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Vida Alheia e Riquezas SalvarM2 - 24
UNIDADE II
Cordas e Aparelhos de Descida
1. CORDAS
1.1. Introdução
Nas atividades de bombeiros, utilizamo-nos, constantemente, de cordas (cabos) para os
mais variados fins. É necessário entendermos, então, que o tipo de corda a ser empregada está
diretamente relacionada com a modalidade de operação a ser efetuada.
1.2. Constituição
A matéria básica constituinte do cabo é a fibra. Ao conjunto de fibras, chamamos de fio.
Da mesma forma, ao conjunto de fios, chamamos de cordão. O elemento que se encontra na parte
central do cabo, visando dar-lhe maior resistência é a Alma.
Os cabos podem ser fabricados por torcimento ou trançados.
Cabo Torcido
1.3. Terminologia das Cordas
A fim de facilitar e de padronizar os nomes das várias formas e partes componentes de
uma corda, adota-se a seguinte terminologia.
v Alça: é uma volta ou curva em forma de "U".
v Anel: é uma volta onde as partes da corda se cruzam.
v Chicotes: são os extremos livres de uma corda.
v Cocas: são torcimentos ou calos ocasionais que aparecem em uma corda.
v Cabo Solteiro: é uma corda de 2 a 3 m de comprimento com diâmetro de 6 a 10 mm, utilizada
para a segurança individual quando é executada uma operação. Caracterizado pela sua fácil
maneabilidade e resistência.
v Descoxar: quando a extremidade de uma corda começa a se desfazer.
v Coçar: gastar uma corda atritando-a em uma superfície áspera.
v Falcassa: é a união dos cordões das extremidades de uma corda, podendo ser em forma de
uma pequena alça. Nos cabos sintéticos, podem ser feitas apenas derretendo-se as extremidades.
A falcassa vai evitar que o cabo descoxe.
v Firme: parte livre da corda que fica próximo ao seu feixe de enrolamento.
v Morder ou Estrangular: prender, por pressão, uma corda com ela própria, ou com uma superfície.
v Retinida: corda fina com 3 mm de diâmetro, aproximadamente, empregadas para o estabelecimento
Vida Alheia e Riquezas Salvar
de cordas ou cabos de maiores diâmetros.
v Soltar: operação de liberar a corda de
um ponto de amarração.
v Seio: são as partes da corda entre os
chicotes, ou entre o chicote e o firme,
em forma de "U", semelhante a alça.
v Catenária: deformação de uma corda
ou cabo de travessia devido a ação de
um peso.
v Retesar: é o processo de se esticar
uma corda ou cabo, aplicando-lhe os
processos de tracionamento.
1.4. Características
Desejáveis em uma Corda
- Leveza: Facilidade no transporte.
- Flexibilidade: Facilidade de trabalhar a corda.
- Elevada carga de ruptura: 1400 a 2000 kgf para salvamento no plano vartical e acima de 1500
kgf no plano horizontal.
- Elevada resistência ao atrito
- Elasticidade: distenção da corda visando absorver impactos ( é indesejável no plano horizontal
).
1.5. Tipos de Cabos Quanto à Fibra Empregada
1.5.1. Fibras de Origem Animal (sêda, crina, couro)
Uso limitado
1.5.2. Fibras Vegetais (sisal, juta, cânhamo)
Larga aplicação para trabalhos pesados (do tipo pista ou ponte de corda).
1.5.3. Fibras Sintéticas (polietileno, nylon sêda e poliéster pré-estirado)
Possuem resistência à tração muito superior à dos cabos de fibras vegetais do mesmo
diâmetro, bem como maior leveza.
a) Nylon sêda - possuem boa resistência, flexibilidade e elasticidade. As mais utilizadas para
salvamento possuem diâmetro entre 10 e 12 mm.
b) Poliéster pré-estirado - as cordas de 10 mm de diâmetro, confeccionadas em dupla trança, são
ideais para o salvamento no plano vertical.
M2 - 25
Vida Alheia e Riquezas Salvar
c) Polietileno e Polipropileno ( utilizado como corda para varal ) - menos resistente que as duas
anteriores, menos flexível e excessivamente escorregadia. Utilização adequada para operações
aquáticas.
1.5.4. Fibras Minerais (cabo de aço)
Altíssima resistência à tração, porém, possui grande peso e pouquíssima flexibilidade.
Utilizado nos aparelhos de tração.
1.6. Carga de Ruptura e Carga de Trabalho
As cordas possuem dois pontos de comparação quanto a seu emprego: a carga de ruptura
( CR ), e a carga de trabalho ( CT ).
Nas cordas de fibra sintética a relação entre a carga de ruptura e a carga de trabalho é de
5 x 1. Esta relação é chamada de fator de segurança ( FS ), que no exemplo é igual a 5, logo:
CT = CR/5
Carga de Ruptura é a máxima tração que a corda pode suportar. Como medida de
segurança, não se deve submeter uma corda a uma tração superior a metade da carga de ruptura.
A carga de ruptura é obtida através de tabela específica para cada tipo de corda.
1.7. Inspeção, Utilização e Manutenção
1.7.1. Inspeção
As cordas devem ser inspecionadas periodicamente, a fim de ser constatado o seu estado.
No caso das cordas torcidade, deve-se abrir ligeiramente a mesma, a fim de verificar o seu
interior. Em geral devem ser observados os seguintes aspectos:
v Verificar a soltura dos cordões ou fios nas camadas externas, bem como a variação de seu
diâmetro que produzirem calos ou estreitamentos.
M2 - 26
TIPOS FLEXIBILIDADE
CARGA
DE
RUPTURA
ELASTICIDADE
RESISTÊNCIA
AO
ATRITO
Poliéster
Pré-estirado
Muito boa Boa Boa Boa
Nylon sêda Muito boa Boa Boa Regular
Polipropileno Regular Regular Ruim Ruim
Aço Ruim Muito boa Nula Boa
Vida Alheia e Riquezas Salvar
v Se a corda estiver com algum cheiro estranho ( mofo ou ácido ), determinar com qual tipo de
material a mesma esteve em contato.
1.7.2. Utilização
v Nunca trabalhar em arestas vivas, procurando colocar entre a corda e o apoio ou amarração
uma proteção. Ex.: pedaço de mangueira.
v Evitar o contato das cordas com areia, terra, óleo e produtos químicos os quais atuando como
abrasivos, compromentem a resistência da mesma.
v Evitar encostar a corda sobre qualquer superfície áspera.
v Usar sempre nós que possam ser desfeitos facilmente, ou quando utilizados com fins de tração,
colocar um obstáculo que evite o seu total esmagamento.
v Evitar pisar na corda.
1.7.3. Manutenção
As cordas devem ser submetidas à manutenção periódica, a fim de se evitar alguma
alteração na sua carga de ruptura. Essa manutenção deve ser feita da seguinte forma:
v Antes e após a sua utilização, executar uma inspeção visual para verificar se a corda apresenta
desgaste excessivo.
v Constatado um desgaste na corda, submeter uma amostra da mesma a um teste de tração, a
fim de verificar o seu limite de trabalho.
v Se a corda for de fibra vegetal, banhá-la em alcatrão.
v Se for preciso lavar a corda, deve-se efetuar com água e sabão neutro.
v Após a sua lavagem ou se a mesma entrou em contato com a água, durante o seu emprego,
deve-se estendê-la em local arejado e na sombra, evitando-se dobrá-la.
v Quando seca e limpa, a corda deverá ser enrolada de maneira que facilite o seu transporte,
armazenamento e possa ser desenrolada sem perda de tempo quando da sua utilização.
v O resultado dos testes efetuados em cordas novas ou desgastadas, devem ser comparadas
com as especificações, contidas nas tabelas de características, fornecidas pelos fabricantes do
material.
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  • 1. Vida Alheia e Riquezas SalvarM2 - 24 UNIDADE II Cordas e Aparelhos de Descida 1. CORDAS 1.1. Introdução Nas atividades de bombeiros, utilizamo-nos, constantemente, de cordas (cabos) para os mais variados fins. É necessário entendermos, então, que o tipo de corda a ser empregada está diretamente relacionada com a modalidade de operação a ser efetuada. 1.2. Constituição A matéria básica constituinte do cabo é a fibra. Ao conjunto de fibras, chamamos de fio. Da mesma forma, ao conjunto de fios, chamamos de cordão. O elemento que se encontra na parte central do cabo, visando dar-lhe maior resistência é a Alma. Os cabos podem ser fabricados por torcimento ou trançados. Cabo Torcido 1.3. Terminologia das Cordas A fim de facilitar e de padronizar os nomes das várias formas e partes componentes de uma corda, adota-se a seguinte terminologia. v Alça: é uma volta ou curva em forma de "U". v Anel: é uma volta onde as partes da corda se cruzam. v Chicotes: são os extremos livres de uma corda. v Cocas: são torcimentos ou calos ocasionais que aparecem em uma corda. v Cabo Solteiro: é uma corda de 2 a 3 m de comprimento com diâmetro de 6 a 10 mm, utilizada para a segurança individual quando é executada uma operação. Caracterizado pela sua fácil maneabilidade e resistência. v Descoxar: quando a extremidade de uma corda começa a se desfazer. v Coçar: gastar uma corda atritando-a em uma superfície áspera. v Falcassa: é a união dos cordões das extremidades de uma corda, podendo ser em forma de uma pequena alça. Nos cabos sintéticos, podem ser feitas apenas derretendo-se as extremidades. A falcassa vai evitar que o cabo descoxe. v Firme: parte livre da corda que fica próximo ao seu feixe de enrolamento. v Morder ou Estrangular: prender, por pressão, uma corda com ela própria, ou com uma superfície. v Retinida: corda fina com 3 mm de diâmetro, aproximadamente, empregadas para o estabelecimento
  • 2. Vida Alheia e Riquezas Salvar de cordas ou cabos de maiores diâmetros. v Soltar: operação de liberar a corda de um ponto de amarração. v Seio: são as partes da corda entre os chicotes, ou entre o chicote e o firme, em forma de "U", semelhante a alça. v Catenária: deformação de uma corda ou cabo de travessia devido a ação de um peso. v Retesar: é o processo de se esticar uma corda ou cabo, aplicando-lhe os processos de tracionamento. 1.4. Características Desejáveis em uma Corda - Leveza: Facilidade no transporte. - Flexibilidade: Facilidade de trabalhar a corda. - Elevada carga de ruptura: 1400 a 2000 kgf para salvamento no plano vartical e acima de 1500 kgf no plano horizontal. - Elevada resistência ao atrito - Elasticidade: distenção da corda visando absorver impactos ( é indesejável no plano horizontal ). 1.5. Tipos de Cabos Quanto à Fibra Empregada 1.5.1. Fibras de Origem Animal (sêda, crina, couro) Uso limitado 1.5.2. Fibras Vegetais (sisal, juta, cânhamo) Larga aplicação para trabalhos pesados (do tipo pista ou ponte de corda). 1.5.3. Fibras Sintéticas (polietileno, nylon sêda e poliéster pré-estirado) Possuem resistência à tração muito superior à dos cabos de fibras vegetais do mesmo diâmetro, bem como maior leveza. a) Nylon sêda - possuem boa resistência, flexibilidade e elasticidade. As mais utilizadas para salvamento possuem diâmetro entre 10 e 12 mm. b) Poliéster pré-estirado - as cordas de 10 mm de diâmetro, confeccionadas em dupla trança, são ideais para o salvamento no plano vertical. M2 - 25
  • 3. Vida Alheia e Riquezas Salvar c) Polietileno e Polipropileno ( utilizado como corda para varal ) - menos resistente que as duas anteriores, menos flexível e excessivamente escorregadia. Utilização adequada para operações aquáticas. 1.5.4. Fibras Minerais (cabo de aço) Altíssima resistência à tração, porém, possui grande peso e pouquíssima flexibilidade. Utilizado nos aparelhos de tração. 1.6. Carga de Ruptura e Carga de Trabalho As cordas possuem dois pontos de comparação quanto a seu emprego: a carga de ruptura ( CR ), e a carga de trabalho ( CT ). Nas cordas de fibra sintética a relação entre a carga de ruptura e a carga de trabalho é de 5 x 1. Esta relação é chamada de fator de segurança ( FS ), que no exemplo é igual a 5, logo: CT = CR/5 Carga de Ruptura é a máxima tração que a corda pode suportar. Como medida de segurança, não se deve submeter uma corda a uma tração superior a metade da carga de ruptura. A carga de ruptura é obtida através de tabela específica para cada tipo de corda. 1.7. Inspeção, Utilização e Manutenção 1.7.1. Inspeção As cordas devem ser inspecionadas periodicamente, a fim de ser constatado o seu estado. No caso das cordas torcidade, deve-se abrir ligeiramente a mesma, a fim de verificar o seu interior. Em geral devem ser observados os seguintes aspectos: v Verificar a soltura dos cordões ou fios nas camadas externas, bem como a variação de seu diâmetro que produzirem calos ou estreitamentos. M2 - 26 TIPOS FLEXIBILIDADE CARGA DE RUPTURA ELASTICIDADE RESISTÊNCIA AO ATRITO Poliéster Pré-estirado Muito boa Boa Boa Boa Nylon sêda Muito boa Boa Boa Regular Polipropileno Regular Regular Ruim Ruim Aço Ruim Muito boa Nula Boa
  • 4. Vida Alheia e Riquezas Salvar v Se a corda estiver com algum cheiro estranho ( mofo ou ácido ), determinar com qual tipo de material a mesma esteve em contato. 1.7.2. Utilização v Nunca trabalhar em arestas vivas, procurando colocar entre a corda e o apoio ou amarração uma proteção. Ex.: pedaço de mangueira. v Evitar o contato das cordas com areia, terra, óleo e produtos químicos os quais atuando como abrasivos, compromentem a resistência da mesma. v Evitar encostar a corda sobre qualquer superfície áspera. v Usar sempre nós que possam ser desfeitos facilmente, ou quando utilizados com fins de tração, colocar um obstáculo que evite o seu total esmagamento. v Evitar pisar na corda. 1.7.3. Manutenção As cordas devem ser submetidas à manutenção periódica, a fim de se evitar alguma alteração na sua carga de ruptura. Essa manutenção deve ser feita da seguinte forma: v Antes e após a sua utilização, executar uma inspeção visual para verificar se a corda apresenta desgaste excessivo. v Constatado um desgaste na corda, submeter uma amostra da mesma a um teste de tração, a fim de verificar o seu limite de trabalho. v Se a corda for de fibra vegetal, banhá-la em alcatrão. v Se for preciso lavar a corda, deve-se efetuar com água e sabão neutro. v Após a sua lavagem ou se a mesma entrou em contato com a água, durante o seu emprego, deve-se estendê-la em local arejado e na sombra, evitando-se dobrá-la. v Quando seca e limpa, a corda deverá ser enrolada de maneira que facilite o seu transporte, armazenamento e possa ser desenrolada sem perda de tempo quando da sua utilização. v O resultado dos testes efetuados em cordas novas ou desgastadas, devem ser comparadas com as especificações, contidas nas tabelas de características, fornecidas pelos fabricantes do material. M2 - 27