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1- Resumo histórico


 Embora os princípios da termodinâmica existam
  desde a criação do universo, a termodinâmica só
  surgiu como ciência aquando da construção das
  primeiras máquinas a vapor, em Inglaterra, por
  Thomas Savery em 1697 e Thomas Newcomem em
  1772.
 Estas máquinas eram muito lentas e ineficientes
  mas abriram o caminho para o desenvolvimento
  desta ciência nova.
 A primeira e a segunda leis da termodinâmica
 surgiram simultaneamente por volta de 1850,
 principalmente através dos trabalhos de William
 Rankine, Rudolph Clausius e Lord Kelvin
 (anteriormente William Thompsom).

 O termo termodinâmica foi usado pela primeira vez
 por Lord Kelvin numa publicação de 1849.

 O primeiro compêndio de termodinâmica foi escrito
 em 1859 por William Rankine, então professor na
 Universidade de Glasgow.
Termodinâmica e energia
 A termodinâmica pode ser definida como a ciência
  da energia.

 Embora se tenha a percepção do que é energia, é
  difícil defini-la com precisão, a energia pode ser
  vista como a capacidade de provocar alterações.

 A palavra termodinâmica advém das palavras
  gregas therme (calor) e dynamis (potência), sendo
  a melhor descrição os primeiros esforços para
  converter calor em potência.
 Hoje em dia, este termo é utilizado para
 incluir todos os aspectos relacionados com a
 energia e as suas transformações, incluindo
 a sua produção, refrigeração e relações
 existentes entre propriedades da matéria.
 Uma das principais leis da natureza é o
 princípio de conservação de energia.

 Este estabelece que durante uma interacção
 a energia pode mudar de forma, mas que a
 quantidade total permanece constante, ou
 seja, a energia não pode ser criada ou
 destruída.
 A primeira lei da termodinâmica
 expressa o princípio de conservação da
 energia e estabelece que a energia é uma
 propriedade termodinâmica.

 A segunda lei da termodinâmica
 estabelece que a energia tem qualidade e
 quantidade, e que os processos reais
 ocorrem na direcção da qualidade
 decrescente da energia.
 A lei zero da termodinâmica estabelece
 que, se dois corpos estão em equilíbrio
 térmico com um terceiro corpo, eles estão
 também em equilíbrio térmico entre si.
Áreas de aplicação da termodinâmica

 Não é necessário procurar muito para
 encontrar aplicações da termodinâmica. Estas
 estão inseridas nas nossas vidas quotidianas.

 Um lar comum é, em certos aspectos um
 mostruário das maravilhas da termodinâmica

 Muitos utensílios e electrodomésticos são
 desenhados, em parte ou como um todo, com
 base nos princípios termodinâmicos.
 Alguns exemplos são: os electrodomésticos a
 gás ou eléctricos, aparelhos de aquecimento
 ou refrigeração, o frigorífico, o
 desumidificador, a panela de pressão o
 esquentador, o chuveiro, o ferro de engomar
 e até o computador, a televisão e vídeo.
 Numa escala maior, a termodinâmica
  desempenha um papel mais vasto no
  projecto e análise de motores de combustão
  interna, foguetes, motores a jacto e centrais
  eléctricas convencionais ou nucleares.
 Devemos também mencionar o corpo
  humano como uma área de aplicação da
  termodinâmica, pelo facto de transformar a
  energia química dos alimentos em energia
  mecânica ou energia calorífica.
Definição de temperatura



 Ainda que a temperatura seja uma
 propriedade bastante familiar, é difícil
 encontrar-se uma definição exacta para ela.

 Devido a essas dificuldades para definir
 temperatura, definimos igualdade de
 temperaturas.
 Consideremos dois blocos de cobre, um
 quente e outro frio, cada um em contacto com
 um termómetro de mercúrio.

 Se colocarmos esses blocos em contacto
 térmico, verificamos que a resistência
 eléctrica do bloco quente decresce e a do
 bloco frio cresce com o tempo, o mesmo
 acontecendo com as dimensões e
 temperaturas dos blocos
 Podemos dizer, portanto, que os dois corpos
 possuem igualdade de temperatura, quando
 nenhuma mudança ocorre em qualquer das
 propriedades observáveis, quando eles estão
 em contacto térmico.
 A lei zero da termodinâmica estabelece
  que, se dois corpos estão em equilíbrio
  térmico com um terceiro corpo, eles estão
  também em equilíbrio térmico entre si.
 Ao substituir-se o terceiro corpo por um
  termómetro, a lei zero pode ser escrita
  como: dois corpos estão em equilíbrio
  térmico se ambos apresentarem o mesmo
  valor de medição de temperatura, mesmo
  que não estejam em contacto.
Escalas de temperatura


 As escalas de temperatura permitem utilizar
 uma base comum para medições, tendo sido
 desenvolvidas diversas ao longo do tempo.

 Todas elas baseadas em estados da matéria
 facilmente reproduzíveis, tais como o ponto
 de fusão e de ebulição da água.
Valores nas diversas escalas para os
pontos de ebulição e fusão da água à
pressão de 1 atm e do zero absoluto
 Escala Celsius presentemente a mais utilizada
    (anteriormente designada escala Centígrada) (ºC)

 Escala Réaumur muito pouco utilizada (ºR)


 Escala Fahrenheit utilizada pelo sistema inglês (ºF)


 Escala Kelvin é a escala termodinâmica utilizada no SI (K)


 Escala Rankine é a escala termodinâmica utilizada pelo
    sistema inglês (R)
Equivalências entre
temperaturas
Termómetros

 Tipos de termómetros


 Capilares com líquido ; Termístores
 Resistencia de platina; Termopares
 Bimetálicos ; Pressão de vapor
 Termo-higrómetro; Fita indicadora
  autocolante
 Termómetros especiais ; Registadores de
  temperatura
 Capilares com líquido – estes termómetros
 baseiam-se na expansibilidade dos líquidos
 quando sujeitos a aumentos de temperatura.

 São construídos normalmente, por um tubo
 capilar, em vidro, ligado a um bolbo com
 líquido apropriado.

 Uma escala ao longo do tubo, devidamente
 calibrada, permite a leitura directa da
 temperatura.
 O tipo mais comum é o de mercúrio.
 Devido á grande fragilidade deste, não deve
  ser utilizado em aplicações onde seja
  perigoso o derrame de mercúrio, como seja a
  indústria alimentar.
 Outro fluído correntemente utilizado é o
  álcool que sendo mais barato pode também
  ser utilizado a temperaturas inferiores às do
  mercúrio.
 De resistência de platina – a resistividade
  eléctrica dos metais varia com a
  temperatura.
 O níquel, o cobre e o tungsténio são
  exemplos de metais utilizados para esse
  efeito.
 No entanto a platina é o metal que apresenta
  melhores características, pois apresenta uma
  relação resistividade – temperatura muito
  linear e estável (no tempo).
 Têm uma resolução melhor do que 0,1 ºC e
 devido à largura de banda e à grande
 exactidão de resposta são considerados
 instrumentos padrão para calibração de
 outros instrumentos de medição de
 temperatura.
 Termístores – a resistividade de certos
 materiais não metálicos pode, também
 variar com a temperatura, fenómeno que
 pode ser aproveitado para medir este
 parâmetro.

 Um termístor é constituído por um material
 semi-condutor com a propriedade referida.
 Como se podem construir termistores muito
 pequenos, os seus tempos de resposta são
 virtualmente instantâneos pelo que podem
 ser utilizados com vantagens para efectuar
 medições de substâncias com rápidas
 variações de temperatura, sem erros
 apreciáveis.
 Termopares – as diferenças de temperatura entre
 dois metais diferentes criam uma diferença de
 potencial que produz uma corrente
 eléctrica, designada por corrente de Seebeck.

 Têm grande sensibilidade, fácil
  monitorização, pequenas dimensões e
  consequentemente pequena capacidade
 calorífica, possibilidade de utilização numa larga
 banda de temperaturas (+2000 ºC a – 200 ºC).
 Bimetálicos – estes termómetros baseiam-se no
 fenómeno de dilatação dos sólidos quando sujeitos
 a um aumento de temperatura.

 Assim se dois metais com diferentes coeficientes
  de expansão térmica estiverem ligados entre si e
  sujeitos a aquecimento irão deformar-se.

 É utilizado em larga escala na indústria devido à
  sua robustez, apesar de não oferecer grande
  exactidão.
 De pressão de vapor – este tipo de
  instrumento de medida é constituído por
  um bolbo metálico parcialmente cheio com
  um líquido termométrico ligado por um
  tubo de pequeno diâmetro, a um aparelho
  que converta pressão em deslocamento dum
  ponteiro.
 A variação da temperatura do bolbo tem
  como consequência o aumento da pressão
  de vapor a qual pode ser lida no aparelho de
  medida já convertida em temperatura.
 Termo-higrómetros – é composto por um
 termómetro de bolbo seco e um outro de
 bolbo húmido.

 Da diferença de temperaturas entre ambos
 determina a humidade relativa existente no
 ar.
 Fita indicadora autocolante – este tipo de
  fita é utilizado quando se quer um registo
  permanente ou quando o acesso ao processo
  a medir não é possível durante a operação.
 O indicador consiste numa substância cuja
  coloração depende da temperatura.
 Este indicador tem o defeito de ser
  irreversível (não pode voltar a ser utilizado).
 Termómetros especiais – existem
 termómetros e pirómetros por infra –
 vermelhos e pirómetros ópticos.
 (pirómetros são utilizados na medição de
 temperaturas muito elevadas por exemplo
 fundição de metais).
 Registadores de temperatura – estão
 associados a termómetros e efectuam o
 registo contínuo das temperaturas
 normalmente através de um gráfico em
 papel e mais recentemente através de registo
 informático.
Unidades de pressão e fatores de conversão


                Pa              bar                 at              atm                 Torr                psi



1 Pa     ≡ 1 N/m²        = 10−5 bar         ≈ 10,2·10−6 at    ≈ 9,87·10−6 atm    ≈ 7,5·10−3 Torr   ≈ 145·10−6 psi




1 bar    = 100 000 Pa    ≡ 106 dyn/cm²      ≈ 1,02 at         ≈ 0,987 atm        ≈ 750 Torr        ≈ 14,504 psi




 1 at    = 98 066,5 Pa   = 0,980665 bar     ≡ 1 kgf/cm²       ≈ 0,968 atm        ≈ 736 Torr        ≈ 14,223 psi



1 atm    = 101 325 Pa    = 1,01325 bar      ≈ 1,033 at        ≡ 101 325 Pa       = 760 Torr        ≈ 14,696 psi



1 Torr   ≈ 133,322 Pa    ≈ 1,333·10−3 bar   ≈ 1,360·10−3 at   ≈ 1,316·10−3 atm   ≡ 1 mmHg          ≈ 19,337·10−3 psi




1 psi    ≈ 6894,757 Pa   ≈ 68,948·10−3 bar ≈ 70,307·10−3 at   ≈ 68,046·10−3 atm ≈ 51,7149 Torr     ≡ 1 lbf/in²
A influência do calor nos corpos


 Quando elevamos a temperatura dum corpo ele dilata-se.
 Quando baixamos a temperatura dum corpo ele contrai-se.


 É esta variação que nos permite avaliar a temperatura dum
  corpo.
 Para isso usam-se termómetros, nos quais se emprega um
  corpo tal que a cada valor de temperatura corresponde um
  só valor de volume.
 Quer dizer, tal corpo apresenta uma dilatação regular, isto
  é, uma dilatação proporcional à elevação de temperatura.
Calor sensível e latente


 Quando um corpo recebe ou cede calor,
 ocorre uma transformação: Variação de
 temperatura ou mudança de estado físico.

 No primeiro caso, dizemos que se trata de
 calor sensível e no segundo de calor
 latente.
 Exemplo:
 Ao aquecermos água num recipiente, à pressão
  atmosférica, a água vai aumentando a sua
  temperatura até atingir os100 ºC (calor sensível).

 Se continuar-mos a fornecer calor à água ela
  mantêm-se nos 100 ºC, mas muda de fase, ou seja
  transforma-se em vapor, (calor latente).

 Que no caso da água nestas condições é de 2257,1
  kJ/kg.
Diferença entre sensação e temperatura



 Se tocarmos numa régua metálica e numa de
 madeira que se encontrem colocadas sobre
 uma mesa.

 A régua metálica parece mais fria que a de
 madeira, embora ambas estejam à mesma
 temperatura.
 Matéria é feita de partículas (átomos, moléculas) que
 estão sempre em movimento desordenado (vibração
 em torno de uma posição média).

 Portanto têm uma energia cinética média diferente de
 zero (mesmo que a matéria esteja parada).

 Temperatura mede essa energia cinética média.

 Calor é a transmissão dessa energia (cinética); energia
 “em movimento”.

 Calor é energia, portanto mede-se em J ou cal.
Celcius ou centígrados (C): 0 C = gelo, 100 C = vapor.
Qual a temperatura quando não há nenhum
movimento?
Zero absoluto: -273 C. Não há temperatura menor.

Escala kelvin (K):
K = C + 273
C = K - 273
Capacidade Calorifica

Quantidade de calor “armazenado”
Substância Pura


 Uma substância que tenha a mesma
 composição química em todo seu volume é
 chamada substância pura.

 A água, o azoto, o hélio e o dióxido de
 carbono são exemplos de substâncias puras.
Contudo, uma substância pura não tem de ser de
 um único elemento químico ou composto.

 Uma mistura de elementos químicos ou compostos
  pode ser qualificada como substância pura desde
  que a mistura seja homogénea.

 Por exemplo, o ar é uma mistura de diversos gases,
  sendo vulgarmente considerado como uma
  substância pura, visto ter uma composição química
  uniforme
 Porém, uma mistura de óleo e água não
 pode ser considerada, visto que ambos não
 são solúveis, acumulando-se o óleo à
 superfície, formando-se duas regiões
 quimicamente dissimilares.
A mistura de duas ou mais fases de uma
 substância pura continua a ser uma
 substância pura desde que a composição
 química de todas as fases seja a mesma
 (Figura 2-2).

 Por exemplo, a mistura de gelo e água
 líquida é uma substância pura, porque
 ambas as fases têm a mesma composição
 química.
 A mistura de ar líquido e gasoso não é uma
 substância pura visto que ambos
 apresentam composições químicas
 diferentes, não sendo a mistura
 quimicamente homogénea.

 Isto deve-se a os componentes do ar terem
 temperaturas de condensação diferentes a
 uma dada pressão.
Fases de uma substância pura

 Todos sabemos por experiência própria que as
    substâncias existem em fases diferentes.

 À pressão e temperatura ambiente, o cobre é um
  sólido, o mercúrio um líquido e o azoto um gás.

 Embora existam três fases principais - sólido, líquido
  e gasoso -,uma substância pode ter diversas fases
    contidas numa principal, cada uma com uma
    estrutura molecular diferente.
 Quando se estudam as fases ou as suas
 mudanças em termodinâmica, não é
 necessário preocupar-se com a estrutura
 molecular e o seu comportamento.

 Contudo, é muito útil ter-se algum
 conhecimento dos fenómenos moleculares
 envolvidos em cada fase, e uma discussão
 das suas transformações é apresentada em
 seguida.
 As ligações moleculares são mais fortes nos
 sólidos e mais fracas nos gases.

 Uma das razões é que as moléculas no
 primeiro caso encontram-se mais próximas
 umas das outras, enquanto que nos gases
 exibem mais espaço entre elas.
As moléculas num sólido estão dispostas segundo um
padrão tridimensional (malha) que se repete
continuamente (Figura 2-3).
Devido às pequenas distâncias intermoleculares, as forças
de atracção são grandes, mantendo as moléculas em
posições fixas (Figura 2-4).
 Note-se que as forças de atracção tornam-se
  repulsivas à medida que a distância entre moléculas
  se aproxima de zero, evitando o seu contacto.

 Embora as moléculas num sólido não possam
  mover-se umas em relação às outras, elas oscilam
  continuamente em torno das suas posições de
 equilíbrio.

 Durante estas oscilações, a velocidade das moléculas
  depende da temperatura.
 A valores suficientemente altos, a velocidade (e a
  sua inércia) pode chegar ao ponto em que as
  ligações intermoleculares são quebradas, e grupos
  destas libertam-se.

 Este é o início do processo de fusão.


 O espaço intermolecular da fase líquida não difere
  da fase sólida, exceptuando o facto de as moléculas
 não se encontrarem em posições relativas fixas.
 Num líquido, blocos de moléculas flutuam umas
  em relações às outras; contudo as moléculas
  mantêm uma estrutura ordenada no seio de cada
  bloco, retendo as suas posições relativas originais.

 As distâncias entre moléculas apresentam
  geralmente um ligeiro aumento quando um sólido
 se transforma num líquido, sendo a água uma rara
 excepção.
 Numa fase gasosa, as moléculas estão
 distanciadas de tal forma que não existe
 qualquer ordenamento.

 As moléculas de um gás movem-se de forma
 aleatória, colidindo continuamente entre
 elas e com a parede do reservatório que as
 contém.
 A uma baixa massa volúmica, as forças
  intermoléculares são muito reduzidas, sendo as
  colisões a única forma de interacção entre as
  moléculas.

 Na fase gasosa, as moléculas apresentam-se num
 nível de energia consideravelmente superior em
 relação às fases sólida ou líquida.

 Assim sendo, um gás tem de libertar uma grande
  quantidade de energia quando se condensa ou
  congela.
Processos de mudança de fase de substâncias puras
 Existem diversas situações correntes em que duas
 fases de uma substância pura coexistem em
 equilíbrio.

 A água existe como mistura de líquido e vapor
  numa caldeira ou num condensador de uma
  central térmica.

 Um fluido frigorigénio passa de líquido a vapor
 num congelador de um frigorífico.
Embora se considere a passagem do estado liquido a sólido
como a fase mais importante, vamos incidir a atenção sobre as
fases líquidas, de vapor e na mistura das duas.

Sendo familiar, a água irá ser utilizada para demonstrar os
princípios básicos envolvidos
Líquido comprimido e líquido saturado

Considere um dispositivo cilindro-êmbolo contendo
água líquida a 20 °C e à pressão de 1 atm .
 Sob estas condições a água existe na fase líquida,
 sendo chamada líquido comprimido ou líquido
 subarrefecido, estando distante do ponto de
 vaporização.

 Transfere-se calor para a água até que a sua
  temperatura suba, por exemplo, até aos 40 °C.

 À medida que a temperatura se eleva, a água
  líquida dilata ligeiramente, implicando um
  aumento de volume específico.
 De forma a acomodar esta expansão, o êmbolo
  desloca-se para cima.

 Durante este processo, a pressão no interior do
  cilindro permanece constante a 1 atm, visto que
 depende da pressão barométrica exterior e do peso
 do êmbolo, ambos constantes.

 A água permanece no estado de líquido
 comprimido, visto que não se iniciou a
 vaporização.
À medida que se transfere mais calor, a temperatura irá aumentar, até
atingir 100 °C .

Nesta altura, a água encontra-se ainda líquida, mas qualquer adição de
calor provocará a vaporização de uma parte do líquido, ou seja, o
processo de mudança de fase de líquido para vapor está prestes a
acontecer.

Um líquido prestes a vaporizar denomina-se líquido saturado. Assim, o
estado 2 representa o estado de líquido saturado.
Vapor saturado e vapor sobreaquecido
 Uma vez iniciada a ebulição, a temperatura deixa
  de aumentar até que o líquido seja completamente
  vaporizado.

 Isto é, a temperatura irá permanecer constante
  durante todo o processo de mudança de fase, desde
  que não se altere a pressão.

 Isto pode ser facilmente verificado ao colocar-se
  um termómetro dentro de um recipiente contendo
 água a ferver.
Ao nível do mar (P = 1 atm), o termómetro indicará
sempre 100 °C, se o recipiente estiver destapado ou com
uma tampa leve.
 Durante o processo de ebulição, a única alteração
  observável é de um grande aumento de volume e de
  um decréscimo contínuo do nível de líquido devidos à
  transformação deste em vapor.

 A meio da linha de vaporização (estado 3, Figura 2-8),
 o cilindro contém partes iguais de líquido e de vapor.

 À medida que a transferência de calor continua, o
 processo de vaporização mantém-se, até que a última
 gota de líquido seja vaporizada (estado 4, Figura 2-9).
 Neste ponto, todo o cilindro está cheio de
 vapor que se encontra na linha de fronteira
 da fase de líquido.

 Qualquer perda de calor provocará a
 condensação de algum vapor (mudança de
 fase de vapor para líquido).

 Ao vapor que se encontre prestes a
 condensar-se chama-se vapor saturado.
 Assim, o estado 4 representa o estado de
 vapor saturado, e uma substância que esteja
 entre o estado 2 e o 4 é referida como uma
 mistura de líquido e vapor saturado, visto
 que as fases de líquido e de vapor coexistem
 em equilíbrio.
Uma vez concluído o processo de mudança de fase,
a substância encontra-se de volta à região de fase
única (vapor), e qualquer posterior transferência de
calor irá resultar num aumento simultâneo de
temperatura e volume específico (Figura 2-10)
 No estado 5, tomando a temperatura de 300 ºC, se
  for retirado algum calor, a temperatura irá descer
  mas não ocorrerá condensação, desde que esta se
  mantenha acima de 100 ºC (para P = 1 atm).

 Ao vapor que não esteja prestes a condensar (isto
  é, que não seja vapor saturado) chama-se vapor
 sobreaquecido (estado 5).
Diagrama de mudança de fase a pressão constante
 Todo o processo acima descrito pode ser invertido
  pelo arrefecimento da água, mantendo a pressão
  ao mesmo valor, retrocedendo até ao estado 1
  exactamente pelo mesmo caminho, libertando a
  mesma quantidade de calor que se adicionou
 durante o processo de aquecimento.

 Na nossa vida quotidiana, a palavra água implica
 água líquida, e a palavra vapor implica vapor de
 água. Contudo, em termodinâmica, tanto água
 como vapor traduzem um único conceito: H2O.
Temperatura de saturação e pressão de saturação

 Provavelmente, não foi surpresa referir que a água
  começa a «ferver» a 100 °C.

 Em termos estritos, a frase «a água ferve a 100 °C» é
  incorrecta, sendo a exacta «a água ferve a 100 °C, à
  pressão de 1 atm».

 A única razão por que a água inicia a ebulição a 100
  °C é porque se manteve a pressão constante a 1 atm
  (101,325 kPa)
   Se a pressão no interior do cilindro fosse
    aumentada para 500 kPa, pela adição de
    peso colocado sobre o êmbolo, a ebulição
    verificar-se-ia a 151,9 °C.

 Ou seja, a temperatura à qual a água inicia a
    ebulição depende da pressão; assim, se a
    pressão for mantida constante, o valor da
    temperatura de ebulição é fixo.
 A uma dada pressão, a temperatura à qual uma
  substância pura muda de fase denomina-se
  temperatura de saturação Tsat.

 De forma idêntica, a uma dada temperatura, a
  pressão à qual uma substância pura muda de fase
  denomina-se pressão de saturação Psat.

 À pressão de 101,325 kPa, Tsat é de 100 °C, e a esta
  temperatura Psat é de 101,325 kPa.
 As tabelas de saturação que indicam o valor da
  pressão em função da temperatura (ou de
  temperatura em função de pressão) estão
  disponíveis para praticamente para todas as
  substâncias.

 Esta indica que a pressão que corresponde a uma
  mudança de fase (ebulição ou condensação) a 25
 °C deve ser de 3,17 kPa e que a pressão deve ser
 mantida a 3973 kPa (cerca de 40 atm), de forma a
 ferver a 250 °C.
É possível congelar a água, reduzindo a pressão para 0,61 kPa.
 É necessária uma grande quantidade de energia
  para fundir um sólido ou vaporizar um líquido.

 Esta quantidade de energia libertada ou absorvida
  durante o processo de mudança de fase é chamada
    calor latente.

 Mais especificamente, a quantidade de energia
    absorvida durante o processo de fusão chama-se
    calor latente de fusão e é equivalente à quantidade
    libertada durante o congelamento.
 De forma análoga, a quantidade de energia
  absorvida durante a vaporização denomina-se
  calor latente de vaporização e é equivalente à
  energia libertada durante a condensação.

 As magnitudes dos calores latentes dependem da
  tem-peratura ou da pressão à qual a mudança de
    fase ocorre.

 À pressão de 1 atm, o calor latente de fusão da água
    é de 333,7 kJ/kg, o calor latente de vaporização é de
    2257,1 kJ/kg.
 Durante o processo de mudança de fase, a pressão
  e a temperatura são obviamente propriedades
  dependentes, existindo uma relação definida entre
  ambas, sendo Tsat = f(Psat).

 O traçado da curva de Tsat vs. Psat tal como o
 exemplo dado para a água (Figura 2-12), é chamado
 curva de saturação líquido-vapor.

 Uma curva deste tipo é característica de todas as
  substâncias puras.
Nota-se que Tsat aumenta com Psat.
Então, uma substância a pressões elevadas irá ferver
também a temperaturas elevadas
 Na cozinha, temperaturas de ebulição superiores
  traduzem-se em menor tempo de preparação de
  alimentos e poupança de energia.

 Por exemplo, um cozinhado poderá demorar 1 a 2 h
  numa panela normal, à pressão de 1 atm, enquanto
  que este tempo pode ser reduzido para apenas 20 a
  30 min numa panela de pressão, à pressão absoluta
  de 2 atm (que corresponde a uma temperatura de
  ebulição de 120 °C).
 A pressão atmosférica e a temperatura de ebulição
  da água decrescem com a altitude.

 Assim, irá demorar mais tempo cozinhar a
  altitudes mais elevadas do que ao nível do mar (a
  menos que se utilize uma panela de pressão).

 Por exemplo, a pressão atmosférica padrão a uma
  altitude de 2000 m é de 79,50 kPa a que
  corresponde uma temperatura de ebulição de 93,2
 °C, enquanto que, ao nível do mar, esta verifica-se
 a 100 °C.
 A variação da temperatura de ebulição da
 água com a altitude, à pressão atmosférica
 padrão, é apresentada na Tabela 2-2.

 Para cada incremento de 1000 m de
 altitude, a temperatura de ebulição decresce
 pouco mais de 3° C
Variação da Pressão Atmosférica com a altitude
Algumas consequências da dependência entre Tsat e Psat

Foi mencionado anteriormente que uma substância
 a uma dada pressão irá entrar em ebulição à
 temperatura de saturação que corresponde a essa
 pressão.
Este fenómeno permite o controlo da temperatura de
 ebulição de uma substância através da
 pressão, tendo inúmeras aplicações práticas, das
 quais serão apresentados alguns exemplos.
Na maioria dos casos encontra-se presente o
 processo natural de evaporação de algum
 líquido, de modo a manter o equilíbrio.
 Considere-se um reservatório selado contendo
  fluido frigorigéneo134a num ambiente a 25 °C. Se
  este reservatório permanecer neste recinto durante
  um período de tempo suficiente, o fluido contido
 irá estar à mesma temperatura ambiente.

 Se o reservatório for aberto lentamente, e algum
  fluido for libertado no processo, a pressão no
  interior irá baixar, de modo a igualar o valor do
  ambiente.
 Uma pessoa que esteja a segurar o reservatório irá
  sentir a temperatura a diminuir e, se o ar estiver
  húmido, gelo a formar-se nas paredes.

 Um termómetro no interior do reservatório irá
  marcar -26 °C enquanto a pressão desce para 1 atm,
 que corresponde à temperatura de saturação à
 pressão dada.

 Este valor de temperatura irá manter-se, até que
  todo o líquido se evapore.
 Um outro aspecto deste fenómeno físico
  interessante é que o líquido não pode evaporar-
  se, a menos que absorva energia sob a forma de
 calor latente de evaporação cujo valor é de 217
 kJ/kg para o fluido frigorigéneo 134a a 1 atm.

 Assim, a taxa de vaporização do fluido depende da
  taxa de transferência de calor para o reservatório:

 Quanto maior for esta, maior será a evaporação.
 A transferência de calor, e
 consequentemente a taxa de evaporação do
 fluido, pode ser minimizada através do
 isolamento térmico do reservatório.

 No caso limite de não existir transferência
 de calor, o fluido irá permanecer
 indefinidamente como um líquido a -26 °C.
Arrefecimento a vácuo


 Um processo expedito de refrigeração de vegetais é
 através de arrefecimento por vácuo, que consiste
 na redução da pressão de uma câmara vedada até à
 pressão de saturação correspondente ao valor da
 temperatura desejada.

 Este processo evapora alguma água dos produtos a
  serem arrefecidos através da absorção de calor,
  reduzindo a sua temperatura.
 A pressão de saturação da água a 0 °C é 0,61 kPa e
  os produtos podem ser arrefecidos até 0 °C pelo
 abaixamento da pressão até este valor.

 A velocidade de arrefecimento pode ser aumentada
 ultrapassando o valor dado de pressão.

 No entanto não é muito aconselhável, pois existe o
  perigo de congelamento e de maior consumo de
  energia.
 Neste processo existem duas fases distintas.


 Na primeira, os produtos à temperatura
 ambiente, por exemplo a 25 °C, são
 introduzidos numa câmara cuja temperatura
 permanece constante até que se atinja a
 pressão de saturação, que para 25 °C
 corresponde a 3,17 kPa.
 Na fase seguinte, as condições de saturação
 são mantidas a pressões gradualmente mais
 baixas que correspondem a temperaturas
 mais baixas, até que o valor desejado seja
 alcançado
 Este processo de arrefecimento é geralmente
 mais oneroso que o arrefecimento
 convencional, e a sua utilização é limitada a
 aplicações que necessitem de um
 arrefecimento muito mais rápido.

 Produtos com grande superfície por unidade
 de massa e elevada tendência para libertar
 água, são apropriados para o arrefecimento
 por vácuo.
 O processo acima descrito transforma-se em
 congelamento por vácuo se a pressão na
 câmara for reduzida abaixo de 0,6 kPa que
 corresponde à pressão de saturação da água
 a 0 °C.

 Através deste processo é possível produzir
 gelo pela utilização de uma bomba de vácuo.
 A embalagem de gelo é um processo
 vulgarmente utilizado em arrefecimentos de
 pequena escala, de forma a retirar calor
 mantendo os produtos frescos durante o
 transporte, aproveitando o elevado calor
 latente de fusão da água.

 O gelo fornece, além de refrigeração,
 também humidificação.
3 - Compressibilidade dos gases


 Todos os gases são compressíveis.


 Os gases têm um comportamento diferente
 a uma dada temperatura e pressão, mas
 apresentam o mesmo comportamento às
 mesmas temperaturas e pressões
 normalizadas com base no ponto crítico.
Variáveis que afectam o comportamento dos gases

 Como nós já sabemos um gás tem a tendência
 natural para ocupar todo o espaço que tem
 disponível, devido à fraca coesão existente
 entre as moléculas que o compõem.

 Dentro dum espaço fechado (ou seja
 mantendo o volume constante), um gás
 comporta-se da seguinte forma:
 Se lhe aumentarmos a temperatura aumenta
 a pressão.

 Se lhe aumentarmos a pressão aumenta a
 temperatura.
   Se fixarmos a pressão (ou seja mantendo a
    pressão constante)

 Se aumentarmos a temperatura o volume
    aumenta.

 Se diminuirmos a temperatura o volume
    diminui.
 Se fixarmos a temperatura (ou seja
 mantendo constante a temperatura)

 Se aumentarmos a pressão o volume
 diminui.

 Se diminuirmos a pressão o volume
 aumenta.
 Neste caso podemos constatar que as
 variáveis que afectam o comportamento dos
 gases são:

 Volume
 Pressão
 Temperatura
Lei de Boyle – Mariotte


 No século XVll, Boyle (inglês) e Mariotte (francês),
  simultaneamente, encontraram uma relação entre
    a pressão e o volume de um gás quando a sua
    temperatura era mantida constante.

 Eles verificaram que, quando um gás com
  comportamento próximo do ideal, era submetido
  a várias pressões, mantendo constante a
  temperatura, o seu volume variava.

 Como consequência enunciaram uma lei por nós co
 nhecida como lei de Boyle-Mariotte.

   PV = K            T = constante

«Mantendo constante a temperatura, os volumes de uma
 dada massa de gás variam na razão inversa das
 pressões que suportam.»
 Assim se considerarmos dois estados de uma certa
  massa de gás tais que:

        Estado 1→ (p1, V1, T)
        Estado 2→ (p2, V2, T)

     Teremos, segundo esta lei.

               p1 ∙ V1 = p2 ∙ V2
 Num gás real a constante de proporcionalidade (K)
  depende não só da natureza do gás, mas também
  da massa da amostra.

 Na figura seguinte está representado o modo como
  o volume de uma certa massa de um gás varia com
 a pressão.
Como esta lei se refere a transformações isotérmicas
(T = constante), cada representação gráfica diz respeito
a uma temperatura e a respectiva linha designa-se por
isotérmica.
Leis de Charles e Gay-Lussac
 Estes dois físicos franceses encontraram as
 relações - volume - temperatura e pressão –
 de uma dada massa de gás, mantendo
 constante a outra variável de estado.

 Surgiram, assim, duas novas leis, conhecidas
 com o nome dos físicos que as enunciaram.
1.ª Lei de Charles e Gay-Lussac – para transformações isobáricas
 «Mantendo constante a pressão, o volume de uma
  dada massa de gás varia na razão directa da
  temperatura.»

 Assim, se considerarmos os estados
                 Estado 1→ (p, V1, T1)
                    Estado 2→ (p, V2, T2)

                  Teremos, segundo esta lei.

               V1/V2 = T1/T2               p = constante
representação gráfica desta lei
2.ª Lei de Charles e Gay – Lussac – para transformações isovolúmicas

 «Mantendo constante o volume, a pressão de uma
    dada massa de gás varia na razão directa da
    temperatura.»
                Assim, se considerarmos os estados:

             Estado 1→ (p1, V, T1)
             Estado 2→ (p2, V, T2)

                Teremos, segundo esta lei.
                    p1/p2 = T1/T2      v= constante
Descrição dos aparelhos de medida do vazio
 À pressão real num dado local chama-se pressão
  absoluta e é medida em relação ao vácuo absoluto,
  ou seja em relação à pressão zero absoluta.

 A maioria dos aparelhos de medição de pressão são
 calibrados de forma a o zero corresponder à
 pressão atmosférica, indicando assim a diferença
 entre a pressão absoluta e a pressão atmosférica
 local.

 Este valor representa a pressão manométrica.
 À pressão inferior à atmosférica, chama-se
 depressão, e é medida com medidores de
 vácuo que indicam a diferença entre a
 pressão atmosférica e a pressão absoluta.


 Pressão absoluta, manométrica e depressão
 têm sempre valores positivos e estão
 relacionadas entre si através de:
 Pmanométrica = Pabs – Patm
 (para pressões acima de Patm)



 Pdepressão = Patm – Pabs
 (para pressões abaixo de Patm)
4 - Gases ideais


 Quando estamos perante uma certa amostra
 de gás, contendo um certo número de
 moles, n, a cada conjunto de valores de
 pressão, temperatura e volume corresponde
 um estado termodinâmico do gás.
Verifica-se que em determinadas condições
 termodinâmicas todos os gases, tendem para um
 determinado comportamento que, no entanto, nunca
 é atingido - comportamento ideal.

 Admitimos assim que um gás que tivesse esse
  comportamento seria um gás ideal.

 Quando os gases reais se encontram em condições
  próximas das de um gás ideal, podemos sem grande
  erro tratá-los como tal.
 Microscopicamente um gás será ideal quando:


 1 – O volume efectivo das suas moléculas é desprezável,
 comparado com o volume que o gás ocupa;

 2 – As forças intermoléculares são nulas.



 Macroscopicamente um gás real tem comportamento
 próximo do ideal, quando se encontra a baixa pressão e
 temperatura elevada.
Conceito de gás perfeito
 Os gases que normalmente conhecemos
 como, por exemplo, o hélio, o nitrogénio e o
 oxigénio, apresentam características
 moleculares diferentes e particulares de
 cada um.

 Contudo, se colocarmos todos eles a altas
 temperaturas ou baixas pressões eles passam
 a apresentar comportamentos muito
 semelhantes.
 Essa aproximação é cada vez melhor quanto menor
  for a pressão e maior a temperatura.
 Esse modelo de gás é designado por gás perfeito.



 Variáveis de estado de um gás perfeito:


 São grandezas físicas macroscópicas que
  descrevem o comportamento de um gás, são elas:
 Pressão (P), Temperatura (T) e Volume (V)
Obtenção do zero na escala termométrica de Kelvin
 Em termodinâmica, é desejável conhecer uma
    escala de temperatura que seja independente
    das propriedades de uma dada substância.

 A esta chama-se escala de temperatura
    termodinâmica.

 No SI, a escala de temperatura termodinâmica
    é a escala Kelvin.
 Uma escala de temperatura idêntica à escala
 Kelvin é a escala de temperatura de gás
 perfeito.

 As temperaturas nesta escala são medidas
 através de um termómetro de gás a
 volume constante que é basicamente um
 reservatório rígido repleto de hidrogénio ou
 hélio a uma baixa pressão
   Este termómetro baseia-se no princípio de
    que, a baixas pressões e a um volume
    constante, a temperatura de um gás é
    proporcional à sua pressão.

 Isto é, a temperatura de um gás a um volume
    constante varia linearmente com a pressão,
    se esta for suficientemente baixa.
Pressão atmosférica
Experiência de Torricelli
 Torricelli, no século XVll, descobriu como
  determinar a pressão.

 Com mercúrio, uma tina e um tubo de vidro de um
  metro de comprimento, realizou uma experiência
  que serviu de fundamento aos barómetros de
  mercúrio.

 Torricelli encheu o tubo com mercúrio e tapando-o
  com um dedo, inverteu-o dentro da tina, que
 também continha aquele líquido.
 Observou que o nível de mercúrio baixou no
 tubo, ficando estacionário a uma altura do
 nível na tina de cerca de 76 cm.

 Dentro do tubo, na região onde não ficou
 mercúrio, fez-se vácuo.

                patm = ρ∙g∙h
 Desta expressão podemos concluir que a
 altura da coluna de mercúrio variará na
 razão directa da pressão atmosférica.

 A maior pressão atmosférica é obtida ao
 nível do mar (altitude nula).

 Para qualquer outro ponto acima do nível do
 mar, a pressão atmosférica é menor.
variação da pressão atmosférica de acordo com a altitude
Estática dos fluidos
 No nosso estudo, consideramos fluido toda a
  substância que macroscopicamente apresenta a
  propriedade de escoar.

 Os fluidos podem ser líquidos ou gases.


 Enquanto os líquidos apresentam volume próprio e
  forma variável, os gases além da forma variável,
  apresentam volume variável (adaptam-se ao volume
  do recipiente).
Massa especifica
 A massa especifica, massa volúmica ou densidade
  absoluta, ρ, de uma substância é a massa por
  unidade de volume dessa substância.

      ρ = m/V     A unidade SI é o (kg/m³).

 Enquanto, nos sólidos e líquidos, a massa
  específica pode ser considerada, praticamente
  constante, nos gases ela pode apresentar grandes
  variações.
Peso especifico

 Peso especifico ou peso volúmico, γ
           γ = ρ∙g

 ρ = massa especifica
 g = aceleração da gravidade (g = 9,81 m/s²)


    A unidade SI é o (N/m³)
Densidade relativa


 Chama-se densidade relativa (d) à razão entre a
  massa de um certo volume duma substância e a
    massa de igual volume de outra substância tomada
    para termo de comparação.

               dAB = mA/mB

 Esta grandeza é adimensional (é a razão entre duas
    massas).
Pressão


   É uma força por unidade de área.

                  p = F/A

 No SI, a unidade de pressão é o newton por metro
  quadrado, denominada Pascal (Pa).

                   1N/m² = 1Pa
Pressão absoluta


 É medida em relação ao vácuo absoluto, ou
 seja, em relação à pressão zero absoluta.
Pressão manométrica


 É a diferença entre a pressão absoluta e a pressão
  atmosférica.
 A maioria dos aparelhos de medição de pressão são
  calibrados de forma a o zero corresponder à
  pressão atmosférica local.

           pman = pabs – patm
 Depressão



 É medida com medidores de vácuo que
    indicam a diferença entre a pressão
    atmosférica e a pressão absoluta.

            pdep = patm – pabs
 Pressão de saturação



 A uma dada temperatura, a pressão à qual
    uma substância pura muda de fase denomina-
    se pressão de saturação.

Transmissão de calor
 Sempre que existe diferença de temperatura existe
 transferência de calor.

 O sentido do fluxo de calor é sempre das temperaturas
 mais elevadas para as mais baixas.

 É relativamente fácil medir as temperaturas. Sabendo
 as temperaturas é possível saber os fluxos de calor.

 Transmissão de calor: estudo dos fluxos de calor
 sabendo a temperatura e vice versa.
 O conhecimento dos fluxos de calor e
 temperaturas é importante para:

 Refrigeração,
 Aquecimento.
 Motores
 Caldeiras, Fornos, etc.
 Existem três métodos de transmissão de calor:


      Condução
      Convecção
      Radiação

 Normalmente a transmissão de calor é uma
    combinação dos três métodos.
Condução


 Processo de transferência de calor que
 ocorre em corpos sólidos e líquidos em
 repouso.

 Lei básica da transferência de calor, é chamada
  de lei de Fourier da condução de calor, em
  homenagem ao físico e matemático francês
 Joseph Fourier.
Convecção
 Processo de transmissão de calor que ocorre no interior
  de um fluido.
 A diferença em relação á condução é que o fluido move-
  se transportando consigo o calor.

 Convecção natural: o fluido move-se unicamente
    devido a diferenças de densidade motivadas por
    diferenças de temperatura.

 Convecção forçada: o fluido move-se por acção de
    forças exteriores.

 A convecção é um fenómeno difícil de estudar: O
  movimento do fluido influencia as temperaturas
  e estas por sua vez influenciam o movimento do
  fluido.

 Transferência de calor entre um fluido e um
 sólido por convecção:

 Fluxo de calor q(W/m²) = h ∙ (temperatura sólido –
  Temperatura fluido)
 h = coeficiente de transferência de calor por convecção
  (W/m²∙ºC)
 O cálculo do fluxo de calor é fácil.
 A determinação do “h” é difícil (meios
  experimentais).

 O coeficiente de convecção depende: da geometria
  do sólido, das temperaturas, das características do
 escoamento e das características do fluido.

 O valor de “h” é determinado experimentalmente
  para configurações simples. No entanto o erro
 pode ser apreciável se as condições não forem
 exactamente iguais.
 Exemplos:


 Convecção natural        h: 5 – 30 W/m²∙ºC
 Convecção forçada (ar)   h: 5 – 600 W/m²∙ºC
 Convecção forçada (água) h: 250 – 15000
  W/m²∙ºC
Lei de Newton
 Esta lei assume que a transmissão de calor entre
    parede e fluido é aproximadamente proporcional à
    diferença de temperatura da parede e a temperatura
    média do escoamento.

       q = h A (θp – θf)

   q = transmissão de calor (W)
   A = área da parede em contacto (m²)
   θp e θf = temperaturas da parede e do fluido (ºC)
   h = coeficiente de transmissão de calor (W/m²∙ºC)
Radiação


 O transporte de calor é efectuado através da
 radiação electromagnética.

 Não existe necessidade de um meio de
 transmissão de calor, pode ser transferida
 através do vácuo.

 Todos os corpos emitem radiação térmica,
 proporcional à sua temperatura
Isolamentos


 Materiais estruturais possuem normalmente
 uma baixa condutividade térmica.

 Os isolamentos são normalmente materiais
 porosos, que devido à elevada percentagem
 de ar (mau condutor de calor quando retido)
 que contêm apresentam essa propriedade
A finalidade do isolamento é reduzir as trocas
 térmicas indesejáveis e manter a temperatura
 da parede exterior do recinto isolados, próximo
 da temperatura do ar ambiente de modo a
 evitar problemas de condensação de vapor de
 água.

 A condutividade térmica, k, de um isolamento
 deve ser muito baixa.

 A selecção do isolamento é influenciada pela
 temperatura a que vai funcionar.
 Super isolamentos – utilizados em temperaturas muito
 baixas, o ar tem que ser retirado do interior do
 isolamento.

 Infiltrações de água no isolamento – a água devido à
 sua elevada condutividade face ao isolamento, faz
 diminuir a resistência à passagem do calor, ou seja a
 resistência térmica diminui.

 Solução – Evitar infiltrações de água, protegendo o
  isolamento (chapa metálica).
 Utilização de isolamentos com baixa permeabilidade
  ao vapor de água.
 Na indústria da construção é por vezes usual
 utilizar a condutância e designá-la por K,
 que nós definimos como condutividade
 térmica:

 Const.) = K (condutividade)/e (espessura)
 sendo o valor em W/m²∙ºC.
Isolamentos mais utilizados


 - Lã de vidro: é constituída por fios finos de vidro
  obtidos a partir de vidro líquido derramado num
  jacto de vapor a alta velocidade.

 - Cortiça: é um material de origem vegetal que é
  cortada em placas ou prensada em pedaços com
  elementos aglutinantes.

 - Lã mineral: fabrica-se a partir da escória dos
  altos-fornos e contém grande quantidade de ar
  aprisionado.

 - Lã de rocha.


 - Espuma de borracha: é um material de estrutura
  porosa que apresenta óptimas qualidades para o
  isolamento de tubagens, sobretudo quando estas
  estão sujeitas a vibrações.

     - Poliestireno expandido
     - Poliestireno exturdido
     - Espuma de poliuretano
 POLIESTIRENO EXTRUDIDO
 O poliestireno extrudido, tambem conhecido por
  XPS, e um produto sintetico proveniente do
  petroleo e deriva da natureza, tal como o vidro, a
  ceramica e os metais.

 A materia-prima deste material e o poliestireno,
  um polimero de estireno, que e extrudido e passa
 de um estado solido a um estado fundido, que
 depois arrefece e volta a um estado solido.
 O poliestireno extrudido ou XPS é tal como o EPS
 (expandido) tambem uma espuma rigida de
 poliestireno, mas diferencia-se do EPS por ser obtida
 por um processo de extrusao em continuo e por
 empregar outros gases expansores.

 A sua aplicacao corrente e como isolamento na
 construcao civil, apresentando-se sob a forma de
 placas coloridas azuis ou rosa.

 Condutividade termica: k= 0,035 W/m⁰C (k baixo)
6 - Definição de calor

 O calor é definido como sendo a forma de energia
 transferida, através da fronteira de um sistema
 numa dada temperatura, a um outro sistema (ou
 meio), numa temperatura inferior, em virtude da
 diferença de temperatura, entre os dois sistemas.

 Isto é, o calor é transferido do sistema de
  temperatura superior ao sistema de temperatura
 inferior e a transferência de calor ocorre
 unicamente devido à diferença de temperatura
 entre os dois sistemas
 Um outro aspecto dessa definição é que um
 corpo nunca contém calor.

 O calor pode somente ser identificado quando
 atravessa a fronteira.

 Assim o calor é um fenómeno transitório.
 Unidades de calor


   Joule
   Caloria
   Btu
   1 cal = 4,18 J ; 1 Btu = 1055 J ; 1 Btu = 252 cal
Definição de unidades de calor

 Definição de caloria


 Caloria (cal) : É a quantidade de energia
 (calor) necessária para elevar 1º C, a
 temperatura de 1 g de água líquida, a uma
 temperatura média de 15º C.
Calor mássico
 Capacidade térmica mássica (calor específico) de uma
  substância é a quantidade de calor necessária para
  elevar de 1º C a temperatura, por unidade de massa
  dessa substância.
                      Q = m . cp . ΔT

 Q = calor transferido (J)
 M = massa (kg)
 Cp = calor específico (a pressão constante) (J/kg . K)
  ou (J/kg . ºC)
      ΔT = diferença de temperaturas (K) ou (ºC)
 Calor


 Depende da existência de ΔT, ou seja tem que existir
  diferença de temperaturas entre dois corpos.
 O seu sentido é sempre das temperaturas mais altas
  para as mais baixas

 Q > 0 calor transferido do exterior para o sistema


Q<0     calor transferido do sistema para o exterior
Calorimetria


 Quando dois corpos a temperaturas
 diferentes são postos em contacto, dá-se a
 passagem de calor do corpo de temperatura
 mais elevada para o outro, até que ambos os
 corpos fiquem à mesma temperatura, sendo
 a quantidade de calor fornecida pelo corpo
 quente igual à recebida pelo corpo a
 temperatura inferior.
Princípio fundamental da calorimetria




 Em toda a troca de calor entre dois corpos, o
 calor perdido pelo corpo que arrefece é igual
 ao calor ganho pelo corpo que aquece.
Calorímetro de D’Arsomval Dewar




O modelo padrão consiste num vaso com parede dupla
prateada internamente.
No espaço entre as faces há vácuo a fim de tornar
mínima a transferência de calor por condução e
convecção, as faces internas prateadas minimizam a
transferência de calor por radiação.
Calorímetro




Um calorímetro é um aparelho isolado termicamente
do meio exterior, que permite determinar o calor
específico das substâncias
 Uma técnica para medir o calor específico dos sólidos
  ou líquidos consiste simplesmente em aquecer a
  substância a certa temperatura conhecida, colocá-la
  num vaso que contenha água, com massa e
  temperatura conhecidas e medir a temperatura da
 água depois de o equilíbrio ser atingido.

 O calor recebido pela água é igual ao calor cedido
 pela substância (conservação de energia).
Constituição dum calorímetro


 Vaso exterior isolado termicamente para que
 não existam trocas de calor com o exterior, vaso
 interior apoiado em suportes de material
 isolante, agitador para acelerar o processo de
 transmissão de calor, termómetro muito
 sensível
7 - Termodinâmica



Ciência que estuda a forma como os corpos
podem armazenar ou trocar energia entre si.
Sistema
 Porção do espaço também chamada ”volume de
  controlo” limitada por uma superfície real ou
  conceptual (“superfície de controlo” ou
  “fronteira”).

              Vizinhança (do sistema)
 Região do espaço exterior ao sistema com o qual
  este pode interactuar.
Sistema isolado
 O que não sofre qualquer interacção com a
  vizinhança, não trocando massa nem energia.

                 Sistema fechado
 O que não troca massa com a vizinhança, mas
  pode trocar energia.

                  Sistema aberto
 O que pode trocar massa e energia com o exterior
Equilíbrio
 Um sistema está em equilíbrio se, depois de
  isolado do exterior, o valor das suas propriedades
  não se altera com o tempo.



                     Propriedade
 Qualquer característica quantificável de um
  sistema (ex: pressão volume e temperatura).
Propriedades extensivas
 Propriedades que dependem da massa (ex:
  volume, entalpia, entropia).

              Propriedades intensivas
 Propriedades que não dependem da massa (ex:
  pressão, temperatura).
  Dividindo uma propriedade extensiva pela massa
  obtém-se uma intensiva (ex: volume específico,
  entalpia específica).
Energia (sentido termodinâmico)

 Resultante macroscópica dos modos de energia
 microscópicos possuídos pelas partículas
 constituintes da matéria
 (translação, rotação, vibração, etc.).
Trabalho e calor
 1ª Lei da termodinâmica
 A variação da energia interna de um sistema é igual
    à soma do calor e do trabalho trocado.

                  ΔU = W + Q

 Convenção dos sinais a usar:

       W < 0: Trabalho realizado pelo sistema (sai)
       W > 0: Trabalho fornecido ao sistema (entra)
       Q < 0: Calor transferido do sistema (sai)
       Q > 0: Calor transferido para o sistema (entra)
Calor e energia mecânica
 Num sistema mecânico sempre que existe atrito, parte
  da energia mecânica é perdida, ou não é conservada.
 Diversas experiências mostram que essa energia não
  desaparece, simplesmente se transforma em energia
  térmica.

        Alguns exemplos práticos:

     - Calços e discos de travões
     - Ferramentas de corte e material a cortar
     - Pneus e a estrada
     - Mãos e corda na descida rápida
Experiência de Joule




O sistema considerado é água contida num vaso
termicamente isolado.
Faz-se trabalho sobre a água mediante um rotor de
palhetas, accionado por pesos que caem
 A água, agitada pelas palhetas do rotor, é aquecida
  em consequência do atrito entre ela e as palhetas.

 Desprezando a energia perdida nos apoios de
  rolamento e isolamento, então a perda de energia
 potencial dos pesos será igual ao trabalho feito
 pelo rotor sobre a água.

 Se os dois pesos caírem uma distância h, a perda de
  energia potencial será 2mgh, e é essa energia que
  aquece a água.
 Pela variação das condições da experiência, Joule
  achou que a perda de energia mecânica, 2mgh, é
  proporcional à elevação da temperatura da água,
  ΔT.

 A constante de proporcionalidade encontrada é
  igual a 4,18 kJ/kg∙ºC.

 Então, 4,18 kJ de energia mecânica elevarão a
  temperatura de um kg de água de 14,5 ºC para 15,5
  ºC.
Carnot
 Sadi Carnot, físico francês, foi o primeiro amostrar
 relação quantitativa entre o trabalho e o calor.

 Carnot nasceu em Paris, em 1º. De Junho de 1976. Em
  1824 publicou a sua única obra – Réflexions sur la
  Puissance Motrice du Feu et sur les machines
  Propres a Développer Cette Puissance.

 Carnot é considerado o fundador da ciência
  termodinâmica, que afirma ser impossível a energia
  desaparecer, mas apenas se alterar de uma forma
  para outra.
Carnot mostrou que uma máquina térmica que operasse
 num ciclo ideal, reversível, entre dois reservatórios
 térmicos, seria a máquina de maior rendimento
 possível.

 Essa máquina ideal, denominada máquina de Carnot,
 estabelece um limite superior ao rendimento de todas
 as máquinas térmicas.

 Isto é, o trabalho líquido efectuado por uma substância
 operante que executa um ciclo de Carnot é o maior
 trabalho possível para uma dada quantidade de calor
 fornecida a esta substância operante.
Ciclo de Carnot

 A máquina idealizada por Carnot é composta pelos
  seguintes ciclos:

 1. Expansão Isotérmica Reversível retirando calor da fonte
  quente; na temperatura mais alta T2.

 2. Expansão Adiabática Reversível.

 3. Compressão Isotérmica Reversível cedendo calor à fonte
  fria; na temperatura mais baixa T1.

 4. Processo de Compressão Adiabática Reversível;
Partindo do estado A, o gás sofre uma expansão
isotérmica (isso significa que não há mudançade
temperatura) de A para B, recebendo uma quantidade
de calor Q2 da fonte térmica de temperatura mais alta,
também chamada fonte quente que está a uma
temperatura T2.
Partindo do estado B, o gás continua a ser expandido,
mas agora adiabaticamente (isto significa que não há
troca de calor) até atingir o estado C.
Apesar de não haver troca de calor, o gás arrefece
da temperatura mais alta T2 até atingir uma
temperatura mais baixa T1.
Agora partindo do estado C, o gás é comprimido
isotermicamente à temperatura T1, até o estado
D, enquanto liberta uma parcela de calor Q1 para a
fonte térmica de temperatura mais baixa, também
chamada de fonte fria.
A partir do estado D, o gás, através de uma
compressão adiabática retorna ao estado inicial
A, durante a qual o gás aquece até á temperatura
inicial T2 sem troca de calor com o meio.
O ciclo Carnot completo
Teorema de Carnot

 O teorema de Carnot pode ser enunciado da
 seguinte forma:

 Nenhuma máquina real, operando entre
 dois reservatórios de calor, pode ser mais
 eficiente que uma máquina de Carnot que
 opere entre os mesmos dois reservatórios.
Transformações isotérmicas
 São transformações que ocorrem a temperatura
  constante, ou seja compressões ou expansões onde se
  altera a pressão e o volume, mantendo constante a
  temperatura.

              Transformações adiabáticas
 São transformações que ocorrem a pressão
  constante, ou seja compressões ou expansões onde se
  altera a temperatura e o volume mantendo constante a
  pressão.
 Ciclo frigorífico e bomba de calor de Carnot


 Trabalho fornecido ao ciclo     W = Qq – Qf

 Eficiência do ciclo frigorífico de Carnot (εf > 1)




 Eficiência do ciclo bomba de calor de Carnot (εbc > 1)
Segundo principio da termodinâmica (Carnot – Clausius)


               Postulado de Clausius

 A transferência de calor de um corpo frio para um
 corpo quente é impossível.

 Ou, então: uma transformação cujo único
  resultado final fosse transferir calor de um corpo a
  dada temperatura para outro corpo a temperatura
  mais elevada é impossível.
Esquema de ar condicionado
Turbina a vapor
Ciclo Otto
Processos reversíveis e processos irreversíveis

 Os processos reais ocorrem num sentido
  preferencial. O calor passa espontaneamente de um
  corpo quente para um corpo frio, quando ambos
  são postos em contacto, mas o processo inverso só
  ocorre quando há uma influência externa.

 Quando um corpo escorrega sobre uma superfície
  com atrito, acaba por atingir o repouso.

 A energia mecânica do corpo converte-se em
  energia interna do corpo e da superfície.
 Tais processos unidireccionais são denominados
  processos irreversíveis.

 Em geral, um processo é irreversível quando o
  sistema e as suas vizinhanças não poderem
  retornar aos respectivos estados iniciais.

 Um processo será reversível se o sistema passar do
  estado inicial até ao estado final, através de uma
 sucessão de estados de equilíbrio.
 Um processo reversível tem que ocorrer quase
  estaticamente. Além disso, num processo reversível
  não pode haver efeitos dissipativos que produzam
 calor.

 Outros efeitos que tendam a perturbar o equilíbrio,
  como a condução de calor provocada por diferenças
  de temperatura, também devem estar ausentes.

 Na realidade, é impossível eliminar completamente
 tais efeitos; por isso não surpreende que os
 processos na natureza sejam processos irreversíveis.
 Não obstante é possível a realização
 aproximada de processos reversíveis, em
 experiências com cuidadoso controlo.

 O conceito de processo reversível é
 especialmente importante no
 estabelecimento dos limites teóricos do
 rendimento de uma máquina térmica.

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Termodinamica

  • 1.
  • 2. 1- Resumo histórico  Embora os princípios da termodinâmica existam desde a criação do universo, a termodinâmica só surgiu como ciência aquando da construção das primeiras máquinas a vapor, em Inglaterra, por Thomas Savery em 1697 e Thomas Newcomem em 1772.  Estas máquinas eram muito lentas e ineficientes mas abriram o caminho para o desenvolvimento desta ciência nova.
  • 3.  A primeira e a segunda leis da termodinâmica surgiram simultaneamente por volta de 1850, principalmente através dos trabalhos de William Rankine, Rudolph Clausius e Lord Kelvin (anteriormente William Thompsom).  O termo termodinâmica foi usado pela primeira vez por Lord Kelvin numa publicação de 1849.  O primeiro compêndio de termodinâmica foi escrito em 1859 por William Rankine, então professor na Universidade de Glasgow.
  • 4. Termodinâmica e energia  A termodinâmica pode ser definida como a ciência da energia.  Embora se tenha a percepção do que é energia, é difícil defini-la com precisão, a energia pode ser vista como a capacidade de provocar alterações.  A palavra termodinâmica advém das palavras gregas therme (calor) e dynamis (potência), sendo a melhor descrição os primeiros esforços para converter calor em potência.
  • 5.  Hoje em dia, este termo é utilizado para incluir todos os aspectos relacionados com a energia e as suas transformações, incluindo a sua produção, refrigeração e relações existentes entre propriedades da matéria.
  • 6.  Uma das principais leis da natureza é o princípio de conservação de energia.  Este estabelece que durante uma interacção a energia pode mudar de forma, mas que a quantidade total permanece constante, ou seja, a energia não pode ser criada ou destruída.
  • 7.  A primeira lei da termodinâmica expressa o princípio de conservação da energia e estabelece que a energia é uma propriedade termodinâmica.  A segunda lei da termodinâmica estabelece que a energia tem qualidade e quantidade, e que os processos reais ocorrem na direcção da qualidade decrescente da energia.
  • 8.  A lei zero da termodinâmica estabelece que, se dois corpos estão em equilíbrio térmico com um terceiro corpo, eles estão também em equilíbrio térmico entre si.
  • 9. Áreas de aplicação da termodinâmica  Não é necessário procurar muito para encontrar aplicações da termodinâmica. Estas estão inseridas nas nossas vidas quotidianas.  Um lar comum é, em certos aspectos um mostruário das maravilhas da termodinâmica  Muitos utensílios e electrodomésticos são desenhados, em parte ou como um todo, com base nos princípios termodinâmicos.
  • 10.  Alguns exemplos são: os electrodomésticos a gás ou eléctricos, aparelhos de aquecimento ou refrigeração, o frigorífico, o desumidificador, a panela de pressão o esquentador, o chuveiro, o ferro de engomar e até o computador, a televisão e vídeo.
  • 11.  Numa escala maior, a termodinâmica desempenha um papel mais vasto no projecto e análise de motores de combustão interna, foguetes, motores a jacto e centrais eléctricas convencionais ou nucleares.  Devemos também mencionar o corpo humano como uma área de aplicação da termodinâmica, pelo facto de transformar a energia química dos alimentos em energia mecânica ou energia calorífica.
  • 12. Definição de temperatura  Ainda que a temperatura seja uma propriedade bastante familiar, é difícil encontrar-se uma definição exacta para ela.  Devido a essas dificuldades para definir temperatura, definimos igualdade de temperaturas.
  • 13.  Consideremos dois blocos de cobre, um quente e outro frio, cada um em contacto com um termómetro de mercúrio.  Se colocarmos esses blocos em contacto térmico, verificamos que a resistência eléctrica do bloco quente decresce e a do bloco frio cresce com o tempo, o mesmo acontecendo com as dimensões e temperaturas dos blocos
  • 14.  Podemos dizer, portanto, que os dois corpos possuem igualdade de temperatura, quando nenhuma mudança ocorre em qualquer das propriedades observáveis, quando eles estão em contacto térmico.
  • 15.  A lei zero da termodinâmica estabelece que, se dois corpos estão em equilíbrio térmico com um terceiro corpo, eles estão também em equilíbrio térmico entre si.  Ao substituir-se o terceiro corpo por um termómetro, a lei zero pode ser escrita como: dois corpos estão em equilíbrio térmico se ambos apresentarem o mesmo valor de medição de temperatura, mesmo que não estejam em contacto.
  • 16. Escalas de temperatura  As escalas de temperatura permitem utilizar uma base comum para medições, tendo sido desenvolvidas diversas ao longo do tempo.  Todas elas baseadas em estados da matéria facilmente reproduzíveis, tais como o ponto de fusão e de ebulição da água.
  • 17. Valores nas diversas escalas para os pontos de ebulição e fusão da água à pressão de 1 atm e do zero absoluto
  • 18.  Escala Celsius presentemente a mais utilizada (anteriormente designada escala Centígrada) (ºC)   Escala Réaumur muito pouco utilizada (ºR)  Escala Fahrenheit utilizada pelo sistema inglês (ºF)  Escala Kelvin é a escala termodinâmica utilizada no SI (K)  Escala Rankine é a escala termodinâmica utilizada pelo sistema inglês (R)
  • 20. Termómetros  Tipos de termómetros  Capilares com líquido ; Termístores  Resistencia de platina; Termopares  Bimetálicos ; Pressão de vapor  Termo-higrómetro; Fita indicadora autocolante  Termómetros especiais ; Registadores de temperatura
  • 21.  Capilares com líquido – estes termómetros baseiam-se na expansibilidade dos líquidos quando sujeitos a aumentos de temperatura.  São construídos normalmente, por um tubo capilar, em vidro, ligado a um bolbo com líquido apropriado.  Uma escala ao longo do tubo, devidamente calibrada, permite a leitura directa da temperatura.
  • 22.  O tipo mais comum é o de mercúrio.  Devido á grande fragilidade deste, não deve ser utilizado em aplicações onde seja perigoso o derrame de mercúrio, como seja a indústria alimentar.  Outro fluído correntemente utilizado é o álcool que sendo mais barato pode também ser utilizado a temperaturas inferiores às do mercúrio.
  • 23.  De resistência de platina – a resistividade eléctrica dos metais varia com a temperatura.  O níquel, o cobre e o tungsténio são exemplos de metais utilizados para esse efeito.  No entanto a platina é o metal que apresenta melhores características, pois apresenta uma relação resistividade – temperatura muito linear e estável (no tempo).
  • 24.  Têm uma resolução melhor do que 0,1 ºC e devido à largura de banda e à grande exactidão de resposta são considerados instrumentos padrão para calibração de outros instrumentos de medição de temperatura.
  • 25.  Termístores – a resistividade de certos materiais não metálicos pode, também variar com a temperatura, fenómeno que pode ser aproveitado para medir este parâmetro.  Um termístor é constituído por um material semi-condutor com a propriedade referida.
  • 26.  Como se podem construir termistores muito pequenos, os seus tempos de resposta são virtualmente instantâneos pelo que podem ser utilizados com vantagens para efectuar medições de substâncias com rápidas variações de temperatura, sem erros apreciáveis.
  • 27.  Termopares – as diferenças de temperatura entre dois metais diferentes criam uma diferença de potencial que produz uma corrente eléctrica, designada por corrente de Seebeck.  Têm grande sensibilidade, fácil monitorização, pequenas dimensões e consequentemente pequena capacidade calorífica, possibilidade de utilização numa larga banda de temperaturas (+2000 ºC a – 200 ºC).
  • 28.  Bimetálicos – estes termómetros baseiam-se no fenómeno de dilatação dos sólidos quando sujeitos a um aumento de temperatura.  Assim se dois metais com diferentes coeficientes de expansão térmica estiverem ligados entre si e sujeitos a aquecimento irão deformar-se.  É utilizado em larga escala na indústria devido à sua robustez, apesar de não oferecer grande exactidão.
  • 29.  De pressão de vapor – este tipo de instrumento de medida é constituído por um bolbo metálico parcialmente cheio com um líquido termométrico ligado por um tubo de pequeno diâmetro, a um aparelho que converta pressão em deslocamento dum ponteiro.  A variação da temperatura do bolbo tem como consequência o aumento da pressão de vapor a qual pode ser lida no aparelho de medida já convertida em temperatura.
  • 30.  Termo-higrómetros – é composto por um termómetro de bolbo seco e um outro de bolbo húmido.  Da diferença de temperaturas entre ambos determina a humidade relativa existente no ar.
  • 31.  Fita indicadora autocolante – este tipo de fita é utilizado quando se quer um registo permanente ou quando o acesso ao processo a medir não é possível durante a operação.  O indicador consiste numa substância cuja coloração depende da temperatura.  Este indicador tem o defeito de ser irreversível (não pode voltar a ser utilizado).
  • 32.  Termómetros especiais – existem termómetros e pirómetros por infra – vermelhos e pirómetros ópticos.  (pirómetros são utilizados na medição de temperaturas muito elevadas por exemplo fundição de metais).
  • 33.  Registadores de temperatura – estão associados a termómetros e efectuam o registo contínuo das temperaturas normalmente através de um gráfico em papel e mais recentemente através de registo informático.
  • 34. Unidades de pressão e fatores de conversão Pa bar at atm Torr psi 1 Pa ≡ 1 N/m² = 10−5 bar ≈ 10,2·10−6 at ≈ 9,87·10−6 atm ≈ 7,5·10−3 Torr ≈ 145·10−6 psi 1 bar = 100 000 Pa ≡ 106 dyn/cm² ≈ 1,02 at ≈ 0,987 atm ≈ 750 Torr ≈ 14,504 psi 1 at = 98 066,5 Pa = 0,980665 bar ≡ 1 kgf/cm² ≈ 0,968 atm ≈ 736 Torr ≈ 14,223 psi 1 atm = 101 325 Pa = 1,01325 bar ≈ 1,033 at ≡ 101 325 Pa = 760 Torr ≈ 14,696 psi 1 Torr ≈ 133,322 Pa ≈ 1,333·10−3 bar ≈ 1,360·10−3 at ≈ 1,316·10−3 atm ≡ 1 mmHg ≈ 19,337·10−3 psi 1 psi ≈ 6894,757 Pa ≈ 68,948·10−3 bar ≈ 70,307·10−3 at ≈ 68,046·10−3 atm ≈ 51,7149 Torr ≡ 1 lbf/in²
  • 35. A influência do calor nos corpos  Quando elevamos a temperatura dum corpo ele dilata-se.  Quando baixamos a temperatura dum corpo ele contrai-se.  É esta variação que nos permite avaliar a temperatura dum corpo.  Para isso usam-se termómetros, nos quais se emprega um corpo tal que a cada valor de temperatura corresponde um só valor de volume.  Quer dizer, tal corpo apresenta uma dilatação regular, isto é, uma dilatação proporcional à elevação de temperatura.
  • 36. Calor sensível e latente  Quando um corpo recebe ou cede calor, ocorre uma transformação: Variação de temperatura ou mudança de estado físico.  No primeiro caso, dizemos que se trata de calor sensível e no segundo de calor latente.
  • 37.  Exemplo:  Ao aquecermos água num recipiente, à pressão atmosférica, a água vai aumentando a sua temperatura até atingir os100 ºC (calor sensível).   Se continuar-mos a fornecer calor à água ela mantêm-se nos 100 ºC, mas muda de fase, ou seja transforma-se em vapor, (calor latente).  Que no caso da água nestas condições é de 2257,1 kJ/kg.
  • 38. Diferença entre sensação e temperatura  Se tocarmos numa régua metálica e numa de madeira que se encontrem colocadas sobre uma mesa.  A régua metálica parece mais fria que a de madeira, embora ambas estejam à mesma temperatura.
  • 39.  Matéria é feita de partículas (átomos, moléculas) que estão sempre em movimento desordenado (vibração em torno de uma posição média).  Portanto têm uma energia cinética média diferente de zero (mesmo que a matéria esteja parada).  Temperatura mede essa energia cinética média.  Calor é a transmissão dessa energia (cinética); energia “em movimento”.  Calor é energia, portanto mede-se em J ou cal.
  • 40.
  • 41. Celcius ou centígrados (C): 0 C = gelo, 100 C = vapor. Qual a temperatura quando não há nenhum movimento? Zero absoluto: -273 C. Não há temperatura menor. Escala kelvin (K): K = C + 273 C = K - 273
  • 42. Capacidade Calorifica Quantidade de calor “armazenado”
  • 43. Substância Pura  Uma substância que tenha a mesma composição química em todo seu volume é chamada substância pura.  A água, o azoto, o hélio e o dióxido de carbono são exemplos de substâncias puras.
  • 44. Contudo, uma substância pura não tem de ser de um único elemento químico ou composto.  Uma mistura de elementos químicos ou compostos pode ser qualificada como substância pura desde que a mistura seja homogénea.  Por exemplo, o ar é uma mistura de diversos gases, sendo vulgarmente considerado como uma substância pura, visto ter uma composição química uniforme
  • 45.  Porém, uma mistura de óleo e água não pode ser considerada, visto que ambos não são solúveis, acumulando-se o óleo à superfície, formando-se duas regiões quimicamente dissimilares.
  • 46.
  • 47. A mistura de duas ou mais fases de uma substância pura continua a ser uma substância pura desde que a composição química de todas as fases seja a mesma (Figura 2-2).  Por exemplo, a mistura de gelo e água líquida é uma substância pura, porque ambas as fases têm a mesma composição química.
  • 48.  A mistura de ar líquido e gasoso não é uma substância pura visto que ambos apresentam composições químicas diferentes, não sendo a mistura quimicamente homogénea.  Isto deve-se a os componentes do ar terem temperaturas de condensação diferentes a uma dada pressão.
  • 49. Fases de uma substância pura  Todos sabemos por experiência própria que as substâncias existem em fases diferentes.   À pressão e temperatura ambiente, o cobre é um sólido, o mercúrio um líquido e o azoto um gás.  Embora existam três fases principais - sólido, líquido e gasoso -,uma substância pode ter diversas fases contidas numa principal, cada uma com uma estrutura molecular diferente.
  • 50.  Quando se estudam as fases ou as suas mudanças em termodinâmica, não é necessário preocupar-se com a estrutura molecular e o seu comportamento.  Contudo, é muito útil ter-se algum conhecimento dos fenómenos moleculares envolvidos em cada fase, e uma discussão das suas transformações é apresentada em seguida.
  • 51.  As ligações moleculares são mais fortes nos sólidos e mais fracas nos gases.  Uma das razões é que as moléculas no primeiro caso encontram-se mais próximas umas das outras, enquanto que nos gases exibem mais espaço entre elas.
  • 52. As moléculas num sólido estão dispostas segundo um padrão tridimensional (malha) que se repete continuamente (Figura 2-3).
  • 53. Devido às pequenas distâncias intermoleculares, as forças de atracção são grandes, mantendo as moléculas em posições fixas (Figura 2-4).
  • 54.  Note-se que as forças de atracção tornam-se repulsivas à medida que a distância entre moléculas se aproxima de zero, evitando o seu contacto.  Embora as moléculas num sólido não possam mover-se umas em relação às outras, elas oscilam continuamente em torno das suas posições de equilíbrio.  Durante estas oscilações, a velocidade das moléculas depende da temperatura.
  • 55.  A valores suficientemente altos, a velocidade (e a sua inércia) pode chegar ao ponto em que as ligações intermoleculares são quebradas, e grupos destas libertam-se.  Este é o início do processo de fusão.  O espaço intermolecular da fase líquida não difere da fase sólida, exceptuando o facto de as moléculas não se encontrarem em posições relativas fixas.
  • 56.  Num líquido, blocos de moléculas flutuam umas em relações às outras; contudo as moléculas mantêm uma estrutura ordenada no seio de cada bloco, retendo as suas posições relativas originais.  As distâncias entre moléculas apresentam geralmente um ligeiro aumento quando um sólido se transforma num líquido, sendo a água uma rara excepção.
  • 57.  Numa fase gasosa, as moléculas estão distanciadas de tal forma que não existe qualquer ordenamento.  As moléculas de um gás movem-se de forma aleatória, colidindo continuamente entre elas e com a parede do reservatório que as contém.
  • 58.  A uma baixa massa volúmica, as forças intermoléculares são muito reduzidas, sendo as colisões a única forma de interacção entre as moléculas.  Na fase gasosa, as moléculas apresentam-se num nível de energia consideravelmente superior em relação às fases sólida ou líquida.  Assim sendo, um gás tem de libertar uma grande quantidade de energia quando se condensa ou congela.
  • 59. Processos de mudança de fase de substâncias puras  Existem diversas situações correntes em que duas fases de uma substância pura coexistem em equilíbrio.  A água existe como mistura de líquido e vapor numa caldeira ou num condensador de uma central térmica.  Um fluido frigorigénio passa de líquido a vapor num congelador de um frigorífico.
  • 60. Embora se considere a passagem do estado liquido a sólido como a fase mais importante, vamos incidir a atenção sobre as fases líquidas, de vapor e na mistura das duas. Sendo familiar, a água irá ser utilizada para demonstrar os princípios básicos envolvidos
  • 61. Líquido comprimido e líquido saturado Considere um dispositivo cilindro-êmbolo contendo água líquida a 20 °C e à pressão de 1 atm .
  • 62.  Sob estas condições a água existe na fase líquida, sendo chamada líquido comprimido ou líquido subarrefecido, estando distante do ponto de vaporização.  Transfere-se calor para a água até que a sua temperatura suba, por exemplo, até aos 40 °C.  À medida que a temperatura se eleva, a água líquida dilata ligeiramente, implicando um aumento de volume específico.
  • 63.  De forma a acomodar esta expansão, o êmbolo desloca-se para cima.  Durante este processo, a pressão no interior do cilindro permanece constante a 1 atm, visto que depende da pressão barométrica exterior e do peso do êmbolo, ambos constantes.  A água permanece no estado de líquido comprimido, visto que não se iniciou a vaporização.
  • 64. À medida que se transfere mais calor, a temperatura irá aumentar, até atingir 100 °C . Nesta altura, a água encontra-se ainda líquida, mas qualquer adição de calor provocará a vaporização de uma parte do líquido, ou seja, o processo de mudança de fase de líquido para vapor está prestes a acontecer. Um líquido prestes a vaporizar denomina-se líquido saturado. Assim, o estado 2 representa o estado de líquido saturado.
  • 65. Vapor saturado e vapor sobreaquecido  Uma vez iniciada a ebulição, a temperatura deixa de aumentar até que o líquido seja completamente vaporizado.  Isto é, a temperatura irá permanecer constante durante todo o processo de mudança de fase, desde que não se altere a pressão.  Isto pode ser facilmente verificado ao colocar-se um termómetro dentro de um recipiente contendo água a ferver.
  • 66. Ao nível do mar (P = 1 atm), o termómetro indicará sempre 100 °C, se o recipiente estiver destapado ou com uma tampa leve.
  • 67.  Durante o processo de ebulição, a única alteração observável é de um grande aumento de volume e de um decréscimo contínuo do nível de líquido devidos à transformação deste em vapor.  A meio da linha de vaporização (estado 3, Figura 2-8), o cilindro contém partes iguais de líquido e de vapor.  À medida que a transferência de calor continua, o processo de vaporização mantém-se, até que a última gota de líquido seja vaporizada (estado 4, Figura 2-9).
  • 68.  Neste ponto, todo o cilindro está cheio de vapor que se encontra na linha de fronteira da fase de líquido.  Qualquer perda de calor provocará a condensação de algum vapor (mudança de fase de vapor para líquido).  Ao vapor que se encontre prestes a condensar-se chama-se vapor saturado.
  • 69.  Assim, o estado 4 representa o estado de vapor saturado, e uma substância que esteja entre o estado 2 e o 4 é referida como uma mistura de líquido e vapor saturado, visto que as fases de líquido e de vapor coexistem em equilíbrio.
  • 70. Uma vez concluído o processo de mudança de fase, a substância encontra-se de volta à região de fase única (vapor), e qualquer posterior transferência de calor irá resultar num aumento simultâneo de temperatura e volume específico (Figura 2-10)
  • 71.  No estado 5, tomando a temperatura de 300 ºC, se for retirado algum calor, a temperatura irá descer mas não ocorrerá condensação, desde que esta se mantenha acima de 100 ºC (para P = 1 atm).  Ao vapor que não esteja prestes a condensar (isto é, que não seja vapor saturado) chama-se vapor sobreaquecido (estado 5).
  • 72. Diagrama de mudança de fase a pressão constante
  • 73.  Todo o processo acima descrito pode ser invertido pelo arrefecimento da água, mantendo a pressão ao mesmo valor, retrocedendo até ao estado 1 exactamente pelo mesmo caminho, libertando a mesma quantidade de calor que se adicionou durante o processo de aquecimento.  Na nossa vida quotidiana, a palavra água implica água líquida, e a palavra vapor implica vapor de água. Contudo, em termodinâmica, tanto água como vapor traduzem um único conceito: H2O.
  • 74. Temperatura de saturação e pressão de saturação  Provavelmente, não foi surpresa referir que a água começa a «ferver» a 100 °C.  Em termos estritos, a frase «a água ferve a 100 °C» é incorrecta, sendo a exacta «a água ferve a 100 °C, à pressão de 1 atm».  A única razão por que a água inicia a ebulição a 100 °C é porque se manteve a pressão constante a 1 atm (101,325 kPa)
  • 75. Se a pressão no interior do cilindro fosse aumentada para 500 kPa, pela adição de peso colocado sobre o êmbolo, a ebulição verificar-se-ia a 151,9 °C.  Ou seja, a temperatura à qual a água inicia a ebulição depende da pressão; assim, se a pressão for mantida constante, o valor da temperatura de ebulição é fixo.
  • 76.  A uma dada pressão, a temperatura à qual uma substância pura muda de fase denomina-se temperatura de saturação Tsat.  De forma idêntica, a uma dada temperatura, a pressão à qual uma substância pura muda de fase denomina-se pressão de saturação Psat.  À pressão de 101,325 kPa, Tsat é de 100 °C, e a esta temperatura Psat é de 101,325 kPa.
  • 77.  As tabelas de saturação que indicam o valor da pressão em função da temperatura (ou de temperatura em função de pressão) estão disponíveis para praticamente para todas as substâncias.  Esta indica que a pressão que corresponde a uma mudança de fase (ebulição ou condensação) a 25 °C deve ser de 3,17 kPa e que a pressão deve ser mantida a 3973 kPa (cerca de 40 atm), de forma a ferver a 250 °C.
  • 78. É possível congelar a água, reduzindo a pressão para 0,61 kPa.
  • 79.  É necessária uma grande quantidade de energia para fundir um sólido ou vaporizar um líquido.   Esta quantidade de energia libertada ou absorvida durante o processo de mudança de fase é chamada calor latente.   Mais especificamente, a quantidade de energia absorvida durante o processo de fusão chama-se calor latente de fusão e é equivalente à quantidade libertada durante o congelamento.
  • 80.  De forma análoga, a quantidade de energia absorvida durante a vaporização denomina-se calor latente de vaporização e é equivalente à energia libertada durante a condensação.   As magnitudes dos calores latentes dependem da tem-peratura ou da pressão à qual a mudança de fase ocorre.  À pressão de 1 atm, o calor latente de fusão da água é de 333,7 kJ/kg, o calor latente de vaporização é de 2257,1 kJ/kg.
  • 81.  Durante o processo de mudança de fase, a pressão e a temperatura são obviamente propriedades dependentes, existindo uma relação definida entre ambas, sendo Tsat = f(Psat).  O traçado da curva de Tsat vs. Psat tal como o exemplo dado para a água (Figura 2-12), é chamado curva de saturação líquido-vapor.  Uma curva deste tipo é característica de todas as substâncias puras.
  • 82. Nota-se que Tsat aumenta com Psat. Então, uma substância a pressões elevadas irá ferver também a temperaturas elevadas
  • 83.  Na cozinha, temperaturas de ebulição superiores traduzem-se em menor tempo de preparação de alimentos e poupança de energia.  Por exemplo, um cozinhado poderá demorar 1 a 2 h numa panela normal, à pressão de 1 atm, enquanto que este tempo pode ser reduzido para apenas 20 a 30 min numa panela de pressão, à pressão absoluta de 2 atm (que corresponde a uma temperatura de ebulição de 120 °C).
  • 84.  A pressão atmosférica e a temperatura de ebulição da água decrescem com a altitude.  Assim, irá demorar mais tempo cozinhar a altitudes mais elevadas do que ao nível do mar (a menos que se utilize uma panela de pressão).  Por exemplo, a pressão atmosférica padrão a uma altitude de 2000 m é de 79,50 kPa a que corresponde uma temperatura de ebulição de 93,2 °C, enquanto que, ao nível do mar, esta verifica-se a 100 °C.
  • 85.  A variação da temperatura de ebulição da água com a altitude, à pressão atmosférica padrão, é apresentada na Tabela 2-2.  Para cada incremento de 1000 m de altitude, a temperatura de ebulição decresce pouco mais de 3° C
  • 86. Variação da Pressão Atmosférica com a altitude
  • 87. Algumas consequências da dependência entre Tsat e Psat Foi mencionado anteriormente que uma substância a uma dada pressão irá entrar em ebulição à temperatura de saturação que corresponde a essa pressão. Este fenómeno permite o controlo da temperatura de ebulição de uma substância através da pressão, tendo inúmeras aplicações práticas, das quais serão apresentados alguns exemplos. Na maioria dos casos encontra-se presente o processo natural de evaporação de algum líquido, de modo a manter o equilíbrio.
  • 88.  Considere-se um reservatório selado contendo fluido frigorigéneo134a num ambiente a 25 °C. Se este reservatório permanecer neste recinto durante um período de tempo suficiente, o fluido contido irá estar à mesma temperatura ambiente.  Se o reservatório for aberto lentamente, e algum fluido for libertado no processo, a pressão no interior irá baixar, de modo a igualar o valor do ambiente.
  • 89.  Uma pessoa que esteja a segurar o reservatório irá sentir a temperatura a diminuir e, se o ar estiver húmido, gelo a formar-se nas paredes.  Um termómetro no interior do reservatório irá marcar -26 °C enquanto a pressão desce para 1 atm, que corresponde à temperatura de saturação à pressão dada.  Este valor de temperatura irá manter-se, até que todo o líquido se evapore.
  • 90.  Um outro aspecto deste fenómeno físico interessante é que o líquido não pode evaporar- se, a menos que absorva energia sob a forma de calor latente de evaporação cujo valor é de 217 kJ/kg para o fluido frigorigéneo 134a a 1 atm.  Assim, a taxa de vaporização do fluido depende da taxa de transferência de calor para o reservatório:  Quanto maior for esta, maior será a evaporação.
  • 91.  A transferência de calor, e consequentemente a taxa de evaporação do fluido, pode ser minimizada através do isolamento térmico do reservatório.  No caso limite de não existir transferência de calor, o fluido irá permanecer indefinidamente como um líquido a -26 °C.
  • 92. Arrefecimento a vácuo  Um processo expedito de refrigeração de vegetais é através de arrefecimento por vácuo, que consiste na redução da pressão de uma câmara vedada até à pressão de saturação correspondente ao valor da temperatura desejada.  Este processo evapora alguma água dos produtos a serem arrefecidos através da absorção de calor, reduzindo a sua temperatura.
  • 93.  A pressão de saturação da água a 0 °C é 0,61 kPa e os produtos podem ser arrefecidos até 0 °C pelo abaixamento da pressão até este valor.  A velocidade de arrefecimento pode ser aumentada ultrapassando o valor dado de pressão.  No entanto não é muito aconselhável, pois existe o perigo de congelamento e de maior consumo de energia.
  • 94.  Neste processo existem duas fases distintas.  Na primeira, os produtos à temperatura ambiente, por exemplo a 25 °C, são introduzidos numa câmara cuja temperatura permanece constante até que se atinja a pressão de saturação, que para 25 °C corresponde a 3,17 kPa.
  • 95.  Na fase seguinte, as condições de saturação são mantidas a pressões gradualmente mais baixas que correspondem a temperaturas mais baixas, até que o valor desejado seja alcançado
  • 96.  Este processo de arrefecimento é geralmente mais oneroso que o arrefecimento convencional, e a sua utilização é limitada a aplicações que necessitem de um arrefecimento muito mais rápido.  Produtos com grande superfície por unidade de massa e elevada tendência para libertar água, são apropriados para o arrefecimento por vácuo.
  • 97.  O processo acima descrito transforma-se em congelamento por vácuo se a pressão na câmara for reduzida abaixo de 0,6 kPa que corresponde à pressão de saturação da água a 0 °C.  Através deste processo é possível produzir gelo pela utilização de uma bomba de vácuo.
  • 98.  A embalagem de gelo é um processo vulgarmente utilizado em arrefecimentos de pequena escala, de forma a retirar calor mantendo os produtos frescos durante o transporte, aproveitando o elevado calor latente de fusão da água.  O gelo fornece, além de refrigeração, também humidificação.
  • 99. 3 - Compressibilidade dos gases  Todos os gases são compressíveis.  Os gases têm um comportamento diferente a uma dada temperatura e pressão, mas apresentam o mesmo comportamento às mesmas temperaturas e pressões normalizadas com base no ponto crítico.
  • 100. Variáveis que afectam o comportamento dos gases  Como nós já sabemos um gás tem a tendência natural para ocupar todo o espaço que tem disponível, devido à fraca coesão existente entre as moléculas que o compõem.  Dentro dum espaço fechado (ou seja mantendo o volume constante), um gás comporta-se da seguinte forma:
  • 101.  Se lhe aumentarmos a temperatura aumenta a pressão.  Se lhe aumentarmos a pressão aumenta a temperatura.
  • 102. Se fixarmos a pressão (ou seja mantendo a pressão constante)  Se aumentarmos a temperatura o volume aumenta.  Se diminuirmos a temperatura o volume diminui.
  • 103.  Se fixarmos a temperatura (ou seja mantendo constante a temperatura)  Se aumentarmos a pressão o volume diminui.  Se diminuirmos a pressão o volume aumenta.
  • 104.  Neste caso podemos constatar que as variáveis que afectam o comportamento dos gases são:  Volume  Pressão  Temperatura
  • 105. Lei de Boyle – Mariotte  No século XVll, Boyle (inglês) e Mariotte (francês), simultaneamente, encontraram uma relação entre a pressão e o volume de um gás quando a sua temperatura era mantida constante.  Eles verificaram que, quando um gás com comportamento próximo do ideal, era submetido a várias pressões, mantendo constante a temperatura, o seu volume variava. 
  • 106.  Como consequência enunciaram uma lei por nós co nhecida como lei de Boyle-Mariotte. PV = K T = constante «Mantendo constante a temperatura, os volumes de uma dada massa de gás variam na razão inversa das pressões que suportam.»
  • 107.  Assim se considerarmos dois estados de uma certa massa de gás tais que: Estado 1→ (p1, V1, T) Estado 2→ (p2, V2, T) Teremos, segundo esta lei. p1 ∙ V1 = p2 ∙ V2
  • 108.  Num gás real a constante de proporcionalidade (K) depende não só da natureza do gás, mas também da massa da amostra.  Na figura seguinte está representado o modo como o volume de uma certa massa de um gás varia com a pressão.
  • 109. Como esta lei se refere a transformações isotérmicas (T = constante), cada representação gráfica diz respeito a uma temperatura e a respectiva linha designa-se por isotérmica.
  • 110. Leis de Charles e Gay-Lussac  Estes dois físicos franceses encontraram as relações - volume - temperatura e pressão – de uma dada massa de gás, mantendo constante a outra variável de estado.  Surgiram, assim, duas novas leis, conhecidas com o nome dos físicos que as enunciaram.
  • 111. 1.ª Lei de Charles e Gay-Lussac – para transformações isobáricas  «Mantendo constante a pressão, o volume de uma dada massa de gás varia na razão directa da temperatura.»  Assim, se considerarmos os estados  Estado 1→ (p, V1, T1) Estado 2→ (p, V2, T2) Teremos, segundo esta lei. V1/V2 = T1/T2 p = constante
  • 113. 2.ª Lei de Charles e Gay – Lussac – para transformações isovolúmicas  «Mantendo constante o volume, a pressão de uma dada massa de gás varia na razão directa da temperatura.»  Assim, se considerarmos os estados:   Estado 1→ (p1, V, T1)  Estado 2→ (p2, V, T2)   Teremos, segundo esta lei.  p1/p2 = T1/T2 v= constante
  • 114.
  • 115. Descrição dos aparelhos de medida do vazio  À pressão real num dado local chama-se pressão absoluta e é medida em relação ao vácuo absoluto, ou seja em relação à pressão zero absoluta.  A maioria dos aparelhos de medição de pressão são calibrados de forma a o zero corresponder à pressão atmosférica, indicando assim a diferença entre a pressão absoluta e a pressão atmosférica local.  Este valor representa a pressão manométrica.
  • 116.  À pressão inferior à atmosférica, chama-se depressão, e é medida com medidores de vácuo que indicam a diferença entre a pressão atmosférica e a pressão absoluta.  Pressão absoluta, manométrica e depressão têm sempre valores positivos e estão relacionadas entre si através de:
  • 117.  Pmanométrica = Pabs – Patm  (para pressões acima de Patm)  Pdepressão = Patm – Pabs  (para pressões abaixo de Patm)
  • 118. 4 - Gases ideais  Quando estamos perante uma certa amostra de gás, contendo um certo número de moles, n, a cada conjunto de valores de pressão, temperatura e volume corresponde um estado termodinâmico do gás.
  • 119. Verifica-se que em determinadas condições termodinâmicas todos os gases, tendem para um determinado comportamento que, no entanto, nunca é atingido - comportamento ideal.  Admitimos assim que um gás que tivesse esse comportamento seria um gás ideal.  Quando os gases reais se encontram em condições próximas das de um gás ideal, podemos sem grande erro tratá-los como tal.
  • 120.  Microscopicamente um gás será ideal quando:  1 – O volume efectivo das suas moléculas é desprezável, comparado com o volume que o gás ocupa;  2 – As forças intermoléculares são nulas.  Macroscopicamente um gás real tem comportamento próximo do ideal, quando se encontra a baixa pressão e temperatura elevada.
  • 121. Conceito de gás perfeito  Os gases que normalmente conhecemos como, por exemplo, o hélio, o nitrogénio e o oxigénio, apresentam características moleculares diferentes e particulares de cada um.  Contudo, se colocarmos todos eles a altas temperaturas ou baixas pressões eles passam a apresentar comportamentos muito semelhantes.
  • 122.  Essa aproximação é cada vez melhor quanto menor for a pressão e maior a temperatura.  Esse modelo de gás é designado por gás perfeito.   Variáveis de estado de um gás perfeito:  São grandezas físicas macroscópicas que descrevem o comportamento de um gás, são elas:  Pressão (P), Temperatura (T) e Volume (V)
  • 123. Obtenção do zero na escala termométrica de Kelvin
  • 124.  Em termodinâmica, é desejável conhecer uma escala de temperatura que seja independente das propriedades de uma dada substância.   A esta chama-se escala de temperatura termodinâmica.  No SI, a escala de temperatura termodinâmica é a escala Kelvin.
  • 125.  Uma escala de temperatura idêntica à escala Kelvin é a escala de temperatura de gás perfeito.  As temperaturas nesta escala são medidas através de um termómetro de gás a volume constante que é basicamente um reservatório rígido repleto de hidrogénio ou hélio a uma baixa pressão
  • 126. Este termómetro baseia-se no princípio de que, a baixas pressões e a um volume constante, a temperatura de um gás é proporcional à sua pressão.  Isto é, a temperatura de um gás a um volume constante varia linearmente com a pressão, se esta for suficientemente baixa.
  • 128. Experiência de Torricelli  Torricelli, no século XVll, descobriu como determinar a pressão.   Com mercúrio, uma tina e um tubo de vidro de um metro de comprimento, realizou uma experiência que serviu de fundamento aos barómetros de mercúrio.  Torricelli encheu o tubo com mercúrio e tapando-o com um dedo, inverteu-o dentro da tina, que também continha aquele líquido.
  • 129.  Observou que o nível de mercúrio baixou no tubo, ficando estacionário a uma altura do nível na tina de cerca de 76 cm.  Dentro do tubo, na região onde não ficou mercúrio, fez-se vácuo. patm = ρ∙g∙h
  • 130.  Desta expressão podemos concluir que a altura da coluna de mercúrio variará na razão directa da pressão atmosférica.  A maior pressão atmosférica é obtida ao nível do mar (altitude nula).  Para qualquer outro ponto acima do nível do mar, a pressão atmosférica é menor.
  • 131. variação da pressão atmosférica de acordo com a altitude
  • 132. Estática dos fluidos  No nosso estudo, consideramos fluido toda a substância que macroscopicamente apresenta a propriedade de escoar.  Os fluidos podem ser líquidos ou gases.  Enquanto os líquidos apresentam volume próprio e forma variável, os gases além da forma variável, apresentam volume variável (adaptam-se ao volume do recipiente).
  • 133. Massa especifica  A massa especifica, massa volúmica ou densidade absoluta, ρ, de uma substância é a massa por unidade de volume dessa substância. ρ = m/V A unidade SI é o (kg/m³).  Enquanto, nos sólidos e líquidos, a massa específica pode ser considerada, praticamente constante, nos gases ela pode apresentar grandes variações.
  • 134. Peso especifico  Peso especifico ou peso volúmico, γ γ = ρ∙g  ρ = massa especifica  g = aceleração da gravidade (g = 9,81 m/s²)  A unidade SI é o (N/m³)
  • 135. Densidade relativa  Chama-se densidade relativa (d) à razão entre a massa de um certo volume duma substância e a massa de igual volume de outra substância tomada para termo de comparação.  dAB = mA/mB  Esta grandeza é adimensional (é a razão entre duas massas).
  • 136. Pressão  É uma força por unidade de área.   p = F/A  No SI, a unidade de pressão é o newton por metro quadrado, denominada Pascal (Pa).   1N/m² = 1Pa
  • 137. Pressão absoluta  É medida em relação ao vácuo absoluto, ou seja, em relação à pressão zero absoluta.
  • 138. Pressão manométrica  É a diferença entre a pressão absoluta e a pressão atmosférica.  A maioria dos aparelhos de medição de pressão são calibrados de forma a o zero corresponder à pressão atmosférica local.  pman = pabs – patm
  • 139.  Depressão  É medida com medidores de vácuo que indicam a diferença entre a pressão atmosférica e a pressão absoluta.  pdep = patm – pabs
  • 140.  Pressão de saturação  A uma dada temperatura, a pressão à qual uma substância pura muda de fase denomina- se pressão de saturação. 
  • 141. Transmissão de calor  Sempre que existe diferença de temperatura existe transferência de calor.  O sentido do fluxo de calor é sempre das temperaturas mais elevadas para as mais baixas.  É relativamente fácil medir as temperaturas. Sabendo as temperaturas é possível saber os fluxos de calor.  Transmissão de calor: estudo dos fluxos de calor sabendo a temperatura e vice versa.
  • 142.  O conhecimento dos fluxos de calor e temperaturas é importante para:  Refrigeração,  Aquecimento.  Motores  Caldeiras, Fornos, etc.
  • 143.  Existem três métodos de transmissão de calor:  Condução  Convecção  Radiação  Normalmente a transmissão de calor é uma combinação dos três métodos.
  • 144. Condução  Processo de transferência de calor que ocorre em corpos sólidos e líquidos em repouso.  Lei básica da transferência de calor, é chamada de lei de Fourier da condução de calor, em homenagem ao físico e matemático francês Joseph Fourier.
  • 145. Convecção  Processo de transmissão de calor que ocorre no interior de um fluido.  A diferença em relação á condução é que o fluido move- se transportando consigo o calor.   Convecção natural: o fluido move-se unicamente devido a diferenças de densidade motivadas por diferenças de temperatura.  Convecção forçada: o fluido move-se por acção de forças exteriores. 
  • 146.  A convecção é um fenómeno difícil de estudar: O movimento do fluido influencia as temperaturas e estas por sua vez influenciam o movimento do fluido.  Transferência de calor entre um fluido e um sólido por convecção:  Fluxo de calor q(W/m²) = h ∙ (temperatura sólido – Temperatura fluido)  h = coeficiente de transferência de calor por convecção (W/m²∙ºC)
  • 147.  O cálculo do fluxo de calor é fácil.  A determinação do “h” é difícil (meios experimentais).   O coeficiente de convecção depende: da geometria do sólido, das temperaturas, das características do escoamento e das características do fluido.   O valor de “h” é determinado experimentalmente para configurações simples. No entanto o erro pode ser apreciável se as condições não forem exactamente iguais.
  • 148.  Exemplos:  Convecção natural h: 5 – 30 W/m²∙ºC  Convecção forçada (ar) h: 5 – 600 W/m²∙ºC  Convecção forçada (água) h: 250 – 15000 W/m²∙ºC
  • 149. Lei de Newton  Esta lei assume que a transmissão de calor entre parede e fluido é aproximadamente proporcional à diferença de temperatura da parede e a temperatura média do escoamento.  q = h A (θp – θf)  q = transmissão de calor (W)  A = área da parede em contacto (m²)  θp e θf = temperaturas da parede e do fluido (ºC)  h = coeficiente de transmissão de calor (W/m²∙ºC)
  • 150. Radiação  O transporte de calor é efectuado através da radiação electromagnética.   Não existe necessidade de um meio de transmissão de calor, pode ser transferida através do vácuo.  Todos os corpos emitem radiação térmica, proporcional à sua temperatura
  • 151. Isolamentos  Materiais estruturais possuem normalmente uma baixa condutividade térmica.  Os isolamentos são normalmente materiais porosos, que devido à elevada percentagem de ar (mau condutor de calor quando retido) que contêm apresentam essa propriedade
  • 152. A finalidade do isolamento é reduzir as trocas térmicas indesejáveis e manter a temperatura da parede exterior do recinto isolados, próximo da temperatura do ar ambiente de modo a evitar problemas de condensação de vapor de água.  A condutividade térmica, k, de um isolamento deve ser muito baixa.  A selecção do isolamento é influenciada pela temperatura a que vai funcionar.
  • 153.  Super isolamentos – utilizados em temperaturas muito baixas, o ar tem que ser retirado do interior do isolamento.  Infiltrações de água no isolamento – a água devido à sua elevada condutividade face ao isolamento, faz diminuir a resistência à passagem do calor, ou seja a resistência térmica diminui.   Solução – Evitar infiltrações de água, protegendo o isolamento (chapa metálica).  Utilização de isolamentos com baixa permeabilidade ao vapor de água.
  • 154.  Na indústria da construção é por vezes usual utilizar a condutância e designá-la por K, que nós definimos como condutividade térmica:  Const.) = K (condutividade)/e (espessura)  sendo o valor em W/m²∙ºC.
  • 155. Isolamentos mais utilizados  - Lã de vidro: é constituída por fios finos de vidro obtidos a partir de vidro líquido derramado num jacto de vapor a alta velocidade.  - Cortiça: é um material de origem vegetal que é cortada em placas ou prensada em pedaços com elementos aglutinantes.  - Lã mineral: fabrica-se a partir da escória dos altos-fornos e contém grande quantidade de ar aprisionado. 
  • 156.  - Lã de rocha.  - Espuma de borracha: é um material de estrutura porosa que apresenta óptimas qualidades para o isolamento de tubagens, sobretudo quando estas estão sujeitas a vibrações.  - Poliestireno expandido  - Poliestireno exturdido  - Espuma de poliuretano
  • 157.  POLIESTIRENO EXTRUDIDO  O poliestireno extrudido, tambem conhecido por XPS, e um produto sintetico proveniente do petroleo e deriva da natureza, tal como o vidro, a ceramica e os metais.  A materia-prima deste material e o poliestireno, um polimero de estireno, que e extrudido e passa de um estado solido a um estado fundido, que depois arrefece e volta a um estado solido.
  • 158.  O poliestireno extrudido ou XPS é tal como o EPS (expandido) tambem uma espuma rigida de poliestireno, mas diferencia-se do EPS por ser obtida por um processo de extrusao em continuo e por empregar outros gases expansores.  A sua aplicacao corrente e como isolamento na construcao civil, apresentando-se sob a forma de placas coloridas azuis ou rosa.  Condutividade termica: k= 0,035 W/m⁰C (k baixo)
  • 159. 6 - Definição de calor  O calor é definido como sendo a forma de energia transferida, através da fronteira de um sistema numa dada temperatura, a um outro sistema (ou meio), numa temperatura inferior, em virtude da diferença de temperatura, entre os dois sistemas.  Isto é, o calor é transferido do sistema de temperatura superior ao sistema de temperatura inferior e a transferência de calor ocorre unicamente devido à diferença de temperatura entre os dois sistemas
  • 160.  Um outro aspecto dessa definição é que um corpo nunca contém calor.  O calor pode somente ser identificado quando atravessa a fronteira.  Assim o calor é um fenómeno transitório.
  • 161.  Unidades de calor  Joule  Caloria  Btu  1 cal = 4,18 J ; 1 Btu = 1055 J ; 1 Btu = 252 cal
  • 162. Definição de unidades de calor  Definição de caloria  Caloria (cal) : É a quantidade de energia (calor) necessária para elevar 1º C, a temperatura de 1 g de água líquida, a uma temperatura média de 15º C.
  • 163. Calor mássico  Capacidade térmica mássica (calor específico) de uma substância é a quantidade de calor necessária para elevar de 1º C a temperatura, por unidade de massa dessa substância.  Q = m . cp . ΔT   Q = calor transferido (J)  M = massa (kg)  Cp = calor específico (a pressão constante) (J/kg . K) ou (J/kg . ºC)  ΔT = diferença de temperaturas (K) ou (ºC)
  • 164.  Calor  Depende da existência de ΔT, ou seja tem que existir diferença de temperaturas entre dois corpos.  O seu sentido é sempre das temperaturas mais altas para as mais baixas   Q > 0 calor transferido do exterior para o sistema Q<0 calor transferido do sistema para o exterior
  • 165. Calorimetria  Quando dois corpos a temperaturas diferentes são postos em contacto, dá-se a passagem de calor do corpo de temperatura mais elevada para o outro, até que ambos os corpos fiquem à mesma temperatura, sendo a quantidade de calor fornecida pelo corpo quente igual à recebida pelo corpo a temperatura inferior.
  • 166. Princípio fundamental da calorimetria  Em toda a troca de calor entre dois corpos, o calor perdido pelo corpo que arrefece é igual ao calor ganho pelo corpo que aquece.
  • 167. Calorímetro de D’Arsomval Dewar O modelo padrão consiste num vaso com parede dupla prateada internamente. No espaço entre as faces há vácuo a fim de tornar mínima a transferência de calor por condução e convecção, as faces internas prateadas minimizam a transferência de calor por radiação.
  • 168. Calorímetro Um calorímetro é um aparelho isolado termicamente do meio exterior, que permite determinar o calor específico das substâncias
  • 169.  Uma técnica para medir o calor específico dos sólidos ou líquidos consiste simplesmente em aquecer a substância a certa temperatura conhecida, colocá-la num vaso que contenha água, com massa e temperatura conhecidas e medir a temperatura da água depois de o equilíbrio ser atingido.  O calor recebido pela água é igual ao calor cedido pela substância (conservação de energia).
  • 170. Constituição dum calorímetro  Vaso exterior isolado termicamente para que não existam trocas de calor com o exterior, vaso interior apoiado em suportes de material isolante, agitador para acelerar o processo de transmissão de calor, termómetro muito sensível
  • 171. 7 - Termodinâmica Ciência que estuda a forma como os corpos podem armazenar ou trocar energia entre si.
  • 172. Sistema  Porção do espaço também chamada ”volume de controlo” limitada por uma superfície real ou conceptual (“superfície de controlo” ou “fronteira”). Vizinhança (do sistema)  Região do espaço exterior ao sistema com o qual este pode interactuar.
  • 173. Sistema isolado  O que não sofre qualquer interacção com a vizinhança, não trocando massa nem energia. Sistema fechado  O que não troca massa com a vizinhança, mas pode trocar energia. Sistema aberto  O que pode trocar massa e energia com o exterior
  • 174. Equilíbrio  Um sistema está em equilíbrio se, depois de isolado do exterior, o valor das suas propriedades não se altera com o tempo. Propriedade  Qualquer característica quantificável de um sistema (ex: pressão volume e temperatura).
  • 175. Propriedades extensivas  Propriedades que dependem da massa (ex: volume, entalpia, entropia). Propriedades intensivas  Propriedades que não dependem da massa (ex: pressão, temperatura). Dividindo uma propriedade extensiva pela massa obtém-se uma intensiva (ex: volume específico, entalpia específica).
  • 176. Energia (sentido termodinâmico)  Resultante macroscópica dos modos de energia microscópicos possuídos pelas partículas constituintes da matéria (translação, rotação, vibração, etc.).
  • 178.  1ª Lei da termodinâmica  A variação da energia interna de um sistema é igual à soma do calor e do trabalho trocado. ΔU = W + Q  Convenção dos sinais a usar:  W < 0: Trabalho realizado pelo sistema (sai)  W > 0: Trabalho fornecido ao sistema (entra)  Q < 0: Calor transferido do sistema (sai)  Q > 0: Calor transferido para o sistema (entra)
  • 179. Calor e energia mecânica  Num sistema mecânico sempre que existe atrito, parte da energia mecânica é perdida, ou não é conservada.  Diversas experiências mostram que essa energia não desaparece, simplesmente se transforma em energia térmica. Alguns exemplos práticos:  - Calços e discos de travões  - Ferramentas de corte e material a cortar  - Pneus e a estrada  - Mãos e corda na descida rápida
  • 180. Experiência de Joule O sistema considerado é água contida num vaso termicamente isolado. Faz-se trabalho sobre a água mediante um rotor de palhetas, accionado por pesos que caem
  • 181.  A água, agitada pelas palhetas do rotor, é aquecida em consequência do atrito entre ela e as palhetas.  Desprezando a energia perdida nos apoios de rolamento e isolamento, então a perda de energia potencial dos pesos será igual ao trabalho feito pelo rotor sobre a água.  Se os dois pesos caírem uma distância h, a perda de energia potencial será 2mgh, e é essa energia que aquece a água.
  • 182.  Pela variação das condições da experiência, Joule achou que a perda de energia mecânica, 2mgh, é proporcional à elevação da temperatura da água, ΔT.  A constante de proporcionalidade encontrada é igual a 4,18 kJ/kg∙ºC.  Então, 4,18 kJ de energia mecânica elevarão a temperatura de um kg de água de 14,5 ºC para 15,5 ºC.
  • 183. Carnot  Sadi Carnot, físico francês, foi o primeiro amostrar relação quantitativa entre o trabalho e o calor.  Carnot nasceu em Paris, em 1º. De Junho de 1976. Em 1824 publicou a sua única obra – Réflexions sur la Puissance Motrice du Feu et sur les machines Propres a Développer Cette Puissance.  Carnot é considerado o fundador da ciência termodinâmica, que afirma ser impossível a energia desaparecer, mas apenas se alterar de uma forma para outra.
  • 184. Carnot mostrou que uma máquina térmica que operasse num ciclo ideal, reversível, entre dois reservatórios térmicos, seria a máquina de maior rendimento possível.  Essa máquina ideal, denominada máquina de Carnot, estabelece um limite superior ao rendimento de todas as máquinas térmicas.  Isto é, o trabalho líquido efectuado por uma substância operante que executa um ciclo de Carnot é o maior trabalho possível para uma dada quantidade de calor fornecida a esta substância operante.
  • 185. Ciclo de Carnot  A máquina idealizada por Carnot é composta pelos seguintes ciclos:  1. Expansão Isotérmica Reversível retirando calor da fonte quente; na temperatura mais alta T2.  2. Expansão Adiabática Reversível.  3. Compressão Isotérmica Reversível cedendo calor à fonte fria; na temperatura mais baixa T1.  4. Processo de Compressão Adiabática Reversível;
  • 186. Partindo do estado A, o gás sofre uma expansão isotérmica (isso significa que não há mudançade temperatura) de A para B, recebendo uma quantidade de calor Q2 da fonte térmica de temperatura mais alta, também chamada fonte quente que está a uma temperatura T2.
  • 187. Partindo do estado B, o gás continua a ser expandido, mas agora adiabaticamente (isto significa que não há troca de calor) até atingir o estado C. Apesar de não haver troca de calor, o gás arrefece da temperatura mais alta T2 até atingir uma temperatura mais baixa T1.
  • 188. Agora partindo do estado C, o gás é comprimido isotermicamente à temperatura T1, até o estado D, enquanto liberta uma parcela de calor Q1 para a fonte térmica de temperatura mais baixa, também chamada de fonte fria.
  • 189. A partir do estado D, o gás, através de uma compressão adiabática retorna ao estado inicial A, durante a qual o gás aquece até á temperatura inicial T2 sem troca de calor com o meio.
  • 190. O ciclo Carnot completo
  • 191. Teorema de Carnot  O teorema de Carnot pode ser enunciado da seguinte forma:  Nenhuma máquina real, operando entre dois reservatórios de calor, pode ser mais eficiente que uma máquina de Carnot que opere entre os mesmos dois reservatórios.
  • 192. Transformações isotérmicas  São transformações que ocorrem a temperatura constante, ou seja compressões ou expansões onde se altera a pressão e o volume, mantendo constante a temperatura. Transformações adiabáticas  São transformações que ocorrem a pressão constante, ou seja compressões ou expansões onde se altera a temperatura e o volume mantendo constante a pressão.
  • 193.  Ciclo frigorífico e bomba de calor de Carnot  Trabalho fornecido ao ciclo W = Qq – Qf  Eficiência do ciclo frigorífico de Carnot (εf > 1)  Eficiência do ciclo bomba de calor de Carnot (εbc > 1)
  • 194. Segundo principio da termodinâmica (Carnot – Clausius)  Postulado de Clausius  A transferência de calor de um corpo frio para um corpo quente é impossível.  Ou, então: uma transformação cujo único resultado final fosse transferir calor de um corpo a dada temperatura para outro corpo a temperatura mais elevada é impossível.
  • 195. Esquema de ar condicionado
  • 198. Processos reversíveis e processos irreversíveis  Os processos reais ocorrem num sentido preferencial. O calor passa espontaneamente de um corpo quente para um corpo frio, quando ambos são postos em contacto, mas o processo inverso só ocorre quando há uma influência externa.  Quando um corpo escorrega sobre uma superfície com atrito, acaba por atingir o repouso.  A energia mecânica do corpo converte-se em energia interna do corpo e da superfície.
  • 199.  Tais processos unidireccionais são denominados processos irreversíveis.  Em geral, um processo é irreversível quando o sistema e as suas vizinhanças não poderem retornar aos respectivos estados iniciais.  Um processo será reversível se o sistema passar do estado inicial até ao estado final, através de uma sucessão de estados de equilíbrio.
  • 200.  Um processo reversível tem que ocorrer quase estaticamente. Além disso, num processo reversível não pode haver efeitos dissipativos que produzam calor.  Outros efeitos que tendam a perturbar o equilíbrio, como a condução de calor provocada por diferenças de temperatura, também devem estar ausentes.  Na realidade, é impossível eliminar completamente tais efeitos; por isso não surpreende que os processos na natureza sejam processos irreversíveis.
  • 201.  Não obstante é possível a realização aproximada de processos reversíveis, em experiências com cuidadoso controlo.  O conceito de processo reversível é especialmente importante no estabelecimento dos limites teóricos do rendimento de uma máquina térmica.