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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO, CIENCIAS CONTÁBEIS E ECONOMIA
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO EM EMPREENDEDORISMO
LUCIANO SOARES DOS SANTOS
GESTÃO DE ESTOQUES: UMA ANÁLISE DAS FERRAMENTAS DE CONTROLE
DO SETOR DE PEÇAS EM UMA EMPRESA FRIGORÍFICA DE TANGARÁ DA
SERRA - MT
MONOGRAFIA EM ADMINISTRAÇÃO/TCC
TANGARÁ DA SERRA/MT
LUCIANO SOARES DOS SANTOS
GESTÃO DE ESTOQUES: UMA ANÁLISE DAS FERRAMENTAS DE CONTROLE
DO SETOR DE PEÇAS EM UMA EMPRESA FRIGORÍFICA DE TANGARÁ DA
SERRA - MT
Trabalho de Conclusão de Curso em forma de
monografia apresentado como requisito regulamentar
obrigatório para obtenção do grau de Bacharel em
Administração, de acordo com a Resolução nº 1 e 2 de
fevereiro de 2004 do Conselho Nacional de Educação
e da Resolução nº 030/2012 do Conselho de Ensino,
Pesquisa e Extensão da UNEMAT.
Orientador: Prof. Elei Chavier Martins
Tangará da Serra (MT)
2013
DEDICATÓRIA
À minha família pela fé e confiança demonstrada durante todos os anos da minha vida.
Aos meus amigos pelo apoio incondicional nas horas difíceis, fazendo com que eu
buscasse forças para continuar esta caminhada.
Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar, em especial à
professora Ms. Elaine Rodrigues.
Enfim, à todos que de alguma forma tornaram este caminho sinuoso e estreito mais fácil
de ser percorrido.
AGRADECIMENTOS
À Deus por me abençoar com saúde, paz e muitas realizações.
Aos meus pais Juarêz e Gildete que me guiaram amorosamente, desde cedo pelos
caminhos do conhecimento humano, transformando-me no que hoje sou.
À minha esposa Alcione e minha filha Waleska, por suportar minhas ausências durante
o decorrer desta jornada.
Aos meus colegas pelas vibrações de alegrias constantes ao meu redor tornando-se
assim a energia para o próximo passo.
Aos meus professores por terem me orientado com dedicação para que eu chegasse até
aqui, em especial ao meu orientador Elei Chavier pelo grande apoio a mim dispensado.
EPÍGRAFE
“A vida não acontece em extremos, ela serve como
percurso que nos prepara para momentos e opções
radicais, onde se mesclam êxitos e fracassos,
conquistas e perdas, alegrias e mágoas. Nela
passamos por momentos de cisão, nos quais é exigida
decisão, como na hora do nosso encontro com Deus.
Não há crescimento sem crise”.
(Autor desconhecido)
RESUMO
O estoque é um dos agentes que mais tem influência dentro de uma organização, pois interage
com os demais departamentos, tais como compra, vendas, produção e outros. Por isso, ele tem
uma parcela de importância muito grande para o bom funcionamento da empresa, já que
representa boa parte da totalidade de seus investimentos. Logo, este trabalho foi desenvolvido
em uma empresa frigorífica do município de Tangara da Serra – MT, o qual mostrou a
importância de se utilizar as ferramentas adequadas no gerenciamento e controle de estoques.
Partindo do princípio da definição de Administração; da gestão de materiais e das ferramentas
de controle de estoques em si, e posteriormente da importância estratégica competitiva das
empresas, que tem como um dos seus principais objetivos o gerenciamento efetivo do estoque.
Ao longo desse trabalho utilizou-se da pesquisa documental, cujo objetivo foi analisar livros e
relatórios pertencentes à organização. A pesquisa de campo feita com o uso de um questionário
aplicado ao líder do setor e entrevistas com os demais colaboradores, foi realizada após o estudo
bibliográfico para obter dados relevantes ao trabalho. Já o estudo de caso teve a função de
responder aos questionamentos, as incertezas e as possibilidades dentro do contexto da gestão
de estoques. Sendo assim, com a análise qualitativa dos dados, diagnosticou-se a eficácia das
ferramentas de controle de estoques utilizadas no setor de peças da empresa em estudo. Deste
modo supriu-se as necessidades de respostas sobre como e por que os eventos ocorrem,
demandando um tratamento visível no cotidiano ligado a este campo de pesquisa.
PALAVRAS-CHAVE: Administração de Materiais, Logística, Cadeia de Suprimentos.
ABSTRACT
The stock is one of the agents that have more influence within an organization as it interacts
with other departments such as purchasing, sales, production and others. So he has a parcel of
great importance for the proper functioning of the company, as it represents a good part of their
entire investment. Therefore, this study was conducted in a meat packing company in the city
of Tangara da Serra - MT, which showed the importance of using the right tools in management
and inventory control. Assuming the definition of Administration; materials management and
inventory control tools itself, and later the strategic importance of competitive companies, that
has as one of its main goals the effective management of inventory. Throughout this work we
used the documentary research aimed to examine books and reports pertaining to the
organization. The field research was done using a questionnaire administered to the Leader of
the industry and interviews with other employees, was held after the bibliographical study to
obtain data relevant to the work. Already the case study had the function to respond to questions,
uncertainties and possibilities within the context of inventory management. Thus, with
qualitative data analysis, was diagnosed the effectiveness of tools used in inventory control
parts sector company under study. Thus supplied to the needs of answers about how and why
events occur, requiring treatment visible in everyday connected to this field of research.
KEY-WORDS: Materials Management, Logistics, Supply Chain.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Planta baixa do setor de peças da Empresa Alfa, Out/2013......................................42
Figura 2: Organograma do setor de peças da Empresa Alfa, Out/2013 ...................................43
Figura 3: Gráfico da evolução do estoque, Empresa Alfa, Out/2013.......................................44
Figura 4: Fluxograma do processo de entradas, Empresa Alfa, Out/2013...............................47
Figura 5: Tela de lançamento no sistema SAP Logix, Out/2013 .............................................48
Figura 6: Fluxograma de saídas por consumo próprio, Empresa Alfa, Out/2013....................49
Figura 7: Tela de efetivação de baixas sistema SAP Logix, Out/2013 ....................................50
Figura 8: Fluxograma de saídas por transferência, Empresa Alfa, Out/2013...........................51
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................13
1.1 Estrutura da Monografia.............................................................................................14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................16
2.1 Administração ............................................................................................................16
2.2 Administração de Materiais........................................................................................16
2.3 Conceito de Estoques .................................................................................................17
2.4 Gestão de Estoques.....................................................................................................18
2.5 Políticas de Estoques..................................................................................................19
2.6 Tipos de Estoques.......................................................................................................20
2.7 Finalidade dos Estoques .............................................................................................21
2.8 Custos dos Estoques...................................................................................................22
2.9 Sistema de Planejamento de Estoques........................................................................23
2.10 Perdas de Estoque.......................................................................................................24
2.11 Ferramentas de Controle de Estoques ........................................................................24
2.11.1 Estoque de segurança .................................................................................................24
2.11.2 Ponto de Pedido..........................................................................................................25
2.11.3 Curva ABC.................................................................................................................26
2.11.4 MRP............................................................................................................................27
2.11.5 Just in Time ................................................................................................................28
2.11.6 Giro de Estoque..........................................................................................................30
2.11.7 Inventário físico..........................................................................................................30
2.11.8 EDI .............................................................................................................................31
2.12 Métodos de Avaliação de Estoques............................................................................32
2.12.1 PEPS...........................................................................................................................32
2.12.2 UEPS ..........................................................................................................................33
2.12.3 Custo Médio ...............................................................................................................34
2.12.4 Custo de Reposição ....................................................................................................35
2.13 Cadeia de Suprimentos...............................................................................................35
2.13.1 Compras......................................................................................................................35
2.13.2 Transporte...................................................................................................................36
2.13.3 Armazenagem.............................................................................................................36
2.13.4 Distribuição ................................................................................................................37
3 PROCEDIMENTOS E MÉTODOS...........................................................................38
3.1 Tipo de pesquisa.........................................................................................................38
3.2 Método........................................................................................................................38
3.3 Classificação da Pesquisa...........................................................................................39
3.4 Análise dos Dados......................................................................................................40
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES..............................................................................41
4.1 Dados da pesquisa em relação ao setor de peças........................................................41
4.2 Dados da pesquisa em relação às Políticas de Controle de Estoque ..........................44
4.3 Dados da pesquisa sobre as Ferramentas de controle e formas de utilização ............45
4.3.1 Ponto de Pedido..........................................................................................................45
4.3.2 Estoque de Segurança.................................................................................................46
4.3.3 EDI .............................................................................................................................47
4.3.4 Inventário Físico.........................................................................................................52
4.4 Dados da pesquisa sobre possíveis gargalos e oportunidades de melhorias ..............53
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................55
5.1 Delimitação e Limitações do Estudo..........................................................................55
5.2 Considerações para estudos futuros ...........................................................................56
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................57
Apêndice A: Questionário aplicado ao Líder do Setor de Peças.............................................58
Apêndice B: Roteiro da entrevista aplicada aos demais colaboradores ..................................59
Anexo 1: Aviso de Recebimento de Mercadorias da Empresa Alfa ........................................60
Anexo 2: Relatório de Baixas no Sistema SAP Logix .............................................................61
Anexo 3: Calendário de inventários Emp. Alfa segundo semestre 2013 .................................62
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Chiavenato (2005), a administração de materiais existe desde os tempos
mais remotos, através das trocas de caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje.
Produzir, estocar e trocar objetos e mercadorias é algo tão antigo quanto a existência do ser
humano. E, a Revolução Industrial acirrou a concorrência de mercado e sofisticou as operações
de comercialização dos produtos, fazendo com que compras e estoques ganhassem maior
importância.
Para ele, a constante evolução fabril, o consumo, as exigências dos consumidores, o
mercado concorrente e as novas tecnologias deram impulso à Administração de Materiais,
fazendo com que esta fosse vista como uma arte e uma ciência das mais importantes para o
alcance dos objetivos de uma organização, seja qualquer que fosse.
O autor diz também que equipamentos e materiais serão necessários sempre, no
momento oportuno e no local certo. Isto quer dizer que administrar materiais é como
administrar informações, quem os têm quando necessita, no local e na quantidade necessária,
possui ampla possibilidade de ser bem sucedido.
Sendo assim, a gestão correta dos estoques é uma prática vital para o perfeito
funcionamento das organizações, e absorve uma fatia substancial no orçamento das mesmas.
Como os estoques não agregam diretamente valor aos produtos, quanto menor for o nível com
que os administradores conseguirem trabalhar, mais eficiente será a gestão praticada dentro das
organizações.
Para Martins (2006), o controle eficiente destes estoques poderá ocasionar um
diferencial frente à concorrência, proporcionando à empresa uma vantagem competitiva,
minimizando o tempo, reduzindo os custos, dentre outros fatores. Deste modo a organização
poderá praticar melhores preços e prazos e concorrer igualmente neste mercado tão
competitivo.
Entende-se também que, a decisão tomada a respeito da composição dos estoques torna-
se fator essencial para uma boa gestão de recursos materiais e patrimoniais. Deste modo a
análise correta das dificuldades de planejamento estratégico de materiais é de extrema
relevância para o sucesso das organizações.
Pozo (2010), também salienta que é de grande importância para as empresas diminuir
ao mínimo seus estoques, ao nível de volume e de preço, para que desta forma, possam
ocasionar racionalização nos custos de estocagem e de manutenção destes, impactando
diretamente no volume de despesas que perfazem os orçamentos das organizações.
O autor destaca ainda que o mercado tem pressionado fortemente as organizações por
13
constantes mudanças de natureza econômica, social e tecnológica, mudanças essas essenciais
para o seu desenvolvimento. E, para acompanhar essa dinâmica torna-se fundamental, em
qualquer empresa, a gestão estratégica de estoques, tendo os empregados como agentes
facilitadores que auxiliem na tomada de decisão.
Na opinião do autor, as novas formas de gestão e a necessidade que as empresas
possuem de se adequarem rapidamente a este novo cenário mercadológico, faz com que estas
revejam seus planos de atuação, principalmente quando se trata da gestão de estoques. Esta
mudança visa único e exclusivamente otimizar os processos de forma que as organizações
possam caminhar significativamente sem grandes dificuldades.
Neste sentido, este trabalho de conclusão de curso foi voltado à análise das ferramentas
de controle e gestão de estoque do setor de peças de manutenção, em uma empresa frigorífica
da cidade de Tangará da Serra – MT, que ora denominamos de Empresa Alfa.
A Empresa Alfa está situada na cidade de Tangará da Serra – MT., e possui outras
unidades localizadas dentro e fora do estado. É uma organização do ramo de alimentos,
especificamente cortes bovinos, atende produtores do próprio município e de municípios
circunvizinhos, tem capacidade de abate aproximada em cerca de mil e quinhentas cabeças de
gado por dia.
Caracteriza-se como uma empresa de grande porte, com cerca de mil e trezentos
funcionários, tem missão, visão e valores bem definidos. Também possui organograma bem
estruturado, faz uso de planejamentos estratégico, tático e operacional, ou seja, de prazos
longos, médios e curtos, respectivamente.
A Empresa Alfa tem sua estrutura bem organizada, é detentora de vários certificados
como: ISO 14001, ISO 22000, SA 8000 e OHSAS 18001. Mesmo assim, haja vista a escassez
de mão-de-obra especializada, enfrenta algumas dificuldades na hora de contratar profissionais
bem qualificados que dominem as técnicas de gestão e que saibam fazer a conciliação entre a
teoria e a prática, principalmente com relação aos estoques.
Diante deste cenário, surgiu a ideia de analisar as ferramentas de controle de estoque
utilizadas no setor de peças de manutenção da Empresa Alfa, e diagnosticar possíveis gargalos
e oportunidades de melhorias com relação à adoção destas ferramentas, podendo até mesmo
auxiliar positivamente em tomadas de decisões futuras.
Sendo assim, questionou-se: As ferramentas de controle de estoques existentes no setor
de peças de manutenção da Empresa Alfa são eficazes?
Para analisar a eficácia das ferramentas de controle de estoque utilizadas no setor de
peças de manutenção da Empresa Alfa, foi determinante mapear as políticas de controle de
14
estoque adotadas pelo setor, bem como identificar as ferramentas utilizadas. Também foi
necessário levantar junto aos empregados do setor, como são usadas as ferramentas de controle
de estoque no setor de peças da organização, diagnosticando assim possíveis gargalos e
oportunidades de melhorias.
Justificou-se a escolha deste estudo, devido ao fato de ter-se observado nos últimos anos
que a gestão correta dos estoques é uma das molas propulsoras para alavancar resultados
plausíveis nas organizações. Sejam elas empresas manufatureiras, de comércio ou de serviços,
tendo em vista que a continuidade da existência da empresa será determinada pela qualidade de
seus produtos e serviços, utilizando como pilar ferramentas de controle adequadas e com alto
nível de qualidade operacional.
Isto posto, o estudo tornou-se relevante pois, os gestores da organização tiveram a
oportunidade de visualizar com clareza, a eficiência das ferramentas de controle de estoque
utilizadas no setor de peças da empresa, e a partir destas informações podem executar se
necessário o melhor plano de ação possível, a fim de melhorar as funcionalidades das
ferramentas apontadas no estudo.
Para o pesquisador, a relevância foi na oportunidade de ampliar seus conhecimentos na
área pesquisada. E para a comunidade externa a oportunidade de visualizar sem custos um
estudo completo sobre a eficácia das ferramentas de controle de gestão de estoque utilizadas no
setor de peças da organização, uma vez que o trabalho está disponível na biblioteca da
universidade, ao alcance de todos.
Deste modo, o estudo tornou-se pertinente, uma vez que a empresa disponibilizou
parcialmente alguns acessos necessários para a realização da pesquisa, e também se mostrou
interessada nos resultados a serem obtidos. Também foi fornecido ao acadêmico pelos gestores
alguns dados necessários, e um espaço de tempo pré-determinado pelo coordenador do estudo
para conclusão do trabalho.
1.1 Estrutura da Monografia
O presente estudo está dividido em cinco capítulos, elaborados com o objetivo de
repassar os resultados obtidos com a pesquisa. Abaixo segue um breve relato sobre as
articulações de cada um deles.
No primeiro capítulo está a introdução, apresentando um breve escopo do que busca a
pesquisa, o objetivo geral e os objetivos específicos. Neste capítulo encontra-se ainda a
delimitação do tema, o problema abordado para a realização da pesquisa, bem como a
justificativa.
15
O segundo capítulo apresenta a revisão da literatura, expondo os conceitos de autores
renomados como: Pozo (2010), Dias (2011) e Viana (2009), que argumentam sobre a gestão de
materiais, e também sobre as ferramentas de controle de estoques. As teorias bibliográficas aqui
são descritas, comentadas e validadas com citações dos mesmos.
No capítulo três encontra-se o processo metodológico utilizado para a realização da
presente pesquisa. Desde as técnicas de pesquisa utilizadas até a forma de levantamento de
dados para a resolução do problema.
No quarto capítulo tem-se os resultados e discussões, relatados de forma a responder ao
problema levantado e alcançar os objetivos aqui firmados. Neste, consta todos os dados da
pesquisa ilustrados em gráficos e figuras afim de repassar com mais clareza possível os
resultados alcançados neste estudo.
Finalmente, no capítulo cinco estão as considerações finais, demonstrando os objetivos
alcançados. Também neste capítulo encontram-se os comentários sobre a contribuição
científica da pesquisa, bem como as limitações e dificuldades para a realização deste estudo.
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Administração
A necessidade de organizar os estabelecimentos nascidos com a Revolução Industrial,
levou profissionais de outras áreas mais antigas como a Engenharia, a buscar soluções
específicas para problemas que não existiam antes. Assim, a aplicação de métodos das ciências
diversas para administrar estes empreendimentos, deu origem aos rudimentos da Ciência da
Administração.
De acordo com Chiavenato (2005), Administração é a tomada de decisão sobre recursos
disponíveis, trabalhando com e através de pessoas para atingir objetivos. É o gerenciamento de
uma organização levando em conta as informações fornecidas por outros profissionais e
também pensando previamente nas consequências de suas decisões. É também a ciência social
que estuda e sistematiza as práticas usadas para administrar.
Segundo ele, frequentemente a Administração é tomada como sinônimo
de Administração de Empresas. Porém, isto somente faz sentido se o termo empresa for
considerado como sinônimo de organização, que significa os esforços humanos organizados,
feitos em comum, com um fim ou objetivo específico.
O autor diz também que o adequado é considerar a Administração de Empresas sub área
da Administração, uma vez que esta trata de organizações que podem ser públicas, sociedades
de economia mista ou privadas, com ou sem fins lucrativos. E, dentro destas abordam áreas
ainda mais específicas como: Recursos Humanos, Finanças, Marketing, Produção e a Gestão
de Materiais.
2.2 Administração de Materiais
Sabe-se que a administração de materiais não está relacionada somente à gestão de
estoques, esta abrange um campo mais amplo da gestão financeira e de custos, que juntas
formam um auxílio para reduzir despesas e evitar desperdícios desnecessários. Entende-se
também que o correto manuseio e armazenagem auxiliam positivamente para uma boa
administração de materiais.
Arnold (2008, p.26) afirma que, “a administração de materiais é uma função
coordenadora responsável pelo planejamento e controle do fluxo de materiais”. Assim entende-
se que alocar mercadorias em lugares de fácil acesso e de fácil manuseio, facilita a
17
acessibilidade na hora em que estes forem solicitados, aumentando o desempenho dos
colaboradores e melhorando a qualidade da administração destes materiais.
Neste sentido, entende-se que fatores como: tempo oportuno e quantidade necessária se
mal administrados acarretam lucros cessantes e custos financeiros indesejáveis. Isto porque a
paralisação da linha de produção por falta de matéria-prima incorre em prejuízos pelo não
cumprimento dos prazos e gastos adicionais não programados decorrentes de compras de
emergência.
Administração de materiais significa coordenar a movimentação de suprimentos com
as exigências de produção. Isso significa aplicar o conceito de custo total às atividades
de suprimento logístico de modo a obter vantagem da contraposição da curva de custo,
ou seja, o objetivo maior da administração de materiais é prover o material certo, no
local de produção certo, no momento certo e em condições utilizável ao custo mínimo
para a plena satisfação do cliente e dos acionistas (POZO, 2010, p.39).
Deste modo, a administração moderna de materiais é estudada como um conjunto de
sistema de estoques que juntos interagem para constituir um todo organizado. Tal estudo
destina-se a formar um estoque de materiais no volume menor possível e no menor custo,
disposto a suprir as necessidades das organizações no tempo e quantidade imprescindíveis ao
funcionamento da mesma.
Viana (2009, p.40) diz: “[...] podemos afirmar que administrar com eficiência e exatidão
o movimento de entradas e saídas dos materiais necessários à empresa – o quê? Quanto?
Quando? e como comprar? – não é tarefa simples”. Logo, pode-se dizer também que a compra
correta é um fator relevante para uma boa administração de materiais, por isso deve ter suas
características respeitadas, para que se possa obter o melhor rendimento possível.
Sendo assim, entende-se que a correta administração de materiais visa determinar a
quantidade ideal a ser armazenada e consumida, alinhando as compras de acordo com o fluxo
de caixa da empresa. Para isso, faz-se necessário um estudo do seu perfil e de seus
colaboradores e, desta forma atender às necessidades da organização corretamente para que isto
não torne um fator negativo.
2.3 Conceito de Estoques
De acordo com Pozo (2010), estoques são acúmulos de matérias em várias fases
específicas do processo de produção. Mesmo se adotar uma forma de gestão para cada tipo de
estoque, ou se utilizar apenas uma para qualquer tipo de produto estocado, este sempre existirá
por uma diferença de prazo entre o fornecimento e o consumo.
18
Para Chiavenato (2005, p.67), “estoque é a composição de materiais em processamento
e materiais semiacabados, que não é utilizado em determinado momento na empresa, mas que
precisa existir em função de futuras necessidades”. Então, os estoques são materiais e
suprimentos que uma empresa ou instituição mantém, seja para vender ou para fornecer
insumos para suprir o processo de produção.
Já Viana (2009, p.109) diz que, “do ponto de vista mais tradicional, podemos
considerá-lo como representativo de matérias-primas, produtos semiacabados, componentes
para montagem, sobressalentes, produtos acabados, materiais administrativos e suprimentos
variados”. Assim, entende-se que estoques são depósitos necessários para o andamento de
qualquer organização.
2.4 Gestão de Estoques
A gestão de estoques é o ato de administrar materiais ociosos dentro de uma
organização, materiais detentores de valor econômico e possuidores de necessidades futuras.
Sejam em atividades de produção ou manutenção, sempre há a necessidade de certo tipo de
material em estoque para evitar o comprometimento da produção.
Do ponto de vista de Dias (2011), empresas atuantes no mercado em quaisquer que
sejam seus ramos de atividades, dependem fortemente de um bom gerenciamento de estoques
por uma série de razões. Sejam elas empresas manufatureiras ou de serviços, há de se convir
que o correto gerenciamento de seus bens materiais e ou patrimoniais são de extrema relevância
para o seu bom desempenho e correto desenvolvimento.
O estoque é necessário para que o processo de produção/vendas da empresa opere
com um número mínimo de preocupações e desníveis. Os materiais em estoque podem
ser de três tipos básicos: matéria-prima, produtos em fabricação e produtos acabados.
O setor de controle de estoque acompanha e controla o nível de estoque e o
investimento financeiro envolvido (DIAS, 2011, p.4).
Tendo em vista que a demanda por bens e serviços não serão os mesmos durante todo o
período, e observando a sazonalidade de cada produto, um estoque bem planejado visa cumprir
todas as exigências do mercado, e sabe-se que a chave do sucesso da organização é o
cumprimento total à demanda.
Segundo Viana (2009, p.42), “a atividade de gestão visa o gerenciamento dos estoques
por meio de técnicas que permitem manter o equilíbrio com o consumo, definindo parâmetros
e níveis de ressuprimento e acompanhando sua evolução”.
Para Tadeu, et al (2010), a gestão de estoques tem como objetivo, manter os recursos
19
parados, os recursos que estão registrados no inventário, em constante sintonia com os
investimentos. Para isto é necessário manter os estoques no mínimo, sem incorrer nos risco de
não ter matéria-prima suficiente para suprimir as necessidades do fluxo de produção ou
distribuição.
A eficiência dessa gestão, porém, não se resume apenas em encontrar o nível de
estoque que supre a necessidade de consumo. É preciso ainda estabelecer análises de
custo do estoque, isso porque os produtos e os insumos armazenados representam não
apenas recursos físicos estocados, mas também recursos financeiros imobilizados na
forma de ativos para a empresa e que, por isso mesmo, representam quantias
expressivas em dinheiro (TADEU, et al, 2010, p.03).
Neste contexto, entende-se que a gestão cautelosa dos estoques auxilia as empresas a
executar suas funções com maior eficiência e com continuidade. Portanto, um gerenciamento
bem estruturado, permite ao administrador otimizar seus custos de forma a atender
positivamente toda a demanda durante todo o período.
2.5 Políticas de Estoques
A política de estoques é considerada por muitos a base para o gerenciamento da cadeia
de suprimentos, pois, parte das atividades da cadeia está voltada para a movimentação dos
estoques. Tal movimentação se dá a fim de disponibilizar para o cliente produtos na quantidade
e momentos certos, de forma a atender o cumprimento total da demanda em todas as suas fases.
Segundo Dias (2011), a política de estoques é a arte e ciência que ajuda a definir a forma
que uma empresa escolhe pôr em prática a gestão dos seus estoques, ou seja: como eles serão
administrados, como serão guardados, consumidos, e também onde serão depositados enquanto
não forem usados ou vendidos.
Dentro de uma conjuntura econômica instável, e muitas vezes adversa, é fundamental
que o gerente de materiais tenha capacitação para responder às novas exigências de
mercado, às variações dos preços de venda para seus produtos e dos preços das
matérias-primas. Diante da incerteza, uma das ferramentas confiáveis para sua gestão
é a correta implantação da política de estoques (DIAS, 2011, p.9).
Sendo assim, ver-se que uma política de estoques depende de definições claras para
quatro questões: quanto pedir, quando pedir, quanto manter em estoques de segurança e onde
localizá-lo. A reposta para cada uma destas questões passa por diversas análises, relativas ao
valor agregado do produto, à previsibilidade de sua demanda e às exigências dos consumidores
finais em termos de prazo de entrega e disponibilidade de produto.
Isto posto, pode-se dizer que estas políticas são diretrizes extremamente importantes,
20
que visam determinar ao departamento de controle de estoque, o programa de objetivos a serem
atingidos, isto é, estabelecer certos padrões que sirvam de guias aos programadores e
controladores e também de critérios para medir o desenvolvimento do departamento que, de
maneira geral, são as metas da empresa.
2.6 Tipos de Estoques
Alguns fabricantes mantém variados tipos de estoques, compreendendo insumos,
matéria-prima, produtos em processo, produtos semiacabados, dentre outros. Segundo Pozo
(2010), as empresas possuem em sua organização alguns estoques básicos que auxiliam no
processo produtivo, e destaca alguns a seguir:
 Estoque de matéria-prima: O estoque de matéria-prima compreende-se em todo o
material que a empresa dispõe para o processo de transformação. Este estoque se faz
necessário para que não haja interrupções no processo de produção, que possa ocasionar
atrasos e perdas desnecessárias, que consequentemente resultará em prejuízos;
 Estoque de materiais auxiliares: Compõe-se dos agregados que participam do
processo de transformação das matérias-primas dentro da fábrica, tais como: rebolos,
lixas, bedames, óleos, ferramentas etc. É o material que ajuda e participa na execução e
transformação do produto, porém não se agrega a ele, mas é imprescindível no processo
de fabricação;
 Estoque de manutenção: Esse estoque é onde estão as peças que servem de apoio à
manutenção dos equipamentos e edifícios, tais como rolamentos, parafusos, peças,
ferramentas etc. Normalmente, aqui estão também os materiais de escritório, usados na
empresa;
 Estoque intermediário: Compõem esses estoques as peças que estão em processo de
fabricação, ou em subconjuntos, que são armazenadas para compor o produto final. O
volume desse estoque é normalmente resultante de planejamento do estoque de matéria-
prima e do planejamento da produção;
 Estoque de materiais em processo: Este diz respeito a itens de terceiros ou itens
internos que estão sendo processados, mas que ainda não é um produto acabado. O termo
estoque diferencia o material em processo do estoque de material em processo. O último
identifica o fato de que os materiais permanecem ociosos, como estoque, não sendo
agregado nenhum valor;
21
 Estoque de produtos acabados: Estoque de produtos acabados são aqueles formados
pelos produtos totalmente finalizados, produtos que estão prontos para serem
comercializados. Estes estoques podem estar no próprio local de comércio ou em lugares
distantes do público consumidor, dependendo do tipo de produto e da demanda
existente;
 Estoque virtual: Estoque Virtual é a soma do estoque físico mais o saldo de
fornecimento. Algumas empresas que possuem controle de qualidade de recebimento
também incluem o estoque em inspeção no estoque virtual. Deve-se fazer uma nova
reposição de estoque, quando o estoque virtual estiver abaixo ou igual à quantidade pré
determinada.
O autor destaca ainda que muitas organizações procuram manter seus estoques perto
dos locais onde serão consumidos, deste modo poderão manter um volume menor estocado e
ocasionar maior agilidade no processo logístico, implicando diretamente na redução dos custos.
2.7 Finalidade dos Estoques
De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2009), os estoques agem como forma de
segurança para as empresas, na hora da venda de um determinado produto por elas
comercializado. Estoques existem para proporcionar a independência em todas as fases da
produção. Quanto maiores os estoques entre duas fases do processo de transformação, maior a
independência entre elas, pois a não interrupção de uma fase não acarreta a paralisação da outra,
proporcionando maior agilidade e produtividade na linha.
Não importa o que está sendo armazenado como estoque, ou onde ele está posicionado
na operação; ele existirá porque existe uma diferença de ritmo ou de taxa entre
fornecimento e demanda. Se o fornecimento de qualquer item ocorresse exatamente
quando fosse demandado, o item nunca seria estocado (SLACK; CHAMBERS;
JOHNSTON, 2009, p.279).
Isto posto, entende-se que um dos propósitos básicos dos estoques é separar o
suprimento da demanda. O estoque serve como um armazenamento intermediário entre oferta
e procura. Em outras palavras, o investimento em estoques existe para evitar que as
organizações incorram em prejuízos ocasionados pela falta de materiais ou produtos que
possam vir a prejudicar a venda ou fabricação, paralisação de serviços ou operações, entre
outros fatores.
Slack, Chambers e Johnston (2009), ainda destacam outra finalidade dos estoques, que
é a de repousar os materiais estacionados, materiais que não se encontram em movimento, e
22
desta forma regular os fluxos logísticos sincronizando as velocidades de entrada com a
velocidade de saída, eliminando os gargalos da linha de produção ou distribuição.
2.8 Custos dos Estoques
Dimensionar um estoque significa determinar quais quantidades e por quanto tempo
cada produto deve permanecer estocado, para que a empresa não incorra em prejuízos.
Geralmente as organizações se deparam com o dilema de: Quanto a empresa deve estocar?
Estas decisões implicam diretamente no custo efetivo que o processo de estocagem proporciona
à organização.
A grande dificuldade é a avaliação correta desses vários fatores de custos, tais como
o de armazenagem, em que devemos atribuir um valor para o aluguel dos
almoxarifados. No caso do manuseio, devemos atribuir um custo de depreciação para
os equipamentos, como empilhadeiras, carrinhos manuais, talhas e pontes rolantes.
Por meio de um sistema de custeio adequado, esses custos podem ser avaliados com
boa precisão (MARTINS; ALT, 2006, p.179).
Entende-se que o ato de manter estoques requer investimentos e ainda proporciona
riscos das mercadorias ficarem obsoletas. Sabe-se também que muitas empresas recorrem a
empréstimos para a formação destes, e isto aumenta consideravelmente o custo de estocagem
destes produtos e consequentemente as despesas financeiras da empresa.
Apesar destes enunciados, sabe-se que para a empresa o estoque é um investimento
necessário. Portanto, a gestão de estoques deve procurar otimizar estes custos e despesas,
visando a contínua redução de capital investido em estoques pelas organizações. Pozo (2010),
destaca alguns tipos de custos, como segue:
 Custo do Pedido: Cada vez que uma requisição ou um pedido é emitido, incorre custos
fixos e variáveis referentes a esse processo. O custo de pedido são todos os valores
expressos em moeda corrente, incorridos durante o processamento do pedido, ou seja,
desde a formulação do pedido até a entrega ao consumidor final;
 Custo de Armazenagem: Os processos logísticos representam um custo significativo
dentro das organizações identificados na armazenagem, inventários, movimentação,
fluxo de informações, etc. Assim, é de suma importância identificar, mensurar e
controlar estes custos de armazenagem, que é um dos fatores que pode até significar a
existência da empresa;
 Custo da Falta: Este acontece quando ocorre procura por itens que estão em falta nos
estoques, ou quando a demanda excede as quantidades disponíveis estocadas. Este tipo
de custo é de difícil mensuração. Na ocorrência destes tipos de falta a empresa pode
23
incorrer em prejuízos por atraso na produção ou perca de vendas. Pozo (2010, p.31) diz
que, “[...] se mesmo com o atraso, o cliente não cancelar o pedido, a imagem da empresa
estará desgastando-se e isso tem um custo elevado e difícil de medir”.
2.9 Sistema de Planejamento de Estoques
Segundo Pozo (2010, p.33), “existem diversas maneiras e métodos de planejar e
controlar estoques, alguns muitos simples, outros complexos”. Logo, ver-se que o planejamento
é um processo dinâmico e contínuo, que consiste em uma série de ações organizadas a fim de
que se tornem realidade alguns objetivos futuros, possibilitando a tomada de decisão
antecipadamente.
O autor ainda afirma que na gestão de estoques o planejamento tem papel fundamental,
pois com a crescente necessidade de fluxos constantes de materiais de forma rápida e otimizada,
é que se pode garantir um atendimento satisfatório aos clientes, através de uma logística
competente e eficaz, ocasionando desta forma um diferencial competitivo que pode colocar a
organização à frente da concorrência.
Para Viana (2009), o gestor ver-se pressionado cada vez mais a diminuir os estoques ao
mínimo possível. Apesar da deficiência, da escassez de recursos e da pressão sofrida pela
incerteza da demanda, este acaba sendo conduzido a recorrer ao estoque de segurança. Por estas
e outras se faz cada vez mais necessária a prática do sistema deste planejamento.
O gerenciamento moderno avalia e dimensiona convenientemente os estoques em
bases científicas, substituindo o empirismo por soluções. Assim, os níveis devem ser
revistos e atualizados periódica e constantemente para evitar problemas provocados
pelo crescimento do consumo ou vendas e alterações dos tempos de reposição
(VIANA, 2009, p.144-145).
Neste contexto, um sistema de planejamento de estoques se faz vital para qualquer tipo
de empresa, pois somente através dele é que se pode controlar desvios e desperdícios
desnecessários, bem como apurar o demasiado investimento em estoque que pode ser
prejudicial ao capital de giro das organizações, restringindo as condições de operação da
mesma.
Todavia, entende-se que uma empresa não poderá trabalhar sem estoques, pois supre as
necessidades dos clientes e do processo de produção em todas as suas fases do começo ao fim.
Por isso deve-se utilizar da função do planejamento e controle de estoques que é o de minimizar
ao máximo o capital total investidos em materiais, pois este é caro e aumenta continuamente,
uma vez que o custo financeiro também se eleva.
24
2.10 Perdas de Estoque
Segundo Pozo (2010), a manutenção de um controle adequado de seus estoques é crucial
para as empresas, pois estes refletem diretamente na determinação dos seus lucros, além de
afetar os resultados gerenciais que, acabam por refletir diretamente na análise de desempenho
das organizações.
O autor também entende que é de extrema relevância para as empresas a correta
medição, manutenção e controle das perdas nos seus estoques. Estas podem ser calculadas
através da diferença entre os relatórios contábeis e o inventário físico. Estas perdas são
decorrentes de diversos fatores, porém, os principais motivos apontados abrangem tanto os
erros administrativos quanto os operacionais.
De acordo com Viana (2009), os erros administrativos são falhas de processos que
geram erros nas informações dos estoques contábeis. Um exemplo, são as entradas no sistema
de quantidades erradas de produtos, que podem ocasionar divergências entre o estoque físico e
o estoque virtual.
Segundo Dias (2011), os erros operacionais, são considerados desperdícios mais fáceis
de serem corrigidos, pois algumas medidas de melhoria reduzem significativamente estes erros.
Um exemplo típico de erro operacional, é o uso incorreto do método PEPS (primeiro que entra
é o primeiro que sai), que implica na possibilidade de perdas de produtos por prazo de validade,
quando o estoque se tratar de materiais perecíveis e com prazo de validade reduzido.
Diante deste contexto, pode-se dizer que entender melhor cada ponto e precaver-se, são
princípios primordiais quando se tratar de perdas de estoques, gerando assim ótimos resultados
na gestão de materiais das empresas, e consequentemente auxiliar na trajetória de sucesso da
organização
Finalizando, ver-se que o melhor a fazer é analisar todos os pontos críticos e
imediatamente criar ações preventivas que mudem procedimentos e atitudes. Lembrando que o
treinamento da equipe será decisivo na implantação destes novos procedimentos.
2.11 Ferramentas de Controle de Estoques
2.11.1 Estoque de segurança
Sabe-se que muitas organizações não trabalham com o dimensionamento ideal de seus
estoques, pois lidar com as incertezas da demanda é um desafio constante para os gestores.
Apesar da utilização de diversos métodos de controle, torna-se cada vez mais difícil prever a
25
quantidade demandada de determinado bem ou serviço, pois contingências como atrasos no
ressuprimento, desvios na previsão de demanda e rendimento da produção acima do planejado
fazem parte do cotidiano das organizações.
Segundo Pozo (2010), para lidar com essas incertezas atuantes em toda cadeia logística,
devem ser utilizados estoques de segurança. Este estoque visa suprir determinado período, além
do prazo de entrega para consumo ou vendas, prevenindo possíveis atrasos na entrega por parte
do fornecedor, garantindo o andamento do processo produtivo caso ocorra um aumento
na demanda do item.
Também conhecido por estoque mínimo ou estoque reserva, é uma quantidade
mínima de peças que tem que existir no estoque com a função de cobrir as possíveis
variações do sistema, que podem ser: eventuais atrasos no tempo de fornecimento por
nosso fornecedor, rejeição do lote de compra ou aumento na demanda do produto
(POZO, 2010, p.54).
Desta forma, o grande desafio do gestor é identificar o perfeito dimensionamento deste
estoque. Muitas empresas determinam de maneira inadequada seus estoques de segurança, pois
não se baseiam em medidas precisas das incertezas do processo, reservando assim materiais em
quantidade inferior ou superior ao recomendado.
De acordo com Pozo (2010), o excesso do estoque de segurança gera custos
desnecessários de manutenção de estoques e de armazenagem. Outro fator decorrente do mau
dimensionamento do estoque de segurança, são as perdas de vendas ou adiamento de pedidos,
gerando um nível de serviço ao cliente insatisfatório, ruim ou péssimo, que poderá influenciar
diretamente em prejuízos por perda de clientes.
Mesmo assim, o autor entende que este tipo de estoque é necessário, pois corresponde
à parcela excedente que as organizações mantêm estocada, como forma de prevenção ao
aumento repentino da demanda, aos possíveis atrasos nos processos logísticos de entrega, bem
como se algum lote da mercadoria for reprovado pelo controle de qualidade existente na
organização.
2.11.2 Ponto de Pedido
Pozo (2010) afirma que o controle eficiente dos estoques é uma questão de grande
relevância e um desafio diário para os gestores nas indústrias, no comércio ou no setor de
serviços. Logo, é preciso programar quanto e quando pedir para abastecer um distribuidor, um
revendedor ou para o próprio consumo.
Muitos modelos de pedidos usados pelas organizações dependem essencialmente do
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histórico da demanda, e consideram o tempo de resposta do fornecedor previsível, a partir de
uma distribuição conhecida. Para Pozo (2010), o ponto de pedido é o método mais eficaz que
poderá ser usado nestes casos.
É a quantidade de peças que temos em estoque e que garante que o processo produtivo
não sofra problemas de continuidade, enquanto aguardamos a chegada do lote de
compra, durante o tempo de reposição. Isso quer dizer que quando um determinado
item de estoque atinge seu ponto de pedido deveremos fazer o ressuprimento do
estoque, colocando-se um pedido de compra (POZO, 2010, p. 52).
No entendimento do autor, há casos em que ocorrem mudanças bruscas no cenário
econômico, ocasionando ruptura ou explosão no consumo. Essas alterações são, por natureza,
imprevisíveis e podem ocorrer em qualquer momento do ciclo de reposição de estoque de uma
cadeia de suprimentos.
Mesmo assim, Pozo (2010) entende que os pedidos de compra devem ser emitidos
quando as quantidades estocadas atingirem níveis suficientes apenas para cobrir o estoque
mínimo, ou estoque de consumo previsto para o período correspondente ao prazo de entrega
dos fornecedores.
2.11.3 Curva ABC
Sobre a curva ABC, Viana (2009, p.64) diz: “trata-se de método cujo fundamento é
aplicável a quaisquer situações em que seja possível estabelecer prioridades, como uma tarefa
a cumprir mais importante que outra [...]”. Entende-se então que classificação ABC é uma
ferramenta que auxilia na gestão dos estoques, proporcionando informações relevantes sobre
produtos que tem maior ou menor giro, com relação ao custo com qual foram adquiridos.
No entendimento de Martins e Alt (2006), a curva ABC trata-se da equalização
estatística baseada no princípio de Pareto, a qual se considera a importância dos materiais
levando em consideração as quantidades utilizadas e os valores pelo qual foram adquiridos.
Esta equação também pode ser utilizada na equiparação de clientes com relação ao volume de
compra e a lucratividade proporcionada por eles, bem como o volume de saídas de determinado
produto com relação à sua rentabilidade.
A classificação ABC é uma das formas mais usuais de examinar estoques. Essa análise
consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano),
do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles
possam ser classificados em ordem decrescente de importância (MARTINS; ALT,
2006, p.211).
Segundo os autores, a classificação ABC vem sendo utilizada nas organizações na
27
administração dos estoques, como parâmetro de indicação da necessidade de aquisição de
determinados itens, como mercadorias e matéria-prima essenciais que irão auxiliar no processo
produtivo das empresas em todas as suas fases.
Dias (2011, p.73) afirma que, “a curva ABC é um importante instrumento para o
administrador, ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento
adequados quanto à sua administração”. A vista disto, esta classificação também é utilizada
como auxílio na programação das vendas, na produção e na resolução de diversos problemas
existentes em empresas manufatureiras, de comércio ou de prestação de serviços.
Desta forma, entende-se que a curva ABC vem como forma de ferramenta na gestão
estratégica dos estoques, apontando quais produtos são mais importantes que outros e devem
ser tratados como tal. Pode-se separar os itens no estoque, seguindo um critério como: giro do
produto, proporção da margem de lucro, parcela sobre o faturamento, custo ocasionado ao
estoque, entre outros parâmetros.
2.11.4 MRP
Sabe-se, que a administração correta dos estoques é uma das práticas que pode auxiliar
no alcance do sucesso das organizações. Isto posto, torna-se necessário a elaboração de
complexos planejamentos no sentido de otimizar esta forma de gestão, de modo a delinear e
aperfeiçoar ajustando positivamente o processo de produção.
Também é do conhecimento de muitos que os impactos da globalização nas
organizações, acarretam mudanças nas diversas maneiras de administrar. Neste sentido surgem
inúmeras ferramentas de gestão que agregam valor a estes processos, visando sempre a redução
de custos, gastos e desperdícios desnecessários.
Assim sendo, a gestão em MRP vem como forma de ferramenta, e implica em confrontar
o planejado com o ocorrido, visando adequar a prática com o que foi descrito nos planos,
controlando e ajustando todo o processo para minimizar as diferenças, contribuindo para que
os números se aproximarem ao máximo do que foi previsto.
Pozo (2010), destaca que o MRP I (Material Requirements Planning) ou Planejamento
da Necessidade do Material, age como forma de auxílio à gestão de estoques com
planejamentos baseados na estrutura dos produtos, visando controlar as necessidades de
movimentação dos materiais com o uso do computador. A aplicabilidade desta ferramenta
dependerá diretamente do uso desta tecnologia, servindo de sustentação para todo o processo
produtivo.
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Material Requeriments Planning (Planejamento das Necessidades de Material) é um
sistema utilizado para evitar falta de peças, que estabelece um plano de prioridades
que define e mostra todos os componentes necessários em cada processo de fabricação
e, baseando-se nos tempos de operações e nos lead times, calcula os prazos para se
utilizar cada um deles (POZO, 2010, p.108-109).
Para Arnold (2008), o MRP II (Manufacturing Resource Planning) ou Planejamento de
Recursos de Produção, é a evolução do MRP I onde foram incorporadas ferramentas de recursos
e custeio baseadas na estrutura do produto. Diz Arnold (2008, p. 42), “este sistema é planejado
para ser um sistema de planejamento e controle totalmente integrado, que trabalha de cima para
baixo e possui feedback de baixo para cima”.
O autor destaca ainda o Enterprise Resources Planning (ERP) ou Planejamento de
Recursos Empresariais, como sendo outra ferramenta tecnológica gerencial de controle de
estoques utilizada em todo o mundo. Segundo o autor, no princípio estes aplicativos surgiram
com funções direcionadas à áreas específicas das empresas, como: contas a pagar, financeiro,
contabilidade, departamento pessoal, entre outras. Porém, a partir da década de 80 a evolução
dos computadores deu um impulso maior na alavancagem destes aplicativos, atingindo áreas
mais complexas das organizações, como a gestão de estoques.
2.11.5 Just in Time
Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009), o Just in Time, que significa no tempo
justo, surgiu no Japão no início da década de 50, sendo os créditos de seu desenvolvimento
atribuídos à Toyota Motor Company, que procurava um modelo de gestão da produção cuja
fabricação de seus modelos se findasse com o mínimo de atraso possível. E, ainda era preciso
bastante flexibilidade para produzir modelos em pequenos lotes, com nível de qualidade
parecido com os de seus concorrentes.
Os autores destacam que com o passar do tempo o Just in Time tornou-se muito mais
que uma técnica da gestão da produção, sendo considerado pelos gestores uma das mais
completas ferramentas que inclui aspectos não só da gestão da produção, mas também da gestão
da qualidade, engenharia de produto, organização do trabalho, gestão de recursos humanos,
bem como a gestão estratégica de materiais.
Em seu aspecto mais básico, pode-se tomar o conceito do JIT– o JIT significa produzir
bens e serviços exatamente no momento em que são necessários – não antes para que
não se transformem em estoque, e não depois para que seus clientes não tenham que
esperar. Além deste elemento temporal do JIT, podemos adicionar as necessidades de
qualidade e eficiência (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p. 355).
29
Para os autores, este método tem a função de enxugar a produção, fabricando somente
o que é solicitado na quantidade necessária e no momento necessário. Uma das técnicas usadas
para atingir a meta do JIT, é o Kanban, este é o nome dado aos cartões utilizados no sentido de
reduzir os tempos de partida da máquina e os tamanhos dos lotes, e produzir apenas as
quantidades necessárias à alimentação da demanda.
De acordo com Pozo (2010, p.117), “a filosofia Just in Time (JIT), quando aplicada
adequadamente, reduz ou elimina a maior parte dos desperdícios que ocorrem nas compras,
produção, distribuição e atividades de apoio à produção [...]”. Quando o autor fala em
desperdício, deve-se entender este como: compra demasiada, perdas na produção, bem como
perdas na distribuição dos produtos.
A vista disto, compreende-se que o Just in Time (JIT) determina que a produção em
cada etapa do processo produtivo, seja somente do material necessário para completar a etapa
posterior, no momento e na quantidade exata. Isto significa a eliminação total dos estoques,
consumindo e produzindo na quantidade exata para que não haja sobras, atendendo totalmente
ao processo de demanda.
Para Dias (2011), os estoques agem como forma de segurança ao processo produtivo, o
protegendo de possíveis rupturas que possam causar paralisações no sistema, ocasionando
atrasos por falta de matéria-prima. Mas segundo ele, se o Just in Time for aplicado em toda sua
íntegra não haverá mais estoques, eliminando assim os custos com armazenagem, manutenção
e movimentação das mercadorias, impactando diretamente no preço final dos produtos.
Contextualizando, pode-se dizer que o Just in Time tem como objetivo principal a
melhoria contínua do processo produtivo, que será alcançada quando este conseguir fazer a
eliminação total dos estoques, cujos têm por finalidade eliminar os problemas ocorridos no
processo de produção ou distribuição das mercadorias.
Assim sendo, deve-se entender que quando não houver mais estoques, os problemas
ficam mais visíveis e perceptíveis de imediato, podendo ser eliminados totalmente tornando o
fluxo produtivo mais suave e contínuo, contribuindo diretamente para a redução de custos
através do cumprimento dos prazos e metas estabelecidas pela empresa.
Slack, Chambers e Johnston (2009), salientam que o JIT tem algumas similaridades com
o MRP quando comparados com relação à ferramentas de controle de estoque. Porém, enquanto
o JIT tem a função de garantir que a fábrica produza os bens no momento em que são
necessários para o mercado, o MRP começa olhando à frente, e identificando quais produtos
devem ser entregues em que momento no futuro, planejando a produção quando se quer
antecipar necessidades futuras.
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2.11.6 Giro de Estoque
Segundo Pozo (2010), o Giro de Estoque é definido como a relação entre o Custo das
Mercadorias Vendidas (CMV) e o saldo de estoque. De forma a minimizar erros de volatilidade
de estoques, recomenda-se utilizar os valores médios de estoque. Giro de Estoque representa o
número de vezes em que o estoque é renovado durante um determinado período.
É a avaliação do capital investido em estoques comparado com o custo das vendas
anuais, ou da quantidade média de materiais em estoque dividido pelo custo anual das
vendas. A rotatividade, este é o termo mais comumente utilizado tanto pelas empresas
multinacionais como pelas nacionais, é expressa por meio da quantidade de peças que
atenderá um determinado período de tempo (POZO, 2010, p.35).
Entende-se então que a palavra renovar significa quantas vezes em média o estoque
volta ao valor do investimento a que se deseja, durante aquele período. Para conhecer o número
de dias em que o estoque permanece parado durante um determinado intervalo de tempo basta
dividi-lo pelo número de dias do período em estudo. Este quociente representa o número de
dias, em média, que a empresa pode vender sem renovar seu estoque.
Pozo (2010), diz ainda que quando se sabe a rotatividade dos estoques, pode-se
determinar também o período de tempo que esse estoque suporta, ou seja, qual o período de
tempo que o estoque serve para atender uma determinada demanda.
Consequentemente, ver-se que a avaliação da gestão de estoques por meio da
rotatividade é muito útil e rápida, facilita a análise da situação operacional da empresa, e é um
padrão mundial de análise e comparação, pois, quanto maior for o número da rotatividade,
melhor será a administração logística da empresa.
2.11.7 Inventário físico
O inventário é uma ferramenta da gestão de materiais, sendo a partir dele que avaliações
de como estão sendo administrados os produtos e os materiais da empresa podem ser
desenvolvidos. O inventário é uma forma de identificar as quantidades de produtos ou materiais
disponíveis nas dependências da empresa.
De acordo com Viana (2009), através do inventário pode-se avaliar as perdas em
mercadorias que se tornaram obsoletas, o desaparecimento de itens e as prováveis faltas que
ocasionarão parada de produção. Além deste aspecto, o inventário tem a função de determinar
os valores de produtos em estoque para avaliação financeira de investimentos, pagamento de
impostos, entre outros.
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Segundo Pozo (2010), o inventário caracteriza-se de duas formas: geral e rotativo. O
inventário geral é elaborado no fim de cada período fiscal, abrangendo a contagem física de
todos os itens de uma só vez. Já o inventário rotativo é feito no decorrer do ano fiscal da
empresa, sem qualquer tipo de parada no processo operacional, e abrange somente determinadas
áreas apontadas previamente pelo coordenador do inventário.
O autor ainda salienta que, os inventários são elaborados e executados sob orientação e
controle da área financeira e com documentação preparada para este fim. Estas ações tem um
propósito único e exclusivamente de avaliar se as informações controladas estão de acordo com
as quantidades físicas, principalmente quando os estoques são informatizados.
Isto posto, entende-se que o inventário é acima de tudo uma ferramenta de controle e
planejamento de estoques, sendo indispensável em qualquer projeto para se obter um bom e
rentável resultado. Com este planejamento é possível prever as falhas, as dificuldades que
surgirão, e elaborar ações preventivas, enfim atingir os objetivos e metas da organização.
2.11.8 EDI
A Tecnologia da Informação é uma importante ferramenta usada na automatização de
diversas áreas da organização. Os avanços nesta área constituem um significante aumento da
eficiência no gerenciamento. Para adaptar-se às constantes mudanças no ambiente global as
empresas estão procurando a integração com outras organizações na expectativa de melhorarem
os seus serviços.
Segundo Martins e Alt (2006), esta integração já é possível com a utilização da
Tecnologia de Informação - TI, em especial no uso do EDI - Eletronic Data Interchange, ou
Intercâmbio Eletrônico de Dados. Esta é uma ferramenta para transmissão eletrônica de dados,
via computadores, através de linha telefônica, modem e software específico para tradução e
comunicação de documentos entre a empresa e os fornecedores.
De acordo com os autores, o EDI é uma das formas mais importante de comércio
eletrônico existentes, possui o potencial de aumentar a velocidade das operações, a eficiência
dos processos, e de reduzir os custos operacionais e de processamento de informações entre as
organizações. Contudo a implementação do EDI não é fácil, exigindo mudanças no modo de
operar das organizações no que tange a padronização dos processos, além da existência de
vários protocolos de transmissão, o que leva muitos a não adotarem este processo.
Os autores ainda salientam que os benefícios potenciais com a utilização do EDI são
muitos, que vão desde o aumento da competitividade das empresas, à um controle mais estreito
e mais dinâmico sobre a performance das vendas. Também traz como benefícios, ações de todos
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os tipos como: mais agilidade e eficiência nos processos produtivo, de administração,
minimização de custos transacionais, automatização de decisões logísticas, eliminação dos
inevitáveis erros de digitação, etc.
Martins e Alt (2006) afirmam ainda que uma automação eficiente não significa somente
adquirir bons equipamentos e proporcionar treinamento adequado, significa principalmente
adaptar os processos da empresa a esta nova estrutura. Apenas informatizar procedimentos
antigos não é o bastante, ou ainda incluir no novo escopo apenas algumas tarefas, e manter
fluxos paralelos de papéis.
Na visão dos autores, a forma como os processos são executados precisa ser mudada,
de forma a extrair o máximo potencial de sua automação. Logo, para aproveitar de forma plena
os benefícios da implementação do EDI, as empresas têm de arcar com certos custos, os quais,
muitas vezes, tornam-se empecilhos nos seus processos decisórios relacionados à escolha de
adotar esta nova tecnologia.
Mesmo assim, fica evidente que o EDI traz muitas melhoras para a organização, porém
a mesma deve verificar se está disposta principalmente a adequar-se às questões relacionadas à
padronização, em vários aspectos, além dos gastos na aquisição de equipamentos e treinamento
de pessoal.
2.12 Métodos de Avaliação de Estoques
2.12.1 PEPS
Para evitar o envelhecimento desordenado dos produtos em estoque, é preferível que os
mesmos sejam utilizados na mesma ordem em que foram recebidos. Esta é uma prática
conhecida como PEPS (Primeiro que entra, Primeiro que sai), ou FIFO (First in, First out)
como mais se popularizou.
Segundo Pozo (2010, p.76), “o procedimento de baixa dos itens de estoque é feito por
ordem de entrada do material na empresa, o primeiro que entrou será o primeiro que sairá, e
assim utilizar seus valores na contabilização do estoque”. Dias (2011, p.152) também concorda
que, “sai o material que primeiro integrou o estoque, sendo substituído pela ordem cronológica
em que foi recebido, devendo seu custo real ser aplicado”.
Entretanto Viana (2009), salienta que no conceito é muito simples, mas na prática nem
tanto. A maior dificuldade em seguir este método está na organização e disposição em que os
materiais são acomodados, na sua movimentação, localização, controle e disciplina praticada
pelos colaboradores.
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O autor destaca ainda que, a maioria desses aspectos devam ser considerados já na
execução do projeto da área destinada para armazenagem dos materiais. O layout normalmente
requer vinte ou trinta por cento da área reservada, e este é um percentual de espaço que deverá
ser mantido desocupado permanentemente, para movimentação e manuseio dos produtos em
estoques.
Dias (2011) afirma que se aplicado corretamente este método acarreta muitas vantagens,
dentre elas está o fato de que os materiais seguem um movimento de forma contínua e ordenada,
o que pode ser condição essencial para um perfeito controle do que está sendo estocado. O
resultado obtido reflete diretamente nos custos dos produtos que estão sendo utilizados nas
saídas.
Quando o giro dos estoques ocorre de maneira rápida ou quando se dispõe de material
que esteja mantido por longo prazo, esse tipo de avaliação serve também para
valorização dos estoques. Consequentemente, os estoques são mantidos em contas do
ativo, com valores aproximados dos preços atuais de mercado (DIAS, 2011, p.152).
Logo, caminha-se positivamente na direção de um bom nível de estoques, com itens
corretos e nas quantidades e preços adequados, para que seus clientes possam ser atendidos em
um nível satisfatório e necessário, não existindo diferença entre o ritmo fornecido e o
demandado.
2.12.2 UEPS
O Último a Entrar, Primeiro a Sair – UEPS, ou Last in First Out– LIFO, como é mais
conhecido, é um método de avaliação de estoques muito discutido no mundo da administração.
Neste critério, os últimos itens que entram nos estoques são os primeiros a sair, os primeiros a
serem vendidos ou utilizados quando solicitados.
Pozo (2010, p.77) destaca que, “esse método também é baseado na cronologia das
entradas e saídas, e considera que o primeiro a sair deve ser o último que entrou em estoque
[...]”. Neste caso, o estoque final ficaria composto por itens mais antigos, o custo do que foi
vendido se reflete basicamente nos últimos itens comprados.
Martins e Alt (2006) entendem que por haver um riscos de se obter prejuízos na
apuração dos resultados, dependendo do ramo de atuação, este método de avaliação não é muito
difundido entre as empresas. Quando se tratar, por exemplo, de produtos perecíveis, ou
mercadorias que possuem um curto prazo de validade, há uma grande chance de o estoque final
ficar composto por uma maioria de produtos com prazo de validade ultrapassado.
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Seja qual for o método utilizado, PEPS ou UEPS, seu emprego está condicionado ao
tipo de empresa, porque a avaliação do estoque final influi diretamente no custo dos
bens vendidos ou das matérias-primas utilizadas na produção. Qualquer variação no
valor do estoque repercute de imediato nos custos operacionais e consequentemente
no lucro (MARTINS; ALT, 2006, p.217).
Os autores ainda apontam outra desvantagem no uso do UEPS, que está justamente no
fato de que mesmo se não acabado o uso de um determinado lote de mercadorias, este terá que
ser abandonado e passar-se a fazer uso de um lote mais recente, recém chegado. Destarte,
teremos que controlar diversos lotes com saldos nos quais usaremos parcialmente os custos.
Mesmo assim, os autores afirmam que apesar de muitas organizações condenarem o uso
do UEPS este método apresenta algumas vantagens, dentre elas está o fato de que ele procura
determinar se a empresa fez uma apuração correta dos custos correntes em relação à sua receita
corrente. Logo, o estoque é avaliado de acordo o nível de preços de sua introdução. Em
temporada de preços altos, os valores podem ser ajustados com maior rapidez.
2.12.3 Custo Médio
De acordo com Dias (2011), a avaliação feita através do custo médio é a mais frequente.
Tem por base o preço de todas as retiradas, ao preço médio do suprimento total do item em
estoque. Esse método age como um estabilizador, pois equilibra as flutuações de preços e, ao
longo do prazo, reflete os custos reais das compras de material.
O autor ressalta que o custo médio é baseado na cronologia das entradas e saídas. O
procedimento de baixa dos itens de estoque é feito normalmente pela quantidade da própria
ordem de fabricação e os valores finais de saldo são dados pelo preço médio dos produtos.
Como é possível verificar, cada saída de produto é valorizada pelo valor de custo médio dos
produtos em estoque pela entrada cronológica dos mesmos.
Pozo (2010) também concorda que a avaliação por este método é muito utilizada, pois
seu procedimento é simples e ao mesmo tempo age como um moderador de preços, eliminando
as flutuações que possam ocorrer. Esse processo tem por metodologia a fixação de preço médio
entre todas as entradas e saídas.
Neste sentido, entende-se que os estoques são avaliados pelo custo médio de aquisição,
apurado a cada entrada de mercadorias, ponderado pelas quantidades adquiridas e pelas
anteriormente existentes. Entende-se também que esse processo tem por metodologia a fixação
de preço médio entre todas as entradas e saídas.
35
2.12.4 Custo de Reposição
Dias (2011) trata o custo de reposição como sendo o valor atual de mercado dos insumos
adquiridos no passado para a fabricação de produtos ou prestação de serviços, também
entendido como valor presente dos estoques. Seu principal uso é para fins de tomada de
decisões, uma vez que a contabilidade financeira e de custos não podem usar o custo de
reposição em seus registros.
Segundo o autor, a avaliação pelo custo de reposição tem por base a elevação dos custos
a curto prazo em relação à inflação, ou seja, a porcentagem sofrida no preço unitário dos
produtos observados em futuras reposições. Numa visão mais comercial, diz ser o valor pago
por um bem que irá substituir um outro, que saiu por venda ou consumo.
Consequentemente, o autor salienta que não se deve confundir o custo de reposição com
o custo de reinvestimento ou o custo de substituição. Tal colocação dá-se em virtude do tipo de
material que está sendo substituído. Se a substituição é de material de uso e consumo, diz ser
um custo de reposição, se é de um bem imobilizado, diz ser de um reinvestimento ou
uma substituição.
2.13 Cadeia de Suprimentos
2.13.1 Compras
Na visão de Pozo (2010), a maioria das empresas adquirem grande variedade de
produtos, e o volume e o valor dessas compras vem crescendo à medida que as organizações
tem se concentrado em seus processos fundamentais. Apesar da variedade de compras que uma
empresa realiza, há alguns objetivos básicos da atividade de compras, que são válidos para
todos os materiais e serviços comprados, que são: o preço correto, a quantidade correta e entrega
no momento certo.
De acordo com o autor, duas dessas atividades influenciam significantemente no
processo. Em primeiro está a seleção dos fornecedores, sua escolha depende de preço,
qualidade, continuidade de fornecimento e localização. Em segundo está a colocação dos
pedidos, cuja ordem de compra especifica as quantidades e as instruções de entrega. Este é o
documento primordial para iniciar o fluxo de produtos na cadeia de suprimentos.
Para Baily, et al (2009), as organizações não serão capazes de desenvolver um
relacionamento mútuo ou de parceria com todos os seus fornecedores. Aplica-se aí o princípio
36
de Pareto, ou seja, oitenta por cento das compras serão realizadas junto à vinte por cento dos
fornecedores. É provável que os fornecedores com os quais serão gastos grandes somas de
dinheiro serão aqueles com quem as organizações manterão relacionamentos mais próximos
Então, entende-se que o processo de compras é extenso e envolve atividades essenciais,
tais como: comprar materiais com qualidade correta, na quantidade certa, no instante certo e ao
preço correto, da fonte certa, para entrega no local correto. Atividades muito além do que
aquelas relacionadas com movimentação e armazenagem de mercadorias.
2.13.2 Transporte
Na visão de Pozo (2010), o transporte refere-se aos vários métodos utilizados para
movimentar produtos. Algumas das alternativas mais populares são os modos rodoviários,
ferroviários e aeroviários. A administração da atividade de transporte geralmente envolve
decidir quanto ao método de transporte, aos roteiros e a utilização da capacidade dos veículos.
O autor salienta ainda que a cadeia de suprimentos é uma extensão da logística. Para ele
o gerenciamento da logística está primeiramente preocupado com a otimização de fluxos dentro
da organização, enquanto a gestão da cadeia de suprimentos reconhece que a integração interna
por si só não é suficiente.
Contextualizando, o transporte adiciona valor de lugar ao produto, o estoque agrega
valor de tempo. Para agregar esse valor dinâmico, o estoque deve ser posicionado próximo aos
consumidores ou aos pontos de manufatura, a fim de otimizar o transporte.
2.13.3 Armazenagem
Do ponto de vista de Pozo (2010), a cadeia de suprimentos é um conjunto de métodos
que são usados para proporcionar uma melhor integração e uma melhor gestão de todos os
parâmetros da rede: compras, transporte, armazenagem e distribuição. Esses parâmetros estão
presentes nos fornecedores, nas empresas e nos clientes.
Segundo ele, algumas empresas não são capazes de eliminar a necessidade da
armazenagem de materiais, deste modo pressupõe que estocar menos é melhor. Logicamente
que menor quantidade estocada resulta em menor quantidade de dinheiro parado e em melhor
gestão da cadeia de suprimentos. A estocagem frequente é resultante de desequilíbrio nas
velocidades de fluxo de operações, e o reflexo de compras mal elaboradas.
Desta forma, a gestão adequada da cadeia de suprimentos permite uma produção
37
otimizada para oferecer ao cliente final o produto certo, na quantidade certa. E um dos objetivos
principais dessa gestão é, obviamente, reduzir os custos com armazenagem, tendo em conta as
exigências do cliente final.
2.13.4 Distribuição
No entendimento de Pozo (2010), a maneira como as empresas distribuem seus produtos
pode ter um impacto no custo da organização e na satisfação dos clientes. A venda pode ocorrer
diretamente com o cliente, através de uma equipe de marketing de um fabricante ou mesmo
pela internet. Quando o produto for ser entregue, ou quando o cliente for receber suas matérias-
primas, deve-se procurar o melhor meio que agregue: custo, prazo e qualidade, especialmente
quando se tratar de grandes quantidades.
Segundo o autor, o objetivo básico da cadeia de suprimentos é maximizar e tornar
realidade as potenciais sinergias entre as partes da cadeia produtiva, de forma a atender ao
consumir final mais eficientemente através de uma distribuição adequada. Práticas de
distribuição eficazes tem sido implementadas nas principais organizações do mundo todo, as
quais tem visado à simplificação e obtenção de uma cadeia de suprimentos mais eficiente e
lucrativa.
Destarte, o sistema de distribuição de uma empresa é uma das partes da logística de
maior importância, pois a entrega dos produtos ao seu destino final, requer uma atenção especial
para que o cliente tenha plena satisfação de suas necessidades, impactando diretamente no
resultado final da organização.
38
3 PROCEDIMENTOS E MÉTODOS
A metodologia é o processo pelo qual a pesquisa é desenvolvida, é o meio adotado para
elaboração de um determinado projeto, que visa responder aos problemas do tema em questão.
Com a execução deste conjunto de ações e estratégias elaboradas no projeto, almeja-se alcançar
os resultados de forma objetiva e clara.
Para Lakatos e Marconi (2010, p.204), “a especificação da metodologia da pesquisa é a
que abrange maior número de itens, pois responde, a um só tempo, às questões: como? com
quê? onde? quanto? [...]”. A metodologia da pesquisa é um processo de construção do
conhecimento, e tem como objetivo gerar novos conhecimentos aos pesquisadores.
Para as autoras a pesquisa científica tem o objetivo de obter conhecimento específico e
estruturado sobre um determinado assunto. Desta forma, a pesquisa consiste na execução de
um conjunto de ações e de estratégias planejadas no projeto de pesquisa, que são integradas
para se gerar o conhecimento original.
3.1 Tipo de pesquisa
Conforme Gil (2008), a pesquisa pode ser classificada em dois tipos, quanto aos fins e
quanto aos meios. Quanto aos fins a pesquisa foi exploratória e descritiva. Exploratória, pois
no primeiro momento foi feito um estudo bibliográfico sobre as principais ferramentas de
controle de estoque, e um estudo à campo de como se dá na prática o controle de estoque no
setor de peças da organização em estudo. De acordo com Gil (2008, p.41), “estas pesquisas têm
como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a construir hipóteses”.
Sobre a pesquisa descritiva Gil (2008) diz que, esta visa descrever e identificar as
características e fatores que levam ao problema abordado, estabelecimento relações entre as
variáveis, descrevendo os processos na organização dando base a explicação dos fatores
geradores do problema. Tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
Neste caso, a pesquisa foi descritiva porque num segundo momento realizou-se um
detalhamento e análise da eficiência das práticas de controle de estoque no setor de peças da
organização, quanto a sua eficácia confrontando-as com a literatura especializada no assunto.
3.2 Método
Quanto aos procedimentos a serem adotados, a pesquisa foi classificada como:
39
bibliográfica, documental, pesquisa de campo e estudo de caso. De acordo com Gil (2008, p.44),
“a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos”. Portanto, este estudo teve como base obras de
autores renomados como: Viana (2009), Dias (2011), Pozo (2010), Slack, Chambers e Johnston
(2009).
Também a pesquisa foi documental, pois foram analisados documentos pertencentes à
organização, como relatórios de entradas e saídas, livro de registro de saídas manuais, sistema
de gerenciamento dos estoques, a fim de levantar dados certos e precisos sobre a eficácia das
ferramentas de controle de estoques do setor de peças da Empresa. Para Gil (2008, p.45), “a
pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou
que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”.
A pesquisa de campo foi realizada após o estudo bibliográfico para obter dados
relevantes ao trabalho, através da coleta de dados efetuados com auxílio de um questionário
direcionado ao gestor do setor, e um roteiro de perguntas para entrevista direcionada aos demais
colaboradores. Sobre esta, Gil (2008, p.53) diz que, “[...] é desenvolvida por meio da
observação direta das atividades do grupo estudado, e de entrevistas com informantes para
captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo”.
Já sobre o estudo de caso, Gil (2008, p.54) diz que, “consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento [...]”. Este teve a função de responder aos questionamentos, as incertezas e as
possibilidades dentro do contexto da gestão de estoques. Também suprir as necessidades de
respostas reais sobre como e por que os eventos ocorrem, demandando um tratamento visível
no cotidiano ligado a este estudo.
3.3 Classificação da Pesquisa
Este estudo foi desenvolvido numa empresa do ramo de alimentos, especificamente
cortes bovinos, denominada de Empresa Alfa. Esta situa-se na cidade de Tangará da Serra –
MT, e atende produtores do próprio município e de municípios vizinhos, tem capacidade de
abater aproximadamente mil e quinhentas cabeças de gado por dia.
A Empresa Alfa caracteriza-se como uma empresa de grande porte, com cerca de mil e
trezentos funcionários, tem sua missão, visão e valores bem definidos. Também possui
organograma bem estruturado, faz uso de planejamentos estratégico, tático e operacional.
No transcorrer deste estudo foram utilizados vários instrumentos de coleta de dados,
dentre eles a observação não estruturada. Sobre esta Lakatos e Marconi (2010, p.175) diz: “[...]
40
consiste em recolher e registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios
técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas”.
Também foi aplicado um questionário estruturado junto ao Líder do setor de peças,
conforme apêndice A. Sobre este, Lakatos e Marconi (2010, p.180) diz que, “é aquela em que
o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são
predeterminadas”.
Foi utilizada também um roteiro de perguntas para entrevista com os empregados do
setor, conforme apêndice B. Lakatos e Marconi (2010, p.180) diz que nesta, “o entrevistador
tem a liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada”.
3.4 Análise dos Dados
A análise dos dados se caracterizou através da abordagem qualitativa, e não quantitativa.
Conforme Gil (2008), a abordagem qualitativa se difere da quantitativa pelo fato de não
empregar dados estatísticos como centro do processo de análise de um problema. A diferença
está no fato de que o método qualitativo não tem pretensão de numerar ou medir unidades ou
categorias, se opondo assim ao método quantitativo.
Lakatos e Marconi (2010, p.214) argumenta que, “a quantidade e a natureza dos dados
a serem apresentados irão determinar a divisão dessa parte. A ordem da divisão deve estar
relacionada com a colocação das hipóteses, isto é, das sucessivas afirmações nela contidas”.
Os resultados obtidos foram analisados e interpretados com a finalidade de proporcionar
melhorias para a organização, respondendo aos problemas propostos. E os dados coletados
através das pesquisas de campo foram compreendidos e interpretados de acordo com os autores
utilizados para a sua realização.
41
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capitulo será apresentado, primeiramente, os dados da pesquisa sobre o setor de
peças de manutenção da empresa Alfa. Em seguida os dados sobre as políticas de controle de
estoque adotadas pela empresa. Num terceiro momento será apresentado os dados da pesquisa
sobre a identificação das ferramentas utilizadas no setor, e como estas são utilizadas. Logo em
seguida a apresentação dos dados da pesquisa sobre os diagnósticos de possíveis gargalos e
oportunidades de melhorias.
A fim de atender aos objetivos específicos propostos para conclusão deste estudo, foi
realizada uma pesquisa com a aplicação de um questionário ao Gestor do setor de peças de
manutenção da empresa Alfa, e uma entrevista com um roteiro de perguntas pré-selecionadas,
aplicada aos demais colaboradores do setor.
Por motivos desconhecidos houve uma certa resistência por parte do supervisor do setor
de peças em responder às questões propostas no questionário, logo então este foi redirecionado
ao líder do setor, o qual se prontificou a contribuir com a pesquisa fornecendo parte das
informações necessárias para responder aos objetivos propostos.
4.1 Dados da pesquisa em relação ao setor de peças
De acordo com as informações coletadas com o questionário aplicado o Líder do setor,
constatou-se que a empresa Alfa possui outros departamentos que exercem funções de estoque,
e de certo modo estão ligados ao setor de peças da organização. Dentre eles pode-se citar o setor
de embalagem primária, cuja função é armazenar os sacos, sacolas e etiquetas que mantém
contato direto com o produto final. Por este motivo este setor possui padrões e normas de
higiene rígidos, para assegurar a não contaminação do produto final.
Já o setor de embalagem secundária tem por função armazenar as caixas de papelão
utilizadas para proteger o produto. Este material não possui contato direto com o produto final,
porém segue os mesmos padrões de higiene e segurança de alimentos citados anteriormente.
Por se tratar de material que demanda grande espaço físico para sua armazenagem, a empresa
aluga um depósito fora das dependências da organização para tal.
Outro departamento ligado indiretamente ao setor de peças não menos importante, é o
setor de produtos químicos da organização. Este tem por função acomodar os óleos
lubrificantes, os produtos perigosos e os detergentes usados na higienização geral da empresa.
Apesar de estarem de certo modo ligados ao setor de peças da empresa Alfa, estes não foram o
foco da nossa pesquisa.
42
O setor de peças de manutenção da Empresa Alfa fica localizado às margens do setor
produtivo, visando facilitar o acesso e torna-lo ágil e rápido aos colaboradores que busquem
por mercadorias que os auxiliarão em seus trabalhos, sejam estes trabalhos de manutenção ou
relativos à produção. Também possui uma estrutura parcialmente adequada que visa acomodar
mercadorias oriundas de compras ou de transferências, conforme figura 01.
Figura 1: Planta baixa do setor de peças da Empresa Alfa, Out/2013
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013
A figura 01 representa a planta baixa do setor de peças de manutenção da empresa Alfa,
assim, do lado esquerdo está o térreo onde ficam localizados os itens de menor porte e os que
têm maior giro. Do lado direito temos o piso superior, onde se localizam os itens de maior porte
e os itens com estoques sobressalentes, também os que possuem um giro menor.
No setor de peças de manutenção da Empresa Alfa trabalham 10 (dez) funcionários,
sendo: 01 (um) Supervisor de Almoxarifado, 01 (um) Líder de Almoxarifado, 02 (dois)
Almoxarifes “A”, 01 (um) Almoxarife “B”, 02 (dois) Almoxarifes “C” e 03 (três) Auxiliares,
distribuídos em suas respectivas funções, conforme figura 02.
43
Figura 2: Organograma do setor de peças da Empresa Alfa, Out/2013
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013
A figura 02 representa o organograma do setor de peças da empresa Alfa, sendo que o
Supervisor tem a função de coordenar todas as atividades do setor, liderando e direcionando os
trabalhos da equipe. Também tem a função de gerenciar diariamente os estoques fazendo uso
dos softwares SAP Logix e Microsof Excel, analisando relatórios e participando de reuniões
semanais do CAN, nas quais são discutidas metas, prazos e objetivos do setor.
O Líder do setor coordena funções secundárias, como as transferências de materiais
sobressalentes para outras unidades, também é responsável pela emissão de relatórios diários
que posiciona a movimentação dos estoques. Quando necessário assume as funções do
supervisor na ausência deste.
Os Almoxarifes tem por função atividades correlatas à movimentação diária das
mercadorias no setor, como recebimento e conferência, alimentação do sistema, entrega e baixa
de peças. Outra atividade dos almoxarifes é alertar os superiores quando algum item entra no
estoque de segurança, para que estes tomem as providências necessárias ao ressuprimento
destas mercadorias. A diferença entre as classificações A, B e C são somente nas faixas
salariais, pois as funções são praticamente as mesmas
Já os auxiliares executam funções rotineiras, porém não menos importante. São
responsáveis pela limpeza, organização e conservação dos itens do estoque, também executam
funções dos almoxarifes quando se faz necessário, ou quando a movimentação é grande,
necessitando de agilidade no atendimento.
44
4.2 Dados da pesquisa em relação às Políticas de Controle de Estoque
De acordo com as informações coletadas com o questionário aplicado ao Líder do setor
de peças de manutenção da empresa Alfa, foi possível identificar o uso de algumas políticas
adotadas pela empresa, a fim de auxiliar no controle eficiente dos estoques.
Não são permitidas entradas de pessoas alheias ao serviço no setor de peças de
manutenção da empresa Alfa. Quando estas se fazem necessárias, o visitante deve ser
acompanhado por um funcionário do setor, para garantir a integridade do estoque.
Dentre outras políticas pode-se citar a criação do Comitê de Aprovação de Necessidades
(CAN), no qual os líderes de cada área se reúnem uma vez por semana para definir as compras
de urgência em quantidades realmente necessárias, evitando assim compra demasiada que
acarreta no aumento descontrolado dos estoques.
Também são emitidos diariamente pelo setor de peças de manutenção da empresa Alfa,
relatórios nos quais indicam a movimentação diária das mercadorias, bem como o saldo final
de cada item, e o saldo total a fim de acompanhar dia a dia a evolução dos estoques,
confrontando com relatórios anteriores e observando atentamente o que ocasionou o aumento
ou a diminuição destes através de um gráfico, conforme figura 03.
Figura 3: Gráfico da evolução do estoque, Empresa Alfa, Out/2013
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013
45
A figura 03 representa o gráfico da movimentação diária do estoque de peças de
manutenção da empresa Alfa, referente ao início do mês de outubro de 2013. Assim pode-se
observar um grande volume de itens sem movimentação, bem como a posição atual do estoque
bem acima da meta estabelecida pela diretoria corporativa da empresa.
O gráfico juntamente com os relatórios de entradas (compra e transferências de entrada),
e de saídas (consumo e transferência de saída), e item em obsolescência (sem movimentação
há mais de 180 dias), são analisados pelo supervisor e encaminhados para a diretoria corporativa
diariamente.
Ao final de cada mês é emitido um relatório acumulado e enviado junto com o gráfico
à diretoria corporativa, no qual mostra a evolução dos estoques desde o início até o final do mês
em questão. Se houver um aumento considerável dos estoques em relação aos meses anteriores,
é solicitado pela diretoria corporativa uma justificativa, e o traçado de um plano de ação a fim
de reduzir estes valores para os meses subsequentes.
Nota-se que os resultados demostrados na figura 03, vão contra as políticas preteridas
pelo Comitê de Aprovação de Necessidades (CAN), cuja função é evitar compras demasiadas
para não elevar o valor venal dos estoques. Observa-se também uma gestão não muito eficiente,
quando se trata de reduzir a quantidade de itens estacionados.
4.3 Dados da pesquisa sobre as Ferramentas de controle e formas de utilização
De acordo com as informações coletadas com a aplicação de entrevistas aos demais
colaboradores do setor, foi possível levantar quais são e como são usadas as ferramentas de
controle de estoque existentes no setor de peças da organização. Também conseguiu-se
visualizar porquê, quem e onde são utilizadas estas ferramentas.
4.3.1 Ponto de Pedido
Pozo (2010) afirma que o Ponto de Pedido é o exato momento em que os pedidos de
compra devem ser emitidos. Quando as quantidades estocadas atingem níveis suficientes
apenas para cobrir o estoque de segurança e os de consumo previstos para o período
correspondente ao prazo de entrega dos fornecedores.
Para este controle, o ideal é fazer uso de um software que faça automaticamente os
cálculos necessários e emita os alertas de compra na hora exata em que se entra no Ponto de
46
Pedido, afim de não incorrer em erros que possam ocasionar a ruptura do processo de produção,
acarretando prejuízos à organização.
No entanto, no setor de peças de manutenção da empresa Alfa o Ponto de Pedido é feito
de forma artesanal, ou seja, diariamente os almoxarifes percorrem o depósito visualizando os
itens que teve maior ou menor saída. Fazendo uso de uma prancheta, eles anotam a necessidade
de compra dos itens que julgam ser necessários, baseando-se único e exclusivamente em suas
experiências adquiridas ao longo do tempo.
Com estes números em mãos, o Supervisor do setor de peças leva esta discursão para o
Comitê de Aprovação de Necessidades (CAN), em reunião semanal. Estas anotações são
repassadas aos setores de Planejamento e Controle da Produção (PCP) e Programação de
Compras e Manutenção (PCM), para efetivação dos respectivos pedidos.
Ver-se que, agindo desta forma o Ponto de Pedido fica deficiente, pois o setor não
consegue trabalhar com a mesma quantidade sempre, sendo que ora este ocorre em um ponto,
ora em outro. Assim, as funcionalidades da ferramenta ficam comprometidas, e
consequentemente o setor não atinge os resultados almejados, com o uso desta prática.
4.3.2 Estoque de Segurança
Segundo Pozo (2010), o Estoque de Segurança é a quantidade mínima necessária de um
determinado produto, capaz de suprir as necessidades da produção ou vendas caso haja
eventualidades que ocasionem atraso na entrega. Ou caso haja um aumento inesperado na
demanda por um determinado bem. Esta reserva visa cobrir as necessidades além do estoque
mínimo até a chegada da nova remessa.
Também para este controle, o ideal é fazer uso de um software específico que faça o
cruzamentos dos dados necessários, auxiliando os colaboradores em uma gestão mais eficiente
de seus estoques, de forma que não ocorra falta de material ocasionando assim a parada do
processo produtivo.
Entretanto, no setor de peças de manutenção da empresa Alfa o estoque de segurança
não é elaborado corretamente, ficando assim ameaçado e em algumas vezes resulta em
quantidades insuficientes para cumprir sua função.
Observa-se que tanto no uso do Ponto de Pedido quanto no uso do Estoque de
Segurança, o setor não vem conseguindo alcançar os resultados esperados. Pois constantemente
a empresa incorre em falta de material antes da chegada da nova remessa, e para não ocasionar
a paralização do setor produtivo, esta obriga-se a efetuar compras de emergência.
47
4.3.3 EDI
Segundo Martins e Alt (2006), a integração das empresas já é possível com a utilização
da Tecnologia de Informação (TI), em especial no uso do EDI - Eletronic Data Interchange,
ou Intercâmbio Eletrônico de Dados. Esta é uma ferramenta para transmissão eletrônica de
dados, via computadores, através de software específico para tradução e comunicação de
documentos entre a empresa e os fornecedores.
A empresa Alfa faz uso da Tecnologia da Informação (TI) para integração entre as
unidades, tais como filiais e fornecedores, não especificamente o EDI. Para tal o setor de peças
de manutenção utiliza um software em plataforma de Sistemas de Aplicações e Produtos (SAP),
o SAP Logix, que controla a maior parte das atividades.
Com o uso do SAP Logix é possível controlar as entradas de materiais, sejam elas
provenientes de compras ou transferências oriundas de outras filiais, cujo processo pode ser
representado na figura 04.
Figura 4: Fluxograma do processo de entradas, Empresa Alfa, Out/2013
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013
48
A figura 04 retrata o fluxograma do processo de entrada de peças na empresa Alfa, sejam
elas oriundas de transferências entre unidades ou de compras. Após a chegada da mercadoria
pela transportadora, a Nota Fiscal tem sua entrada registrada no Faturamento, gerando-se com
isso um Aviso de Recebimento conforme anexo 1, e o material entra então em processo de
contagem e conferência.
Se o material não estiver de acordo com o que foi pedido tem-se o lançamento da Nota
Fiscal excluída e enviado de volta ao fornecedor, findando o processo. Mas, se a conferência
estiver de acordo com o pedido, este então tem sua contagem confirmada com o lançamento no
sistema SAP Logix. Este lançamento é efetuado em tela específica, conforme figura 05.
Figura 5: Tela de lançamento no sistema SAP Logix, Out/2013
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013
A figura 05 representa a tela de lançamento de mercadorias no sistema SAP Logix,
utilizado pelo setor de peças da empresa Alfa. Após este processo, procede-se então a
codificação e guarda do material no seu respectivo lugar, obedecendo uma ordem cronológica
de códigos para fácil localização.
49
A transportadora então retorna ao faturamento de entrada com as devidas anotações
feitas na primeira via do aviso de recebimento. O setor de faturamento por sua vez efetua a
liberação da transportadora devolvendo à mesma o “canhoto” da Nota Fiscal, devidamente
assinado e carimbado, confirmando o recebimento da mercadoria.
O uso do SAP Logix também possibilita efetivar as saídas por consumo próprio, ou seja,
saídas de peças que irão ser aplicadas dentro da própria unidade provenientes de substituições
referente à manutenção de rotina ou preventiva, que pode ser representado na figura 06.
Figura 6: Fluxograma de saídas por consumo próprio, Empresa Alfa, Out/2013
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013
O fluxograma do processo de saídas de peças por consumo próprio da empresa Alfa é
retratado na figura 06, de forma que, o material é requisitado no sistema pelo setor que o
utilizará, em seguida tem sua aprovação realizada pelo supervisor. Se esta aprovação não for
efetivada a requisição deve ser excluída do sistema pelo mesmo usuário que a efetuou, findando
assim o processo.
50
Mas, se esta solicitação for aprovada pelo supervisor do setor solicitante, então este se
dirige ao setor de peças de manutenção da empresa Alfa, onde será feita a baixa da mercadoria
solicitada. Tal procedimento é realizado em tela específica, a qual pode ter representada pela
figura 07.
Figura 7: Tela de efetivação de baixas sistema SAP Logix, Out/2013
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013
A figura 07 representa a tela onde são realizadas as baixas dos materiais retirados do
setor de peças da empresa Alfa. Após esta baixa é realizada a entrega do material, na mesma
quantidade requisitada no sistema. É emitido então um relatório, conforme anexo 2, o qual deve
ser assinado pelo solicitante e arquivado pelo setor de peças para documentação e controle,
findando assim o processo.
Outra forma de saídas que pode ser validada pelo sistema de gerenciamento de estoque
SAP Logix, é a saída por transferência para outras unidades caso necessitem de um determinado
produto que esteja em desuso no setor. Esta pode ser representada pela figura 08.
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  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO, CIENCIAS CONTÁBEIS E ECONOMIA CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO EM EMPREENDEDORISMO LUCIANO SOARES DOS SANTOS GESTÃO DE ESTOQUES: UMA ANÁLISE DAS FERRAMENTAS DE CONTROLE DO SETOR DE PEÇAS EM UMA EMPRESA FRIGORÍFICA DE TANGARÁ DA SERRA - MT MONOGRAFIA EM ADMINISTRAÇÃO/TCC TANGARÁ DA SERRA/MT
  • 2. LUCIANO SOARES DOS SANTOS GESTÃO DE ESTOQUES: UMA ANÁLISE DAS FERRAMENTAS DE CONTROLE DO SETOR DE PEÇAS EM UMA EMPRESA FRIGORÍFICA DE TANGARÁ DA SERRA - MT Trabalho de Conclusão de Curso em forma de monografia apresentado como requisito regulamentar obrigatório para obtenção do grau de Bacharel em Administração, de acordo com a Resolução nº 1 e 2 de fevereiro de 2004 do Conselho Nacional de Educação e da Resolução nº 030/2012 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNEMAT. Orientador: Prof. Elei Chavier Martins Tangará da Serra (MT) 2013
  • 3.
  • 4.
  • 5. DEDICATÓRIA À minha família pela fé e confiança demonstrada durante todos os anos da minha vida. Aos meus amigos pelo apoio incondicional nas horas difíceis, fazendo com que eu buscasse forças para continuar esta caminhada. Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar, em especial à professora Ms. Elaine Rodrigues. Enfim, à todos que de alguma forma tornaram este caminho sinuoso e estreito mais fácil de ser percorrido.
  • 6. AGRADECIMENTOS À Deus por me abençoar com saúde, paz e muitas realizações. Aos meus pais Juarêz e Gildete que me guiaram amorosamente, desde cedo pelos caminhos do conhecimento humano, transformando-me no que hoje sou. À minha esposa Alcione e minha filha Waleska, por suportar minhas ausências durante o decorrer desta jornada. Aos meus colegas pelas vibrações de alegrias constantes ao meu redor tornando-se assim a energia para o próximo passo. Aos meus professores por terem me orientado com dedicação para que eu chegasse até aqui, em especial ao meu orientador Elei Chavier pelo grande apoio a mim dispensado.
  • 7. EPÍGRAFE “A vida não acontece em extremos, ela serve como percurso que nos prepara para momentos e opções radicais, onde se mesclam êxitos e fracassos, conquistas e perdas, alegrias e mágoas. Nela passamos por momentos de cisão, nos quais é exigida decisão, como na hora do nosso encontro com Deus. Não há crescimento sem crise”. (Autor desconhecido)
  • 8. RESUMO O estoque é um dos agentes que mais tem influência dentro de uma organização, pois interage com os demais departamentos, tais como compra, vendas, produção e outros. Por isso, ele tem uma parcela de importância muito grande para o bom funcionamento da empresa, já que representa boa parte da totalidade de seus investimentos. Logo, este trabalho foi desenvolvido em uma empresa frigorífica do município de Tangara da Serra – MT, o qual mostrou a importância de se utilizar as ferramentas adequadas no gerenciamento e controle de estoques. Partindo do princípio da definição de Administração; da gestão de materiais e das ferramentas de controle de estoques em si, e posteriormente da importância estratégica competitiva das empresas, que tem como um dos seus principais objetivos o gerenciamento efetivo do estoque. Ao longo desse trabalho utilizou-se da pesquisa documental, cujo objetivo foi analisar livros e relatórios pertencentes à organização. A pesquisa de campo feita com o uso de um questionário aplicado ao líder do setor e entrevistas com os demais colaboradores, foi realizada após o estudo bibliográfico para obter dados relevantes ao trabalho. Já o estudo de caso teve a função de responder aos questionamentos, as incertezas e as possibilidades dentro do contexto da gestão de estoques. Sendo assim, com a análise qualitativa dos dados, diagnosticou-se a eficácia das ferramentas de controle de estoques utilizadas no setor de peças da empresa em estudo. Deste modo supriu-se as necessidades de respostas sobre como e por que os eventos ocorrem, demandando um tratamento visível no cotidiano ligado a este campo de pesquisa. PALAVRAS-CHAVE: Administração de Materiais, Logística, Cadeia de Suprimentos.
  • 9. ABSTRACT The stock is one of the agents that have more influence within an organization as it interacts with other departments such as purchasing, sales, production and others. So he has a parcel of great importance for the proper functioning of the company, as it represents a good part of their entire investment. Therefore, this study was conducted in a meat packing company in the city of Tangara da Serra - MT, which showed the importance of using the right tools in management and inventory control. Assuming the definition of Administration; materials management and inventory control tools itself, and later the strategic importance of competitive companies, that has as one of its main goals the effective management of inventory. Throughout this work we used the documentary research aimed to examine books and reports pertaining to the organization. The field research was done using a questionnaire administered to the Leader of the industry and interviews with other employees, was held after the bibliographical study to obtain data relevant to the work. Already the case study had the function to respond to questions, uncertainties and possibilities within the context of inventory management. Thus, with qualitative data analysis, was diagnosed the effectiveness of tools used in inventory control parts sector company under study. Thus supplied to the needs of answers about how and why events occur, requiring treatment visible in everyday connected to this field of research. KEY-WORDS: Materials Management, Logistics, Supply Chain.
  • 10. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Planta baixa do setor de peças da Empresa Alfa, Out/2013......................................42 Figura 2: Organograma do setor de peças da Empresa Alfa, Out/2013 ...................................43 Figura 3: Gráfico da evolução do estoque, Empresa Alfa, Out/2013.......................................44 Figura 4: Fluxograma do processo de entradas, Empresa Alfa, Out/2013...............................47 Figura 5: Tela de lançamento no sistema SAP Logix, Out/2013 .............................................48 Figura 6: Fluxograma de saídas por consumo próprio, Empresa Alfa, Out/2013....................49 Figura 7: Tela de efetivação de baixas sistema SAP Logix, Out/2013 ....................................50 Figura 8: Fluxograma de saídas por transferência, Empresa Alfa, Out/2013...........................51
  • 11. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................13 1.1 Estrutura da Monografia.............................................................................................14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................16 2.1 Administração ............................................................................................................16 2.2 Administração de Materiais........................................................................................16 2.3 Conceito de Estoques .................................................................................................17 2.4 Gestão de Estoques.....................................................................................................18 2.5 Políticas de Estoques..................................................................................................19 2.6 Tipos de Estoques.......................................................................................................20 2.7 Finalidade dos Estoques .............................................................................................21 2.8 Custos dos Estoques...................................................................................................22 2.9 Sistema de Planejamento de Estoques........................................................................23 2.10 Perdas de Estoque.......................................................................................................24 2.11 Ferramentas de Controle de Estoques ........................................................................24 2.11.1 Estoque de segurança .................................................................................................24 2.11.2 Ponto de Pedido..........................................................................................................25 2.11.3 Curva ABC.................................................................................................................26 2.11.4 MRP............................................................................................................................27 2.11.5 Just in Time ................................................................................................................28 2.11.6 Giro de Estoque..........................................................................................................30 2.11.7 Inventário físico..........................................................................................................30 2.11.8 EDI .............................................................................................................................31 2.12 Métodos de Avaliação de Estoques............................................................................32 2.12.1 PEPS...........................................................................................................................32 2.12.2 UEPS ..........................................................................................................................33 2.12.3 Custo Médio ...............................................................................................................34 2.12.4 Custo de Reposição ....................................................................................................35
  • 12. 2.13 Cadeia de Suprimentos...............................................................................................35 2.13.1 Compras......................................................................................................................35 2.13.2 Transporte...................................................................................................................36 2.13.3 Armazenagem.............................................................................................................36 2.13.4 Distribuição ................................................................................................................37 3 PROCEDIMENTOS E MÉTODOS...........................................................................38 3.1 Tipo de pesquisa.........................................................................................................38 3.2 Método........................................................................................................................38 3.3 Classificação da Pesquisa...........................................................................................39 3.4 Análise dos Dados......................................................................................................40 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES..............................................................................41 4.1 Dados da pesquisa em relação ao setor de peças........................................................41 4.2 Dados da pesquisa em relação às Políticas de Controle de Estoque ..........................44 4.3 Dados da pesquisa sobre as Ferramentas de controle e formas de utilização ............45 4.3.1 Ponto de Pedido..........................................................................................................45 4.3.2 Estoque de Segurança.................................................................................................46 4.3.3 EDI .............................................................................................................................47 4.3.4 Inventário Físico.........................................................................................................52 4.4 Dados da pesquisa sobre possíveis gargalos e oportunidades de melhorias ..............53 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................55 5.1 Delimitação e Limitações do Estudo..........................................................................55 5.2 Considerações para estudos futuros ...........................................................................56 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................57 Apêndice A: Questionário aplicado ao Líder do Setor de Peças.............................................58 Apêndice B: Roteiro da entrevista aplicada aos demais colaboradores ..................................59 Anexo 1: Aviso de Recebimento de Mercadorias da Empresa Alfa ........................................60 Anexo 2: Relatório de Baixas no Sistema SAP Logix .............................................................61 Anexo 3: Calendário de inventários Emp. Alfa segundo semestre 2013 .................................62
  • 13. 1 INTRODUÇÃO De acordo com Chiavenato (2005), a administração de materiais existe desde os tempos mais remotos, através das trocas de caças e de utensílios até chegarmos aos dias de hoje. Produzir, estocar e trocar objetos e mercadorias é algo tão antigo quanto a existência do ser humano. E, a Revolução Industrial acirrou a concorrência de mercado e sofisticou as operações de comercialização dos produtos, fazendo com que compras e estoques ganhassem maior importância. Para ele, a constante evolução fabril, o consumo, as exigências dos consumidores, o mercado concorrente e as novas tecnologias deram impulso à Administração de Materiais, fazendo com que esta fosse vista como uma arte e uma ciência das mais importantes para o alcance dos objetivos de uma organização, seja qualquer que fosse. O autor diz também que equipamentos e materiais serão necessários sempre, no momento oportuno e no local certo. Isto quer dizer que administrar materiais é como administrar informações, quem os têm quando necessita, no local e na quantidade necessária, possui ampla possibilidade de ser bem sucedido. Sendo assim, a gestão correta dos estoques é uma prática vital para o perfeito funcionamento das organizações, e absorve uma fatia substancial no orçamento das mesmas. Como os estoques não agregam diretamente valor aos produtos, quanto menor for o nível com que os administradores conseguirem trabalhar, mais eficiente será a gestão praticada dentro das organizações. Para Martins (2006), o controle eficiente destes estoques poderá ocasionar um diferencial frente à concorrência, proporcionando à empresa uma vantagem competitiva, minimizando o tempo, reduzindo os custos, dentre outros fatores. Deste modo a organização poderá praticar melhores preços e prazos e concorrer igualmente neste mercado tão competitivo. Entende-se também que, a decisão tomada a respeito da composição dos estoques torna- se fator essencial para uma boa gestão de recursos materiais e patrimoniais. Deste modo a análise correta das dificuldades de planejamento estratégico de materiais é de extrema relevância para o sucesso das organizações. Pozo (2010), também salienta que é de grande importância para as empresas diminuir ao mínimo seus estoques, ao nível de volume e de preço, para que desta forma, possam ocasionar racionalização nos custos de estocagem e de manutenção destes, impactando diretamente no volume de despesas que perfazem os orçamentos das organizações. O autor destaca ainda que o mercado tem pressionado fortemente as organizações por
  • 14. 13 constantes mudanças de natureza econômica, social e tecnológica, mudanças essas essenciais para o seu desenvolvimento. E, para acompanhar essa dinâmica torna-se fundamental, em qualquer empresa, a gestão estratégica de estoques, tendo os empregados como agentes facilitadores que auxiliem na tomada de decisão. Na opinião do autor, as novas formas de gestão e a necessidade que as empresas possuem de se adequarem rapidamente a este novo cenário mercadológico, faz com que estas revejam seus planos de atuação, principalmente quando se trata da gestão de estoques. Esta mudança visa único e exclusivamente otimizar os processos de forma que as organizações possam caminhar significativamente sem grandes dificuldades. Neste sentido, este trabalho de conclusão de curso foi voltado à análise das ferramentas de controle e gestão de estoque do setor de peças de manutenção, em uma empresa frigorífica da cidade de Tangará da Serra – MT, que ora denominamos de Empresa Alfa. A Empresa Alfa está situada na cidade de Tangará da Serra – MT., e possui outras unidades localizadas dentro e fora do estado. É uma organização do ramo de alimentos, especificamente cortes bovinos, atende produtores do próprio município e de municípios circunvizinhos, tem capacidade de abate aproximada em cerca de mil e quinhentas cabeças de gado por dia. Caracteriza-se como uma empresa de grande porte, com cerca de mil e trezentos funcionários, tem missão, visão e valores bem definidos. Também possui organograma bem estruturado, faz uso de planejamentos estratégico, tático e operacional, ou seja, de prazos longos, médios e curtos, respectivamente. A Empresa Alfa tem sua estrutura bem organizada, é detentora de vários certificados como: ISO 14001, ISO 22000, SA 8000 e OHSAS 18001. Mesmo assim, haja vista a escassez de mão-de-obra especializada, enfrenta algumas dificuldades na hora de contratar profissionais bem qualificados que dominem as técnicas de gestão e que saibam fazer a conciliação entre a teoria e a prática, principalmente com relação aos estoques. Diante deste cenário, surgiu a ideia de analisar as ferramentas de controle de estoque utilizadas no setor de peças de manutenção da Empresa Alfa, e diagnosticar possíveis gargalos e oportunidades de melhorias com relação à adoção destas ferramentas, podendo até mesmo auxiliar positivamente em tomadas de decisões futuras. Sendo assim, questionou-se: As ferramentas de controle de estoques existentes no setor de peças de manutenção da Empresa Alfa são eficazes? Para analisar a eficácia das ferramentas de controle de estoque utilizadas no setor de peças de manutenção da Empresa Alfa, foi determinante mapear as políticas de controle de
  • 15. 14 estoque adotadas pelo setor, bem como identificar as ferramentas utilizadas. Também foi necessário levantar junto aos empregados do setor, como são usadas as ferramentas de controle de estoque no setor de peças da organização, diagnosticando assim possíveis gargalos e oportunidades de melhorias. Justificou-se a escolha deste estudo, devido ao fato de ter-se observado nos últimos anos que a gestão correta dos estoques é uma das molas propulsoras para alavancar resultados plausíveis nas organizações. Sejam elas empresas manufatureiras, de comércio ou de serviços, tendo em vista que a continuidade da existência da empresa será determinada pela qualidade de seus produtos e serviços, utilizando como pilar ferramentas de controle adequadas e com alto nível de qualidade operacional. Isto posto, o estudo tornou-se relevante pois, os gestores da organização tiveram a oportunidade de visualizar com clareza, a eficiência das ferramentas de controle de estoque utilizadas no setor de peças da empresa, e a partir destas informações podem executar se necessário o melhor plano de ação possível, a fim de melhorar as funcionalidades das ferramentas apontadas no estudo. Para o pesquisador, a relevância foi na oportunidade de ampliar seus conhecimentos na área pesquisada. E para a comunidade externa a oportunidade de visualizar sem custos um estudo completo sobre a eficácia das ferramentas de controle de gestão de estoque utilizadas no setor de peças da organização, uma vez que o trabalho está disponível na biblioteca da universidade, ao alcance de todos. Deste modo, o estudo tornou-se pertinente, uma vez que a empresa disponibilizou parcialmente alguns acessos necessários para a realização da pesquisa, e também se mostrou interessada nos resultados a serem obtidos. Também foi fornecido ao acadêmico pelos gestores alguns dados necessários, e um espaço de tempo pré-determinado pelo coordenador do estudo para conclusão do trabalho. 1.1 Estrutura da Monografia O presente estudo está dividido em cinco capítulos, elaborados com o objetivo de repassar os resultados obtidos com a pesquisa. Abaixo segue um breve relato sobre as articulações de cada um deles. No primeiro capítulo está a introdução, apresentando um breve escopo do que busca a pesquisa, o objetivo geral e os objetivos específicos. Neste capítulo encontra-se ainda a delimitação do tema, o problema abordado para a realização da pesquisa, bem como a justificativa.
  • 16. 15 O segundo capítulo apresenta a revisão da literatura, expondo os conceitos de autores renomados como: Pozo (2010), Dias (2011) e Viana (2009), que argumentam sobre a gestão de materiais, e também sobre as ferramentas de controle de estoques. As teorias bibliográficas aqui são descritas, comentadas e validadas com citações dos mesmos. No capítulo três encontra-se o processo metodológico utilizado para a realização da presente pesquisa. Desde as técnicas de pesquisa utilizadas até a forma de levantamento de dados para a resolução do problema. No quarto capítulo tem-se os resultados e discussões, relatados de forma a responder ao problema levantado e alcançar os objetivos aqui firmados. Neste, consta todos os dados da pesquisa ilustrados em gráficos e figuras afim de repassar com mais clareza possível os resultados alcançados neste estudo. Finalmente, no capítulo cinco estão as considerações finais, demonstrando os objetivos alcançados. Também neste capítulo encontram-se os comentários sobre a contribuição científica da pesquisa, bem como as limitações e dificuldades para a realização deste estudo.
  • 17. 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Administração A necessidade de organizar os estabelecimentos nascidos com a Revolução Industrial, levou profissionais de outras áreas mais antigas como a Engenharia, a buscar soluções específicas para problemas que não existiam antes. Assim, a aplicação de métodos das ciências diversas para administrar estes empreendimentos, deu origem aos rudimentos da Ciência da Administração. De acordo com Chiavenato (2005), Administração é a tomada de decisão sobre recursos disponíveis, trabalhando com e através de pessoas para atingir objetivos. É o gerenciamento de uma organização levando em conta as informações fornecidas por outros profissionais e também pensando previamente nas consequências de suas decisões. É também a ciência social que estuda e sistematiza as práticas usadas para administrar. Segundo ele, frequentemente a Administração é tomada como sinônimo de Administração de Empresas. Porém, isto somente faz sentido se o termo empresa for considerado como sinônimo de organização, que significa os esforços humanos organizados, feitos em comum, com um fim ou objetivo específico. O autor diz também que o adequado é considerar a Administração de Empresas sub área da Administração, uma vez que esta trata de organizações que podem ser públicas, sociedades de economia mista ou privadas, com ou sem fins lucrativos. E, dentro destas abordam áreas ainda mais específicas como: Recursos Humanos, Finanças, Marketing, Produção e a Gestão de Materiais. 2.2 Administração de Materiais Sabe-se que a administração de materiais não está relacionada somente à gestão de estoques, esta abrange um campo mais amplo da gestão financeira e de custos, que juntas formam um auxílio para reduzir despesas e evitar desperdícios desnecessários. Entende-se também que o correto manuseio e armazenagem auxiliam positivamente para uma boa administração de materiais. Arnold (2008, p.26) afirma que, “a administração de materiais é uma função coordenadora responsável pelo planejamento e controle do fluxo de materiais”. Assim entende- se que alocar mercadorias em lugares de fácil acesso e de fácil manuseio, facilita a
  • 18. 17 acessibilidade na hora em que estes forem solicitados, aumentando o desempenho dos colaboradores e melhorando a qualidade da administração destes materiais. Neste sentido, entende-se que fatores como: tempo oportuno e quantidade necessária se mal administrados acarretam lucros cessantes e custos financeiros indesejáveis. Isto porque a paralisação da linha de produção por falta de matéria-prima incorre em prejuízos pelo não cumprimento dos prazos e gastos adicionais não programados decorrentes de compras de emergência. Administração de materiais significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências de produção. Isso significa aplicar o conceito de custo total às atividades de suprimento logístico de modo a obter vantagem da contraposição da curva de custo, ou seja, o objetivo maior da administração de materiais é prover o material certo, no local de produção certo, no momento certo e em condições utilizável ao custo mínimo para a plena satisfação do cliente e dos acionistas (POZO, 2010, p.39). Deste modo, a administração moderna de materiais é estudada como um conjunto de sistema de estoques que juntos interagem para constituir um todo organizado. Tal estudo destina-se a formar um estoque de materiais no volume menor possível e no menor custo, disposto a suprir as necessidades das organizações no tempo e quantidade imprescindíveis ao funcionamento da mesma. Viana (2009, p.40) diz: “[...] podemos afirmar que administrar com eficiência e exatidão o movimento de entradas e saídas dos materiais necessários à empresa – o quê? Quanto? Quando? e como comprar? – não é tarefa simples”. Logo, pode-se dizer também que a compra correta é um fator relevante para uma boa administração de materiais, por isso deve ter suas características respeitadas, para que se possa obter o melhor rendimento possível. Sendo assim, entende-se que a correta administração de materiais visa determinar a quantidade ideal a ser armazenada e consumida, alinhando as compras de acordo com o fluxo de caixa da empresa. Para isso, faz-se necessário um estudo do seu perfil e de seus colaboradores e, desta forma atender às necessidades da organização corretamente para que isto não torne um fator negativo. 2.3 Conceito de Estoques De acordo com Pozo (2010), estoques são acúmulos de matérias em várias fases específicas do processo de produção. Mesmo se adotar uma forma de gestão para cada tipo de estoque, ou se utilizar apenas uma para qualquer tipo de produto estocado, este sempre existirá por uma diferença de prazo entre o fornecimento e o consumo.
  • 19. 18 Para Chiavenato (2005, p.67), “estoque é a composição de materiais em processamento e materiais semiacabados, que não é utilizado em determinado momento na empresa, mas que precisa existir em função de futuras necessidades”. Então, os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa ou instituição mantém, seja para vender ou para fornecer insumos para suprir o processo de produção. Já Viana (2009, p.109) diz que, “do ponto de vista mais tradicional, podemos considerá-lo como representativo de matérias-primas, produtos semiacabados, componentes para montagem, sobressalentes, produtos acabados, materiais administrativos e suprimentos variados”. Assim, entende-se que estoques são depósitos necessários para o andamento de qualquer organização. 2.4 Gestão de Estoques A gestão de estoques é o ato de administrar materiais ociosos dentro de uma organização, materiais detentores de valor econômico e possuidores de necessidades futuras. Sejam em atividades de produção ou manutenção, sempre há a necessidade de certo tipo de material em estoque para evitar o comprometimento da produção. Do ponto de vista de Dias (2011), empresas atuantes no mercado em quaisquer que sejam seus ramos de atividades, dependem fortemente de um bom gerenciamento de estoques por uma série de razões. Sejam elas empresas manufatureiras ou de serviços, há de se convir que o correto gerenciamento de seus bens materiais e ou patrimoniais são de extrema relevância para o seu bom desempenho e correto desenvolvimento. O estoque é necessário para que o processo de produção/vendas da empresa opere com um número mínimo de preocupações e desníveis. Os materiais em estoque podem ser de três tipos básicos: matéria-prima, produtos em fabricação e produtos acabados. O setor de controle de estoque acompanha e controla o nível de estoque e o investimento financeiro envolvido (DIAS, 2011, p.4). Tendo em vista que a demanda por bens e serviços não serão os mesmos durante todo o período, e observando a sazonalidade de cada produto, um estoque bem planejado visa cumprir todas as exigências do mercado, e sabe-se que a chave do sucesso da organização é o cumprimento total à demanda. Segundo Viana (2009, p.42), “a atividade de gestão visa o gerenciamento dos estoques por meio de técnicas que permitem manter o equilíbrio com o consumo, definindo parâmetros e níveis de ressuprimento e acompanhando sua evolução”. Para Tadeu, et al (2010), a gestão de estoques tem como objetivo, manter os recursos
  • 20. 19 parados, os recursos que estão registrados no inventário, em constante sintonia com os investimentos. Para isto é necessário manter os estoques no mínimo, sem incorrer nos risco de não ter matéria-prima suficiente para suprimir as necessidades do fluxo de produção ou distribuição. A eficiência dessa gestão, porém, não se resume apenas em encontrar o nível de estoque que supre a necessidade de consumo. É preciso ainda estabelecer análises de custo do estoque, isso porque os produtos e os insumos armazenados representam não apenas recursos físicos estocados, mas também recursos financeiros imobilizados na forma de ativos para a empresa e que, por isso mesmo, representam quantias expressivas em dinheiro (TADEU, et al, 2010, p.03). Neste contexto, entende-se que a gestão cautelosa dos estoques auxilia as empresas a executar suas funções com maior eficiência e com continuidade. Portanto, um gerenciamento bem estruturado, permite ao administrador otimizar seus custos de forma a atender positivamente toda a demanda durante todo o período. 2.5 Políticas de Estoques A política de estoques é considerada por muitos a base para o gerenciamento da cadeia de suprimentos, pois, parte das atividades da cadeia está voltada para a movimentação dos estoques. Tal movimentação se dá a fim de disponibilizar para o cliente produtos na quantidade e momentos certos, de forma a atender o cumprimento total da demanda em todas as suas fases. Segundo Dias (2011), a política de estoques é a arte e ciência que ajuda a definir a forma que uma empresa escolhe pôr em prática a gestão dos seus estoques, ou seja: como eles serão administrados, como serão guardados, consumidos, e também onde serão depositados enquanto não forem usados ou vendidos. Dentro de uma conjuntura econômica instável, e muitas vezes adversa, é fundamental que o gerente de materiais tenha capacitação para responder às novas exigências de mercado, às variações dos preços de venda para seus produtos e dos preços das matérias-primas. Diante da incerteza, uma das ferramentas confiáveis para sua gestão é a correta implantação da política de estoques (DIAS, 2011, p.9). Sendo assim, ver-se que uma política de estoques depende de definições claras para quatro questões: quanto pedir, quando pedir, quanto manter em estoques de segurança e onde localizá-lo. A reposta para cada uma destas questões passa por diversas análises, relativas ao valor agregado do produto, à previsibilidade de sua demanda e às exigências dos consumidores finais em termos de prazo de entrega e disponibilidade de produto. Isto posto, pode-se dizer que estas políticas são diretrizes extremamente importantes,
  • 21. 20 que visam determinar ao departamento de controle de estoque, o programa de objetivos a serem atingidos, isto é, estabelecer certos padrões que sirvam de guias aos programadores e controladores e também de critérios para medir o desenvolvimento do departamento que, de maneira geral, são as metas da empresa. 2.6 Tipos de Estoques Alguns fabricantes mantém variados tipos de estoques, compreendendo insumos, matéria-prima, produtos em processo, produtos semiacabados, dentre outros. Segundo Pozo (2010), as empresas possuem em sua organização alguns estoques básicos que auxiliam no processo produtivo, e destaca alguns a seguir:  Estoque de matéria-prima: O estoque de matéria-prima compreende-se em todo o material que a empresa dispõe para o processo de transformação. Este estoque se faz necessário para que não haja interrupções no processo de produção, que possa ocasionar atrasos e perdas desnecessárias, que consequentemente resultará em prejuízos;  Estoque de materiais auxiliares: Compõe-se dos agregados que participam do processo de transformação das matérias-primas dentro da fábrica, tais como: rebolos, lixas, bedames, óleos, ferramentas etc. É o material que ajuda e participa na execução e transformação do produto, porém não se agrega a ele, mas é imprescindível no processo de fabricação;  Estoque de manutenção: Esse estoque é onde estão as peças que servem de apoio à manutenção dos equipamentos e edifícios, tais como rolamentos, parafusos, peças, ferramentas etc. Normalmente, aqui estão também os materiais de escritório, usados na empresa;  Estoque intermediário: Compõem esses estoques as peças que estão em processo de fabricação, ou em subconjuntos, que são armazenadas para compor o produto final. O volume desse estoque é normalmente resultante de planejamento do estoque de matéria- prima e do planejamento da produção;  Estoque de materiais em processo: Este diz respeito a itens de terceiros ou itens internos que estão sendo processados, mas que ainda não é um produto acabado. O termo estoque diferencia o material em processo do estoque de material em processo. O último identifica o fato de que os materiais permanecem ociosos, como estoque, não sendo agregado nenhum valor;
  • 22. 21  Estoque de produtos acabados: Estoque de produtos acabados são aqueles formados pelos produtos totalmente finalizados, produtos que estão prontos para serem comercializados. Estes estoques podem estar no próprio local de comércio ou em lugares distantes do público consumidor, dependendo do tipo de produto e da demanda existente;  Estoque virtual: Estoque Virtual é a soma do estoque físico mais o saldo de fornecimento. Algumas empresas que possuem controle de qualidade de recebimento também incluem o estoque em inspeção no estoque virtual. Deve-se fazer uma nova reposição de estoque, quando o estoque virtual estiver abaixo ou igual à quantidade pré determinada. O autor destaca ainda que muitas organizações procuram manter seus estoques perto dos locais onde serão consumidos, deste modo poderão manter um volume menor estocado e ocasionar maior agilidade no processo logístico, implicando diretamente na redução dos custos. 2.7 Finalidade dos Estoques De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2009), os estoques agem como forma de segurança para as empresas, na hora da venda de um determinado produto por elas comercializado. Estoques existem para proporcionar a independência em todas as fases da produção. Quanto maiores os estoques entre duas fases do processo de transformação, maior a independência entre elas, pois a não interrupção de uma fase não acarreta a paralisação da outra, proporcionando maior agilidade e produtividade na linha. Não importa o que está sendo armazenado como estoque, ou onde ele está posicionado na operação; ele existirá porque existe uma diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda. Se o fornecimento de qualquer item ocorresse exatamente quando fosse demandado, o item nunca seria estocado (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p.279). Isto posto, entende-se que um dos propósitos básicos dos estoques é separar o suprimento da demanda. O estoque serve como um armazenamento intermediário entre oferta e procura. Em outras palavras, o investimento em estoques existe para evitar que as organizações incorram em prejuízos ocasionados pela falta de materiais ou produtos que possam vir a prejudicar a venda ou fabricação, paralisação de serviços ou operações, entre outros fatores. Slack, Chambers e Johnston (2009), ainda destacam outra finalidade dos estoques, que é a de repousar os materiais estacionados, materiais que não se encontram em movimento, e
  • 23. 22 desta forma regular os fluxos logísticos sincronizando as velocidades de entrada com a velocidade de saída, eliminando os gargalos da linha de produção ou distribuição. 2.8 Custos dos Estoques Dimensionar um estoque significa determinar quais quantidades e por quanto tempo cada produto deve permanecer estocado, para que a empresa não incorra em prejuízos. Geralmente as organizações se deparam com o dilema de: Quanto a empresa deve estocar? Estas decisões implicam diretamente no custo efetivo que o processo de estocagem proporciona à organização. A grande dificuldade é a avaliação correta desses vários fatores de custos, tais como o de armazenagem, em que devemos atribuir um valor para o aluguel dos almoxarifados. No caso do manuseio, devemos atribuir um custo de depreciação para os equipamentos, como empilhadeiras, carrinhos manuais, talhas e pontes rolantes. Por meio de um sistema de custeio adequado, esses custos podem ser avaliados com boa precisão (MARTINS; ALT, 2006, p.179). Entende-se que o ato de manter estoques requer investimentos e ainda proporciona riscos das mercadorias ficarem obsoletas. Sabe-se também que muitas empresas recorrem a empréstimos para a formação destes, e isto aumenta consideravelmente o custo de estocagem destes produtos e consequentemente as despesas financeiras da empresa. Apesar destes enunciados, sabe-se que para a empresa o estoque é um investimento necessário. Portanto, a gestão de estoques deve procurar otimizar estes custos e despesas, visando a contínua redução de capital investido em estoques pelas organizações. Pozo (2010), destaca alguns tipos de custos, como segue:  Custo do Pedido: Cada vez que uma requisição ou um pedido é emitido, incorre custos fixos e variáveis referentes a esse processo. O custo de pedido são todos os valores expressos em moeda corrente, incorridos durante o processamento do pedido, ou seja, desde a formulação do pedido até a entrega ao consumidor final;  Custo de Armazenagem: Os processos logísticos representam um custo significativo dentro das organizações identificados na armazenagem, inventários, movimentação, fluxo de informações, etc. Assim, é de suma importância identificar, mensurar e controlar estes custos de armazenagem, que é um dos fatores que pode até significar a existência da empresa;  Custo da Falta: Este acontece quando ocorre procura por itens que estão em falta nos estoques, ou quando a demanda excede as quantidades disponíveis estocadas. Este tipo de custo é de difícil mensuração. Na ocorrência destes tipos de falta a empresa pode
  • 24. 23 incorrer em prejuízos por atraso na produção ou perca de vendas. Pozo (2010, p.31) diz que, “[...] se mesmo com o atraso, o cliente não cancelar o pedido, a imagem da empresa estará desgastando-se e isso tem um custo elevado e difícil de medir”. 2.9 Sistema de Planejamento de Estoques Segundo Pozo (2010, p.33), “existem diversas maneiras e métodos de planejar e controlar estoques, alguns muitos simples, outros complexos”. Logo, ver-se que o planejamento é um processo dinâmico e contínuo, que consiste em uma série de ações organizadas a fim de que se tornem realidade alguns objetivos futuros, possibilitando a tomada de decisão antecipadamente. O autor ainda afirma que na gestão de estoques o planejamento tem papel fundamental, pois com a crescente necessidade de fluxos constantes de materiais de forma rápida e otimizada, é que se pode garantir um atendimento satisfatório aos clientes, através de uma logística competente e eficaz, ocasionando desta forma um diferencial competitivo que pode colocar a organização à frente da concorrência. Para Viana (2009), o gestor ver-se pressionado cada vez mais a diminuir os estoques ao mínimo possível. Apesar da deficiência, da escassez de recursos e da pressão sofrida pela incerteza da demanda, este acaba sendo conduzido a recorrer ao estoque de segurança. Por estas e outras se faz cada vez mais necessária a prática do sistema deste planejamento. O gerenciamento moderno avalia e dimensiona convenientemente os estoques em bases científicas, substituindo o empirismo por soluções. Assim, os níveis devem ser revistos e atualizados periódica e constantemente para evitar problemas provocados pelo crescimento do consumo ou vendas e alterações dos tempos de reposição (VIANA, 2009, p.144-145). Neste contexto, um sistema de planejamento de estoques se faz vital para qualquer tipo de empresa, pois somente através dele é que se pode controlar desvios e desperdícios desnecessários, bem como apurar o demasiado investimento em estoque que pode ser prejudicial ao capital de giro das organizações, restringindo as condições de operação da mesma. Todavia, entende-se que uma empresa não poderá trabalhar sem estoques, pois supre as necessidades dos clientes e do processo de produção em todas as suas fases do começo ao fim. Por isso deve-se utilizar da função do planejamento e controle de estoques que é o de minimizar ao máximo o capital total investidos em materiais, pois este é caro e aumenta continuamente, uma vez que o custo financeiro também se eleva.
  • 25. 24 2.10 Perdas de Estoque Segundo Pozo (2010), a manutenção de um controle adequado de seus estoques é crucial para as empresas, pois estes refletem diretamente na determinação dos seus lucros, além de afetar os resultados gerenciais que, acabam por refletir diretamente na análise de desempenho das organizações. O autor também entende que é de extrema relevância para as empresas a correta medição, manutenção e controle das perdas nos seus estoques. Estas podem ser calculadas através da diferença entre os relatórios contábeis e o inventário físico. Estas perdas são decorrentes de diversos fatores, porém, os principais motivos apontados abrangem tanto os erros administrativos quanto os operacionais. De acordo com Viana (2009), os erros administrativos são falhas de processos que geram erros nas informações dos estoques contábeis. Um exemplo, são as entradas no sistema de quantidades erradas de produtos, que podem ocasionar divergências entre o estoque físico e o estoque virtual. Segundo Dias (2011), os erros operacionais, são considerados desperdícios mais fáceis de serem corrigidos, pois algumas medidas de melhoria reduzem significativamente estes erros. Um exemplo típico de erro operacional, é o uso incorreto do método PEPS (primeiro que entra é o primeiro que sai), que implica na possibilidade de perdas de produtos por prazo de validade, quando o estoque se tratar de materiais perecíveis e com prazo de validade reduzido. Diante deste contexto, pode-se dizer que entender melhor cada ponto e precaver-se, são princípios primordiais quando se tratar de perdas de estoques, gerando assim ótimos resultados na gestão de materiais das empresas, e consequentemente auxiliar na trajetória de sucesso da organização Finalizando, ver-se que o melhor a fazer é analisar todos os pontos críticos e imediatamente criar ações preventivas que mudem procedimentos e atitudes. Lembrando que o treinamento da equipe será decisivo na implantação destes novos procedimentos. 2.11 Ferramentas de Controle de Estoques 2.11.1 Estoque de segurança Sabe-se que muitas organizações não trabalham com o dimensionamento ideal de seus estoques, pois lidar com as incertezas da demanda é um desafio constante para os gestores. Apesar da utilização de diversos métodos de controle, torna-se cada vez mais difícil prever a
  • 26. 25 quantidade demandada de determinado bem ou serviço, pois contingências como atrasos no ressuprimento, desvios na previsão de demanda e rendimento da produção acima do planejado fazem parte do cotidiano das organizações. Segundo Pozo (2010), para lidar com essas incertezas atuantes em toda cadeia logística, devem ser utilizados estoques de segurança. Este estoque visa suprir determinado período, além do prazo de entrega para consumo ou vendas, prevenindo possíveis atrasos na entrega por parte do fornecedor, garantindo o andamento do processo produtivo caso ocorra um aumento na demanda do item. Também conhecido por estoque mínimo ou estoque reserva, é uma quantidade mínima de peças que tem que existir no estoque com a função de cobrir as possíveis variações do sistema, que podem ser: eventuais atrasos no tempo de fornecimento por nosso fornecedor, rejeição do lote de compra ou aumento na demanda do produto (POZO, 2010, p.54). Desta forma, o grande desafio do gestor é identificar o perfeito dimensionamento deste estoque. Muitas empresas determinam de maneira inadequada seus estoques de segurança, pois não se baseiam em medidas precisas das incertezas do processo, reservando assim materiais em quantidade inferior ou superior ao recomendado. De acordo com Pozo (2010), o excesso do estoque de segurança gera custos desnecessários de manutenção de estoques e de armazenagem. Outro fator decorrente do mau dimensionamento do estoque de segurança, são as perdas de vendas ou adiamento de pedidos, gerando um nível de serviço ao cliente insatisfatório, ruim ou péssimo, que poderá influenciar diretamente em prejuízos por perda de clientes. Mesmo assim, o autor entende que este tipo de estoque é necessário, pois corresponde à parcela excedente que as organizações mantêm estocada, como forma de prevenção ao aumento repentino da demanda, aos possíveis atrasos nos processos logísticos de entrega, bem como se algum lote da mercadoria for reprovado pelo controle de qualidade existente na organização. 2.11.2 Ponto de Pedido Pozo (2010) afirma que o controle eficiente dos estoques é uma questão de grande relevância e um desafio diário para os gestores nas indústrias, no comércio ou no setor de serviços. Logo, é preciso programar quanto e quando pedir para abastecer um distribuidor, um revendedor ou para o próprio consumo. Muitos modelos de pedidos usados pelas organizações dependem essencialmente do
  • 27. 26 histórico da demanda, e consideram o tempo de resposta do fornecedor previsível, a partir de uma distribuição conhecida. Para Pozo (2010), o ponto de pedido é o método mais eficaz que poderá ser usado nestes casos. É a quantidade de peças que temos em estoque e que garante que o processo produtivo não sofra problemas de continuidade, enquanto aguardamos a chegada do lote de compra, durante o tempo de reposição. Isso quer dizer que quando um determinado item de estoque atinge seu ponto de pedido deveremos fazer o ressuprimento do estoque, colocando-se um pedido de compra (POZO, 2010, p. 52). No entendimento do autor, há casos em que ocorrem mudanças bruscas no cenário econômico, ocasionando ruptura ou explosão no consumo. Essas alterações são, por natureza, imprevisíveis e podem ocorrer em qualquer momento do ciclo de reposição de estoque de uma cadeia de suprimentos. Mesmo assim, Pozo (2010) entende que os pedidos de compra devem ser emitidos quando as quantidades estocadas atingirem níveis suficientes apenas para cobrir o estoque mínimo, ou estoque de consumo previsto para o período correspondente ao prazo de entrega dos fornecedores. 2.11.3 Curva ABC Sobre a curva ABC, Viana (2009, p.64) diz: “trata-se de método cujo fundamento é aplicável a quaisquer situações em que seja possível estabelecer prioridades, como uma tarefa a cumprir mais importante que outra [...]”. Entende-se então que classificação ABC é uma ferramenta que auxilia na gestão dos estoques, proporcionando informações relevantes sobre produtos que tem maior ou menor giro, com relação ao custo com qual foram adquiridos. No entendimento de Martins e Alt (2006), a curva ABC trata-se da equalização estatística baseada no princípio de Pareto, a qual se considera a importância dos materiais levando em consideração as quantidades utilizadas e os valores pelo qual foram adquiridos. Esta equação também pode ser utilizada na equiparação de clientes com relação ao volume de compra e a lucratividade proporcionada por eles, bem como o volume de saídas de determinado produto com relação à sua rentabilidade. A classificação ABC é uma das formas mais usuais de examinar estoques. Essa análise consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância (MARTINS; ALT, 2006, p.211). Segundo os autores, a classificação ABC vem sendo utilizada nas organizações na
  • 28. 27 administração dos estoques, como parâmetro de indicação da necessidade de aquisição de determinados itens, como mercadorias e matéria-prima essenciais que irão auxiliar no processo produtivo das empresas em todas as suas fases. Dias (2011, p.73) afirma que, “a curva ABC é um importante instrumento para o administrador, ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração”. A vista disto, esta classificação também é utilizada como auxílio na programação das vendas, na produção e na resolução de diversos problemas existentes em empresas manufatureiras, de comércio ou de prestação de serviços. Desta forma, entende-se que a curva ABC vem como forma de ferramenta na gestão estratégica dos estoques, apontando quais produtos são mais importantes que outros e devem ser tratados como tal. Pode-se separar os itens no estoque, seguindo um critério como: giro do produto, proporção da margem de lucro, parcela sobre o faturamento, custo ocasionado ao estoque, entre outros parâmetros. 2.11.4 MRP Sabe-se, que a administração correta dos estoques é uma das práticas que pode auxiliar no alcance do sucesso das organizações. Isto posto, torna-se necessário a elaboração de complexos planejamentos no sentido de otimizar esta forma de gestão, de modo a delinear e aperfeiçoar ajustando positivamente o processo de produção. Também é do conhecimento de muitos que os impactos da globalização nas organizações, acarretam mudanças nas diversas maneiras de administrar. Neste sentido surgem inúmeras ferramentas de gestão que agregam valor a estes processos, visando sempre a redução de custos, gastos e desperdícios desnecessários. Assim sendo, a gestão em MRP vem como forma de ferramenta, e implica em confrontar o planejado com o ocorrido, visando adequar a prática com o que foi descrito nos planos, controlando e ajustando todo o processo para minimizar as diferenças, contribuindo para que os números se aproximarem ao máximo do que foi previsto. Pozo (2010), destaca que o MRP I (Material Requirements Planning) ou Planejamento da Necessidade do Material, age como forma de auxílio à gestão de estoques com planejamentos baseados na estrutura dos produtos, visando controlar as necessidades de movimentação dos materiais com o uso do computador. A aplicabilidade desta ferramenta dependerá diretamente do uso desta tecnologia, servindo de sustentação para todo o processo produtivo.
  • 29. 28 Material Requeriments Planning (Planejamento das Necessidades de Material) é um sistema utilizado para evitar falta de peças, que estabelece um plano de prioridades que define e mostra todos os componentes necessários em cada processo de fabricação e, baseando-se nos tempos de operações e nos lead times, calcula os prazos para se utilizar cada um deles (POZO, 2010, p.108-109). Para Arnold (2008), o MRP II (Manufacturing Resource Planning) ou Planejamento de Recursos de Produção, é a evolução do MRP I onde foram incorporadas ferramentas de recursos e custeio baseadas na estrutura do produto. Diz Arnold (2008, p. 42), “este sistema é planejado para ser um sistema de planejamento e controle totalmente integrado, que trabalha de cima para baixo e possui feedback de baixo para cima”. O autor destaca ainda o Enterprise Resources Planning (ERP) ou Planejamento de Recursos Empresariais, como sendo outra ferramenta tecnológica gerencial de controle de estoques utilizada em todo o mundo. Segundo o autor, no princípio estes aplicativos surgiram com funções direcionadas à áreas específicas das empresas, como: contas a pagar, financeiro, contabilidade, departamento pessoal, entre outras. Porém, a partir da década de 80 a evolução dos computadores deu um impulso maior na alavancagem destes aplicativos, atingindo áreas mais complexas das organizações, como a gestão de estoques. 2.11.5 Just in Time Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009), o Just in Time, que significa no tempo justo, surgiu no Japão no início da década de 50, sendo os créditos de seu desenvolvimento atribuídos à Toyota Motor Company, que procurava um modelo de gestão da produção cuja fabricação de seus modelos se findasse com o mínimo de atraso possível. E, ainda era preciso bastante flexibilidade para produzir modelos em pequenos lotes, com nível de qualidade parecido com os de seus concorrentes. Os autores destacam que com o passar do tempo o Just in Time tornou-se muito mais que uma técnica da gestão da produção, sendo considerado pelos gestores uma das mais completas ferramentas que inclui aspectos não só da gestão da produção, mas também da gestão da qualidade, engenharia de produto, organização do trabalho, gestão de recursos humanos, bem como a gestão estratégica de materiais. Em seu aspecto mais básico, pode-se tomar o conceito do JIT– o JIT significa produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários – não antes para que não se transformem em estoque, e não depois para que seus clientes não tenham que esperar. Além deste elemento temporal do JIT, podemos adicionar as necessidades de qualidade e eficiência (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p. 355).
  • 30. 29 Para os autores, este método tem a função de enxugar a produção, fabricando somente o que é solicitado na quantidade necessária e no momento necessário. Uma das técnicas usadas para atingir a meta do JIT, é o Kanban, este é o nome dado aos cartões utilizados no sentido de reduzir os tempos de partida da máquina e os tamanhos dos lotes, e produzir apenas as quantidades necessárias à alimentação da demanda. De acordo com Pozo (2010, p.117), “a filosofia Just in Time (JIT), quando aplicada adequadamente, reduz ou elimina a maior parte dos desperdícios que ocorrem nas compras, produção, distribuição e atividades de apoio à produção [...]”. Quando o autor fala em desperdício, deve-se entender este como: compra demasiada, perdas na produção, bem como perdas na distribuição dos produtos. A vista disto, compreende-se que o Just in Time (JIT) determina que a produção em cada etapa do processo produtivo, seja somente do material necessário para completar a etapa posterior, no momento e na quantidade exata. Isto significa a eliminação total dos estoques, consumindo e produzindo na quantidade exata para que não haja sobras, atendendo totalmente ao processo de demanda. Para Dias (2011), os estoques agem como forma de segurança ao processo produtivo, o protegendo de possíveis rupturas que possam causar paralisações no sistema, ocasionando atrasos por falta de matéria-prima. Mas segundo ele, se o Just in Time for aplicado em toda sua íntegra não haverá mais estoques, eliminando assim os custos com armazenagem, manutenção e movimentação das mercadorias, impactando diretamente no preço final dos produtos. Contextualizando, pode-se dizer que o Just in Time tem como objetivo principal a melhoria contínua do processo produtivo, que será alcançada quando este conseguir fazer a eliminação total dos estoques, cujos têm por finalidade eliminar os problemas ocorridos no processo de produção ou distribuição das mercadorias. Assim sendo, deve-se entender que quando não houver mais estoques, os problemas ficam mais visíveis e perceptíveis de imediato, podendo ser eliminados totalmente tornando o fluxo produtivo mais suave e contínuo, contribuindo diretamente para a redução de custos através do cumprimento dos prazos e metas estabelecidas pela empresa. Slack, Chambers e Johnston (2009), salientam que o JIT tem algumas similaridades com o MRP quando comparados com relação à ferramentas de controle de estoque. Porém, enquanto o JIT tem a função de garantir que a fábrica produza os bens no momento em que são necessários para o mercado, o MRP começa olhando à frente, e identificando quais produtos devem ser entregues em que momento no futuro, planejando a produção quando se quer antecipar necessidades futuras.
  • 31. 30 2.11.6 Giro de Estoque Segundo Pozo (2010), o Giro de Estoque é definido como a relação entre o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) e o saldo de estoque. De forma a minimizar erros de volatilidade de estoques, recomenda-se utilizar os valores médios de estoque. Giro de Estoque representa o número de vezes em que o estoque é renovado durante um determinado período. É a avaliação do capital investido em estoques comparado com o custo das vendas anuais, ou da quantidade média de materiais em estoque dividido pelo custo anual das vendas. A rotatividade, este é o termo mais comumente utilizado tanto pelas empresas multinacionais como pelas nacionais, é expressa por meio da quantidade de peças que atenderá um determinado período de tempo (POZO, 2010, p.35). Entende-se então que a palavra renovar significa quantas vezes em média o estoque volta ao valor do investimento a que se deseja, durante aquele período. Para conhecer o número de dias em que o estoque permanece parado durante um determinado intervalo de tempo basta dividi-lo pelo número de dias do período em estudo. Este quociente representa o número de dias, em média, que a empresa pode vender sem renovar seu estoque. Pozo (2010), diz ainda que quando se sabe a rotatividade dos estoques, pode-se determinar também o período de tempo que esse estoque suporta, ou seja, qual o período de tempo que o estoque serve para atender uma determinada demanda. Consequentemente, ver-se que a avaliação da gestão de estoques por meio da rotatividade é muito útil e rápida, facilita a análise da situação operacional da empresa, e é um padrão mundial de análise e comparação, pois, quanto maior for o número da rotatividade, melhor será a administração logística da empresa. 2.11.7 Inventário físico O inventário é uma ferramenta da gestão de materiais, sendo a partir dele que avaliações de como estão sendo administrados os produtos e os materiais da empresa podem ser desenvolvidos. O inventário é uma forma de identificar as quantidades de produtos ou materiais disponíveis nas dependências da empresa. De acordo com Viana (2009), através do inventário pode-se avaliar as perdas em mercadorias que se tornaram obsoletas, o desaparecimento de itens e as prováveis faltas que ocasionarão parada de produção. Além deste aspecto, o inventário tem a função de determinar os valores de produtos em estoque para avaliação financeira de investimentos, pagamento de impostos, entre outros.
  • 32. 31 Segundo Pozo (2010), o inventário caracteriza-se de duas formas: geral e rotativo. O inventário geral é elaborado no fim de cada período fiscal, abrangendo a contagem física de todos os itens de uma só vez. Já o inventário rotativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer tipo de parada no processo operacional, e abrange somente determinadas áreas apontadas previamente pelo coordenador do inventário. O autor ainda salienta que, os inventários são elaborados e executados sob orientação e controle da área financeira e com documentação preparada para este fim. Estas ações tem um propósito único e exclusivamente de avaliar se as informações controladas estão de acordo com as quantidades físicas, principalmente quando os estoques são informatizados. Isto posto, entende-se que o inventário é acima de tudo uma ferramenta de controle e planejamento de estoques, sendo indispensável em qualquer projeto para se obter um bom e rentável resultado. Com este planejamento é possível prever as falhas, as dificuldades que surgirão, e elaborar ações preventivas, enfim atingir os objetivos e metas da organização. 2.11.8 EDI A Tecnologia da Informação é uma importante ferramenta usada na automatização de diversas áreas da organização. Os avanços nesta área constituem um significante aumento da eficiência no gerenciamento. Para adaptar-se às constantes mudanças no ambiente global as empresas estão procurando a integração com outras organizações na expectativa de melhorarem os seus serviços. Segundo Martins e Alt (2006), esta integração já é possível com a utilização da Tecnologia de Informação - TI, em especial no uso do EDI - Eletronic Data Interchange, ou Intercâmbio Eletrônico de Dados. Esta é uma ferramenta para transmissão eletrônica de dados, via computadores, através de linha telefônica, modem e software específico para tradução e comunicação de documentos entre a empresa e os fornecedores. De acordo com os autores, o EDI é uma das formas mais importante de comércio eletrônico existentes, possui o potencial de aumentar a velocidade das operações, a eficiência dos processos, e de reduzir os custos operacionais e de processamento de informações entre as organizações. Contudo a implementação do EDI não é fácil, exigindo mudanças no modo de operar das organizações no que tange a padronização dos processos, além da existência de vários protocolos de transmissão, o que leva muitos a não adotarem este processo. Os autores ainda salientam que os benefícios potenciais com a utilização do EDI são muitos, que vão desde o aumento da competitividade das empresas, à um controle mais estreito e mais dinâmico sobre a performance das vendas. Também traz como benefícios, ações de todos
  • 33. 32 os tipos como: mais agilidade e eficiência nos processos produtivo, de administração, minimização de custos transacionais, automatização de decisões logísticas, eliminação dos inevitáveis erros de digitação, etc. Martins e Alt (2006) afirmam ainda que uma automação eficiente não significa somente adquirir bons equipamentos e proporcionar treinamento adequado, significa principalmente adaptar os processos da empresa a esta nova estrutura. Apenas informatizar procedimentos antigos não é o bastante, ou ainda incluir no novo escopo apenas algumas tarefas, e manter fluxos paralelos de papéis. Na visão dos autores, a forma como os processos são executados precisa ser mudada, de forma a extrair o máximo potencial de sua automação. Logo, para aproveitar de forma plena os benefícios da implementação do EDI, as empresas têm de arcar com certos custos, os quais, muitas vezes, tornam-se empecilhos nos seus processos decisórios relacionados à escolha de adotar esta nova tecnologia. Mesmo assim, fica evidente que o EDI traz muitas melhoras para a organização, porém a mesma deve verificar se está disposta principalmente a adequar-se às questões relacionadas à padronização, em vários aspectos, além dos gastos na aquisição de equipamentos e treinamento de pessoal. 2.12 Métodos de Avaliação de Estoques 2.12.1 PEPS Para evitar o envelhecimento desordenado dos produtos em estoque, é preferível que os mesmos sejam utilizados na mesma ordem em que foram recebidos. Esta é uma prática conhecida como PEPS (Primeiro que entra, Primeiro que sai), ou FIFO (First in, First out) como mais se popularizou. Segundo Pozo (2010, p.76), “o procedimento de baixa dos itens de estoque é feito por ordem de entrada do material na empresa, o primeiro que entrou será o primeiro que sairá, e assim utilizar seus valores na contabilização do estoque”. Dias (2011, p.152) também concorda que, “sai o material que primeiro integrou o estoque, sendo substituído pela ordem cronológica em que foi recebido, devendo seu custo real ser aplicado”. Entretanto Viana (2009), salienta que no conceito é muito simples, mas na prática nem tanto. A maior dificuldade em seguir este método está na organização e disposição em que os materiais são acomodados, na sua movimentação, localização, controle e disciplina praticada pelos colaboradores.
  • 34. 33 O autor destaca ainda que, a maioria desses aspectos devam ser considerados já na execução do projeto da área destinada para armazenagem dos materiais. O layout normalmente requer vinte ou trinta por cento da área reservada, e este é um percentual de espaço que deverá ser mantido desocupado permanentemente, para movimentação e manuseio dos produtos em estoques. Dias (2011) afirma que se aplicado corretamente este método acarreta muitas vantagens, dentre elas está o fato de que os materiais seguem um movimento de forma contínua e ordenada, o que pode ser condição essencial para um perfeito controle do que está sendo estocado. O resultado obtido reflete diretamente nos custos dos produtos que estão sendo utilizados nas saídas. Quando o giro dos estoques ocorre de maneira rápida ou quando se dispõe de material que esteja mantido por longo prazo, esse tipo de avaliação serve também para valorização dos estoques. Consequentemente, os estoques são mantidos em contas do ativo, com valores aproximados dos preços atuais de mercado (DIAS, 2011, p.152). Logo, caminha-se positivamente na direção de um bom nível de estoques, com itens corretos e nas quantidades e preços adequados, para que seus clientes possam ser atendidos em um nível satisfatório e necessário, não existindo diferença entre o ritmo fornecido e o demandado. 2.12.2 UEPS O Último a Entrar, Primeiro a Sair – UEPS, ou Last in First Out– LIFO, como é mais conhecido, é um método de avaliação de estoques muito discutido no mundo da administração. Neste critério, os últimos itens que entram nos estoques são os primeiros a sair, os primeiros a serem vendidos ou utilizados quando solicitados. Pozo (2010, p.77) destaca que, “esse método também é baseado na cronologia das entradas e saídas, e considera que o primeiro a sair deve ser o último que entrou em estoque [...]”. Neste caso, o estoque final ficaria composto por itens mais antigos, o custo do que foi vendido se reflete basicamente nos últimos itens comprados. Martins e Alt (2006) entendem que por haver um riscos de se obter prejuízos na apuração dos resultados, dependendo do ramo de atuação, este método de avaliação não é muito difundido entre as empresas. Quando se tratar, por exemplo, de produtos perecíveis, ou mercadorias que possuem um curto prazo de validade, há uma grande chance de o estoque final ficar composto por uma maioria de produtos com prazo de validade ultrapassado.
  • 35. 34 Seja qual for o método utilizado, PEPS ou UEPS, seu emprego está condicionado ao tipo de empresa, porque a avaliação do estoque final influi diretamente no custo dos bens vendidos ou das matérias-primas utilizadas na produção. Qualquer variação no valor do estoque repercute de imediato nos custos operacionais e consequentemente no lucro (MARTINS; ALT, 2006, p.217). Os autores ainda apontam outra desvantagem no uso do UEPS, que está justamente no fato de que mesmo se não acabado o uso de um determinado lote de mercadorias, este terá que ser abandonado e passar-se a fazer uso de um lote mais recente, recém chegado. Destarte, teremos que controlar diversos lotes com saldos nos quais usaremos parcialmente os custos. Mesmo assim, os autores afirmam que apesar de muitas organizações condenarem o uso do UEPS este método apresenta algumas vantagens, dentre elas está o fato de que ele procura determinar se a empresa fez uma apuração correta dos custos correntes em relação à sua receita corrente. Logo, o estoque é avaliado de acordo o nível de preços de sua introdução. Em temporada de preços altos, os valores podem ser ajustados com maior rapidez. 2.12.3 Custo Médio De acordo com Dias (2011), a avaliação feita através do custo médio é a mais frequente. Tem por base o preço de todas as retiradas, ao preço médio do suprimento total do item em estoque. Esse método age como um estabilizador, pois equilibra as flutuações de preços e, ao longo do prazo, reflete os custos reais das compras de material. O autor ressalta que o custo médio é baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito normalmente pela quantidade da própria ordem de fabricação e os valores finais de saldo são dados pelo preço médio dos produtos. Como é possível verificar, cada saída de produto é valorizada pelo valor de custo médio dos produtos em estoque pela entrada cronológica dos mesmos. Pozo (2010) também concorda que a avaliação por este método é muito utilizada, pois seu procedimento é simples e ao mesmo tempo age como um moderador de preços, eliminando as flutuações que possam ocorrer. Esse processo tem por metodologia a fixação de preço médio entre todas as entradas e saídas. Neste sentido, entende-se que os estoques são avaliados pelo custo médio de aquisição, apurado a cada entrada de mercadorias, ponderado pelas quantidades adquiridas e pelas anteriormente existentes. Entende-se também que esse processo tem por metodologia a fixação de preço médio entre todas as entradas e saídas.
  • 36. 35 2.12.4 Custo de Reposição Dias (2011) trata o custo de reposição como sendo o valor atual de mercado dos insumos adquiridos no passado para a fabricação de produtos ou prestação de serviços, também entendido como valor presente dos estoques. Seu principal uso é para fins de tomada de decisões, uma vez que a contabilidade financeira e de custos não podem usar o custo de reposição em seus registros. Segundo o autor, a avaliação pelo custo de reposição tem por base a elevação dos custos a curto prazo em relação à inflação, ou seja, a porcentagem sofrida no preço unitário dos produtos observados em futuras reposições. Numa visão mais comercial, diz ser o valor pago por um bem que irá substituir um outro, que saiu por venda ou consumo. Consequentemente, o autor salienta que não se deve confundir o custo de reposição com o custo de reinvestimento ou o custo de substituição. Tal colocação dá-se em virtude do tipo de material que está sendo substituído. Se a substituição é de material de uso e consumo, diz ser um custo de reposição, se é de um bem imobilizado, diz ser de um reinvestimento ou uma substituição. 2.13 Cadeia de Suprimentos 2.13.1 Compras Na visão de Pozo (2010), a maioria das empresas adquirem grande variedade de produtos, e o volume e o valor dessas compras vem crescendo à medida que as organizações tem se concentrado em seus processos fundamentais. Apesar da variedade de compras que uma empresa realiza, há alguns objetivos básicos da atividade de compras, que são válidos para todos os materiais e serviços comprados, que são: o preço correto, a quantidade correta e entrega no momento certo. De acordo com o autor, duas dessas atividades influenciam significantemente no processo. Em primeiro está a seleção dos fornecedores, sua escolha depende de preço, qualidade, continuidade de fornecimento e localização. Em segundo está a colocação dos pedidos, cuja ordem de compra especifica as quantidades e as instruções de entrega. Este é o documento primordial para iniciar o fluxo de produtos na cadeia de suprimentos. Para Baily, et al (2009), as organizações não serão capazes de desenvolver um relacionamento mútuo ou de parceria com todos os seus fornecedores. Aplica-se aí o princípio
  • 37. 36 de Pareto, ou seja, oitenta por cento das compras serão realizadas junto à vinte por cento dos fornecedores. É provável que os fornecedores com os quais serão gastos grandes somas de dinheiro serão aqueles com quem as organizações manterão relacionamentos mais próximos Então, entende-se que o processo de compras é extenso e envolve atividades essenciais, tais como: comprar materiais com qualidade correta, na quantidade certa, no instante certo e ao preço correto, da fonte certa, para entrega no local correto. Atividades muito além do que aquelas relacionadas com movimentação e armazenagem de mercadorias. 2.13.2 Transporte Na visão de Pozo (2010), o transporte refere-se aos vários métodos utilizados para movimentar produtos. Algumas das alternativas mais populares são os modos rodoviários, ferroviários e aeroviários. A administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir quanto ao método de transporte, aos roteiros e a utilização da capacidade dos veículos. O autor salienta ainda que a cadeia de suprimentos é uma extensão da logística. Para ele o gerenciamento da logística está primeiramente preocupado com a otimização de fluxos dentro da organização, enquanto a gestão da cadeia de suprimentos reconhece que a integração interna por si só não é suficiente. Contextualizando, o transporte adiciona valor de lugar ao produto, o estoque agrega valor de tempo. Para agregar esse valor dinâmico, o estoque deve ser posicionado próximo aos consumidores ou aos pontos de manufatura, a fim de otimizar o transporte. 2.13.3 Armazenagem Do ponto de vista de Pozo (2010), a cadeia de suprimentos é um conjunto de métodos que são usados para proporcionar uma melhor integração e uma melhor gestão de todos os parâmetros da rede: compras, transporte, armazenagem e distribuição. Esses parâmetros estão presentes nos fornecedores, nas empresas e nos clientes. Segundo ele, algumas empresas não são capazes de eliminar a necessidade da armazenagem de materiais, deste modo pressupõe que estocar menos é melhor. Logicamente que menor quantidade estocada resulta em menor quantidade de dinheiro parado e em melhor gestão da cadeia de suprimentos. A estocagem frequente é resultante de desequilíbrio nas velocidades de fluxo de operações, e o reflexo de compras mal elaboradas. Desta forma, a gestão adequada da cadeia de suprimentos permite uma produção
  • 38. 37 otimizada para oferecer ao cliente final o produto certo, na quantidade certa. E um dos objetivos principais dessa gestão é, obviamente, reduzir os custos com armazenagem, tendo em conta as exigências do cliente final. 2.13.4 Distribuição No entendimento de Pozo (2010), a maneira como as empresas distribuem seus produtos pode ter um impacto no custo da organização e na satisfação dos clientes. A venda pode ocorrer diretamente com o cliente, através de uma equipe de marketing de um fabricante ou mesmo pela internet. Quando o produto for ser entregue, ou quando o cliente for receber suas matérias- primas, deve-se procurar o melhor meio que agregue: custo, prazo e qualidade, especialmente quando se tratar de grandes quantidades. Segundo o autor, o objetivo básico da cadeia de suprimentos é maximizar e tornar realidade as potenciais sinergias entre as partes da cadeia produtiva, de forma a atender ao consumir final mais eficientemente através de uma distribuição adequada. Práticas de distribuição eficazes tem sido implementadas nas principais organizações do mundo todo, as quais tem visado à simplificação e obtenção de uma cadeia de suprimentos mais eficiente e lucrativa. Destarte, o sistema de distribuição de uma empresa é uma das partes da logística de maior importância, pois a entrega dos produtos ao seu destino final, requer uma atenção especial para que o cliente tenha plena satisfação de suas necessidades, impactando diretamente no resultado final da organização.
  • 39. 38 3 PROCEDIMENTOS E MÉTODOS A metodologia é o processo pelo qual a pesquisa é desenvolvida, é o meio adotado para elaboração de um determinado projeto, que visa responder aos problemas do tema em questão. Com a execução deste conjunto de ações e estratégias elaboradas no projeto, almeja-se alcançar os resultados de forma objetiva e clara. Para Lakatos e Marconi (2010, p.204), “a especificação da metodologia da pesquisa é a que abrange maior número de itens, pois responde, a um só tempo, às questões: como? com quê? onde? quanto? [...]”. A metodologia da pesquisa é um processo de construção do conhecimento, e tem como objetivo gerar novos conhecimentos aos pesquisadores. Para as autoras a pesquisa científica tem o objetivo de obter conhecimento específico e estruturado sobre um determinado assunto. Desta forma, a pesquisa consiste na execução de um conjunto de ações e de estratégias planejadas no projeto de pesquisa, que são integradas para se gerar o conhecimento original. 3.1 Tipo de pesquisa Conforme Gil (2008), a pesquisa pode ser classificada em dois tipos, quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins a pesquisa foi exploratória e descritiva. Exploratória, pois no primeiro momento foi feito um estudo bibliográfico sobre as principais ferramentas de controle de estoque, e um estudo à campo de como se dá na prática o controle de estoque no setor de peças da organização em estudo. De acordo com Gil (2008, p.41), “estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”. Sobre a pesquisa descritiva Gil (2008) diz que, esta visa descrever e identificar as características e fatores que levam ao problema abordado, estabelecimento relações entre as variáveis, descrevendo os processos na organização dando base a explicação dos fatores geradores do problema. Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Neste caso, a pesquisa foi descritiva porque num segundo momento realizou-se um detalhamento e análise da eficiência das práticas de controle de estoque no setor de peças da organização, quanto a sua eficácia confrontando-as com a literatura especializada no assunto. 3.2 Método Quanto aos procedimentos a serem adotados, a pesquisa foi classificada como:
  • 40. 39 bibliográfica, documental, pesquisa de campo e estudo de caso. De acordo com Gil (2008, p.44), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Portanto, este estudo teve como base obras de autores renomados como: Viana (2009), Dias (2011), Pozo (2010), Slack, Chambers e Johnston (2009). Também a pesquisa foi documental, pois foram analisados documentos pertencentes à organização, como relatórios de entradas e saídas, livro de registro de saídas manuais, sistema de gerenciamento dos estoques, a fim de levantar dados certos e precisos sobre a eficácia das ferramentas de controle de estoques do setor de peças da Empresa. Para Gil (2008, p.45), “a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”. A pesquisa de campo foi realizada após o estudo bibliográfico para obter dados relevantes ao trabalho, através da coleta de dados efetuados com auxílio de um questionário direcionado ao gestor do setor, e um roteiro de perguntas para entrevista direcionada aos demais colaboradores. Sobre esta, Gil (2008, p.53) diz que, “[...] é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado, e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo”. Já sobre o estudo de caso, Gil (2008, p.54) diz que, “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento [...]”. Este teve a função de responder aos questionamentos, as incertezas e as possibilidades dentro do contexto da gestão de estoques. Também suprir as necessidades de respostas reais sobre como e por que os eventos ocorrem, demandando um tratamento visível no cotidiano ligado a este estudo. 3.3 Classificação da Pesquisa Este estudo foi desenvolvido numa empresa do ramo de alimentos, especificamente cortes bovinos, denominada de Empresa Alfa. Esta situa-se na cidade de Tangará da Serra – MT, e atende produtores do próprio município e de municípios vizinhos, tem capacidade de abater aproximadamente mil e quinhentas cabeças de gado por dia. A Empresa Alfa caracteriza-se como uma empresa de grande porte, com cerca de mil e trezentos funcionários, tem sua missão, visão e valores bem definidos. Também possui organograma bem estruturado, faz uso de planejamentos estratégico, tático e operacional. No transcorrer deste estudo foram utilizados vários instrumentos de coleta de dados, dentre eles a observação não estruturada. Sobre esta Lakatos e Marconi (2010, p.175) diz: “[...]
  • 41. 40 consiste em recolher e registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas”. Também foi aplicado um questionário estruturado junto ao Líder do setor de peças, conforme apêndice A. Sobre este, Lakatos e Marconi (2010, p.180) diz que, “é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas”. Foi utilizada também um roteiro de perguntas para entrevista com os empregados do setor, conforme apêndice B. Lakatos e Marconi (2010, p.180) diz que nesta, “o entrevistador tem a liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada”. 3.4 Análise dos Dados A análise dos dados se caracterizou através da abordagem qualitativa, e não quantitativa. Conforme Gil (2008), a abordagem qualitativa se difere da quantitativa pelo fato de não empregar dados estatísticos como centro do processo de análise de um problema. A diferença está no fato de que o método qualitativo não tem pretensão de numerar ou medir unidades ou categorias, se opondo assim ao método quantitativo. Lakatos e Marconi (2010, p.214) argumenta que, “a quantidade e a natureza dos dados a serem apresentados irão determinar a divisão dessa parte. A ordem da divisão deve estar relacionada com a colocação das hipóteses, isto é, das sucessivas afirmações nela contidas”. Os resultados obtidos foram analisados e interpretados com a finalidade de proporcionar melhorias para a organização, respondendo aos problemas propostos. E os dados coletados através das pesquisas de campo foram compreendidos e interpretados de acordo com os autores utilizados para a sua realização.
  • 42. 41 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste capitulo será apresentado, primeiramente, os dados da pesquisa sobre o setor de peças de manutenção da empresa Alfa. Em seguida os dados sobre as políticas de controle de estoque adotadas pela empresa. Num terceiro momento será apresentado os dados da pesquisa sobre a identificação das ferramentas utilizadas no setor, e como estas são utilizadas. Logo em seguida a apresentação dos dados da pesquisa sobre os diagnósticos de possíveis gargalos e oportunidades de melhorias. A fim de atender aos objetivos específicos propostos para conclusão deste estudo, foi realizada uma pesquisa com a aplicação de um questionário ao Gestor do setor de peças de manutenção da empresa Alfa, e uma entrevista com um roteiro de perguntas pré-selecionadas, aplicada aos demais colaboradores do setor. Por motivos desconhecidos houve uma certa resistência por parte do supervisor do setor de peças em responder às questões propostas no questionário, logo então este foi redirecionado ao líder do setor, o qual se prontificou a contribuir com a pesquisa fornecendo parte das informações necessárias para responder aos objetivos propostos. 4.1 Dados da pesquisa em relação ao setor de peças De acordo com as informações coletadas com o questionário aplicado o Líder do setor, constatou-se que a empresa Alfa possui outros departamentos que exercem funções de estoque, e de certo modo estão ligados ao setor de peças da organização. Dentre eles pode-se citar o setor de embalagem primária, cuja função é armazenar os sacos, sacolas e etiquetas que mantém contato direto com o produto final. Por este motivo este setor possui padrões e normas de higiene rígidos, para assegurar a não contaminação do produto final. Já o setor de embalagem secundária tem por função armazenar as caixas de papelão utilizadas para proteger o produto. Este material não possui contato direto com o produto final, porém segue os mesmos padrões de higiene e segurança de alimentos citados anteriormente. Por se tratar de material que demanda grande espaço físico para sua armazenagem, a empresa aluga um depósito fora das dependências da organização para tal. Outro departamento ligado indiretamente ao setor de peças não menos importante, é o setor de produtos químicos da organização. Este tem por função acomodar os óleos lubrificantes, os produtos perigosos e os detergentes usados na higienização geral da empresa. Apesar de estarem de certo modo ligados ao setor de peças da empresa Alfa, estes não foram o foco da nossa pesquisa.
  • 43. 42 O setor de peças de manutenção da Empresa Alfa fica localizado às margens do setor produtivo, visando facilitar o acesso e torna-lo ágil e rápido aos colaboradores que busquem por mercadorias que os auxiliarão em seus trabalhos, sejam estes trabalhos de manutenção ou relativos à produção. Também possui uma estrutura parcialmente adequada que visa acomodar mercadorias oriundas de compras ou de transferências, conforme figura 01. Figura 1: Planta baixa do setor de peças da Empresa Alfa, Out/2013 Fonte: Pesquisa de Campo, 2013 A figura 01 representa a planta baixa do setor de peças de manutenção da empresa Alfa, assim, do lado esquerdo está o térreo onde ficam localizados os itens de menor porte e os que têm maior giro. Do lado direito temos o piso superior, onde se localizam os itens de maior porte e os itens com estoques sobressalentes, também os que possuem um giro menor. No setor de peças de manutenção da Empresa Alfa trabalham 10 (dez) funcionários, sendo: 01 (um) Supervisor de Almoxarifado, 01 (um) Líder de Almoxarifado, 02 (dois) Almoxarifes “A”, 01 (um) Almoxarife “B”, 02 (dois) Almoxarifes “C” e 03 (três) Auxiliares, distribuídos em suas respectivas funções, conforme figura 02.
  • 44. 43 Figura 2: Organograma do setor de peças da Empresa Alfa, Out/2013 Fonte: Pesquisa de Campo, 2013 A figura 02 representa o organograma do setor de peças da empresa Alfa, sendo que o Supervisor tem a função de coordenar todas as atividades do setor, liderando e direcionando os trabalhos da equipe. Também tem a função de gerenciar diariamente os estoques fazendo uso dos softwares SAP Logix e Microsof Excel, analisando relatórios e participando de reuniões semanais do CAN, nas quais são discutidas metas, prazos e objetivos do setor. O Líder do setor coordena funções secundárias, como as transferências de materiais sobressalentes para outras unidades, também é responsável pela emissão de relatórios diários que posiciona a movimentação dos estoques. Quando necessário assume as funções do supervisor na ausência deste. Os Almoxarifes tem por função atividades correlatas à movimentação diária das mercadorias no setor, como recebimento e conferência, alimentação do sistema, entrega e baixa de peças. Outra atividade dos almoxarifes é alertar os superiores quando algum item entra no estoque de segurança, para que estes tomem as providências necessárias ao ressuprimento destas mercadorias. A diferença entre as classificações A, B e C são somente nas faixas salariais, pois as funções são praticamente as mesmas Já os auxiliares executam funções rotineiras, porém não menos importante. São responsáveis pela limpeza, organização e conservação dos itens do estoque, também executam funções dos almoxarifes quando se faz necessário, ou quando a movimentação é grande, necessitando de agilidade no atendimento.
  • 45. 44 4.2 Dados da pesquisa em relação às Políticas de Controle de Estoque De acordo com as informações coletadas com o questionário aplicado ao Líder do setor de peças de manutenção da empresa Alfa, foi possível identificar o uso de algumas políticas adotadas pela empresa, a fim de auxiliar no controle eficiente dos estoques. Não são permitidas entradas de pessoas alheias ao serviço no setor de peças de manutenção da empresa Alfa. Quando estas se fazem necessárias, o visitante deve ser acompanhado por um funcionário do setor, para garantir a integridade do estoque. Dentre outras políticas pode-se citar a criação do Comitê de Aprovação de Necessidades (CAN), no qual os líderes de cada área se reúnem uma vez por semana para definir as compras de urgência em quantidades realmente necessárias, evitando assim compra demasiada que acarreta no aumento descontrolado dos estoques. Também são emitidos diariamente pelo setor de peças de manutenção da empresa Alfa, relatórios nos quais indicam a movimentação diária das mercadorias, bem como o saldo final de cada item, e o saldo total a fim de acompanhar dia a dia a evolução dos estoques, confrontando com relatórios anteriores e observando atentamente o que ocasionou o aumento ou a diminuição destes através de um gráfico, conforme figura 03. Figura 3: Gráfico da evolução do estoque, Empresa Alfa, Out/2013 Fonte: Pesquisa de Campo, 2013
  • 46. 45 A figura 03 representa o gráfico da movimentação diária do estoque de peças de manutenção da empresa Alfa, referente ao início do mês de outubro de 2013. Assim pode-se observar um grande volume de itens sem movimentação, bem como a posição atual do estoque bem acima da meta estabelecida pela diretoria corporativa da empresa. O gráfico juntamente com os relatórios de entradas (compra e transferências de entrada), e de saídas (consumo e transferência de saída), e item em obsolescência (sem movimentação há mais de 180 dias), são analisados pelo supervisor e encaminhados para a diretoria corporativa diariamente. Ao final de cada mês é emitido um relatório acumulado e enviado junto com o gráfico à diretoria corporativa, no qual mostra a evolução dos estoques desde o início até o final do mês em questão. Se houver um aumento considerável dos estoques em relação aos meses anteriores, é solicitado pela diretoria corporativa uma justificativa, e o traçado de um plano de ação a fim de reduzir estes valores para os meses subsequentes. Nota-se que os resultados demostrados na figura 03, vão contra as políticas preteridas pelo Comitê de Aprovação de Necessidades (CAN), cuja função é evitar compras demasiadas para não elevar o valor venal dos estoques. Observa-se também uma gestão não muito eficiente, quando se trata de reduzir a quantidade de itens estacionados. 4.3 Dados da pesquisa sobre as Ferramentas de controle e formas de utilização De acordo com as informações coletadas com a aplicação de entrevistas aos demais colaboradores do setor, foi possível levantar quais são e como são usadas as ferramentas de controle de estoque existentes no setor de peças da organização. Também conseguiu-se visualizar porquê, quem e onde são utilizadas estas ferramentas. 4.3.1 Ponto de Pedido Pozo (2010) afirma que o Ponto de Pedido é o exato momento em que os pedidos de compra devem ser emitidos. Quando as quantidades estocadas atingem níveis suficientes apenas para cobrir o estoque de segurança e os de consumo previstos para o período correspondente ao prazo de entrega dos fornecedores. Para este controle, o ideal é fazer uso de um software que faça automaticamente os cálculos necessários e emita os alertas de compra na hora exata em que se entra no Ponto de
  • 47. 46 Pedido, afim de não incorrer em erros que possam ocasionar a ruptura do processo de produção, acarretando prejuízos à organização. No entanto, no setor de peças de manutenção da empresa Alfa o Ponto de Pedido é feito de forma artesanal, ou seja, diariamente os almoxarifes percorrem o depósito visualizando os itens que teve maior ou menor saída. Fazendo uso de uma prancheta, eles anotam a necessidade de compra dos itens que julgam ser necessários, baseando-se único e exclusivamente em suas experiências adquiridas ao longo do tempo. Com estes números em mãos, o Supervisor do setor de peças leva esta discursão para o Comitê de Aprovação de Necessidades (CAN), em reunião semanal. Estas anotações são repassadas aos setores de Planejamento e Controle da Produção (PCP) e Programação de Compras e Manutenção (PCM), para efetivação dos respectivos pedidos. Ver-se que, agindo desta forma o Ponto de Pedido fica deficiente, pois o setor não consegue trabalhar com a mesma quantidade sempre, sendo que ora este ocorre em um ponto, ora em outro. Assim, as funcionalidades da ferramenta ficam comprometidas, e consequentemente o setor não atinge os resultados almejados, com o uso desta prática. 4.3.2 Estoque de Segurança Segundo Pozo (2010), o Estoque de Segurança é a quantidade mínima necessária de um determinado produto, capaz de suprir as necessidades da produção ou vendas caso haja eventualidades que ocasionem atraso na entrega. Ou caso haja um aumento inesperado na demanda por um determinado bem. Esta reserva visa cobrir as necessidades além do estoque mínimo até a chegada da nova remessa. Também para este controle, o ideal é fazer uso de um software específico que faça o cruzamentos dos dados necessários, auxiliando os colaboradores em uma gestão mais eficiente de seus estoques, de forma que não ocorra falta de material ocasionando assim a parada do processo produtivo. Entretanto, no setor de peças de manutenção da empresa Alfa o estoque de segurança não é elaborado corretamente, ficando assim ameaçado e em algumas vezes resulta em quantidades insuficientes para cumprir sua função. Observa-se que tanto no uso do Ponto de Pedido quanto no uso do Estoque de Segurança, o setor não vem conseguindo alcançar os resultados esperados. Pois constantemente a empresa incorre em falta de material antes da chegada da nova remessa, e para não ocasionar a paralização do setor produtivo, esta obriga-se a efetuar compras de emergência.
  • 48. 47 4.3.3 EDI Segundo Martins e Alt (2006), a integração das empresas já é possível com a utilização da Tecnologia de Informação (TI), em especial no uso do EDI - Eletronic Data Interchange, ou Intercâmbio Eletrônico de Dados. Esta é uma ferramenta para transmissão eletrônica de dados, via computadores, através de software específico para tradução e comunicação de documentos entre a empresa e os fornecedores. A empresa Alfa faz uso da Tecnologia da Informação (TI) para integração entre as unidades, tais como filiais e fornecedores, não especificamente o EDI. Para tal o setor de peças de manutenção utiliza um software em plataforma de Sistemas de Aplicações e Produtos (SAP), o SAP Logix, que controla a maior parte das atividades. Com o uso do SAP Logix é possível controlar as entradas de materiais, sejam elas provenientes de compras ou transferências oriundas de outras filiais, cujo processo pode ser representado na figura 04. Figura 4: Fluxograma do processo de entradas, Empresa Alfa, Out/2013 Fonte: Pesquisa de Campo, 2013
  • 49. 48 A figura 04 retrata o fluxograma do processo de entrada de peças na empresa Alfa, sejam elas oriundas de transferências entre unidades ou de compras. Após a chegada da mercadoria pela transportadora, a Nota Fiscal tem sua entrada registrada no Faturamento, gerando-se com isso um Aviso de Recebimento conforme anexo 1, e o material entra então em processo de contagem e conferência. Se o material não estiver de acordo com o que foi pedido tem-se o lançamento da Nota Fiscal excluída e enviado de volta ao fornecedor, findando o processo. Mas, se a conferência estiver de acordo com o pedido, este então tem sua contagem confirmada com o lançamento no sistema SAP Logix. Este lançamento é efetuado em tela específica, conforme figura 05. Figura 5: Tela de lançamento no sistema SAP Logix, Out/2013 Fonte: Pesquisa de Campo, 2013 A figura 05 representa a tela de lançamento de mercadorias no sistema SAP Logix, utilizado pelo setor de peças da empresa Alfa. Após este processo, procede-se então a codificação e guarda do material no seu respectivo lugar, obedecendo uma ordem cronológica de códigos para fácil localização.
  • 50. 49 A transportadora então retorna ao faturamento de entrada com as devidas anotações feitas na primeira via do aviso de recebimento. O setor de faturamento por sua vez efetua a liberação da transportadora devolvendo à mesma o “canhoto” da Nota Fiscal, devidamente assinado e carimbado, confirmando o recebimento da mercadoria. O uso do SAP Logix também possibilita efetivar as saídas por consumo próprio, ou seja, saídas de peças que irão ser aplicadas dentro da própria unidade provenientes de substituições referente à manutenção de rotina ou preventiva, que pode ser representado na figura 06. Figura 6: Fluxograma de saídas por consumo próprio, Empresa Alfa, Out/2013 Fonte: Pesquisa de Campo, 2013 O fluxograma do processo de saídas de peças por consumo próprio da empresa Alfa é retratado na figura 06, de forma que, o material é requisitado no sistema pelo setor que o utilizará, em seguida tem sua aprovação realizada pelo supervisor. Se esta aprovação não for efetivada a requisição deve ser excluída do sistema pelo mesmo usuário que a efetuou, findando assim o processo.
  • 51. 50 Mas, se esta solicitação for aprovada pelo supervisor do setor solicitante, então este se dirige ao setor de peças de manutenção da empresa Alfa, onde será feita a baixa da mercadoria solicitada. Tal procedimento é realizado em tela específica, a qual pode ter representada pela figura 07. Figura 7: Tela de efetivação de baixas sistema SAP Logix, Out/2013 Fonte: Pesquisa de Campo, 2013 A figura 07 representa a tela onde são realizadas as baixas dos materiais retirados do setor de peças da empresa Alfa. Após esta baixa é realizada a entrega do material, na mesma quantidade requisitada no sistema. É emitido então um relatório, conforme anexo 2, o qual deve ser assinado pelo solicitante e arquivado pelo setor de peças para documentação e controle, findando assim o processo. Outra forma de saídas que pode ser validada pelo sistema de gerenciamento de estoque SAP Logix, é a saída por transferência para outras unidades caso necessitem de um determinado produto que esteja em desuso no setor. Esta pode ser representada pela figura 08.