1. A FAMÍLIA E AS MUDANÇAS QUE AFETAM OS NOSSOS VALORES A revolução social ocorrida mexeu com as regras morais e éticas mais básicas. Por isso o homem não se cansa de explorar novos caminhos em seu sistema de valores. Os valores que deveriam ser as base da ordem social foram alterados: importância social, ego, compromisso a curto prazo e qualidade; ceticismo quanto ao futuro, em relação a outras pessoas e instituições, desconfiança das tradições etc.

2. Como nunca, o materialismo está em alta, o “ter” assumiu o lugar de “ser”. As pessoas são medidas e avaliadas pelo que tem e não pelo o que se é. O compromisso está em baixa. No processo de redefinir o que conta na vida, muitos decidiram que o compromisso não é um dos seus maiores interesses. O casa mento, o mais tradicional compromisso a longo prazo está sendo desalinhado através do divórcio e de outras propostas de família.

3. Vejamos alguns sinais da diminuição dos compromissos na vida: Aumento da taxa de divórcio; o crescente número de adultos solitários, sem amigos, em relação a décadas passadas. É cada vez menos o número de pessoas que desejam se integrar como membro formal de organizações como igrejas, sindicatos, associações etc. O percentual de adultos que consideram lutar pela pátria como um dever, sem levar em consideração a causa, tem diminuído significativamente. É cada vez maior o número de pessoas que marcam compromissos e não os cumprem. Muitos pais, hoje, estão bem menos inclinados a acreditar que é importante permanecer num casamento infeliz, por causa dos filhos, do que há 40 anos.

4. A exaltação ao individualismo . Na busca permanente de experiências variadas, o homem exalta a individualidade e, em lugar de se associar a grupos e filosofias preestabelecidos, ele anda em cima do muro, entre diferentes grupos, e muitos se recusam a afiliar-se com quem quer se seja. Sem dúvida, o individualismo continua alimentando o desejo de controlar e de ter novas experiências, eis o grande desafio para a família cristã, que é fundamentada nos princípios de comunhão, unidade, parceria e cooperação.

5. - O NOVO MILÊNIO E O FORMATO DAS NOVAS FAMÍLIAS Há uma grande diferença entre a família de hoje e a família tradicional de algumas décadas atrás. Pense em como era a família em um tempo em que não havia celular, microondas, TV a cabo, vídeos cassete, cd player, DVD, internet, vídeo games etc., onde só o pai trabalhava e a mãe ficava cuidando da educação e desenvolvimento dos filhos. Sem dúvida, a modernidade, nos seus múltiplos aspectos, é o fator central da vida da família de hoje. Por m lado, representa as grandes conquistas e avanços nas áreas de saúde, ciência e tecnologia, e , por outro, resulta como rápido e constante processo de desumanização, onde o homem e, conseqüentemente, a família tem reduzido sua condição de paradigma sociológico e referência moral. A modernidade conseguiu fragmentar e pulverizar os elementos constitutivos da família, tais como afetividade, lealdade, fidelidade, relações morais, éticos e religiosos. A família tem se deslocado do centro da sociedade.

6. Uma grande parte dos lares é de famílias “misturadas” – lares onde as crianças de dois ou mais casamentos estão ligadas como resultado de recasamentos. Precisamos também lembra os filhos que nascem fora do casamento. Há uma estatística que afirma que, hoje, uma entre 15 crianças nasce fora do casamento. Outro fator relevante é o crescimento assustador do número de casais “amasiados”, pessoas que se unem informalmente e dão início a uma família, muitas vezes disfuncional.

7. A mulher de hojeacredita que é direito seu ser mãe e, ao mesmo tempo, uma mulher de carreira, assim como ter relacionamento de casal sem conflitos e tensões. Se o seu casamento apresenta tais pressões, a mulher se sente para terminar este relacionamento, e levar junto seu filho. Em número e freqüência, do divórcio e das mulheres que trabalham, tornou as creches, em muitos lugares um negócio lucrativo. Hoje, o objetivo da maioria dos pais ( homens e mulheres) é ter realização pessoal a todo custo, sem importar se estão ou não negociando princípios inegociáveis.

8. A revolução sexual e a postura dos pais em relação aos filhos. O que era antes abominável, pecaminoso, vergonhoso, impróprio, indecente e reprovável, até mesmo entre os que estavam fora do contexto evangélico, hoje é tido como moderno, legal, seguro e sinal de maturidade etc. O pior disso tudo é que muitos filhos e pais, mesmo dentro da igreja evangélica, estão pensando do mesmo modo. Esses em vez de ser “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5), estão sendo “terra da terra” e “mundo do mundo”. Esse é o grande desafio para as família cristã no novo milênio; educar os filhos na disciplina e admoestação do Senhor (Ef.6;4) preservando-o moralmente, em meio a todas essa pressão da sociedade descomprometida com princípios, onde os valores estão deturpados.

9. A verdade é que a família hoje se comporta de maneira diferente de como se comportava no passado. Pais e filhos passam menos tempo juntos. E mais provável que façam as refeições fora de casa. As férias são mais curtas e geralmente, não inclui todos os membros da família. Em geral, o entretenimento proporcionado pela modernidade tecnológica ocupa toda a família durante o tem em que estão em casa. O pai assiste ao jornal, a mãe acompanha novela, o filho joga vídeo game, a filha navega na internet e o mais novinho assiste o seu desenho preferido. É hora de dormir, e ninguém praticou, a comunicação, a comunhão ficaram entretidos, o tempo foi roubado e a família ficou um pouco mais empobrecida. Esse é o processo de esvaziamento da relação de família, que quase sempre desemboca na falência do relacionamento. O fracasso de muitas famílias, em função deste esvaziamento, onde os valores básicos foram perdidos, proporcionou o crescimento dos alcoolismo, do abuso de droga, do abuso físico, do suicídio, da depressão e da promiscuidade sexual etc.

10. DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A FAMÍLIA DO NOVO MILÊNIO A família cristã precisa como nunca buscar oportunidades em meio a todos esses desafios do novo milênio. - Como a família deve enfrentar e responder a esses desafios, sem perder sua integridade?

11. 1 – Reconsiderando o que foi profetizado: “Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos, pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,” (2 Tm 3: 1-4).

12. Seria ingenuidade ou ignorância fazermos de conta de que não existe crise e que tudo está indo muito bem. Podemos alterar esse quadro, que caracteriza o novo milênio em relação à família, através de um avivamento da parte de Deus, e isso não é automático, precisa ser buscado. “ E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”(2 Cr. 7:14)

13. 2 – Não se conformar com o modelo oferecido pelo “deus deste século” E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.(Rm 12;2 2 Co 4;4)

14. A palavra conformar significa tomar a forma, e se moldar. O que Paulo disse a Timóteo, serve para todos aqueles que acreditam na família como projeto de Deus. “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido” 2 Tm 3.14. Preservar os princípios de Deus, estabelecidos em Sua palavra para a família, é edificar a casa sobre a rocha (Mt 7.24.25). Pode haver mudanças que houver, Jesus garantiu, este projeto é a prova de tempestade, não cai. Devemos celebrar as família e os casamentos que alcançaram sucesso no Senhor Jesus, como respostas aos modelos distorcidos de família. Essa iniciativa do povo de Deus, de afirmar o modelo bíblico de família como ideal divino, pode motivar ainda mais os relacionamento sadios e encher de esperança tanto outros que estão lutando para superar as crises, porque acreditam na família como Deus a projetou.