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A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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        Romário Neves Cardoso




              1ª EDIÇÃO




    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

       Registro na Biblioteca Nacional


           MINAS GERAIS


        EDIÇÃO DO AUTOR


                 2012




A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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                         DEDICATÓRIA




Dedico este opúsculo à Igreja de Deus que está no Brasil, sendo estendível também
a todo o povo de Deus no exterior; isto é, em todos os lugares onde se invoca o
nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.

Para pôr fim em toda controvérsia no que tange ao ensino ou doutrina da igreja,
deve esta ser remetida ao tribunal das Sagradas Escrituras, somente Ela possui
autoridade normativa de fé e prática. Através D’Ela o ser humano obterá luz para
caminhar neste mundo de trevas desviando-se das teologias deturpadas,
argumentos estereotipados, modismos e falsas revelações.




                  A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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A Doutrina e ensinamentos da Primeira Epístola do Apóstolo Paulo aos Coríntios é
universal:

“Paulo era apóstolo pela vontade de Deus, e nesse facto residia a sua autoridade,
embora o mesmo se desse quanto aos outros apóstolos. Fora o mesmo
chamamento, que fez dos de Corinto Cristãos, que fizera dele um apóstolo. Ao
dirigir-se à igreja de Corinto, junta a expressão característica de <<santificados
em Cristo Jesus>>, palavras cuja aplicação é evidente, quando consideramos o
conteúdo da epístola. Em seguida é posta em relevo a universalidade da aplicação
da doutrina e dos ensinamentos da epístola, e a autoridade desta sobre todos os
Cristãos, onde quer que eles se encontrem.” (N. Darby, J. – Estudos Sobre a
Palavra de Deus – Actos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos
Coríntios. Pág. 218, Depósito da Literatura Cristã, Lisboa, 1987).

“À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados
santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus
Cristo, Senhor deles e nosso”. (1Cor 1.2 –ACF).

“Invocar é clamar, é pedir, e Paulo declarou que, em todo o mundo, as pessoas
invocavam o nome de Jesus.” (Instituto Cristão de Pesquisas – ICP - Bíblia
Apologética de Estudo – Edição Ampliada - ACF, pág. 1145, SBTB, São Paulo –
Brasil).

 “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para
redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2Timóteo 3.16,17).




                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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    ΑΒΓ∆ΕΖΗΘΙΚΛΜΝΞΟΠΡΣΤΥΦΧΨΩ



                                           ................................................ PG.

PREFÁCIO .................................................................................................................. 07

PREFÁCIO DO AUTOR ............................................................................................ 10

A GRÉCIA ERA ASIÁTICA OU EUROPÉIA?....................................................... 11

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12

DEVEMOS RETER “TRADIÇÕES / PRECEITOS” APOSTÓLICOS ............. 15

A METÁFORA DO VOCÁBULO CABEÇA ........................................................... 16

A DOUTRINA E OS COSTUMES ............................................................................ 22

ENTENDENDO A QUESTÃO DA GLÓRIA ........................................................... 24

O MOTIVO, A CAUSA DO USO DO VÉU .............................................................. 26

DOIS VÉUS, QUAL DELES O CABELO FOI DADO EM LUGAR?................... 29

RESPONDENDO A ALGUM CANDIDATO A CONTENCIOSO ........................ 33

I CORÍNTIOS 11.1, 16 EM HEBRAICO ................................................................. 40

I CORÍNTIOS 11.1, 16 EM GREGO KOINÊ .......................................................... 41

I CORÍNTIOS 11.1, 16 EM PORTUGUÊS .............................................................. 42

CONCLUSÃO .............................................................................................................. 43

SOBRE O AUTOR ...................................................................................................... 44

GLOSSÁRIO ............................................................................................................... 45

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 46



  ‫אבגדהוזחטיכלמנסעפצקרשת‬
                             A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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                               PREFÁCIO


‘Por que as irmãs usam véu?’

Quem é membro de alguma congregação cristã que adota esta prática, no Brasil ou
mesmo no exterior, certamente já fez ou teve que responder a esta pergunta, pois é
freqüente aquele que nos visita ou até mesmo o novo convertido inquirir a este
respeito. É comum ao ouvirem a indagação ouvirem a resposta:

‘Porque é mandamento da Palavra de Deus’.

Na maioria das vezes não contestam e se contentam com a resposta. Acontece que
há casos que esta colocação sofre forte objeção; e quanto mais são os
questionamentos, menos são os argumentos da irmandade – Diante da pergunta
que não se cala, está a resposta que pouco fala – Ao percebermos que nossa
resposta não foi satisfatória, damos conta do seu superficialismo e simplismo;
descobrimos que não convém ter frases prontas, senão a surpresa nos apronta;
reconhecem que é preciso saber mais para responder melhor, como aconselha a
Bíblia:

“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como
vos convém responder a cada um” (Cl 4.6).

A resposta que “convém responder a cada um” não exibe apenas a capa, mas ilustra
a ideia; não mostra só o título, mas expõe conteúdo, pois não devemos dar como
resposta um texto e desconhecer o contexto.

Deixemos de superficialidade, uma resposta à altura tem profundidade. Para
temperar nossas palavras, este estudo nos fornece o ‘sal’, ao expor clara, objetiva e
apologeticamente... “A Doutrina Bíblica do Uso do Véu”.

Este edificante estudo é uma benção para toda a irmandade, ao concluí-lo saberá
dar, à pergunta inicial, a ‘resposta que convém’.


                        Ricardo Alexandre Pereira da Cruz

                                  Jaboticabal - SP




                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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Para mim, foi um enorme prazer prefaciar esta obra prima escrita pelo Romário.
Ao ter contato com o conteúdo neste livro, foi como fazer uma viagem aos tempos
primitivos onde as igrejas levavam a sério as palavras do Apóstolo Paulo:

“Tem cuidado de ti e da doutrina” (1Timóteo 4.16).

Tive a oportunidade de acompanhar através de alguns vídeos a forma apologética
como Romário atua tenazmente e com muito zelo, quando o assunto é a sã
doutrina contida nos Cânones Bíblicos. Defensor incansável das verdades
expressas nas Sagradas Escrituras, o autor não poupou esforços em pesquisas e na
exegese parafraseada para melhor aproveitamento do leitor desta obra. Após ler
este livro, posso afirmar que seu conteúdo é verdadeiro e fidedigno, e, além de
esclarecer a alguns, também irá abençoar a muitos que não dominam com
honestidade as palavras contidas na Bíblia Sagrada.

Evangelista Daniel Alves Pena

Diretor executivo da revista Fundamento Cristão, Teólogo, Escritor e ex-
coordenador do pólo de Ciência e tecnologia para sistemas moveis da Prefeitura de
Duque de Caxias, Rio de Janeiro.




                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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O uso do véu por parte das mulheres cristãs em ocasiões previstas na primeira
epístola paulina aos coríntios, não possui primazia na mesma semelhança de outros
preceitos1 prescritos na Palavra de Deus para observância da igreja de Cristo. Os
preceitos primários dizem respeito à salvação ao passo que os secundários regulam
a conduta dos fieis na adoração, assim como nos procedimentos do convívio
externo frente ao mundo corrompido. Mas, isso não implica que os preceitos
secundários são facultativos ou ainda desprovidos de qualquer valor espiritual em
sua prática. O centro da Palavra de Deus, como sabemos, não é o uso do véu em si,
mas Cristo que verteu Seu sangue no duro madeiro da cruz em favor das nossas
almas para imputar justiça na vida de todo aquele que nEle crer (Romanos
3.21,22).

No entanto, não podemos, ao bel prazer, relegar essa conduta à margem das nossas
interpretações particulares sobre o que devemos ou não devemos ter como regra
de fé e prática no tocante aos ensinos da Palavra de Deus para seus fiéis.
Indubitavelmente, a salvação é exclusivamente pela graça de Deus, mediante a fé
na obra expiatória que Cristo realizou no duro madeiro da cruz e em sua
consequente ressurreição para justificação de todo aquele que nEle crer. Posto isto,
devemos ter em mente que somos justificados pela fé para praticar a perfeita lei de
Cristo.

Muitos grupos dentro da cristandade, infelizmente, não satisfeitos em jogar para
escanteio preceitos Bíblicos de caráter litúrgico, estão de igual modo, abrindo mão
de outros ensinos escriturísticos, tais como, a prática do batismo em águas, Santa
Ceia, a abstenção da carne sufocada, do sangue e da fornicação.
A partir disso, começam a se fundamentar em um evangelho anarquista tendo
como principal premissa a não observância dos mandamentos do Senhor Jesus,
preceitos ensinados pelos apóstolos mediante o Espírito Santo, mesmo sabendo que
nas Escrituras foram reservados momentos em que todos os temas supracitados -
dentre tantos outros - foram devidamente tratados de maneira prescritiva para a
igreja, sendo que, para todos os cristãos, de todos os lugares e épocas, enxergar tais
ordenanças como mandamentos do Senhor denotaria, no mínimo, caráter
obediente de quem o faz.

Quem determina ensino Bíblico ao povo, a autoridade denominacional ou a
Escritura? (2 Timóteo 3.16,17).

Ao ter contato com o presente trabalho do irmão Romário, sobre tal preceito,
notamos a diligência presente em seus escritos ao colocar nos devidos trilhos a
importância de se obedecer a este ensino contido nas Escrituras: - O uso do véu
pelas mulheres e o desuso pelos homens durante reuniões cristãs. Não somente este
ensino, como também tantos outros já dantes revelados por Cristo à igreja
mediante Sua santa e Infalível Palavra e que, apesar de não terem sido tratados de
forma direta nesta obra, nos abre a mente para o conhecimento de que toda e
qualquer doutrina puramente Bíblica, deve ter o seu devido valor no seio da igreja.

                                            Hélio Marques


1
    Preceito, em hebraico “paqud”, tal vocábulo é sinônimo de mandamento, estatuto, ordenança, lei.

                          A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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                         PREFÁCIO DO AUTOR

Paz, da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. De início,
peço perdão ao prezado (a) leitor (a) pela falta de acentuação nos caracteres gregos
contidos na presente obra. “Sabemos que os manuscritos do Novo Testamento
(papiros e lecionários) foram produzidos sem acentuação.”
(H. Dobson, John. Aprenda o Grego do Novo Testamento. Pág. 10. 1ª Edição, 1994.
Rio de Janeiro, Brasil. CPAD).

Para aqueles irmãos que procuram dar respostas satisfatórias às várias perguntas
e/ou questionamentos levantados sobre o tema abordado, este opúsculo fornece
argumentos sólidos; motivo primordial que me levou a preparar tal artigo para
auxiliar os nossos irmãos. Pensei em elaborar no término deste trabalho, junto à
mesma, um pequeno questionário contendo perguntas e respostas. Todavia, pelo
fato de o texto ser claríssimo como cristal e, para um bom entendedor, creio não
ser necessário; afinal, a matéria é elaborada versículo por versículo. Embora não
possa a mesma estar cobrindo a todas as perguntas levantadas (o que seria
impossível), creio que grande parte delas são respondidas aqui à luz da Palavra de
Deus; não obstante, embora tenhamos unicamente a Bíblia como única regra de fé
e prática, incluí ao presente trabalho citações de eruditos, obras acadêmicas.

Para os versículos (em português) contidos no presente artigo, foi utilizada a Bíblia
Almeida Corrigida e Fiel (ACF) da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil
(SBTB). Tal Bíblia segue fielmente o Textus Receptus, texto grego utilizado por
João Ferreira de Almeida em sua versão de 1681 para a língua portuguesa.
Destarte, como dito anteriormente, o leitor poderá contemplar por si mesmo no
decorrer das primeiras páginas que o presente comentário é elaborado “versículo
por versículo” (contextualmente), o que facilitará a compreensão.
Que fique esclarecido ao querido leitor: - Não escrevi em nome de alguma
denominação, o presente artigo é de minha inteira responsabilidade e trata-se de
uma pequena demonstração Bíblica em apologia da nossa fé. Em momento algum
abordo o uso do véu na igreja como mandamento pertinente à Soteriologia, mas a
um mandamento litúrgico (cúltico), de ordem e “dever” (1Cor 11.10)!
Permito que se faça cópia deste opúsculo apenas na forma digital (indicando a
autoria) e seja divulgado GRATUITAMENTE, aprecio o desinteresse de Paulo:
[...] “pois não busco o que é vosso, mas sim a vós.” (2Cor 12.14).
Que esta matéria possa ser uma bênção, servir de apoio a nossos irmãos e para
engrandecimento do nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou
extremamente grato a Deus por me ter compelido a escrever sobre o tema
supracitado, pela força a mim concedida e por ter preparado o coração da minha
esposa dando-me ânimo em prosseguir até o fim.

“‫ - א ָל ָאָ ָם ָרוּחִי ִָין ֶת־ ַכּׁל ְאוׁתוׁ לׂא־ִָין ִשׁ‬Mas o que é espiritual discerne
  ‫יד א‬               ‫ֲ ב ה ד ה ָ נ יד א ה ו‬
bem tudo, e ele de ninguém é discernido.” (1Cor 2.15).

                              Romário Neves Cardoso

                       Brasil - Minas Gerais - 08/02/2011.



                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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A GRÉCIA ERA ASIÁTICA OU EUROPÉIA?

Segundo Giordani, a Grécia antiga em sua expansão continental pode ser dividida
em “Grécia Setentrional, Grécia Central e Peloponeso.” Como este opúsculo toma
por base a carta paulina destinada primeiramente à igreja em Corinto sendo
estendível também aos cristãos em todos os lugares (1Cor 1.1,2), dedico-me em
provar citando documentos que o uso do véu se estendia a todas as igrejas cristãs.
No período apostólico a cidade de Corinto era a capital da Acáia, cidade comercial
muito importante localizada na extremidade ocidental, no istmo, na Grécia
européia.

Certo apologista, na tentativa de transmitir a ideia de que o mandamento do uso
do véu era algo pertinente a Ásia, chegou a afirmar que a Grécia era Oriental,
procurando amparo para suas ideias citando “GRÉCIA – BERÇO DO
OCIDENTE”, edições DelPrado; o mesmo apontou a página 18, onde diz:

 “De quando em quando na história, a Grécia parece ter pertencido ao Oriente; na
verdade, deveríamos lembrar-nos de que, desde o século VII a. C. até 1920, a costa
ocidental da Ásia foi predominantemente grega.”

Com base nessa declaração incerta, passou a afirmar erroneamente que a Grécia
era oriental no período antigo, nada mais longe da verdade, afinal, o autor ali não
afirmou nada, apenas manifestou uma dúvida pessoal e isto é patente... “a Grécia
PARECE ter pertencido ao Oriente” (ênfase minha). Nada há de afirmativo aí, o
termo PARECE foi colocado pelo autor propositadamente para exprimir dúvida,
incerteza. Além de duvidoso, qualquer leitor – possuindo o livro – saberá que o
título da devida passagem não aponta a Grécia antiga como pertencente ao
Oriente, mas à Europa, o tema é claríssimo pelo título: O LUGAR DA GRÉCIA
NA EUROPA. Não pára por aí, a pág. 91 também contradiz o dito apologista;
antes de o mesmo fazer tal declaração apoiando-se no livro supra, deveria ter lido
também, o PREFÁCIO, página 10, há uma advertência do autor, veja o que diz:

“Ocasionalmente, durante a revisão, não levei em linha de conta conselhos sábios,
entusiasmando-me, talvez, demais. Peço, portanto, ao leitor que não tome este livro
como oráculo perfeitamente respeitável e eficiente.” (Grécia – Berço do Ocidente,
Edições DelPrado, pág. 10)

Devemos ser cautelosos em manusear corretamente os livros para não passar
interpretação incorreta e forçada às pessoas, o fato de os gregos haverem migrado
para a costa da Ásia menor formando cidades coloniais, em nada muda a origem
européia dos gregos, afinal, os gregos dessas colônias mantinham estreito laços com
sua metrópole na Europa, tanto os povos gregos e romanos que habitavam na Ásia
como dominadores, em nada podem ser considerados orientais.

Absurdo dos absurdos é afirmar que a cidade de Corinto foi asiática, a mesma
sempre foi européia, prova-se isso lendo o que encontra registrado na própria
história, o que é fato resolvido e indiscutível. Os estudiosos da questão não
concordam com o tal apologista, afinal, neste caso, o mesmo está na contramão da
geografia antiga, como prova, cito Joseph Rhymer:

                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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“Enquanto os persas expandiam seu império do oceano Índico às praias do
Mediterrâneo, não conseguiam resistir à tentação de estender seu domínio ainda mais
em direção a oeste na Europa, invadindo a Macedônia e a península grega. Foi a
mais séria ameaça que os Estados gregos receberam antes da expansão de Roma e,
durante algum tempo, os gregos esqueceram as inimizades internas para se unirem
contra os invasores persas.” (Rhymer, Joseph. Atlas Ilustrado do Mundo Bíblico,
pág. 68. Melhoramentos/Círculo do Livro, São Paulo – Brasil). (o sublinhar é meu).

Destarte, a Grécia é o berço da civilização européia e ensinou à Europa o que é
democracia, um pouco mais sobre História Universal:

“A Grécia ensinou à Europa o que é democracia. Já foi dito com justeza, a história
das antigas civilizações asiáticas é uma história de dinastias, ao passo que a das
antigas civilizações européias é uma história de povos, governando-se por si.” (Lima,
Oliveira. História Universal – História da Civilização, Vol. 1, 15ª Edição, Revista,
pág. 68. Edições Melhoramentos. São Paulo, Brasil).

Gostaria de salientar, que o domínio grego em regiões asiáticas em nada muda a
origem européia dos gregos, da mesma forma que o domínio dos romanos na Ásia
em nada modificou a origem dos tais. De fato, segundo conta-nos a “História da
Grécia – Antiguidade I”, a expansão grega pode ser distinguida com os seguintes
grupos de colônias de acordo com a localização geográfica das mesmas: “Colônias
Orientais e Setentrionais; Colônias Ocidentais; Colônias Meridionais.”
Sobre a língua grega, esta possui origem indo-européia, sendo de origem européia
“o grego, o itálico, o céltico, o báltico, o eslavo, o germânico, o albanês. O asiático
compreende o índico, o irânico, o armênio, o hitita, o tocariano.” (Giordani).
Concentrar-me-ei, nesta apologia, de um modo geral, em defender o ensino
conforme estampado em 1Cor 11.1,16, pois me é incumbido, a bem da verdade,
desfazer algumas falácias, erísticas propagadas no meio evangélico obscurecendo o
ensino doutrinário taxando-o de ordem puramente local, um suposto costume
‘asiático’, o que não é verdade. Os que assim procedem, transferem a autoridade
das Escrituras para suas interpretações pessoais, tendenciosas, investindo-as de
uma autoridade normativa em vez de deixar a Palavra de Deus exercer esse papel
na vida dos cristãos em todos os lugares (1Cor 1.1,2).

Assim, o primeiro epistolário de Paulo apóstolo aos Coríntios não contemplava
apenas um lugar específico, mas um círculo muito maior de cristãos em todos os
lugares, motivo de encontrarmos registros até mesmo na longínqua Roma, cristãos
primitivos em obediência ao mandamento do uso do véu, a carta de Paulo aos
coríntios circulava entre as igrejas até mesmo no coração do Império Romano.
Temos prova no registro da história, nos escritos de Clemente de Roma, um
presbítero do século I, este escreveu uma missiva à igreja de Corinto relembrando
a mesma sobre o que Paulo lhes havia escrito em 1Coríntios, que a praticassem.
Ora, que as mulheres gregas não tinham o costume de cobrir a cabeça, o próprio
CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisa) reconhece em estudo, o que vem a
denotar que o apóstolo divergia em seus escritos do costume grego. Também, que
homens judeus e romanos cobriam a cabeça é assunto resolvido, isso também
denota que Paulo não estava de acordo com os costumes judaico e romano, pois ele
proíbe que no culto o homem esteja com a cabeça coberta (1Cor 11.7).


                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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Os escritos paulinos rompem fronteiras, ultrapassam barreiras culturais, regulam
comportamentos inadequados onde quer que sejam encontrados, costumes
desordenados se alinham no mais excelente e perfeito padrão de vida, tornando
homens ímpios em conversos cristãos para ser luz do mundo e sal da terra.
Verdadeiramente, a primeira carta do apóstolo Paulo aos coríntios foi escrita da
Ásia (Éfeso) para a Europa (Corinto). Alguns apologistas evangélicos advogam que
o apóstolo Paulo sempre pregou o respeito aos costumes da época e dos devidos
lugares, embora isso seja verdade em alguns aspectos, em outros não o são. Pois,
segundo o que ele mesmo escreveu pela autoridade com que foi investido, reprovou
certos costumes da época e de lugares, e isso entre os gregos, judeus e romanos,
vejamos algo a respeito numa obra erudita:

“O véu cobria a cabeça, e não o rosto. Era, ao mesmo tempo, símbolo da
subordinação da mulher ao homem e do respeito que a mulher merece. As mulheres
cristãs de Corinto, no entanto, mui naturalmente estavam seguindo os costumes das
mulheres gregas, as quais conservavam a cabeça descoberta quando adoravam. Por
conseguinte, Paulo assevera que é vergonhoso uma mulher cristã orar ou profetizar
na igreja com a cabeça sem véu. Por outro lado, Paulo se manifesta contrariamente à
prática dos homens judeus e romanos, os quais oravam com a cabeça coberta, e
ordena que os varões crentes orem e profetizem de cabeça descoberta, como sinal da
autoridade de que estão investidos.” (H. Gundry, Robert. Panorama do Novo
Testamento, pág. 314. 2ª edição, 1998. São Paulo, Brasil. Vida Nova).

Como se pode ver, Paulo se manifestou CONTRARIAMENTE ao costume dos
judeus, dos gregos e romanos, a Escritura PROIBIU tais costumes nas igrejas
cristãs em suas respectivas culturas, Com efeito:

 “Quando uma prática aceita fazia parte de uma cultura pagã e a Escritura proibia
tal prática, com toda probabilidade será proibida também em nossa cultura,
especialmente se o mandamento está alicerçado na natureza moral de Deus.” (A.
VIRKLER, HENRY - Hermenêutica Avançada – Princípios e Processos de
Interpretação das Escrituras, pág. 175. 10ª reimpressão. São Paulo, Brasil. Vida).

Também, o apóstolo Paulo pregava nas sinagogas, ali se ajuntavam tanto judeus
quanto gentios prosélitos, muitos gentios se converteram nas sinagogas ao ouvirem
a pregação de Paulo. Para não tirar um pouco do sabor com adiantamentos,
recomendo uma leitura atenciosa, para que o ilustre leitor possa compreender a
linha de raciocínio gramatical, histórica e teológica desta obra. Seguindo este
conselho, o leitor irá ampliar o devido conhecimento e entendimento desta
APOLOGIA CRISTÃ. Os argumentos infundados do CACP e muitos outros
formulados por pastores de várias organizações religiosas, são refutados aqui. É
com lamentos que certa liderança publicou no órgão oficial de sua igreja que a
Bíblia está ficando em ‘segundo plano’ em suas reuniões litúrgicas, que seus
membros estão se acostumando a ouvir e disseminar ensinos espúrios sem ao
menos confrontá-los com a Palavra de Deus. Neste livro, confronto as falácias de
certos pastores, demonstrando que tais argumentos são incompatíveis ao ensino da
Palavra de Deus.




                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU




INTRODUÇÃO

As igrejas cristãs de todas as épocas e em todos os lugares são concordantes em
afirmar que o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é a “cabeça da igreja de Deus”.
Esse mesmo ensino pode ser contemplado nas cartas de Paulo às igrejas (Rm 12.5;
I Cor 12.13,27; Cl 1.18). Todas as denominações cristãs professam essa fé,
entretanto, pergunto: Em que passagem das Escrituras essa mesma
doutrina/ensino é explicado dando esclarecimento tão profundo em seu
significado? - A resposta a esta pergunta está em I Coríntios 11.1,16.

Paulo, o apóstolo dos gentios, por intermédio de Timóteo fez saber aos cristãos de
Corinto como também aos de todos os lugares o ensino (no singular) em cada
igreja (I Cor 4.17), que Cristo Jesus era (e sempre será) a única cabeça da igreja.
O ensino do uso do véu pelas irmãs deve ser não somente aplicado, pois também é
do interesse de Deus que seus filhos saibam (I Cor 11.3) a importância do símbolo e
seu significado doutrinário existente em I Coríntios 11.1,16, e o que isso representa
para Deus, para os anjos e para a igreja de Cristo.

Pelo fato de ocupar mais da metade do capítulo onze, tratando somente do assunto,
o ato do homem estar com a cabeça descoberta ao passo que a mulher cobre a sua,
afinal, na concepção Divina o que isso representa, o que estamos dizendo ou
proclamando quando obedecemos e/ou desobedecemos tal mandamento? - É isso
mesmo o que veremos logo a seguir. Antes de examinarmos I Coríntios 11.1,16
devemos ser cautelosos, pois que tal epístola também era estendível aos cristãos
EM TODOS OS LUGARES:

“Eu, Paulo, que fui chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Cristo Jesus,
escrevo, junto com o irmão Sóstenes, esta carta à igreja de Deus que está na cidade de
Corinto. Escrevo a todos os que, pela sua união com Cristo Jesus, foram chamados
para pertencerem ao povo de Deus. Esta carta é também para aqueles que em todos
os lugares adoram o nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.”
(Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH – 1Cor 1:1, 2 – SBB).

                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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Esta verdade está tão clara na introdução da carta, que os respectivos ensinos
contidos não deixam espaço para sofismas acerca da UNIVERSALIDADE dos
ensinamentos ali descritos, vejamos uma nítida explicação nas palavras do exegeta
J. N. Darby:

 “Paulo era apóstolo pela vontade de Deus, e nesse facto residia a sua autoridade,
embora o mesmo se desse quanto aos outros apóstolos. Fora o mesmo chamamento,
que fez dos de Corinto Cristãos, que fizera dele um apóstolo. Ao dirigir-se à igreja de
Corinto, junta a expressão característica de <<santificados em Cristo Jesus>>,
palavras cuja aplicação é evidente, quando consideramos o conteúdo da epístola. Em
seguida é posta em relevo a universalidade da aplicação da doutrina e dos
ensinamentos da epístola, e a autoridade desta sobre todos os Cristãos, onde quer que
eles se encontrem.” (N. Darby, J. – Estudos Sobre a Palavra de Deus – Actos dos
Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos Coríntios. Pág. 218, Depósito da
Literatura Cristã, Lisboa, 1987).

E mais: “O versículo 2 ensina-nos que a carta contemplava um círculo maior do que
a igreja local: “Todos os que em todo lugar invocam o nome...” (S. E. McNair. A
Bíblia Explicada, pág. 416, 8ª Edição 1992, CPAD, Rio de Janeiro – Brasil).

Se alguns negam a universalidade da aplicação da doutrina e dos ensinos descritos,
isso se dá por ignorância ou incredulidade, para nós esse chapéu não serve.

De fato, o estudo da filologia diz o que segue no tocante ao verso 2: (...) “amplia a
indicação do destinatário, ou seja, algo como: junto com estes, todos os que invocam
o nome do nosso Senhor.” (Haubeck, Wilfrid; Siebenthal, Heinrich Von. Nova
Chave Linguística do Novo Testamento Grego, pág. 999, Edições
Targumim/Editora Hagnos, São Paulo – 2009).


                          - I CORÍNTIOS 11. 1, 16 –

  DEVEMOS RETER “TRADIÇÕES / PRECEITOS” APOSTÓLICOS

:‫1.11 - ְכוּ בּע ְבוֹ ָי כּ ֲשׁר ַם־אִי הׁלך בּע ְבוֹת ה ָשׁיח‬
 ַ ִ ‫ַמּ‬    ‫ל ְ ִקּ ת ַא ֶ גּ ֲ נ ֵ ְ ְ ִ קּ‬
‫2.11 - ְ ַל־זׁאת אִי ְשׁ ַח את ֶם‬
 ‫ֲנ מ ַ בּ ֶ ְכ‬         ‫וע‬
:‫א ָי כּי־ְכר ֶם א ִי ַכֹּל ִשׁ ֹר ֶת־הקּ ָלוֹת כּ ֲשׁר מסר ִי ל ֶם‬
  ‫א ֶ ָ ַ ְ תּ ָכ‬      ‫זַ ְ תּ ֹ ת בּ ל ְ מ א ַ ַב‬          ‫ֶח‬
11.1 - µιµηται µου γινεσθε, καθως καγω χριστου.
11.2 − Επαινω δε υµασ, αδελφοι.οτι παντα µου µεµνησθε, και κατως
παρεδωκα υµιν τας παραδοσεις κατεχετε.
11. 1 – Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.
11. 2 – E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os
preceitos como vo-los entreguei.

Nos versos 1 e 2, é apresentado a necessidade de imitarmos o apóstolo em seu zelo
de seguir o Cristo, devemos imitá-lo nesse zelo em seguir o Senhor Jesus, nosso
modelo santo e perfeito.



                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
16


Exortando ainda, deu-lhes o dever de reter, preservar (Gr. κατεχω), segurar firme
não abrindo mão dos preceitos ou tradições* (gr. παραδοσις = tradição), que é o
mesmo que receber e transmitir à geração seguinte.

Os mesmos ensinamentos recebidos devem ser transmitidos do mesmo modo como
foi entregue pelo ancião/embaixador/πρεσβευω (Ef. 6.20) do Senhor Jesus. O
vocábulo grego παραδοσις* é derivado de παραδιδωµι (dar, entregar, transmitir),
a Bíblia Sacra Vulgata diz “tradidi”, tal palavra é um pretérito perfeito de “trado”
(dar em mão, entregar, passar a outro, confiar, dar).

Assim, Paulo recebeu do Senhor e transmitiu à igreja. No tocante ao termo plural
“tradições”, Paulo aplicou-a – além do corpo doutrinário - em duas direções, em
particular, ao uso do véu e à Ceia do Senhor explicados em um único capítulo.

O Dr. Aníbal Pereira Reis (ex-padre), reconhecido pelo “O Jornal Batista” de
27/09/1970, como um dos mais “extraordinários pregadores” batista já conhecido,
em seu livro “O Vaticano e a Bíblia”, combate tenazmente a teologia Católica
Romana. Sobre as tradições apostólicas (1Cor 11.2; 2Tess. 2.15) mencionadas na
Palavra de Deus, o Dr. Aníbal diz o que segue:

“O significado da palavra <<tradições>> nesse texto não é sinônimo da tradição no
conceito católico. Lá no original grego, o termo é paradoseis que tem o significado de
doutrina ou ensinamentos para o caso. Paradoseis é o conjunto das doutrinas ou o
depósito exposto por Paulo aos fiéis. Este depósito que ele não recebeu de nenhum
dos doze e de ninguém, mas diretamente de Jesus Cristo (Gálatas 1:9, 11 e 12).
(Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a Bíblia, pág. 30. Edições Caminho de
Damasco, 1969, São Paulo – Brasil).

Não se deve negar a doutrina: “παρα−δοσις tradição (isto é, a doutrina transmitida
como normativa).” (Haubeck, Wilfrid; Siebenthal, Heinrich Von. Nova Chave
Linguística do Novo Testamento Grego, pág. 1024, Edições Targumim/Editora
Hagnos, São Paulo – 2009).

O termo engloba doutrina, no Dicionário Bíblico John L. Mckenzie, pág. 944,
lemos o seguinte:

“A fé cristã se torna objeto da tradição. Isso é afirmado explicitamente a respeito da
instituição da eucaristia (1Cor 11,23) e na exposição concisa do evangelho* em 1Cor
15,3ss; o termo sugere que Paulo aí está usando fórmulas fixas para estas narrativas.
O termo também é aplicado ao que é evidentemente o mais geral na doutrina paulina
(1Cor 11,2), seu ensinamento sobre o Dia do Senhor (2Ts 2,15) e sobre as regras de
conduta (2Ts 3,6), que os fiéis devem observar firmemente. A tradição inclui a fé (Jd
3) e “o santo mandamento” (2Pd 2,21).”

O termo “receber” correspondente à Ceia do Senhor em 1Cor 11.23, também
indica tradição: “A palavra corresponde ao termo técnico no rabinismo, quibbel, que
significa receber a tradição” [...]. (Rienecker, Fritz; Rogers, Cleon - Chave
Lingüística do Novo Testamento Grego, pág. 315. 1ª edição em português, 1985.
São Paulo, Brasil. Vida Nova).


                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
17


Portanto, o termo grego παραδοσις (tradição) é usado em 1Cor 11,2 como sendo
“o mais geral na doutrina paulina”, apontando também para a Ceia do Senhor.
Continuando, na versão original em português de João Ferreira de Almeida, ano
de 1681, ele não traduziu παραδοσις como “preceito”, mas como ORDENANÇA,
confira: “Ora irmaõs, louvo vos de que em tudo vos lembraes de my, e guardaes as
ordenanças affi como volas dei.” (A OS CORINTHIOS. Cap. XI, pág. 357).
Fonte: http://purl.pt/12730/1/P374.html.

Em lugar de tradições, a Tradução Brasileira (TB) traduz para “ENSINOS”.
Correspondendo a isso, o texto em hebraico traz o vocábulo “qabalot” (‫ )קּ ָלוֹת‬para
                                                                            ‫ַב‬
tradições, o que corresponde às “instruções” designadas pelo Senhor. Sendo
assim, há uma perfeita harmonia entre os termos “tradições, preceitos, ensinos e/ou
instruções”. Preceitos são mandamentos designados por Deus ao seu povo, esse
povo desde tempos antigos reconhece que todos os preceitos são mandamentos de
Deus, é o que se encontra em antigos escritos rabínicos. A título de ilustração, crer
em Deus (fé) é o primeiro preceito/mandamento positivo presente na Torah.
Vejamos tal afirmação na obra do maior rabino da idade média, o ‘Rambam’, rabi
Moshé ben Maimon (1135/1204):

“Por este preceito somos ordenados a crer em Deus, ou seja, a acreditar que há um
Agente Supremo que é o Criador de tudo o que existe. Ele está expresso em Suas
palavras, enaltecido seja Ele, “Eu sou o Eterno, teu Deus, que te tirei da terra do
Egito etc” (Êxodo 20:2).
  No final do tratado Macot está dito: “Seiscentos e treze preceitos foram
comunicados a Moisés no Sinai, como diz o verso ‘ A Lei que nos ordenou Moisés’
(Deuteronômio 33:4)”; ou seja, ele nos ordenou obedecer a tantos preceitos quantos
há na soma das letras-número TORAH.” (Maimônides, Os 613 Mandamentos, pág.
85, 2ª Edição: 1990, Nova Stella Editorial Ltda. São Paulo, Brasil).

Muitos evangélicos dizem que o uso do véu não é mandamento, dizem isto por
desconhecerem o significado do vocábulo preceito, apenas um esclarecimento para
os desinformados: “Preceito: Mandamento, regra.” (S. Boyer, Orlando. Pequena
Enciclopédia Bíblica, pág. 504. Editora Vida. 26ª impressão, 1998, São Paulo.)

Explicado a compreensão do plural “preceitos”, no contexto cristão - sem nenhum
esforço - conclui-se que são mandamentos recebidos e transmitidos, portanto,
tradições apostólicas!



                A METÁFORA DO VOCÁBULO CABEÇA


 ‫3.11 - אַך ח ֵץ אָֹ ִי שׁתּ ְעוּ‬
   ‫ְ ָ פ נכ ֶ ֵ ד‬
:‫ִי־ ֹאשׁ ָל־ ִישׁ ה ָשׁיח ְרֹאשׁ ה ִשּׁה ה ִישׁ ְרֹאשׁ ה ָשׁיח הוּא ה ֱלֹ ִים‬
   ‫ָא ה‬        ַ ִ ‫ַמּ‬       ‫ָא ָ ָא ו‬       ‫כּ ר כּ א ַמּ ִ ַ ו‬
11. 3 - θελω δε υµας ειδεναι, οτι παντος ανδρος η κεφαλη ο χριστος εστι
κεφαλη δε γυναικος, ο ανηρ κεφαλη δε χριστου, ο Θεος.
11. 3 – Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a
cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.

                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
18



Principiando a aplicação do ensino, Paulo, sob a atuação do Espírito Santo revela
que a vontade de Deus é que “saibamos,” isto é, não sejamos ignorantes no
conhecimento do significado existente naquilo que Ele havia ordenado.
O primeiro significado importante está na metáfora* do vocábulo “cabeça” (gr.
κεφαλη); nesta metáfora de cabeça se entende e é interpretado por “chefia,
autoridade”.

Assim, Cristo é a autoridade (cabeça) de todo o homem, e o homem a autoridade
(cabeça) da mulher; e Deus a autoridade (cabeça) de Cristo. Em conformidade ao
sentido do vocábulo “cabeça”, vejamos o que afirma o Dicionário Teológico:

[...] “No Novo Testamento, a palavra é usada para ilustrar a soberania de Cristo
sobre a igreja (Ef 1.10; 5.22-23). Salientemos, porém, não ser o Senhor Jesus a
cabeça apenas da igreja; Ele o é também de todo o universo. Eis porque, no
Apocalipse, apresenta-o João como o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16)”.

O vocábulo “cabeça”, na Bíblia Sacra Vulgata, corresponde a “caput” (auctor
d’uma coisa, chefe, cabeça, pessoa principal), os versos seguintes estão
entrelaçados a este mesmo versículo (3).

:‫4 .11 - ָל־ ִיש ֲשׁר ִתפּ ֵל אוֹ ִתַ ֵא ְרֹשׁוֹ מכ ֶה מבֶה הוּא ֶת־רֹאשׁו‬
        ‫א‬      ‫ְ ֻסּ ְ ַזּ‬     ‫י ְ נבּ ו‬     ‫כּ א א ֶ י ְ ַלּ‬
11. 4 − πας ανηρ προσευκοµενος η προφητευων, κατα κεφαλης εχων,
καταισχυνει την κεφαλην αυτου.
11. 4 – Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a
própria cabeça.


Neste verso, é ensinado pelo Espírito Santo que TODO o homem (se casado ou não)
que ora ou profetiza tendo coberta a cabeça (física) está a desonrar a sua própria
cabeça (chefia).

Sendo, portanto, “cabeça” símbolo de autoridade, o homem cobrindo-a estará com
isso escondendo ou ocultando - metaforicamente – quem exerce autoridade sobre
si, isto é, CRISTO (verso 3).

Estará o homem proclamando – metaforicamente - que a autoridade que Cristo
exerce sobre ele está coberta, escondida e que essa mesma autoridade é
desconhecida por ele, na igreja está expondo Cristo à desonra (gr. καταισχυνω =
confundir, humilhar, desonrar, envergonhar).

Desse modo, pergunto: Quem estará exercendo a autoridade/chefia no culto no
caso de a autoridade de Cristo ser coberta/ocultada/escondida?

Isso denota outra (gr. ετερος) autoridade (cabeça) descoberta na igreja que não
seja Cristo. Assim, será bom voltarmos ao verso 3 e lermos... “Mas quero que
saibais”.




                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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‫5.11 - ְָל־ ִשּׁה ֲשׁר תּתפּ ֵל אוֹ תתַבּא‬
  ‫ִ ְנ‬      ‫וכ א ָ א ֶ ִ ְ ַ לּ‬
:‫ְרֹאשׁהּ ָוּע מבָה ִיא ֶת־רֹאשׁהּ ַַן בֶּה ִיא ְמוֹ מֻלּ ָה‬
  ‫ָ יע ָ ז ה כּ ְ ג ָ ח‬            ‫ו ָ פ ַ ְ ַזּ ה א‬
‫6 .11 – ִי ה ִשּה ִם־לֹא תתכּ ֶה ַם‬
 ‫ִ ְ ַסּ גּ‬           ‫כּ ָא ָ א‬
:‫תּתַלּח ְ ִם־בָּיוֹן הוּא ל ִשּׁה להכּ ֵם אוֹ להתַלּח תּתכּ ֶה‬
  ‫ְ ִ ְ גֵּ ַ ִ ְ ַסּ‬   ‫ָא ָ ְ ִ ָס‬     ‫ִ ְ גּ ַ ַ וא זּ‬
11. 5 πασα δε γυνη προσευχοµενη η προφητευουσα ακατακαλυπτω τη κεφαλη,
καταισχυνει την κεφαλην εαυτης εν γαρ εστι και το αυτο τη εξυρηµενη.
11. 6 - ει γαρ ου κατακαλυπτεται γυνη, και κειρασθω ει δε αισχρον γυναικι το
κειρασθαι η ξυρασθαι, κατακαλυπτεσθω.
11. 5 - Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a
sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.
11. 6 – Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para
a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.


Dando prosseguimento, o Espírito Santo nos transmite um ensino muito
importante, o qual devemos analisar com cuidado para que em nada venhamos
ofender a Deus e sua Sabedoria (I Cor.1.30). O contexto não aponta o estado civil
do homem ou da mulher, se casados, viúvos ou solteiros. Afinal, a oração e profecia
não estão vinculadas somente às casadas, mas também às solteiras e viúvas, por
isso a Escritura diz: “Toda a mulher” orando ou profetizando com a cabeça
descoberta, denota estado de desonra perante Deus, Autor primário de tal ensino.
O Senhor em sua onisciência não nos deixou um estatuto imperfeito. Mas TODA
(totalidade) a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta está a
“desonrar” (lat. deturpare = desfigurar, deturpar) a sua própria cabeça, isto é, o
homem. Assim, a mulher estará proclamando através desse ato externo que está a
desonrar o varão (sua cabeça) e glória de Deus (ICor 11.7).

Sendo assim, impera uma desordem onde deveria imperar a ordem, isso enfatiza a
necessidade de a mulher cobrir a sua cabeça como reconhecimento de uma única
cabeça descoberta na igreja, caso contrário, a reunião de adoração que deveria ser
para honra e glória de Deus tornar-se-á em desonra e ausência de glória.
Quem afirma isso é a Escritura única regra de fé e prática e não o servo de Deus
que faz este comentário; anteriormente foi feito uma pergunta sobre quem estaria
exercendo a autoridade no culto quando o homem cobre a sua “cabeça”
(autoridade = Cristo).

A resposta, é que no ato do homem COBRIR a sua cabeça (autoridade = CRISTO)
e a mulher DESCOBRIR a sua cabeça (autoridade = HOMEM), indubitavelmente
a própria Escritura revela que a cabeça da mulher descoberta é quem estará
assumindo a autoridade no culto enquanto a cabeça (autoridade = CRISTO) do
homem estará coberta, ocultada, não revelada; e, para piorar ainda, a mulher
estará manifestando a glória do homem (verso 7) e sua própria glória, pois o cabelo
comprido(verso 15) é glória ( gr. δοξα = honra, glória) para ela.
Assim, autoridade e glórias humanas estarão sendo manifestas no ajuntamento do
povo de Deus onde deveria prevalecer e ser manifesta somente uma glória e
autoridade; isto é, a glória de Deus e autoridade de Cristo que foram cobertas no
ato do homem cobrir a sua cabeça. Ficaria incompleta esta matéria se não fosse
exposta aqui uma questão:

                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
20

Quando HOMEM e MULHER, ambos se apresentarem com a cabeça
DESCOBERTA, fica evidente que DUAS CABEÇAS (autoridades) estão
descobertas assumindo o governo e autoridade sobre o corpo (igreja), isto é, duas
cabeças em UM corpo! Isso cheira a Catolicismo Romano, onde o papa (homem) se
diz ‘cabeça’ daquele grupo religioso. Quanto a isso, o Senhor nosso Deus foi claro
ao ordenar à mulher COBRIR a cabeça (autoridade do homem) e o homem estar
com a sua cabeça (autoridade = Cristo) DESCOBERTA. Ele, o Senhor, instituiu
somente UMA cabeça sobre o corpo (igreja) que segundo o verso 3 é CRISTO
JESUS, NOSSO SENHOR, ninguém mais!

Mas, quando o homem se apresenta na reunião de adoração com a sua cabeça
descoberta e a mulher apresentar com a sua cabeça coberta, fica evidente que
somente uma cabeça está descoberta assumindo o governo da igreja, esta, não
reconhece outra (gr. ετερος) autoridade nem glória, a não ser a autoridade de
Cristo sobre todos e glória de Deus somente. Este é o ensino transmitido pelo
Espírito Santo em I Coríntios 11.1,16. O Espírito Santo veio glorificar a Cristo
(João 16. 13,14) e não glórias humanas!




Portanto, prezado irmão, não cubra a sua cabeça na reunião dos santos, e você,
irmã, cubra a sua cabeça para que a autoridade do homem seja coberta, escondida
diante da supremacia de Cristo; com esse ato de cobrir a cabeça, você também
estará cobrindo a sua própria glória (cabelo comprido) e somente é manifesta uma
glória, a glória de Deus; e somente uma autoridade, a autoridade de Cristo Jesus,
nosso Senhor! Aleluia!

Em sua Teologia Sistemática, página 535 – 3ª edição, o erudito Louis Berkhof
afirma o seguinte em matéria de fé e doutrina:

“A Bíblia nos ensina que Cristo é o Chefe de todas as coisas: Ele é o senhor do
universo, não simplesmente como a segunda pessoa da Trindade, mas também como
mediador, Mt 28.18; Ef 1.20-22; Fp 2.10,11; Ap 17.14; 19.16. Num sentido muito
especial, porém, ele é a cabeça* da Igreja, que é seu corpo. Ele mantém relação viva e
orgânica com ela, enche-a de vida e a governa espiritualmente, Jô 15.1-8; Ef
1.10,22,23; 2.20-22; 4.15; 5.30; Cl 1.18; 2.19; 3.11.”



                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
21

É dessa doutrina cristã que Paulo, “num sentido muito especial”, segundo a
sabedoria que Deus lhe deu, está tratando no assunto do uso do véu, a igreja
(corpo) está sob a direção de uma só cabeça, Cristo Jesus, nosso Senhor.
Porém, se a mulher não cobrir a sua cabeça, há o imperativo “que rape” ou “que se
tosquie” (verso 6), significando ausência de glória, pois o cabelo comprido lhe é
uma glória (verso 15), mas rapando-a ou tosquiando-a desaparecerá essa glória.
Não obstante, se para ela é indecente rapar-se (heb. galach) ou tosquiar-se, diz a
Escritura IMPERATIVAMENTE... “Que ponha o véu” ou “que se cubra”.

Em Latim (Bíblia Sacra Vulgata) corresponde a “velo” (cobrir com um véu). No
original grego o verbo é κατακαλυπτω, o qual está na 3ª pessoa do singular, no
tempo PRESENTE do IMPERATIVO; assim, o véu de que se fala aqui não é o véu
do verso 15 que é outra palavra, περιβολαιον; pois, seria impossível Paulo
ordenar à mulher pôr “cabelo” quando ora ou profetiza, naquele tempo, creio eu,
não existia IMPLANTE de cabelo como nos dias atuais (seria peruca?). Absurdo
pensar que o véu do verso seis seja “cabelo”. Ai ai ai! De fato, quando Paulo
escreveu dizendo que “ponha o véu”, ou que “se cubra”, por questão de lógica, ela
só poderia estar sem véu (gr. κατακαλυπτω) antes de estar na reunião de adoração
para oração e profecia, razão do verbo “cobrir” estar no tempo presente.

“O tempo presente é usado para expressar um princípio geral” (Chave Lingüística
do Novo Testamento Grego, pág. 313).

Os vocábulos gregos κατακαλυπτοµαι e κατακαλυπτω ocorrem três vezes no
Novo Testamento, e, estas três ocorrências encontram-se no contexto pelo qual nos
encontramos nele, todas em I Coríntios 11.6,7. Em o Novo Testamento Hebraico, o
verbo “cobrir” na devida passagem é “koseh” (‫ )כסה‬o seu equivalente grego é
“καλυπτω”.


                    A DOUTRINA E OS COSTUMES
O ensinamento de I Coríntios 11.1,16 contém instruções doutrinárias para o
homem e para a mulher e se opõe de forma cristalina ao que alguns comentaristas
sugerem, dizendo ser um ‘costume’ puramente oriental. A Escritura contradiz
abertamente a esses intérpretes ao dizer: O homem, pois, “não deve cobrir a
cabeça” (gr. ουκ οφειλει κατακαλυπτεσθαι), significando literalmente “não deve
trazer algo sobre” (a cabeça).

“Acompanhado de um advérbio de negação “ουκ,” o presente do imperativo proíbe
uma ação que está em andamento, ou que está se repetindo, deve cessar, deve
acabar.” (Stelio Rega, Lourenço; Bergmann, Johannes. Noções do Grego Bíblico –
Gramática Fundamental, pág. 269. 2004. São Paulo, Brasil. Vida Nova).

Observamos que apóstolo não faz menção, em nenhum momento, de usos e
costumes, ao descrever os deveres das mulheres cobrirem a cabeça e de os homens
estarem com a sua descoberta, conforme bem explicado pelo Dr. Charles Kaldwell
Rirye, Th.D., Ph.D.:



                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
22

 “As mulheres deveriam trazer sua cabeça coberta, ou usar um véu nas reuniões da
Igreja, e os homens deveriam ter a cabeça descoberta. As razões de Paulo eram
baseadas em teologia (hierarquia na criação, v. 3, na ordem na criação (vv. 7-9) e na
presença de anjos nas reuniões da igreja (v. 10). Nenhuma destas razões tinha como
base os costumes sociais da época.” (Kaldwell Rirye, Charles. A Bíblia de Estudo
Anotada – Expandida, pág. 1119, São Paulo: Mundo Cristão; Barueri, SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2007).

A recomendação seguinte é muito importante:

“Não pode haver verdadeira teologia bíblica, a menos que seja baseada em exegese
bíblica sã, e não pode haver exegese bíblica sã, a menos que seja posto um firme
fundamento textual e gramatical” (Vine, W. E.; F. Unger, Merril; White Jr., William.
Dicionário Vine – O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo
Testamento, pág. 352. 2ª Edição, 2003. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD).

Tal mandamento proibitivo ocorreu pela presença de varões cristãos de origem
judaica (Atos 18.4), pois, estes, segundo o costume e ensino rabínico cobriam a
cabeça na oração, examinem I Cor 11.1,16 não está transmitindo ‘costume’(?) do
judaísmo aos gregos. Os varões judeus cobriam e cobrem a cabeça até os dias
atuais, no entanto, contrariando tal “costume”, I Cor 11.7... PROÍBE!

“Os judeus que negam que Jesus é o Messias têm o costume de usar uma cobertura
sobre a cabeça quando estudam a lei” (KAUFFMAN, DANIEL – Doutrinas da
Bíblia, pág. 325. 1ª Impressão em Português, 2010. Boituva – SP, Brasil. Literatura
Monte Sião do Brasil).

Quem realmente conhece os costumes do judaísmo e até mesmo entre os
muçulmanos, sabe que estou falando a verdade, os ensinos do apóstolo às igrejas
difere dos costumes da época. Também, respondendo para alguns que afirmam em
dizer que as mulheres cristãs cobriam o ‘rosto’(?) na adoração pública, indico-lhes
a prova documental da arqueologia. Esta prova pode ser verificada nas
“Catacumbas de Roma” (Séc. II e III), onde há figuras na arte cristã primitiva de
mulheres orando com a cabeça coberta, porém, com o rosto à mostra. Para
comprovar o que afirmo, basta examinar estas figuras abaixo (pesquisa
17/08/2011), presente nas Catacumbas de Roma:




         http://www.aigrejaprimitiva.com/veumulhercrista.html
                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
23



Assim, prova-se pelas Catacumbas de Roma que o uso do véu era usado desde o
Oriente até o Ocidente, afinal, Roma localiza-se no Oriente? Estas são provas
arqueológicas de como as primitivas mulheres Cristãs em Roma punham em
prática a ordem dos apóstolos no tocante ao uso do véu, não sendo algo ‘local’, isto
é, ‘exclusivo’(?) a Corinto. Todo o conteúdo apresentado no link acima, segundo o
mesmo Site, é de domínio público; estas ilustrações fazem parte de tal conteúdo, as
mesmas são anteriores à formação da ICAR. Prova-se também, pela Santa
Escritura, que homens e mulheres cristãs não cobriam o ‘rosto’, Paulo desmente
isso ao escrever à mesma igreja em 2 Cor. 3.13, 18, o seguinte:

“E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face... Mas todos nós,
com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos
transformados” [...].

Portanto, Paulo está negando uma cobertura sobre o rosto à igreja em Corinto e à
igreja em todo o mundo, em todo o lugar. Sobre o assunto, vejamos o que afirma o
erudito Robert H. Gundry:

“O véu cobria a cabeça, e não o rosto. Era, ao mesmo tempo, símbolo da
subordinação da mulher ao homem e do respeito que a mulher merece. As mulheres
cristãs de Corinto, no entanto, mui naturalmente estavam seguindo os costumes das
mulheres gregas, as quais conservavam a cabeça descoberta quando adoravam. Por
conseguinte, Paulo assevera que é vergonhoso uma mulher cristã orar ou profetizar
na igreja com a cabeça sem véu. Por outro lado, Paulo se manifesta contrariamente à
prática dos homens judeus e romanos, os quais oravam com a cabeça coberta, e
ordena que os varões crentes orem e profetizem de cabeça descoberta, como sinal da
autoridade de que estão investidos.” (H. Gundry, Robert. Panorama do Novo
Testamento, pág. 314. 2ª edição, 1998. São Paulo, Brasil. Vida Nova).

Como vimos, as mulheres cristãs de Corinto estavam seguindo COSTUMES das
mulheres gregas pagãs (as de hoje fazem o mesmo) ao conservarem a cabeça
descoberta quando adoravam. Alguns autores críticos apelidam-nos de ‘igreja
corintiana’(?), ora, nada mais pueril e contraditório; nós, crentes (em geral) que
cremos nesta doutrina, estamos alicerçados na correção e não no erro.

Para esses tais, respondo que ao não se submeterem ao ensino supracitado, aí sim,
estão eles na ‘igreja corintiana’ ANTES da correção, portanto, alicerçada nas
areias do erro. Em toda a Grécia, particularmente na cidade pagã de Corinto, o
COSTUME CULTURAL era o mesmo do Brasil no tocante em a mulher não
cobrir a cabeça, o mandamento veio para corrigir essa desordem litúrgica entre os
cristãos, moldando-a ao ensino já presente nas outras igrejas (verso 16).

Comprovando o registro histórico contido nas “Catacumbas de Roma”; que o uso
do véu é mandamento do Senhor para todas as igrejas oriente/ocidental, vejamos o
que afirma o erudito W. E. Vine, reconhecidamente como um dos principais
eruditos do grego no mundo:




                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
24

“Descoberta
Akatakaluptos, (ακατακαλυπτος ), “descoberto” (fornecido de a, elemento de
negação, e katakaluptõ, “cobrir”), é usado em I Cor. 11.5,13 (“descoberta”), com
referência a injunção proibindo as mulheres estarem sem “véu” ou “descobertas” nas
reuniões da igreja. ¶Pouco importando que tipo de cobertura seja, deve estar na
cabeça como “sinal de poderio” (I Cor. 11.10), e cujo significado é indicado em 1
Cor. 11.3 no assunto de supremacia, e cujas razões são dadas em 1 Cor. 11.7,9 e na
frase “por causa dos anjos” (1 Cor. 11.10), indicando o testemunho e interesse deles
naquilo que indica a supremacia de Cristo. As injunções não eram nem judaicas, que
exigiam que os homens cobrissem a cabeça na oração, nem gregas, pelas quais
homens e mulheres ficavam igualmente com a cabeça “descoberta”. As instruções do
apóstolo Paulo eram “mandamentos do Senhor” (1 Cor. 14.37) e eram para todas as
igrejas ( 1 Cor. 14.33,34).” (Dicionário Vine – O Significado Exegético e Expositivo
das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, pág. 547. 2ª Edição, 2003. Rio de
Janeiro, Brasil. CPAD).

O Dicionário supra é aprovado pelo Conselho de Doutrina da CPAD (Casa
Publicadora das Assembleias de Deus).
Para quem ignora o significado de “injunção,” é... MAN-DA-MEN-TO! Em o
Manual da Escola Dominical (publicação da CPAD), página 81 ensina que um
costume é local, mas uma doutrina é GERAL. Como bem se pode ver no início da
matéria, a epístola do apóstolo Paulo era estendível aos cristãos EM TODOS OS
LUGARES, também, segundo o Dicionário Vine, eram mandamentos (‫ )מ ְוֹת‬do  ‫ִצ‬
Senhor para todas as igrejas; portanto, indubitavelmente era de caráter GERAL,
doutrinário! Assim, a mulher que verdadeiramente está revestida de submissão
interior, não se revestirá de submissão exterior ao mandamento Divino (escreveu
sob inspiração) de cobrir a cabeça na adoração pública, ou, será que a
desobediência externa não põe em descoberto a insubmissão interna?


              ENTENDENDO A QUESTÃO DA GLÓRIA


‫7.11 - ְה ִישׁ ֵיֶנּוּ חָב ל ַסּוֹת‬
   ‫ו ָ א א נ ַ יּ ְכ‬
:‫ֶת־רֹאשׁוֹ ִי הוּא צ ֶם ֱלֹ ִים וּ ְבוֹדוֹ א ָל ה ִשּׁה ִיא ְבוֹד ה ִישׁ‬
   ‫ֲב ָא ָ ה כּ ָא‬              ‫ֶל א ה כ‬              ‫כּ‬        ‫א‬
11. 7 - ανηρ µεν γαρ ουκ οφειλει κατακαλυπτεσθαι την κεφαλην, εικων και
δοξα Θεου υπαρχων γυνη δε δοξα ανδρος εστιν.
11. 7 – O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de
Deus, mas a mulher é a glória do homem.

Feito a análise dos versos anteriores que regula o procedimento da mulher na
adoração pública, agora, o Espírito Santo passa a regular a ordem concernente ao
procedimento do homem; portanto, temos dois mandamentos, o da mulher se
cobrir (verso seis) e, o do homem permanecer com a cabeça descoberta.

“O resultado, quanto aos pormenores, é, pois, que o homem devia ter a cabeça
descoberta, porque ele representava a autoridade e estava, sob este ponto de vista,
revestido, quanto à sua posição, da glória de Deus, de que ele era a imagem; a
mulher, pelo contrário, devia ter a cabeça coberta como sinal da sua sujeição ao

                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
25

homem. Era sinal do poder ao qual ela estava submetida.” (N. Darby, J. – Estudos
da Palavra de Deus – Actos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos
Coríntios. Pág. 245, Depósito de Literatura Cristã, 1987, Lisboa)

Na Bíblia Sacra Vulgata consta: “vir quidem non debet velare”, isto é, “varão, na
verdade, não deve cobrir com véu”, portanto, um mandamento de proibição
direcionado ao homem, proibindo-lhe de cobrir a cabeça. O mandamento é
peremptório, absoluto, cobrir a cabeça no culto é dever/obrigação pertinente a
mulher, o texto é explícito, claro como cristal. Já sabemos que o vocábulo “cabeça”
(gr. κεφαλη) é metáfora de chefia, autoridade. Em hebraico a transliteração para o
termo “cabeça” é ro’sh (‫ ,)רׁאשׁ‬denotando chefe, líder, do Latim “caput”. O Senhor
passa a mostrar por trás do ato externo do homem não cobrir a cabeça, o fato de a
“glória” (‫ )כּבוֹד‬de Deus estar envolvida nesta metáfora. A questão ensinada
              ְ
implica assuntos de doutrina, a glória de Deus revelada na igreja não pode ser
coberta como ocorre com a glória do homem e com a glória da mulher na reunião
de adoração. Quando o Espírito Santo guiou Paulo a escrever tal mandamento
proibitivo, que o homem NÃO deve cobrir a cabeça é escrito um “porque” disso: -
“porque é a imagem e glória de Deus”.

O Senhor está dizendo com isso que, se o homem cobrir a cabeça estará cobrindo
(metaforicamente) duas coisas: IMAGEM e GLÓRIA DE DEUS. Este é outro
motivo pelo qual o homem não deve cobrir a sua cabeça (verso 3). O uso do véu
transmite este ensino de forma bela e maravilhosamente, percebe agora, irmão (a),
a profundidade espiritual no tocante ao uso do véu?

Sabe por que a mulher usa véu? – Pelo fato de ela ser glória do homem (verso7)
e do cabelo comprido lhe ser também uma glória/honra (verso 15). Assim, ela
precisa cobrir glórias humanas na reunião de adoração, o uso do véu é uma
metáfora disso; quando colocamos o mandamento na prática, estamos
demonstrando que somente a glória de Deus é descoberta, manifesta na igreja.
A Deus toda a glória! O Espírito Santo não admite outra (gr. ετερος) glória
descoberta/manifestada entre nós. Assim, passamos a obter conhecimento daquilo
que foi escrito no verso três: “Mas quero que saibais”... De fato, sabemos disso.

“Deus deu para a mulher a responsabilidade de ser a “glória do homem” e ordenou
que ela deve cobrir-se. [...] A glória do homem deve ser coberta nos cultos para que
todos se gloriem no Senhor. É uma desonra a Cristo quando os cristãos se congregam
para adorá-lo e as mulheres não cobrem suas cabeças.”
(KAUFFMAN, DANIEL – Doutrinas da Bíblia, pág. 324, 325. 1ª Impressão em
português, 2010. Boituva – SP, Brasil. Literatura Monte Sião do Brasil).


 :‫8 .11 - ִי ִם־ה ִשּׁה ִן־ה ִישׁ ִי ֵין־ה ִישׁ ִן־ה ִשּה‬
   ָ ‫כּ א ָא ָ מ ָא כּ א ָא מ ָא‬
:‫9 .11 – ַם לֹאִב ָא ה ִשׁ בּ ֲבוּר ה ִשּׁה ִי ִם־ה ִשּׁה בּ ֲבוּר ה ִישׁ‬
   ‫ָא‬     ‫ָא ָ כּ א ָא ָ ַע‬         ‫נְר ָא ע‬           ‫גּ‬
11. 8 - ου γαρ εστιν ανηρ εκ γυναικος, αλλα γυνη εξ ανδρος
11. 9 − και γαρ ουκ εκτισθη ανηρ δια την γυναικα, αλλα γυνη δια τον ανδρα
11. 8 – Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.
11. 9 – Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher
por causa do homem.

                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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Estes dois versos aludem à narrativa da criação do homem e da mulher
mencionadas no livro de Gênesis (bere’shît), não para mostrar superioridade do
homem em relação à mulher no tocante à “causa”; pois, diante de Deus, homem e
mulher são iguais em valor, em importância, ambos foram comprados pelo mesmo
sangue, o sangue do Senhor Jesus (Gl. 3.28; I Cor. 12.13).

O ensino é que, numa adoração conjunta, ambos tem funções representativos na
igreja concernente a “cabeças” (verso 3 ) e no tocante a funções de “glórias” (verso
7), funções estas que devem ser respeitadas à luz da Palavra de Deus.



               O MOTIVO, A CAUSA DO USO DO VÉU
:‫01 .11 - ַל־ ֵן ה ִשּׁה חֶֶתל ְיוֹת־ ָהּ כּ ָה ַל־רֹאשׁהּ ֲַבוּר המּ ְאָ ִים‬
   ‫ַ ַל כ‬      ‫ָ בּ‬      ‫ע כּ ָ א ָ ַ יּב ִ ה ל ִ פּ ע‬
11. 10 - δια τουτο οφειλει η γυνη εξουσια εχειν επι της κεφαλης δια τους
αγγελους.
11. 10 – Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos
anjos.

Quando a Escritura diz “deve” (gr. οφειλει), denota dever, obrigação (gr. οφειλω)
resultante dos preceitos ou mandamentos da honra. Assim, amados, o uso do véu
também tem uma “causa” (lat. propter) esta causa são os ANJOS. Esta “CAUSA”
não é apontada pela Palavra de Deus como sendo a cidade de ‘Corinto’, não é
‘cultura’ e muito menos supostas ‘prostitutas’! O uso do véu é SINAL de que há
apenas uma “cabeça” (autoridade) e “glória” descoberta na igreja, isto indica o
PODERIO, a autoridade de Cristo; este “sinal” está indicando Cristo em ser Ele a
Cabeça da Igreja e de todo o Universo, coisa que os anjos compreendem e se
alegram! Os anjos são considerados guardiães da ordem no mundo e no culto, o
mandamento é de ordem e dever cristão em consonância com a presença dos anjos
na adoração litúrgica.

Esta afirmação da Escritura derriba por terra o fraco argumento ou disfarce da
‘cultura’ como muitos afirmam, pois os anjos (a causa) são celestiais,
transculturais/supraculturais. Destarte, eles já presenciaram insubordinação no
céu (Jo 8.44; Ap. 12.7, 8, 9) como também na terra ( Gn 3. 11, vv), ou pensa o caro
leitor que os anjos (Lc 1.19; Hb 1.14; Sl 34.7) não estão mais ativos no séc. XXI,
nos dias atuais, observando-nos? Eles são a “causa” do uso do véu, cessando a
causa (os anjos) também cessará o efeito (o uso do véu), afinal, não existe efeito
sem causa.

Os seres angelicais são “todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a
favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14), nos dias atuais, de forma
cristalina, entre nós, permanece de pé a causa do uso do véu... Os anjos: “Eles
testemunham os sofrimentos dos cristãos (1Cor 4,9) e têm uma presença invisível nos
serviços litúrgicos (1Cor 11,10) [...] O respeito aos anjos exige que as mulheres
cubram os cabelos, que são sua glória, para que possa aparecer a glória de Deus”.
(L. Mackenzie, Jonh. Dicionário Bíblico, pág. 46. 9ª edição. Paulus).



                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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Como vimos, o dicionário não afirma que os anjos “tiveram” uma presença
invisível, mas que “TÊM” essa presença invisível nos serviços litúrgicos; o verbo
ter está no tempo presente, em conformidade, vejamos esta afirmativa:

“Note-se aqui como o apóstolo baseia as suas respostas, acerca dos pormenores,
sobre princípios mais elevados. É o que faz o verdadeiro Cristianismo com todos os
assuntos que aborda (comparar Tito 2:10-14). Apresenta Deus e a caridade, pondo o
homem em ralação com o próprio Deus. Temos disto um impressionante exemplo na
relação que segue. Tratava-se de dar uma diretriz para as mulheres – e elas não
deveriam orar sem terem a cabeça coberta. Para decidir esta questão, de simples
decência e de conveniência, Paulo expõe a relação dos depositários da glória de Deus
com o próprio Deus, e a ordem da sua relação, e apresenta os anjos aos quais os
Cristãos, que lhes estão em espetáculo, devem mostrar a ordem, segundo o
pensamento divino.” (N. Darby, J. – Estudos Sobre a Palavra de Deus – Actos dos
Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos Coríntios. Pág. 244, Depósito da
Literatura Cristã, Lisboa, 1987).

É digno de nota, que a devida passagem Bíblica não apresenta nenhum
pensamento cultural ou costumes humanos, mas que tais princípios estão de
acordo o pensamento divino, tal pensamento não está preso a cultura alguma.
Portanto, é no tocante aos anjos que a Escritura exige o respeito nesse serviço
sacro, que a mulher cubra os cabelos, sua glória. Essa exigência é evidenciada pelo
DEVER descrito a elas no verso dez.

Alguns pastores interpretam que o uso do véu era por ‘causa/motivo’(?) das
‘prostitutas cultuais’(?) existentes em Corinto, tal interpretação é uma
ABERRAÇÃO à regra fundamental da Hermenêutica: A Bíblia explica-
se/interpreta-se a si mesma. E, a Bíblia se explicando afirma que é “por causa dos
anjos” (gr. δια τους αγγελους). Para a membresia desses pastores, os argumentos
dados por eles são válidas ainda que sejam conflitantes, contrariando a Bíblia
Sagrada, não sabendo que está investindo de autoridade a pseudo-interpretação
deles e invalidando a autoridade da Palavra de Deus de corrigir (2Tm 3.16) todo
falso ensino. Portanto, devemos demonstrar pela prática, de forma absoluta, que a
Palavra de Deus é nossa “única regra de fé e prática”, o cristianismo não é teoria, é
prática!

Nós, os que cremos neste mandamento da Palavra de Deus, não temos o “costume”
de confundir anjos com ‘prostitutas’(?), o que é uma o-fen-sa à Palavra de Deus e
aos anjos! Assim, chega a ser até mesmo hilário o que dizem certos líderes
denominacionais, acusando-nos de ‘ignorantes bíblicos’(?).

Infeliz interpretação a deles, associar o uso do véu em I Cor. 11.1, 16 com
‘prostitutas cultuais’ de Corinto. Outrossim, a glória de Deus e autoridade de
Cristo tratada por Paulo na devida passagem, que deveriam estar realçadas,
destacadas em tais estudos são substituídas por... ‘cultura, costumes e prostitutas
cultuais de Corinto’(?). Desde quando os ensinos do Senhor referente à autoridade
de Cristo e glória de Deus faziam parte da cultura pagã da cidade de Corinto? Não
é disso que o apóstolo está tratando no contexto supra?



                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
28

Só faltam afirmar que Paulo era ‘ministro da cultura’, outra passagem em que o
apóstolo discorre sobre os “atletas que correm no estádio” (I Cor. 9.24, 25) será que
ele era “ministro dos esportes”?

E, no tocante à “coleta” para os pobres da Judéia (I Cor. 16.1, 2), será que também
era “ministro da economia”? Uma verdadeira confusão em tais estudos,
procurando exportar para o devido contexto material inexistente em seu conteúdo.

Com efeito: “A Bíblia é toda a revelação Divina que necessitamos. Tudo o que for
revelado sem o apoio das Escrituras é falso.” (Cabral, Elienai. O Pregador Eficaz,
pág. 72. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD).

Não creio que precisam de ‘estudo sistemático’ para descobrir que a “causa” do uso
do véu está nos anjos ( αγγελους / ‫ .)מּ ְאָ ִים‬Um princípio Hermenêutico:
                                     ‫ַל כ‬

“Em todas as suas exposições, deve-se prender ao que está escrito, e não tem o direito
de atribuir seus pensamentos aos autores”. (Berkhof, Louis - Princípios de
Interpretação Bíblica – Pág. 54. 3ª edição, 2008. São Paulo, Brasil. Editora Cultura
Cristã).

Um alerta:

 “As verdades supremas e unificadoras logicamente não devem ser minimizadas; mas
o fato é que, em meio aos que crêem que os sessenta e seis livros canônicos são nada
menos que a Palavra de Deus escrita, há uma incômoda lista de opiniões teológicas
mutuamente incompatíveis.” (A. Carson, D. - Os Perigos da Interpretação Bíblica –
A Exegese e suas Falácias, pág. 16. 2ª edição, 2001. São Paulo, Brasil. Vida Nova).

Portanto, substituir como CAUSA/MOTIVO os anjos para dar lugar às
‘prostitutas’(?) é subestimar a nossa inteligência e capacidade de leitura; quem
sabe, a Bíblia deles seja diferente da nossa, trazendo ‘prostitutas/meretrizes’ em
lugar de ANJOS (1Cor 11.10).

Esse tipo errôneo, falso, ilegítimo, espúria e blasfêmica de interpretação,
observado anteriormente, são apregoados em certos livros e, lamentavelmente,
leitores incautos “engolem” tais argumentos falaciosos sem um pingo de exame
cuidadoso e biblicamente embasado; a seguir, um conselho a todos os que crêem na
autoridade da Escritura:

“Uma abordagem cuidadosa da Bíblia capacitar-nos-á a “ouvi-la” um pouco melhor.
É fácil demais aplicarmos ao texto Bíblico as interpretações tradicionais que
recebemos de terceiros. Então, podemos involuntariamente transferir a autoridade
das Escrituras para nossas interpretações tradicionais, investindo-as de um falso e até
idólatra grau de certeza. ”(A. Carson, D. - Os Perigos da Interpretação Bíblica – A
Exegese e suas Falácias, pág. 15. 2ª edição, 2001. São Paulo, Brasil. Vida nova).




                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
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‫11 .11 − א ָל ֵין ה ִישׁ ְלֹ ִשּׁה‬
  ָ ‫ֲב א ָא בּ א‬
:‫ְ ֵין ה ִשּׁה בּלֹא ִישׁ ָאָדוֹן‬
      ‫א בּ‬           ָ ‫וא ָ א‬
‫21 .11 − ִי כּ ֲשׁר ה ִשּׁה ִן־ה ִישׁ ֵן גּם־ה ִישׁ ַל־ְֵי ה ִשּה‬
  ָ ‫ָ א ע יד ָ א‬         ‫כּ ַא ֶ ָ א ָ מ ָ א כּ‬
:‫ְָל־זֹאת מ ֱלֹ ִים‬
    ‫ֵא ה‬         ‫וכ‬
11. 11 − πλην ουτε ανηρ χωρις γυναικος, ουτε γυνη χορις ανδρος, εν κυριω.
11. 12 − ωσπερ γαρ γυνη εκ του ανδρος, ουτω και ο ανηρ δια της γυναικος, τα δε
 παντα εκ του θεου.
11. 11 – Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no
Senhor.
11. 12 – Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém
da mulher, mas tudo vem de Deus.


Dando continuidade, os versos supracitados ensinam que tanto o homem quanto a
mulher provém um do outro, dependendo assim, mutuamente no Senhor, e que
todas as coisas provêm de Deus; isto é, o nosso Deus é Soberano e independente.


:‫31 .11 - שׁפטוּ־ָא בַ ְשׁ ֶם הָאָה ל ִשּׁה להתפּ ֵל ֶל־ה ֱלֹ ִים בִּלּוּי רֹאשׁ‬
         ‫נ ְ נפ ְ כ ֲ נ ֲ ו ְ א ָ ְ ִ ְ ַ לּ א ָ א ה ג‬       ִ
11. 13 - εν υµιν αυτοις κρινατε πρεπον εστι γυναικα ακατακαλυπτον τω θεω
 προσευχεσθαι;
11. 13 – Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?


A igreja deveria julgar a questão do uso do véu entre eles mesmos, porém, sempre
pautados no ensino do apóstolo, afinal, a igreja precisava das suas orientações
sobre várias “coisas” (I Cor 7 .1), não podendo, portanto, resolver por si mesma
assuntos doutrinários. Assim, depois de tudo o que Paulo escreveu anteriormente,
a resposta esperada seria um “NÃO”, de fato, se a mesma pendesse para a opinião
positiva de a mulher estar com a cabeça descoberta na reunião de adoração,
saberia que isso acarretaria em rapar (heb. galach) ou tosquiar (I Cor. 11.6) a
cabeça, o que denotaria desonra ou ausência de glória caso contendesse o ensino
apostólico. Não podemos dirimir nossa fé e conduta separadas da Palavra de Deus,
devemos subjugar nossas convicções pessoais, nossa mente e coração ao conceito
que o Eterno nos dá, que venhamos a dizer: ... “Seja feita a Tua vontade” (Mateus
6.10) e não a nossa.


  DOIS VÉUS, QUAL DELES O CABELO FOI DADO EM LUGAR?

 ‫41.11-אוֹ ֲלֹא ַם־הטּ ַע בּע ְמוֹ ְל ֵד את ֶם ִי ִישׁ ֲשׁר‬
   ֶ ‫ה ג ַ ֶ ב ְ ַצ יַמּ ֶ ְ כ כּ א א‬
:‫ְַ ֵל פּ ַע שׂ ַר רֹאשׁוֹ חר ָה ִיא לוֹ‬
        ‫ֶ ְפּ ה‬        ‫יגדּ ֶ ר ְ ע‬
:‫51.11 - א ָל ה ִשׁה ִי תַ ֵל שׂע ָהּ פּ ֵר הוּא ָהּ ִי־ִ ַן ָהּ ַשּׂ ָר לצִיף‬
   ‫ל כּ נתּ ל ה ֵ ע ְ ָ נ‬         ‫ֲ ב ָ א ָ כּ ְ גדּ ַ ְ ר ְ א‬
11. 14 - η ουδε αυτη η φυσις διδασκει υµας, οτι ανηρ µεν εαν κοµα, ατιµια
 αυτω εστι;
11. 15 − γυνη δε εαν κοµα, δοξα αυτη εστιν. οτι η κοµη αντι περιβολαιου
δεδοται αυτη.


                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
30

11. 14 – Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo
crescido?
11. 15 – Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado
em lugar de véu.

É ensino da própria natureza (criada por Deus) o homem não usar cabelo
comprido (gr. κοµαω) por ser desonroso, por outro lado, afirma o Espírito Santo,
que a mulher ter cabelo comprido (gr. κοµαω) lhe é uma “glória/honra”(gr. δοξα).
Por isso mesmo o cabelo lhe foi dado em lugar de véu (gr. περιβολαιον).

Ora, sendo o homem a glória de Deus (I Cor. 11.7) e a mulher glória do homem (I
Cor. 11.7), porventura Deus deixaria a mulher destituída de glória? Claro que não!
O texto afirma que o cabelo comprido (gr. κοµη) é “glória” (gr. δοξα) para ela;
por isso mesmo, em ser glória, no culto, essa glória deve ser coberta e, quando a
cobre estará cobrindo juntamente a autoridade e glória do homem; somente Deus
permanece com sua autoridade e glória descoberta na igreja.

Alguns pastores ao criticarem-nos, cometem erros grosseiros nestes versículos ao
ensinar às suas ovelhas que o fato de o cabelo comprido ser dado em lugar de véu,
a mulher ‘não precisa’(?) cobrir a cabeça. O escritor e professor Fabiano Antônio
Ferreira, em seu livro (ΚΑΤΑΚΑΛΥΠΤΕΣΘΩ − QUE PONHA O VÉU, págs. 54,
55) também refuta tal silogismo equivocado apontando em seu opúsculo o que diz o
Dr. Russell Norman Champlin acerca dessa “perversão interpretativa”:

 “... é uma grande perversão do texto sagrado dizer que essas palavras significam que
uma mulher não precisa mais de véu, se porventura usa longos os seus cabelos. Pois
ninguém pode ler o terceiro versículo em diante desta passagem, onde Paulo tanto
insiste sobre a necessidade do uso do véu, de conformidade com a ordenança divina,
com os costumes sociais e com os costumes da natureza, para então lançar fora todo
o seu argumento, supondo que se uma mulher conservar longos os seus cabelos já
não precisará usar véu quando ora ou profetiza, sem incorrer em grave incoerência.
Porquanto tal conclusão será diametralmente oposta a todos os argumentos
anteriores de Paulo, transformando esse apóstolo em um insensato que se contradiz
consigo mesmo.”
     “Tal interpretação só pode ser aceitável para aqueles que manuseiam
desonestamente as Escrituras, procurando adaptá-las aos seus pontos de vista e às
suas práticas. Essas práticas ditam que a mulher “não use véu.” Porém, se tantas
mulheres crentes não usam o véu, isso não pode estar firmado no que Paulo diz aqui,
e nem sobre a suposição que ele recomendava que bastava às mulheres usarem os
cabelos longos para não precisarem mais de véu.”

Complementando, O Dicionário Bíblico John L. Mckenzie, página 46, afirma o
seguinte: “O respeito aos anjos exige que as mulheres cubram os cabelos, que são
sua glória, para que possa aparecer a glória de Deus”.

O ensino transmitido pelo Espírito Santo é que Deus, Soberano do universo, não
admite glórias humanas descobertas/manifestas quando suas criaturas lhe prestam
adoração, serviço sagrado; tampouco o permite que a autoridade de Cristo sobre a
igreja esteja dividida com outra (gr. ετερος) cabeça (autoridade) sobre o corpo
(igreja).

                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
31



Alguns indagam, qual seria o comprimento adequado para o cabelo da mulher? –
A resposta é que não há especificação alguma da Escritura sobre o comprimento
adequado para o mesmo. Porém, posso afirmar que o termo grego “κοµαω”
contido na devida passagem, indica não pôr empecilho ou obstáculo ao
crescimento, para que o cabelo feminino possa ser comprido. Notadamente, o
comprimento do cabelo pode variar de mulher para mulher. Portanto, o cabelo
feminino foi dado em lugar de véu (gr. περιβολαιον), e não em lugar de véu (gr.
κατακαλυπτω).

No verso 15, Paulo, pelo Espírito Santo, não está dando mandamento algum, tanto
em Hebraico quanto no Grego e Latim, o mandamento do uso do véu está contido
no verso 6, que não corresponde à mesma cobertura citada no verso 15, que a
versão Almeida Revista e Atualizada verte para mantilha.

“A palavra traduzida como “mantilha” não é a mesma empregada nos versículos 5-6
(véu).” (Charles Kaldwell Rirye).

Enquanto a palavra “véu” no verso 6 aponta para uma cobertura – literalmente -
“pendurada sobre a cabeça” (vide figuras arqueológicas), a cobertura do verso 15
denota – literalmente – apenas uma faixa enrolada em volta da cabeça, e não
caindo ou pendurado para baixo como é o véu do verso 6. Assim, prezados, o véu
do verso 6 é completamente diferente do termo apresentado no verso 15.

De fato:

“O versículo 15 necessita ser interpretado com inteligência. Não podemos entender
que Paulo no versículo 15 desfaça a instrução que dera no versículo 6, pois isso seria
absurdo. Precisamos ver outro sentido nas suas palavras, que não inutilize o ensino
principal do trecho: que “a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta,
desonra a sua própria cabeça.” (S.E. McNair. A Bíblia Explicada, 8ª Edição 1992,
pág. 420, CPAD. Rio de Janeiro, Brasil).

Transcrevo o verso 15, conforme se encontra na Bíblia Sacra Vulgata: “mulier vero
si comam nutriat gloria est illi quoniam capilli pro velamine ei dati sunt”.

Enquanto o sentido do véu apresentado no verso 6 denota “sobre, do alto a, para
baixo”; o véu do verso 15 denota algo diferente, isto é, “lançar em volta de, em
redor de”. Portanto, na Bíblia Sacra Vulgata o véu do verso 15 é “velamine”, que
segundo o historiador Titus Livius, tal vocábulo (velamine) correspondia a uma
“vendazinha, faixa”, portanto, uma faixa “em volta de, em redor” da cabeça, isto é,
um turbante, o vocábulo em grego, hebraico e latim não deixa dúvidas.

Assim, tanto homens quanto mulheres no Antigo Concerto cobriam a cabeça com
turbante:

“Dois ou mais destes lenços eram usados para formar o turbante das mulheres, mas
sempre armados de um modo diferente do turbante dos homens.”
(C. Whitehouse, Owen. Costumes Orientais – Antiguidades Bíblicas. Pág. 43,
União Cultural Editora Ltda. 1950).

                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
32



O turbante era a cobertura usada sobre a cabeça do rabi Moshé ben Maimon
(1135/1204), o Maimônides, conforme demonstra o próprio monumento/efígie
erguido em sua homenagem em Córdoba - Espanha. Em Hebraico, tal vocábulo
corresponde a “tzanif”, que literalmente possui o mesmo significado no Latim
“velamine”, isto é, “turbante” (faixa em volta da cabeça), o mesmo ocorre com o
termo “peribolaion”, do grego “peri”, em volta de, e “balõ”, lançar!

Portanto, o véu do verso 15 foi dado em lugar de turbante (faixa em volta da
cabeça), lembrando que “turbante” (heb. tzanif; lat. velamine; gr. peribolaion), é
muito diferente de “véu” (heb. mîtkasseh; lat. velo; Gr. katakaluptô) apresentado
no verso 6, onde tal vocábulo possui sentido e significado totalmente diferente!

O texto em Grego, Hebraico e Latim, mostram com maior clareza a diferença
entre um véu e outro. O cabelo foi dado em lugar de turbante contido no verso 15,
e não em lugar de véu que é apresentado no verso 6, o qual é definido pela Chave
Línguística do Novo Testamento Grego como “caindo sobre a cabeça, isto é, o véu
pendurado sobre a cabeça” (vide figuras arqueológicas)!

Portanto, não façamos confusão entre os termos, como tenho observado em alguns
artigos sobre o assunto, afinal, seria para lá de incoerente o apóstolo, supostamente,
ordenar (verso seis) à mulher pôr ‘cabelo’(?) quando ora e/ou profetiza.

O substantivo “περιβολαιον” é deverbativo, isto é, deriva e remete para o verbo
“περιβαλλω” que significa “lançar, colocar ao redor de” (lenços ou faixas em
envolta da cabeça, um turbante). Destarte, é interessante observarmos que o texto
original do Novo Testamento traz DUAS palavras gregas diferentes para o termo
“véu”:

1) Verso 6: katakaluptô (gr.κατακαλυπτω), em hebraico corresponde a
“mîtkasseh”(‫ .)מתכסה‬Cobertura “caindo sobre a cabeça, isto é, um véu pendurado
sobre a cabeça.”

2) Verso 15: Um turbante, peribolaion (gr. περιβολαιον) tem seu correspondente
na Bíblia em Hebraico o vocábulo “tzanîf” (‫ ;)צניף‬para a forma “feminina” de
tzanif, o Léxico Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento, página 437, aponta
“tzenifah” (‫ ,)צניפה‬lenços ou faixas em volta da cabeça, um turbante; basta
acrescentar “‫( ”ָה‬qames com consoante he) em “tzanif” para o vocábulo ficar no
feminino. De forma cristalina, o cabelo NÃO FOI DADO em lugar de véu
“κατακαλυπτω /‫ ”,מתכסה‬mas em lugar de véu “περιβολαιον /‫( צניף‬turbante).”
Etimologicamente, κατακαλυπτω é formado de “κατα” (do alto a, para baixo) e
“καλυπτω” (cobrir). Diferentemente, o vocábulo grego περιβολαιον é formado de
“περι” (em volta de, em redor de) e “βαλλω” (lançar), isto é, faixas lançadas em
redor da cabeça formando um turbante. É neste último substantivo deverbativo
que o cabelo foi dado em lugar; em lugar de “περιβολαιον” (turbante) e não em
lugar de “κατακαλυπτω” (véu). A devida passagem de 1Cor 11, indica dois véus
(v.6 = véu e v. 15 = turbante). Muito simples, não é mesmo?


                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
33


   RESPONDENDO A ALGUM CANDIDATO A CONTENCIOSO


‫61 .11 - ְ ִם־ַ ְשֹׁב ִיש לער ֵר‬
 ‫א ְ ַ ְע‬        ‫וא יח‬
:‫ע ֵינוּ ֵין ָנוּ מְ ָג כֶּה ְלֹא לק ִלּוּת ה ֱלֹ ִים‬
   ‫ָא ה‬       ‫ִ ְה‬    ‫ָ ל א ל ִ נה ָ ז ו‬
11. 16 - ει δε τις δοκει φιλονεικος ειναι, ηµεις τοιαυτην συνηθειαν ουκ εχοµεν,
ουδε αι εκκλησιαι του θεου.
11. 16 – Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as
igrejas de Deus.


De forma brilhante, Paulo encerra o assunto respondendo a algum candidato a
“contencioso” que as igrejas de Deus não têm tal costume; mas, a que “costume” o
apóstolo está referindo?

Contextualmente está se referindo à prática contenciosa surgida na igreja de
Corinto, diferenciando-a das demais igrejas de Deus; isto é, o costume de a mulher
se apresentar na reunião de adoração com a cabeça descoberta e o homem estar
com a sua coberta. COSTUME este presente entre as aglomerações pagãs de
Corinto:

“Ele quer dizer que não temos tal costume como as mulheres orando ou profetizando
com a cabeça descoberta” (Morris).


Claríssimo como cristal: “No versículo 16, Paulo repreende ao homem que declara
que “nem a minha mulher, nem a minha filha jamais cobrirão a sua cabeça”. Se
alguém quiser ser contencioso, disse Paulo, saiba que as igrejas verdadeiras de Deus
não temos tal costume de ser contenciosos quanto a esta prática. Nem as igrejas
judaicas, nem a dos gentios tinham tal costume de ser contenciosas quanto ao véu.”
(KAUFFMAN, DANIEL – Doutrinas da Bíblia, pág. 327. 1ª Impressão em
português, 2010. Boituva – SP, Brasil. Literatura Monte Sião do Brasil).

Destarte, CONTENCIOSO nada mais é do que aquele que não está revestido de
submissão ao ensino supracitado, contencioso é aquele que inventa as mais
variadas desculpas para não se submeter ao ensino supracitado. Contencioso (gr.
φιλονεικος) é o mesmo que “amante da contenda, litigioso, brigão.”
Contender, denota a resistência de alguém em questionar o ensino das palavras
inspiradas, à semelhança que fez Alexandre, o latoeiro: “Alexandre, o latoeiro,
causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te
também dele, porque resistiu muito às nossas palavras.” (2Timóteo 4.14,15).

Portanto, há muitos líderes dando continuidade no ‘ministério’ de Alexandre,
impondo resistência às palavras do apóstolo. Mas, Paulo apóstolo encerra o
assunto dizendo que “nós” (ministério) não temos tal costume, nem as igrejas de
Deus. Pode-se verificar que “igrejas” (gr. εκκλησιαι) está no plural, apontando as
demais igrejas de Deus em estado de submissão ao que o Espírito Santo ensinava (e
continua ensinando). Assim, é verídico o que afirma nosso amado irmão Ismael,
dizendo:

                     A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
34



“A correta aplicação deste ensino nos remete à relação de autoridade que existe entre
Deus e os homens. O véu ilustra um ensino de Deus, é símbolo de algo maior e ilustra
uma relação de ordem na criação de Deus.”

Alguns comentaristas afirmam que o significado interno da submissão referente a I
Coríntios 11.1,16 permanece, enquanto o ato externo ‘não é válido’ (?) para os dias
atuais. Tais comentaristas se encontram revestidos de tamanha ‘autoridade’(?) que
se acham no direito de suprimir este ou aquele MANDAMENTO, suplantando
assim a autoridade da própria SAGRADA ESCRITURA, definindo qual
mandamento é válido ou... ‘Vencido’(?).

Destarte, ignorais que a insubmissão do ato EXTERNO não põe a descoberto o
estado INSUBMISSO do INTERIOR? Pois, os pensamentos que impele o homem a
obedecer ou desobedecer provém do coração (Mateus 15.18, 19) do interior.
Será que a ‘autoridade’(?) deles é superior à autoridade apostólica?
Paulo ensinava e pregava não segundo o ensino aprendido ou recebido de homem
algum, mas pela revelação de Cristo Jesus nosso Senhor: (...) “Porque não o recebi,
nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1.11,
12; 1Cor 14.37). De fato: “Paulo não usava sabedoria humana na sua pregação”.
(S. E. McNair).

A teologia que é aplicada na maioria das igrejas evangélicas procura incutir na
mente de suas membresias que o mandamento tratado nesta apologia está
‘amarrado’ à cultura e/ou costume oriental, o que não é verdade. É preciso deixar
a Bíblia se explicar:

“Muitos não recebem nada da Bíblia, porque já se acercam dela com suas próprias
ideias, sua própria “teologia”, querendo enxertar tudo isso na revelação divina”.
(Gilberto, Antonio - Manual da Escola Dominical – Pela excelência do ensino da
Palavra de Deus, pág. 21. 14ª Edição/1995. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD).

Já demonstrei que os mandamentos de 1Cor 11.1, 16 não se harmonizam com as
culturas da época; ou antes, contrariam tais práticas culturais proibindo-as na
liturgia cristã.

Quando em determinada cultura (como na nossa) ocorria de a mulher estar
descoberta na adoração pública, a Escritura proibia (1Cor 11. 5, 6), quando não,
ocorria em outra cultura o costume de o homem estar com a cabeça coberta, a
Escritura também proibia (1Cor 11. 4,7) e proíbe.

Aplicando o preceito Bíblico da humildade na natureza do princípio Bíblico e no
mandamento que o acompanha:

“Pode haver ocasiões em que, mesmo depois de cuidadoso estudo de determinado
princípio e de sua expressão comportamental, ainda continuarmos em dúvida se
devemos considerá-lo transcultural ou cultural. Se temos de decidir sobre tratar o
mandamento de um modo ou de outro, mas não temos meios conclusivos para tomar
a decisão, pode ser proveitoso o princípio da humildade. Afinal de contas, seria
melhor tratar um princípio como transcultural e levar a culpa de ser excessivamente

                   A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
35

escrupuloso em nosso desejo de obedecer a Deus? Ou seria melhor tratar um
princípio transcultural como sujeito à cultura e ser culpado de quebrar uma
exigência transcendente de Deus? A resposta deveria ser óbvia.”
(A. VIRKLER, HENRY - Hermenêutica Avançada – Princípios e Processos de
Interpretação das Escrituras, pág. 176, 177. 10ª reimpressão. São Paulo, Brasil.
Vida).

Nas páginas deste opúsculo, ficou demonstrado que o mandamento do uso do véu
proíbe práticas culturais aceitas na Grécia, em Israel e Roma... Como também em
nossa cultura!

Com efeito:

“Quando uma prática aceita fazia parte de uma cultura pagã e a Escritura proibia tal
prática, com toda probabilidade será proibida também em nossa cultura,
especialmente se o mandamento está alicerçado na natureza moral de Deus.”
(A. VIRKLER, HENRY - Hermenêutica Avançada – Princípios e Processos de
Interpretação das Escrituras, pág. 175. 10ª reimpressão. São Paulo, Brasil. Vida).

Assim, o mandamento proibitivo está alicerçado na natureza moral de Deus, na
honra, na autoridade de Cristo e na glória de Deus, conforme bem demonstrado na
exegese deste livro. Comportar-se de modo diverso incorre em desonrar a glória de
Deus (1Cor 11.4, 7), humilhar e/ou envergonhar a autoridade de Cristo (1Cor 11.3,
4) exercida na igreja. Não obstante, alguém poderia objetar sobre a possibilidade
de alguma mulher cristã tendo a cabeça coberta estar ela insubmissa perante o
Senhor.
Ora, essa possibilidade em nada muda a obediência da igreja à Palavra de Deus.

Pense o seguinte:

O fato de Judas ter traído o Senhor com um beijo, impediu a igreja de,
universalmente, praticar a saudação com ósculo de amor?(1Ped 5.14).

O fato de haver possibilidade de alguém se apresentar “indignamente” (1Cor
11.27) à Ceia do Senhor, porventura seria uma desculpa contra tal tradição para
não praticá-la?

O Fato de Judas Iscariotes “roubar” das ofertas lançadas na bolsa (Jo 12.6)
impede os pastores de defenderem o ofertar em suas igrejas? – Creio que não!
Eu poderia citar vários exemplos semelhantes, mas creio que os expostos são
suficientes, para um bom entendedor nada mais precisa.
Portando, tal silogismo infundado não possui embasamento para excluir a
obediência da igreja ao mandamento do Senhor. Destarte, contrariando a
submissão interna/externo de cobrir a cabeça, esses comentaristas ensinam na
contramão da Palavra de Deus. Caro leitor, deixo aqui uma pergunta – pense nisto
- a quem tu serves e procuras agradar, a homens ou... A Deus?(Gálatas 1.10).

Cristo Jesus é a única cabeça (autoridade) descoberta em nossa reunião de
adoração, este é o ensino transmitido pelo uso do véu.


                    A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
36

Afinal... “E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os
mortos, para que em tudo tenha a preeminência.” (Colossenses 1.18).

Eis o porquê é proibido ao homem (I Cor. 11.3, 4, 7) cobrir a sua “cabeça” na
igreja. O uso do véu é Cristocêntrico, proclama doutrina Cristã.

[...] “a igreja não determina o que a Escritura ensina, mas a Escritura determina o
que a igreja deve ensinar.” (Berkhof, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica,
Pág. 24. 3ª Edição, 2008. São Paulo, Brasil. Editora cultura Cristã).

É exatamente isto o que fazemos, “ensinar o que a Escritura determina”.

Tal mandamento observado, no que diz respeito em cobrir a cabeça na adoração
pública, também é praticado por milhares de Congregações Cristãs anexadas no
Brasil e exterior, estas professam a mesma fé e doutrina.
Ora, sendo o uso do véu honra e/ou glória (δοξα) para a mulher de acordo
1Cor 11.15; de modo diferente, acerca de Tamar, Judá não a teve por uma
prostituta (Gn 38.14) ao usar ela um véu? A resposta a este questionamento é
encontrada no próprio contexto, lemos no verso 15: “E vendo-a Judá, teve-a por
uma prostituta, porque ela tinha coberto o seu rosto”. (Gn 38.15).

Portanto, uma das leis da Hermenêutica, é deixar a própria Escritura se explicar!
A Bíblia é claríssima, Tamar só foi confundida como sendo uma prostituta,
“porque ela tinha coberto o seu rosto”! Ao cobrir o rosto, Tamar estava ocultando
sua identidade. A mulher cristã cobre a cabeça e não o rosto. Nós, lavados no
Sangue do Concerto Eterno não temos necessidade de ocultar nossa identidade
com Deus, nosso rosto descoberto reflete a glória de Deus revelada em Cristo:

“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do
Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo
Espírito do Senhor.” (2Cor 3.18).

Outro questionamento levantado é de que o véu foi rasgado (Mt 27.51). Ora, o que
tem a ver o véu - cortina do templo - com o véu das santas de Deus cobrirem a
cabeça para cultuarem ao Senhor? Será que elas cobriam a cabeça com a cortina
do templo? Alguns pastores argumentam que em Corínto havia um santuário de
Ártemis (Diana), uma suposta ‘deusa da fertilidade’(?), em cujo culto havia
prostitutas cultuais.

Eles filosofam com um argumento embusteiro de que este era o ‘único motivo’(?)
de Paulo escrever o uso do véu àquela igreja. Além do argumento ser falso, ainda
erram no tocante a falsa deusa, pois dizia respeito a Afrodite e não a Ártemis.
Pergunto: Na Bíblia diz que a mulher deve cobrir a cabeça por causa de supostas
prostitutas, ou, POR CAUSA DO ANJOS ?! (1Cor 11.10).

Vejamos como ficaria o versículo ‘bíblico’(?) desses pastores: ‘Portanto, a mulher
deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa das prostitutas’(?). Não seria
DEMONÍACO tal argumento estereotipado?



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A doutrina bíblica do uso do véu
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A doutrina bíblica do uso do véu

  • 1. 2 A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 2. 3 Romário Neves Cardoso 1ª EDIÇÃO TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Registro na Biblioteca Nacional MINAS GERAIS EDIÇÃO DO AUTOR 2012 A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 3. 4 DEDICATÓRIA Dedico este opúsculo à Igreja de Deus que está no Brasil, sendo estendível também a todo o povo de Deus no exterior; isto é, em todos os lugares onde se invoca o nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. Para pôr fim em toda controvérsia no que tange ao ensino ou doutrina da igreja, deve esta ser remetida ao tribunal das Sagradas Escrituras, somente Ela possui autoridade normativa de fé e prática. Através D’Ela o ser humano obterá luz para caminhar neste mundo de trevas desviando-se das teologias deturpadas, argumentos estereotipados, modismos e falsas revelações. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 4. 5 A Doutrina e ensinamentos da Primeira Epístola do Apóstolo Paulo aos Coríntios é universal: “Paulo era apóstolo pela vontade de Deus, e nesse facto residia a sua autoridade, embora o mesmo se desse quanto aos outros apóstolos. Fora o mesmo chamamento, que fez dos de Corinto Cristãos, que fizera dele um apóstolo. Ao dirigir-se à igreja de Corinto, junta a expressão característica de <<santificados em Cristo Jesus>>, palavras cuja aplicação é evidente, quando consideramos o conteúdo da epístola. Em seguida é posta em relevo a universalidade da aplicação da doutrina e dos ensinamentos da epístola, e a autoridade desta sobre todos os Cristãos, onde quer que eles se encontrem.” (N. Darby, J. – Estudos Sobre a Palavra de Deus – Actos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos Coríntios. Pág. 218, Depósito da Literatura Cristã, Lisboa, 1987). “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. (1Cor 1.2 –ACF). “Invocar é clamar, é pedir, e Paulo declarou que, em todo o mundo, as pessoas invocavam o nome de Jesus.” (Instituto Cristão de Pesquisas – ICP - Bíblia Apologética de Estudo – Edição Ampliada - ACF, pág. 1145, SBTB, São Paulo – Brasil). “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2Timóteo 3.16,17). A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 5. 6 ΑΒΓ∆ΕΖΗΘΙΚΛΜΝΞΟΠΡΣΤΥΦΧΨΩ ................................................ PG. PREFÁCIO .................................................................................................................. 07 PREFÁCIO DO AUTOR ............................................................................................ 10 A GRÉCIA ERA ASIÁTICA OU EUROPÉIA?....................................................... 11 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12 DEVEMOS RETER “TRADIÇÕES / PRECEITOS” APOSTÓLICOS ............. 15 A METÁFORA DO VOCÁBULO CABEÇA ........................................................... 16 A DOUTRINA E OS COSTUMES ............................................................................ 22 ENTENDENDO A QUESTÃO DA GLÓRIA ........................................................... 24 O MOTIVO, A CAUSA DO USO DO VÉU .............................................................. 26 DOIS VÉUS, QUAL DELES O CABELO FOI DADO EM LUGAR?................... 29 RESPONDENDO A ALGUM CANDIDATO A CONTENCIOSO ........................ 33 I CORÍNTIOS 11.1, 16 EM HEBRAICO ................................................................. 40 I CORÍNTIOS 11.1, 16 EM GREGO KOINÊ .......................................................... 41 I CORÍNTIOS 11.1, 16 EM PORTUGUÊS .............................................................. 42 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 43 SOBRE O AUTOR ...................................................................................................... 44 GLOSSÁRIO ............................................................................................................... 45 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 46 ‫אבגדהוזחטיכלמנסעפצקרשת‬ A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 6. 7 PREFÁCIO ‘Por que as irmãs usam véu?’ Quem é membro de alguma congregação cristã que adota esta prática, no Brasil ou mesmo no exterior, certamente já fez ou teve que responder a esta pergunta, pois é freqüente aquele que nos visita ou até mesmo o novo convertido inquirir a este respeito. É comum ao ouvirem a indagação ouvirem a resposta: ‘Porque é mandamento da Palavra de Deus’. Na maioria das vezes não contestam e se contentam com a resposta. Acontece que há casos que esta colocação sofre forte objeção; e quanto mais são os questionamentos, menos são os argumentos da irmandade – Diante da pergunta que não se cala, está a resposta que pouco fala – Ao percebermos que nossa resposta não foi satisfatória, damos conta do seu superficialismo e simplismo; descobrimos que não convém ter frases prontas, senão a surpresa nos apronta; reconhecem que é preciso saber mais para responder melhor, como aconselha a Bíblia: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl 4.6). A resposta que “convém responder a cada um” não exibe apenas a capa, mas ilustra a ideia; não mostra só o título, mas expõe conteúdo, pois não devemos dar como resposta um texto e desconhecer o contexto. Deixemos de superficialidade, uma resposta à altura tem profundidade. Para temperar nossas palavras, este estudo nos fornece o ‘sal’, ao expor clara, objetiva e apologeticamente... “A Doutrina Bíblica do Uso do Véu”. Este edificante estudo é uma benção para toda a irmandade, ao concluí-lo saberá dar, à pergunta inicial, a ‘resposta que convém’. Ricardo Alexandre Pereira da Cruz Jaboticabal - SP A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 7. 8 Para mim, foi um enorme prazer prefaciar esta obra prima escrita pelo Romário. Ao ter contato com o conteúdo neste livro, foi como fazer uma viagem aos tempos primitivos onde as igrejas levavam a sério as palavras do Apóstolo Paulo: “Tem cuidado de ti e da doutrina” (1Timóteo 4.16). Tive a oportunidade de acompanhar através de alguns vídeos a forma apologética como Romário atua tenazmente e com muito zelo, quando o assunto é a sã doutrina contida nos Cânones Bíblicos. Defensor incansável das verdades expressas nas Sagradas Escrituras, o autor não poupou esforços em pesquisas e na exegese parafraseada para melhor aproveitamento do leitor desta obra. Após ler este livro, posso afirmar que seu conteúdo é verdadeiro e fidedigno, e, além de esclarecer a alguns, também irá abençoar a muitos que não dominam com honestidade as palavras contidas na Bíblia Sagrada. Evangelista Daniel Alves Pena Diretor executivo da revista Fundamento Cristão, Teólogo, Escritor e ex- coordenador do pólo de Ciência e tecnologia para sistemas moveis da Prefeitura de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 8. 9 O uso do véu por parte das mulheres cristãs em ocasiões previstas na primeira epístola paulina aos coríntios, não possui primazia na mesma semelhança de outros preceitos1 prescritos na Palavra de Deus para observância da igreja de Cristo. Os preceitos primários dizem respeito à salvação ao passo que os secundários regulam a conduta dos fieis na adoração, assim como nos procedimentos do convívio externo frente ao mundo corrompido. Mas, isso não implica que os preceitos secundários são facultativos ou ainda desprovidos de qualquer valor espiritual em sua prática. O centro da Palavra de Deus, como sabemos, não é o uso do véu em si, mas Cristo que verteu Seu sangue no duro madeiro da cruz em favor das nossas almas para imputar justiça na vida de todo aquele que nEle crer (Romanos 3.21,22). No entanto, não podemos, ao bel prazer, relegar essa conduta à margem das nossas interpretações particulares sobre o que devemos ou não devemos ter como regra de fé e prática no tocante aos ensinos da Palavra de Deus para seus fiéis. Indubitavelmente, a salvação é exclusivamente pela graça de Deus, mediante a fé na obra expiatória que Cristo realizou no duro madeiro da cruz e em sua consequente ressurreição para justificação de todo aquele que nEle crer. Posto isto, devemos ter em mente que somos justificados pela fé para praticar a perfeita lei de Cristo. Muitos grupos dentro da cristandade, infelizmente, não satisfeitos em jogar para escanteio preceitos Bíblicos de caráter litúrgico, estão de igual modo, abrindo mão de outros ensinos escriturísticos, tais como, a prática do batismo em águas, Santa Ceia, a abstenção da carne sufocada, do sangue e da fornicação. A partir disso, começam a se fundamentar em um evangelho anarquista tendo como principal premissa a não observância dos mandamentos do Senhor Jesus, preceitos ensinados pelos apóstolos mediante o Espírito Santo, mesmo sabendo que nas Escrituras foram reservados momentos em que todos os temas supracitados - dentre tantos outros - foram devidamente tratados de maneira prescritiva para a igreja, sendo que, para todos os cristãos, de todos os lugares e épocas, enxergar tais ordenanças como mandamentos do Senhor denotaria, no mínimo, caráter obediente de quem o faz. Quem determina ensino Bíblico ao povo, a autoridade denominacional ou a Escritura? (2 Timóteo 3.16,17). Ao ter contato com o presente trabalho do irmão Romário, sobre tal preceito, notamos a diligência presente em seus escritos ao colocar nos devidos trilhos a importância de se obedecer a este ensino contido nas Escrituras: - O uso do véu pelas mulheres e o desuso pelos homens durante reuniões cristãs. Não somente este ensino, como também tantos outros já dantes revelados por Cristo à igreja mediante Sua santa e Infalível Palavra e que, apesar de não terem sido tratados de forma direta nesta obra, nos abre a mente para o conhecimento de que toda e qualquer doutrina puramente Bíblica, deve ter o seu devido valor no seio da igreja. Hélio Marques 1 Preceito, em hebraico “paqud”, tal vocábulo é sinônimo de mandamento, estatuto, ordenança, lei. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 9. 10 PREFÁCIO DO AUTOR Paz, da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. De início, peço perdão ao prezado (a) leitor (a) pela falta de acentuação nos caracteres gregos contidos na presente obra. “Sabemos que os manuscritos do Novo Testamento (papiros e lecionários) foram produzidos sem acentuação.” (H. Dobson, John. Aprenda o Grego do Novo Testamento. Pág. 10. 1ª Edição, 1994. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). Para aqueles irmãos que procuram dar respostas satisfatórias às várias perguntas e/ou questionamentos levantados sobre o tema abordado, este opúsculo fornece argumentos sólidos; motivo primordial que me levou a preparar tal artigo para auxiliar os nossos irmãos. Pensei em elaborar no término deste trabalho, junto à mesma, um pequeno questionário contendo perguntas e respostas. Todavia, pelo fato de o texto ser claríssimo como cristal e, para um bom entendedor, creio não ser necessário; afinal, a matéria é elaborada versículo por versículo. Embora não possa a mesma estar cobrindo a todas as perguntas levantadas (o que seria impossível), creio que grande parte delas são respondidas aqui à luz da Palavra de Deus; não obstante, embora tenhamos unicamente a Bíblia como única regra de fé e prática, incluí ao presente trabalho citações de eruditos, obras acadêmicas. Para os versículos (em português) contidos no presente artigo, foi utilizada a Bíblia Almeida Corrigida e Fiel (ACF) da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (SBTB). Tal Bíblia segue fielmente o Textus Receptus, texto grego utilizado por João Ferreira de Almeida em sua versão de 1681 para a língua portuguesa. Destarte, como dito anteriormente, o leitor poderá contemplar por si mesmo no decorrer das primeiras páginas que o presente comentário é elaborado “versículo por versículo” (contextualmente), o que facilitará a compreensão. Que fique esclarecido ao querido leitor: - Não escrevi em nome de alguma denominação, o presente artigo é de minha inteira responsabilidade e trata-se de uma pequena demonstração Bíblica em apologia da nossa fé. Em momento algum abordo o uso do véu na igreja como mandamento pertinente à Soteriologia, mas a um mandamento litúrgico (cúltico), de ordem e “dever” (1Cor 11.10)! Permito que se faça cópia deste opúsculo apenas na forma digital (indicando a autoria) e seja divulgado GRATUITAMENTE, aprecio o desinteresse de Paulo: [...] “pois não busco o que é vosso, mas sim a vós.” (2Cor 12.14). Que esta matéria possa ser uma bênção, servir de apoio a nossos irmãos e para engrandecimento do nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou extremamente grato a Deus por me ter compelido a escrever sobre o tema supracitado, pela força a mim concedida e por ter preparado o coração da minha esposa dando-me ânimo em prosseguir até o fim. “‫ - א ָל ָאָ ָם ָרוּחִי ִָין ֶת־ ַכּׁל ְאוׁתוׁ לׂא־ִָין ִשׁ‬Mas o que é espiritual discerne ‫יד א‬ ‫ֲ ב ה ד ה ָ נ יד א ה ו‬ bem tudo, e ele de ninguém é discernido.” (1Cor 2.15). Romário Neves Cardoso Brasil - Minas Gerais - 08/02/2011. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 10. 11 A GRÉCIA ERA ASIÁTICA OU EUROPÉIA? Segundo Giordani, a Grécia antiga em sua expansão continental pode ser dividida em “Grécia Setentrional, Grécia Central e Peloponeso.” Como este opúsculo toma por base a carta paulina destinada primeiramente à igreja em Corinto sendo estendível também aos cristãos em todos os lugares (1Cor 1.1,2), dedico-me em provar citando documentos que o uso do véu se estendia a todas as igrejas cristãs. No período apostólico a cidade de Corinto era a capital da Acáia, cidade comercial muito importante localizada na extremidade ocidental, no istmo, na Grécia européia. Certo apologista, na tentativa de transmitir a ideia de que o mandamento do uso do véu era algo pertinente a Ásia, chegou a afirmar que a Grécia era Oriental, procurando amparo para suas ideias citando “GRÉCIA – BERÇO DO OCIDENTE”, edições DelPrado; o mesmo apontou a página 18, onde diz: “De quando em quando na história, a Grécia parece ter pertencido ao Oriente; na verdade, deveríamos lembrar-nos de que, desde o século VII a. C. até 1920, a costa ocidental da Ásia foi predominantemente grega.” Com base nessa declaração incerta, passou a afirmar erroneamente que a Grécia era oriental no período antigo, nada mais longe da verdade, afinal, o autor ali não afirmou nada, apenas manifestou uma dúvida pessoal e isto é patente... “a Grécia PARECE ter pertencido ao Oriente” (ênfase minha). Nada há de afirmativo aí, o termo PARECE foi colocado pelo autor propositadamente para exprimir dúvida, incerteza. Além de duvidoso, qualquer leitor – possuindo o livro – saberá que o título da devida passagem não aponta a Grécia antiga como pertencente ao Oriente, mas à Europa, o tema é claríssimo pelo título: O LUGAR DA GRÉCIA NA EUROPA. Não pára por aí, a pág. 91 também contradiz o dito apologista; antes de o mesmo fazer tal declaração apoiando-se no livro supra, deveria ter lido também, o PREFÁCIO, página 10, há uma advertência do autor, veja o que diz: “Ocasionalmente, durante a revisão, não levei em linha de conta conselhos sábios, entusiasmando-me, talvez, demais. Peço, portanto, ao leitor que não tome este livro como oráculo perfeitamente respeitável e eficiente.” (Grécia – Berço do Ocidente, Edições DelPrado, pág. 10) Devemos ser cautelosos em manusear corretamente os livros para não passar interpretação incorreta e forçada às pessoas, o fato de os gregos haverem migrado para a costa da Ásia menor formando cidades coloniais, em nada muda a origem européia dos gregos, afinal, os gregos dessas colônias mantinham estreito laços com sua metrópole na Europa, tanto os povos gregos e romanos que habitavam na Ásia como dominadores, em nada podem ser considerados orientais. Absurdo dos absurdos é afirmar que a cidade de Corinto foi asiática, a mesma sempre foi européia, prova-se isso lendo o que encontra registrado na própria história, o que é fato resolvido e indiscutível. Os estudiosos da questão não concordam com o tal apologista, afinal, neste caso, o mesmo está na contramão da geografia antiga, como prova, cito Joseph Rhymer: A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 11. 12 “Enquanto os persas expandiam seu império do oceano Índico às praias do Mediterrâneo, não conseguiam resistir à tentação de estender seu domínio ainda mais em direção a oeste na Europa, invadindo a Macedônia e a península grega. Foi a mais séria ameaça que os Estados gregos receberam antes da expansão de Roma e, durante algum tempo, os gregos esqueceram as inimizades internas para se unirem contra os invasores persas.” (Rhymer, Joseph. Atlas Ilustrado do Mundo Bíblico, pág. 68. Melhoramentos/Círculo do Livro, São Paulo – Brasil). (o sublinhar é meu). Destarte, a Grécia é o berço da civilização européia e ensinou à Europa o que é democracia, um pouco mais sobre História Universal: “A Grécia ensinou à Europa o que é democracia. Já foi dito com justeza, a história das antigas civilizações asiáticas é uma história de dinastias, ao passo que a das antigas civilizações européias é uma história de povos, governando-se por si.” (Lima, Oliveira. História Universal – História da Civilização, Vol. 1, 15ª Edição, Revista, pág. 68. Edições Melhoramentos. São Paulo, Brasil). Gostaria de salientar, que o domínio grego em regiões asiáticas em nada muda a origem européia dos gregos, da mesma forma que o domínio dos romanos na Ásia em nada modificou a origem dos tais. De fato, segundo conta-nos a “História da Grécia – Antiguidade I”, a expansão grega pode ser distinguida com os seguintes grupos de colônias de acordo com a localização geográfica das mesmas: “Colônias Orientais e Setentrionais; Colônias Ocidentais; Colônias Meridionais.” Sobre a língua grega, esta possui origem indo-européia, sendo de origem européia “o grego, o itálico, o céltico, o báltico, o eslavo, o germânico, o albanês. O asiático compreende o índico, o irânico, o armênio, o hitita, o tocariano.” (Giordani). Concentrar-me-ei, nesta apologia, de um modo geral, em defender o ensino conforme estampado em 1Cor 11.1,16, pois me é incumbido, a bem da verdade, desfazer algumas falácias, erísticas propagadas no meio evangélico obscurecendo o ensino doutrinário taxando-o de ordem puramente local, um suposto costume ‘asiático’, o que não é verdade. Os que assim procedem, transferem a autoridade das Escrituras para suas interpretações pessoais, tendenciosas, investindo-as de uma autoridade normativa em vez de deixar a Palavra de Deus exercer esse papel na vida dos cristãos em todos os lugares (1Cor 1.1,2). Assim, o primeiro epistolário de Paulo apóstolo aos Coríntios não contemplava apenas um lugar específico, mas um círculo muito maior de cristãos em todos os lugares, motivo de encontrarmos registros até mesmo na longínqua Roma, cristãos primitivos em obediência ao mandamento do uso do véu, a carta de Paulo aos coríntios circulava entre as igrejas até mesmo no coração do Império Romano. Temos prova no registro da história, nos escritos de Clemente de Roma, um presbítero do século I, este escreveu uma missiva à igreja de Corinto relembrando a mesma sobre o que Paulo lhes havia escrito em 1Coríntios, que a praticassem. Ora, que as mulheres gregas não tinham o costume de cobrir a cabeça, o próprio CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisa) reconhece em estudo, o que vem a denotar que o apóstolo divergia em seus escritos do costume grego. Também, que homens judeus e romanos cobriam a cabeça é assunto resolvido, isso também denota que Paulo não estava de acordo com os costumes judaico e romano, pois ele proíbe que no culto o homem esteja com a cabeça coberta (1Cor 11.7). A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 12. 13 Os escritos paulinos rompem fronteiras, ultrapassam barreiras culturais, regulam comportamentos inadequados onde quer que sejam encontrados, costumes desordenados se alinham no mais excelente e perfeito padrão de vida, tornando homens ímpios em conversos cristãos para ser luz do mundo e sal da terra. Verdadeiramente, a primeira carta do apóstolo Paulo aos coríntios foi escrita da Ásia (Éfeso) para a Europa (Corinto). Alguns apologistas evangélicos advogam que o apóstolo Paulo sempre pregou o respeito aos costumes da época e dos devidos lugares, embora isso seja verdade em alguns aspectos, em outros não o são. Pois, segundo o que ele mesmo escreveu pela autoridade com que foi investido, reprovou certos costumes da época e de lugares, e isso entre os gregos, judeus e romanos, vejamos algo a respeito numa obra erudita: “O véu cobria a cabeça, e não o rosto. Era, ao mesmo tempo, símbolo da subordinação da mulher ao homem e do respeito que a mulher merece. As mulheres cristãs de Corinto, no entanto, mui naturalmente estavam seguindo os costumes das mulheres gregas, as quais conservavam a cabeça descoberta quando adoravam. Por conseguinte, Paulo assevera que é vergonhoso uma mulher cristã orar ou profetizar na igreja com a cabeça sem véu. Por outro lado, Paulo se manifesta contrariamente à prática dos homens judeus e romanos, os quais oravam com a cabeça coberta, e ordena que os varões crentes orem e profetizem de cabeça descoberta, como sinal da autoridade de que estão investidos.” (H. Gundry, Robert. Panorama do Novo Testamento, pág. 314. 2ª edição, 1998. São Paulo, Brasil. Vida Nova). Como se pode ver, Paulo se manifestou CONTRARIAMENTE ao costume dos judeus, dos gregos e romanos, a Escritura PROIBIU tais costumes nas igrejas cristãs em suas respectivas culturas, Com efeito: “Quando uma prática aceita fazia parte de uma cultura pagã e a Escritura proibia tal prática, com toda probabilidade será proibida também em nossa cultura, especialmente se o mandamento está alicerçado na natureza moral de Deus.” (A. VIRKLER, HENRY - Hermenêutica Avançada – Princípios e Processos de Interpretação das Escrituras, pág. 175. 10ª reimpressão. São Paulo, Brasil. Vida). Também, o apóstolo Paulo pregava nas sinagogas, ali se ajuntavam tanto judeus quanto gentios prosélitos, muitos gentios se converteram nas sinagogas ao ouvirem a pregação de Paulo. Para não tirar um pouco do sabor com adiantamentos, recomendo uma leitura atenciosa, para que o ilustre leitor possa compreender a linha de raciocínio gramatical, histórica e teológica desta obra. Seguindo este conselho, o leitor irá ampliar o devido conhecimento e entendimento desta APOLOGIA CRISTÃ. Os argumentos infundados do CACP e muitos outros formulados por pastores de várias organizações religiosas, são refutados aqui. É com lamentos que certa liderança publicou no órgão oficial de sua igreja que a Bíblia está ficando em ‘segundo plano’ em suas reuniões litúrgicas, que seus membros estão se acostumando a ouvir e disseminar ensinos espúrios sem ao menos confrontá-los com a Palavra de Deus. Neste livro, confronto as falácias de certos pastores, demonstrando que tais argumentos são incompatíveis ao ensino da Palavra de Deus. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 13. 14 A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU INTRODUÇÃO As igrejas cristãs de todas as épocas e em todos os lugares são concordantes em afirmar que o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é a “cabeça da igreja de Deus”. Esse mesmo ensino pode ser contemplado nas cartas de Paulo às igrejas (Rm 12.5; I Cor 12.13,27; Cl 1.18). Todas as denominações cristãs professam essa fé, entretanto, pergunto: Em que passagem das Escrituras essa mesma doutrina/ensino é explicado dando esclarecimento tão profundo em seu significado? - A resposta a esta pergunta está em I Coríntios 11.1,16. Paulo, o apóstolo dos gentios, por intermédio de Timóteo fez saber aos cristãos de Corinto como também aos de todos os lugares o ensino (no singular) em cada igreja (I Cor 4.17), que Cristo Jesus era (e sempre será) a única cabeça da igreja. O ensino do uso do véu pelas irmãs deve ser não somente aplicado, pois também é do interesse de Deus que seus filhos saibam (I Cor 11.3) a importância do símbolo e seu significado doutrinário existente em I Coríntios 11.1,16, e o que isso representa para Deus, para os anjos e para a igreja de Cristo. Pelo fato de ocupar mais da metade do capítulo onze, tratando somente do assunto, o ato do homem estar com a cabeça descoberta ao passo que a mulher cobre a sua, afinal, na concepção Divina o que isso representa, o que estamos dizendo ou proclamando quando obedecemos e/ou desobedecemos tal mandamento? - É isso mesmo o que veremos logo a seguir. Antes de examinarmos I Coríntios 11.1,16 devemos ser cautelosos, pois que tal epístola também era estendível aos cristãos EM TODOS OS LUGARES: “Eu, Paulo, que fui chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Cristo Jesus, escrevo, junto com o irmão Sóstenes, esta carta à igreja de Deus que está na cidade de Corinto. Escrevo a todos os que, pela sua união com Cristo Jesus, foram chamados para pertencerem ao povo de Deus. Esta carta é também para aqueles que em todos os lugares adoram o nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH – 1Cor 1:1, 2 – SBB). A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 14. 15 Esta verdade está tão clara na introdução da carta, que os respectivos ensinos contidos não deixam espaço para sofismas acerca da UNIVERSALIDADE dos ensinamentos ali descritos, vejamos uma nítida explicação nas palavras do exegeta J. N. Darby: “Paulo era apóstolo pela vontade de Deus, e nesse facto residia a sua autoridade, embora o mesmo se desse quanto aos outros apóstolos. Fora o mesmo chamamento, que fez dos de Corinto Cristãos, que fizera dele um apóstolo. Ao dirigir-se à igreja de Corinto, junta a expressão característica de <<santificados em Cristo Jesus>>, palavras cuja aplicação é evidente, quando consideramos o conteúdo da epístola. Em seguida é posta em relevo a universalidade da aplicação da doutrina e dos ensinamentos da epístola, e a autoridade desta sobre todos os Cristãos, onde quer que eles se encontrem.” (N. Darby, J. – Estudos Sobre a Palavra de Deus – Actos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos Coríntios. Pág. 218, Depósito da Literatura Cristã, Lisboa, 1987). E mais: “O versículo 2 ensina-nos que a carta contemplava um círculo maior do que a igreja local: “Todos os que em todo lugar invocam o nome...” (S. E. McNair. A Bíblia Explicada, pág. 416, 8ª Edição 1992, CPAD, Rio de Janeiro – Brasil). Se alguns negam a universalidade da aplicação da doutrina e dos ensinos descritos, isso se dá por ignorância ou incredulidade, para nós esse chapéu não serve. De fato, o estudo da filologia diz o que segue no tocante ao verso 2: (...) “amplia a indicação do destinatário, ou seja, algo como: junto com estes, todos os que invocam o nome do nosso Senhor.” (Haubeck, Wilfrid; Siebenthal, Heinrich Von. Nova Chave Linguística do Novo Testamento Grego, pág. 999, Edições Targumim/Editora Hagnos, São Paulo – 2009). - I CORÍNTIOS 11. 1, 16 – DEVEMOS RETER “TRADIÇÕES / PRECEITOS” APOSTÓLICOS :‫1.11 - ְכוּ בּע ְבוֹ ָי כּ ֲשׁר ַם־אִי הׁלך בּע ְבוֹת ה ָשׁיח‬ ַ ִ ‫ַמּ‬ ‫ל ְ ִקּ ת ַא ֶ גּ ֲ נ ֵ ְ ְ ִ קּ‬ ‫2.11 - ְ ַל־זׁאת אִי ְשׁ ַח את ֶם‬ ‫ֲנ מ ַ בּ ֶ ְכ‬ ‫וע‬ :‫א ָי כּי־ְכר ֶם א ִי ַכֹּל ִשׁ ֹר ֶת־הקּ ָלוֹת כּ ֲשׁר מסר ִי ל ֶם‬ ‫א ֶ ָ ַ ְ תּ ָכ‬ ‫זַ ְ תּ ֹ ת בּ ל ְ מ א ַ ַב‬ ‫ֶח‬ 11.1 - µιµηται µου γινεσθε, καθως καγω χριστου. 11.2 − Επαινω δε υµασ, αδελφοι.οτι παντα µου µεµνησθε, και κατως παρεδωκα υµιν τας παραδοσεις κατεχετε. 11. 1 – Sede meus imitadores, como também eu de Cristo. 11. 2 – E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei. Nos versos 1 e 2, é apresentado a necessidade de imitarmos o apóstolo em seu zelo de seguir o Cristo, devemos imitá-lo nesse zelo em seguir o Senhor Jesus, nosso modelo santo e perfeito. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 15. 16 Exortando ainda, deu-lhes o dever de reter, preservar (Gr. κατεχω), segurar firme não abrindo mão dos preceitos ou tradições* (gr. παραδοσις = tradição), que é o mesmo que receber e transmitir à geração seguinte. Os mesmos ensinamentos recebidos devem ser transmitidos do mesmo modo como foi entregue pelo ancião/embaixador/πρεσβευω (Ef. 6.20) do Senhor Jesus. O vocábulo grego παραδοσις* é derivado de παραδιδωµι (dar, entregar, transmitir), a Bíblia Sacra Vulgata diz “tradidi”, tal palavra é um pretérito perfeito de “trado” (dar em mão, entregar, passar a outro, confiar, dar). Assim, Paulo recebeu do Senhor e transmitiu à igreja. No tocante ao termo plural “tradições”, Paulo aplicou-a – além do corpo doutrinário - em duas direções, em particular, ao uso do véu e à Ceia do Senhor explicados em um único capítulo. O Dr. Aníbal Pereira Reis (ex-padre), reconhecido pelo “O Jornal Batista” de 27/09/1970, como um dos mais “extraordinários pregadores” batista já conhecido, em seu livro “O Vaticano e a Bíblia”, combate tenazmente a teologia Católica Romana. Sobre as tradições apostólicas (1Cor 11.2; 2Tess. 2.15) mencionadas na Palavra de Deus, o Dr. Aníbal diz o que segue: “O significado da palavra <<tradições>> nesse texto não é sinônimo da tradição no conceito católico. Lá no original grego, o termo é paradoseis que tem o significado de doutrina ou ensinamentos para o caso. Paradoseis é o conjunto das doutrinas ou o depósito exposto por Paulo aos fiéis. Este depósito que ele não recebeu de nenhum dos doze e de ninguém, mas diretamente de Jesus Cristo (Gálatas 1:9, 11 e 12). (Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a Bíblia, pág. 30. Edições Caminho de Damasco, 1969, São Paulo – Brasil). Não se deve negar a doutrina: “παρα−δοσις tradição (isto é, a doutrina transmitida como normativa).” (Haubeck, Wilfrid; Siebenthal, Heinrich Von. Nova Chave Linguística do Novo Testamento Grego, pág. 1024, Edições Targumim/Editora Hagnos, São Paulo – 2009). O termo engloba doutrina, no Dicionário Bíblico John L. Mckenzie, pág. 944, lemos o seguinte: “A fé cristã se torna objeto da tradição. Isso é afirmado explicitamente a respeito da instituição da eucaristia (1Cor 11,23) e na exposição concisa do evangelho* em 1Cor 15,3ss; o termo sugere que Paulo aí está usando fórmulas fixas para estas narrativas. O termo também é aplicado ao que é evidentemente o mais geral na doutrina paulina (1Cor 11,2), seu ensinamento sobre o Dia do Senhor (2Ts 2,15) e sobre as regras de conduta (2Ts 3,6), que os fiéis devem observar firmemente. A tradição inclui a fé (Jd 3) e “o santo mandamento” (2Pd 2,21).” O termo “receber” correspondente à Ceia do Senhor em 1Cor 11.23, também indica tradição: “A palavra corresponde ao termo técnico no rabinismo, quibbel, que significa receber a tradição” [...]. (Rienecker, Fritz; Rogers, Cleon - Chave Lingüística do Novo Testamento Grego, pág. 315. 1ª edição em português, 1985. São Paulo, Brasil. Vida Nova). A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 16. 17 Portanto, o termo grego παραδοσις (tradição) é usado em 1Cor 11,2 como sendo “o mais geral na doutrina paulina”, apontando também para a Ceia do Senhor. Continuando, na versão original em português de João Ferreira de Almeida, ano de 1681, ele não traduziu παραδοσις como “preceito”, mas como ORDENANÇA, confira: “Ora irmaõs, louvo vos de que em tudo vos lembraes de my, e guardaes as ordenanças affi como volas dei.” (A OS CORINTHIOS. Cap. XI, pág. 357). Fonte: http://purl.pt/12730/1/P374.html. Em lugar de tradições, a Tradução Brasileira (TB) traduz para “ENSINOS”. Correspondendo a isso, o texto em hebraico traz o vocábulo “qabalot” (‫ )קּ ָלוֹת‬para ‫ַב‬ tradições, o que corresponde às “instruções” designadas pelo Senhor. Sendo assim, há uma perfeita harmonia entre os termos “tradições, preceitos, ensinos e/ou instruções”. Preceitos são mandamentos designados por Deus ao seu povo, esse povo desde tempos antigos reconhece que todos os preceitos são mandamentos de Deus, é o que se encontra em antigos escritos rabínicos. A título de ilustração, crer em Deus (fé) é o primeiro preceito/mandamento positivo presente na Torah. Vejamos tal afirmação na obra do maior rabino da idade média, o ‘Rambam’, rabi Moshé ben Maimon (1135/1204): “Por este preceito somos ordenados a crer em Deus, ou seja, a acreditar que há um Agente Supremo que é o Criador de tudo o que existe. Ele está expresso em Suas palavras, enaltecido seja Ele, “Eu sou o Eterno, teu Deus, que te tirei da terra do Egito etc” (Êxodo 20:2). No final do tratado Macot está dito: “Seiscentos e treze preceitos foram comunicados a Moisés no Sinai, como diz o verso ‘ A Lei que nos ordenou Moisés’ (Deuteronômio 33:4)”; ou seja, ele nos ordenou obedecer a tantos preceitos quantos há na soma das letras-número TORAH.” (Maimônides, Os 613 Mandamentos, pág. 85, 2ª Edição: 1990, Nova Stella Editorial Ltda. São Paulo, Brasil). Muitos evangélicos dizem que o uso do véu não é mandamento, dizem isto por desconhecerem o significado do vocábulo preceito, apenas um esclarecimento para os desinformados: “Preceito: Mandamento, regra.” (S. Boyer, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica, pág. 504. Editora Vida. 26ª impressão, 1998, São Paulo.) Explicado a compreensão do plural “preceitos”, no contexto cristão - sem nenhum esforço - conclui-se que são mandamentos recebidos e transmitidos, portanto, tradições apostólicas! A METÁFORA DO VOCÁBULO CABEÇA ‫3.11 - אַך ח ֵץ אָֹ ִי שׁתּ ְעוּ‬ ‫ְ ָ פ נכ ֶ ֵ ד‬ :‫ִי־ ֹאשׁ ָל־ ִישׁ ה ָשׁיח ְרֹאשׁ ה ִשּׁה ה ִישׁ ְרֹאשׁ ה ָשׁיח הוּא ה ֱלֹ ִים‬ ‫ָא ה‬ ַ ִ ‫ַמּ‬ ‫ָא ָ ָא ו‬ ‫כּ ר כּ א ַמּ ִ ַ ו‬ 11. 3 - θελω δε υµας ειδεναι, οτι παντος ανδρος η κεφαλη ο χριστος εστι κεφαλη δε γυναικος, ο ανηρ κεφαλη δε χριστου, ο Θεος. 11. 3 – Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 17. 18 Principiando a aplicação do ensino, Paulo, sob a atuação do Espírito Santo revela que a vontade de Deus é que “saibamos,” isto é, não sejamos ignorantes no conhecimento do significado existente naquilo que Ele havia ordenado. O primeiro significado importante está na metáfora* do vocábulo “cabeça” (gr. κεφαλη); nesta metáfora de cabeça se entende e é interpretado por “chefia, autoridade”. Assim, Cristo é a autoridade (cabeça) de todo o homem, e o homem a autoridade (cabeça) da mulher; e Deus a autoridade (cabeça) de Cristo. Em conformidade ao sentido do vocábulo “cabeça”, vejamos o que afirma o Dicionário Teológico: [...] “No Novo Testamento, a palavra é usada para ilustrar a soberania de Cristo sobre a igreja (Ef 1.10; 5.22-23). Salientemos, porém, não ser o Senhor Jesus a cabeça apenas da igreja; Ele o é também de todo o universo. Eis porque, no Apocalipse, apresenta-o João como o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16)”. O vocábulo “cabeça”, na Bíblia Sacra Vulgata, corresponde a “caput” (auctor d’uma coisa, chefe, cabeça, pessoa principal), os versos seguintes estão entrelaçados a este mesmo versículo (3). :‫4 .11 - ָל־ ִיש ֲשׁר ִתפּ ֵל אוֹ ִתַ ֵא ְרֹשׁוֹ מכ ֶה מבֶה הוּא ֶת־רֹאשׁו‬ ‫א‬ ‫ְ ֻסּ ְ ַזּ‬ ‫י ְ נבּ ו‬ ‫כּ א א ֶ י ְ ַלּ‬ 11. 4 − πας ανηρ προσευκοµενος η προφητευων, κατα κεφαλης εχων, καταισχυνει την κεφαλην αυτου. 11. 4 – Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a própria cabeça. Neste verso, é ensinado pelo Espírito Santo que TODO o homem (se casado ou não) que ora ou profetiza tendo coberta a cabeça (física) está a desonrar a sua própria cabeça (chefia). Sendo, portanto, “cabeça” símbolo de autoridade, o homem cobrindo-a estará com isso escondendo ou ocultando - metaforicamente – quem exerce autoridade sobre si, isto é, CRISTO (verso 3). Estará o homem proclamando – metaforicamente - que a autoridade que Cristo exerce sobre ele está coberta, escondida e que essa mesma autoridade é desconhecida por ele, na igreja está expondo Cristo à desonra (gr. καταισχυνω = confundir, humilhar, desonrar, envergonhar). Desse modo, pergunto: Quem estará exercendo a autoridade/chefia no culto no caso de a autoridade de Cristo ser coberta/ocultada/escondida? Isso denota outra (gr. ετερος) autoridade (cabeça) descoberta na igreja que não seja Cristo. Assim, será bom voltarmos ao verso 3 e lermos... “Mas quero que saibais”. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 18. 19 ‫5.11 - ְָל־ ִשּׁה ֲשׁר תּתפּ ֵל אוֹ תתַבּא‬ ‫ִ ְנ‬ ‫וכ א ָ א ֶ ִ ְ ַ לּ‬ :‫ְרֹאשׁהּ ָוּע מבָה ִיא ֶת־רֹאשׁהּ ַַן בֶּה ִיא ְמוֹ מֻלּ ָה‬ ‫ָ יע ָ ז ה כּ ְ ג ָ ח‬ ‫ו ָ פ ַ ְ ַזּ ה א‬ ‫6 .11 – ִי ה ִשּה ִם־לֹא תתכּ ֶה ַם‬ ‫ִ ְ ַסּ גּ‬ ‫כּ ָא ָ א‬ :‫תּתַלּח ְ ִם־בָּיוֹן הוּא ל ִשּׁה להכּ ֵם אוֹ להתַלּח תּתכּ ֶה‬ ‫ְ ִ ְ גֵּ ַ ִ ְ ַסּ‬ ‫ָא ָ ְ ִ ָס‬ ‫ִ ְ גּ ַ ַ וא זּ‬ 11. 5 πασα δε γυνη προσευχοµενη η προφητευουσα ακατακαλυπτω τη κεφαλη, καταισχυνει την κεφαλην εαυτης εν γαρ εστι και το αυτο τη εξυρηµενη. 11. 6 - ει γαρ ου κατακαλυπτεται γυνη, και κειρασθω ει δε αισχρον γυναικι το κειρασθαι η ξυρασθαι, κατακαλυπτεσθω. 11. 5 - Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. 11. 6 – Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu. Dando prosseguimento, o Espírito Santo nos transmite um ensino muito importante, o qual devemos analisar com cuidado para que em nada venhamos ofender a Deus e sua Sabedoria (I Cor.1.30). O contexto não aponta o estado civil do homem ou da mulher, se casados, viúvos ou solteiros. Afinal, a oração e profecia não estão vinculadas somente às casadas, mas também às solteiras e viúvas, por isso a Escritura diz: “Toda a mulher” orando ou profetizando com a cabeça descoberta, denota estado de desonra perante Deus, Autor primário de tal ensino. O Senhor em sua onisciência não nos deixou um estatuto imperfeito. Mas TODA (totalidade) a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta está a “desonrar” (lat. deturpare = desfigurar, deturpar) a sua própria cabeça, isto é, o homem. Assim, a mulher estará proclamando através desse ato externo que está a desonrar o varão (sua cabeça) e glória de Deus (ICor 11.7). Sendo assim, impera uma desordem onde deveria imperar a ordem, isso enfatiza a necessidade de a mulher cobrir a sua cabeça como reconhecimento de uma única cabeça descoberta na igreja, caso contrário, a reunião de adoração que deveria ser para honra e glória de Deus tornar-se-á em desonra e ausência de glória. Quem afirma isso é a Escritura única regra de fé e prática e não o servo de Deus que faz este comentário; anteriormente foi feito uma pergunta sobre quem estaria exercendo a autoridade no culto quando o homem cobre a sua “cabeça” (autoridade = Cristo). A resposta, é que no ato do homem COBRIR a sua cabeça (autoridade = CRISTO) e a mulher DESCOBRIR a sua cabeça (autoridade = HOMEM), indubitavelmente a própria Escritura revela que a cabeça da mulher descoberta é quem estará assumindo a autoridade no culto enquanto a cabeça (autoridade = CRISTO) do homem estará coberta, ocultada, não revelada; e, para piorar ainda, a mulher estará manifestando a glória do homem (verso 7) e sua própria glória, pois o cabelo comprido(verso 15) é glória ( gr. δοξα = honra, glória) para ela. Assim, autoridade e glórias humanas estarão sendo manifestas no ajuntamento do povo de Deus onde deveria prevalecer e ser manifesta somente uma glória e autoridade; isto é, a glória de Deus e autoridade de Cristo que foram cobertas no ato do homem cobrir a sua cabeça. Ficaria incompleta esta matéria se não fosse exposta aqui uma questão: A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 19. 20 Quando HOMEM e MULHER, ambos se apresentarem com a cabeça DESCOBERTA, fica evidente que DUAS CABEÇAS (autoridades) estão descobertas assumindo o governo e autoridade sobre o corpo (igreja), isto é, duas cabeças em UM corpo! Isso cheira a Catolicismo Romano, onde o papa (homem) se diz ‘cabeça’ daquele grupo religioso. Quanto a isso, o Senhor nosso Deus foi claro ao ordenar à mulher COBRIR a cabeça (autoridade do homem) e o homem estar com a sua cabeça (autoridade = Cristo) DESCOBERTA. Ele, o Senhor, instituiu somente UMA cabeça sobre o corpo (igreja) que segundo o verso 3 é CRISTO JESUS, NOSSO SENHOR, ninguém mais! Mas, quando o homem se apresenta na reunião de adoração com a sua cabeça descoberta e a mulher apresentar com a sua cabeça coberta, fica evidente que somente uma cabeça está descoberta assumindo o governo da igreja, esta, não reconhece outra (gr. ετερος) autoridade nem glória, a não ser a autoridade de Cristo sobre todos e glória de Deus somente. Este é o ensino transmitido pelo Espírito Santo em I Coríntios 11.1,16. O Espírito Santo veio glorificar a Cristo (João 16. 13,14) e não glórias humanas! Portanto, prezado irmão, não cubra a sua cabeça na reunião dos santos, e você, irmã, cubra a sua cabeça para que a autoridade do homem seja coberta, escondida diante da supremacia de Cristo; com esse ato de cobrir a cabeça, você também estará cobrindo a sua própria glória (cabelo comprido) e somente é manifesta uma glória, a glória de Deus; e somente uma autoridade, a autoridade de Cristo Jesus, nosso Senhor! Aleluia! Em sua Teologia Sistemática, página 535 – 3ª edição, o erudito Louis Berkhof afirma o seguinte em matéria de fé e doutrina: “A Bíblia nos ensina que Cristo é o Chefe de todas as coisas: Ele é o senhor do universo, não simplesmente como a segunda pessoa da Trindade, mas também como mediador, Mt 28.18; Ef 1.20-22; Fp 2.10,11; Ap 17.14; 19.16. Num sentido muito especial, porém, ele é a cabeça* da Igreja, que é seu corpo. Ele mantém relação viva e orgânica com ela, enche-a de vida e a governa espiritualmente, Jô 15.1-8; Ef 1.10,22,23; 2.20-22; 4.15; 5.30; Cl 1.18; 2.19; 3.11.” A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 20. 21 É dessa doutrina cristã que Paulo, “num sentido muito especial”, segundo a sabedoria que Deus lhe deu, está tratando no assunto do uso do véu, a igreja (corpo) está sob a direção de uma só cabeça, Cristo Jesus, nosso Senhor. Porém, se a mulher não cobrir a sua cabeça, há o imperativo “que rape” ou “que se tosquie” (verso 6), significando ausência de glória, pois o cabelo comprido lhe é uma glória (verso 15), mas rapando-a ou tosquiando-a desaparecerá essa glória. Não obstante, se para ela é indecente rapar-se (heb. galach) ou tosquiar-se, diz a Escritura IMPERATIVAMENTE... “Que ponha o véu” ou “que se cubra”. Em Latim (Bíblia Sacra Vulgata) corresponde a “velo” (cobrir com um véu). No original grego o verbo é κατακαλυπτω, o qual está na 3ª pessoa do singular, no tempo PRESENTE do IMPERATIVO; assim, o véu de que se fala aqui não é o véu do verso 15 que é outra palavra, περιβολαιον; pois, seria impossível Paulo ordenar à mulher pôr “cabelo” quando ora ou profetiza, naquele tempo, creio eu, não existia IMPLANTE de cabelo como nos dias atuais (seria peruca?). Absurdo pensar que o véu do verso seis seja “cabelo”. Ai ai ai! De fato, quando Paulo escreveu dizendo que “ponha o véu”, ou que “se cubra”, por questão de lógica, ela só poderia estar sem véu (gr. κατακαλυπτω) antes de estar na reunião de adoração para oração e profecia, razão do verbo “cobrir” estar no tempo presente. “O tempo presente é usado para expressar um princípio geral” (Chave Lingüística do Novo Testamento Grego, pág. 313). Os vocábulos gregos κατακαλυπτοµαι e κατακαλυπτω ocorrem três vezes no Novo Testamento, e, estas três ocorrências encontram-se no contexto pelo qual nos encontramos nele, todas em I Coríntios 11.6,7. Em o Novo Testamento Hebraico, o verbo “cobrir” na devida passagem é “koseh” (‫ )כסה‬o seu equivalente grego é “καλυπτω”. A DOUTRINA E OS COSTUMES O ensinamento de I Coríntios 11.1,16 contém instruções doutrinárias para o homem e para a mulher e se opõe de forma cristalina ao que alguns comentaristas sugerem, dizendo ser um ‘costume’ puramente oriental. A Escritura contradiz abertamente a esses intérpretes ao dizer: O homem, pois, “não deve cobrir a cabeça” (gr. ουκ οφειλει κατακαλυπτεσθαι), significando literalmente “não deve trazer algo sobre” (a cabeça). “Acompanhado de um advérbio de negação “ουκ,” o presente do imperativo proíbe uma ação que está em andamento, ou que está se repetindo, deve cessar, deve acabar.” (Stelio Rega, Lourenço; Bergmann, Johannes. Noções do Grego Bíblico – Gramática Fundamental, pág. 269. 2004. São Paulo, Brasil. Vida Nova). Observamos que apóstolo não faz menção, em nenhum momento, de usos e costumes, ao descrever os deveres das mulheres cobrirem a cabeça e de os homens estarem com a sua descoberta, conforme bem explicado pelo Dr. Charles Kaldwell Rirye, Th.D., Ph.D.: A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 21. 22 “As mulheres deveriam trazer sua cabeça coberta, ou usar um véu nas reuniões da Igreja, e os homens deveriam ter a cabeça descoberta. As razões de Paulo eram baseadas em teologia (hierarquia na criação, v. 3, na ordem na criação (vv. 7-9) e na presença de anjos nas reuniões da igreja (v. 10). Nenhuma destas razões tinha como base os costumes sociais da época.” (Kaldwell Rirye, Charles. A Bíblia de Estudo Anotada – Expandida, pág. 1119, São Paulo: Mundo Cristão; Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2007). A recomendação seguinte é muito importante: “Não pode haver verdadeira teologia bíblica, a menos que seja baseada em exegese bíblica sã, e não pode haver exegese bíblica sã, a menos que seja posto um firme fundamento textual e gramatical” (Vine, W. E.; F. Unger, Merril; White Jr., William. Dicionário Vine – O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, pág. 352. 2ª Edição, 2003. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). Tal mandamento proibitivo ocorreu pela presença de varões cristãos de origem judaica (Atos 18.4), pois, estes, segundo o costume e ensino rabínico cobriam a cabeça na oração, examinem I Cor 11.1,16 não está transmitindo ‘costume’(?) do judaísmo aos gregos. Os varões judeus cobriam e cobrem a cabeça até os dias atuais, no entanto, contrariando tal “costume”, I Cor 11.7... PROÍBE! “Os judeus que negam que Jesus é o Messias têm o costume de usar uma cobertura sobre a cabeça quando estudam a lei” (KAUFFMAN, DANIEL – Doutrinas da Bíblia, pág. 325. 1ª Impressão em Português, 2010. Boituva – SP, Brasil. Literatura Monte Sião do Brasil). Quem realmente conhece os costumes do judaísmo e até mesmo entre os muçulmanos, sabe que estou falando a verdade, os ensinos do apóstolo às igrejas difere dos costumes da época. Também, respondendo para alguns que afirmam em dizer que as mulheres cristãs cobriam o ‘rosto’(?) na adoração pública, indico-lhes a prova documental da arqueologia. Esta prova pode ser verificada nas “Catacumbas de Roma” (Séc. II e III), onde há figuras na arte cristã primitiva de mulheres orando com a cabeça coberta, porém, com o rosto à mostra. Para comprovar o que afirmo, basta examinar estas figuras abaixo (pesquisa 17/08/2011), presente nas Catacumbas de Roma: http://www.aigrejaprimitiva.com/veumulhercrista.html A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 22. 23 Assim, prova-se pelas Catacumbas de Roma que o uso do véu era usado desde o Oriente até o Ocidente, afinal, Roma localiza-se no Oriente? Estas são provas arqueológicas de como as primitivas mulheres Cristãs em Roma punham em prática a ordem dos apóstolos no tocante ao uso do véu, não sendo algo ‘local’, isto é, ‘exclusivo’(?) a Corinto. Todo o conteúdo apresentado no link acima, segundo o mesmo Site, é de domínio público; estas ilustrações fazem parte de tal conteúdo, as mesmas são anteriores à formação da ICAR. Prova-se também, pela Santa Escritura, que homens e mulheres cristãs não cobriam o ‘rosto’, Paulo desmente isso ao escrever à mesma igreja em 2 Cor. 3.13, 18, o seguinte: “E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face... Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados” [...]. Portanto, Paulo está negando uma cobertura sobre o rosto à igreja em Corinto e à igreja em todo o mundo, em todo o lugar. Sobre o assunto, vejamos o que afirma o erudito Robert H. Gundry: “O véu cobria a cabeça, e não o rosto. Era, ao mesmo tempo, símbolo da subordinação da mulher ao homem e do respeito que a mulher merece. As mulheres cristãs de Corinto, no entanto, mui naturalmente estavam seguindo os costumes das mulheres gregas, as quais conservavam a cabeça descoberta quando adoravam. Por conseguinte, Paulo assevera que é vergonhoso uma mulher cristã orar ou profetizar na igreja com a cabeça sem véu. Por outro lado, Paulo se manifesta contrariamente à prática dos homens judeus e romanos, os quais oravam com a cabeça coberta, e ordena que os varões crentes orem e profetizem de cabeça descoberta, como sinal da autoridade de que estão investidos.” (H. Gundry, Robert. Panorama do Novo Testamento, pág. 314. 2ª edição, 1998. São Paulo, Brasil. Vida Nova). Como vimos, as mulheres cristãs de Corinto estavam seguindo COSTUMES das mulheres gregas pagãs (as de hoje fazem o mesmo) ao conservarem a cabeça descoberta quando adoravam. Alguns autores críticos apelidam-nos de ‘igreja corintiana’(?), ora, nada mais pueril e contraditório; nós, crentes (em geral) que cremos nesta doutrina, estamos alicerçados na correção e não no erro. Para esses tais, respondo que ao não se submeterem ao ensino supracitado, aí sim, estão eles na ‘igreja corintiana’ ANTES da correção, portanto, alicerçada nas areias do erro. Em toda a Grécia, particularmente na cidade pagã de Corinto, o COSTUME CULTURAL era o mesmo do Brasil no tocante em a mulher não cobrir a cabeça, o mandamento veio para corrigir essa desordem litúrgica entre os cristãos, moldando-a ao ensino já presente nas outras igrejas (verso 16). Comprovando o registro histórico contido nas “Catacumbas de Roma”; que o uso do véu é mandamento do Senhor para todas as igrejas oriente/ocidental, vejamos o que afirma o erudito W. E. Vine, reconhecidamente como um dos principais eruditos do grego no mundo: A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 23. 24 “Descoberta Akatakaluptos, (ακατακαλυπτος ), “descoberto” (fornecido de a, elemento de negação, e katakaluptõ, “cobrir”), é usado em I Cor. 11.5,13 (“descoberta”), com referência a injunção proibindo as mulheres estarem sem “véu” ou “descobertas” nas reuniões da igreja. ¶Pouco importando que tipo de cobertura seja, deve estar na cabeça como “sinal de poderio” (I Cor. 11.10), e cujo significado é indicado em 1 Cor. 11.3 no assunto de supremacia, e cujas razões são dadas em 1 Cor. 11.7,9 e na frase “por causa dos anjos” (1 Cor. 11.10), indicando o testemunho e interesse deles naquilo que indica a supremacia de Cristo. As injunções não eram nem judaicas, que exigiam que os homens cobrissem a cabeça na oração, nem gregas, pelas quais homens e mulheres ficavam igualmente com a cabeça “descoberta”. As instruções do apóstolo Paulo eram “mandamentos do Senhor” (1 Cor. 14.37) e eram para todas as igrejas ( 1 Cor. 14.33,34).” (Dicionário Vine – O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, pág. 547. 2ª Edição, 2003. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). O Dicionário supra é aprovado pelo Conselho de Doutrina da CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus). Para quem ignora o significado de “injunção,” é... MAN-DA-MEN-TO! Em o Manual da Escola Dominical (publicação da CPAD), página 81 ensina que um costume é local, mas uma doutrina é GERAL. Como bem se pode ver no início da matéria, a epístola do apóstolo Paulo era estendível aos cristãos EM TODOS OS LUGARES, também, segundo o Dicionário Vine, eram mandamentos (‫ )מ ְוֹת‬do ‫ִצ‬ Senhor para todas as igrejas; portanto, indubitavelmente era de caráter GERAL, doutrinário! Assim, a mulher que verdadeiramente está revestida de submissão interior, não se revestirá de submissão exterior ao mandamento Divino (escreveu sob inspiração) de cobrir a cabeça na adoração pública, ou, será que a desobediência externa não põe em descoberto a insubmissão interna? ENTENDENDO A QUESTÃO DA GLÓRIA ‫7.11 - ְה ִישׁ ֵיֶנּוּ חָב ל ַסּוֹת‬ ‫ו ָ א א נ ַ יּ ְכ‬ :‫ֶת־רֹאשׁוֹ ִי הוּא צ ֶם ֱלֹ ִים וּ ְבוֹדוֹ א ָל ה ִשּׁה ִיא ְבוֹד ה ִישׁ‬ ‫ֲב ָא ָ ה כּ ָא‬ ‫ֶל א ה כ‬ ‫כּ‬ ‫א‬ 11. 7 - ανηρ µεν γαρ ουκ οφειλει κατακαλυπτεσθαι την κεφαλην, εικων και δοξα Θεου υπαρχων γυνη δε δοξα ανδρος εστιν. 11. 7 – O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Feito a análise dos versos anteriores que regula o procedimento da mulher na adoração pública, agora, o Espírito Santo passa a regular a ordem concernente ao procedimento do homem; portanto, temos dois mandamentos, o da mulher se cobrir (verso seis) e, o do homem permanecer com a cabeça descoberta. “O resultado, quanto aos pormenores, é, pois, que o homem devia ter a cabeça descoberta, porque ele representava a autoridade e estava, sob este ponto de vista, revestido, quanto à sua posição, da glória de Deus, de que ele era a imagem; a mulher, pelo contrário, devia ter a cabeça coberta como sinal da sua sujeição ao A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 24. 25 homem. Era sinal do poder ao qual ela estava submetida.” (N. Darby, J. – Estudos da Palavra de Deus – Actos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos Coríntios. Pág. 245, Depósito de Literatura Cristã, 1987, Lisboa) Na Bíblia Sacra Vulgata consta: “vir quidem non debet velare”, isto é, “varão, na verdade, não deve cobrir com véu”, portanto, um mandamento de proibição direcionado ao homem, proibindo-lhe de cobrir a cabeça. O mandamento é peremptório, absoluto, cobrir a cabeça no culto é dever/obrigação pertinente a mulher, o texto é explícito, claro como cristal. Já sabemos que o vocábulo “cabeça” (gr. κεφαλη) é metáfora de chefia, autoridade. Em hebraico a transliteração para o termo “cabeça” é ro’sh (‫ ,)רׁאשׁ‬denotando chefe, líder, do Latim “caput”. O Senhor passa a mostrar por trás do ato externo do homem não cobrir a cabeça, o fato de a “glória” (‫ )כּבוֹד‬de Deus estar envolvida nesta metáfora. A questão ensinada ְ implica assuntos de doutrina, a glória de Deus revelada na igreja não pode ser coberta como ocorre com a glória do homem e com a glória da mulher na reunião de adoração. Quando o Espírito Santo guiou Paulo a escrever tal mandamento proibitivo, que o homem NÃO deve cobrir a cabeça é escrito um “porque” disso: - “porque é a imagem e glória de Deus”. O Senhor está dizendo com isso que, se o homem cobrir a cabeça estará cobrindo (metaforicamente) duas coisas: IMAGEM e GLÓRIA DE DEUS. Este é outro motivo pelo qual o homem não deve cobrir a sua cabeça (verso 3). O uso do véu transmite este ensino de forma bela e maravilhosamente, percebe agora, irmão (a), a profundidade espiritual no tocante ao uso do véu? Sabe por que a mulher usa véu? – Pelo fato de ela ser glória do homem (verso7) e do cabelo comprido lhe ser também uma glória/honra (verso 15). Assim, ela precisa cobrir glórias humanas na reunião de adoração, o uso do véu é uma metáfora disso; quando colocamos o mandamento na prática, estamos demonstrando que somente a glória de Deus é descoberta, manifesta na igreja. A Deus toda a glória! O Espírito Santo não admite outra (gr. ετερος) glória descoberta/manifestada entre nós. Assim, passamos a obter conhecimento daquilo que foi escrito no verso três: “Mas quero que saibais”... De fato, sabemos disso. “Deus deu para a mulher a responsabilidade de ser a “glória do homem” e ordenou que ela deve cobrir-se. [...] A glória do homem deve ser coberta nos cultos para que todos se gloriem no Senhor. É uma desonra a Cristo quando os cristãos se congregam para adorá-lo e as mulheres não cobrem suas cabeças.” (KAUFFMAN, DANIEL – Doutrinas da Bíblia, pág. 324, 325. 1ª Impressão em português, 2010. Boituva – SP, Brasil. Literatura Monte Sião do Brasil). :‫8 .11 - ִי ִם־ה ִשּׁה ִן־ה ִישׁ ִי ֵין־ה ִישׁ ִן־ה ִשּה‬ ָ ‫כּ א ָא ָ מ ָא כּ א ָא מ ָא‬ :‫9 .11 – ַם לֹאִב ָא ה ִשׁ בּ ֲבוּר ה ִשּׁה ִי ִם־ה ִשּׁה בּ ֲבוּר ה ִישׁ‬ ‫ָא‬ ‫ָא ָ כּ א ָא ָ ַע‬ ‫נְר ָא ע‬ ‫גּ‬ 11. 8 - ου γαρ εστιν ανηρ εκ γυναικος, αλλα γυνη εξ ανδρος 11. 9 − και γαρ ουκ εκτισθη ανηρ δια την γυναικα, αλλα γυνη δια τον ανδρα 11. 8 – Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. 11. 9 – Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 25. 26 Estes dois versos aludem à narrativa da criação do homem e da mulher mencionadas no livro de Gênesis (bere’shît), não para mostrar superioridade do homem em relação à mulher no tocante à “causa”; pois, diante de Deus, homem e mulher são iguais em valor, em importância, ambos foram comprados pelo mesmo sangue, o sangue do Senhor Jesus (Gl. 3.28; I Cor. 12.13). O ensino é que, numa adoração conjunta, ambos tem funções representativos na igreja concernente a “cabeças” (verso 3 ) e no tocante a funções de “glórias” (verso 7), funções estas que devem ser respeitadas à luz da Palavra de Deus. O MOTIVO, A CAUSA DO USO DO VÉU :‫01 .11 - ַל־ ֵן ה ִשּׁה חֶֶתל ְיוֹת־ ָהּ כּ ָה ַל־רֹאשׁהּ ֲַבוּר המּ ְאָ ִים‬ ‫ַ ַל כ‬ ‫ָ בּ‬ ‫ע כּ ָ א ָ ַ יּב ִ ה ל ִ פּ ע‬ 11. 10 - δια τουτο οφειλει η γυνη εξουσια εχειν επι της κεφαλης δια τους αγγελους. 11. 10 – Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos. Quando a Escritura diz “deve” (gr. οφειλει), denota dever, obrigação (gr. οφειλω) resultante dos preceitos ou mandamentos da honra. Assim, amados, o uso do véu também tem uma “causa” (lat. propter) esta causa são os ANJOS. Esta “CAUSA” não é apontada pela Palavra de Deus como sendo a cidade de ‘Corinto’, não é ‘cultura’ e muito menos supostas ‘prostitutas’! O uso do véu é SINAL de que há apenas uma “cabeça” (autoridade) e “glória” descoberta na igreja, isto indica o PODERIO, a autoridade de Cristo; este “sinal” está indicando Cristo em ser Ele a Cabeça da Igreja e de todo o Universo, coisa que os anjos compreendem e se alegram! Os anjos são considerados guardiães da ordem no mundo e no culto, o mandamento é de ordem e dever cristão em consonância com a presença dos anjos na adoração litúrgica. Esta afirmação da Escritura derriba por terra o fraco argumento ou disfarce da ‘cultura’ como muitos afirmam, pois os anjos (a causa) são celestiais, transculturais/supraculturais. Destarte, eles já presenciaram insubordinação no céu (Jo 8.44; Ap. 12.7, 8, 9) como também na terra ( Gn 3. 11, vv), ou pensa o caro leitor que os anjos (Lc 1.19; Hb 1.14; Sl 34.7) não estão mais ativos no séc. XXI, nos dias atuais, observando-nos? Eles são a “causa” do uso do véu, cessando a causa (os anjos) também cessará o efeito (o uso do véu), afinal, não existe efeito sem causa. Os seres angelicais são “todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14), nos dias atuais, de forma cristalina, entre nós, permanece de pé a causa do uso do véu... Os anjos: “Eles testemunham os sofrimentos dos cristãos (1Cor 4,9) e têm uma presença invisível nos serviços litúrgicos (1Cor 11,10) [...] O respeito aos anjos exige que as mulheres cubram os cabelos, que são sua glória, para que possa aparecer a glória de Deus”. (L. Mackenzie, Jonh. Dicionário Bíblico, pág. 46. 9ª edição. Paulus). A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 26. 27 Como vimos, o dicionário não afirma que os anjos “tiveram” uma presença invisível, mas que “TÊM” essa presença invisível nos serviços litúrgicos; o verbo ter está no tempo presente, em conformidade, vejamos esta afirmativa: “Note-se aqui como o apóstolo baseia as suas respostas, acerca dos pormenores, sobre princípios mais elevados. É o que faz o verdadeiro Cristianismo com todos os assuntos que aborda (comparar Tito 2:10-14). Apresenta Deus e a caridade, pondo o homem em ralação com o próprio Deus. Temos disto um impressionante exemplo na relação que segue. Tratava-se de dar uma diretriz para as mulheres – e elas não deveriam orar sem terem a cabeça coberta. Para decidir esta questão, de simples decência e de conveniência, Paulo expõe a relação dos depositários da glória de Deus com o próprio Deus, e a ordem da sua relação, e apresenta os anjos aos quais os Cristãos, que lhes estão em espetáculo, devem mostrar a ordem, segundo o pensamento divino.” (N. Darby, J. – Estudos Sobre a Palavra de Deus – Actos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos Coríntios. Pág. 244, Depósito da Literatura Cristã, Lisboa, 1987). É digno de nota, que a devida passagem Bíblica não apresenta nenhum pensamento cultural ou costumes humanos, mas que tais princípios estão de acordo o pensamento divino, tal pensamento não está preso a cultura alguma. Portanto, é no tocante aos anjos que a Escritura exige o respeito nesse serviço sacro, que a mulher cubra os cabelos, sua glória. Essa exigência é evidenciada pelo DEVER descrito a elas no verso dez. Alguns pastores interpretam que o uso do véu era por ‘causa/motivo’(?) das ‘prostitutas cultuais’(?) existentes em Corinto, tal interpretação é uma ABERRAÇÃO à regra fundamental da Hermenêutica: A Bíblia explica- se/interpreta-se a si mesma. E, a Bíblia se explicando afirma que é “por causa dos anjos” (gr. δια τους αγγελους). Para a membresia desses pastores, os argumentos dados por eles são válidas ainda que sejam conflitantes, contrariando a Bíblia Sagrada, não sabendo que está investindo de autoridade a pseudo-interpretação deles e invalidando a autoridade da Palavra de Deus de corrigir (2Tm 3.16) todo falso ensino. Portanto, devemos demonstrar pela prática, de forma absoluta, que a Palavra de Deus é nossa “única regra de fé e prática”, o cristianismo não é teoria, é prática! Nós, os que cremos neste mandamento da Palavra de Deus, não temos o “costume” de confundir anjos com ‘prostitutas’(?), o que é uma o-fen-sa à Palavra de Deus e aos anjos! Assim, chega a ser até mesmo hilário o que dizem certos líderes denominacionais, acusando-nos de ‘ignorantes bíblicos’(?). Infeliz interpretação a deles, associar o uso do véu em I Cor. 11.1, 16 com ‘prostitutas cultuais’ de Corinto. Outrossim, a glória de Deus e autoridade de Cristo tratada por Paulo na devida passagem, que deveriam estar realçadas, destacadas em tais estudos são substituídas por... ‘cultura, costumes e prostitutas cultuais de Corinto’(?). Desde quando os ensinos do Senhor referente à autoridade de Cristo e glória de Deus faziam parte da cultura pagã da cidade de Corinto? Não é disso que o apóstolo está tratando no contexto supra? A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 27. 28 Só faltam afirmar que Paulo era ‘ministro da cultura’, outra passagem em que o apóstolo discorre sobre os “atletas que correm no estádio” (I Cor. 9.24, 25) será que ele era “ministro dos esportes”? E, no tocante à “coleta” para os pobres da Judéia (I Cor. 16.1, 2), será que também era “ministro da economia”? Uma verdadeira confusão em tais estudos, procurando exportar para o devido contexto material inexistente em seu conteúdo. Com efeito: “A Bíblia é toda a revelação Divina que necessitamos. Tudo o que for revelado sem o apoio das Escrituras é falso.” (Cabral, Elienai. O Pregador Eficaz, pág. 72. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). Não creio que precisam de ‘estudo sistemático’ para descobrir que a “causa” do uso do véu está nos anjos ( αγγελους / ‫ .)מּ ְאָ ִים‬Um princípio Hermenêutico: ‫ַל כ‬ “Em todas as suas exposições, deve-se prender ao que está escrito, e não tem o direito de atribuir seus pensamentos aos autores”. (Berkhof, Louis - Princípios de Interpretação Bíblica – Pág. 54. 3ª edição, 2008. São Paulo, Brasil. Editora Cultura Cristã). Um alerta: “As verdades supremas e unificadoras logicamente não devem ser minimizadas; mas o fato é que, em meio aos que crêem que os sessenta e seis livros canônicos são nada menos que a Palavra de Deus escrita, há uma incômoda lista de opiniões teológicas mutuamente incompatíveis.” (A. Carson, D. - Os Perigos da Interpretação Bíblica – A Exegese e suas Falácias, pág. 16. 2ª edição, 2001. São Paulo, Brasil. Vida Nova). Portanto, substituir como CAUSA/MOTIVO os anjos para dar lugar às ‘prostitutas’(?) é subestimar a nossa inteligência e capacidade de leitura; quem sabe, a Bíblia deles seja diferente da nossa, trazendo ‘prostitutas/meretrizes’ em lugar de ANJOS (1Cor 11.10). Esse tipo errôneo, falso, ilegítimo, espúria e blasfêmica de interpretação, observado anteriormente, são apregoados em certos livros e, lamentavelmente, leitores incautos “engolem” tais argumentos falaciosos sem um pingo de exame cuidadoso e biblicamente embasado; a seguir, um conselho a todos os que crêem na autoridade da Escritura: “Uma abordagem cuidadosa da Bíblia capacitar-nos-á a “ouvi-la” um pouco melhor. É fácil demais aplicarmos ao texto Bíblico as interpretações tradicionais que recebemos de terceiros. Então, podemos involuntariamente transferir a autoridade das Escrituras para nossas interpretações tradicionais, investindo-as de um falso e até idólatra grau de certeza. ”(A. Carson, D. - Os Perigos da Interpretação Bíblica – A Exegese e suas Falácias, pág. 15. 2ª edição, 2001. São Paulo, Brasil. Vida nova). A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 28. 29 ‫11 .11 − א ָל ֵין ה ִישׁ ְלֹ ִשּׁה‬ ָ ‫ֲב א ָא בּ א‬ :‫ְ ֵין ה ִשּׁה בּלֹא ִישׁ ָאָדוֹן‬ ‫א בּ‬ ָ ‫וא ָ א‬ ‫21 .11 − ִי כּ ֲשׁר ה ִשּׁה ִן־ה ִישׁ ֵן גּם־ה ִישׁ ַל־ְֵי ה ִשּה‬ ָ ‫ָ א ע יד ָ א‬ ‫כּ ַא ֶ ָ א ָ מ ָ א כּ‬ :‫ְָל־זֹאת מ ֱלֹ ִים‬ ‫ֵא ה‬ ‫וכ‬ 11. 11 − πλην ουτε ανηρ χωρις γυναικος, ουτε γυνη χορις ανδρος, εν κυριω. 11. 12 − ωσπερ γαρ γυνη εκ του ανδρος, ουτω και ο ανηρ δια της γυναικος, τα δε παντα εκ του θεου. 11. 11 – Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. 11. 12 – Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus. Dando continuidade, os versos supracitados ensinam que tanto o homem quanto a mulher provém um do outro, dependendo assim, mutuamente no Senhor, e que todas as coisas provêm de Deus; isto é, o nosso Deus é Soberano e independente. :‫31 .11 - שׁפטוּ־ָא בַ ְשׁ ֶם הָאָה ל ִשּׁה להתפּ ֵל ֶל־ה ֱלֹ ִים בִּלּוּי רֹאשׁ‬ ‫נ ְ נפ ְ כ ֲ נ ֲ ו ְ א ָ ְ ִ ְ ַ לּ א ָ א ה ג‬ ִ 11. 13 - εν υµιν αυτοις κρινατε πρεπον εστι γυναικα ακατακαλυπτον τω θεω προσευχεσθαι; 11. 13 – Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? A igreja deveria julgar a questão do uso do véu entre eles mesmos, porém, sempre pautados no ensino do apóstolo, afinal, a igreja precisava das suas orientações sobre várias “coisas” (I Cor 7 .1), não podendo, portanto, resolver por si mesma assuntos doutrinários. Assim, depois de tudo o que Paulo escreveu anteriormente, a resposta esperada seria um “NÃO”, de fato, se a mesma pendesse para a opinião positiva de a mulher estar com a cabeça descoberta na reunião de adoração, saberia que isso acarretaria em rapar (heb. galach) ou tosquiar (I Cor. 11.6) a cabeça, o que denotaria desonra ou ausência de glória caso contendesse o ensino apostólico. Não podemos dirimir nossa fé e conduta separadas da Palavra de Deus, devemos subjugar nossas convicções pessoais, nossa mente e coração ao conceito que o Eterno nos dá, que venhamos a dizer: ... “Seja feita a Tua vontade” (Mateus 6.10) e não a nossa. DOIS VÉUS, QUAL DELES O CABELO FOI DADO EM LUGAR? ‫41.11-אוֹ ֲלֹא ַם־הטּ ַע בּע ְמוֹ ְל ֵד את ֶם ִי ִישׁ ֲשׁר‬ ֶ ‫ה ג ַ ֶ ב ְ ַצ יַמּ ֶ ְ כ כּ א א‬ :‫ְַ ֵל פּ ַע שׂ ַר רֹאשׁוֹ חר ָה ִיא לוֹ‬ ‫ֶ ְפּ ה‬ ‫יגדּ ֶ ר ְ ע‬ :‫51.11 - א ָל ה ִשׁה ִי תַ ֵל שׂע ָהּ פּ ֵר הוּא ָהּ ִי־ִ ַן ָהּ ַשּׂ ָר לצִיף‬ ‫ל כּ נתּ ל ה ֵ ע ְ ָ נ‬ ‫ֲ ב ָ א ָ כּ ְ גדּ ַ ְ ר ְ א‬ 11. 14 - η ουδε αυτη η φυσις διδασκει υµας, οτι ανηρ µεν εαν κοµα, ατιµια αυτω εστι; 11. 15 − γυνη δε εαν κοµα, δοξα αυτη εστιν. οτι η κοµη αντι περιβολαιου δεδοται αυτη. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 29. 30 11. 14 – Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? 11. 15 – Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu. É ensino da própria natureza (criada por Deus) o homem não usar cabelo comprido (gr. κοµαω) por ser desonroso, por outro lado, afirma o Espírito Santo, que a mulher ter cabelo comprido (gr. κοµαω) lhe é uma “glória/honra”(gr. δοξα). Por isso mesmo o cabelo lhe foi dado em lugar de véu (gr. περιβολαιον). Ora, sendo o homem a glória de Deus (I Cor. 11.7) e a mulher glória do homem (I Cor. 11.7), porventura Deus deixaria a mulher destituída de glória? Claro que não! O texto afirma que o cabelo comprido (gr. κοµη) é “glória” (gr. δοξα) para ela; por isso mesmo, em ser glória, no culto, essa glória deve ser coberta e, quando a cobre estará cobrindo juntamente a autoridade e glória do homem; somente Deus permanece com sua autoridade e glória descoberta na igreja. Alguns pastores ao criticarem-nos, cometem erros grosseiros nestes versículos ao ensinar às suas ovelhas que o fato de o cabelo comprido ser dado em lugar de véu, a mulher ‘não precisa’(?) cobrir a cabeça. O escritor e professor Fabiano Antônio Ferreira, em seu livro (ΚΑΤΑΚΑΛΥΠΤΕΣΘΩ − QUE PONHA O VÉU, págs. 54, 55) também refuta tal silogismo equivocado apontando em seu opúsculo o que diz o Dr. Russell Norman Champlin acerca dessa “perversão interpretativa”: “... é uma grande perversão do texto sagrado dizer que essas palavras significam que uma mulher não precisa mais de véu, se porventura usa longos os seus cabelos. Pois ninguém pode ler o terceiro versículo em diante desta passagem, onde Paulo tanto insiste sobre a necessidade do uso do véu, de conformidade com a ordenança divina, com os costumes sociais e com os costumes da natureza, para então lançar fora todo o seu argumento, supondo que se uma mulher conservar longos os seus cabelos já não precisará usar véu quando ora ou profetiza, sem incorrer em grave incoerência. Porquanto tal conclusão será diametralmente oposta a todos os argumentos anteriores de Paulo, transformando esse apóstolo em um insensato que se contradiz consigo mesmo.” “Tal interpretação só pode ser aceitável para aqueles que manuseiam desonestamente as Escrituras, procurando adaptá-las aos seus pontos de vista e às suas práticas. Essas práticas ditam que a mulher “não use véu.” Porém, se tantas mulheres crentes não usam o véu, isso não pode estar firmado no que Paulo diz aqui, e nem sobre a suposição que ele recomendava que bastava às mulheres usarem os cabelos longos para não precisarem mais de véu.” Complementando, O Dicionário Bíblico John L. Mckenzie, página 46, afirma o seguinte: “O respeito aos anjos exige que as mulheres cubram os cabelos, que são sua glória, para que possa aparecer a glória de Deus”. O ensino transmitido pelo Espírito Santo é que Deus, Soberano do universo, não admite glórias humanas descobertas/manifestas quando suas criaturas lhe prestam adoração, serviço sagrado; tampouco o permite que a autoridade de Cristo sobre a igreja esteja dividida com outra (gr. ετερος) cabeça (autoridade) sobre o corpo (igreja). A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 30. 31 Alguns indagam, qual seria o comprimento adequado para o cabelo da mulher? – A resposta é que não há especificação alguma da Escritura sobre o comprimento adequado para o mesmo. Porém, posso afirmar que o termo grego “κοµαω” contido na devida passagem, indica não pôr empecilho ou obstáculo ao crescimento, para que o cabelo feminino possa ser comprido. Notadamente, o comprimento do cabelo pode variar de mulher para mulher. Portanto, o cabelo feminino foi dado em lugar de véu (gr. περιβολαιον), e não em lugar de véu (gr. κατακαλυπτω). No verso 15, Paulo, pelo Espírito Santo, não está dando mandamento algum, tanto em Hebraico quanto no Grego e Latim, o mandamento do uso do véu está contido no verso 6, que não corresponde à mesma cobertura citada no verso 15, que a versão Almeida Revista e Atualizada verte para mantilha. “A palavra traduzida como “mantilha” não é a mesma empregada nos versículos 5-6 (véu).” (Charles Kaldwell Rirye). Enquanto a palavra “véu” no verso 6 aponta para uma cobertura – literalmente - “pendurada sobre a cabeça” (vide figuras arqueológicas), a cobertura do verso 15 denota – literalmente – apenas uma faixa enrolada em volta da cabeça, e não caindo ou pendurado para baixo como é o véu do verso 6. Assim, prezados, o véu do verso 6 é completamente diferente do termo apresentado no verso 15. De fato: “O versículo 15 necessita ser interpretado com inteligência. Não podemos entender que Paulo no versículo 15 desfaça a instrução que dera no versículo 6, pois isso seria absurdo. Precisamos ver outro sentido nas suas palavras, que não inutilize o ensino principal do trecho: que “a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça.” (S.E. McNair. A Bíblia Explicada, 8ª Edição 1992, pág. 420, CPAD. Rio de Janeiro, Brasil). Transcrevo o verso 15, conforme se encontra na Bíblia Sacra Vulgata: “mulier vero si comam nutriat gloria est illi quoniam capilli pro velamine ei dati sunt”. Enquanto o sentido do véu apresentado no verso 6 denota “sobre, do alto a, para baixo”; o véu do verso 15 denota algo diferente, isto é, “lançar em volta de, em redor de”. Portanto, na Bíblia Sacra Vulgata o véu do verso 15 é “velamine”, que segundo o historiador Titus Livius, tal vocábulo (velamine) correspondia a uma “vendazinha, faixa”, portanto, uma faixa “em volta de, em redor” da cabeça, isto é, um turbante, o vocábulo em grego, hebraico e latim não deixa dúvidas. Assim, tanto homens quanto mulheres no Antigo Concerto cobriam a cabeça com turbante: “Dois ou mais destes lenços eram usados para formar o turbante das mulheres, mas sempre armados de um modo diferente do turbante dos homens.” (C. Whitehouse, Owen. Costumes Orientais – Antiguidades Bíblicas. Pág. 43, União Cultural Editora Ltda. 1950). A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 31. 32 O turbante era a cobertura usada sobre a cabeça do rabi Moshé ben Maimon (1135/1204), o Maimônides, conforme demonstra o próprio monumento/efígie erguido em sua homenagem em Córdoba - Espanha. Em Hebraico, tal vocábulo corresponde a “tzanif”, que literalmente possui o mesmo significado no Latim “velamine”, isto é, “turbante” (faixa em volta da cabeça), o mesmo ocorre com o termo “peribolaion”, do grego “peri”, em volta de, e “balõ”, lançar! Portanto, o véu do verso 15 foi dado em lugar de turbante (faixa em volta da cabeça), lembrando que “turbante” (heb. tzanif; lat. velamine; gr. peribolaion), é muito diferente de “véu” (heb. mîtkasseh; lat. velo; Gr. katakaluptô) apresentado no verso 6, onde tal vocábulo possui sentido e significado totalmente diferente! O texto em Grego, Hebraico e Latim, mostram com maior clareza a diferença entre um véu e outro. O cabelo foi dado em lugar de turbante contido no verso 15, e não em lugar de véu que é apresentado no verso 6, o qual é definido pela Chave Línguística do Novo Testamento Grego como “caindo sobre a cabeça, isto é, o véu pendurado sobre a cabeça” (vide figuras arqueológicas)! Portanto, não façamos confusão entre os termos, como tenho observado em alguns artigos sobre o assunto, afinal, seria para lá de incoerente o apóstolo, supostamente, ordenar (verso seis) à mulher pôr ‘cabelo’(?) quando ora e/ou profetiza. O substantivo “περιβολαιον” é deverbativo, isto é, deriva e remete para o verbo “περιβαλλω” que significa “lançar, colocar ao redor de” (lenços ou faixas em envolta da cabeça, um turbante). Destarte, é interessante observarmos que o texto original do Novo Testamento traz DUAS palavras gregas diferentes para o termo “véu”: 1) Verso 6: katakaluptô (gr.κατακαλυπτω), em hebraico corresponde a “mîtkasseh”(‫ .)מתכסה‬Cobertura “caindo sobre a cabeça, isto é, um véu pendurado sobre a cabeça.” 2) Verso 15: Um turbante, peribolaion (gr. περιβολαιον) tem seu correspondente na Bíblia em Hebraico o vocábulo “tzanîf” (‫ ;)צניף‬para a forma “feminina” de tzanif, o Léxico Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento, página 437, aponta “tzenifah” (‫ ,)צניפה‬lenços ou faixas em volta da cabeça, um turbante; basta acrescentar “‫( ”ָה‬qames com consoante he) em “tzanif” para o vocábulo ficar no feminino. De forma cristalina, o cabelo NÃO FOI DADO em lugar de véu “κατακαλυπτω /‫ ”,מתכסה‬mas em lugar de véu “περιβολαιον /‫( צניף‬turbante).” Etimologicamente, κατακαλυπτω é formado de “κατα” (do alto a, para baixo) e “καλυπτω” (cobrir). Diferentemente, o vocábulo grego περιβολαιον é formado de “περι” (em volta de, em redor de) e “βαλλω” (lançar), isto é, faixas lançadas em redor da cabeça formando um turbante. É neste último substantivo deverbativo que o cabelo foi dado em lugar; em lugar de “περιβολαιον” (turbante) e não em lugar de “κατακαλυπτω” (véu). A devida passagem de 1Cor 11, indica dois véus (v.6 = véu e v. 15 = turbante). Muito simples, não é mesmo? A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 32. 33 RESPONDENDO A ALGUM CANDIDATO A CONTENCIOSO ‫61 .11 - ְ ִם־ַ ְשֹׁב ִיש לער ֵר‬ ‫א ְ ַ ְע‬ ‫וא יח‬ :‫ע ֵינוּ ֵין ָנוּ מְ ָג כֶּה ְלֹא לק ִלּוּת ה ֱלֹ ִים‬ ‫ָא ה‬ ‫ִ ְה‬ ‫ָ ל א ל ִ נה ָ ז ו‬ 11. 16 - ει δε τις δοκει φιλονεικος ειναι, ηµεις τοιαυτην συνηθειαν ουκ εχοµεν, ουδε αι εκκλησιαι του θεου. 11. 16 – Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus. De forma brilhante, Paulo encerra o assunto respondendo a algum candidato a “contencioso” que as igrejas de Deus não têm tal costume; mas, a que “costume” o apóstolo está referindo? Contextualmente está se referindo à prática contenciosa surgida na igreja de Corinto, diferenciando-a das demais igrejas de Deus; isto é, o costume de a mulher se apresentar na reunião de adoração com a cabeça descoberta e o homem estar com a sua coberta. COSTUME este presente entre as aglomerações pagãs de Corinto: “Ele quer dizer que não temos tal costume como as mulheres orando ou profetizando com a cabeça descoberta” (Morris). Claríssimo como cristal: “No versículo 16, Paulo repreende ao homem que declara que “nem a minha mulher, nem a minha filha jamais cobrirão a sua cabeça”. Se alguém quiser ser contencioso, disse Paulo, saiba que as igrejas verdadeiras de Deus não temos tal costume de ser contenciosos quanto a esta prática. Nem as igrejas judaicas, nem a dos gentios tinham tal costume de ser contenciosas quanto ao véu.” (KAUFFMAN, DANIEL – Doutrinas da Bíblia, pág. 327. 1ª Impressão em português, 2010. Boituva – SP, Brasil. Literatura Monte Sião do Brasil). Destarte, CONTENCIOSO nada mais é do que aquele que não está revestido de submissão ao ensino supracitado, contencioso é aquele que inventa as mais variadas desculpas para não se submeter ao ensino supracitado. Contencioso (gr. φιλονεικος) é o mesmo que “amante da contenda, litigioso, brigão.” Contender, denota a resistência de alguém em questionar o ensino das palavras inspiradas, à semelhança que fez Alexandre, o latoeiro: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras.” (2Timóteo 4.14,15). Portanto, há muitos líderes dando continuidade no ‘ministério’ de Alexandre, impondo resistência às palavras do apóstolo. Mas, Paulo apóstolo encerra o assunto dizendo que “nós” (ministério) não temos tal costume, nem as igrejas de Deus. Pode-se verificar que “igrejas” (gr. εκκλησιαι) está no plural, apontando as demais igrejas de Deus em estado de submissão ao que o Espírito Santo ensinava (e continua ensinando). Assim, é verídico o que afirma nosso amado irmão Ismael, dizendo: A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 33. 34 “A correta aplicação deste ensino nos remete à relação de autoridade que existe entre Deus e os homens. O véu ilustra um ensino de Deus, é símbolo de algo maior e ilustra uma relação de ordem na criação de Deus.” Alguns comentaristas afirmam que o significado interno da submissão referente a I Coríntios 11.1,16 permanece, enquanto o ato externo ‘não é válido’ (?) para os dias atuais. Tais comentaristas se encontram revestidos de tamanha ‘autoridade’(?) que se acham no direito de suprimir este ou aquele MANDAMENTO, suplantando assim a autoridade da própria SAGRADA ESCRITURA, definindo qual mandamento é válido ou... ‘Vencido’(?). Destarte, ignorais que a insubmissão do ato EXTERNO não põe a descoberto o estado INSUBMISSO do INTERIOR? Pois, os pensamentos que impele o homem a obedecer ou desobedecer provém do coração (Mateus 15.18, 19) do interior. Será que a ‘autoridade’(?) deles é superior à autoridade apostólica? Paulo ensinava e pregava não segundo o ensino aprendido ou recebido de homem algum, mas pela revelação de Cristo Jesus nosso Senhor: (...) “Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1.11, 12; 1Cor 14.37). De fato: “Paulo não usava sabedoria humana na sua pregação”. (S. E. McNair). A teologia que é aplicada na maioria das igrejas evangélicas procura incutir na mente de suas membresias que o mandamento tratado nesta apologia está ‘amarrado’ à cultura e/ou costume oriental, o que não é verdade. É preciso deixar a Bíblia se explicar: “Muitos não recebem nada da Bíblia, porque já se acercam dela com suas próprias ideias, sua própria “teologia”, querendo enxertar tudo isso na revelação divina”. (Gilberto, Antonio - Manual da Escola Dominical – Pela excelência do ensino da Palavra de Deus, pág. 21. 14ª Edição/1995. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). Já demonstrei que os mandamentos de 1Cor 11.1, 16 não se harmonizam com as culturas da época; ou antes, contrariam tais práticas culturais proibindo-as na liturgia cristã. Quando em determinada cultura (como na nossa) ocorria de a mulher estar descoberta na adoração pública, a Escritura proibia (1Cor 11. 5, 6), quando não, ocorria em outra cultura o costume de o homem estar com a cabeça coberta, a Escritura também proibia (1Cor 11. 4,7) e proíbe. Aplicando o preceito Bíblico da humildade na natureza do princípio Bíblico e no mandamento que o acompanha: “Pode haver ocasiões em que, mesmo depois de cuidadoso estudo de determinado princípio e de sua expressão comportamental, ainda continuarmos em dúvida se devemos considerá-lo transcultural ou cultural. Se temos de decidir sobre tratar o mandamento de um modo ou de outro, mas não temos meios conclusivos para tomar a decisão, pode ser proveitoso o princípio da humildade. Afinal de contas, seria melhor tratar um princípio como transcultural e levar a culpa de ser excessivamente A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 34. 35 escrupuloso em nosso desejo de obedecer a Deus? Ou seria melhor tratar um princípio transcultural como sujeito à cultura e ser culpado de quebrar uma exigência transcendente de Deus? A resposta deveria ser óbvia.” (A. VIRKLER, HENRY - Hermenêutica Avançada – Princípios e Processos de Interpretação das Escrituras, pág. 176, 177. 10ª reimpressão. São Paulo, Brasil. Vida). Nas páginas deste opúsculo, ficou demonstrado que o mandamento do uso do véu proíbe práticas culturais aceitas na Grécia, em Israel e Roma... Como também em nossa cultura! Com efeito: “Quando uma prática aceita fazia parte de uma cultura pagã e a Escritura proibia tal prática, com toda probabilidade será proibida também em nossa cultura, especialmente se o mandamento está alicerçado na natureza moral de Deus.” (A. VIRKLER, HENRY - Hermenêutica Avançada – Princípios e Processos de Interpretação das Escrituras, pág. 175. 10ª reimpressão. São Paulo, Brasil. Vida). Assim, o mandamento proibitivo está alicerçado na natureza moral de Deus, na honra, na autoridade de Cristo e na glória de Deus, conforme bem demonstrado na exegese deste livro. Comportar-se de modo diverso incorre em desonrar a glória de Deus (1Cor 11.4, 7), humilhar e/ou envergonhar a autoridade de Cristo (1Cor 11.3, 4) exercida na igreja. Não obstante, alguém poderia objetar sobre a possibilidade de alguma mulher cristã tendo a cabeça coberta estar ela insubmissa perante o Senhor. Ora, essa possibilidade em nada muda a obediência da igreja à Palavra de Deus. Pense o seguinte: O fato de Judas ter traído o Senhor com um beijo, impediu a igreja de, universalmente, praticar a saudação com ósculo de amor?(1Ped 5.14). O fato de haver possibilidade de alguém se apresentar “indignamente” (1Cor 11.27) à Ceia do Senhor, porventura seria uma desculpa contra tal tradição para não praticá-la? O Fato de Judas Iscariotes “roubar” das ofertas lançadas na bolsa (Jo 12.6) impede os pastores de defenderem o ofertar em suas igrejas? – Creio que não! Eu poderia citar vários exemplos semelhantes, mas creio que os expostos são suficientes, para um bom entendedor nada mais precisa. Portando, tal silogismo infundado não possui embasamento para excluir a obediência da igreja ao mandamento do Senhor. Destarte, contrariando a submissão interna/externo de cobrir a cabeça, esses comentaristas ensinam na contramão da Palavra de Deus. Caro leitor, deixo aqui uma pergunta – pense nisto - a quem tu serves e procuras agradar, a homens ou... A Deus?(Gálatas 1.10). Cristo Jesus é a única cabeça (autoridade) descoberta em nossa reunião de adoração, este é o ensino transmitido pelo uso do véu. A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU
  • 35. 36 Afinal... “E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.” (Colossenses 1.18). Eis o porquê é proibido ao homem (I Cor. 11.3, 4, 7) cobrir a sua “cabeça” na igreja. O uso do véu é Cristocêntrico, proclama doutrina Cristã. [...] “a igreja não determina o que a Escritura ensina, mas a Escritura determina o que a igreja deve ensinar.” (Berkhof, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica, Pág. 24. 3ª Edição, 2008. São Paulo, Brasil. Editora cultura Cristã). É exatamente isto o que fazemos, “ensinar o que a Escritura determina”. Tal mandamento observado, no que diz respeito em cobrir a cabeça na adoração pública, também é praticado por milhares de Congregações Cristãs anexadas no Brasil e exterior, estas professam a mesma fé e doutrina. Ora, sendo o uso do véu honra e/ou glória (δοξα) para a mulher de acordo 1Cor 11.15; de modo diferente, acerca de Tamar, Judá não a teve por uma prostituta (Gn 38.14) ao usar ela um véu? A resposta a este questionamento é encontrada no próprio contexto, lemos no verso 15: “E vendo-a Judá, teve-a por uma prostituta, porque ela tinha coberto o seu rosto”. (Gn 38.15). Portanto, uma das leis da Hermenêutica, é deixar a própria Escritura se explicar! A Bíblia é claríssima, Tamar só foi confundida como sendo uma prostituta, “porque ela tinha coberto o seu rosto”! Ao cobrir o rosto, Tamar estava ocultando sua identidade. A mulher cristã cobre a cabeça e não o rosto. Nós, lavados no Sangue do Concerto Eterno não temos necessidade de ocultar nossa identidade com Deus, nosso rosto descoberto reflete a glória de Deus revelada em Cristo: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2Cor 3.18). Outro questionamento levantado é de que o véu foi rasgado (Mt 27.51). Ora, o que tem a ver o véu - cortina do templo - com o véu das santas de Deus cobrirem a cabeça para cultuarem ao Senhor? Será que elas cobriam a cabeça com a cortina do templo? Alguns pastores argumentam que em Corínto havia um santuário de Ártemis (Diana), uma suposta ‘deusa da fertilidade’(?), em cujo culto havia prostitutas cultuais. Eles filosofam com um argumento embusteiro de que este era o ‘único motivo’(?) de Paulo escrever o uso do véu àquela igreja. Além do argumento ser falso, ainda erram no tocante a falsa deusa, pois dizia respeito a Afrodite e não a Ártemis. Pergunto: Na Bíblia diz que a mulher deve cobrir a cabeça por causa de supostas prostitutas, ou, POR CAUSA DO ANJOS ?! (1Cor 11.10). Vejamos como ficaria o versículo ‘bíblico’(?) desses pastores: ‘Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa das prostitutas’(?). Não seria DEMONÍACO tal argumento estereotipado? A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU