SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 20
Baixar para ler offline
Fundação de Ensino Superior de Olinda - FUNESO
      União de Escolas Superiores da Funeso - UNESF
               Bacharelado em Enfermagem




Sistematização da Assistência de

Enfermagem no Tratamento das

          Feridas crônicas




                      Olinda – 2006
Fundação de Ensino Superior de Olinda - FUNESO
      União de Escolas Superiores da Funeso - UNESF
               Bacharelado em Enfermagem




Sistematização da Assistência de

Enfermagem no Tratamento das

          Feridas crônicas

                                          Este Projeto foi realizado por Nelise
                                       Araújo da Cunha, com o propósito de
                                       desenvolver, bibliograficamente, a
                                       Sistematização da Assistência de
                                       Enfermagem no Tratamento das Feridas
                                       Crônicas. Orientado pela Professora
                                       Maria das Graça de Melo.




                       Olinda - 2006
Sumário:
1.0 Introdução
2.0 Objetivos
       2.1 Geral
       2.2 Específico
3.0 Metodologia
4.0 Referencial Teórico:
4.1 Aspectos Históricos do Tratamento de Feridas
4.2 Ética no tratamento de Feridas
4.3 Importância da Anamnese no Tratamento das lesões
4.4 Conceitos básicos sobre a pele
        4.4.1 Características da Epiderme
        4.4.2 Características da Derme
4.5 Conceito de Feridas
4.6 Classificação das Feridas
        4.6.1 Quanto à origem
        4.6.2 Quanto ao grau de contaminação
        4.6.3 Quanto à aparência
        4.6.4 Quanto à cor
        4.6.5 Quanto ao tipo de secreção
4.7 Conceitos de Cicatrização
4.8 Fisiologia da Cicatrização
4.9 Fatores sistêmicos que retardam a cicatrização
4.10 Conceito de curativos
4.11 Desbridamento
4.12 Influência medicamentosa no tratamento das feridas
4.13 Importância da nutrição no tratamento das feridas
4.14 Aspectos gerais das feridas crônicas
4.15 Sistematização da Assistência de Enfermagem no tratamento de feridas crônicas.
4.16 Referencia bibliográfico
1.0 Introdução:
      Cuidar de feridas é um processo dinâmico, complexo e que requer uma atenção especial
principalmente quando se refere a uma lesão crônica. Deve-se levar em consideração que as
feridas crônicas evoluem rapidamente, são refratárias a diversos tipos de tratamentos e
decorrem de condições predisponentes que impossibilitam a normal cicatrização. (Candido,
2001, p. 201).
      O enfermeiro deve ter uma visão ampla no que se refere ao tratamento de uma ferida
crônica. De acordo com Cândido (2001, p. 25), o papel desse profissional não se resume a
apenas execução dos curativos prescritos pelo médico. O profissional de enfermagem preenche
uma lacuna importante no tratamento de feridas; sua figura e preponderante. É ele quem
executa o curativo diariamente e está em maior contato com o paciente. Por essa razão, em
muitos aspectos sua ação se sobreporá à dos outros componentes da equipe.
      O tratamento de feridas vem sendo tema destacado em diversos setores profissionais da
área de saúde no mundo todo. É uma prática milenar que, nos primórdios da civilização estava
intimamente ligada a costumes e hábitos populares e, com o desenrolar da história e do
desenvolvimento tecnológico, conquistou seu merecido cunho científico. O que vivenciamos
nos dias de hoje, de forma crescente, são profissionais, instituições, e indústrias, se
empenhando e buscando a excelência para proporcionar ao portador de lesões, em especial
àquelas de caráter crônico, um tratamento eficaz, em curto prazo que possam trazer maior
conforto e breve retorno à normalidade de sua vida. (Maria, Aun, 2004).
      Dentro desse contexto, importante, torna-se, o enfermeiro realizar a sistematização da
assistência de enfermagem a pacientes com feridas crônicas, contribuindo assim para uma
assistência qualificada, facilitando assim, a recuperação do paciente.


2.0 Objetivos:
      2.1 Geral:
      Desenvolver uma pesquisa bibliográfica relacionado à sistematização da assistência de
enfermagem a pacientes portadores de feridas crônicas.


      2.2 Específico:
      1. Identificar as lesões cutâneas diferenciando as feridas agudas das crônicas.
      2. Identificar os diagnósticos de enfermagem a pacientes com ferida crônica.
3. Constituir um plano assistencial de enfermagem para pacientes com ferida crônica.


3.0 Metodologia:
   •   Tipologia do estudo:
       É uma pesquisa de caráter descritivo-esploratório, por se tratar de um estudo que
       envolve a análise documental, observação de fenômenos além de levantamento
       bibliográfico, procurando explicar as relações de causa e efeito (OLIVEIRA, 2003).


   •   Riscos/ Benefícios:
       A pesquisa não trouxe riscos por tratar-se de uma pesquisa bibliográfica.
       Ela trouxe benefícios, uma vez que, através dela podemos elaborar um plano assistencial
       para as pessoas portadoras de feridas crônicas.


4.0 Referencial teórico:
       4.1 Aspectos Históricos no Tratamento de Feridas:
       O tratamento das feridas vem evoluindo desde 3000 anos A.C., onde as feridas
hemorrágicas eram tratadas com cauterização; o uso de torniquete é descrito em 400 A .C.; a
sutura é documentada desde o terceiro século A.C.
       Durante séculos, o tratamento de feridas variou com o objetivo de melhores
resultados cicatriciais em menor tempo possível. Em uma revisão de literatura, Andrade
descreve que já na pré-história vários agentes como extratos de plantas, água, neve, gelo,frutas,
lama. Com o passar do tempo e evolução das civilizações passou a ser utilizado outros métodos
como: emplastos de ervas, mel, cauterização das feridas com óleos ferventes ou ferro quente,
cinzas, mirra, desinfecção com álcool, que eram aplicados sobre as feridas com o intuito de
estancar a hemorragia e facilitar a cicatrização.
       No tratamento das feridas, os egípcios utilizavam o conceito de ferida limpa e ocluída,
 com óleos vegetais, cataplasmas e faixas de algodão. Gregos e romanos empregavam
 emplastos, banhas, óleos minerais, pomadas, vinho etc. Medievais associavam a plantas
 medicinais, teia de aranha, ovo, cauterização com óleo quente, associado ao auxílio das preces,
 pois o corpo humano era considerado sagrado, lugar de residência do espírito ou das forças
 demoníacas. Neste mesmo período (medieval), os monastérios desenvolviam cada vez mais o
 estudo das plantas - hoje denominado Fitoterapia - acentuando a importância da manutenção
da ferida limpa e remoção dos corpos estranhos e tecido necrótico, e a necessidade de controle
 da hemorragia, por meio de compressões locais, cauterizações e ligaduras dos vasos
 sangrantes.
       A história da medicina reporta o surgimento da penicilina (I Guerra Mundial) como um
grande passo para o controle da infecção, até, finalmente, chegar aos conceitos atuais de
manutenção do leito da ferida úmido, pois este procedimento acelera o processo de cicatrização.
       Segundo Candido (2001), a ferida cutânea nunca foi bem aceita pela sociedade, podendo
esta ser motivo, até, de exclusão social do paciente.


       4.2 Ética no Tratamento de Feridas:
       Uma questão muito importante na sistematização do tratamento de feridas são os
 aspectos éticos. Este, por sua vez, preocupa-se com o lado prático da vida do indivíduo e da
 sociedade, tenta criar regras e normas de condutas para a atividade livre do ser humano,
 orientada pelos preceitos morais mais aceitos.
       O autor Dantas Filho (2003) tenta analisar eticamente questões direcionadas ao
 tratamento de lesões no Brasil ressaltando alguns pontos que precisam de reflexões. Essa
 postura visa buscar uma ética mais aplicada. Uma vez que o tratamento de feridas vem se
 tornando uma área cada vez mais específica e científica, diferenciando-se progressivamente
 como uma especialidade no campo a atenção à saúde.
       Numa perspectiva mais objetiva, temos à nossa frente um ser humano especificamente
 fragilizado com odores e secreções, com dores tanto no corpo quanto na “alma”. A auto-estima
 destroçada, a dura e prolongada recuperação e a perspectiva das complicações e seqüelas, são
 fantasmas que, geralmente, acompanham o tratamento desse tipo de doente.
       Já no ponto de vista mais subjetivo, o profissional de saúde sofre também o impacto das
 lesões que se dispõe a tratar.
       Dantas Filho (2003), acrescenta dizendo que, apesar de todas as influências contrárias,
 devemos resgatar o sentido humanitário, a compaixão e a solidariedade no contato com todos
 os nossos semelhantes, principalmente com aqueles mais desprotegidos e doentes. Segundo
 ele, o cuidar da ferida de alguém vai muito além dos cuidados gerais ou da realização de um
 curativo. Uma ferida pode não ser apenas uma lesão física, mas algo que dói sem,
 necessariamente, precisar de estímulos sensoriais; uma marca ou uma mágoa, uma perda
 irreparável ou uma perda incurável. A ferida é algo que fragiliza e muitas vezes incapacita. O
portador de uma lesão orgânica carrega consigo a causa dessa lesão: um acidente, queimadura,
agressão, doença crônica, complicações após um procedimento cirúrgico, entre tantos outros. E
esta solução de continuidade passa a ser marca, sinal, lembrança de dor, da perda, mesmo após
a cicatrização. Por isso é importante ressaltar que o enfermeiro deve estar atento aos problemas
relatados pelo paciente que envolve aspectos psicológicos, para que junto a outros
profissionais, medidas condizentes a problemática possam ser tomadas com o objetivo de
auxiliá-lo na recuperação.


          4.3 Importância da Anamnese no Tratamento das lesões:
          A anamnese no tratamento das lesões será de extrema importância, pois através do
exame físico iremos detectar o tipo de lesão, se ela esta pouco ou bastante contaminada, qual o
procedimento mais adequado àquela lesão, se há odor proveniente daquela ferida, se há
edemas, irá fazer a análise em relação à temperatura naquela região ou do paciente (quando há
um aumento na temperatura há indícios de inflamação), a coloração, ou seja, se aquele local
está pálido (quando há diminuição da cor rósea da pele.), se há aumento da coloração rósea (no
caso de hiperemia) ou cianótico (coloração azulada da pele).
          Pode ser analisado também a sensibilidade, pois esta pode ser Tátil (friccionando a pele
com uma mecha de algodão, onde iremos observar a sensação de dor, de anestesia.), poder ser
também Dolorosa (tocando-se a pele com a ponta de uma agulha, onde este toque poderá ser
percebido pelo paciente ou não) e também poderá ser Térmica (utilizando-se tubos de ensaio
com águas quente e fria, alternando os tubos para que haja a percepção correta do quente e
frio.).
          Então, através da anamnese iremos dar o diagnóstico em relação àquela ferida e fazer o
planejamento da assistência de enfermagem. É importante, pois representa uma importante
etapa no contato do profissional com o paciente, dependendo dele todo o desenrolar do
processo de enfermagem e o sucesso do tratamento.


          4.4 Conceitos básicos sobre a Pele:
          A pele é o maior órgão do corpo humano, tendo como principais funções: proteção
contra infecções, lesões ou traumas, raios solares e possui importante função no controle da
temperatura corpórea.
Na conquista do meio terrestre pelos vertebrados dependeu, entre outras coisas, do
 isolamento e proteção do corpo e de mecanismos de relação do ser vivo com o meio.
       Nos mamíferos, a pele é composta de três camadas: epiderme, derme e hipoderme (ou
 tecido celular subcutâneo).
               4.4.1 Características da epiderme:
       É um tecido epitelial pluriestratificado. Camadas que a compõe: basal, espinhosa,
granulosa, lúcida e a camada córnea.
       Camada basal, apóia-se na derme e nela evidencia-se intensa atividade de divisão celular
mitótica, que repõe constantemente as células perdidas no desgaste diário, incisões cirúrgicas ou
traumáticas, a que este tecido está sujeito.
       Na epiderme fica localizada a queratina que fica responsável pela impermeabilização da
pele, e o acúmulo de camadas de queratina formará a camada córnea.
       É um importante órgão sensorial.


               4.4.2 Característica da derme:
       É uma camada formada por tecido conjuntivo denso fibroso, cujas fibras ficam
orientadas em diversas direções. Na derme, encontramos os vasos sanguíneos, linfáticos,
folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas, pelos e terminações nervosas, além de
células como: fibroblastos, mastócitos, monócitos, macrófagos, plasmócitos entre outros.
       No caso de lesões cortantes, só após atingir a derme que haverá sangramento, pois é
nesta camada que se encontra vasos sanguíneos, a epiderme é nutrida por difusão das células.


       4.5 Conceito de Feridas
       As feridas são modificações da pele ocasionadas por: traumas, processos inflamatórios,
degenerativos, circulatórios, por distúrbios do metabolismo ou por defeito de formação. É o
rompimento da estrutura e do funcionamento da estrutura anatômica normal, resultante de um
processo patológico que se iniciou interna ou externamente no(s) órgão(s) envolvido(s).
       Assim, as células envolvidas nesta ferida tendem a se regenerarem para voltar à sua
estrutura e função normal.
4.6 Classificação das Feridas:
       As feridas podem ser classificadas pela origem ou pelo tipo do agente causal, analisando
o grau de contaminação, onde este terá importante papel, pois orientará no tratamento com
antibióticos, pelo tempo de traumatismo, pela profundidade das lesões.
       Feridas do tipo agudas, são mais fáceis de se tratar pois estas respondem ao tratamento e
cicatrizam sem maiores complicações, já as feridas crônicas não respondem tão facilmente aos
tratamentos, estas duram mais ou necessitam de recidivas freqüentes.


               4.6.1 Quanto à origem:
       As feridas podem ser originadas através de um trauma causado por um objeto afiado ou
a um golpe, por incisão cirúrgica, punção venosa, ferida de tiro, caracterizando uma ferida
aberta. Já a ferida fechada é obtida através de uma lesão sem que tenha havido corte, obtida
através de torções, fraturas óssea, órgão visceral rasgado.
       A queimadura é uma ferida de origem acidental, ocorre em condições não estéreis, sendo
esta não intencional. Tiros e facadas podem ou não ser intencionais, que também são obtidas
sem assepsia. Já as feridas intencionais são provenientes de incisões cirúrgicas ou introdução de
agulha em uma parte do corpo, porém e feita sob técnicas assépticas.
       Existe a ferida resultante de pancadas, onde esta é dolorosa por causa da exposição dos
nervos superficiais, torna-se mais grave se um órgão interno for atingido, podendo haver
sangramento nos tecidos subjacentes e formação de hematoma.


               4.6.2 Quanto ao grau de contaminação:
       Segundo o Professor e Doutor Luís Roberto, as feridas podem ser classificadas como
Limpas, ou seja, são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos
sistemas como o digestório, respiratório e genito-urinário. A probabilidade da infecção da ferida
é baixa, em torno de 1 a 5%; Limpas porém contaminadas, que são conhecidas como
potencialmente contaminadas; nelas há contaminação grosseira, por exemplo nos ocasionados
por faca de cozinha, tiros ou nas situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas
contaminados. O risco de infecção é de 3 a 11%; Contaminadas, que há reação inflamatória; são
as que tiveram contato com material como terra, fezes, etc. Também são consideradas
contaminadas aquelas em que já se passaram seis horas após o ato que resultou na ferida. O
risco de infecção da ferida já atinge 10 a 17%; e as Infectadas, que apresentam nitidamente
sinais de infecção.


                 4.6.3 Quanto à aparência:
       As feridas abertas que cicatrizam por segunda intenção podem ser classificadas segundo
a aparência em:


 Classificação                           Características
  Necrótica           Presença de placa necrótica dura (escaras) ou tecido necrosado.
  Infectada           Presença de processo inflamatório e exudação supurativa.
 Com     crosta       Exudação     que     se     modificou,   composta     de   células   mortas,
                      retardam a cicatrização.
 Granulada          Formação de tecido vascular novo (angiogênese) e matriz de colágeno.
Epitelializada        Formação e migração de células epiteliais sobre uma superfície durante o
                      processo de cicatrização.


                 4.6.4 Quanto à cor:
       Podem ser classificadas quanto à cor da ferida, ou seja, as vermelhas são feridas crônicas
em cicatrização, em que predomina o tecido de granulação e novo epitélio; e o tratamento é
promover um ambiente úmido, proteger os tecidos neoformados e prevenir a infecção. As
amarelas apresentam exudato fibroso e seus tecidos são moles, desvitalizados; podem estar
colonizados, o que favorece a instalação de infecção. Então deve-se identificar se há
colonização ou não, e no caso de infecção deve-se promover o desbridamento dos tecidos
desvitalizando e estancar a infecção, preferencialmente por meio de terapia sistêmica. As pretas
apresentam necrose tecidual, com desnaturação e aumento de fibras colágenas e conseqüente
formação de escaras espessas, cuja coloração pode variar entre castanho, marrom e preto.
Devido à presença do tecido necrótico, o objetivo é remover o tecido necrosado com a máxima
brevidade, por meio do desbridamento.
4.6.5 Quanto ao tipo de secreção:
              O transudato é um líquido que extravasa dos vasos é pobre em proteínas e
      derivados celulares; O exudato é um material fluido que extravasa dos vasos, resultante
      de um processo inflamatório, é rico em proteínas derivadas celulares; O exudato caseoso
      é originado do soro sangüíneo ou secreções serosas da cavidade peritoneal, pleural,
      pericárdica; O exudato sanguinolento é derivado de lesões com ruptura de vasos ou
      diapedese de hemácias; O exudato supurativo é composto por leucócitos e proteínas
      produzidas por processo inflamatório asséptico ou séptico; o exudato fibrinoso provém
      da passagem de proteínas plasmáticas pela parede do vaso; A fibrina é uma proteína
      insolúvel, se forma durante o processo de coagulação. Na ferida, apresenta-se aderida
      aos tecidos e tem cor esbranquiçada ou amarela; e pode estar, a secreção, relacionado a
      padrões     mistos,    ou    seja,   serossanguinolento,     seropurulento,   serofibrinoso,
      fibrinopurulento.
              Podemos analisar a coloração desta secreção, podendo ser esbranquiçada,
      amarelada, esverdeadas, achocolatadas; ainda podem ser, as secreções, derivadas de
      fístulas, podendo ser biliar, entérica, pancreática, fecalóide.


      4.7 Conceito de Cicatrização:
      Após ocorrer a lesão a um tecido, imediatamente iniciam-se fenômenos dinâmicos
conhecidos como cicatrização, que é uma seqüência de respostas dos mais variados tipos de
células (epiteliais, inflamatórias, plaquetas e fibroblastos), que interagem para o
restabelecimento da integridade dos tecidos. O tipo de lesão também possui importância no
tipo de reparação; assim, em uma ferida cirúrgica limpa, há necessidade de mínima quantidade
de tecido novo, enquanto que por exemplo em uma grande queimadura, há necessidade de
todos os recursos orgânicos para cicatrização e defesa contra uma infecção. Na seqüência da
cicatrização de uma ferida fechada, temos a ocorrência de quatro fases distintas: inflamatória,
epitelização, celular e fase de fibroplasia.
      Nas feridas abertas (não suturadas), ocorre à formação de um tecido granular fino,
vermelho, macio e sensível, chamado de granulação, cerca de 12 a 24 horas após o trauma.
Neste tipo de tecido um novo fato torna-se importante, que é a contração, sendo que o
responsável é o miofibroblasto; neste caso, não há a produção de uma pele nova para recobrir o
defeito.
      A contração é máxima nas feridas abertas, podendo ser patológica, ocasionando
deformidades e prejuízos funcionais, o que poderia ser evitado, através de um enxerto de pele.
Excisões repetidas das bordas diminuem bastante o fenômeno da contração.
      Deve-se enfatizar a diferença entre contração vista anteriormente, e retração que é um
fenômeno tardio que ocorre principalmente nas queimaduras e em regiões de dobra de pele.
      Existem alguns fatores que interferem diretamente com a cicatrização normal: idade,
nutrição, estado imunológico, oxigenação local, uso de determinadas drogas, quimioterapia,
irradiação, tabagismo, hemorragia, tensão na ferida entre outros.
      A grande complicação das feridas é a sua INFECÇÃO, sendo que os fatores
predisponentes podem ser locais ou gerais. Os locais são: contaminação, presença de corpo
estranho, técnica de sutura inadequada, tecido desvitalizado, hematoma e espaço morto. São
fatores gerais que contribuem para aumentar este tipo de complicação: debilidade, idade
avançada, obesidade, anemia, choque, grande período de internação hospitalar, tempo
cirúrgico   elevado   e   doenças       associadas,   principalmente   a   diabetes   e   doenças
imunodepressoras. Outras complicações são a hemorragia e a destruição tecidual.


      4.8 Fisiologia da Cicatrização:
      A natureza da cicatrização é a mesma para todas as feridas, com variações dependendo
da localização, gravidade e extensão da lesão. A capacidade das células e dos tecidos se
regenerarem ou retornarem à estrutura normal pelo crescimento celular também afeta a
cicatrização. As células do fígado, túbulos renais e neurônios do sistema nervoso central
tipicamente se regeneram lentamente ou não se regeneram de forma alguma.
      Existem as feridas com perda de tecido, e as sem perda de tecido.
      Ferida cirúrgica é cicatrizada por primeira intenção, pois os bordos da ferida se
aproximam e o risco de contaminação é pequeno, ocorre de forma rápida. Este tipo de
cicatrização envolve três fases: a inflamatória, que será uma reação do corpo à ferida e ocorre
dentro de minutos após ocorrer a lesão, o processo controla o sangramento, envia sangue e
células para a área lesada e forma células epiteliais no local lesado; a proliferativa, que será o
aparecimento de novos vasos sanguíneos como um processo de reconstrução, começa
estendendo-se por 3 a 24 dias, nesta fase há o preenchimento das feridas e fechamento das
partes de cima da ferida pela epitelização; e por fim a maturação ou remodelagem, que é o
 último estágio da cicatrização e pode demorar mais de um ano, dependendo da profundidade e
 extensão da ferida, então um tecido lesado não tem a mesma força de um tecido anterior.
       Já a que envolve perda de tecido, como na queimadura, cicatriza por segunda intenção,
 pois as bordas das feridas não se aproximam, geralmente é deixada aberta até que se preencha
 o tecido de cicatrização, com maior risco de contaminação e geralmente é demorada. A
 inflamação é geralmente crônica, e os defeitos do tecido são preenchidos com tecido de
 granulação frágil em vez de colágeno. A contração da ferida começa por volta do quinto dia e
 ocorre simultaneamente com a epitelização, esta contração é o envolvimento da derme e da
 epiderme em cada lado da ferida.
       4.9 Fatores sistêmicos que retardam a cicatrização
       A idade, ou seja, o envelhecimento, altera todas as fases da cicatrização da ferida, a
resposta inflamatória é reduzida, o tecido colagenoso está menos maleável, o tecido da cicatriz
está menos elástico, dentre outros fatores.
       A obesidade faz com que falte um suporte sangüíneo adequado ao tecido gorduroso para
resistir à infecção bacteriana e supri-lo de nutrientes e elementos celulares para cicatrização.
       A má oxigenação, que se dá devido à tensão de oxigênio arterial diminuída alterando a
síntese d colágeno e formação de células epiteliais, se a circulação sanguínea no local for pobre,
nos casos de anemia, pois há falta de hemoglobina no sangue interferindo no restabelecimento
dos tecidos, e o fumo que reduz a funcionalidade das hemoglobinas, ou seja, interfere nos
mecanismos celulares normais que promove a liberação de oxigênio para os tecidos.
       Medicamentos do tipo esteróides, reduzem a resposta inflamatória e diminuem a síntese
do colágeno; os antiinflamatórios suprem a síntese das proteínas, a contração da ferida,
epitelização e inflamação; o uso prolongado de antibióticos pode aumentar o risco de
superinfecção; os medicamentos quimioterápicos que podem deprimir a função medula óssea,
diminuindo o número de leucócitos e dificultando a resposta inflamatória.
       Diabetes é uma doença crônica que causa doença dos pequenos vasos que dificulta a
perfusão tecidual, faz com que a hemoglobina tenha grande afinidade com o oxigênio, logo ela
não libera oxigênio para os tecidos (Este é o mecanismo celular que acontece no fumo.), causa
hiperglicemia, que altera a capacidade dos leucócitos em realizar fagocitose e também apóia o
crescimento de fungos e infecção por fungos.
A radiação eventualmente desenvolve fibrose e escoriação vascular nas camadas da pele
irradiadas, os tecidos tornam-se frágeis e pobremente oxigenados.
       Ferida de estresse, como a causada pelo vômito se dá através da distensão abdominal e
esforços respiratórios podem estressar a linha de sutura e abrir a camada da ferida; uma tensão
repentina, inesperada, na incisão inibe a formação de células endoteliais e a rede de colágeno.
       A presença de edema acentuado, principalmente em membros inferiores poderá sugerir
doença vascular associada. O edema poderá estar comprometendo a oxigenação desta ferida,
bem como poderá afetar a epitelização e a contração da lesão.


       4.10 Conceito de curativos
       É o meio terapêutico que consiste na aplicação de uma cobertura estéril sobre uma ferida
previamente limpa. Tem como objetivo promover cicatrização (por meio de técnica asséptica),
prevenir a contaminação, e eliminar fatores negativos que possa retardá-lo.
       Por tanto deve-se fazer limpeza da lesão, promover hemostasia, ou seja, estancar o
sangue, proporcionar um ambiente adequado à cicatrização da ferida, absorver a drenagem para
proteger a pele adjacente, proteger a ferida contra contaminação e traumatismo mecânico,
promover conforto físico e mental ao paciente.


       4.11 Desbridamento:
       Pradines (2003), desbridamento é a retirada do tecido desvitalizado ou morto, pois a sua
presença retarda o processo de cicatrização. Atualmente temos:
           •   Autolíticos: destruição natural do tecido necrótico através de enzimas
               lisissomiais e ações de macrófagos.
           •   Químico / Enzimático:são utilizadas as enzimas proteolíticas com o objetivo de
               remover os tecidos desvitalizados. Exemplo: Colagenase.
           •   Mecânico: são realizados através do emprego de forças físicas objetivando a
               remoção de tecidos desvitalizados. São utilizados dois métodos:
                  o Fricção: emprega-se gaze úmida ou esponja macia em movimentos
                      centrífugos objetivando remover sujidades, corpos estranhos e tecidos
                      desvitalizados.
                  o Emprego de material cortante: usa-se tesoura ou lâmina de bisturi.
4.12 Influência medicamentosa no tratamento das feridas
       Várias drogas afetam a cicatrização, algumas afetam a absorção dos nutrientes e outras
as fases da cicatrização.
       O metotrexato tem efeito antivitamínico, ou seja, a enzima que normalmente se ligaria à
vitamina passa a se ligar à droga; a neomicina reduz a absorção das vitaminas K; o ácido para-
amino-salicílico e a colchicina, reduzem a absorção da vitamina B12; drogas antiinflamatórias
(as drogas contém o mesmo efeito) diminuem a síntese de proteínas, arcos capilares,
proliferação, epitelização de fibroblastos e circulação periférica; Os corticosteróides, os
quimioterápicos e os radioterápicos, diminuem a resposta imune normal à lesão, podem
interferir na síntese protéica ou divisão celular, atingindo, diretamente na produção de colágeno,
além disso pode tornar a cicatriz mais frágil.


       4.13 Importância da nutrição no tratamento das feridas
       A cicatrização da ferida pode ser influenciada pela nutrição, ou seja, para os clientes
enfraquecidos ou debilitados pela doença a cicatrização é mais lenta, estresse de queimaduras ou
trauma grave aumentam as necessidades nutricionais.
       4.14 Aspectos gerais das feridas crônicas
       O enfermeiro ao desempenhar o seu papel humanizado, científico e individualizado na
assistência ao cliente, tem como metas a formação à saúde a prevenção e o tratamento das
doenças durante o ciclo de vida do ser humano.
       Para que o enfermeiro desempenhe de forma diferenciada a sua função e possa contribuir
com benefícios ao paciente, deve prestar uma assistência sistematizada, tornando suas ações
mais científicas possíveis.
       O tratamento e a avaliação de ferida de membros inferiores é uma questão importante
para os profissionais de saúde. A execução do tratamento e sua avaliação têm sido
tradicionalmente de responsabilidade do enfermeiro (HAYSAHI, 2003).
       As úlceras de pressão (UP) constituem uma complicação custosa e problemática para o
paciente hospitalizado. A incidência e a prevalência da ulceração justifica a preocupação sobre a
necessidade de identificar os pacientes com o risco de apresentar UP.
       A mobilidade, intimamente relacionada ao nível de consciência e competência
neurológica, é a capacidade de aliviar a pressão através do movimento. A mobilidade contribui
para o bem-estar físico e psíquico de todo o indivíduo. A imobilidade é, provavelmente um dos
mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento da úlcera de pressão, porque
similarmente ao paciente que tem diminuição do nível de consciência, o paciente imóvel
também não alivia a pressão nas regiões de proeminência óssea, mantendo, assim, os fatores de
intensidade e duração da pressão como a maior causa do desenvolvimento da lesão.
(PARANHOS, 2003).
        A aparição de UP eleva a mortalidade e a morbidade, prolonga o período de
hospitalização e aumenta os custos, além de que sua incidência é um indicador clássico da
qualidade assistencial da rede hospitalar de um país (segundo análise da Organização Mundial
de Saúde em âmbito local).
        Comprometidos com a qualidade dos cuidados, destacamos que em âmbito nacional
alguns grupos têm como objetivo principal estudar e aprofundar no que se refere ao
conhecimento do problema da UP: um deles é o Grupo Nacional para o estudo e
Assessoramento em UP e Feridas Crônicas (GNEAUP), grupo interdisciplinar formado em
1994, assim como a Associação Andaluza para a promoção, investigação e melhora da
qualidade das úlceras de pele (UALLS et al, 2005).
        A principal causa de úlceras nas pernas é de doença vascular periférica de origem venosa
ou arterial. A insuficiência venosa crônica (IVC), é a mais freqüente causa de úlcera de pressão,
correspondendo a 80% dos casos em países desenvolvidos.
        Alguns fatores de importância epidemiológica devem ser considerados ao atendermos
um paciente com ferida crônica. A idade avançada, por exemplo, é um fator de risco para
infecção. Estudos desenvolvidos por Mishiriki e colaboradores, verificou que pacientes de 65
anos ou mais têm risco seis vezes maior de desenvolver infecção em feridas que menores de 14
anos.
        Hábitos como a alimentação e o fumo influenciam sobremaneira o processe de
cicatrização, daí a importância de se obter essas informações.
        A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é um processo que vai
instrumentalizar o trabalho, possibilitando a aplicação dos conhecimentos técnicos, o
estabelecimento de fundamentos para a tomada de decisão e o registro adequado de assistência
prestada. Entretanto, em levantamento bibliográfico realizado, verificou-se que estudos de
feridas crônicas são escassos. A maioria dos estudos diz respeito à epidemiologia, aos custos de
tratamento, ao tempo de tratamento, aos tipos de curativos, a prevenção e ao tratamento das UP
e úlceras venosas (TUYAMA,2004).
Segundo Ceco (2003), o problema das úlceras crônicas que tem uma tendência a
aumentar nos países industrializados devido a uma maior expectativa de vida com o
envelhecimento da população, as pluripatologias prevalentes e a um cuidado deficiente da pele e
da nutrição. Segundo diversos estudos, as úlceras dos membros inferiores afetam entre 0,15% a
0,18% da população atual; entre 1% e 2% desta população desenvolverá em algum momento de
sua vida uma úlcera nos membros inferiores, o que representa um problema de saúde pública.
         Uma úlcera é uma interrupção da pele, com perda de substância e com escaras ou nula
tendência à cicatrização espontânea. Na avaliação e assistência integral a um paciente com
úlceras crônicas, a escolha de um tratamento e um plano de cuidado adequado é essencial; este
tratamento deverá levar em conta as características do paciente, o tipo de úlcera, o estado da
pele pluriulceral, os hábitos nutricionais e de higiene, além dos objetivos gerais do tratamento.
Por isso, cada dia torna-se mais importante a descoberta de novas formas de tratamento, visando
a cura das úlceras de maneira pouco traumática e com o menor custo possível. Todas estas
atitudes irão beneficiar a qualidade de vida do paciente.
         As úlceras vasculares de origem venosa são produzidas por uma falha na circulação de
retorno. Aparecem principalmente nos membros inferiores e em pessoas com doenças
concominantes. No cuidado das ulceras deve-se levar em conta tanto a lesão produzida, como o
paciente em sua globalidade, uma vez que o surgimento de uma úlcera pode agravar seriamente
o estado geral do paciente, em especial o risco de infecção e outras complicações associadas.
Além disso alguns autores relatam uma perda de autonomia e auto-estima.
         A dificuldade de cicatrização é influenciada tanto por fatores extrínsecos, como
intrínsecos. Em um processo complexo e dinâmico, que consiste de várias fases: inflamação,
proliferação, repitelização e angiogênese.
         As úlceras de estase constituem as feridas crônicas mais freqüentes na população
americana. A maioria das úlceras crônicas dos membros inferiores (80 a 90%), tem como
etiologia a estase venosa, 5% a insuficiência arterial e 2% a neuropatia. A associação de
péssima qualidade de vida causada por essa doença e a dificuldade de eficiência terapêutica
ambulatorial determinam grande desafio aos serviços que se propõem a trata-los (RITTES,
2005).
         Os enfermeiros têm um importante papel a desempenhar no tratamento de feridas e
precisam estar cientes de suas responsabilidades. É evidente que tal papel deve ser visto no
contexto da equipe multidisciplinar, porque as feridas não podem ser encaradas como algo
isolado do resto do corpo. Diferentes especialidades médicas também estão envolvidas no
tratamento de feridas, de modo que os membros da equipe variam de acordo cm as necessidades
do paciente. Em muitas áreas, as equipes multidisciplinares estão preparando políticos para
tratamento de feridas e prevenção de UP. Tais esforços devem ser aplaudidos, pois trarão
grandes melhoras aos padrões de atendimento aos pacientes (DEARLEY, 2001).
       No Brasil, atualmente, o tratamento de feridas recebe atenção especial dos profissionais
da área de saúde, tendo como destaque a atuação dos enfermeiros, que muito têm contribuído
para o avanço e o sucesso do tratamento dos portadores de lesões crônicas. Busca-se a
globalização da assistência, visando a cura ou cicatrização, a melhora da condição clínica e
social dos clientes, a racionalização e maior eficiência dos procedimentos direcionados ao
tratamento de lesões cutâneas, com a conseqüente otimização do atendimento.
       O portador de feridas crônicas existe em todos os seguimentos sociais. No Brasil não é
diferente, mas, no país, o grande desafio é contornar as dificuldades daqueles que desprovidos
de recursos adequados para serem assistidos por serviços particulares, necessitam procurar
instituições públicas para receberem o tratamento. São conhecidas as dificuldades inerentes aos
serviços públicos de saúde de forma generalista, podemos citar como causa básica a grande
demanda e busca de atendimento e carência de recursos para atendê-la adequadamente. Notório
também é a característica dessa demanda, em sua maioria proveniente das camadas carentes da
população, o que conota maior incidência de doenças instaladas e acentuando desconhecimento
relacionado ao processo de prevenção, melhora a cura.
       Devemos considerar, também, que apesar do crescente interesse, dos diversos
profissionais, no tratamento de feridas, ainda permanece no meio assistencial, uma grande
desinformação sobre o assunto, o que contribui muitas vezes para o insucesso do tratamento
(MARIA; AUN, 2004).


       4.15 Sistematização da Assistência de Enfermagem no tratamento de feridas crônicas.
       Primeiramente o enfermeiro irá buscar o histórico da ferida daquele paciente, fazendo a
inspeção, ou seja, avaliar a superfície, os Sinais de cicatrização, a temperatura do paciente, irá
analisar as características definidoras (presença de ferida, drenagem amarelada, cheirando a
sujo, se as bordas se aproximam, drenagem marrom avermelhada cinco dias após a cirurgia,
dentre outros) e posteriormente ele irá diagnosticar a ferida, analisando: Diminuição da
integridade da pela que está relacionado com incisão cirúrgica, efeitos da pressão, acidente
químico, secreções e excreções; Risco de diminuição da integridade da pele relacionado com
imobilização física, exposição a secreções; Risco para infecção, relacionada à má nutrição,
perda de tecido e exposição aumentada ao ambiente; Dor, relacionada com incisão abdominal;
Diminuição da mobilidade física, relacionado com dor na ferida cirúrgica; Nutrição alterada
(menor do que as necessidades do corpo), relacionado à inabilidade de ingerir alimentos; Padrão
de respiração ineficaz, relacionado com dor na incisão abdominal; Perfusão tecidual alterada,
relacionado com interrupção do fluxo arterial, interrupção do fluxo venoso; Distúrbio da auto-
estima relacionado com a percepção das cicatrizes, percepção dos drenos cirúrgicos, reação à
parte do corpo removida cirurgicamente.
       Posteriormente o enfermeiro irá desenvolver um plano de cuidados (prescrição – com as
metas, resultados esperados, prescrições e a justificativa) onde requer o gerenciamento da
ferida. As metas e os resultados esperados são estabelecidos, e, a partir das metas, o enfermeiro
planeja as terapias de acordo com a gravidade e o tipo de ferida e a presença de alguma
condição que cause complicação, como infecção, má nutrição, imunossupressão e diabetes,
capaz de afetar a cicatrização da ferida.
       No caso de alta precoce, enfermeiro terá que trabalhar junto ao paciente e seus familiares
para manter uma cicatrização ótima da ferida estando o paciente no hospital ou não.
       A prioridade do enfermeiro no cuidado da ferida depende das condições do cliente se
estável ou emergencial, depende do tipo, do local e do tamanho da ferida.
4.16 Referencial bibliográfico:
1. ANDRADE, M.N.B; SEWARD, R; MELO, J.R.C. Curativos. Rev Méd Minas Gerais 1992.
2. AUN, R.B. Artigo: “O exame da pele: um passo importante para a prevenção e tratamento
das lesões”. 28 de agosto. 2004. Disponível em www.rrferidas.com
 3. BRITO, S. O nutricionista na avaliação e no tratamento de pacientes portadores de feridas.
 In: JORGE, S.A; DANTAS, S.R.P.E. Abordagem multiprofissional do tratamento de feridas.
 São Paulo: Atheneu. 2003, cap. 24. p: 337-338.
 4. CANDIDO, L. C. Nova abordagem no tratamento de feridas. São Paulo: SENAC, 2001,
 282p.
 5. DANTAS FILHO, U.P. Aspectos éticos do tratamento de feridas. In: JORGE, S.A;
 DANTAS, S.R.P.E. Abordagem multiprofissional do tratamento de feridas. São Paulo:
 Atheneu, 2003, cap 2. p. 7-10.
 6. DEALEY, C. Cuidando de feridas: um guia para os enfermeiros. 2a ed. São Paulo: Atheneu,
 2001, p. 2-137.
 7. FERNANDES, L.R. Aula: “Fisiologia da cicatrização”. Curso de Medicina. Disponível em
 www.unimes.br.
 8. MARIA, R.P; AUN, R.B. Projeto e implantação de um serviço de atendimento a pacientes
 portadores      de     feridas     em     uma      instituição   pública.   Disponível    em
 www.r&rtratamentodeferidas.com.br.
 9. OLIVEIRA, M.M. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses.
 Recife: Bagaço, 2003, p.31-173.
 10. POTTER, P. A. & PERRY, A. G. Fundamentos de Enfermagem. 4a. ed; Rio de Janeiro,
 Guanabara Koogan, 1999.
 11. PRADINES, S.M.S. et al. Protocolo para tratamento de feridas. 5a ed. Rio de Janeiro:
 Guanabara Koogan, 2004, p. 1319 – 1338.
 12. RITTES, P. Úlceras de estase dos membros inferiores: uma nova abordagem terapêutica.
 Disponível em www.prittes.com.br.
 13. SAMUEL, H.M; SANTIS, E.P; MANDELBAUM, M.H.S. Cicatrização: conceitos atuais e
 recursos auxiliares – parte I. Anais Brasileiro de Dermatologia. Vol. 78. n.4. Rio de Janeiro.
 Julho/Agosto 2003. Disponível em www.scielo.br
 14. SECO, M.C. & PUIG, M.N. Qualidade de vida e cicatrização são possíveis: cuidado
 clínico. São Paulo: nº 4, p. 24 – 34, fev. 2004.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Cuidados paliativos e nutrição
Cuidados paliativos e nutriçãoCuidados paliativos e nutrição
Cuidados paliativos e nutriçãoLuis Dantas
 
Cuidados paliativos...uma missão
Cuidados paliativos...uma missãoCuidados paliativos...uma missão
Cuidados paliativos...uma missãoeccifafe
 
Cuidados Paliativos em Pediatria
Cuidados Paliativos em PediatriaCuidados Paliativos em Pediatria
Cuidados Paliativos em PediatriaMônica Firmida
 
12485423 cuidados continuados_apresentacao_13set_251
12485423 cuidados continuados_apresentacao_13set_25112485423 cuidados continuados_apresentacao_13set_251
12485423 cuidados continuados_apresentacao_13set_251Pelo Siro
 
Cuidados Paliativos
Cuidados PaliativosCuidados Paliativos
Cuidados PaliativosMrKokamus
 
Aula sobre cuidados paliativos e segurança do paciente
Aula sobre cuidados paliativos e segurança do pacienteAula sobre cuidados paliativos e segurança do paciente
Aula sobre cuidados paliativos e segurança do pacienteProqualis
 
Especializações em Enfermagem
Especializações em EnfermagemEspecializações em Enfermagem
Especializações em EnfermagemRenan Guerra
 
Cuidados paliativos em pacientes oncologicos
Cuidados paliativos em pacientes oncologicosCuidados paliativos em pacientes oncologicos
Cuidados paliativos em pacientes oncologicosPatricia Nunes
 

Mais procurados (16)

Manual dor
Manual dorManual dor
Manual dor
 
Cuidados paliativos e nutrição
Cuidados paliativos e nutriçãoCuidados paliativos e nutrição
Cuidados paliativos e nutrição
 
A familia em cuidados paliativos
A familia em cuidados paliativosA familia em cuidados paliativos
A familia em cuidados paliativos
 
Manual de cuidados paliativos
Manual de cuidados paliativosManual de cuidados paliativos
Manual de cuidados paliativos
 
Cuidados paliativos...uma missão
Cuidados paliativos...uma missãoCuidados paliativos...uma missão
Cuidados paliativos...uma missão
 
Cuidados Paliativos em Pediatria
Cuidados Paliativos em PediatriaCuidados Paliativos em Pediatria
Cuidados Paliativos em Pediatria
 
Cuidados Paliativos - Morrer com dignidade
Cuidados Paliativos - Morrer com dignidadeCuidados Paliativos - Morrer com dignidade
Cuidados Paliativos - Morrer com dignidade
 
SAE
SAE SAE
SAE
 
12485423 cuidados continuados_apresentacao_13set_251
12485423 cuidados continuados_apresentacao_13set_25112485423 cuidados continuados_apresentacao_13set_251
12485423 cuidados continuados_apresentacao_13set_251
 
Cuidados Paliativos
Cuidados PaliativosCuidados Paliativos
Cuidados Paliativos
 
Modulo9 urgencia emergencia
Modulo9 urgencia emergenciaModulo9 urgencia emergencia
Modulo9 urgencia emergencia
 
Cuidados Paliativos no contexto do avanço das condições crônicas
Cuidados Paliativos no contexto do avanço das condições crônicasCuidados Paliativos no contexto do avanço das condições crônicas
Cuidados Paliativos no contexto do avanço das condições crônicas
 
Aula sobre cuidados paliativos e segurança do paciente
Aula sobre cuidados paliativos e segurança do pacienteAula sobre cuidados paliativos e segurança do paciente
Aula sobre cuidados paliativos e segurança do paciente
 
Especializações em Enfermagem
Especializações em EnfermagemEspecializações em Enfermagem
Especializações em Enfermagem
 
Gislaine Cresmashi Lima Padovan
Gislaine Cresmashi Lima PadovanGislaine Cresmashi Lima Padovan
Gislaine Cresmashi Lima Padovan
 
Cuidados paliativos em pacientes oncologicos
Cuidados paliativos em pacientes oncologicosCuidados paliativos em pacientes oncologicos
Cuidados paliativos em pacientes oncologicos
 

Semelhante a 0366[1]

Apostila de clínica cirúrgica
Apostila de clínica cirúrgicaApostila de clínica cirúrgica
Apostila de clínica cirúrgicaAndré Fidelis
 
84212201006[1]
84212201006[1]84212201006[1]
84212201006[1]HUSF
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...GNEAUPP.
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...GNEAUPP.
 
Ambulatório de feridas cepti
Ambulatório de feridas ceptiAmbulatório de feridas cepti
Ambulatório de feridas ceptiRosiana Ibiapina
 
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuidaHumanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuidaIranildo Ribeiro
 
A dor durante a mudanca de penso
A dor durante a mudanca de pensoA dor durante a mudanca de penso
A dor durante a mudanca de pensoGNEAUPP.
 
Papel do cuidador na dor oncolã³gica
Papel do cuidador na dor oncolã³gicaPapel do cuidador na dor oncolã³gica
Papel do cuidador na dor oncolã³gicaAugusto Senna
 
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdf
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdfTanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdf
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdfAndressaMolina3
 
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdf
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdfTanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdf
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdfAndressaMolina3
 
A%20autonomia%20do%20enfermeiro[1]
A%20autonomia%20do%20enfermeiro[1]A%20autonomia%20do%20enfermeiro[1]
A%20autonomia%20do%20enfermeiro[1]HUSF
 
Cuidados de enfermagem feridas oncológicas
Cuidados de enfermagem feridas oncológicasCuidados de enfermagem feridas oncológicas
Cuidados de enfermagem feridas oncológicasAdriana Dettmann
 
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio. Apoio RepresentaçõEs Sociais Em Aleitamento Materno
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio. Apoio RepresentaçõEs Sociais Em Aleitamento MaternoPromoçãO, ProtecçãO E Apoio. Apoio RepresentaçõEs Sociais Em Aleitamento Materno
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio. Apoio RepresentaçõEs Sociais Em Aleitamento MaternoBiblioteca Virtual
 
Artigo lesoes por pressao
Artigo lesoes por pressaoArtigo lesoes por pressao
Artigo lesoes por pressaoVictorAlves186
 
Curso -feridas_e_curativos_-_tecnicas_e_tratamentos
Curso  -feridas_e_curativos_-_tecnicas_e_tratamentosCurso  -feridas_e_curativos_-_tecnicas_e_tratamentos
Curso -feridas_e_curativos_-_tecnicas_e_tratamentosdouglasvarela
 
Curso feridas e curativos - tecnicas e tratamentos
Curso   feridas e curativos - tecnicas e tratamentosCurso   feridas e curativos - tecnicas e tratamentos
Curso feridas e curativos - tecnicas e tratamentosSuriandia Camilo
 
Controlo da dor na pessoa com ferida madalena mela 20110319
Controlo da dor na pessoa com ferida madalena mela 20110319Controlo da dor na pessoa com ferida madalena mela 20110319
Controlo da dor na pessoa com ferida madalena mela 20110319Elcos&Ulcus - Sociedade Feridas
 
Livro cadernodeenfermagememortopedia-110214095514-phpapp02
Livro cadernodeenfermagememortopedia-110214095514-phpapp02Livro cadernodeenfermagememortopedia-110214095514-phpapp02
Livro cadernodeenfermagememortopedia-110214095514-phpapp02Rodrigo Abreu
 
Livro caderno de enfermagem em ortopedia
Livro   caderno de enfermagem em ortopediaLivro   caderno de enfermagem em ortopedia
Livro caderno de enfermagem em ortopediakarol_ribeiro
 

Semelhante a 0366[1] (20)

Apostila de clínica cirúrgica
Apostila de clínica cirúrgicaApostila de clínica cirúrgica
Apostila de clínica cirúrgica
 
84212201006[1]
84212201006[1]84212201006[1]
84212201006[1]
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
 
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
DOCUMENTO DE POSICIONAMENTO GNEAUPP Nº 13 “Enfermeiras Consultoras em Feridas...
 
Ambulatório de feridas cepti
Ambulatório de feridas ceptiAmbulatório de feridas cepti
Ambulatório de feridas cepti
 
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuidaHumanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
 
A dor durante a mudanca de penso
A dor durante a mudanca de pensoA dor durante a mudanca de penso
A dor durante a mudanca de penso
 
Papel do cuidador na dor oncolã³gica
Papel do cuidador na dor oncolã³gicaPapel do cuidador na dor oncolã³gica
Papel do cuidador na dor oncolã³gica
 
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdf
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdfTanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdf
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdf
 
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdf
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdfTanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdf
Tanatologia clinica e cuidados paliativos-luto oncológico pediátrico.pdf
 
Anais Open Meeting In Congress
Anais Open Meeting In CongressAnais Open Meeting In Congress
Anais Open Meeting In Congress
 
A%20autonomia%20do%20enfermeiro[1]
A%20autonomia%20do%20enfermeiro[1]A%20autonomia%20do%20enfermeiro[1]
A%20autonomia%20do%20enfermeiro[1]
 
Cuidados de enfermagem feridas oncológicas
Cuidados de enfermagem feridas oncológicasCuidados de enfermagem feridas oncológicas
Cuidados de enfermagem feridas oncológicas
 
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio. Apoio RepresentaçõEs Sociais Em Aleitamento Materno
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio. Apoio RepresentaçõEs Sociais Em Aleitamento MaternoPromoçãO, ProtecçãO E Apoio. Apoio RepresentaçõEs Sociais Em Aleitamento Materno
PromoçãO, ProtecçãO E Apoio. Apoio RepresentaçõEs Sociais Em Aleitamento Materno
 
Artigo lesoes por pressao
Artigo lesoes por pressaoArtigo lesoes por pressao
Artigo lesoes por pressao
 
Curso -feridas_e_curativos_-_tecnicas_e_tratamentos
Curso  -feridas_e_curativos_-_tecnicas_e_tratamentosCurso  -feridas_e_curativos_-_tecnicas_e_tratamentos
Curso -feridas_e_curativos_-_tecnicas_e_tratamentos
 
Curso feridas e curativos - tecnicas e tratamentos
Curso   feridas e curativos - tecnicas e tratamentosCurso   feridas e curativos - tecnicas e tratamentos
Curso feridas e curativos - tecnicas e tratamentos
 
Controlo da dor na pessoa com ferida madalena mela 20110319
Controlo da dor na pessoa com ferida madalena mela 20110319Controlo da dor na pessoa com ferida madalena mela 20110319
Controlo da dor na pessoa com ferida madalena mela 20110319
 
Livro cadernodeenfermagememortopedia-110214095514-phpapp02
Livro cadernodeenfermagememortopedia-110214095514-phpapp02Livro cadernodeenfermagememortopedia-110214095514-phpapp02
Livro cadernodeenfermagememortopedia-110214095514-phpapp02
 
Livro caderno de enfermagem em ortopedia
Livro   caderno de enfermagem em ortopediaLivro   caderno de enfermagem em ortopedia
Livro caderno de enfermagem em ortopedia
 

0366[1]

  • 1. Fundação de Ensino Superior de Olinda - FUNESO União de Escolas Superiores da Funeso - UNESF Bacharelado em Enfermagem Sistematização da Assistência de Enfermagem no Tratamento das Feridas crônicas Olinda – 2006
  • 2. Fundação de Ensino Superior de Olinda - FUNESO União de Escolas Superiores da Funeso - UNESF Bacharelado em Enfermagem Sistematização da Assistência de Enfermagem no Tratamento das Feridas crônicas Este Projeto foi realizado por Nelise Araújo da Cunha, com o propósito de desenvolver, bibliograficamente, a Sistematização da Assistência de Enfermagem no Tratamento das Feridas Crônicas. Orientado pela Professora Maria das Graça de Melo. Olinda - 2006
  • 3. Sumário: 1.0 Introdução 2.0 Objetivos 2.1 Geral 2.2 Específico 3.0 Metodologia 4.0 Referencial Teórico: 4.1 Aspectos Históricos do Tratamento de Feridas 4.2 Ética no tratamento de Feridas 4.3 Importância da Anamnese no Tratamento das lesões 4.4 Conceitos básicos sobre a pele 4.4.1 Características da Epiderme 4.4.2 Características da Derme 4.5 Conceito de Feridas 4.6 Classificação das Feridas 4.6.1 Quanto à origem 4.6.2 Quanto ao grau de contaminação 4.6.3 Quanto à aparência 4.6.4 Quanto à cor 4.6.5 Quanto ao tipo de secreção 4.7 Conceitos de Cicatrização 4.8 Fisiologia da Cicatrização 4.9 Fatores sistêmicos que retardam a cicatrização 4.10 Conceito de curativos 4.11 Desbridamento 4.12 Influência medicamentosa no tratamento das feridas 4.13 Importância da nutrição no tratamento das feridas 4.14 Aspectos gerais das feridas crônicas 4.15 Sistematização da Assistência de Enfermagem no tratamento de feridas crônicas. 4.16 Referencia bibliográfico
  • 4. 1.0 Introdução: Cuidar de feridas é um processo dinâmico, complexo e que requer uma atenção especial principalmente quando se refere a uma lesão crônica. Deve-se levar em consideração que as feridas crônicas evoluem rapidamente, são refratárias a diversos tipos de tratamentos e decorrem de condições predisponentes que impossibilitam a normal cicatrização. (Candido, 2001, p. 201). O enfermeiro deve ter uma visão ampla no que se refere ao tratamento de uma ferida crônica. De acordo com Cândido (2001, p. 25), o papel desse profissional não se resume a apenas execução dos curativos prescritos pelo médico. O profissional de enfermagem preenche uma lacuna importante no tratamento de feridas; sua figura e preponderante. É ele quem executa o curativo diariamente e está em maior contato com o paciente. Por essa razão, em muitos aspectos sua ação se sobreporá à dos outros componentes da equipe. O tratamento de feridas vem sendo tema destacado em diversos setores profissionais da área de saúde no mundo todo. É uma prática milenar que, nos primórdios da civilização estava intimamente ligada a costumes e hábitos populares e, com o desenrolar da história e do desenvolvimento tecnológico, conquistou seu merecido cunho científico. O que vivenciamos nos dias de hoje, de forma crescente, são profissionais, instituições, e indústrias, se empenhando e buscando a excelência para proporcionar ao portador de lesões, em especial àquelas de caráter crônico, um tratamento eficaz, em curto prazo que possam trazer maior conforto e breve retorno à normalidade de sua vida. (Maria, Aun, 2004). Dentro desse contexto, importante, torna-se, o enfermeiro realizar a sistematização da assistência de enfermagem a pacientes com feridas crônicas, contribuindo assim para uma assistência qualificada, facilitando assim, a recuperação do paciente. 2.0 Objetivos: 2.1 Geral: Desenvolver uma pesquisa bibliográfica relacionado à sistematização da assistência de enfermagem a pacientes portadores de feridas crônicas. 2.2 Específico: 1. Identificar as lesões cutâneas diferenciando as feridas agudas das crônicas. 2. Identificar os diagnósticos de enfermagem a pacientes com ferida crônica.
  • 5. 3. Constituir um plano assistencial de enfermagem para pacientes com ferida crônica. 3.0 Metodologia: • Tipologia do estudo: É uma pesquisa de caráter descritivo-esploratório, por se tratar de um estudo que envolve a análise documental, observação de fenômenos além de levantamento bibliográfico, procurando explicar as relações de causa e efeito (OLIVEIRA, 2003). • Riscos/ Benefícios: A pesquisa não trouxe riscos por tratar-se de uma pesquisa bibliográfica. Ela trouxe benefícios, uma vez que, através dela podemos elaborar um plano assistencial para as pessoas portadoras de feridas crônicas. 4.0 Referencial teórico: 4.1 Aspectos Históricos no Tratamento de Feridas: O tratamento das feridas vem evoluindo desde 3000 anos A.C., onde as feridas hemorrágicas eram tratadas com cauterização; o uso de torniquete é descrito em 400 A .C.; a sutura é documentada desde o terceiro século A.C. Durante séculos, o tratamento de feridas variou com o objetivo de melhores resultados cicatriciais em menor tempo possível. Em uma revisão de literatura, Andrade descreve que já na pré-história vários agentes como extratos de plantas, água, neve, gelo,frutas, lama. Com o passar do tempo e evolução das civilizações passou a ser utilizado outros métodos como: emplastos de ervas, mel, cauterização das feridas com óleos ferventes ou ferro quente, cinzas, mirra, desinfecção com álcool, que eram aplicados sobre as feridas com o intuito de estancar a hemorragia e facilitar a cicatrização. No tratamento das feridas, os egípcios utilizavam o conceito de ferida limpa e ocluída, com óleos vegetais, cataplasmas e faixas de algodão. Gregos e romanos empregavam emplastos, banhas, óleos minerais, pomadas, vinho etc. Medievais associavam a plantas medicinais, teia de aranha, ovo, cauterização com óleo quente, associado ao auxílio das preces, pois o corpo humano era considerado sagrado, lugar de residência do espírito ou das forças demoníacas. Neste mesmo período (medieval), os monastérios desenvolviam cada vez mais o estudo das plantas - hoje denominado Fitoterapia - acentuando a importância da manutenção
  • 6. da ferida limpa e remoção dos corpos estranhos e tecido necrótico, e a necessidade de controle da hemorragia, por meio de compressões locais, cauterizações e ligaduras dos vasos sangrantes. A história da medicina reporta o surgimento da penicilina (I Guerra Mundial) como um grande passo para o controle da infecção, até, finalmente, chegar aos conceitos atuais de manutenção do leito da ferida úmido, pois este procedimento acelera o processo de cicatrização. Segundo Candido (2001), a ferida cutânea nunca foi bem aceita pela sociedade, podendo esta ser motivo, até, de exclusão social do paciente. 4.2 Ética no Tratamento de Feridas: Uma questão muito importante na sistematização do tratamento de feridas são os aspectos éticos. Este, por sua vez, preocupa-se com o lado prático da vida do indivíduo e da sociedade, tenta criar regras e normas de condutas para a atividade livre do ser humano, orientada pelos preceitos morais mais aceitos. O autor Dantas Filho (2003) tenta analisar eticamente questões direcionadas ao tratamento de lesões no Brasil ressaltando alguns pontos que precisam de reflexões. Essa postura visa buscar uma ética mais aplicada. Uma vez que o tratamento de feridas vem se tornando uma área cada vez mais específica e científica, diferenciando-se progressivamente como uma especialidade no campo a atenção à saúde. Numa perspectiva mais objetiva, temos à nossa frente um ser humano especificamente fragilizado com odores e secreções, com dores tanto no corpo quanto na “alma”. A auto-estima destroçada, a dura e prolongada recuperação e a perspectiva das complicações e seqüelas, são fantasmas que, geralmente, acompanham o tratamento desse tipo de doente. Já no ponto de vista mais subjetivo, o profissional de saúde sofre também o impacto das lesões que se dispõe a tratar. Dantas Filho (2003), acrescenta dizendo que, apesar de todas as influências contrárias, devemos resgatar o sentido humanitário, a compaixão e a solidariedade no contato com todos os nossos semelhantes, principalmente com aqueles mais desprotegidos e doentes. Segundo ele, o cuidar da ferida de alguém vai muito além dos cuidados gerais ou da realização de um curativo. Uma ferida pode não ser apenas uma lesão física, mas algo que dói sem, necessariamente, precisar de estímulos sensoriais; uma marca ou uma mágoa, uma perda irreparável ou uma perda incurável. A ferida é algo que fragiliza e muitas vezes incapacita. O
  • 7. portador de uma lesão orgânica carrega consigo a causa dessa lesão: um acidente, queimadura, agressão, doença crônica, complicações após um procedimento cirúrgico, entre tantos outros. E esta solução de continuidade passa a ser marca, sinal, lembrança de dor, da perda, mesmo após a cicatrização. Por isso é importante ressaltar que o enfermeiro deve estar atento aos problemas relatados pelo paciente que envolve aspectos psicológicos, para que junto a outros profissionais, medidas condizentes a problemática possam ser tomadas com o objetivo de auxiliá-lo na recuperação. 4.3 Importância da Anamnese no Tratamento das lesões: A anamnese no tratamento das lesões será de extrema importância, pois através do exame físico iremos detectar o tipo de lesão, se ela esta pouco ou bastante contaminada, qual o procedimento mais adequado àquela lesão, se há odor proveniente daquela ferida, se há edemas, irá fazer a análise em relação à temperatura naquela região ou do paciente (quando há um aumento na temperatura há indícios de inflamação), a coloração, ou seja, se aquele local está pálido (quando há diminuição da cor rósea da pele.), se há aumento da coloração rósea (no caso de hiperemia) ou cianótico (coloração azulada da pele). Pode ser analisado também a sensibilidade, pois esta pode ser Tátil (friccionando a pele com uma mecha de algodão, onde iremos observar a sensação de dor, de anestesia.), poder ser também Dolorosa (tocando-se a pele com a ponta de uma agulha, onde este toque poderá ser percebido pelo paciente ou não) e também poderá ser Térmica (utilizando-se tubos de ensaio com águas quente e fria, alternando os tubos para que haja a percepção correta do quente e frio.). Então, através da anamnese iremos dar o diagnóstico em relação àquela ferida e fazer o planejamento da assistência de enfermagem. É importante, pois representa uma importante etapa no contato do profissional com o paciente, dependendo dele todo o desenrolar do processo de enfermagem e o sucesso do tratamento. 4.4 Conceitos básicos sobre a Pele: A pele é o maior órgão do corpo humano, tendo como principais funções: proteção contra infecções, lesões ou traumas, raios solares e possui importante função no controle da temperatura corpórea.
  • 8. Na conquista do meio terrestre pelos vertebrados dependeu, entre outras coisas, do isolamento e proteção do corpo e de mecanismos de relação do ser vivo com o meio. Nos mamíferos, a pele é composta de três camadas: epiderme, derme e hipoderme (ou tecido celular subcutâneo). 4.4.1 Características da epiderme: É um tecido epitelial pluriestratificado. Camadas que a compõe: basal, espinhosa, granulosa, lúcida e a camada córnea. Camada basal, apóia-se na derme e nela evidencia-se intensa atividade de divisão celular mitótica, que repõe constantemente as células perdidas no desgaste diário, incisões cirúrgicas ou traumáticas, a que este tecido está sujeito. Na epiderme fica localizada a queratina que fica responsável pela impermeabilização da pele, e o acúmulo de camadas de queratina formará a camada córnea. É um importante órgão sensorial. 4.4.2 Característica da derme: É uma camada formada por tecido conjuntivo denso fibroso, cujas fibras ficam orientadas em diversas direções. Na derme, encontramos os vasos sanguíneos, linfáticos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas, pelos e terminações nervosas, além de células como: fibroblastos, mastócitos, monócitos, macrófagos, plasmócitos entre outros. No caso de lesões cortantes, só após atingir a derme que haverá sangramento, pois é nesta camada que se encontra vasos sanguíneos, a epiderme é nutrida por difusão das células. 4.5 Conceito de Feridas As feridas são modificações da pele ocasionadas por: traumas, processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, por distúrbios do metabolismo ou por defeito de formação. É o rompimento da estrutura e do funcionamento da estrutura anatômica normal, resultante de um processo patológico que se iniciou interna ou externamente no(s) órgão(s) envolvido(s). Assim, as células envolvidas nesta ferida tendem a se regenerarem para voltar à sua estrutura e função normal.
  • 9. 4.6 Classificação das Feridas: As feridas podem ser classificadas pela origem ou pelo tipo do agente causal, analisando o grau de contaminação, onde este terá importante papel, pois orientará no tratamento com antibióticos, pelo tempo de traumatismo, pela profundidade das lesões. Feridas do tipo agudas, são mais fáceis de se tratar pois estas respondem ao tratamento e cicatrizam sem maiores complicações, já as feridas crônicas não respondem tão facilmente aos tratamentos, estas duram mais ou necessitam de recidivas freqüentes. 4.6.1 Quanto à origem: As feridas podem ser originadas através de um trauma causado por um objeto afiado ou a um golpe, por incisão cirúrgica, punção venosa, ferida de tiro, caracterizando uma ferida aberta. Já a ferida fechada é obtida através de uma lesão sem que tenha havido corte, obtida através de torções, fraturas óssea, órgão visceral rasgado. A queimadura é uma ferida de origem acidental, ocorre em condições não estéreis, sendo esta não intencional. Tiros e facadas podem ou não ser intencionais, que também são obtidas sem assepsia. Já as feridas intencionais são provenientes de incisões cirúrgicas ou introdução de agulha em uma parte do corpo, porém e feita sob técnicas assépticas. Existe a ferida resultante de pancadas, onde esta é dolorosa por causa da exposição dos nervos superficiais, torna-se mais grave se um órgão interno for atingido, podendo haver sangramento nos tecidos subjacentes e formação de hematoma. 4.6.2 Quanto ao grau de contaminação: Segundo o Professor e Doutor Luís Roberto, as feridas podem ser classificadas como Limpas, ou seja, são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos sistemas como o digestório, respiratório e genito-urinário. A probabilidade da infecção da ferida é baixa, em torno de 1 a 5%; Limpas porém contaminadas, que são conhecidas como potencialmente contaminadas; nelas há contaminação grosseira, por exemplo nos ocasionados por faca de cozinha, tiros ou nas situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados. O risco de infecção é de 3 a 11%; Contaminadas, que há reação inflamatória; são as que tiveram contato com material como terra, fezes, etc. Também são consideradas contaminadas aquelas em que já se passaram seis horas após o ato que resultou na ferida. O
  • 10. risco de infecção da ferida já atinge 10 a 17%; e as Infectadas, que apresentam nitidamente sinais de infecção. 4.6.3 Quanto à aparência: As feridas abertas que cicatrizam por segunda intenção podem ser classificadas segundo a aparência em: Classificação Características Necrótica Presença de placa necrótica dura (escaras) ou tecido necrosado. Infectada Presença de processo inflamatório e exudação supurativa. Com crosta Exudação que se modificou, composta de células mortas, retardam a cicatrização. Granulada Formação de tecido vascular novo (angiogênese) e matriz de colágeno. Epitelializada Formação e migração de células epiteliais sobre uma superfície durante o processo de cicatrização. 4.6.4 Quanto à cor: Podem ser classificadas quanto à cor da ferida, ou seja, as vermelhas são feridas crônicas em cicatrização, em que predomina o tecido de granulação e novo epitélio; e o tratamento é promover um ambiente úmido, proteger os tecidos neoformados e prevenir a infecção. As amarelas apresentam exudato fibroso e seus tecidos são moles, desvitalizados; podem estar colonizados, o que favorece a instalação de infecção. Então deve-se identificar se há colonização ou não, e no caso de infecção deve-se promover o desbridamento dos tecidos desvitalizando e estancar a infecção, preferencialmente por meio de terapia sistêmica. As pretas apresentam necrose tecidual, com desnaturação e aumento de fibras colágenas e conseqüente formação de escaras espessas, cuja coloração pode variar entre castanho, marrom e preto. Devido à presença do tecido necrótico, o objetivo é remover o tecido necrosado com a máxima brevidade, por meio do desbridamento.
  • 11. 4.6.5 Quanto ao tipo de secreção: O transudato é um líquido que extravasa dos vasos é pobre em proteínas e derivados celulares; O exudato é um material fluido que extravasa dos vasos, resultante de um processo inflamatório, é rico em proteínas derivadas celulares; O exudato caseoso é originado do soro sangüíneo ou secreções serosas da cavidade peritoneal, pleural, pericárdica; O exudato sanguinolento é derivado de lesões com ruptura de vasos ou diapedese de hemácias; O exudato supurativo é composto por leucócitos e proteínas produzidas por processo inflamatório asséptico ou séptico; o exudato fibrinoso provém da passagem de proteínas plasmáticas pela parede do vaso; A fibrina é uma proteína insolúvel, se forma durante o processo de coagulação. Na ferida, apresenta-se aderida aos tecidos e tem cor esbranquiçada ou amarela; e pode estar, a secreção, relacionado a padrões mistos, ou seja, serossanguinolento, seropurulento, serofibrinoso, fibrinopurulento. Podemos analisar a coloração desta secreção, podendo ser esbranquiçada, amarelada, esverdeadas, achocolatadas; ainda podem ser, as secreções, derivadas de fístulas, podendo ser biliar, entérica, pancreática, fecalóide. 4.7 Conceito de Cicatrização: Após ocorrer a lesão a um tecido, imediatamente iniciam-se fenômenos dinâmicos conhecidos como cicatrização, que é uma seqüência de respostas dos mais variados tipos de células (epiteliais, inflamatórias, plaquetas e fibroblastos), que interagem para o restabelecimento da integridade dos tecidos. O tipo de lesão também possui importância no tipo de reparação; assim, em uma ferida cirúrgica limpa, há necessidade de mínima quantidade de tecido novo, enquanto que por exemplo em uma grande queimadura, há necessidade de todos os recursos orgânicos para cicatrização e defesa contra uma infecção. Na seqüência da cicatrização de uma ferida fechada, temos a ocorrência de quatro fases distintas: inflamatória, epitelização, celular e fase de fibroplasia. Nas feridas abertas (não suturadas), ocorre à formação de um tecido granular fino, vermelho, macio e sensível, chamado de granulação, cerca de 12 a 24 horas após o trauma. Neste tipo de tecido um novo fato torna-se importante, que é a contração, sendo que o
  • 12. responsável é o miofibroblasto; neste caso, não há a produção de uma pele nova para recobrir o defeito. A contração é máxima nas feridas abertas, podendo ser patológica, ocasionando deformidades e prejuízos funcionais, o que poderia ser evitado, através de um enxerto de pele. Excisões repetidas das bordas diminuem bastante o fenômeno da contração. Deve-se enfatizar a diferença entre contração vista anteriormente, e retração que é um fenômeno tardio que ocorre principalmente nas queimaduras e em regiões de dobra de pele. Existem alguns fatores que interferem diretamente com a cicatrização normal: idade, nutrição, estado imunológico, oxigenação local, uso de determinadas drogas, quimioterapia, irradiação, tabagismo, hemorragia, tensão na ferida entre outros. A grande complicação das feridas é a sua INFECÇÃO, sendo que os fatores predisponentes podem ser locais ou gerais. Os locais são: contaminação, presença de corpo estranho, técnica de sutura inadequada, tecido desvitalizado, hematoma e espaço morto. São fatores gerais que contribuem para aumentar este tipo de complicação: debilidade, idade avançada, obesidade, anemia, choque, grande período de internação hospitalar, tempo cirúrgico elevado e doenças associadas, principalmente a diabetes e doenças imunodepressoras. Outras complicações são a hemorragia e a destruição tecidual. 4.8 Fisiologia da Cicatrização: A natureza da cicatrização é a mesma para todas as feridas, com variações dependendo da localização, gravidade e extensão da lesão. A capacidade das células e dos tecidos se regenerarem ou retornarem à estrutura normal pelo crescimento celular também afeta a cicatrização. As células do fígado, túbulos renais e neurônios do sistema nervoso central tipicamente se regeneram lentamente ou não se regeneram de forma alguma. Existem as feridas com perda de tecido, e as sem perda de tecido. Ferida cirúrgica é cicatrizada por primeira intenção, pois os bordos da ferida se aproximam e o risco de contaminação é pequeno, ocorre de forma rápida. Este tipo de cicatrização envolve três fases: a inflamatória, que será uma reação do corpo à ferida e ocorre dentro de minutos após ocorrer a lesão, o processo controla o sangramento, envia sangue e células para a área lesada e forma células epiteliais no local lesado; a proliferativa, que será o aparecimento de novos vasos sanguíneos como um processo de reconstrução, começa estendendo-se por 3 a 24 dias, nesta fase há o preenchimento das feridas e fechamento das
  • 13. partes de cima da ferida pela epitelização; e por fim a maturação ou remodelagem, que é o último estágio da cicatrização e pode demorar mais de um ano, dependendo da profundidade e extensão da ferida, então um tecido lesado não tem a mesma força de um tecido anterior. Já a que envolve perda de tecido, como na queimadura, cicatriza por segunda intenção, pois as bordas das feridas não se aproximam, geralmente é deixada aberta até que se preencha o tecido de cicatrização, com maior risco de contaminação e geralmente é demorada. A inflamação é geralmente crônica, e os defeitos do tecido são preenchidos com tecido de granulação frágil em vez de colágeno. A contração da ferida começa por volta do quinto dia e ocorre simultaneamente com a epitelização, esta contração é o envolvimento da derme e da epiderme em cada lado da ferida. 4.9 Fatores sistêmicos que retardam a cicatrização A idade, ou seja, o envelhecimento, altera todas as fases da cicatrização da ferida, a resposta inflamatória é reduzida, o tecido colagenoso está menos maleável, o tecido da cicatriz está menos elástico, dentre outros fatores. A obesidade faz com que falte um suporte sangüíneo adequado ao tecido gorduroso para resistir à infecção bacteriana e supri-lo de nutrientes e elementos celulares para cicatrização. A má oxigenação, que se dá devido à tensão de oxigênio arterial diminuída alterando a síntese d colágeno e formação de células epiteliais, se a circulação sanguínea no local for pobre, nos casos de anemia, pois há falta de hemoglobina no sangue interferindo no restabelecimento dos tecidos, e o fumo que reduz a funcionalidade das hemoglobinas, ou seja, interfere nos mecanismos celulares normais que promove a liberação de oxigênio para os tecidos. Medicamentos do tipo esteróides, reduzem a resposta inflamatória e diminuem a síntese do colágeno; os antiinflamatórios suprem a síntese das proteínas, a contração da ferida, epitelização e inflamação; o uso prolongado de antibióticos pode aumentar o risco de superinfecção; os medicamentos quimioterápicos que podem deprimir a função medula óssea, diminuindo o número de leucócitos e dificultando a resposta inflamatória. Diabetes é uma doença crônica que causa doença dos pequenos vasos que dificulta a perfusão tecidual, faz com que a hemoglobina tenha grande afinidade com o oxigênio, logo ela não libera oxigênio para os tecidos (Este é o mecanismo celular que acontece no fumo.), causa hiperglicemia, que altera a capacidade dos leucócitos em realizar fagocitose e também apóia o crescimento de fungos e infecção por fungos.
  • 14. A radiação eventualmente desenvolve fibrose e escoriação vascular nas camadas da pele irradiadas, os tecidos tornam-se frágeis e pobremente oxigenados. Ferida de estresse, como a causada pelo vômito se dá através da distensão abdominal e esforços respiratórios podem estressar a linha de sutura e abrir a camada da ferida; uma tensão repentina, inesperada, na incisão inibe a formação de células endoteliais e a rede de colágeno. A presença de edema acentuado, principalmente em membros inferiores poderá sugerir doença vascular associada. O edema poderá estar comprometendo a oxigenação desta ferida, bem como poderá afetar a epitelização e a contração da lesão. 4.10 Conceito de curativos É o meio terapêutico que consiste na aplicação de uma cobertura estéril sobre uma ferida previamente limpa. Tem como objetivo promover cicatrização (por meio de técnica asséptica), prevenir a contaminação, e eliminar fatores negativos que possa retardá-lo. Por tanto deve-se fazer limpeza da lesão, promover hemostasia, ou seja, estancar o sangue, proporcionar um ambiente adequado à cicatrização da ferida, absorver a drenagem para proteger a pele adjacente, proteger a ferida contra contaminação e traumatismo mecânico, promover conforto físico e mental ao paciente. 4.11 Desbridamento: Pradines (2003), desbridamento é a retirada do tecido desvitalizado ou morto, pois a sua presença retarda o processo de cicatrização. Atualmente temos: • Autolíticos: destruição natural do tecido necrótico através de enzimas lisissomiais e ações de macrófagos. • Químico / Enzimático:são utilizadas as enzimas proteolíticas com o objetivo de remover os tecidos desvitalizados. Exemplo: Colagenase. • Mecânico: são realizados através do emprego de forças físicas objetivando a remoção de tecidos desvitalizados. São utilizados dois métodos: o Fricção: emprega-se gaze úmida ou esponja macia em movimentos centrífugos objetivando remover sujidades, corpos estranhos e tecidos desvitalizados. o Emprego de material cortante: usa-se tesoura ou lâmina de bisturi.
  • 15. 4.12 Influência medicamentosa no tratamento das feridas Várias drogas afetam a cicatrização, algumas afetam a absorção dos nutrientes e outras as fases da cicatrização. O metotrexato tem efeito antivitamínico, ou seja, a enzima que normalmente se ligaria à vitamina passa a se ligar à droga; a neomicina reduz a absorção das vitaminas K; o ácido para- amino-salicílico e a colchicina, reduzem a absorção da vitamina B12; drogas antiinflamatórias (as drogas contém o mesmo efeito) diminuem a síntese de proteínas, arcos capilares, proliferação, epitelização de fibroblastos e circulação periférica; Os corticosteróides, os quimioterápicos e os radioterápicos, diminuem a resposta imune normal à lesão, podem interferir na síntese protéica ou divisão celular, atingindo, diretamente na produção de colágeno, além disso pode tornar a cicatriz mais frágil. 4.13 Importância da nutrição no tratamento das feridas A cicatrização da ferida pode ser influenciada pela nutrição, ou seja, para os clientes enfraquecidos ou debilitados pela doença a cicatrização é mais lenta, estresse de queimaduras ou trauma grave aumentam as necessidades nutricionais. 4.14 Aspectos gerais das feridas crônicas O enfermeiro ao desempenhar o seu papel humanizado, científico e individualizado na assistência ao cliente, tem como metas a formação à saúde a prevenção e o tratamento das doenças durante o ciclo de vida do ser humano. Para que o enfermeiro desempenhe de forma diferenciada a sua função e possa contribuir com benefícios ao paciente, deve prestar uma assistência sistematizada, tornando suas ações mais científicas possíveis. O tratamento e a avaliação de ferida de membros inferiores é uma questão importante para os profissionais de saúde. A execução do tratamento e sua avaliação têm sido tradicionalmente de responsabilidade do enfermeiro (HAYSAHI, 2003). As úlceras de pressão (UP) constituem uma complicação custosa e problemática para o paciente hospitalizado. A incidência e a prevalência da ulceração justifica a preocupação sobre a necessidade de identificar os pacientes com o risco de apresentar UP. A mobilidade, intimamente relacionada ao nível de consciência e competência neurológica, é a capacidade de aliviar a pressão através do movimento. A mobilidade contribui para o bem-estar físico e psíquico de todo o indivíduo. A imobilidade é, provavelmente um dos
  • 16. mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento da úlcera de pressão, porque similarmente ao paciente que tem diminuição do nível de consciência, o paciente imóvel também não alivia a pressão nas regiões de proeminência óssea, mantendo, assim, os fatores de intensidade e duração da pressão como a maior causa do desenvolvimento da lesão. (PARANHOS, 2003). A aparição de UP eleva a mortalidade e a morbidade, prolonga o período de hospitalização e aumenta os custos, além de que sua incidência é um indicador clássico da qualidade assistencial da rede hospitalar de um país (segundo análise da Organização Mundial de Saúde em âmbito local). Comprometidos com a qualidade dos cuidados, destacamos que em âmbito nacional alguns grupos têm como objetivo principal estudar e aprofundar no que se refere ao conhecimento do problema da UP: um deles é o Grupo Nacional para o estudo e Assessoramento em UP e Feridas Crônicas (GNEAUP), grupo interdisciplinar formado em 1994, assim como a Associação Andaluza para a promoção, investigação e melhora da qualidade das úlceras de pele (UALLS et al, 2005). A principal causa de úlceras nas pernas é de doença vascular periférica de origem venosa ou arterial. A insuficiência venosa crônica (IVC), é a mais freqüente causa de úlcera de pressão, correspondendo a 80% dos casos em países desenvolvidos. Alguns fatores de importância epidemiológica devem ser considerados ao atendermos um paciente com ferida crônica. A idade avançada, por exemplo, é um fator de risco para infecção. Estudos desenvolvidos por Mishiriki e colaboradores, verificou que pacientes de 65 anos ou mais têm risco seis vezes maior de desenvolver infecção em feridas que menores de 14 anos. Hábitos como a alimentação e o fumo influenciam sobremaneira o processe de cicatrização, daí a importância de se obter essas informações. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é um processo que vai instrumentalizar o trabalho, possibilitando a aplicação dos conhecimentos técnicos, o estabelecimento de fundamentos para a tomada de decisão e o registro adequado de assistência prestada. Entretanto, em levantamento bibliográfico realizado, verificou-se que estudos de feridas crônicas são escassos. A maioria dos estudos diz respeito à epidemiologia, aos custos de tratamento, ao tempo de tratamento, aos tipos de curativos, a prevenção e ao tratamento das UP e úlceras venosas (TUYAMA,2004).
  • 17. Segundo Ceco (2003), o problema das úlceras crônicas que tem uma tendência a aumentar nos países industrializados devido a uma maior expectativa de vida com o envelhecimento da população, as pluripatologias prevalentes e a um cuidado deficiente da pele e da nutrição. Segundo diversos estudos, as úlceras dos membros inferiores afetam entre 0,15% a 0,18% da população atual; entre 1% e 2% desta população desenvolverá em algum momento de sua vida uma úlcera nos membros inferiores, o que representa um problema de saúde pública. Uma úlcera é uma interrupção da pele, com perda de substância e com escaras ou nula tendência à cicatrização espontânea. Na avaliação e assistência integral a um paciente com úlceras crônicas, a escolha de um tratamento e um plano de cuidado adequado é essencial; este tratamento deverá levar em conta as características do paciente, o tipo de úlcera, o estado da pele pluriulceral, os hábitos nutricionais e de higiene, além dos objetivos gerais do tratamento. Por isso, cada dia torna-se mais importante a descoberta de novas formas de tratamento, visando a cura das úlceras de maneira pouco traumática e com o menor custo possível. Todas estas atitudes irão beneficiar a qualidade de vida do paciente. As úlceras vasculares de origem venosa são produzidas por uma falha na circulação de retorno. Aparecem principalmente nos membros inferiores e em pessoas com doenças concominantes. No cuidado das ulceras deve-se levar em conta tanto a lesão produzida, como o paciente em sua globalidade, uma vez que o surgimento de uma úlcera pode agravar seriamente o estado geral do paciente, em especial o risco de infecção e outras complicações associadas. Além disso alguns autores relatam uma perda de autonomia e auto-estima. A dificuldade de cicatrização é influenciada tanto por fatores extrínsecos, como intrínsecos. Em um processo complexo e dinâmico, que consiste de várias fases: inflamação, proliferação, repitelização e angiogênese. As úlceras de estase constituem as feridas crônicas mais freqüentes na população americana. A maioria das úlceras crônicas dos membros inferiores (80 a 90%), tem como etiologia a estase venosa, 5% a insuficiência arterial e 2% a neuropatia. A associação de péssima qualidade de vida causada por essa doença e a dificuldade de eficiência terapêutica ambulatorial determinam grande desafio aos serviços que se propõem a trata-los (RITTES, 2005). Os enfermeiros têm um importante papel a desempenhar no tratamento de feridas e precisam estar cientes de suas responsabilidades. É evidente que tal papel deve ser visto no contexto da equipe multidisciplinar, porque as feridas não podem ser encaradas como algo
  • 18. isolado do resto do corpo. Diferentes especialidades médicas também estão envolvidas no tratamento de feridas, de modo que os membros da equipe variam de acordo cm as necessidades do paciente. Em muitas áreas, as equipes multidisciplinares estão preparando políticos para tratamento de feridas e prevenção de UP. Tais esforços devem ser aplaudidos, pois trarão grandes melhoras aos padrões de atendimento aos pacientes (DEARLEY, 2001). No Brasil, atualmente, o tratamento de feridas recebe atenção especial dos profissionais da área de saúde, tendo como destaque a atuação dos enfermeiros, que muito têm contribuído para o avanço e o sucesso do tratamento dos portadores de lesões crônicas. Busca-se a globalização da assistência, visando a cura ou cicatrização, a melhora da condição clínica e social dos clientes, a racionalização e maior eficiência dos procedimentos direcionados ao tratamento de lesões cutâneas, com a conseqüente otimização do atendimento. O portador de feridas crônicas existe em todos os seguimentos sociais. No Brasil não é diferente, mas, no país, o grande desafio é contornar as dificuldades daqueles que desprovidos de recursos adequados para serem assistidos por serviços particulares, necessitam procurar instituições públicas para receberem o tratamento. São conhecidas as dificuldades inerentes aos serviços públicos de saúde de forma generalista, podemos citar como causa básica a grande demanda e busca de atendimento e carência de recursos para atendê-la adequadamente. Notório também é a característica dessa demanda, em sua maioria proveniente das camadas carentes da população, o que conota maior incidência de doenças instaladas e acentuando desconhecimento relacionado ao processo de prevenção, melhora a cura. Devemos considerar, também, que apesar do crescente interesse, dos diversos profissionais, no tratamento de feridas, ainda permanece no meio assistencial, uma grande desinformação sobre o assunto, o que contribui muitas vezes para o insucesso do tratamento (MARIA; AUN, 2004). 4.15 Sistematização da Assistência de Enfermagem no tratamento de feridas crônicas. Primeiramente o enfermeiro irá buscar o histórico da ferida daquele paciente, fazendo a inspeção, ou seja, avaliar a superfície, os Sinais de cicatrização, a temperatura do paciente, irá analisar as características definidoras (presença de ferida, drenagem amarelada, cheirando a sujo, se as bordas se aproximam, drenagem marrom avermelhada cinco dias após a cirurgia, dentre outros) e posteriormente ele irá diagnosticar a ferida, analisando: Diminuição da integridade da pela que está relacionado com incisão cirúrgica, efeitos da pressão, acidente
  • 19. químico, secreções e excreções; Risco de diminuição da integridade da pele relacionado com imobilização física, exposição a secreções; Risco para infecção, relacionada à má nutrição, perda de tecido e exposição aumentada ao ambiente; Dor, relacionada com incisão abdominal; Diminuição da mobilidade física, relacionado com dor na ferida cirúrgica; Nutrição alterada (menor do que as necessidades do corpo), relacionado à inabilidade de ingerir alimentos; Padrão de respiração ineficaz, relacionado com dor na incisão abdominal; Perfusão tecidual alterada, relacionado com interrupção do fluxo arterial, interrupção do fluxo venoso; Distúrbio da auto- estima relacionado com a percepção das cicatrizes, percepção dos drenos cirúrgicos, reação à parte do corpo removida cirurgicamente. Posteriormente o enfermeiro irá desenvolver um plano de cuidados (prescrição – com as metas, resultados esperados, prescrições e a justificativa) onde requer o gerenciamento da ferida. As metas e os resultados esperados são estabelecidos, e, a partir das metas, o enfermeiro planeja as terapias de acordo com a gravidade e o tipo de ferida e a presença de alguma condição que cause complicação, como infecção, má nutrição, imunossupressão e diabetes, capaz de afetar a cicatrização da ferida. No caso de alta precoce, enfermeiro terá que trabalhar junto ao paciente e seus familiares para manter uma cicatrização ótima da ferida estando o paciente no hospital ou não. A prioridade do enfermeiro no cuidado da ferida depende das condições do cliente se estável ou emergencial, depende do tipo, do local e do tamanho da ferida.
  • 20. 4.16 Referencial bibliográfico: 1. ANDRADE, M.N.B; SEWARD, R; MELO, J.R.C. Curativos. Rev Méd Minas Gerais 1992. 2. AUN, R.B. Artigo: “O exame da pele: um passo importante para a prevenção e tratamento das lesões”. 28 de agosto. 2004. Disponível em www.rrferidas.com 3. BRITO, S. O nutricionista na avaliação e no tratamento de pacientes portadores de feridas. In: JORGE, S.A; DANTAS, S.R.P.E. Abordagem multiprofissional do tratamento de feridas. São Paulo: Atheneu. 2003, cap. 24. p: 337-338. 4. CANDIDO, L. C. Nova abordagem no tratamento de feridas. São Paulo: SENAC, 2001, 282p. 5. DANTAS FILHO, U.P. Aspectos éticos do tratamento de feridas. In: JORGE, S.A; DANTAS, S.R.P.E. Abordagem multiprofissional do tratamento de feridas. São Paulo: Atheneu, 2003, cap 2. p. 7-10. 6. DEALEY, C. Cuidando de feridas: um guia para os enfermeiros. 2a ed. São Paulo: Atheneu, 2001, p. 2-137. 7. FERNANDES, L.R. Aula: “Fisiologia da cicatrização”. Curso de Medicina. Disponível em www.unimes.br. 8. MARIA, R.P; AUN, R.B. Projeto e implantação de um serviço de atendimento a pacientes portadores de feridas em uma instituição pública. Disponível em www.r&rtratamentodeferidas.com.br. 9. OLIVEIRA, M.M. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. Recife: Bagaço, 2003, p.31-173. 10. POTTER, P. A. & PERRY, A. G. Fundamentos de Enfermagem. 4a. ed; Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1999. 11. PRADINES, S.M.S. et al. Protocolo para tratamento de feridas. 5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004, p. 1319 – 1338. 12. RITTES, P. Úlceras de estase dos membros inferiores: uma nova abordagem terapêutica. Disponível em www.prittes.com.br. 13. SAMUEL, H.M; SANTIS, E.P; MANDELBAUM, M.H.S. Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares – parte I. Anais Brasileiro de Dermatologia. Vol. 78. n.4. Rio de Janeiro. Julho/Agosto 2003. Disponível em www.scielo.br 14. SECO, M.C. & PUIG, M.N. Qualidade de vida e cicatrização são possíveis: cuidado clínico. São Paulo: nº 4, p. 24 – 34, fev. 2004.