiçoou a sua voz.
16. Elis foi a primeira pessoa que inscreveu a sua voz
como instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil.
A voz de Elis soava realmente como um instrumento
muito bem-afinado, nada perdendo para o melhor dos
Stradivarius.
17.
18.
19. Falecimento: 19/01/1982, 11h45min, São
Paulo, Brasil
Causa: Parada cardíaca por overdose de cocaína
misturada a whisky, para potencializar a droga.
Elis virou o Brasil de cabeça pra baixo quando
faleceu, devido ao uso de drogas, aos 36 anos.
20. “Não tenho tempo para desfraldar
outra bandeira que não seja a da
compreensão, do encontro e do
entendimento entre as pessoas”,
disse Elis, poucos meses antes de
sua morte.
Ela foi velada no Teatro Bandeirantes, em São Paulo, e
vestia a camiseta proibida pela Ditadura Militar brasileira
no show “Saudade do Brasil”: a bandeira brasileira, com o
seu nome escrito no lugar de “Ordem e Progresso”.Foi
sepultada no Cemitério do Morumbi, onde recebe a visita
de milhares de fãs anualmente.