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A Palavra Proibida
       Lula e seus 4 pleitos:
       Durante os 12 anos que precederam sua primeira eleição foi preciso:
      mudar/flexibilizar posições sobre questões sociais e políticas
      modo de falar, de vestir, de se portar, a fim de tornar-se adequado (ou
menos repulsivo) para os grupos dominantes do país.
      O poder lhe foi ficando acessivel à medida que as mudanças
ocorriam.

      TABUS E OS TEMAS INTOCÁVEIS

       Nós também podemos interpretar esse mecanismo como sendo
relacionado com graus de importância que certos tópicos podem assumir na
nossa sociedade. Quando consideramos um tema tabu, restringimos o acesso
a esse tema e atribuimos a ele um caráter sobrenatural e um poder místico.
       “Aquela doença que não se pode falar o nome.”
       “o coisa ruim” no lugar da palavra diabo.


         Em uma determinada sociedade, é difícil para os seus membros reconhecer a
   materialidade e relevância de um determinado tema e sua relação com o poder quando ele
   pertence a um reino místico e proibido. Isso é a chamada RAREFAÇÃO DOS SENTIDOS,
   OU SEJA, TORNAR OS SENTIDOS RAROS E ACESSIVEIS SOMENTE A
   POUQUISSIMOS MEMBROS DA SOCIEDADE (OS DOMINANTES).
A Loucura
 De acordo com Foucault, uma pessoa louca é uma pessoa cujo
 discurso não pode fluir como o das outras pessoas

 É exatamente por meio do discurso de que a pessoa louca é
 reconhecida e cuidada.

 Mudanças na bordagem clinica  Freud.
 Novidades sobre o estudo do discurso nao-enquadrado.

 Mesmo assim, um procedimento permanece: os loucos são
 excluídos da sociedade.

        Há muito poder envolvido no silêncio dos psicoterapeutas
   que buscam significados nas palavras de uma pessoa louca.
   Desta forma, o psicoterapeuta dá significados que ele considera
   existir em um discurso, mas como alguém pode ter o acesso aos
   pensamentos do outro?

   Sobre a metrialidade do silêncio, ver Orlandi: “As formas do Silêncio”
A Loucura
 Como alguém pode                  ter   o    acesso      aos
 pensamentos do outro?

 O risco da prepotência do Analista de Discurso; esquecer que a
 AD lida com representações e não com conceitos em si. Não há
 UMA verdade, mas pistas para modos de ser e fazer na língua.


 A psicanálise em si, tem a pretensão de querer ensinar o louco
 a significar de acordo com os padrões sociais (lembremos que
 o louco também produz seus sentidos, mas não de modo
 idêntico às formas hegemônicas de representação). A
 psicanálise pretende CURAR o louco de sua ENFERMIDADE
 MENTAL.

 A AD quando praticada sem as devidas ressalvas pode levar à
 ilusão de que o analista de discurso pode se pôr acima da
 linguagem e da ideologia.
A Loucura
A perversão e a doença são análogas à Loucura.

As pessoas "afetadas" por essas “anomalias” são vistas como
elementos que "contaminam" os demais membros da
sociedade

A exclusão dessas pessoas em hospitais e cadeias se faz
necessária para manter a ordem do discurso e as suas
gramáticas sociais.

Exemplos dessa exclusão:
Loucos, pedófilos, estupradores, ladrões, drogados, paciente
s em estágio terminal e (porque não?) os chamados
TERRORISTAS
Quem é o terrorista?/Ditador?

            Como vimos com Laraia, o terrorista (bárbaro) que por seus hábitos costuma
            causar estranhamento e que, por vezes, usa da força para fazer valeus seus
            costumes sobre os demais.
Muçulmano  não cristão  que não é de Deus.

Mas quem é Deus? Ou quem são os deuses?

 das cruzadas à era obama, temos guerreado para
defender e impor o nosso modo de produzir sentidos
em detrimento dos sentidos do outro.


 Porque a mídia brasileira faz questão de se referir ao “Ditador
 Hugo Chavez” mas nunca fala de Roberto Michelleti como
 presidente imposto de Honduras?

 Qual o sistema mais democrático de eleição de um presidente? O
 que elegeu Chávez ou o que elegeu o atual presidente do Iraque?
Deslizamentos semânticos: o termo Xiita.

      Quando Sadam Hussein era apoiado pelos
 americanos, os Xiitas eram tidos como extremistas e os
 Sunitas (grupo de Sadam) eram tidos como moderados. O
 quadro só foi mudar depois do atentado às torres de NY.

      Aliás os sunitas cumpriram importante função no
 combate à antiga URSS. Em especial no Afeganistão, onde
 o principal aliado dos EUA contra o exercito vermelho era
 Bin Laden, que até então, ao invés de terrorista era
 considerado um líder nacionalista.
Foucault estuda  os manicômios, os presídios e os
tabus sobre a sexualidade humana.

    Pensemos sobre o tratamento recebido                 por
homossexuais em um passado não muito distante:

Eles eram considerados como "doentes" e "loucos", portanto,
eram presos por seus atos “imorais”.

E hoje?

 constituem um nicho de mercado muito importante, para
o qual o termo "perverter" poderia excluuir-lhes o direito ao
consumo, o que não interessa de modo algum ao poder do
capital.

    A idéia da homossexualidade como uma perversão ou loucura já
 não cumpre com seu objetivo. Como a manutenção do poder
 depende do modo de produção capitalista, ignorar qualquer nicho de
 mercado, seja ele qual for, é o verdadeiro tabu moderno.
TABU HOJE EM DIA É FICAR SEM GERAR
          CONSUMO E RENDA!

Basta vermos a insistência que a midia tem dado,
especialmente nas telenovelas às temáticas
homossexuais e veremos que, sob a égide do
discurso da responsabilidade social, a mídia tem
investido fortemente no atendimento às demandas
de consumo cultural e identitário não apenas do
público gay, mas também de negros e setores
religiosos como o Gospel e os Católicos
Carismáticos.
Sobre o desejo da verdade,

Foucault toma de emprestimo para uma analogia, o desejo de
poder formulado por Nietzsche. Uma vez que a língua é
material e é um meio eficaz de aquisição e manutenção de
poder, quando se controlam os discursos, através da ilusão da
transparência da linguagem, tenta-se adquirir e controlar o
poder. (Item 1.2.3 – 1º. Par p.14)

Não foi por acaso que na URSS os cursos de Letras e a filosofia
da linguagem foram banidas pelo regime materialista do
cremlin, sob a elegação de que a linguagem não é material e,
portanto, não haveria interesse do regime em estuda-la.

Bakhtin (1929), por sua vez, argumenta justamente a respeito da
materialidade da linguagem.

Como nos mostra Austin em sua obra “How to do Things with
words”, ao dizermos algo, fazemos algo no mundo, modificamos
a realidade ao nosso redor. Assim, a lintguagem é material e
altera as condições materiais de existência humana.
Ao tentar controlar o signo linguistico exercemos um
mecanismo de coerção reforçado pelas instituições sociais e
que é constatemente reformulado. Esta vontade de verdade
está presente na idéia de que nossa sociedade tem da
ciência, por exemplo.

Quando adquirimos o conhecimento científico também
estamos adquirindo poder.

Outra possibilidade de observar esta vontade de verdade é o
mito que envolve o falante nativo de uma língua.

Aqui temos a idéia de autoridade envolvida.
    Se alguém é um falante nativo de uma língua determinada ele é considerado
    um melhor professor por ser aquele que é “o dono” da linguagem.

    DONO = DOMINI = DOMÍNIO (de uma língua)
    SERÁ MESMO POSSÍVEL DOMINAR UMA LINGUA?

    O QUE TORNA UM ENGENHEIRO AMERICANO MELHOR PROF. DE INGLES DO
    QUEM UM LETRADO BRASILEIRO HABILITADO PARA TAL?

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  • 1. A Palavra Proibida Lula e seus 4 pleitos: Durante os 12 anos que precederam sua primeira eleição foi preciso:  mudar/flexibilizar posições sobre questões sociais e políticas  modo de falar, de vestir, de se portar, a fim de tornar-se adequado (ou menos repulsivo) para os grupos dominantes do país.  O poder lhe foi ficando acessivel à medida que as mudanças ocorriam. TABUS E OS TEMAS INTOCÁVEIS Nós também podemos interpretar esse mecanismo como sendo relacionado com graus de importância que certos tópicos podem assumir na nossa sociedade. Quando consideramos um tema tabu, restringimos o acesso a esse tema e atribuimos a ele um caráter sobrenatural e um poder místico. “Aquela doença que não se pode falar o nome.” “o coisa ruim” no lugar da palavra diabo. Em uma determinada sociedade, é difícil para os seus membros reconhecer a materialidade e relevância de um determinado tema e sua relação com o poder quando ele pertence a um reino místico e proibido. Isso é a chamada RAREFAÇÃO DOS SENTIDOS, OU SEJA, TORNAR OS SENTIDOS RAROS E ACESSIVEIS SOMENTE A POUQUISSIMOS MEMBROS DA SOCIEDADE (OS DOMINANTES).
  • 2. A Loucura De acordo com Foucault, uma pessoa louca é uma pessoa cujo discurso não pode fluir como o das outras pessoas É exatamente por meio do discurso de que a pessoa louca é reconhecida e cuidada. Mudanças na bordagem clinica  Freud. Novidades sobre o estudo do discurso nao-enquadrado. Mesmo assim, um procedimento permanece: os loucos são excluídos da sociedade. Há muito poder envolvido no silêncio dos psicoterapeutas que buscam significados nas palavras de uma pessoa louca. Desta forma, o psicoterapeuta dá significados que ele considera existir em um discurso, mas como alguém pode ter o acesso aos pensamentos do outro? Sobre a metrialidade do silêncio, ver Orlandi: “As formas do Silêncio”
  • 3. A Loucura Como alguém pode ter o acesso aos pensamentos do outro? O risco da prepotência do Analista de Discurso; esquecer que a AD lida com representações e não com conceitos em si. Não há UMA verdade, mas pistas para modos de ser e fazer na língua. A psicanálise em si, tem a pretensão de querer ensinar o louco a significar de acordo com os padrões sociais (lembremos que o louco também produz seus sentidos, mas não de modo idêntico às formas hegemônicas de representação). A psicanálise pretende CURAR o louco de sua ENFERMIDADE MENTAL. A AD quando praticada sem as devidas ressalvas pode levar à ilusão de que o analista de discurso pode se pôr acima da linguagem e da ideologia.
  • 4. A Loucura A perversão e a doença são análogas à Loucura. As pessoas "afetadas" por essas “anomalias” são vistas como elementos que "contaminam" os demais membros da sociedade A exclusão dessas pessoas em hospitais e cadeias se faz necessária para manter a ordem do discurso e as suas gramáticas sociais. Exemplos dessa exclusão: Loucos, pedófilos, estupradores, ladrões, drogados, paciente s em estágio terminal e (porque não?) os chamados TERRORISTAS Quem é o terrorista?/Ditador? Como vimos com Laraia, o terrorista (bárbaro) que por seus hábitos costuma causar estranhamento e que, por vezes, usa da força para fazer valeus seus costumes sobre os demais.
  • 5. Muçulmano  não cristão  que não é de Deus. Mas quem é Deus? Ou quem são os deuses?  das cruzadas à era obama, temos guerreado para defender e impor o nosso modo de produzir sentidos em detrimento dos sentidos do outro. Porque a mídia brasileira faz questão de se referir ao “Ditador Hugo Chavez” mas nunca fala de Roberto Michelleti como presidente imposto de Honduras? Qual o sistema mais democrático de eleição de um presidente? O que elegeu Chávez ou o que elegeu o atual presidente do Iraque?
  • 6. Deslizamentos semânticos: o termo Xiita. Quando Sadam Hussein era apoiado pelos americanos, os Xiitas eram tidos como extremistas e os Sunitas (grupo de Sadam) eram tidos como moderados. O quadro só foi mudar depois do atentado às torres de NY. Aliás os sunitas cumpriram importante função no combate à antiga URSS. Em especial no Afeganistão, onde o principal aliado dos EUA contra o exercito vermelho era Bin Laden, que até então, ao invés de terrorista era considerado um líder nacionalista.
  • 7. Foucault estuda  os manicômios, os presídios e os tabus sobre a sexualidade humana. Pensemos sobre o tratamento recebido por homossexuais em um passado não muito distante: Eles eram considerados como "doentes" e "loucos", portanto, eram presos por seus atos “imorais”. E hoje?  constituem um nicho de mercado muito importante, para o qual o termo "perverter" poderia excluuir-lhes o direito ao consumo, o que não interessa de modo algum ao poder do capital. A idéia da homossexualidade como uma perversão ou loucura já não cumpre com seu objetivo. Como a manutenção do poder depende do modo de produção capitalista, ignorar qualquer nicho de mercado, seja ele qual for, é o verdadeiro tabu moderno.
  • 8. TABU HOJE EM DIA É FICAR SEM GERAR CONSUMO E RENDA! Basta vermos a insistência que a midia tem dado, especialmente nas telenovelas às temáticas homossexuais e veremos que, sob a égide do discurso da responsabilidade social, a mídia tem investido fortemente no atendimento às demandas de consumo cultural e identitário não apenas do público gay, mas também de negros e setores religiosos como o Gospel e os Católicos Carismáticos.
  • 9. Sobre o desejo da verdade, Foucault toma de emprestimo para uma analogia, o desejo de poder formulado por Nietzsche. Uma vez que a língua é material e é um meio eficaz de aquisição e manutenção de poder, quando se controlam os discursos, através da ilusão da transparência da linguagem, tenta-se adquirir e controlar o poder. (Item 1.2.3 – 1º. Par p.14) Não foi por acaso que na URSS os cursos de Letras e a filosofia da linguagem foram banidas pelo regime materialista do cremlin, sob a elegação de que a linguagem não é material e, portanto, não haveria interesse do regime em estuda-la. Bakhtin (1929), por sua vez, argumenta justamente a respeito da materialidade da linguagem. Como nos mostra Austin em sua obra “How to do Things with words”, ao dizermos algo, fazemos algo no mundo, modificamos a realidade ao nosso redor. Assim, a lintguagem é material e altera as condições materiais de existência humana.
  • 10. Ao tentar controlar o signo linguistico exercemos um mecanismo de coerção reforçado pelas instituições sociais e que é constatemente reformulado. Esta vontade de verdade está presente na idéia de que nossa sociedade tem da ciência, por exemplo. Quando adquirimos o conhecimento científico também estamos adquirindo poder. Outra possibilidade de observar esta vontade de verdade é o mito que envolve o falante nativo de uma língua. Aqui temos a idéia de autoridade envolvida. Se alguém é um falante nativo de uma língua determinada ele é considerado um melhor professor por ser aquele que é “o dono” da linguagem. DONO = DOMINI = DOMÍNIO (de uma língua) SERÁ MESMO POSSÍVEL DOMINAR UMA LINGUA? O QUE TORNA UM ENGENHEIRO AMERICANO MELHOR PROF. DE INGLES DO QUEM UM LETRADO BRASILEIRO HABILITADO PARA TAL?