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PPRROOGGRREESSSSOO EE FFIICCÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA 
DDIISSTTÓÓPPIICCAA NNOO SSÉÉCCUULLOO XXXX 
Vítor Vieira Ferreira 
Mestrando pelo Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em 
Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Bolsista da CAPES 
14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia –– BBeelloo HHoorriizzoonnttee,, MMGG
Reflexões sobre o texto literário 
• A literatura enquanto discurso: partimos aqui do 
pressuposto de que toda obra literária, na 
medida em que dispõe de um suporte verbal que 
a signifique, é completamente perpassada por 
constrangimentos de ordem social, política, 
ideológica, enfim, histórica. 
• Importância para a História Cultural: produções 
simbólicas como fontes historiográficas.
Sobre a Ficção Científica – principais 
marcos históricos do gênero 
• Os primeiros nomes: Jonathan Swift (As 
Viagens de Gulliver), Mary Shelley 
(Frankenstein), Julio Verne (Viagem ao centro 
da terra) e H.G. Wells (A máquina do tempo) 
• FC como gênero distinto: Hugo Gernsback e 
sua Amazing Stories (1926)
Sobre a Ficção Científica 
• Suporte multi-semiótico 
• Primazia de contos e romances – narrativa 
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Sobre a Ficção Científica
Sobre a Ficção Científica 
• Ficção Científica: imaginário 
do século XX (CARDOSO, 1998)
Século XX, progresso, 
modernidade 
• Século XX como construção 
histórica única: progresso como 
elemento distintivo (ALEXANDER, 
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• Conceito presente desde o século 
XV e se vincula com a ideia de 
modernidade.
Século XX, progresso, 
modernidade 
• Modernidade em Koselleck: a modernidade se funda a 
partir de uma temporalização da história e que se 
contrapõe às concepções cronológicas anteriores que 
viam no futuro a realização profética do final dos tempos 
(escatologia cristã). Esta ideia de futuro como fim 
permanece até o advento da filosofia da história, 
“emancipad[a] da submissão absolutista e da tutela da 
Igreja” (KOSELLECK, 2011:36) e dos prognósticos 
racionais, cada vez mais estes últimos influenciados 
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espiritual dá lugar ao “progressus” mundano.
O homem se lança na história – o 
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τόπος (lugar, região) acrescida do 
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O pensamento utópico ao longo da 
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O homem se lança na história – o 
pensamento utópico 
• Com a modernidade, o pensamento 
utópico se volta cada vez mais para a 
realidade histórica que o engendra com 
vistas a uma transformação do tempo 
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O século XX, Ficção Científica Distópica 
• Distopia: extrapolação negativa do status quo à 
época de sua funcionalização ficcional. 
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– “Nós” de Yevgeny Zamyatin (publicado em 1924); 
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• Elementos para a formação do pensamento 
distópico: 
– Ruptura com a tradição racionalista, de Nietzsche aos 
desconstrucionistas, passando pela Escola de 
Frankfurt 
– Guerras Mundiais, regimes totalitários, holocausto, 
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– Guerra Fria e ameaça nuclear 
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Comentários finais 
• Permanência do discurso distópico em narrativas 
ficcionais nas primeiras décadas do séc. XXI. 
• Negação do pensamento utópico como 
legitimação do status quo. 
• Descrédito quanto à razão e a ciência se 
consolidam no pós-modernismo e sua rejeição a 
projetos emancipatórios possibilitados pela razão 
e pelo conhecimento.
Comentários finais 
• Relevância dos estudos e pesquisas sobre a 
FC, gênero ainda considerado como 
paraliteratura. 
• Relevância das narrativas de FC como fonte 
historiográfica de especial valor para a 
História das Ciências.
Bibliografia 
ALEXANDER, Jeffrey C. Between progress and apocalypse: social theory and 
the dream of reason in the twentieth century. In: ALEXANDER, Jeffrey C.; 
SZTOMPKA, Piotr (Orgs.). Rethinking progress: movements, forces, and 
ideas at the end of the 20th century. Boston: Unwin Hyman, 1990. 
CARDOSO, Ciro Flamarion. A Ficção Científica, imaginário do Século XX. 
1998. Disponível em: 
http://pt.scribd.com/doc/48165239/A-FICCAO-CIENTIFICA 
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado contribuição à semântica dos tempos 
históricos. Tradução de Wilma Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira. Rio 
de Janeiro: Contraponto, 2006. 
LIMA, Carlos. Genealogia dialética da utopia. Rio de Janeiro: Contraponto, 
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Progresso e Ficção Científica Distópica no Século XX

  • 1. PPRROOGGRREESSSSOO EE FFIICCÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA DDIISSTTÓÓPPIICCAA NNOO SSÉÉCCUULLOO XXXX Vítor Vieira Ferreira Mestrando pelo Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro Bolsista da CAPES 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia –– BBeelloo HHoorriizzoonnttee,, MMGG
  • 2. Reflexões sobre o texto literário • A literatura enquanto discurso: partimos aqui do pressuposto de que toda obra literária, na medida em que dispõe de um suporte verbal que a signifique, é completamente perpassada por constrangimentos de ordem social, política, ideológica, enfim, histórica. • Importância para a História Cultural: produções simbólicas como fontes historiográficas.
  • 3. Sobre a Ficção Científica – principais marcos históricos do gênero • Os primeiros nomes: Jonathan Swift (As Viagens de Gulliver), Mary Shelley (Frankenstein), Julio Verne (Viagem ao centro da terra) e H.G. Wells (A máquina do tempo) • FC como gênero distinto: Hugo Gernsback e sua Amazing Stories (1926)
  • 4. Sobre a Ficção Científica • Suporte multi-semiótico • Primazia de contos e romances – narrativa como elemento predominante
  • 5. Sobre a Ficção Científica
  • 6. Sobre a Ficção Científica • Ficção Científica: imaginário do século XX (CARDOSO, 1998)
  • 7. Século XX, progresso, modernidade • Século XX como construção histórica única: progresso como elemento distintivo (ALEXANDER, 2002:15). • Conceito presente desde o século XV e se vincula com a ideia de modernidade.
  • 8. Século XX, progresso, modernidade • Modernidade em Koselleck: a modernidade se funda a partir de uma temporalização da história e que se contrapõe às concepções cronológicas anteriores que viam no futuro a realização profética do final dos tempos (escatologia cristã). Esta ideia de futuro como fim permanece até o advento da filosofia da história, “emancipad[a] da submissão absolutista e da tutela da Igreja” (KOSELLECK, 2011:36) e dos prognósticos racionais, cada vez mais estes últimos influenciados pelas transformações sociais que o progresso, em suas mais diversas instâncias, promovia – o “profectus” espiritual dá lugar ao “progressus” mundano.
  • 9. O homem se lança na história – o pensamento utópico • O termo: origem como a junção dos termos gregos οὐ(significando não, negação e que se reduz a “u”)e τόπος (lugar, região) acrescida do sufixo –ia, também indicando lugar. • O conceito: superação positiva do status quo.
  • 10. O pensamento utópico ao longo da história (LIMA,2008)
  • 11. O homem se lança na história – o pensamento utópico • Com a modernidade, o pensamento utópico se volta cada vez mais para a realidade histórica que o engendra com vistas a uma transformação do tempo presente a partir de um ideal anteriormente imaginado.
  • 12. O século XX, Ficção Científica Distópica • Distopia: extrapolação negativa do status quo à época de sua funcionalização ficcional. • Distopias clássicas: – “Nós” de Yevgeny Zamyatin (publicado em 1924); – “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley (1932), – “1984” de George Orwell (1949); – “Fahrenheit 451” de Ray Bradbury (1953); – “Laranja Mecânica” de Anthony Burgess (1962) – “O caçador de androides” de Philip K. Dick (1968).
  • 13. O século XX, Ficção Científica Distópica • Elementos para a formação do pensamento distópico: – Ruptura com a tradição racionalista, de Nietzsche aos desconstrucionistas, passando pela Escola de Frankfurt – Guerras Mundiais, regimes totalitários, holocausto, Hiroshima e Nagasaki – Guerra Fria e ameaça nuclear – Desilusão com o sonho socialista – Capitalismo e suas mazelas sociais
  • 14. Comentários finais • Permanência do discurso distópico em narrativas ficcionais nas primeiras décadas do séc. XXI. • Negação do pensamento utópico como legitimação do status quo. • Descrédito quanto à razão e a ciência se consolidam no pós-modernismo e sua rejeição a projetos emancipatórios possibilitados pela razão e pelo conhecimento.
  • 15. Comentários finais • Relevância dos estudos e pesquisas sobre a FC, gênero ainda considerado como paraliteratura. • Relevância das narrativas de FC como fonte historiográfica de especial valor para a História das Ciências.
  • 16. Bibliografia ALEXANDER, Jeffrey C. Between progress and apocalypse: social theory and the dream of reason in the twentieth century. In: ALEXANDER, Jeffrey C.; SZTOMPKA, Piotr (Orgs.). Rethinking progress: movements, forces, and ideas at the end of the 20th century. Boston: Unwin Hyman, 1990. CARDOSO, Ciro Flamarion. A Ficção Científica, imaginário do Século XX. 1998. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/48165239/A-FICCAO-CIENTIFICA KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução de Wilma Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006. LIMA, Carlos. Genealogia dialética da utopia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.