1. A Palavra Proibida
Lula e seus 4 pleitos:
Durante os 12 anos que precederam sua primeira eleição foi preciso:
mudar/flexibilizar posições sobre questões sociais e políticas
modo de falar, de vestir, de se portar, a fim de tornar-se adequado (ou
menos repulsivo) para os grupos dominantes do país.
O poder lhe foi ficando acessivel à medida que as mudanças
ocorriam.
TABUS E OS TEMAS INTOCÁVEIS
Nós também podemos interpretar esse mecanismo como sendo
relacionado com graus de importância que certos tópicos podem assumir na
nossa sociedade. Quando consideramos um tema tabu, restringimos o acesso
a esse tema e atribuimos a ele um caráter sobrenatural e um poder místico.
“Aquela doença que não se pode falar o nome.”
“o coisa ruim” no lugar da palavra diabo.
Em uma determinada sociedade, é difícil para os seus membros reconhecer a
materialidade e relevância de um determinado tema e sua relação com o poder quando ele
pertence a um reino místico e proibido. Isso é a chamada RAREFAÇÃO DOS SENTIDOS,
OU SEJA, TORNAR OS SENTIDOS RAROS E ACESSIVEIS SOMENTE A
POUQUISSIMOS MEMBROS DA SOCIEDADE (OS DOMINANTES).
2. A Loucura
De acordo com Foucault, uma pessoa louca é uma pessoa cujo
discurso não pode fluir como o das outras pessoas
É exatamente por meio do discurso de que a pessoa louca é
reconhecida e cuidada.
Mudanças na bordagem clinica Freud.
Novidades sobre o estudo do discurso nao-enquadrado.
Mesmo assim, um procedimento permanece: os loucos são
excluídos da sociedade.
Há muito poder envolvido no silêncio dos psicoterapeutas
que buscam significados nas palavras de uma pessoa louca.
Desta forma, o psicoterapeuta dá significados que ele considera
existir em um discurso, mas como alguém pode ter o acesso aos
pensamentos do outro?
Sobre a metrialidade do silêncio, ver Orlandi: “As formas do Silêncio”
3. A Loucura
Como alguém pode ter o acesso aos
pensamentos do outro?
O risco da prepotência do Analista de Discurso; esquecer que a
AD lida com representações e não com conceitos em si. Não há
UMA verdade, mas pistas para modos de ser e fazer na língua.
A psicanálise em si, tem a pretensão de querer ensinar o louco
a significar de acordo com os padrões sociais (lembremos que
o louco também produz seus sentidos, mas não de modo
idêntico às formas hegemônicas de representação). A
psicanálise pretende CURAR o louco de sua ENFERMIDADE
MENTAL.
A AD quando praticada sem as devidas ressalvas pode levar à
ilusão de que o analista de discurso pode se pôr acima da
linguagem e da ideologia.
4. A Loucura
A perversão e a doença são análogas à Loucura.
As pessoas "afetadas" por essas “anomalias” são vistas como
elementos que "contaminam" os demais membros da
sociedade
A exclusão dessas pessoas em hospitais e cadeias se faz
necessária para manter a ordem do discurso e as suas
gramáticas sociais.
Exemplos dessa exclusão:
Loucos, pedófilos, estupradores, ladrões, drogados, paciente
s em estágio terminal e (porque não?) os chamados
TERRORISTAS
Quem é o terrorista?/Ditador?
Como vimos com Laraia, o terrorista (bárbaro) que por seus hábitos costuma
causar estranhamento e que, por vezes, usa da força para fazer valeus seus
costumes sobre os demais.
5. Muçulmano não cristão que não é de Deus.
Mas quem é Deus? Ou quem são os deuses?
das cruzadas à era obama, temos guerreado para
defender e impor o nosso modo de produzir sentidos
em detrimento dos sentidos do outro.
Porque a mídia brasileira faz questão de se referir ao “Ditador
Hugo Chavez” mas nunca fala de Roberto Michelleti como
presidente imposto de Honduras?
Qual o sistema mais democrático de eleição de um presidente? O
que elegeu Chávez ou o que elegeu o atual presidente do Iraque?
6. Deslizamentos semânticos: o termo Xiita.
Quando Sadam Hussein era apoiado pelos
americanos, os Xiitas eram tidos como extremistas e os
Sunitas (grupo de Sadam) eram tidos como moderados. O
quadro só foi mudar depois do atentado às torres de NY.
Aliás os sunitas cumpriram importante função no
combate à antiga URSS. Em especial no Afeganistão, onde
o principal aliado dos EUA contra o exercito vermelho era
Bin Laden, que até então, ao invés de terrorista era
considerado um líder nacionalista.
7. Foucault estuda os manicômios, os presídios e os
tabus sobre a sexualidade humana.
Pensemos sobre o tratamento recebido por
homossexuais em um passado não muito distante:
Eles eram considerados como "doentes" e "loucos", portanto,
eram presos por seus atos “imorais”.
E hoje?
constituem um nicho de mercado muito importante, para
o qual o termo "perverter" poderia excluuir-lhes o direito ao
consumo, o que não interessa de modo algum ao poder do
capital.
A idéia da homossexualidade como uma perversão ou loucura já
não cumpre com seu objetivo. Como a manutenção do poder
depende do modo de produção capitalista, ignorar qualquer nicho de
mercado, seja ele qual for, é o verdadeiro tabu moderno.
8. TABU HOJE EM DIA É FICAR SEM GERAR
CONSUMO E RENDA!
Basta vermos a insistência que a midia tem dado,
especialmente nas telenovelas às temáticas
homossexuais e veremos que, sob a égide do
discurso da responsabilidade social, a mídia tem
investido fortemente no atendimento às demandas
de consumo cultural e identitário não apenas do
público gay, mas também de negros e setores
religiosos como o Gospel e os Católicos
Carismáticos.
9. Sobre o desejo da verdade,
Foucault toma de emprestimo para uma analogia, o desejo de
poder formulado por Nietzsche. Uma vez que a língua é
material e é um meio eficaz de aquisição e manutenção de
poder, quando se controlam os discursos, através da ilusão da
transparência da linguagem, tenta-se adquirir e controlar o
poder. (Item 1.2.3 – 1º. Par p.14)
Não foi por acaso que na URSS os cursos de Letras e a filosofia
da linguagem foram banidas pelo regime materialista do
cremlin, sob a elegação de que a linguagem não é material e,
portanto, não haveria interesse do regime em estuda-la.
Bakhtin (1929), por sua vez, argumenta justamente a respeito da
materialidade da linguagem.
Como nos mostra Austin em sua obra “How to do Things with
words”, ao dizermos algo, fazemos algo no mundo, modificamos
a realidade ao nosso redor. Assim, a lintguagem é material e
altera as condições materiais de existência humana.
10. Ao tentar controlar o signo linguistico exercemos um
mecanismo de coerção reforçado pelas instituições sociais e
que é constatemente reformulado. Esta vontade de verdade
está presente na idéia de que nossa sociedade tem da
ciência, por exemplo.
Quando adquirimos o conhecimento científico também
estamos adquirindo poder.
Outra possibilidade de observar esta vontade de verdade é o
mito que envolve o falante nativo de uma língua.
Aqui temos a idéia de autoridade envolvida.
Se alguém é um falante nativo de uma língua determinada ele é considerado
um melhor professor por ser aquele que é “o dono” da linguagem.
DONO = DOMINI = DOMÍNIO (de uma língua)
SERÁ MESMO POSSÍVEL DOMINAR UMA LINGUA?
O QUE TORNA UM ENGENHEIRO AMERICANO MELHOR PROF. DE INGLES DO
QUEM UM LETRADO BRASILEIRO HABILITADO PARA TAL?