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UMA VIVÊNCIA LITERÁRIA
A PARTIR DOS
ARQUÉTIPOS DOS ORIXÁS
DO CANDOMBLÉ
Nina Rizzi
"Lá nos sertões da África entre aldeias
distantes circulam homens aprendendo e
ensinando fatos históricos e culturais da
região...
Quando os Griots chegam nas aldeias, os pais
afinam os tambores, as mães vestem as
roupas mais bonitas e as crianças sentam na
roda. E está aberto o ritual do Contador de
Histórias“
- Thomas Hale, “Griots and Griottes”, Indiana
University Press, 1998
CANDOMBLÉ
DONDIÉ QUE INVÉM ISSO?
- Africanos trazidos para o Brasil como escravos entre 1549 e - 1888.
-Pertencentes a diversos grupos étnicos: yorubá, ewe, fon e bantu.
-No Brasila religião de tornou semi-independente em regiões diferentes, a mistura
entre as diferentes etnias evoluíras em diversas NAÇÕES, distinguidas pelas
divindades, atabaque (música) e o idioma sagrado dos rituais. - Dentre os
yorubás (nagô em português:
. Ketu – Bahia e quase todos estados;
. Efan – Bahia, RJ e SP;
. Ijexá – Bahia;
. Nagô Egbá/ Xangô do Nordeste – Paraíba, Alagoas, RJ, SP;
. Mina-nagô/ Tambor de Mina – Maranhão;
. Xambá – Alagoas e Pernambuco, hoje quase extinto;
- De outras línguas:
. Banto, Angola e Congo – quase todos estados, com mistura dos idiomas Bantu,
Kikongo e Kimbundo;
. Jeje (do yorubá ‘estrangeiro’, pejorativo para os do leste) – formado pelos povos
povos fons vindos do Dahomé e dos povos Mahis – Idioma mina, Maranhão.
CANDOMBLÉ? DIABÉISSO?
- Religião derivada do animismo africano onde se cultuam orixás, voduns
ou nkisis – dependendo da nação.
- Cada nação tem um único orixá.
- Não tem livro sagrado – oralidade é transmissora do sagrado.
- Surge em documentos e crônicas a partir século XVIII – documento mais
remoto “Mandamentos ou Capítulos da visita”, D. Frei Antônio de
Guadalupe, Bispo visitador de MG, 1726.
- Aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% população); 2.230
terreiros só em Salvador.
- Não confundir com Umbanda, Macumba, Omoloko, Vodou haitiano,
Santeria cubana, Obeah de Trinidad e Tobago, Tchamba e o Ourisha
também yorubá.
ALGUNS FUNDAMENTOS
- Monoteísta – Olorun para os yorubás/ketus; Nzambi para os Bantus; Mawu
para os Jejes (sincretizado com o Deus cristão).
-Orixás (yorubás), Inquices (bantus) e Voduns (jejes/fon), são
entidades/deidades criadas pelo Deus Supremo e criador.
- Cultua umas 50, das centenas de deidades ainda cultuadas na África
- Algumas deidades são identificadas (como no sincretismo), mas NÃO são as
mesmas, tendo cultos, toques e rituais diferentes.
- Toda pessoa é escolhida no nascimento por um Orixá;
- Alguns Orixás são incorporados por iniciados, outros cultuados em “árvore”
pela coletividade.
- Crença na vida após a morte.
-Babalorixá falecido materializam em roupas específicas: Baba Egum/
Egunegun – culto só de homens.
-Iyalorixás falecidas são cultuadas em árvore coletivamente Iyami-Ajé, nas
sociedades secretas Gelede. Ambos cultos feitos em casas independentes
das de candomblé.
- Crença nos Abikus (nascidos para morrer), morrem ao nascer, crianças ou
antes dos pais no aniversário ou casamento.
TEMAS POLÊMICOS
HOMOSSEXUALIDADE
Atualmente é amplamente discutida e aceita, mas houve
períodos em que gays não podiam ser iniciados como
rodantes (que entra em transe), nem que dançasse na roda
de canbdomblé. Joãozinho da Goméia foi o mais
revolucionário ao afrontar as matriarcas, tornou-se
conhecido internacionalmente.
ABORTO
Contra o aborto, veem o filho como continuação da própria
vida, e é o maior bem que existe. Trouxeram da África alguns
conceitos:
- Social: amparam e orientam adolescentes e mulheres
grávidas;
-Religioso: Oxum rege o processo de fecundidade, cuida do
embrião, evita aborto espontâneo, não aprova o aborto
provocado. A mulher que não consegue engravidas recorre
à Oxum;
- Jurídico: só aprova em casos previstos em lei;
Claro que, como em qualquer religião, caso queiram
buscam soluções alternativas fora dos terreiros.
OS TOQUES NO CANDOMBLÉ –
SINFONIA SEM PARTITURA
O som é o condutor do Axé do Otixá, é o som do couro e da
madeira vibrando que trazem os Orixás.
Os atabaques (ILÚ) são o instrumento principal e são objetos
sagrados não podendo sair dos terreiros, os que são usados nos
Afoxés são preparados para este fim.
As membranas dos atabaques são feitas com couro dos animais
que são oferecidos aos Orixás. Os Alagbês tocam o RUM
(atabaque maior) e os Ogãs os menores.
O Alagbê começa o toque, e através de seu desemprenho é
que o Orixá executa sua dança, acompanhado ao floreio do
rum. O agogô que marca a música é chamado GAN; as varetas
tocadas no atabaque chamam-se AGUIDAVIS. Éusado ainda o
XEQUERÊ.
NOMES DOS TOQUES DOS ORIXÁS
ADABI – Bater para nascer. Ritmo sincopado dedicado a Exú.
ADARRUM – Ritmo invocatório de todos os Orixás. Rápido, forte e contínuo marcado junto com o Agôgô. Pode ser acompanhado de canto
especialmente para Ogum.
AGUERE – Em Yorubá significa “lentidão”. Ritmo cadenciado para Oxóssi com andamento mais rápido para Iansã. Quando executado para
Iansã é chamado de “quebra-pratos”
ALUJÁ – Significa orifício ou perfuração. Toque rápido com características guerreiras. É dedicado a Xangô.
BRAVUM – Dedicado a Oxumaré . Ritmo marcado por golpes fortes do Run.
HUNTÓ ou RUNTÓ – Ritmo de origem Fon executado para Oxumaré. Pode ser executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô.
IGBIN – Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes. Descreve a viagem de um Ancião. É dedicada a Oxalufã.
IJESA – Ritmo cadenciado tocado só com as mãos. É dedicado a Oxum quando sua execução é só instrumental.
BATA – Batá significa tambor para culto de Egun e Sangô . Ritmo cadenciado especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás.
Tocado com as mãos.
KORIN- EWE – Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria. O seu significado é “Canção das Folhas”.
OGUELE – Ritmo atribuído a Obá. Executado com cânticos para Ewá.
OPANIJE – Dedicado a Obaluaiê, Onile e Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. Significa “o que mata e come”.
SATÓ – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Oxumaré ou
Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado.
TONIBOBÉ – Pedir e adorar com justiça é o seu significado. Tocado para Xangô.
OS ORIXÁS
Ancestrais divinizados africanos que correspondem a pontos de força da natureza
e os seus arquétipos estão relacionados Às manifestações dessas forças. Como se
expressam através das emoções como os humanos, suas características aproxima-os de
nós. Sentem raiva, ciúme, demonstram vaidade, orgulho.
Cada Orixá tem seus sistema simbólico particular, composto de cores, comidas ,
orins (cânticos), àdùràs (rezas), ofos (encantamentos), oríkis (louvações), ambientes,
espaços físicos, dias, etc.
Como resultado do sincretismo operado à época da escravatura, cada Orixá foi
também associado a um santo católico.
Há menção de 600 Orixás primários, divididos em duas classes, os 400 dos Irun
Imole – do Orun (“céu”), e os outros 200 do Igbá Imole, da Ayè (“terra”). Dos Igbá Imole
surgem os Orixás Funfun – ‘brancos’, que vestem branco, como Oxalá e Orunmilá, e os
Orixás Dudu – ‘pretos’, que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô.
Existem Orixás que já viveram na terra, como Xangô, Oyá, Ogun e Oxóssi; os que
fizeram parte da criação do mundo e só vieram à terra para criar o mundo e voltaram ao
Orun, como Obatalá, e os Funfun.
O Orixá pessoal de uma pessoa é uma manifestação de dentro para fora, seu
“EU” está ligado ao Orixá, não é uma simples incorporação, é uma materialização.
A SEGUIR VEREMOS OS 12 ORIXÁS MAIS CNHECIDOS NO BRASIL –NAÇÃO KETU
OLÓDÙMARÈ - OLORUM
Kosi oba afi Olórun – Não há um rei maior que Olorum.
• Ser supremo que vive numa dimensão “paralela à nossa, o
Òrun (Olorum: Senhor do Orun). É o criador do Òrun, do Ayè,
dos Òrisà e do Homem.
• Embora reconhecido e louvado como Ser Supremo, para Ele
não existe culto direto e templo individual. Ele delega poderes
aos Orixás, como a Òrínsànlá/ Obatalá, primeiro a ser criado.
• Nennhhuma tentativa de adaptação dos conceitos
teológicos e filosóficos de outras culturas cabem na yorubá
do Preexistente, o gerador de todos os poderes, inclusive o
maior deles, o Àse/ Axé, grande e divino poder, potência
com a qual Olodumaré criou, através dos Orixás, o complexo
Òrun-àiyé.
EXU
Orixá do movimento, mensageiro entre os homens e os Orixás,
guardião de todas as portas e caminhos. Só através dele é possível
invocar os Orixás. Está em todos os caminhos, ruas, estradas.
Pais: Oxalá e Imanjá
Irmãos: Ogum e Oxóssi
Elemento: Fogo
Personalidade: Atrevido, agressivo
Símbolo: Ogô – bastão adornado com cabaça e búzios
Dia da semana: segunda-feira
Colar: vermelho e preto
Roupa: vermelha e preta
Oferendas: farofa com dendê, feijão, inhame, água, mel e
cachaça
Arquétipos: seus filhos são sensuais, dominadores e inteligentes.
Gostam da vida cercada de barulho, muitas pessoas e romances
de todo tipo. Adoram festas e não se prendem a ninguém, são
muito impulsivos. Quando amam alguém, dão sua vida se for
preciso, sem pensar em nada. Gostam de ajudar e trabalhar, mas
podem se tornar vingativos e extremamente cruéis.
Saudação: Laroyê!
OXÓSSI
Orixá da caça, florestas, animais, fartura e sustento; patrono do
candomblé brasileiro. Está em todas as refeições
Pais: Oxalá e Iemanjá
Conjugês: Oxum e Yansã
Filhos: Logunedé e Ibeji
Elemento: florestas
Personalidade: intuitivo e emotivo
Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi
Dia da semana: quinta-feira
Colar: azul claro
Roupa: azul ou verde claro
Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e
abóbora
Arquétipo: seus filhos são alegres e joviais, espertos e rápidos, sempre
em alerta e movimento. Cheios de iniciativa e em vias de novas
descobertas ou atividades. Têm senso de responsabilidade e dos
cuidados com a família. São generosos, hospitaleiros e amigos da
ordem, embora gostem de mudar e encontrar novos meios de
existência, em detrimento de uma vida harmoniosa e calma.
Saudação: Okê Arô!
OXUM
Orixá das águas doces – rios, fontes, lagos, cachoeiras; reina
sobre o amor, a beleza, a fecundidade e a diplomacia. É a dona
do ouro e na nação Ijexá.
Irmã: Yansã
Cônjuges: Xangô, Oxóssi, Ogum
Filho: Logunedé
Elemento: água
Personalidade: maternal e tranquila
Símbolo: Abebê (leque espelhado)
Dia da semana: sábado
Colar: amarelo ouro
Oferendas: milho branco xinxim de galinha, ovos, peixes de água
doce, feijão e mel
Arquétipo: seus filhos são doces, maternos, sentimentais, agem
mais com o coração do que com a razão e são chorões.
Extremamente vaidosos e conquistadores, adoram o luxo, a vida
social e estão sempre namorando.
Saudação: Ora yê yê ô!
OBALUAYÊ/ OMOLU
Orixá das pestes, das doenças da pele e atualmente da AIDS.
Chamado médico dos pobres; comanda os Eguns
Pais: Oxalá e Nanã
Irmão: Oximaré
Sincretismo: São Roque, São Lázaro
Elemento: terra
Personalidade: tímido e vingativo
Símbolo: Xaxará (feiche de palha e búzios)
Dia da semana: segunda-feira
Colar: preto e vermelho ou vermelho, branco e preto
Roupa: vermelha e preta coberta de palha
Oferendas: pipoca, feijão e milho, com muito dendê
Arquétipo: Parecem ter mais idade do que tem, são doces,
mas reclamões, rabugentos e mal-humorados. Quando
querem ajudam a todos sem exceção. Sofrem com problemas
de saúde. São fieis, dedicados e grandes amigos. Tem
premonições e seus filhos são maduros, gostam de ordem e
disciplina. Não levam desaforo, nem falam pelas costas,
odeiam fofocas. São irônicos, secos, diretos e muito
independentes
Saudação: Atôtô!
OYÁ/ YANSÃ
Orixá dos ventos e tempestades e do rio Níger; senhora dos raios e
dona da alma dos mortos
Irmã: Oxum
Cônjuges: Ogum, Xangô e Oxóssi
Sincretismo: Santa Bárbara
Elemento: Fogo
Personalidade: Impulsiva e imprevisível
Símbolo: espada e rabo de cavalo – representada com alfange e
cauda animal nas mãos, chifre de búfalo na cintura
Dia da semana: quarta-feira
Colar: vermelho ou marrom escuro
Roupa: vermelha
Oferendas: Milho branco, arroz, feijão, inhame e acarajé
Saudação: Eparrei!
Arquétipo: Independentes, guerreiros, audaciosos e autoritário.
Sensuais, estão em evidencia em qualquer atividade ou situação,
não suportando posições subalternas ou contrariedades. Líderes,
criativos e inteligentes, realizam várias tarefas ao mesmo tempo e são
bons educadores, embora pouco maternais. Cuidam das crianças a
partir dos 7 anos.
OXUMARÉ
Orixá da chuva e do arco-íris; transporta a água entre o céu e a terra.
De natureza feminina e masculina (algumas tradições afirmam que seu
feminino é Ewá); símbolo da continuidade e permanência. O cordão-
umbilical está sob seu controle; representa riqueza e fortuna
Mãe: Nanã
Irmãos: Osanyin, Ewá e Obaluayê
Sincretismo: São Bartolomeu
Elemento: água
Personalidade: sensível e tranquilo
Símbolo: cobra de metal
Dia da semana: quinta-feira
Colar: amarelo e verde
Roupa: azul claro e verde claro
Oferendas: Milho branco, acarajé, coco, mel, inhame, feijão com ovos
Arquétipo: seus filhos, assim como sua lenda, em sua maioria passam por
muitas dificuldades, quase miseráveis, mas dão uma guinada.
Orgulhosos e ostentadores, nunca se negam a ajudar quem precisa. São
pessoas duais, de temperamento ora doce, ora agressivo. Podem se
tornar perversos. Suas vidas estão em constante mudanças.
Saudação: Arroboboi!
XANGÔ
Orixá do fogo e trovão. Diz a tradição que foi rei de Oyó, cidade da
Nigéria; considerado rei de todo povo yorubá. É viril, violento e
justiceiro. Castiga os mentirosos e protege advogados e juízes; é a
representação máxima do poder de Olorum
Cônjuges: Obá, Iansã, Iemanjá, Oxum
Sincretismo: São Jerônimo e São Miguel Arcanjo
Elemento: fogo
Personalidade: atrevido e prepotente
Símbolo: Oxé (machado duplo)
Dia da semana: quarta-feira
Colar: branco
Roupa: branca e vermelha, com coroa de latão
Oferendas: Amalá – quiabo com camarão seco e dendê
Arquétipo: fortes, violentos, destemidos e justos. Tem sede de
poder, sendo voluntariosos, altivos e conscientes de sua
importância, real ou suposta, sensível ao sexo oposto;
Saudação: Kao Kabiesilê!
NANÃ BURUKU
Orixá das águas paradas profundas e lamacentas, chuvas, mangues e
pantanos. Senhora da morte e responsável pelos portais de entrada e
saída (reencarnação e desencarne). A mais velha dos Orixás e primeira
Yiabá, por isso, muito respeitada.
Cônjuge: Oxalá
Filhos: Obaluaiyê, Osanyin, Oxumaré e Yewá
Sincretismo: Sant’Ana
Elemento: terra
Personalidade: vingativa e sábia
Símbolo: Ibiri (cetro de palha e búzios)
Dia da semana: sábado
Colar: branco e azul ou preto e roxo
Roupa: Branco e azul
Oferendas: Milho branco, arroz, feijão, mel e dendê.
Arquétipo: Conservadores e presos aos padrões convencionais e
teimosos. Passam aos outros a aparência de calmos, mudando
rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos,
quando então podem ser perigosos. Quando mães são apegadas e
muito protetoras; ciumentas e possessivas, exigem atenção e respeito.
Majestosos e seguros nas ações, procuram sempre o caminho da
sabedoria e justiça.
Saudação: Salubá!
YEMONJÁ
Orixá dos mares e oceanos. Mãe de todos os Orixás, é
representada com os seios volumosos, simbolizando maternidade
e fecundidade
Cônjuge: Oxalá
Filhos: Exu, Ogum e Oxóssi
Sincretismo: Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da
Conceição e Nossa Senhora da Glória
Elemento: água
Personalidade: maternal e tranquila
Símbolo: leque e espada
Dia da semana: sábado
Colar: transparente verde ou azul claro
Roupa: branco e azul
Oferendas: peixes de água salgada, arroz, milho, camarão com
coco
Arquétipo: seus filhos são serenos, maternais, sinceros e ajudam a
todos sem exceção. Também voluntariosos, fortes, rigorosos,
protetores, altivos. Gostam de ordem, hierarquia e disciplina. São
ingênuos e calmos até demais, mas quando se enfurecem são
como as ondas do mar. Vaidosos, sobretudo com cabelos. Tem
certo medo do mar.
Saudação: Odoyá!
OXALÁ
Orixá da criação; criou os homens. Obstinado e independente, é
representado de duas maneiras: Oxaguiã, jovem, e Oxalufã,
velho.
Sincretismo: Jesus Cristo
Elemento: ar
Personalidade: sereno, pacificador, equilibrado e justo
Símbolo: quando Oxaguiã a Idá (espada) e um pilão de metal
branco com escudo; quando Oxalufã Oparoxó (cajado de
alumínio com adornos)
Dia da semana: sexta-feira
Colar: branco
Roupa: branca
Oferendas: arroz, milho branco e massa de inhame
Arquétipo: calmos, responsáveis e de confiança. Seus ideais são
levadas até o fim. Gostam de dominar e liderar; são dedicados e
caprichosos. Respeitam a todos e exigem respeito. Calmos,
doces, retos e elegantes, sabem perdoar e não alimentam
negatividades.
Saudação:Epa babá!
OGUM/ OGUNDELÊ
Orixá ferreiro, da guerra, do ferro, da agricultura e da tecnologia.
Conhecido no Brasil como um deus guerreiro. Sem sua proteção,
nenhum trabalho pode ser proveitoso.
Pais: Oxalá e Yemanjá
Irmãos: Oxóssi e Exu
Cônjuges: Yansã e Oxum
Sinretismo: São Jorge
Elemento: ferro
Símbolo: espada
Personalidade: impaciente e obstinado
Dia da semana: terça-feira
Colar: azul marinho
Roupa: azul, verde escuro, vermelho ou amarelo
Oferenda: feijoada, xinxim e inhame
Arquétipo: são pessoas fortes, aguerridas, impulsivas e incapazes
de perdoar as ofensas. Perseguem energicamente seus objetivos
e não se desencorajam facilmente. Impetuosos e arrogantes,
porém sinceros e francos. Apesar do humor mutável, são
adorados.
Saudação: Ogunhê!
«QUANDO EM
ÁFRICA MORRE
UM ANCIÃO,
É UMA BIBLIOTECA
QUE ESAPARECE».
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- LOPES, Ney. Encicoplédia Brasileira da Diáspora Africana. Selo
Negro, 2004.
- PINGUILLY, Yves. Contos e lendas da África; trad. Eduardo
Brandão; ilust. Cathy Millet. Cia. das Letras, 2005.
-ZUMTHOUR, Paul. Introduction à la poésie orale. University of
Minnesota Press, 1990.
-[ver documento anexo com lista de livros com temática africana]

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Introdução ao Candomblé e seus Orixás

  • 1.
  • 2. UMA VIVÊNCIA LITERÁRIA A PARTIR DOS ARQUÉTIPOS DOS ORIXÁS DO CANDOMBLÉ Nina Rizzi
  • 3. "Lá nos sertões da África entre aldeias distantes circulam homens aprendendo e ensinando fatos históricos e culturais da região... Quando os Griots chegam nas aldeias, os pais afinam os tambores, as mães vestem as roupas mais bonitas e as crianças sentam na roda. E está aberto o ritual do Contador de Histórias“ - Thomas Hale, “Griots and Griottes”, Indiana University Press, 1998
  • 4. CANDOMBLÉ DONDIÉ QUE INVÉM ISSO? - Africanos trazidos para o Brasil como escravos entre 1549 e - 1888. -Pertencentes a diversos grupos étnicos: yorubá, ewe, fon e bantu. -No Brasila religião de tornou semi-independente em regiões diferentes, a mistura entre as diferentes etnias evoluíras em diversas NAÇÕES, distinguidas pelas divindades, atabaque (música) e o idioma sagrado dos rituais. - Dentre os yorubás (nagô em português: . Ketu – Bahia e quase todos estados; . Efan – Bahia, RJ e SP; . Ijexá – Bahia; . Nagô Egbá/ Xangô do Nordeste – Paraíba, Alagoas, RJ, SP; . Mina-nagô/ Tambor de Mina – Maranhão; . Xambá – Alagoas e Pernambuco, hoje quase extinto; - De outras línguas: . Banto, Angola e Congo – quase todos estados, com mistura dos idiomas Bantu, Kikongo e Kimbundo; . Jeje (do yorubá ‘estrangeiro’, pejorativo para os do leste) – formado pelos povos povos fons vindos do Dahomé e dos povos Mahis – Idioma mina, Maranhão.
  • 5. CANDOMBLÉ? DIABÉISSO? - Religião derivada do animismo africano onde se cultuam orixás, voduns ou nkisis – dependendo da nação. - Cada nação tem um único orixá. - Não tem livro sagrado – oralidade é transmissora do sagrado. - Surge em documentos e crônicas a partir século XVIII – documento mais remoto “Mandamentos ou Capítulos da visita”, D. Frei Antônio de Guadalupe, Bispo visitador de MG, 1726. - Aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% população); 2.230 terreiros só em Salvador. - Não confundir com Umbanda, Macumba, Omoloko, Vodou haitiano, Santeria cubana, Obeah de Trinidad e Tobago, Tchamba e o Ourisha também yorubá.
  • 6. ALGUNS FUNDAMENTOS - Monoteísta – Olorun para os yorubás/ketus; Nzambi para os Bantus; Mawu para os Jejes (sincretizado com o Deus cristão). -Orixás (yorubás), Inquices (bantus) e Voduns (jejes/fon), são entidades/deidades criadas pelo Deus Supremo e criador. - Cultua umas 50, das centenas de deidades ainda cultuadas na África - Algumas deidades são identificadas (como no sincretismo), mas NÃO são as mesmas, tendo cultos, toques e rituais diferentes. - Toda pessoa é escolhida no nascimento por um Orixá; - Alguns Orixás são incorporados por iniciados, outros cultuados em “árvore” pela coletividade. - Crença na vida após a morte. -Babalorixá falecido materializam em roupas específicas: Baba Egum/ Egunegun – culto só de homens. -Iyalorixás falecidas são cultuadas em árvore coletivamente Iyami-Ajé, nas sociedades secretas Gelede. Ambos cultos feitos em casas independentes das de candomblé. - Crença nos Abikus (nascidos para morrer), morrem ao nascer, crianças ou antes dos pais no aniversário ou casamento.
  • 7. TEMAS POLÊMICOS HOMOSSEXUALIDADE Atualmente é amplamente discutida e aceita, mas houve períodos em que gays não podiam ser iniciados como rodantes (que entra em transe), nem que dançasse na roda de canbdomblé. Joãozinho da Goméia foi o mais revolucionário ao afrontar as matriarcas, tornou-se conhecido internacionalmente. ABORTO Contra o aborto, veem o filho como continuação da própria vida, e é o maior bem que existe. Trouxeram da África alguns conceitos: - Social: amparam e orientam adolescentes e mulheres grávidas; -Religioso: Oxum rege o processo de fecundidade, cuida do embrião, evita aborto espontâneo, não aprova o aborto provocado. A mulher que não consegue engravidas recorre à Oxum; - Jurídico: só aprova em casos previstos em lei; Claro que, como em qualquer religião, caso queiram buscam soluções alternativas fora dos terreiros.
  • 8. OS TOQUES NO CANDOMBLÉ – SINFONIA SEM PARTITURA O som é o condutor do Axé do Otixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Orixás. Os atabaques (ILÚ) são o instrumento principal e são objetos sagrados não podendo sair dos terreiros, os que são usados nos Afoxés são preparados para este fim. As membranas dos atabaques são feitas com couro dos animais que são oferecidos aos Orixás. Os Alagbês tocam o RUM (atabaque maior) e os Ogãs os menores. O Alagbê começa o toque, e através de seu desemprenho é que o Orixá executa sua dança, acompanhado ao floreio do rum. O agogô que marca a música é chamado GAN; as varetas tocadas no atabaque chamam-se AGUIDAVIS. Éusado ainda o XEQUERÊ.
  • 9. NOMES DOS TOQUES DOS ORIXÁS ADABI – Bater para nascer. Ritmo sincopado dedicado a Exú. ADARRUM – Ritmo invocatório de todos os Orixás. Rápido, forte e contínuo marcado junto com o Agôgô. Pode ser acompanhado de canto especialmente para Ogum. AGUERE – Em Yorubá significa “lentidão”. Ritmo cadenciado para Oxóssi com andamento mais rápido para Iansã. Quando executado para Iansã é chamado de “quebra-pratos” ALUJÁ – Significa orifício ou perfuração. Toque rápido com características guerreiras. É dedicado a Xangô. BRAVUM – Dedicado a Oxumaré . Ritmo marcado por golpes fortes do Run. HUNTÓ ou RUNTÓ – Ritmo de origem Fon executado para Oxumaré. Pode ser executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô. IGBIN – Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes. Descreve a viagem de um Ancião. É dedicada a Oxalufã. IJESA – Ritmo cadenciado tocado só com as mãos. É dedicado a Oxum quando sua execução é só instrumental. BATA – Batá significa tambor para culto de Egun e Sangô . Ritmo cadenciado especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado com as mãos. KORIN- EWE – Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria. O seu significado é “Canção das Folhas”. OGUELE – Ritmo atribuído a Obá. Executado com cânticos para Ewá. OPANIJE – Dedicado a Obaluaiê, Onile e Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. Significa “o que mata e come”. SATÓ – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Oxumaré ou Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado. TONIBOBÉ – Pedir e adorar com justiça é o seu significado. Tocado para Xangô.
  • 10. OS ORIXÁS Ancestrais divinizados africanos que correspondem a pontos de força da natureza e os seus arquétipos estão relacionados Às manifestações dessas forças. Como se expressam através das emoções como os humanos, suas características aproxima-os de nós. Sentem raiva, ciúme, demonstram vaidade, orgulho. Cada Orixá tem seus sistema simbólico particular, composto de cores, comidas , orins (cânticos), àdùràs (rezas), ofos (encantamentos), oríkis (louvações), ambientes, espaços físicos, dias, etc. Como resultado do sincretismo operado à época da escravatura, cada Orixá foi também associado a um santo católico. Há menção de 600 Orixás primários, divididos em duas classes, os 400 dos Irun Imole – do Orun (“céu”), e os outros 200 do Igbá Imole, da Ayè (“terra”). Dos Igbá Imole surgem os Orixás Funfun – ‘brancos’, que vestem branco, como Oxalá e Orunmilá, e os Orixás Dudu – ‘pretos’, que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô. Existem Orixás que já viveram na terra, como Xangô, Oyá, Ogun e Oxóssi; os que fizeram parte da criação do mundo e só vieram à terra para criar o mundo e voltaram ao Orun, como Obatalá, e os Funfun. O Orixá pessoal de uma pessoa é uma manifestação de dentro para fora, seu “EU” está ligado ao Orixá, não é uma simples incorporação, é uma materialização. A SEGUIR VEREMOS OS 12 ORIXÁS MAIS CNHECIDOS NO BRASIL –NAÇÃO KETU
  • 11. OLÓDÙMARÈ - OLORUM Kosi oba afi Olórun – Não há um rei maior que Olorum. • Ser supremo que vive numa dimensão “paralela à nossa, o Òrun (Olorum: Senhor do Orun). É o criador do Òrun, do Ayè, dos Òrisà e do Homem. • Embora reconhecido e louvado como Ser Supremo, para Ele não existe culto direto e templo individual. Ele delega poderes aos Orixás, como a Òrínsànlá/ Obatalá, primeiro a ser criado. • Nennhhuma tentativa de adaptação dos conceitos teológicos e filosóficos de outras culturas cabem na yorubá do Preexistente, o gerador de todos os poderes, inclusive o maior deles, o Àse/ Axé, grande e divino poder, potência com a qual Olodumaré criou, através dos Orixás, o complexo Òrun-àiyé.
  • 12. EXU Orixá do movimento, mensageiro entre os homens e os Orixás, guardião de todas as portas e caminhos. Só através dele é possível invocar os Orixás. Está em todos os caminhos, ruas, estradas. Pais: Oxalá e Imanjá Irmãos: Ogum e Oxóssi Elemento: Fogo Personalidade: Atrevido, agressivo Símbolo: Ogô – bastão adornado com cabaça e búzios Dia da semana: segunda-feira Colar: vermelho e preto Roupa: vermelha e preta Oferendas: farofa com dendê, feijão, inhame, água, mel e cachaça Arquétipos: seus filhos são sensuais, dominadores e inteligentes. Gostam da vida cercada de barulho, muitas pessoas e romances de todo tipo. Adoram festas e não se prendem a ninguém, são muito impulsivos. Quando amam alguém, dão sua vida se for preciso, sem pensar em nada. Gostam de ajudar e trabalhar, mas podem se tornar vingativos e extremamente cruéis. Saudação: Laroyê!
  • 13. OXÓSSI Orixá da caça, florestas, animais, fartura e sustento; patrono do candomblé brasileiro. Está em todas as refeições Pais: Oxalá e Iemanjá Conjugês: Oxum e Yansã Filhos: Logunedé e Ibeji Elemento: florestas Personalidade: intuitivo e emotivo Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi Dia da semana: quinta-feira Colar: azul claro Roupa: azul ou verde claro Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e abóbora Arquétipo: seus filhos são alegres e joviais, espertos e rápidos, sempre em alerta e movimento. Cheios de iniciativa e em vias de novas descobertas ou atividades. Têm senso de responsabilidade e dos cuidados com a família. São generosos, hospitaleiros e amigos da ordem, embora gostem de mudar e encontrar novos meios de existência, em detrimento de uma vida harmoniosa e calma. Saudação: Okê Arô!
  • 14. OXUM Orixá das águas doces – rios, fontes, lagos, cachoeiras; reina sobre o amor, a beleza, a fecundidade e a diplomacia. É a dona do ouro e na nação Ijexá. Irmã: Yansã Cônjuges: Xangô, Oxóssi, Ogum Filho: Logunedé Elemento: água Personalidade: maternal e tranquila Símbolo: Abebê (leque espelhado) Dia da semana: sábado Colar: amarelo ouro Oferendas: milho branco xinxim de galinha, ovos, peixes de água doce, feijão e mel Arquétipo: seus filhos são doces, maternos, sentimentais, agem mais com o coração do que com a razão e são chorões. Extremamente vaidosos e conquistadores, adoram o luxo, a vida social e estão sempre namorando. Saudação: Ora yê yê ô!
  • 15. OBALUAYÊ/ OMOLU Orixá das pestes, das doenças da pele e atualmente da AIDS. Chamado médico dos pobres; comanda os Eguns Pais: Oxalá e Nanã Irmão: Oximaré Sincretismo: São Roque, São Lázaro Elemento: terra Personalidade: tímido e vingativo Símbolo: Xaxará (feiche de palha e búzios) Dia da semana: segunda-feira Colar: preto e vermelho ou vermelho, branco e preto Roupa: vermelha e preta coberta de palha Oferendas: pipoca, feijão e milho, com muito dendê Arquétipo: Parecem ter mais idade do que tem, são doces, mas reclamões, rabugentos e mal-humorados. Quando querem ajudam a todos sem exceção. Sofrem com problemas de saúde. São fieis, dedicados e grandes amigos. Tem premonições e seus filhos são maduros, gostam de ordem e disciplina. Não levam desaforo, nem falam pelas costas, odeiam fofocas. São irônicos, secos, diretos e muito independentes Saudação: Atôtô!
  • 16. OYÁ/ YANSÃ Orixá dos ventos e tempestades e do rio Níger; senhora dos raios e dona da alma dos mortos Irmã: Oxum Cônjuges: Ogum, Xangô e Oxóssi Sincretismo: Santa Bárbara Elemento: Fogo Personalidade: Impulsiva e imprevisível Símbolo: espada e rabo de cavalo – representada com alfange e cauda animal nas mãos, chifre de búfalo na cintura Dia da semana: quarta-feira Colar: vermelho ou marrom escuro Roupa: vermelha Oferendas: Milho branco, arroz, feijão, inhame e acarajé Saudação: Eparrei! Arquétipo: Independentes, guerreiros, audaciosos e autoritário. Sensuais, estão em evidencia em qualquer atividade ou situação, não suportando posições subalternas ou contrariedades. Líderes, criativos e inteligentes, realizam várias tarefas ao mesmo tempo e são bons educadores, embora pouco maternais. Cuidam das crianças a partir dos 7 anos.
  • 17. OXUMARÉ Orixá da chuva e do arco-íris; transporta a água entre o céu e a terra. De natureza feminina e masculina (algumas tradições afirmam que seu feminino é Ewá); símbolo da continuidade e permanência. O cordão- umbilical está sob seu controle; representa riqueza e fortuna Mãe: Nanã Irmãos: Osanyin, Ewá e Obaluayê Sincretismo: São Bartolomeu Elemento: água Personalidade: sensível e tranquilo Símbolo: cobra de metal Dia da semana: quinta-feira Colar: amarelo e verde Roupa: azul claro e verde claro Oferendas: Milho branco, acarajé, coco, mel, inhame, feijão com ovos Arquétipo: seus filhos, assim como sua lenda, em sua maioria passam por muitas dificuldades, quase miseráveis, mas dão uma guinada. Orgulhosos e ostentadores, nunca se negam a ajudar quem precisa. São pessoas duais, de temperamento ora doce, ora agressivo. Podem se tornar perversos. Suas vidas estão em constante mudanças. Saudação: Arroboboi!
  • 18. XANGÔ Orixá do fogo e trovão. Diz a tradição que foi rei de Oyó, cidade da Nigéria; considerado rei de todo povo yorubá. É viril, violento e justiceiro. Castiga os mentirosos e protege advogados e juízes; é a representação máxima do poder de Olorum Cônjuges: Obá, Iansã, Iemanjá, Oxum Sincretismo: São Jerônimo e São Miguel Arcanjo Elemento: fogo Personalidade: atrevido e prepotente Símbolo: Oxé (machado duplo) Dia da semana: quarta-feira Colar: branco Roupa: branca e vermelha, com coroa de latão Oferendas: Amalá – quiabo com camarão seco e dendê Arquétipo: fortes, violentos, destemidos e justos. Tem sede de poder, sendo voluntariosos, altivos e conscientes de sua importância, real ou suposta, sensível ao sexo oposto; Saudação: Kao Kabiesilê!
  • 19. NANÃ BURUKU Orixá das águas paradas profundas e lamacentas, chuvas, mangues e pantanos. Senhora da morte e responsável pelos portais de entrada e saída (reencarnação e desencarne). A mais velha dos Orixás e primeira Yiabá, por isso, muito respeitada. Cônjuge: Oxalá Filhos: Obaluaiyê, Osanyin, Oxumaré e Yewá Sincretismo: Sant’Ana Elemento: terra Personalidade: vingativa e sábia Símbolo: Ibiri (cetro de palha e búzios) Dia da semana: sábado Colar: branco e azul ou preto e roxo Roupa: Branco e azul Oferendas: Milho branco, arroz, feijão, mel e dendê. Arquétipo: Conservadores e presos aos padrões convencionais e teimosos. Passam aos outros a aparência de calmos, mudando rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos, quando então podem ser perigosos. Quando mães são apegadas e muito protetoras; ciumentas e possessivas, exigem atenção e respeito. Majestosos e seguros nas ações, procuram sempre o caminho da sabedoria e justiça. Saudação: Salubá!
  • 20. YEMONJÁ Orixá dos mares e oceanos. Mãe de todos os Orixás, é representada com os seios volumosos, simbolizando maternidade e fecundidade Cônjuge: Oxalá Filhos: Exu, Ogum e Oxóssi Sincretismo: Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora da Glória Elemento: água Personalidade: maternal e tranquila Símbolo: leque e espada Dia da semana: sábado Colar: transparente verde ou azul claro Roupa: branco e azul Oferendas: peixes de água salgada, arroz, milho, camarão com coco Arquétipo: seus filhos são serenos, maternais, sinceros e ajudam a todos sem exceção. Também voluntariosos, fortes, rigorosos, protetores, altivos. Gostam de ordem, hierarquia e disciplina. São ingênuos e calmos até demais, mas quando se enfurecem são como as ondas do mar. Vaidosos, sobretudo com cabelos. Tem certo medo do mar. Saudação: Odoyá!
  • 21. OXALÁ Orixá da criação; criou os homens. Obstinado e independente, é representado de duas maneiras: Oxaguiã, jovem, e Oxalufã, velho. Sincretismo: Jesus Cristo Elemento: ar Personalidade: sereno, pacificador, equilibrado e justo Símbolo: quando Oxaguiã a Idá (espada) e um pilão de metal branco com escudo; quando Oxalufã Oparoxó (cajado de alumínio com adornos) Dia da semana: sexta-feira Colar: branco Roupa: branca Oferendas: arroz, milho branco e massa de inhame Arquétipo: calmos, responsáveis e de confiança. Seus ideais são levadas até o fim. Gostam de dominar e liderar; são dedicados e caprichosos. Respeitam a todos e exigem respeito. Calmos, doces, retos e elegantes, sabem perdoar e não alimentam negatividades. Saudação:Epa babá!
  • 22. OGUM/ OGUNDELÊ Orixá ferreiro, da guerra, do ferro, da agricultura e da tecnologia. Conhecido no Brasil como um deus guerreiro. Sem sua proteção, nenhum trabalho pode ser proveitoso. Pais: Oxalá e Yemanjá Irmãos: Oxóssi e Exu Cônjuges: Yansã e Oxum Sinretismo: São Jorge Elemento: ferro Símbolo: espada Personalidade: impaciente e obstinado Dia da semana: terça-feira Colar: azul marinho Roupa: azul, verde escuro, vermelho ou amarelo Oferenda: feijoada, xinxim e inhame Arquétipo: são pessoas fortes, aguerridas, impulsivas e incapazes de perdoar as ofensas. Perseguem energicamente seus objetivos e não se desencorajam facilmente. Impetuosos e arrogantes, porém sinceros e francos. Apesar do humor mutável, são adorados. Saudação: Ogunhê!
  • 23. «QUANDO EM ÁFRICA MORRE UM ANCIÃO, É UMA BIBLIOTECA QUE ESAPARECE».
  • 24. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - LOPES, Ney. Encicoplédia Brasileira da Diáspora Africana. Selo Negro, 2004. - PINGUILLY, Yves. Contos e lendas da África; trad. Eduardo Brandão; ilust. Cathy Millet. Cia. das Letras, 2005. -ZUMTHOUR, Paul. Introduction à la poésie orale. University of Minnesota Press, 1990. -[ver documento anexo com lista de livros com temática africana]