A revista traz reportagens sobre técnicas para aumentar a produtividade da cana, como a fertirrigação por gotejamento. Um estudo mostra que a cana retira três a doze vezes mais CO2 da atmosfera do que outras culturas. A feira Agrishow recebeu mais de 7 mil pessoas no estande da revista. Uma cooperativa da região incorporou outra cooperativa agrícola.
3. Editorial
Ganhando
produtividade
e eficiência
A edição da Canavieiros deste
mês traz na capa reportagem sobre a fertirrigação por gotejamento, mais uma técnica que pode ser
adotada com o intuito de elevar a
produtividade. O uso dessa tecnologia nos canaviais promete,
sobretudo pela necessidade de
otimizar o uso da água e insumos.
O objetivo da reportagem é mostrar as vantagens e os investimentos necessários e também o que o
produtor deve analisar antes de
adotar a fertirrigação.
O entrevistado deste mês é
Evaristo de Miranda, chefe geral
da Embrapa Monitoramento por
Satélite. Ele fala sobre o estudo
realizado em parceria com a
ABAG-RP (Associação Brasileira
do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto) e com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo). De acordo
com o estudo, a cana-de-açúcar
retira da atmosfera dióxido de carbono – causador do efeito estufa
– e o incorpora na fitomassa (massa vegetal) em quantidades que
chegam a ser de três a 12 vezes
maiores do que as demais culturas desenvolvidas no nordeste
paulista.
No Ponto de Vista, o funcionário do departamento de Planejamento e Controle da Canaoeste,
Almir Torcato, aborda a importância da cidade de Sertãozinho no
mercado nacional e internacional.
Importância essa atingida graças
ao bom momento do etanol.
O “Notícias Copercana” relata
a assembléia de Incorporação da
Copervam (Cooperativa Agropecuária do Vale do Mogi-Guaçu).
Com sede em Descalvado e filiais
em cinco municípios, a cooperativa passa a se chamar Copercana.
Nas páginas da Canaoeste o leitor encontra um artigo do presidente da associação, Manoel Ortolan, intitulado “Contra números
não há argumentos”. Ortolan
aborda a recente controvérsia sobre a produção de biocombustíveis e de alimentos.
O destaque deste mês vai para
as feiras do setor: pela primeira vez
em quase dois anos de circulação,
a Revista Canavieiros participou,
com um estande, da Agrishow-Ribeirão Preto. E recebeu mais de 7
mil pessoas. Além disso, uma reportagem traz a prévia do IV Agronegócios Copercana. A feira, exclusiva para cooperados e associados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, acontece em
junho e deve movimentar mais de
R$80 milhões.
A Canavieiros traz, ainda, dicas sobre Pragas e Doenças com
Sizuo Matsuoka, um artigo técnico sobre o preço do ATR, os prognósticos climáticos do Dr. Oswaldo Alonso, o artigo jurídico do Dr.
Juliano Bortoloti, dicas de português, indicação de livros, agenda
de eventos, repercutiu, classificados e muito mais.
Boa Leitura!
Conselho Editorial
Revista Canavieiros Maio de 2008
Revista Canavieiros -- Maio de 2008
3
4. Indice
EXPEDIENTE
Capa
CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Fertirrigação por
gotejamento e produtividade
Necessidades de otimizar o uso da
água e insumos e crescer
verticalmente devem estimular a
expansão da técnica; o que o
produtor precisa analisar antes de
implantá-la
Pag.
Pag.
EDITORA:
Cristiane Barão – MTb 31.814
22
DESTA
DESTA QUES
OUTRAS
Entrevista
JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Carla Rossini – MTb 39.788
CONSECANA
Evaristo de Miranda
Pag.
13
Chefe-geral da unidade de
pesquisa da EMBRAPA
Pag.
“A cana está produzindo um
antiefeito estufa”, diz
Miranda.
Pag.
Pag.
05
COLABORAÇÃO:
Marcelo Massensini
20
DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo
FEIRAS DO
SETOR
FOTO CAPA:
BOTHANICA SISTEMA DE IRRIGAÇÃO
REPERCUTIU
FOTOS:
Carla Rossini
Marcelo Massensini
Pag.
25
Pag.
26
Pag.
28
Pag.
30
ARTIGOS
TÉCNICOS
Copercana
- Copercana incorpora Coopervam
Pag.
34
PRAGAS E
DOENÇAS
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora
AGENDE-SE
Notícias
Pag.
TIRAGEM:
7.500 exemplares
CULTURA
ISSN:
1982-1530
Ponto de vista
Por Almir Torcato
LEGISLAÇÃO
Sertãozinho no contexto
do Etanol
Pag.
Pag.
Notícias
08
08
11
Pag.
12
Pag.
Canaoeste
- Contra números não há argumentos
- Canaoeste odontologia
Notícias
Cocred
- Balancete
Pag.
16
Pag.
4
4
Revista Canavieiros - Maio de 2008
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Carla Rossini, Daniel
Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo Massensini,
Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva.
35
36
CLASSIFICADOS
Pag.
38
Tecnologias
Novas Tecnologias
Vôo alto do Etanol
“Esse motor representa um verdadeiro salto tecnológico, pois alia redução de custo
com aumento de produtividade”.
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br
Pag.
Pag.
24
Foto divulgação Embraer
Planejamento e Controle
Canaoeste
INFORMAÇÕES
SETORIAIS
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e
fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
www.revistacanavieiros.com.br
5. Entrevista
Evaristo de Miranda
Chefe-geral da unidade de pesquisa da EMBRAPA
Cristiane Barão
A
cana-de-açúcar retira da atmosfera
dióxido de carbono - causador do
efeito estufa - e o incorpora na fitomassa (massa vegetal) em quantidades que chegam
a ser três a 12 vezes maiores do que as demais
culturas desenvolvidas no nordeste paulista.
Enquanto a cana imobiliza 107,2 toneladas
de carbono por hectare/ano, a soja e o milho
incorporam 31,6 ton/ha; o eucalipto, 21,3 ton/
ha; as pastagens, 11,7 ton/ha; o café, 10,3 ton/
ha e os citrus, 8,4 ton/ha.
É o que revela o estudo realizado pela Embrapa - Monitoramento por Satélite em parceria
com a ABAG-RP (Associação Brasileira do
Agronegócio da Região de Ribeirão Preto) e a
Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo) e apresentado pelo chefegeral da unidade de pesquisa, Evaristo de Miranda, no início deste mês, em Ribeirão Preto.
O levantamento comparou, com base em fotos de satélite, a área ocupada pelas culturas em
1.988 e em 2.003 em 125 cidades da região e concluiu que em 118 delas houve elevação do carbono acumulado na fitomassa devido à incorporação de áreas de pastagens pela cana-deaçúcar.
“A cana está
produzindo um
antiefeito estufa”,
diz Miranda.
Além disso, o estudo concluiu que no período analisado houve um aumento de cerca de
60% no carbono imobilizado na fitomassa dos
agrossistemas. Em 1.988, 170 milhões de toneladas de CO2 foram incorporados e em 2.003, 217
milhões/ton, sendo a cana a cultura que mais
contribuiu para esse acúmulo - a quantidade de
carbono incorporado dobrou no mesmo período. De acordo com Miranda, a cana produz um
antiefeito estufa, ao contrário do que muita gente pensa.
Segundo ele, que é ecólogo, agrônomo e
autor de vários livros, o estudo será aprofundado e é bem provável que os resultados apresentados agora estejam subestimados e que o
desempenho da agricultura na incorporação de
carbono pode ser maior. A seguir, a entrevista
do chefe-geral da Embrapa - Monitoramento
por Satélite.
Revista Canavieiros - Maio de 2008
5
6. Entrevista
Canavieiros: Qual a importância
desse estudo?
Evaristo Miranda: Ajuda as pessoas a entenderem que, além da contribuição que a cana dá ao substituir a gasolina pelo etanol e o gás
da Bolívia por meio da co-geração
de energia elétrica, ela nos ajuda
porque ela retira e armazena o gás
carbônico da atmosfera. Tem muito
mais carbono atmosférico numa
plantação de cana-de-açúcar do que
existe na soja, no milho, nas pastagens. Quer dizer, no tocante ao carbono atmosférico, a cana apresenta
um ganho muito importante. Eu brinco dizendo o seguinte: os
nossos avós abriram essa região, desbravaram esse sertão, e quando fizeram isso,
eles jogaram muito carbono
na atmosfera. Os netos, ao
expandir a cana, estão recuperando
da atmosfera quase um quarto do carbono que os avós jogaram naquela
época. A cana está produzindo um
antiefeito estufa. As pessoas querem
apagar o rastro de carbono. Aí, um
banco (referindo-se a uma propaganda de uma instituição bancária) convida: plante uma árvore, três. Se plantar cana, também é possível apagar o
rastro de carbono.
áreas. Então há também um outro carbono que a cana está trazendo, que é
dessa vegetação natural, cuja recuperação está se aumentando devido
à mecanização da cultura.
Canavieiros: Isso pode ser contabilizado no mercado de crédito de
carbono?
Miranda: Não. Eu até brincava: o
que vamos precisar fazer para que
isso possa contar no mercado de carbono? Bom, primeiro é preciso arrumar algum exemplo na Europa. Porque se um modelo lá der certo e os
europeus acreditarem, aí rapidamen-
“
emissões deles porque, pela metodologia, aquilo não vale.
Canavieiros: Esse levantamento
pode, de alguma forma, contribuir
na discussão sobre a reserva legal?
Miranda: Não muito. Acho que o
que deveria contribuir nessa questão é discutir para quê existe uma reserva legal. Eu não sei para quê. Não
há justificativa séria para isso. A APP
é muito clara e qualquer agrônomo
defende que a APP tem que ser preservada. É importante ter vegetação,
é importante para a água, para a conservação de solo. Agora, a reserva
legal é para quê? Para
manter testemunho da vegetação antiga? É para
preservar a fauna? E não
tem biodiversidade na
área da agricultura? Tem
muita biodiversidade. Temos exemplos de áreas agrícolas na região de
Ribeirão Preto que têm uma diversidade faunística maior do que em muitas áreas de reserva. Essa discussão
da biodiversidade poderia contribuir
com a questão da reserva legal.
"Nessa região nós temos mais
de 100 milhões de toneladas de
carbono a mais na vegetação"
Canavieiros: Esse estudo pode
valer como um começo para um selo
de sustentabilidade da cana?
Miranda: Deveria. Além da cana
substituir os combustíveis não-renováveis, quando ela ocupa áreas de
pastagens, traz ganhos em matéria de
carbono. Porque na realidade, na região de Ribeirão Preto e também na
de Barretos, quando o pasto vira
cana, ele não vira todo cana: se havia mil hectares de pasto, serão 800/
ha de cana porque ela (cana) não vai
nos morros nem na beira do rio. Já o
boi desce o rio, sobe o morro. Em
toda a fazenda onde a pastagem virou cana, 80, 85% viraram cana. O
restante é APP (Área de Preservação
Permanente). A cana está levando a
uma recomposição da mata ciliar, da
vegetação natural nas encostas porque as máquinas não vão até essas
6
Revista Canavieiros - Maio de 2008
te vai dar certo no resto do mundo.
Enquanto for só coisa nossa vai ser
difícil porque, na verdade, hoje as
regras de emissões de carbono usam
critérios de países europeus, da
América do Norte e países temperados e não do nosso. Acabam superestimando a nossa emissão e subestimando a deles. Quando as pessoas
vêem aqueles incêndios na Califórnia, aquilo não entra na conta das
Canavieiros: Qual a incorporação de carbono pela cana em comparação a outras culturas?
Sistema da ABAG-RP já
produziu outros estudos
O estudo “Dinâmica espaço-temporal do carbono aprisionado
na fitomassa dos agroecossistemas do nordeste do Estado de São
Paulo”, apresentado no início do mês, é o terceiro originado a partir do Sistema de Gestão Territorial da ABAG-RP, desenvolvido
em parceria com a Embrapa-Monitoramento por Satélite e Fapesp,
que mapeou toda a cobertura da terra na região noroeste do Estado de São Paulo.
O primeiro estudo foi focado no uso e ocupação das terras e
indicadores sociais e o segundo, nas questões ambientais, abrangendo animais e ocupação das classes de solo.
“Esse sistema de gestão é uma ferramenta que permite uma
resposta científica para questões que, às vezes, estão carregadas de ideologia”, disse a diretora-executiva da ABAG-RP, Mônika Bergamaschi.
7. Entrevista
lar isso porque não houve desmatamento na região. Se eu fosse na
Amazônia para calcular quanto pesava um hectare de floresta na épo-
Miranda: A cana normalmente tem de três a
oito vezes mais carbono
do que a maioria das culturas. Ela gera muito todo
ano, enquanto nas outras
culturas a produção é
muito lenta. O carbono
da vegetação agrícola é
mais do que isso - raiz,
tronco, folhas - porque
esse nosso número seria
o mínimo, mas é mais. Em
relação a florestas, não
há muito sentido em fa-
“Tem muito mais
carbono atmosférico
numa plantação de
cana-de-açúcar do que
existe na soja, no milho,
nas pastagens. Quer
dizer, no tocante ao
carbono atmosférico, a
cana apresenta um
ganho muito
importante”
“
ca em que o Cabral chegou e fosse
lá hoje para ver quanto pesa, seria a
mesma coisa. Não aconteceu nada,
só renovou as folhas que caíram. Na
agricultura, essa área é dinâmica.
Canavieiros: Essa é a terceira
fase da pesquisa com base no Sistema de Gestão Territorial da ABAGRP. Qual o próximo passo?
Miranda: Nós vamos melhorar
esse estudo e sabemos que menos
do que isso não é, mas provavelmente é um pouco mais. Nós não
medimos o carbono que a agricultura vai armazenando no solo. Com
a redução da queima da cana, aumenta o carbono do solo. Essa conta precisa ser feita. Lá na Amazônia, o que tinha de carbono no solo
na época do Cabral é o mesmo que
tem hoje. Na agricultura, não, quando você muda o sistema de produção. Vamos fazer a sintonia fina no
estudo. Mas o grande número está
aí: nessa região nós temos mais de
100 milhões de toneladas de carbono a mais na vegetação. Se colocássemos na balança toda a vegetação agrícola que havia em 1.988 e
em 2.003, tem mais 100 milhões toneladas a mais. O carbono está aí
na vegetação agrícola.
Revista Canavieiros - Maio de 2008
7
8. Ponto de Vista
Sertãozinho no contexto do
Etanol
Por Almir Torcato - Planejamento e Controle Canaoeste
O
setor sucroalcoo
leiro brasileiro se
tornou alvo diário
da mídia nacional e internacional. À medida que o
setor ganha notoriedade
internacional – gerando expectativa quanto ao crescimento do mercado sucroalcooleiro – a atenção se
volta, principalmente, para
a área tecnológica.
O sucesso com as
crescentes vendas internas de veículos leves bicombustíveis e o fato do
etanol ganhar cada vez mais espaço
no mundo – graças às preocupações
ambientais e incertezas em relação ao
petróleo – têm sido os motivos para
tamanha euforia e fomento de especulações a respeito do setor.
Sertãozinho, por sua vez, conhecida como pólo industrial e tecnológico,
acompanha tal desenvolvimento apoiada em suas indústrias de base.
A ascensão inicial aconteceu por ocasião do apoio ao Programa Nacional do
Álcool – PROÁLCOOL – hoje com mais
de 30 anos, que buscava reduzir a dependência do petróleo, devido aos altos preços. O projeto trouxe um forte crescimento
da indústria sucroalcooleira nacional, principalmente de Sertãozinho e Piracicaba.
Diante da crescente redução da oferta de petróleo e novas tecnologias para
produção de energia, propicia-se, então,
um mercado em potencial bastante aquecido, onde hoje colhemos os frutos plantados pelo etanol: as indústrias específicas de equipamentos destinados para a
produção de açúcar, álcool e bioenergia.
A partir de dados referentes à balança comercial da cidade de Sertãozinho
por um período de 10 anos, observa-se o
crescimento de suas exportações.
8
Revista Canavieiros - Maio de 2008
Sertãozinho, exportou US$ 192 milhões, ou seja, 60% do valor de Ribeirão
Preto, que é cinco vezes maior e que totaliza US$ 311 milhões exportados.
Nota-se um incremento de aproximadamente 350% em um intervalo de 10 anos,
baseados, principalmente, no setor sucroalcooleiro, que possibilita um saldo positivo de US$ 160 milhões em 2007.
9. Ponto de Vista
Sertãozinho conta atualmente com 39 indústrias exportadoras, segundo
informações da SECEX, mas o número de empresas voltadas para a atividade
industrial sucroalcooleira é ainda maior, de aproximadamente 90 empresas,
segundo relação fornecida pelo CEISE.
gia: são empresas também constituídas por
um número pequeno de funcionários, mas
atuam única e exclusivamente no desenvolvimento de projetos, pesquisa e tecnologia, que destinam seus serviços para
empresas do tipo 1, que não possuem Pesquisa e Desenvolvimento próprio.
TIPO 3 – Empresas de Tecnologia e
Serviço: normalmente empresas constituídas por um grande número de funcionários, que possuem pesquisa, desenvolvimento e tecnologia própria, aptas a atuar
diretamente no mercado externo.
Justamente através de tal característica, o campo industrial sertanezino se
fortalece. Através de alianças e parcerias, juntas, conseguem oferecer um produto completo. Ainda na questão montante de exportação, usando domicílio fiscal como fator determinante, qualificamos
as 39 empresas exportadoras em 3 classes, sendo elas:
· Exportação de até US$ 1 milhão
· Exportação entre: US$ 1 e 10 milhões
· Exportação entre US$ 10 e 50 milhões.
Divididas da seguinte forma:
É possível classificar as empresas
sertanezinas relacionadas à produção
de equipamentos para a área industrial de produção de açúcar, álcool e energia, em três classes distintas:
TIPO 1 – Empresas Prestadoras
de Serviços: normalmente constituí-
das por um número pequeno de funcionários, sem possuir trabalho de
pesquisa, desenvolvimento e tecnologia, que em sua maioria cooperam
ou prestam serviço para as empresas
do tipo 3.
TIPO 2 – Empresas de Tecnolo-
Revista Canavieiros - Maio de 2008
9
10. Ponto de Vista
Sertãozinho, então, concentra
grande parte de empresas de pequeno a grande porte da região de Ribeirão Preto, fornecedoras de serviços e tecnologia, sendo possível,
comprar, em um único dia, componentes para uma usina inteira, (das
máquinas aos fertilizantes, das caldeiras aos parafusos).
Poderemos observar no relatório ao lado, os principais produtos
exportados:
De acordo com a expansão e fomento internacional, apresentam-se
os principais blocos econômicos –
com valor e comparativo 2006/2007
– dos importadores de produtos
produzidos em Sertãozinho.
Sem dúvida, já é comprovado o
interesse internacional em nossa
tecnologia, não apenas pelas exportações, mas também pelas freqüentes visitas internacionais. Reafirma-se, então, a necessidade do empenho de nossas indústrias na diversificação dos mercados e investimento em novas tecnologias e tendências para acompanhar as mudanças, a fim de atender as necessidades para continuarmos detendo o potencial.
10
Revista Canavieiros - Maio de 2008
11. Notícias
Copercana
Copercana incorpora
Coopervam
Carla Rossini
Cooperativa, com sede em Descalvado, passa a se chamar Copercana
A
Copervam (Cooperativa Agropecuária do Vale do MogiGuaçu), com sede em Descalvado e filiais em cinco municípios, foi
incorporada pela Copercana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste
do Estado de São Paulo). A incorporação foi aprovada por unanimidade em
Assembléia Geral Extraordinária Conjunta das duas cooperativas realizada no
dia 23 de abril, no auditório da Canaoeste, com a presença de 163 associados.
A Coopervam tem filiais nas cidades de São Carlos, Santa Rita do Passa
Quatro, Porto Ferreira, Santa Cruz das
Palmeiras e Santa Rosa do Viterbo, contando com 1.142 cooperados e para
onde a Copercana, com a incorporação,
expandirá seus negócios, levando produtos e serviços para suprir as necessidades dos produtores daquela região.
163 cooperados prestigiaram a Assembléia
responsabilidade com a certeza
de que é um bom negócio para
ambas as cooperativas. Quem conhece a Copercana sabe da nossa seriedade administrativa e os
cooperados da Coopervam terão
o mesmo tratamento dado aos
nossos cooperados da Copercana”, afirmou Tonielo.
Pelo processo de incorporação,
a Copercana absorverá o patrimônio, receberá os cooperados, assumirá todas as obrigações e investirá
em todos os direitos da cooperativa
incorporada, com transferência total, em resumo, do ativo e passivo
da Coopervam para a Copercana.
O presidente da Copercana,
Antonio Eduardo Tonielo, deu boasvindas aos cooperados da Coopervam
que, a partir de agora, passam a inte-
Luciano Gavião: “No processo de globalização,
não há espaço para pensar pequeno”
grar o quadro associativo da Copercana, falando da importância do ato
da incorporação. “Assumimos essa
Antônio Tonielo: “Assumimos essa responsabilidade com a certeza de que é um bom negócio”
O presidente da Coopervam,
Luciano José de Almeida Gavião, também se mostrou satisfeito com a incorporação, explicando que “no processo
de globalização, não há espaço para
pensar pequeno e que a Copercana,
como grande e forte cooperativa que é,
trará muito mais benefícios aos cooperados da Coopervam, pois tem melhores condições para atender e suprir as
necessidades dos produtores”.
Ao final, os cooperados aplaudiram
a incorporação e, logo após, foram recepcionados em festa de confraternização oferecida pela Copercana.
Revista Canavieiros - Maio de 2008
11
12. Notícias
Canaoeste
Contra números não há
argumentos
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*
A
pesar da ofensiva do governo e
do setor produtivo brasileiro em
relação às acusações de que a
produção de biocombustíveis compromete a de comida e contribui para o aumento
da fome, ainda há muitas dúvidas e desinformação sobre a capacidade brasileira de
fornecimento de alimentos e energia. Pelo
que acompanhamos pela imprensa, há um
intenso fluxo de delegações estrangeiras,
especialmente nas últimas semanas, para
conhecer o agronegócio brasileiro e a produção de biocombustíveis.
Uma comitiva do Parlamento Europeu
esteve no Congresso Nacional e no Ministério da Agricultura na semana passada para
colher informações. Há dez dias veio uma
delegação da Suécia e nas próximas semanas virá uma da Alemanha. No entanto, as
próprias estimativas de safra divulgadas
semanas atrás pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) já respondem às
dúvidas: a área e a produção de cana e de
grãos seguem em crescimento. Se as críticas tivessem fundamento, a cana teria avançado ferozmente sobre os grãos que, por
sua vez, teriam produção menor.
A estimativa divulgada no início de
abril aponta para uma safra recorde de
grãos, com 140,8 milhões de toneladas,
superior em 6,8% à anterior, quando foram colhidas 131,7 milhões/ton. As condições climáticas ajudaram e o aumento
na produtividade do milho e da soja, impulsionado pelos bons preços e pelo uso
de novas tecnologias, também contribuiu.
A soja saiu dos 58,4 milhões/ton da safra
passada para 59,9 milhões/ton, enquanto
o milho, segunda safra, passará de 14,8
milhões/ton a 17,4 milhões/ton.
O feijão, segunda safra, terá um aumento
de 40%, passando de 996,6 mi/ton para 1,4
milhão. Em relação ao arroz, houve diminuição de área nos Estados, com exceção do
Rio Grande do Sul, que é o maior produtor
brasileiro. A área total plantada será de 46,7
milhões de hectares, um aumento de 1,1%
12
Revista Canavieiros - Maio de 2008
em relação à safra anterior, que foi de 46,2
milhões/ha. A produção de trigo, que foi de
1,5 milhão/ton, passará a 3,8 milhões/ton.
Também em relação à
cana-de-açúcar, a safra
será a maior da história,
de acordo com a estimativa divulgada na
Agrishow - Ribeirão
Preto. O volume a ser
processado pela indústria deverá ficar entre 558,1 e 579,8 milhões de toneladas, um aumento entre 11,3%
e 15,6% em relação à safra anterior. A área
ocupada pela cultura será 7,8 milhões de
hectares, contra 7 milhões na safra passada.
Já a produção de etanol deverá crescer entre 14,9% e 19,4% e ficar entre 26,4
e 27,4 bilhões de litros. A estimativa para
exportação é de 4,2 bilhões de litros, especialmente para os Estados Unidos, para
onde deverão ser destinados 2,5 bilhões
de litros. O crescimento na produção baseia-se principalmente na evolução da frota de carros flexíveis: no ano passado,
foram comercializadas 2 milhões de unidades e estima-se que hoje 5 milhões desses veículos estejam nas ruas.
O avanço da cana se dará principalmente sobre áreas de pastagens, sem prejuízo à produção de grãos ou à pecuária. É
verdade que, nesses últimos dias, as críticas em relação à produção de etanol no
Brasil foram abrandadas, talvez porque os
organismos internacionais começaram a
perceber o potencial brasileiro e também
pelas respostas dadas às questões. Como
comércio mundial é uma briga de gigantes
e o Brasil tem um potencial extraordinário,
é natural que sejamos analisados com
lupa. No entanto, os números comprovam
que estamos crescendo nas duas frentes.
E contra isso, não há argumentos.
*presidente da Canaoeste
(Associação dos Plantadores de Cana
do Oeste do Estado de São Paulo)
13. Notícias
Canaoeste
Consecana
CIRCULAR Nº 02/08
DATA: 30 de abril de 2008
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo
A
seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de ABRIL de 2008. O preço médio do kg de ATR para o mês de ABRIL, referente à Safra 2008/2009,
é de R$ 0,2538.
O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, no mês de ABRIL, são apresentados a seguir:
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado,
carburante (AAC e AHC) destinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos no mês de ABRIL, calculados com base nas
informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes:
Média do mês de abril = 0,2538
Revista Canavieiros - Maio de 2008
13
14. Notícias
Canaoeste
Canaoeste odontologia
Canaoeste odontologia
Marcelo Massensini
Convênio também beneficia os funcionários de associados
“
“
Um ambiente familiar”. É que as
sim que Sônia Torres Toneti define o Canaoeste Odontologia: um
convênio odontológico voltado aos
associados da Canaoeste e seus funcionários. Sônia freqüenta o consultório há quase 18 anos e se diz fiel ao
convênio, graças ao “serviço muito
profissional e de qualidade e com um
atendimento muito pessoal. Nos tornamos amigos de todos que trabalham
aqui”, diz.
Enquanto atendia o filho de Sônia,
Nilson Toneti de 9 anos, Marlei Seccani – uma das dentistas que presta
serviços no consultório – diz que essa
grande fidelidade por parte dos pacientes existe devido a uma série de vantagens oferecidas, como os preços, a
qualidade dos materiais e os profissionais. Segundo ela, essa fidelidade
existe tanto por parte dos profissionais quanto por parte dos clientes. “Se
existe fidelidade é porque estão satisfeitos”, opina.
Ivanete Aparecida Pereira também
traz a família no consultório há mais de
20 anos e não pretende mudar. “Em relação aos outros serviços, a diferença
de preço é enorme”, conta.
Patrícia Soares Selegato Tasso –
outra dentista que atende no consultório – acredita que a facilidade em relação aos horários de agendamento e o
tipo de serviço prestado também contam muito para a satisfação dos usuários. “O consultório fica aberto das 7h
às 20h e o agendamento é sempre rápido, você não precisa esperar uma semana para ser atendido”, elogia.
“Um ponto importante a respeito
do Canaoeste Odontologia é o fato de
que os funcionários dos fornecedores não pagam nada pelo atendimento”, diz Marlei. Para ela, é importante
que o fornecedor associado à Canaoeste divulgue para seus funcionários,
para que eles usufruam desse benefício, que traz ganhos para ambos os
lados. “Além de deixar o funcionário
mais satisfeito e feliz, o empregador
ainda evita que o trabalhador falte do
trabalho com dor de dente e coisas do
tipo”, completa.
O atendimento começou a ser oferecido há mais de 40 anos no Hospital
Netto Campello – que é mantido pela
Canaoeste – e alguns anos depois foi
transferido para a sede da Canaoeste,
na rua Dr. Pio Dufles. Em 2002, o serviço passou por uma série de mudanças
Marlei Seccani,
Nilton e Sônia
Toneti: Fidelidade
ao serviço.
Revista Canavieiros - Maio de 2008
Sônia é uma destas beneficiadas, o
marido dela trabalha para um associado da Canaoeste e ela e os filhos têm
direito ao atendimento. “Esse convênio é muito importante para minha família. Nós não teríamos condições de
pagar um dentista particular para fazer
um acompanhamento do tipo que fazemos aqui”, conta.
O CONVÊNIO:
O programa Canaoeste Odontologia
disponibiliza profissionais renomados,
com instalações e materiais de qualidade, atendimento diferenciado e todos os recursos possíveis para garantir o bem-estar de seus usuários.
Patrícia Tasso e
Ivanete Pereira:
“O preço e o
atendimento são
os principais
diferenciais”.
14
Fachada do consultório
odontológico da Canaoeste
para ampliação e modernização de suas
instalações e equipamentos e hoje está
disponível em nove cidades atendidas
pela Canaoeste. Nestes últimos cinco
anos já foram realizados mais de 31.760
procedimentos, uma média superior a
7.000 atendimentos por ano.
Entre os serviços oferecidos pelo Programa Odontológico da Canaoeste estão:
exames clínicos e planos de tratamento;
profilaxia, limpeza e aplicação de flúor, aplicação de selante; restaurações; endodontia (canal); radiografias e extrações.
20. Feiras do Setor
Revista Canavieiros na
Agrishow 2008
Marcelo Massensini
P
ela primeira vez em quase dois
anos de circulação, a Revista Canavieiros participou, com um
estande, da Agrishow-Ribeirão Preto.
A feira, que aconteceu entre os dias 28
de abril e 3 de maio, é o maior evento
do setor na América Latina e o terceiro
mais importante do mundo. Segundo a
organização, mais de 130 mil pessoas –
2,5 mil estrangeiras – passaram pela
Estação Experimental, local que abriga
a Agrishow há 15 anos.
marketing de suas respectivas empresas. No local, esses profissionais puderam conhecer a história da Revista e
os benefícios trazidos pelos anunciantes da publicação. “A Canavieiros é
uma revista que chega direto a mais de
7,5 mil produtores rurais e todas as usinas e destilarias do Brasil. Foi isso que
esclarecemos aos nossos possíveis
anunciantes que visitaram o estande”,
explica Carla Rossini, jornalista responsável pela Revista Canavieiros.
Presente com um estande de 12m2,
no Pavilhão Coberto II, a Revista Canavieiros recebeu aproximadamente 7
mil pessoas, muitas delas, gerentes e
responsáveis pelos departamentos de
Além de ganhar uma edição da Revista, os visitantes aproveitavam o ambiente
aconchegante oferecido pela Canavieiros,
para descansar e degustar doces feitos
com amendoins plantados pelos coope-
O presidente da Canaoeste, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan,
e o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, estiveram
presentes no estande da Canavieiros durante a Agrishow 2008
rados da Copercana e beneficiados na
Unidade de Grãos da cooperativa.
Orplana, Copercana e Multiplus
fecham importante parceria
A
Orplana – Organização de Plantadores de Cana da Região
Centro-sul do Brasil, a Copercana – Cooperativa dos Plantadores de
Cana do Oeste do Estado de São Paulo e
a Multiplus Eventos fecharam, no dia 14
de março, uma parceria para a Fenasucro
& Agrocana 2008. Estiveram na reunião
o presidente da Orplana- Ismael Perina
Júnior, o presidente da Canaoeste - Manoel Ortolan , o diretor da Multipus Eventos - Augusto Balieiro e o gerente de TI
da Multiplus Eventos - William Silva.
plana e cooperados da Copercana. Aqueles que fizerem a sua inscrição para participação das Feiras
antecipadamente concorrerão a um
excelente prêmio que será sorteado pela promotora Multipus. Para
Ismael Perina Júnior, “essa é uma
ótima oportunidade para nossos
associados participarem de Feiras
tão importantes, com a vantagem Israel
do pré-credencimento e ainda concorrerem a um prêmio”, afirmou o presidente da Orplana.
Com isso, as entidades vão promover um evento relacionado ao setor
durante a realização das Feiras. Este
evento será no Teatro Municipal e o
tema será definido e divulgado em uma
data mais próxima à realização da Fenasucro & Agrocana.
A parceria teve 100% de adesão por
parte das 26 associações da Orplana e
cooperados da Copercana. Os vinculados
às entidades terão facilidades como recebimento em suas residências das credencias, acesso exclusivo ao Evento e informações atualizadas sobre a Fenasucro &
Agrocana, entre outros benefícios.
Outro aspecto tratado durante a reunião foi o pré-credenciamento dos cerca
de 15 mil plantadores associados a Or20
Revista Canavieiros - Maio de 2008
A intenção é qualificar cada vez
mais o público visitante, levando até
Pereira Jr., Manoel Ortolan, William Silva e Augusto Balieiro
durante reunião na Orplana
as Feiras pessoas realmente ligadas ao
setor sucroalcooleiro. A comissão organizadora investe maciçamente para
gerar um número de visitantes cada vez
maior e mais focado no que o expositor
quer: o público alvo.
A VI edição da Agrocana e a XVI
edição da Fenasucro acontecem de 02
a 05 de setembro de 2008 no Centro de
Eventos Zanini, em Sertãozinho. Para
mais informações sobre as Feiras acesse os sites: www.agrocana.com.br e
www.fenasucro.com.br.
21. Feiras do Setor
IV Agronegócios Copercana
com força total
Carla Rossini
Feira exclusiva aos cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred
apresenta excelentes oportunidades de compras para os produtores rurais
O
mento do 1º semestre de 2008, período
tradicional de negócios para o setor
canavieiro, principalmente na área de
agroquímicos.
Neste ano a feira conta com mais
de 60 expositores e um sistema facilitado de compra de insumos com oferta
de créditos e condições vantajosas de
pagamento. O evento marca o encerra-
Em 2007, o volume de negócios realizado no Agronegócios Copercana
foi na ordem de R$ 85 milhões - 42% a
mais que no ano anterior. Para essa
edição, os organizadores do evento
esperam um faturamento igual/superior a edição de 2007. “Para essa edição esperamos superar expectativas
IV Agronegócios Copercana
já tem uma data, horário e local certos para acontecer: 25, 26
e 27 de junho, com horário de funcionamento das 10h às 18h no Clube de Campo Vale do Sol, localizado na Rodovia
Atílio Balbo, Km 331 – Sertãozinho.
e conseguir um excelente volume de
negócios”, afirma Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana.
Os cooperados que visitarem a feira encontrarão uma verdadeira vitrine
de produtos e serviços para uso nas
lavouras de cana-de-açúcar e grãos. Os
expositores também levarão para o
Agronegócios Copercana, novidades
tecnológicas em máquinas e equipamentos para os pequenos e médios
produtores.
Revista Canavieiros - Maio de 2008
21
22. Reportagem de Capa
Fertirrigação por
gotejamento e produtividade
Cristiane Barão
Necessidades de otimizar o uso da água e insumos e crescer verticalmente devem estimular a
expansão da técnica; o que o produtor precisa analisar antes de implantá-la
N
as áreas tradicionais de cana,
onde praticamente não há mais
espaço para expansão, a saída
é ganhar produtividade. E nesse desafio de crescer verticalmente, a tecnologia é a grande aliada. Assim, além das
técnicas já conhecidas, uma outra deve
ganhar força nos canaviais, sobretudo
pela necessidade de otimizar o uso da
água e insumos: a fertirrigação plena ou
irrigação por gotejamento.
O método consiste em tubulações
subterrâneas dispostas logo abaixo do
sistema radicular da planta a uma pro-
fundidade que permite a mecanização
do corte e plantio e a queimada, se necessária. Por meio dos tubos gotejadores se faz a fertirrigação, aplicação de
água e nutrientes no volume e regularidade ideais para a planta.
De acordo com o professor Rubens
Duarte Coelho, do Departamento de
Engenharia Rural da Esalq/USP, a fertirrigação oferece a possibilidade de trabalhar em novos horizontes tecnológicos jamais sonhados na agricultura de
sequeiro. Segundo ele, a possibilidade
de acesso rápido ao sistema radicular
das plantas diariamente a partir de uma
central de controle no campo permite reduzir perdas de insumos fertilizantes.
“Apenas para citar um exemplo,
no caso dos adubos nitrogenados, é
possível reduzir a quantidade aplicada por tonelada de cana produzida em
até 25% da dose recomendada para a
cana de sequeiro. Além do benefício
econômico, temos também o ambiental”, disse.
No Brasil, a Netafim, empresa israelense com fábrica no Brasil desde 1997
e líder no segmento da fertirrigação por
gotejamento, está presente em 7.000
hectares de cana irrigada, distribuídos
em 50 projetos em várias regiões do
país. No entanto, a empresa aposta na
expansão da técnica: dos 50 mil hectares a serem irrigados por gotejamento
neste ano no Brasil pela empresa, 23
mil hectares devem ser de cana-de-açúcar. Com base nessa expansão, a empresa projeta um crescimento de 178%
no faturamento deste ano, que deverá
chegar a R$ 150 milhões.
De acordo com Duarte Coelho, o
custo de implantação é o principal limitador do uso da fertirrigação, mas
contribui também o fato de a tecnologia ainda ser pouco conhecida no
Brasil. “A expansão das áreas de plantio de cana-de-açúcar em zonas sujeitas a um maior déficit hídrico no
solo ao longo do ano, o aumento nos
custos de arrendamento de terra e de
transporte, são suficientes para despertar novos olhares sobre esta tecnologia, pois ela possibilita o aumento de produção nas áreas já implantadas, sem a necessidade de aumento
de expansão de área”, disse o professor da Esalq/USP.
De acordo com o gerente nacional
da Divisão de Bioenergia e Novos Negócios da Netafim, Flávio Aguiar, o
sistema de irrigação localizada aumen-
22
22
Revista Canavieiros - Maio de 2008
Revista Canavieiros - Maio de 2008
23. Reportagem de Capa
ta a quantidade de açúcar por hectare
e amplia a vida da lavoura e é possível, por meio do gotejamento, fazer até
12 colheitas sem reforma do canavial
e a produtividade pode chegar a 120
toneladas/ha.
Segundo ele, a área fertirrigada alcança um rendimento de 12 a 13 mil litros de etanol por hectare cultivado,
enquanto no sequeiro não passa dos
6,5 mil/l. “O gotejamento garante de
30% a 40% de eficiência quando comparado aos métodos tradicionais de irrigação e utiliza apenas 30% a 50% da
energia consumida por um pivô central”, afirma Aguiar.
Os custos para a implantação da
tecnologia, segundo ele, dependem da
topografia e da fonte de água. No entanto, em média, variam de R$ 4.800,00
a R$ 7.000,00 por hectare, incluindo todos os componentes do sistema e supervisão de implantação. Estima-se, em
média, que o produtor também tenha
de dispor de R$ 800,00 a R$ 1.200,00
para cobrir as demais obras e mão-deobra para implantar.
O investimento é alto, mas Aguiar
defende que compensa. “Dependendo das condições, é possível que em
cada hectare irrigado em cinco cortes
produza-se o dobro de cana ou mais
na mesma área. Isso significa que poderia se deixar de plantar em áreas
distantes ou que tenham baixa produtividade e a economia deste plantio que não foi feito corresponde a
quase 60 ou 70% dos investimentos
necessários para adotar a tecnologia”, disse.
O produtor Luiz Fernando Feltre,
de Mineiros do Tietê, instalou um
projeto-piloto de fertirrigação por
gotejamento em 35 hectares no início de 2006. No sequeiro, produzia
90 ton/ha. Em 2007, no primeiro corte, a produtividade dobrou e no segundo, atingiu 160 toneladas/hectare. Segundo ele, o retorno do investimento que precisou fazer para adotar a técnica está estimado de duas
safras e meia a três somente com o
ganho em produtividade.
De acordo com o professor da
Esaq/USP, a resposta da cana-de-açúcar à fertirrigação é variável em função
do clima local, do tipo de solo e da variedade plantada. Em algumas situações, o uso desta tecnologia é bastante atraente do ponto de vista econômico. Em outras condições menos favoráveis, o benefício não cobre o custo
de implantação.
“Cada caso deve ser analisado
particularmente. Nos casos em que a
resposta prevista é viável economicamente, o uso da tecnologia deve
ser incentivado, pois o retorno econômico é bastante atrativo ao produtor. Temos casos de sucesso no Estado de São Paulo, com aumento de
40 a 50% na produtividade da área
com o uso da fertirrigação por gotejamento”, disse.
O que o deve ser analisado antes
de se decidir pela fertirrigação por gotejamento? Segundo o professor Duarte Coelho, o produtor deverá analisar a necessidade de irrigação de sua
propriedade e o potencial de aumento
produção com a implantação do sistema de irrigação / fertirrigação. Este estudo é feito da seguinte maneira:
1) Determinação da Capacidade de
Água Disponível (CAD) do solo, com
base na coleta de amostras indeformadas de terra (anéis de aço inox), tiradas
de diferentes horizontes no perfil de
solo até a profundidade máxima do sistema radicular no campo.
2) Simulação em computador do déficit hídrico que as plantas estiveram
sujeitas no campo, nos últimos anos,
Prof. Dr. Rubens Duarte
Coelho, Esalq/USP
em função de dados meteorológicos
disponíveis para a região. O ideal seria
utilizar os dados de precipitação real
observados na própria fazenda.
3) Cálculo do aumento de produção que teria ocorrido nos anos analisados, caso a tecnologia da irrigação /
fertirrigação já tivesse sido implantada
na área.
4) Análise econômica: Aumento de
produção x Custo da irrigação/ fertirrigação.
Quantificação da viabilidade econômica da tecnologia no campo.
Serviço: maiores informações sobre fertirrigação e irrigação por gotejamento e pivô central podem ser obtidas na Esalq/USP, que oferece um curso mensal de pequena duração (5 horas) sobre os detalhes do uso desta
tecnologia na cultura da cana. O contato pode ser feito pelo e-mail
gotejo@terra.com.br
Tipos de fertirrigação
que podem ser aplicados
na cana-de-açúcar
1) Vinhaça (autopropelido) - Aproximadamente 25 % da área colhida
na Usina recebe este tipo de aplicação de água residuária.
2) Fertirrigação Parcial (pivô central) - Aplicação de 25 – 50 % dos
fertilizantes na água de irrigação.
3) Fertirrigação Plena (gotejamento) - Aplicação de 75 – 100 % dos
fertilizantes na água de irrigação
Fonte: Prof. Dr. Rubens Duarte Coelho, Esalq/USP
Revista Canavieiros - Maio de 2008
23
24. Novas Tecnologias
Vôo alto do Etanol
Marcelo Massensini
S
Mas é verdade. Por mais difícil que
seja acreditar – principalmente para
quem acompanhou a ascensão e o declínio dos carros a álcool no final do
século passado – esse avião existe e,
segundo os fabricantes, é 5% mais potente do que o movido à gasolina.
Dono da imensa fatia de 75% do
mercado interno de aviação agrícola,
o Ipanema é fabricado pela Neiva
(subsidiária da Embraer) há quase 40
anos e, desde 2005, vende o modelo
que utiliza o etanol para voar. De acordo com o gerente comercial da Embraer/Neiva, Márcio Astolfi Pedro, o
álcool foi escolhido graças à experiência do Brasil na produção de canade-açúcar, que faz o combustível ser
de três a quatro vezes mais barato que
a gasolina de aviação (Aviation Gasoline - “AvGas”).
Além da economia, os motores de
avião movidos a álcool são mais limpos e poluem menos que a gasolina
de aviação, porque não possuem
chumbo em sua composição, o que
torna o etanol ecologicamente correto. “Esse motor representa um verdadeiro salto tecnológico, pois alia
redução de custo com aumento de
produtividade” diz Pedro. Desde
2005, já foram feitos 160 pedidos de
conversões do Ipanema de gasolina
para álcool.
Originalmente movida a gasolina,
a aeronave é a primeira produzida em
série no mundo a sair de fábrica certificada para voar com álcool. Até agora já foram produzidas 41 unidades a
etanol e 155 kits de conversão.
24
Revista Canavieiros - Maio de 2008
Foto divulgação Embraer
e uma pessoa despertasse hoje
de um coma que o manteve “dormindo” por dez anos, se espantaria com as notícias sobre os números de carros flex e que o álcool anda
competindo de perto com a gasolina.
Esse “dorminhoco” dificilmente acreditaria, ainda, que em 2008 existem quase 200 aviões “rodando” a etanol.
Medidas como a criação desta aeronave fizeram da Embraer a primeira do
setor aeronáutico mundial a obter a certificação internacional de gestão ambiental ISSO 14001. “Buscamos, por meio
da consolidação das iniciativas já existentes na área industrial, em conjunto
com a procura de materiais e tecnologias alternativas, saídas para diminuir o
impacto ambiental de nossas atividades e da operação de nossos aviões”,
comenta o vice-presidente executivo de
Planejamento Estratégico e Desenvolvimento Tecnológico, Satoshi Yokota.
O Ipanema:
O Ipanema é um avião monoposto e
monoplano de asa baixa. Sua fuselagem
é toda construída com tubos metálicos
de aço especial, que absorve impactos
em caso de colisão e os painéis externos são de fácil remoção para limpeza.
gens e já foi usado contra vetores endêmicos, como no combate da larva da
dengue sobre o rio Pinheiros, São Paulo, em 2006, pulverizando produtos biológicos de substrato orgânico para
eliminação de impurezas .
A aeronave foi homologada e certificada junto à Agencia Nacional de
Aviação Civil (ANAC) para aplicação
de defensivos líquidos ou sólidos como
fungicidas ou no combate das diversas pragas em todas as culturas. Outra
aplicação é a fertilização, seja de alto
impacto ou na adubação folheada em
florestamento, na semeadura de pasta-
O Ipanema é fundamentalmente um
utilitário e um meio de pulverização, para
diversas aplicações. Pode ser utilizado
para nucleação de nuvens com elementos precipitadores de chuva artificial, o
povoamento de rios e lagos com alevinos em rios, lagos e represas, útil sobre
áreas de difícil acesso e quando se espera resultados rápidos e precisos.
Vantagens do avião a álcool
• Menor agressão ao meio ambiente;
• Motor roda mais frio;
• Possível extensão da Revisão Geral do Motor (TBO);
• Aumento de potência;
• Diminuição considerável do custo operacional.
Considerando uma frota de 600 aviões Ipanema, o motor a álcool:
• Elimina demanda de 16,8 milhões de litros de AvGas por ano;
• Gera demanda de 21,6 milhões de litros de Álcool por ano;
• Gera redução de US$13,5 milhões por ano no custo operacional da frota de aviões Ipanema.
25. Reportagem de Capa
“É um incentivo para a modernização da nossa agricultura, para o aumento
da produtividade e para fortalecer o pequeno e médio produtor.”
Do governador José Serra, ao anunciar, na Agrishow, medidas para o
setor agrícola, como financiamento para aquisição de tratores, equipamentos de informática e recursos para obras de infra-estrutura nas propriedades
“É preciso que façamos a lição de
casa e que haja uma política de
renda, com a adoção efetiva do
seguro rural, mudanças na logística
e uma definição final do endividamento agrícola. Já o produtor tem de
investir em uma agricultura
sustentável, pois não podemos perder
a oportunidade inédita de levar o
Brasil para o primeiro mundo.”
Do pres. da Agrishow e ex-ministro
da Agricultura, Roberto Rodrigues.
“Há um discurso de combate ao
programa de energia renovável e a
crise de alimentos. Quero dizer que
não há crise de alimentos no Brasil.
O que há é uma crise mundial com a
demanda em crescimento.”
O presidente da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi, em coletiva
durante a Agrishow
“Após um apagão tecnológico, houve o reconhecimento do governo, já que corríamos o risco
de perder a mais eficiente tecnologia de agricultura tropical do mundo.”
O ex-ministro da Agricultura (1974 a 1979),
Alysson Paulinelli, sobre os investimentos do governo na Embrapa, estimados em R$ 914 milhões.
“O agronegócio representa 26% do PIB brasileiro, 37% dos empregos, 36% das exportações brasileiras e grande parte do saldo da balança comercial. Hoje temos 72 milhões de hectares
cultivados, mas podemos chegar a 150 milhões,
dobrando a área e gerando renda, emprego e desenvolvimento para o País.”
Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente da Câmara dos Deputados
“A agropecuária é a atividade responsável pelo
desenvolvimento nacional, mas são necessárias
políticas econômicas sólidas para a agricultura. Não
há risco de não conseguirmos abastecer 190 milhões
de habitantes.”
Fábio Meirelles, presidente da Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
(FAESP) e da CNA (Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil).
Revista Canavieiros - Maio de 2008
25
26. Informações Setoriais
CHUVAS DE ABRIL
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de ABRIL de 2008.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste
Em todos os locais observados, as chuvas de ABRIL foram superiores (chegando a ser o dobro e, em alguns locais, até
o triplo) às respectivas médias históricas. Cabe aqui informar que, desde janeiro deste ano, a média das chuvas que
ocorreram na região já somaram 930 mm. No ano, a média das somas mensais é bem próxima de 1.500 mm.
Mapa 1:- Água Disponível no Solo
entre 14 a 16 de ABRIL de 2008.
O Mapa 1, ao lado, mostra
que o índice de Água Disponível
no Solo, tanto a 25 como a 50 cm
de profundidade, no período de
14 a 16 de ABRIL deste ano,
apresentava-se como médio a
baixo em quase toda faixa Oeste
do Estado de São Paulo, enquanto que, nas demais áreas
canavieiras do Estado, a Disponibilidade Hídrica do Solo
mostrava-se favorável.
26
Revista Canavieiros - Maio de 2008
ÁGUA, usar s
ÁGUA, usar s
Protejam e preservem as n
Protejam e preservem as n
27. Informações Setoriais
Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de ABRIL de 2007.
Mapa 3:- Água Disponível no Solo, a 50 cm de profundidade, entre 01 a 04 de MAIO de
2008 (como final do período chuvoso deste início de outono).
O Mapa 2, mostra que, em ABRIL de 2007, a Disponibilidade Hídrica do Solo encontrava-se baixa a crítica nos extremos Oeste e Leste do Estado de São Paulo e nas regiões
próximas de Araraquara e Sorocaba. Em ABRIL / MAIO de 2008, como mostrado no Mapa
3, o baixo índice de Água Disponível no Solo concentrou-se num “círculo” no Centro do
Estado de São Paulo e nas regiões próximas a Barretos, Franca e Presidente Prudente.
sem abusar !
sem abusar !
nascentes e cursos d’água.
nascentes e cursos d’água.
Para subsidiar planejamentos de
atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais para
os meses de maio e junho.
Embora menos intensos, permanecem ainda os efeitos do fenômeno La
Niña (contrário ao El Nino), que corresponde ao esfriamento da superfície das
águas do Oceano Pacífico, ao longo da
faixa equatorial. Quanto mais próximo
da costa oeste da América do Sul, na
altura do Equador, Peru e Colômbia,
mais sensíveis serão os efeitos das condições climáticas para o Brasil, como
tem ocorrido pelas freqüentes (até intensas) chuvas na faixa Norte e Nordeste brasileiro (Maranhão e Piauí).
Enquanto que, entre a região Central
do Estado de São Paulo, Sul do Mato
Grosso do Sul e os Estados da Região
Sul do Brasil, as chuvas poderão ser
até inferiores às médias históricas e previsão de períodos com temperaturas
mais baixas que as normais climáticas.
· Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste a temperatura poderá ficar entre
próxima a ligeiramente acima da normalidade climática. Na Região Sul, prevê-se que a temperatura ficará ao redor da média histórica;
· Quanto às chuvas, a previsão é
que “ficarão” próximas das respectivas médias históricas na Região Centro Sul. Com exceção dos Estados da
Região Sul do Brasil, Centro-Sul de São
Paulo e sul do Mato Grosso do Sul,
onde as chuvas poderão ser inferiores às normais climáticas;
· Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro AptaIAC, para Ribeirão Preto e municípios
vizinhos, são de 55 mm em maio e de
25 mm em junho.
· Considerando-se as previsões elaboradas pela SOMAR Meteorologia,
com a qual a CANAOESTE mantém
convênio, a estimativa é que, para esta
região, as chuvas de maio e junho “ficarão” abaixo da média histórica. Mas,
em julho poderá chover até o dobro
do normal (a acompanhar).
Persistindo dúvidas em tratos culturais da cana-planta (recém-instalada) e das soqueiras, consultem os Técnicos CANAOESTE mais próximos.
Revista Canavieiros - Maio de 2008
27
28. Legislação
Queima de palha de cana-de-açúcar
.
Precauções necessárias
para se evitar autuações
ambientais e ações judiciais.
A
Canaoeste, em virtude de mais
um início de safra canavieira,
preocupada em orientar o seu
associado acerca da necessidade de
adequação à legislação sobre queima
de palha de cana-de-açúcar, vem reforçar o alerta sobre a obrigatoriedade de se cumprir algumas providências que deverão ser tomadas no decorrer desta safra canavieira para evitar
pesadíssimas multas dos órgãos ambientais (Polícia Ambiental e CETESB)
e ações judiciais (cíveis e criminais),
em virtude da não observação dos requisitos legais para a utilização do uso
do fogo como método despalhador da
cana-de-açúcar.
Isto porque, em caso de descumprimento do que dispõe o Decreto Estadual nº 47.700/2003, regulamentador
da Lei Estadual nº 11.241/2002, o produtor de cana-de-açúcar poderá ser autuado pela Polícia Ambiental em 30 (trinta) UFESPs (Unidade Fiscal do Estado
de São Paulo), aproximadamente R$
444,90 por hectare queimado sem as observâncias legais, além de poder, também, ser autuado pelos agentes fiscalizadores da CETESB (Companhia de
Tecnologia e de
Saneamento Ambiental) em valores
que variam de
5.000 a 10.000
UFESPs, aproximadamente R$
74.150,00 a R$
Juliano Bortoloti - Advogado
148.300,00, indeDepartamento Jurídico Canaoeste
pendentemente do
tamanho da área queimada.
Fica registrado, portanto, que para
aquele produtor de cana-de-açúcar que
não cumprir os requisitos prescritos
TABELADE RESTRIÇÕES DE QUEIMA CONTROLADA.
*Obs.: (1) Pode-se plantar, mas não utilizar o fogo - (2) As áreas cultivadas com cana-de-açúcar onde é proibida a queima não serão
consideradas para o cálculo do percentual de vinte por cento de eliminação da queima.
28
Revista Canavieiros - Maio de 2008
29. na legislação de queima ou, mais gravemente, efetuar a queima sem a devida autorização, fica evidente que não
lhe restará quase nenhuma possibilidade de defesa, tanto administrativa
(multas) como judicial (cível e penal).
Logo, para cumprir o que dispõe a
legislação sobre a queima e evitar as
autuações da CETESB e Polícia Ambiental, devemos satisfazer os seguintes requisitos já realizados na safra
passada:
1. Todo produtor, grande ou pequeno, que se utilizar do fogo como
método despalhador da cana-de-açúcar, mediante a prévia e obrigatória
autorização concedida pela Secretaria
do Estado do Meio Ambiente, deverá
recolher, para tanto, o Preço de Análise do requerimento, no valor de R$
226,84 por requerimento de autorização de queima;
2. Deve, também, efetuar duas
comunicações formais (por escrito)
aos lindeiros (vizinhos) de sua la-
voura de cana-de-açúcar, uma no início da safra e outra com antecedência de até 96 (noventa e seis) horas
da queima, conforme modelos que
poderão ser obtidos nas filiais regionais e/ou no Departamento Jurídico da Associação;
4. Observar e respeitar fielmente a
não utilização do fogo em áreas de restrição, conforme quadro em anexo, assim como os aceiros subjacentes, pois
a Secretaria do Meio Ambiente possui
condições de fiscalização através de
fotos de satélite atualizadas.
3. Deve, ainda, impreterivelmente,
efetuar a comunicação da queima, com
antecedência mínima de 96 (noventa e
seis) horas, à Secretaria de Estado do
Meio Ambiente, através do “site”
www.ambiente.sp.gov.br. Em caso da
queima ser efetuada pela unidade industrial (usina/destilaria/engenho) ou
por empresa terceirizada, deve-se exigir destas as datas em que será utilizado o fogo na sua propriedade para posterior comunicação à Secretaria do
Meio Ambiente, pois essa responsabilidade é do proprietário ou possuidor
do imóvel e não da unidade industrial.
Se, por qualquer motivo ocorrer alteração na data do uso do fogo, deve ser
novamente comunicada a Secretaria do
Meio Ambiente acerca da referida alteração da data da queima;
Com relação à comunicação a ser
feita à Secretaria do Meio Ambiente do
Estado de São Paulo, disposta no item
3 acima delineado, informamos que a
Canaoeste prestará esse serviço ao seu
associado, bastando apenas que este,
de posse da data e horário em que se
efetuará a queima de sua lavoura, informe ao Departamento Técnico (agrônomos) da Canaoeste e/ou as secretárias lotadas na matriz ou nos escritórios regionais, possibilitando, assim, o
envio eletrônico (Internet) das informações à Secretaria do Meio Ambiente.
Porventura, se persistir dúvidas a
respeito do assunto, o Departamento
Jurídico está à inteira disposição dos
associados para esclarecê-las, através
do telefone (0xx16) 3946-3313.
Revista Canavieiros - Maio de 2008
29
30. Artigo Técnico
Grau de maturidade da cana:
Alguns valores de referência
A
maturação da cana-de-açúcar, como se sabe, é um processo fisiológico que depende
de vários fatores, como o clima (umidade
e temperatura), o solo, a variedade cultivada, a utilização de maturadores, etc.
Há alguns anos passados, costumava-se, nas análises preliminares (pré-aná-
lises) dos talhões, utilizar valores de referência para o Brix, a pol, os açúcares
redutores e a pureza do caldo. Tais valores eram utilizados como tais, ou eram
convertidos em uma escala de pontos,
indicando a conveniência ou não da colheita. Com a evolução da qualidade da
cana-de-açúcar, resultante dos programas de seleção de novas variedades, vá-
Tabela 1. Valores de ATR por Associação: meses de abril e Maio (1ª e 2ª
quinzenas); safras de 1998/99-2006/07
Relativamente, às regiões canavieiras do Estado de São Paulo, os dados
foram os seguintes (Tabela 2):
Tabela 2.- Resultados por Região Canavieira de São Paulo
Tabela 3.- Resultados para o Estado de São Paulo
É necessário que se enfatize que tais cifras dependem de inúmeros fatores,
de caráter regional, motivo porque não podem ser generalizados. Representam, apenas, valores de referência esperados para o inicio de safra, originados
de centenas de resultados colhidos nas safras acima referidas e processados
pela ORPLANA.
30
Revista Canavieiros - Maio de 2008
rios critérios de avaliação da
qualidade da cana-de-açúcar tornaram-se, obviamente, obsoletos. Acresce,
também, que o parâmetro de qualidade
da cana-de-açúcar,
atualmente, é expresso em termos
de ATR (Açúcar
Total Recuperável). Houve,
Enio Roque de Oliveira
também, uma
Assessor Técnico da ORPLANA
mudança do
período de moagem adotado pelo CONSECANA-SP, hoje compreendendo os
meses de abril a novembro.
Com o processamento dos dados
tecnológicos da cana dos fornecedores
efetuado pela ORPLANA, das safras de
1998/99 até a de 2006/07, foi possível levantar valores de ATR apurados nos
meses de abril (1ª e 2ª quinzenas) e maio
(1ª e 2ª quinzenas) daquelas safras, permitindo ter uma idéia do grau de maturidade dos talhões por ocasião da colheita, no inicio do período de moagem, dados, particularmente interessantes, em
relação ao critério de pagamento da matéria-prima pelo ATR Relativo, que é, atualmente, adotado em São Paulo. A Tabela 1 mostra os valores médios obtidos
para as Associações de Fornecedores
de Cana, filiadas à ORPLANA.
As regiões consideradas, em São Paulo, abrangem as seguintes associações:
Araraquara: Araraquara;
Arenito: Catanduva, General Salgado, Monte Aprazível, Novo Horizonte e
Orindiuva;
Jaú: Barra Bonita, Jaú e Lençóis Paulista;
Oeste: Andradina e Valparaiso;
Piracicaba: Capivari, Piracicaba, Porto Feliz e Santa Bárbara;
Ribeirão Preto: Guariba, Igarapava e
Sertãozinho;
Vale do Paranapanema: Assis, Chavantes e Ourinhos.
Em termos do Estado de SP, os resultados são os que se seguem na tabela 3.
32. Artigo Técnico
Entenda o que está
acontecendo com o preço
do kg de ATR
Thiago de Andrade Silva - Assistente de Controle Agrícola da CANAOESTE
V
amos começar este artigo falando sobre a Crise Imobiliária
Americana do Crédito “Subprime” (Segunda Linha), ou hipotecas
de risco, onde vários bancos e financeiras norte-americanas, com o preço
elevado dos imóveis americanos e com
a alta disponibilidade de dinheiro para
empréstimos (Alta Liquidez) no mercado internacional, começaram a emprestar mais dinheiro a pessoas com histórico de crédito ruim, para que estas
pudessem adquirir um imóvel. O tamanho da crise é proporcional à expansão
do setor “Subprime”, que ganhou força e cresceu muito.
O começo da crise e da tensão mundial se deu através de uma notícia vinda da Europa de que o banco francês
BNP Paribas, um dos principais da região, congelou o saque de três de seus
fundos de investimentos aplicados em
créditos “subprime” nos Estados Unidos. A instituição alegou dificuldades
em contabilizar as reais perdas desses
fundos devidos às inadimplências. Com
o aumento da inadimplência dos clientes, os investidores decidiram resgatar
seu investimento a curto prazo, gerando uma crise de liquidez (retração de
crédito), onde num mundo de incertezas, o dinheiro pára de circular, pois
quem tem dinheiro não quer emprestar,
e quem não tem dinheiro, não tem de
quem emprestar.
A crise dos créditos “Subprime”
obrigou numerosos bancos a se recapitalizarem, captando recursos de investidores, medida que vem sendo tomada desde então, mas, de outro lado,
muitos investidores e fundos de pensão preferiram investir no mercado futuro de commodities com menor risco,
do que em ações de empresas, aumentando assim os preços futuros das
commodities.
32
Revista Canavieiros - Maio de 2008
Aliado a este problema, houve também o aumento da utilização do milho
produzido para produção de etanol,
que mesmo com área de plantio crescente, causou uma diminuição da disponibilidade do produto destinado à
produção de ração, principal alimento
animal, e para consumo humano de forma geral, por ser este um dos produtos
mais consumidos no mundo todo. Com
o aumento na produção de milho, houve a diminuição da área para produção
de outras commodities nos Estados
Unidos, no caso da soja e do trigo, conforme mostra o gráfico de Área Planta-
da, causando o aumento das commodities não só nos Estados Unidos, mas
em todo o mundo.
Área Plantada: Milho, Trigo e Soja nos Estados Unidos
Deve-se levar em consideração também o aumento da demanda de produtos agrícolas dos países em desenvolvimento como China, Índia, Brasil,
entre outros. Se de um lado gera inflação, de outro é favorável, pois aumenta o consumo interno e a possibilidade de exportação dos nossos produtos
para diversos países.
Segundo a primeira estimativa da
UNICA – União das Indústrias de
Cana-de-Açúcar, divulgada em abril
de 2008, a produção na região Centro/Sul nesta safra será de aproximadamente 498 milhões de toneladas de
cana-de-açúcar, volume 16% acima
do realizado na safra 2007/2008, estando prevista a produção de 28,6
milhões de toneladas de açúcar, re-
presentando um aumento de 9% em
relação à safra 2007/2008 e de 24,3
bilhões de litros de álcool, com aumento de 19% em relação à safra
2007/2008, sendo 7,65 bilhões de litros para álcool anidro (6% superior
à da safra passada) e 16,6 bilhões de
litros para álcool hidratado, aumentando 27% em relação à safra passada. As exportações de etanol devem
33. crescer 27% e atingir 3,9 bilhões
de litros, tendo como principais
destinos os Estados Unidos (direto ou via Caribe) e Europa. Já as
exportações de açúcar devem ter
incremento de 15%, chegando a
18,9 milhões de toneladas e os principais mercados serão Rússia, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Com os preços das commodities em alta, poderíamos ter um preço melhor dos produtos. Porém,
como existem muitos dólares entrando no país, através do aumento das exportações e dos investimentos estrangeiros, a cotação do
dólar está em baixa, impactando na
queda dos preços das commodities em reais, uma vez que os produtos são vendidos em dólar, que
é a moeda principal de comercialização, atingindo assim também o
mercado interno de açúcar e o álcool, produtos que afetam diretamente o preço do kg do ATR
Podemos observar que: o aumento da demanda do mercado interno do álcool, pelo uso cada vez
mais crescente dos carros bicombustíveis; a expectativa do crescimento da demanda do mercado externo do álcool (mais acentuado
para os Estados Unidos, levando
em conta o preço do etanol de milho que torna o etanol brasileiro
mais competitivo); bem como o
aumento da demanda do mercado
interno e externo de açúcar, podem
contribuir para um aumento no preço do kg do ATR, pois interferem
diretamente na curva de comercialização dos produtos, que é utilizada para formação do preço do kg
do ATR e que depende do dólar
que, como visto anteriormente, tem
influenciado diretamente e para
baixo o preço destes produtos.
Na safra 2007/2008 houve aumento na produção de açúcar e álcool em relação à safra 2006/2007.
Este excedente foi gerado devido
à expectativa irrealista em relação
à demanda de açúcar e álcool,
causando baixa dos preços dos
produtos no mercado interno e externo, já que a oferta fora maior
que a capacidade de demanda do
mercado, o que dificultou o enxugamento destes excedentes. A safra 2007/2008 começou com o preço do ATR de R$ 0,3217 o kg de
ATR, em Abril/2007, e finalizou
com o preço do ATR acumulado,
na média do Estado de São Paulo,
de R$ 0,2443 o kg de ATR, queda
de 31,68 % do começo ao fim da
safra. Foi uma safra mais alcooleira e com preços melhores para o
àlcool do que para o açúcar. A expectativa de crescimento da exportação do álcool na velocidade
dos anos anteriores não ocorreu
conforme esperado, aumentando
a disponibilidade de álcool no
mercado interno.
Já a safra 2008/2009 começou
com o preço do ATR de R$ 0,2538 e
os preços do álcool indicam uma
recuperação no mês de maio, apontando para um aumento de preço
de ATR para este mês, com uma
posterior baixa, estabilizando em
outubro e a partir daí, em novembro, uma pequena recuperação,
segundo dados obtidos da BM&F
– Bolsa de Mercadorias & Futuros. O preço do açúcar apresentase estável e permanece assim no
mercado interno até o final da safra, segundo dados obtidos da
BM&F – Bolsa de Mercadorias &
Futuros. Também são estáveis os
preços do açúcar no mercado externo, segundo dados obtidos das
bolsas de NY e Londres.
Revista Canavieiros - Maio de 2008
33
34. Pragas e Doenças
Vírus do Mosaico da
Cana-de-açúcar
*Sizuo Matsuoka
O
vírus do mosaico da canade-açúcar causa nas folhas
das plantas infetadas o impedimento da formação normal de
cloroplastos. Nestes cloroplastos é
que se dá o milagre da natureza, que
é a captação da energia solar e transformação do gás carbônico (CO2) do
ar, na presença de água e de oxigênio, em compostos orgânicos que alimentam os seres vivos. Se eles não
se formam normalmente, aquela síntese fica prejudicada, ou seja, a planta não sintetiza na sua capacidade
normal, o que resulta em
crescimento reduzido da
planta. Na essência, o que o
vírus faz é tomar o DNA da
célula e fazê-lo seu próprio.
O resultado desse distúrbio
que nós podemos visualizar
na folha é a descoloração do
verde normal no conjunto
das células onde o vírus está
alojado, se multiplicando,
dando à folha o aspecto de
um mosaico.
O vírus do mosaico da
cana-de-açúcar pertence a
um grupo que é chamado de
vírus Y da batata que, dentre os vírus de plantas, é um
dos maiores grupos e que,
infetando um grande número de espécies de plantas,
muitas delas de grande valor comercial, acaba consequentemente sendo um grupo muito
importante economicamente. É um vírus alongado e apresenta particularidades interessantes como alguns
que serão aqui apresentados.
Especificamente o vírus do mosaico da cana-de-açúcar, como o próprio nome indica, afeta a cana-deaçúcar e daí a sua importância, mas
afeta outras gramíneas cultivadas,
como o milho, o sorgo e o capim ci34
Revista Canavieiros - Maio de 2008
dreira, como também vários capins.
Todavia, o hospedeiro mais importante é a própria cana-de-açúcar.
O mosaico foi causador de uma
das grandes epidemias históricas
de plantas cultivadas. Isto ocorreu
nas décadas de 20 e 30 do século
XX, nas principais regiões canavieiras do mundo, inclusive no Brasil. Naquela época, os canaviais
eram formados com variedades suscetíveis na sua grande maioria, porque a doença era desconhecida e,
tante açucarado, sendo a
famosa cana caiana um dos
representantes mais conhecidos. As substitutas
eram novos híbridos que
alguns programas de melhoramento pioneiramente
estavam produzindo, especialmente em Java, hoje,
Indonésia, e na Índia.
Folha de cana-de-açúcar afetada pelo Mosaico
por isso mesmo, se disseminou livremente até se perceber que algo
estava afetando seriamente as plantas. Quando se deu conta os canaviais estavam totalmente depauperados, e muitas indústrias foram à
falência no mundo todo. O mal pôde
ser debelado através da substituição das variedades. Aquelas eram
da espécie Saccharum officinarum,
a cana dita “nobre”, por ser uma
cana vigorosa, de muito caldo, bas-
O vírus do mosaico da
cana-de-açúcar é disseminado de um local para outro
através do próprio propágulo que é o colmo. Assim ele
se disseminou de país para
país naquela epidemia citada. Porém, uma vez estabelecido num local, ele se
transmite de planta para
planta através de um vetor,
o pequeno inseto pulgão.
Este é um inseto sugador,
que introduz na célula da planta o
seu estilete bucal e suga o líquido
celular. Ao fazer isso numa célula infetada pelo vírus, as partículas virais
aderem na superfície daquele estilete. Se este inseto picar em seguida
outra planta sadia, terá introduzido
as partículas virais que, então, passam a se multiplicar na nova planta.
Existe aí um aspecto muito interessante a ser observado. Existem várias espécies de pulgões, também cha-
35. Pragas e Doenças
mados afídeos, que são capazes de
transmitir esse vírus e que, curiosamente, não é o pulgão que especificamente tem a cana-de-açúcar como
hospedeira. São pulgões que atacam
diversas outras plantas, várias de outras gramíneas, mas também de plantas dicotiledôneas como a batata, o
algodão, a maria-pretinha, a serralha,
etc. O que ocorre é que quando esses pulgões formam uma grande colônia numa planta, aparecem os indivíduos alados (com asa) para migrarem para outra planta e lá formar nova
colônia. Esses pulgões alados, todavia, praticamente não têm vôo próprio e, sim, são levados pela corrente do vento. Uma vez no ar, são atraídos pela cor da faixa do amarelo e
descem. Notem que as plantas infetadas são justamente mais amareladas pela deficiência de clorofila. Picando nessas plantas, no que é denominado de “picada de prova”, ao
perceberem que aquela planta não lhe
é adequada porque não é uma hos-
pedeira sua, alçam novo vôo, descem
novamente procurando a sua hospedeira e, ao picar esta nova planta, ali
deixam as partículas virais. Assim,
vários indivíduos alados que não têm
a cana-de-açúcar como hospedeira,
ao repetirem reiteradas vezes as picadas de prova, acabam eficientemente transmitindo o vírus de planta
para planta. Então, eliminar as plantas hospedeiras dos pulgões seria
uma solução? Sim, seria. Porém, tantas são essas hospedeiras que, na
prática, é difícil. O melhor é eliminar
a fonte de vírus. E a variedade suscetível da própria cana-de-açúcar é
sempre a maior fonte.
No rol de variedades comerciais
atuais existem algumas que não são
totalmente resistentes. E então sempre existe o recrudescimento da doença quando a área plantada dessas
variedades passa a ter proporção significativa. Há, nestes casos, a necessidade de monitoramento constante
e a adoção de uma medida complementar, que é a formação de viveiros
de mudas sadias. Esses viveiros são
formados inicialmente a partir de
plantas comprovadamente sadias e
constantemente inspecionadas para
se proceder a eliminação de toda planta que manifestar sintomas. Quanto
mais rápido essas plantas forem detectadas e eliminadas menor será a
chance da ação transmissora dos
pulgões.
Para se conseguir controle mais
eficiente e seguro desse vírus se devem plantar variedades resistentes.
Esta é mais uma das prioridades do
Programa de Melhoramento Genético da CanaVialis, que tem como prioridade desenvolver variedades com
alto teor de sacarose, associadas a
alta produtividade e resistência a
doenças, entre ela o mosaico.
* Responsável pelo Programa de
Melhoramento Genético da CanaVialis
Agende-se
Junho
de 2008
CONBAP - CONGRESSO BRASILEIRO DE AGRICULTURA DE PRECISÃO
Data: 04 a 06 de junho de 2008
Local: Departamento de Engenharia Rural - ESALQ/USP
– Piracicaba – SP
Temática: O Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão (ConBAP), que será realizado entre os dias 4 a 6 de
junho de 2008, pelo departamento de Engenharia Rural, da
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/
ESALQ), para discutir os resultados de pesquisas desenvolvidas nessa área, já está com inscrições abertas para os
interessados em apresentar seus trabalhos científicos.
Mais Informações: (19) 3447-8502
11ª EXPOCACHAÇA - FEIRA E FESTIVAL
INTERNACIONAL DA CACHAÇA
Data: 05 a 08 de junho de 2008
Local: Expominas - Pavilhões 2 e 3 – Belo Horizonte – MG
Temática: A Expocachaça, hoje incorporada como âncora da
SuperAgro Minas, vai ganhar na 11ª Edição em 2008, um projeto
de valorização de sua natureza e escopo. O novo formato agrega
valor à Feira e ao Festival, através de uma concepção mais moderna, com foco na “entretenização” do espaço e no “mixing” de
atividades e produtos. Uma concepção que adota a visão atual
da aceitação de conceitos de “evento-entretenimento” e “evento-espetáculo”, que amplia enormemente o seu escopo.
Mais Informações: (31) 3284-6315 / 3287-5243
ACESSE: WWW.REVISTACANAVIEIROS.COM.BR
E TENHA A RELAÇÃO DOS PRINCIPAIS EVENTOS QUE ACONTECEM NO MÊS DE JUNHO
Revista Canavieiros -- Maio de 2008
Revista Canavieiros Maio de 2008
35
35
36. Biblioteca
Cultura
Cultivando
a Língua Portuguesa
“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
"Revenda competitiva no Agronegócio: Como
melhorar sua rentabilidade"
Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português
Matheus Kfouri Marino
Marcos Fava Neves
1) Ligue, que ganhará “de grátis” um ingresso para o Show.
Com o Português incorreto, com certeza, você perderá o ingresso,
prezado amigo leitor.
Dica importante: o verbo ganhar com o uso do adjetivo grátis: se vai
ganhar algo, não pagará por isso, então já é grátis (dedução óbvia.)
Renata Carone
Sborgia*
E mais, prezado amigo leitor, a expressão de grátis não existe.
O correto é apenas grátis, o advérbio gratuitamente ou a locução de graça.
Exemplos certos:
1) Ligue, que ganhará um ingresso para o Show.
2) Ligue, que terá um ingresso de graça para o Show.
3) Ligue, que terá grátis um ingresso para o Show.
4) Ligue, que conseguirá gratuitamente um ingresso para o Show.
2) Frio.
Vinho e queijo saboroso.
Que tal uma “MUSSARELA”?
Indigesta em todos os sentidos.
Confusão entre: MUSSARELA, MUÇARELA e MOZARELA?
MUÇARELA ou MOZARELA, derivam do italiano “mozzarella”.
Do italiano “mozzarela”, surgiu, no nosso idioma, a palavra MOZARELA(com um Z
na escrita).
É totalmente inadequado ao padrão culto da Língua escrever MUSSARELA.
Portanto: com o frio... vinho e queijo saboroso: muçarela ou mozarela!
3)Maria disse:
- Eu não “COMPITO” com o meu namorado.
Parabéns! Maria, você está duplamente correta! Na relação afetiva e no Português.
Sem titubear: VERBO COMPETIR - conjugado no Presente do Indicativo
Eu compito
Tu competes
Ele compete
Nós competimos
Vós competis
Eles competem
PARA VOCÊ PENSAR:
“Se podes olhar vê.
Se podes ver repara.”
Livro dos conselhos
“Saber morrer é a
maior façanha”
ensinava Pe. Antônio Vieira
36
Revista Canavieiros - Maio de 2008
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Consultora de Português, MBA
em Direito e Gestão Educacional, escreveu a
Gramática Português Sem Segredos (Ed.
Madras) com Miriam M. Grisolia
O
livro contempla fatores críticos que im
pactam a competitividade das revendas de
insumos agropecuários. O texto que abre a coletânea trata das tendências da distribuição de
insumos agropecuários, com destaque para os
setores de defensivos, fertilizantes, máquinas
e implementos, sementes e crédito. Na seqüência, os autores discutem um método de planejamento e gestão estratégica, ferramenta gerencial que permite a identificação dos principais pontos críticos das revendas e o desenvolvimento de estratégias. Os capítulos seqüentes exploram cada um dos principais pontos críticos para o sucesso das revendas com
o objetivo de torná-la mais competitiva.
A obra discute também a importância do
estreitamento da relação das revendas com os
fornecedores de insumos, as técnicas de gestão da força de vendas, os possíveis conflitos
de uma gestão familiar, a estruturação de um
processo eficiente de compras, os 5 principais
problemas existentes nas vendas. Apresenta
indicadores de performance (faturamento médio, número de vendedores, faturamento por
funcionário, e outros.), discute o caso da cooperativa C. Vale e os entraves no processo de
implementação de estratégias.
Os últimos capítulos abordam o merchandising nas revendas e as técnicas de gestão de
clientes. A obra encerra-se com a consolidação
dos pontos de aprendizado para aumentar a
competitividade das revendas.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
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Revista Canavieiros - Maio de 2008