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Profa. Valéria Kosicki
Santo André, Maio,2013.
As revoluções educacionais
Para José M. Esteve, autor de “A terceira revolução educacional”, a história
da humanidade acompanhou três grandes revoluções educacionais:
1ª) Idade Antiga – Egito
Nas “Casas de Instrução”, os filhos da nobreza recebiam instruções de um
preceptor. Tal modelo, se propagou por outros lugares do mundo antigo:
Grécia, Macedônia, Roma e se estendeu até o século XVIII.
CHARDIN, Jean-Baptiste Simeón. A jovem
professora, 1736. National Gallery, Londres.
2ª) Europa – Idade Contemporânea
Final do século XVIII , durante a consolidação dos Estados
Nacionais, houve-se a necessidade de legitimação das nações, que
buscavam suas próprias leis, justiça, governo e certa separação entre o
Estado e a igreja. Nesse sentido, o marco foi a promulgação de um decreto
do Rei Frederico Guilherme II da Prússia, em 1787, definindo que educação
deveria ser pública e de responsabilidade do Estado.
ATENÇÃO: a expressão "pública" considerava somente a alunos do sexo
masculino, numa pequena quantidade e situação socioeconômica
homogênea. Esse modelo, se aplica em muitas escolas, até os dias atuais.
Disponível em:
http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/06/educacao-
no-brasil-na-primeira-metade.html
3ª) Século XX
Embora esteja ainda sendo desenvolvida e aplicada, a
Terceira Revolução Educacional compreende a
democratização e a universalização do
ensino, atendendo à demanda da sociedade do
conhecimento e da diversidade da social.
Os obstáculos para esse fim, são muitos, alguns dos
quais, analisados adiante.
http://www.umacidadeinterativa.com.br/
A democratização e a universalização do ensino: a
escola inclusiva
 Para que se efetive os pressupostos da democratização e da
universalização do ensino, é preciso que a escola regular
seja inclusiva.
 A inclusão vem tomando cada vez maior espaço nas
políticas públicas, na sociedade e nas escolas, porém, o que
se vê é um descompassado entre a legislação e a prática.
 IMPORTANTE: O sucesso da escola inclusiva depende da
superação dessa realidade!
Inep e Censo
Escolar
Ano
Brasileiros com
NEE (4-17 anos
de idade)
Porcentagem
2010 2,5 milhões 37%
A diversidade
 A sociedade tem por hábito categorizar e estigmatizar os indivíduos, ressaltando um
perfil considerado ideal ou normal.
 A educação precisa romper esse paradigma, por que viver em sociedade é conviver e
compartilhar diferenças.
“Reconhecer a diversidade é difícil quando não percebemos a unidade do múltiplo, e a
multiplicidade do uno”. (Morin, 2003)
 A diferença é uma das características da nossa sociedade.
“Valorizar as diferenças na escola deveria querer dizer aumentar o valor dos recursos
naturais” (Silva e Menegazzo, 2005).
 A escola precisa ser um polo disseminador e construtor de conhecimento para todos os
alunos que a frequentam.
 Quando a escola não consegue cumprir esse papel, em especial com os portadores de
necessidades específicas, torna-se um instrumento de exclusão, algo que precisa ser
superado.
A escola inclusiva e o currículo
 UNESCO:
“O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em
todos os alunos aprenderem juntos, sempre que
possível, independentemente das dificuldades e das
diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e
satisfazer as necessidades diversas de seus
alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de
aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação
para todos através de currículos adequados, de uma boa
organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização
de recursos e de uma cooperação com as respectivas
comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e
de serviços para satisfazer o conjunto de necessidades
especiais dentro de uma escola” (UNESCO, 1994, p.11-12)
Os desafios do currículo de uma escola
regular inclusiva
 O currículo precisa ser flexível. Não se adapta um
currículo pela incapacidade de alguns, mas devido a
capacidade diversificada de cada um dos alunos
(Mantoan, 1998). Do contrário, as adaptações curriculares
podem gerar exclusão!
 O currículo deve estar ligado à realidade da escola e dos
alunos e a relação ensino-aprendizagem deve ser
contextualizada.
 O professor deve se ver como agente da 3ª revolução
educacional, cujo papel na sala de aula é de mediador do
conhecimento, valendo-se de diversas metodologias e
avaliações processuais organizadas mediante a rotina
escolar. Mas deve entender que não está sozinho!
LDB 9394/96 e a Declaração de
Salamanca
Para Nakayama (2007), uma escola regular inclusiva precisa
considerar os seguintes princípios:
 Aceitação às diferenças e celebração da diversidade;
 Garantir a acessibilidade;
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 Desenvolver avaliações formativas;
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 Adotar gestão participativa;
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 Possuir apoio de serviço especializado.
Ou seja,
 Para corresponder a demanda da 3ª revolução
educacional, é preciso REINVENTAR as escolas
regulares, um trabalho árduo, mas possível, que não
pode ser gerido por um ou outro membro da
escola, mas por toda a sociedade, articulada às
políticas e autoridades públicas.
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a
forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam
sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos
fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
Fernando Pessoa
Ações que se concretizamEscolas municipais de SP vão ter psicopedagogos
Lei que implementa assistência foi sancionada hoje pelo prefeito Fernando Haddad (PT)
25 de abril de 2013 | 15h 22
Paulo Saldaña - Estado de S. Paulo
As escolas municipais de São Paulo vão contar com assistência psicopedagógica. O prefeito
Fernando Haddad (PT) sancionou hoje lei que dispõe sobre a implementação desse serviço
na rede.
Segundo o texto aprovado, o objetivo é "diagnosticar, intervir e prevenir problemas de
aprendizagem tendo como enfoque o educando e as instituições de educação infantil e
ensino fundamental." O atendimento deve ser feito na própria escola, durante o período de
aula. Como a Prefeitura tem 60 dias para regulamentar as normas. A previsão é de que haja
profissionais para um grupo de escolas, divididos entre as 13 diretorias de ensino da cidade.
Segundo a presidente Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), Quézia
Bombonatto, a atuação desses profissionais devem colaborar no processo de
aprendizado dos alunos, capacitação de professores, além de questões como
evasão, bullying e inclusão de alunos portadores de deficiência. "Esse profissional vai
trabalhar com a perspectiva de que vai poder oferecer uma melhoria nos resultados da
escola", diz Quézia. A ABPq vai ajudar a Prefeitura na regulamentação da lei.
A lei é de autoria do vereador Goulart (PSD). A sanção foi publicada hoje no Diário Oficialda
cidade.
Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,escolas-municipais-de-sp-vao-ter-psicopedagogos,1025519,0.htm.
Fechando algumas ideias
 Univesp tv
 http://www.youtube.com/watch?v=AUL62tZIFYY
Referências bibliográficas
GOFFMAN. E. Estigma-Notas sobre a Manipulação da identidade
deteriorada. Brasil: Zahar Editores, 1980.
MANTOAN, M.T.E. A hora da virada. Inclusão – Revista da
educação especial. Brasília, 2005.
MORIN, E. O método II: a vida da vida. 2ª Ed. Portugal:
Publicações Europa-América, 1989.
NAKAYAMA, M.A. Educação Inclusiva: Princípios e
representações. 364p. (doutorado em educação). Faculdade de
Educação, Universidade de São Paulo, USP, 2007.
SILVA, F.C.T.; MENEGAZZO, M.A. Escola e cultura escolar: gestão
controlada das diferenças no/pelo currículo. In: 28ª Reunião Anual
da ANPED, 2005, Caxambu – MG. 2005.p. 17
UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre
necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994.

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Revoluções Educa

  • 1. Profa. Valéria Kosicki Santo André, Maio,2013.
  • 2. As revoluções educacionais Para José M. Esteve, autor de “A terceira revolução educacional”, a história da humanidade acompanhou três grandes revoluções educacionais: 1ª) Idade Antiga – Egito Nas “Casas de Instrução”, os filhos da nobreza recebiam instruções de um preceptor. Tal modelo, se propagou por outros lugares do mundo antigo: Grécia, Macedônia, Roma e se estendeu até o século XVIII. CHARDIN, Jean-Baptiste Simeón. A jovem professora, 1736. National Gallery, Londres.
  • 3. 2ª) Europa – Idade Contemporânea Final do século XVIII , durante a consolidação dos Estados Nacionais, houve-se a necessidade de legitimação das nações, que buscavam suas próprias leis, justiça, governo e certa separação entre o Estado e a igreja. Nesse sentido, o marco foi a promulgação de um decreto do Rei Frederico Guilherme II da Prússia, em 1787, definindo que educação deveria ser pública e de responsabilidade do Estado. ATENÇÃO: a expressão "pública" considerava somente a alunos do sexo masculino, numa pequena quantidade e situação socioeconômica homogênea. Esse modelo, se aplica em muitas escolas, até os dias atuais. Disponível em: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/06/educacao- no-brasil-na-primeira-metade.html
  • 4. 3ª) Século XX Embora esteja ainda sendo desenvolvida e aplicada, a Terceira Revolução Educacional compreende a democratização e a universalização do ensino, atendendo à demanda da sociedade do conhecimento e da diversidade da social. Os obstáculos para esse fim, são muitos, alguns dos quais, analisados adiante. http://www.umacidadeinterativa.com.br/
  • 5. A democratização e a universalização do ensino: a escola inclusiva  Para que se efetive os pressupostos da democratização e da universalização do ensino, é preciso que a escola regular seja inclusiva.  A inclusão vem tomando cada vez maior espaço nas políticas públicas, na sociedade e nas escolas, porém, o que se vê é um descompassado entre a legislação e a prática.  IMPORTANTE: O sucesso da escola inclusiva depende da superação dessa realidade! Inep e Censo Escolar Ano Brasileiros com NEE (4-17 anos de idade) Porcentagem 2010 2,5 milhões 37%
  • 6. A diversidade  A sociedade tem por hábito categorizar e estigmatizar os indivíduos, ressaltando um perfil considerado ideal ou normal.  A educação precisa romper esse paradigma, por que viver em sociedade é conviver e compartilhar diferenças. “Reconhecer a diversidade é difícil quando não percebemos a unidade do múltiplo, e a multiplicidade do uno”. (Morin, 2003)  A diferença é uma das características da nossa sociedade. “Valorizar as diferenças na escola deveria querer dizer aumentar o valor dos recursos naturais” (Silva e Menegazzo, 2005).  A escola precisa ser um polo disseminador e construtor de conhecimento para todos os alunos que a frequentam.  Quando a escola não consegue cumprir esse papel, em especial com os portadores de necessidades específicas, torna-se um instrumento de exclusão, algo que precisa ser superado.
  • 7. A escola inclusiva e o currículo  UNESCO: “O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas de seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e de serviços para satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro de uma escola” (UNESCO, 1994, p.11-12)
  • 8. Os desafios do currículo de uma escola regular inclusiva  O currículo precisa ser flexível. Não se adapta um currículo pela incapacidade de alguns, mas devido a capacidade diversificada de cada um dos alunos (Mantoan, 1998). Do contrário, as adaptações curriculares podem gerar exclusão!  O currículo deve estar ligado à realidade da escola e dos alunos e a relação ensino-aprendizagem deve ser contextualizada.  O professor deve se ver como agente da 3ª revolução educacional, cujo papel na sala de aula é de mediador do conhecimento, valendo-se de diversas metodologias e avaliações processuais organizadas mediante a rotina escolar. Mas deve entender que não está sozinho!
  • 9. LDB 9394/96 e a Declaração de Salamanca Para Nakayama (2007), uma escola regular inclusiva precisa considerar os seguintes princípios:  Aceitação às diferenças e celebração da diversidade;  Garantir a acessibilidade;  Possuir currículo multicultural crítico;  Desenvolver avaliações formativas;  Garantir ao corpo docente formação crítica e reflexiva;  Adotar gestão participativa;  Promover parceria entre a escola, a família e a comunidade;  Possuir apoio de serviço especializado.
  • 10. Ou seja,  Para corresponder a demanda da 3ª revolução educacional, é preciso REINVENTAR as escolas regulares, um trabalho árduo, mas possível, que não pode ser gerido por um ou outro membro da escola, mas por toda a sociedade, articulada às políticas e autoridades públicas. “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” Fernando Pessoa
  • 11. Ações que se concretizamEscolas municipais de SP vão ter psicopedagogos Lei que implementa assistência foi sancionada hoje pelo prefeito Fernando Haddad (PT) 25 de abril de 2013 | 15h 22 Paulo Saldaña - Estado de S. Paulo As escolas municipais de São Paulo vão contar com assistência psicopedagógica. O prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou hoje lei que dispõe sobre a implementação desse serviço na rede. Segundo o texto aprovado, o objetivo é "diagnosticar, intervir e prevenir problemas de aprendizagem tendo como enfoque o educando e as instituições de educação infantil e ensino fundamental." O atendimento deve ser feito na própria escola, durante o período de aula. Como a Prefeitura tem 60 dias para regulamentar as normas. A previsão é de que haja profissionais para um grupo de escolas, divididos entre as 13 diretorias de ensino da cidade. Segundo a presidente Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), Quézia Bombonatto, a atuação desses profissionais devem colaborar no processo de aprendizado dos alunos, capacitação de professores, além de questões como evasão, bullying e inclusão de alunos portadores de deficiência. "Esse profissional vai trabalhar com a perspectiva de que vai poder oferecer uma melhoria nos resultados da escola", diz Quézia. A ABPq vai ajudar a Prefeitura na regulamentação da lei. A lei é de autoria do vereador Goulart (PSD). A sanção foi publicada hoje no Diário Oficialda cidade. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,escolas-municipais-de-sp-vao-ter-psicopedagogos,1025519,0.htm.
  • 12. Fechando algumas ideias  Univesp tv  http://www.youtube.com/watch?v=AUL62tZIFYY
  • 13. Referências bibliográficas GOFFMAN. E. Estigma-Notas sobre a Manipulação da identidade deteriorada. Brasil: Zahar Editores, 1980. MANTOAN, M.T.E. A hora da virada. Inclusão – Revista da educação especial. Brasília, 2005. MORIN, E. O método II: a vida da vida. 2ª Ed. Portugal: Publicações Europa-América, 1989. NAKAYAMA, M.A. Educação Inclusiva: Princípios e representações. 364p. (doutorado em educação). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, USP, 2007. SILVA, F.C.T.; MENEGAZZO, M.A. Escola e cultura escolar: gestão controlada das diferenças no/pelo currículo. In: 28ª Reunião Anual da ANPED, 2005, Caxambu – MG. 2005.p. 17 UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994.