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TRABALHO DE COMUNICAÇÃO
GRÁFICA E AUDIOVISUAL
QUEM ERAM OS IRMÃOS LUMIER

  Os irmãos Lumière, Auguste Marie Louis
  Nicholas Lumière e Louis Jean Lumière
  nasceram em Besançon, na França. Foram
  eles que fabricaram o cinematógrafo
  (câmara de filmar), sendo frequentemente
  referidos como os pais do cinema.
O QUE ERA O CINEMATÓGRAFO

  O cinematógrafo era uma máquina de
  filmar e projector de cinema, invento que
  lhes tem sido atribuído mas que na verdade
  foi inventado por Léon Bouly, em 1892, que
  terá perdido a patente, de novo registada
  pelos Lumière a 13 de Fevereiro de 1895.
  Masa verdadeira divulgação do
 cinematógrafo, com boa publicidade e
 entradas pagas, teve lugar no dia 28 de
 Dezembro do mesmo ano, em Paris, no
 Grande Café, situado no Boulevard dês
 Capuchinos. O programa incluía dez filmes.
 A sessão foi inaugurada com a projecção de
 La Sorteie de l'usine Lumière à Lyon (A
 Saída da Fábrica Lumière em Lyon).
  Entre as inúmeras invenções que levam sua
  assinatura, a mais espectacular foi, sem
  dúvida, o cinematógrafo. Naquele final do
  século XIX, eles nem sequer imaginavam
  que a máquina que criaram se
  transformaria num instrumento de fazer
  arte e também muito dinheiro.
GISELA HEYMANN

  Quempassou pelo Boulevard dês
 Capucines, no centro de Paris, no final dos
 idos de 1895, não pôde deixar de notar uma
 enorme fila que se estendia por centenas de
 metros. Agasalhados contra um rigoroso
 inverno, homens, mulheres e crianças
 esperavam a vez para entrar na pequena
 sala do subsolo do Grande Café,
 pomposamente baptizada de Salão Indiano,
 no número 14 daquela avenida.
  Uma vez instalados nas 100 cadeiras
 dispostas diante de um grande pedaço de
 pano branco, assistiam a um fantástico
 espectáculo de luzes e movimentos. Em
 certo momento, um trem avançava em
 direcção à plateia, para depois desaparecer
 num canto da tela. Pouco depois, podia-se
 observar a saída dos operários, na pausa
 do almoço, da fábrica Lumière, instalada
 em Lyon.
  Asessão durava vinte minutos e custava 1
  franco por pessoa. Os que puderam
  participar destes momentos certamente não
  se arrependeram do tempo gasto ou da
  despesa extra. "Esta foi a mais fácil
  invenção de minha vida", dizia Louis
  Lumière, décadas depois, quando o cinema
  já tinha se transformado em arte e em
  negócio milionário.
  Auguste e Louis foram os dois primeiros
 filhos de um casal humilde: Antoine, pintor
 de letreiros, e Jeanne-Joséphine, lavadeira.
 Logo após o casamento, em 1859, os dois
 perambularam por Lyon Paris e Besançon
 onde Antoine resolveu mudar de profissão.
  Segundo  ele, a pintura não tinha futuro.
   Melhor seguir a moda e tentar o ramo da
   fotografia. Após alguns meses de
   aprendizado num estúdio fotográfico,
   Antoine montou seu próprio negócio.
  Cinco anos mais tarde, a família voltou
   para Lyon desta vez definitivamente.
  Instalado na Rua de la Barre, a principal da
   cidade, o patriarca, também conhecido por
   sua bela voz, pelo fervoroso nacionalismo e
   por um obstinado anticlericalismo, não
   precisava correr atrás de clientela.
  Quatro mil automóveis, 5 000 charretes,
   500 cavaleiros e mais de 40 000 pedestres
   passavam, por dia, em frente à sua porta.
  Nosanos seguintes, outros dois filhos
 vieram aumentar a família e, não fosse pela
 mania de gastar sempre um pouco mais do
 que ganhava, Antoine Lumière poderia se
 considerar um próspero comerciante nos
 dias de movimento, chegava a tirar até 200
 retractos e Auguste e Louis trilharam os
 passos do pai.
  Durante  sua primeira viagem de férias, os dois
   irmãos seguiram para a Bretanha, no noroeste
   da França, acompanhados de um professor de
   Matemática, Marius Pradel.
  O passatempo não poderia ser outro: depois de
   fotografar tudo o que viam, corriam para uma
   gruta que, na maré baixa, lhes servia como
   quarto escuro para revelação.
  Foi nesta caverna, chamada de Goule-aux-
   Fées, que Auguste e Louis juraram
   trabalhar juntos por toda a vida.
  Os dois estudaram no colégio La
   Martinière, mas atacado por inexplicadas
   crises de dor de cabeça, Auguste não pôde
   prestar os exames para a faculdade
  Louis, que sofria do mesmo mal, nem sequer
   tirou o diploma oficial da escola, embora
   tenha coleccionado primeiros lugares em
   Desenho, Matemática e Química durante os
   dois anos de curso.
  Nas horas vagas, ambos ajudavam o pai,
   que chegou a apresentar suas mais belas
   fotos na Exposição de Paris em 1878.
  Foi na mesma ocasião que o arrebatado
  Antoine decidiu encomendar uma
  iluminação eléctrica para seu estúdio
  novidade que causou furor aos espectadores
  do evento. Convencido de que o jogo de
  luzes do inventor alemão Van der Weyder
  incrementaria seu negócio, o pai Lumière
  fez apenas uma exigência: “Ser o único a
  possuir o engenho na região”.
  Elenão contava, porém, com o outro
  empecilho: ainda não existia distribuição de
  electricidade na Lyon de 1879.
  Antesde se dar por vencido atitude pouco
  comum na família-, Antoine instalou na
  cave uma pequena central a gás ligada a
  uma outra máquina encarregada de
  alimentar em corrente continua as tais
  lâmpadas eléctricas.
  Foi a primeira de uma série de soluções que
   seriam manchete de jornal ainda por várias
   décadas.
  No famoso século das invenções,
   aperfeiçoar, desenvolver e até improvisar
   eram qualidades indispensáveis.
  Antoine, seus filhos e até Madame Jeanne-
  Joséphine dominavam bem a complexa
  técnica fotográfica daqueles tempos: as
  placas chamadas de colódio úmido tinham
  de ser emulsionadas uma a uma, num
  quarto escuro, antes da exposição e
  reveladas instantes depois. Para as fotos de
  exterior, uma câmara escura fazia parte dos
  apetrechos do profissional.
  Em1881, Auguste, contrariado, partiu para
 cumprir o serviço militar. Pouco depois,
 Lonis chegou à fórmula final. Animado com
 a possibilidade de se tornar o único
 fabricante de placas secas da região,
 Antoine não tardou a procurar um galpão
 que lhe servisse de estúdio.
UMA PEQUENA CONVERSA DOS IRMÃOS

    "Eis aqui o que vocês deveriam fazer", bradou Antoine ao visitar
     o filho Louis na fábrica. Tirou do bolso uma fita de cinetoscópio
     que tinha ganho dos concessionários franceses do aparelho.
     "Edison vende isto a preço de ouro e os concessionários querem
     produzir fitas aqui mesmo, para tê-las a um preço mais acessível."
     Sem perda de tempo, Auguste passou a estudar um meio de captar
     imagens revelá-las e projectá-las num movimento semelhante ao
     da vida real. "Passei três meses pesquisando sem chegar a um
     resultado satisfatório", contou Auguste tempos depois. "Foi
     quando meu irmão, que tinha assistido às minhas experiências,
     pegou uma gripe que o deixou de cama por vários dias. Uma
     manhã, quando fui vê-lo, Louis me anunciou que, durante a sua
     insônia, teria achado a solução para o problema."
    A grande questão era como dar a ilusão de movimento à fita de
     imagens fotográficas, sem deixar que o espectador percebesse o
     desenrolar da fita. "Devemos recorrer a um dispositivo que ataque
     a película em repouso, que a acelere e a retarde até sua
     imobilidade, quando projectaremos a imagem. Temos de repetir
     este ciclo quinze vezes por segundo", ordenou Louis. Para
     conseguir o movimento desejado, os irmãos recorreram a um
     engenho inspirado na máquina de costura, incrementado com um
     sistema de dentes que se encaixavam nas perfurações da película.
     Após filmar algumas tiras experimentais, Auguste e Louis
     organizaram, como era de prever, uma projecção familiar. Nessa
     época, o clã Lumière não cessava de aumentar. Louis, Auguste e
     os outros casais Lumière-Wincler tiveram mais de dez filhos.
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  • 2. QUEM ERAM OS IRMÃOS LUMIER   Os irmãos Lumière, Auguste Marie Louis Nicholas Lumière e Louis Jean Lumière nasceram em Besançon, na França. Foram eles que fabricaram o cinematógrafo (câmara de filmar), sendo frequentemente referidos como os pais do cinema.
  • 3. O QUE ERA O CINEMATÓGRAFO   O cinematógrafo era uma máquina de filmar e projector de cinema, invento que lhes tem sido atribuído mas que na verdade foi inventado por Léon Bouly, em 1892, que terá perdido a patente, de novo registada pelos Lumière a 13 de Fevereiro de 1895.
  • 4.   Masa verdadeira divulgação do cinematógrafo, com boa publicidade e entradas pagas, teve lugar no dia 28 de Dezembro do mesmo ano, em Paris, no Grande Café, situado no Boulevard dês Capuchinos. O programa incluía dez filmes. A sessão foi inaugurada com a projecção de La Sorteie de l'usine Lumière à Lyon (A Saída da Fábrica Lumière em Lyon).
  • 5.   Entre as inúmeras invenções que levam sua assinatura, a mais espectacular foi, sem dúvida, o cinematógrafo. Naquele final do século XIX, eles nem sequer imaginavam que a máquina que criaram se transformaria num instrumento de fazer arte e também muito dinheiro.
  • 6. GISELA HEYMANN   Quempassou pelo Boulevard dês Capucines, no centro de Paris, no final dos idos de 1895, não pôde deixar de notar uma enorme fila que se estendia por centenas de metros. Agasalhados contra um rigoroso inverno, homens, mulheres e crianças esperavam a vez para entrar na pequena sala do subsolo do Grande Café, pomposamente baptizada de Salão Indiano, no número 14 daquela avenida.
  • 7.   Uma vez instalados nas 100 cadeiras dispostas diante de um grande pedaço de pano branco, assistiam a um fantástico espectáculo de luzes e movimentos. Em certo momento, um trem avançava em direcção à plateia, para depois desaparecer num canto da tela. Pouco depois, podia-se observar a saída dos operários, na pausa do almoço, da fábrica Lumière, instalada em Lyon.
  • 8.   Asessão durava vinte minutos e custava 1 franco por pessoa. Os que puderam participar destes momentos certamente não se arrependeram do tempo gasto ou da despesa extra. "Esta foi a mais fácil invenção de minha vida", dizia Louis Lumière, décadas depois, quando o cinema já tinha se transformado em arte e em negócio milionário.
  • 9.   Auguste e Louis foram os dois primeiros filhos de um casal humilde: Antoine, pintor de letreiros, e Jeanne-Joséphine, lavadeira. Logo após o casamento, em 1859, os dois perambularam por Lyon Paris e Besançon onde Antoine resolveu mudar de profissão.
  • 10.   Segundo ele, a pintura não tinha futuro. Melhor seguir a moda e tentar o ramo da fotografia. Após alguns meses de aprendizado num estúdio fotográfico, Antoine montou seu próprio negócio.   Cinco anos mais tarde, a família voltou para Lyon desta vez definitivamente.
  • 11.   Instalado na Rua de la Barre, a principal da cidade, o patriarca, também conhecido por sua bela voz, pelo fervoroso nacionalismo e por um obstinado anticlericalismo, não precisava correr atrás de clientela.   Quatro mil automóveis, 5 000 charretes, 500 cavaleiros e mais de 40 000 pedestres passavam, por dia, em frente à sua porta.
  • 12.   Nosanos seguintes, outros dois filhos vieram aumentar a família e, não fosse pela mania de gastar sempre um pouco mais do que ganhava, Antoine Lumière poderia se considerar um próspero comerciante nos dias de movimento, chegava a tirar até 200 retractos e Auguste e Louis trilharam os passos do pai.
  • 13.   Durante sua primeira viagem de férias, os dois irmãos seguiram para a Bretanha, no noroeste da França, acompanhados de um professor de Matemática, Marius Pradel.   O passatempo não poderia ser outro: depois de fotografar tudo o que viam, corriam para uma gruta que, na maré baixa, lhes servia como quarto escuro para revelação.
  • 14.   Foi nesta caverna, chamada de Goule-aux- Fées, que Auguste e Louis juraram trabalhar juntos por toda a vida.   Os dois estudaram no colégio La Martinière, mas atacado por inexplicadas crises de dor de cabeça, Auguste não pôde prestar os exames para a faculdade
  • 15.   Louis, que sofria do mesmo mal, nem sequer tirou o diploma oficial da escola, embora tenha coleccionado primeiros lugares em Desenho, Matemática e Química durante os dois anos de curso.   Nas horas vagas, ambos ajudavam o pai, que chegou a apresentar suas mais belas fotos na Exposição de Paris em 1878.
  • 16.   Foi na mesma ocasião que o arrebatado Antoine decidiu encomendar uma iluminação eléctrica para seu estúdio novidade que causou furor aos espectadores do evento. Convencido de que o jogo de luzes do inventor alemão Van der Weyder incrementaria seu negócio, o pai Lumière fez apenas uma exigência: “Ser o único a possuir o engenho na região”.
  • 17.   Elenão contava, porém, com o outro empecilho: ainda não existia distribuição de electricidade na Lyon de 1879.   Antesde se dar por vencido atitude pouco comum na família-, Antoine instalou na cave uma pequena central a gás ligada a uma outra máquina encarregada de alimentar em corrente continua as tais lâmpadas eléctricas.
  • 18.   Foi a primeira de uma série de soluções que seriam manchete de jornal ainda por várias décadas.   No famoso século das invenções, aperfeiçoar, desenvolver e até improvisar eram qualidades indispensáveis.
  • 19.   Antoine, seus filhos e até Madame Jeanne- Joséphine dominavam bem a complexa técnica fotográfica daqueles tempos: as placas chamadas de colódio úmido tinham de ser emulsionadas uma a uma, num quarto escuro, antes da exposição e reveladas instantes depois. Para as fotos de exterior, uma câmara escura fazia parte dos apetrechos do profissional.
  • 20.   Em1881, Auguste, contrariado, partiu para cumprir o serviço militar. Pouco depois, Lonis chegou à fórmula final. Animado com a possibilidade de se tornar o único fabricante de placas secas da região, Antoine não tardou a procurar um galpão que lhe servisse de estúdio.
  • 21. UMA PEQUENA CONVERSA DOS IRMÃOS   "Eis aqui o que vocês deveriam fazer", bradou Antoine ao visitar o filho Louis na fábrica. Tirou do bolso uma fita de cinetoscópio que tinha ganho dos concessionários franceses do aparelho. "Edison vende isto a preço de ouro e os concessionários querem produzir fitas aqui mesmo, para tê-las a um preço mais acessível." Sem perda de tempo, Auguste passou a estudar um meio de captar imagens revelá-las e projectá-las num movimento semelhante ao da vida real. "Passei três meses pesquisando sem chegar a um resultado satisfatório", contou Auguste tempos depois. "Foi quando meu irmão, que tinha assistido às minhas experiências, pegou uma gripe que o deixou de cama por vários dias. Uma manhã, quando fui vê-lo, Louis me anunciou que, durante a sua insônia, teria achado a solução para o problema."
  • 22.   A grande questão era como dar a ilusão de movimento à fita de imagens fotográficas, sem deixar que o espectador percebesse o desenrolar da fita. "Devemos recorrer a um dispositivo que ataque a película em repouso, que a acelere e a retarde até sua imobilidade, quando projectaremos a imagem. Temos de repetir este ciclo quinze vezes por segundo", ordenou Louis. Para conseguir o movimento desejado, os irmãos recorreram a um engenho inspirado na máquina de costura, incrementado com um sistema de dentes que se encaixavam nas perfurações da película. Após filmar algumas tiras experimentais, Auguste e Louis organizaram, como era de prever, uma projecção familiar. Nessa época, o clã Lumière não cessava de aumentar. Louis, Auguste e os outros casais Lumière-Wincler tiveram mais de dez filhos.