O poema descreve o sonho como uma força poderosa e constante na vida, comparando-o a várias imagens como uma pedra, um ribeiro, pinheiros, aves, vinho e espuma. O sonho é retratado como algo que impulsiona a vida e faz o mundo avançar.
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Pedra filosofal
1. Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho contraponto, sinfonia,
é uma constante da vida máscara grega, magia,
tão concreta e definida que é retorta de alquimista,
como outra coisa qualquer, mapa do mundo distante,
como esta pedra cinzenta rosa-dos-ventos, Infante,
em que me sento e descanso, caravela quinhentista,
como este ribeiro manso que é cabo da Boa Esperança,
em serenos sobressaltos, ouro, canela, marfim,
como estes pinheiros altos florete de espadachim,
que em verde e oiro se agitam, bastidor, passo de dança,
como estas aves que gritam Colombina e Arlequim,
em bebedeiras de azul. passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
eles não sabem que o sonho barco de proa festiva,
é vinho, é espuma, é fermento, alto-forno, geradora,
bichinho álacre e sedento, cisão do átomo, radar,
de focinho pontiagudo, ultra-som, televisão,
que fossa através de tudo desembarque em foguetão
num perpétuo movimento. na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
Eles não sabem que o sonho que o sonho comanda a vida,
é tela, é cor, é pincel, que sempre que um homem sonha
base, fuste, capitel, o mundo pula e avança
arco em ogiva, vitral, como bola colorida
pináculo de catedral, entre as mãos de uma criança.