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ESP1020 – Máquinas Síncronas
MÁQUINAS SÍNCRONAS: PRÁTICA 03
Levantamento das Curvas em “V” para o motor síncrono.
I) Introdução
Em um motor síncrono, a variação da corrente de excitação If produz variações na
corrente de armadura Ia e no fator de potência θ. Aumentando-se If, a corrente de armadura
Ia avança em relação à ddp V. Se a corrente de excitação é fraca, o motor está sub-excitado
e funciona como uma carga indutiva. Se If é forte, o motor super-excitado, comporta-se
como uma carga capacitiva.
Para cada valor da potência fornecida no eixo existe um valor da corrente de
excitação que é igual a 1. Esse valor é o da excitação normal.
Representando-se a corrente da armadura Ia em função da corrente de campo If,
para potência constante, tem-se uma “curva em V”. Através do ensaio, pode-se obter
diferentes curvas em V para diversas cargas, como é visto na fig. 1. O fator de potência
unitário corresponde ao vértice de cada curva. A linha que liga os diversos vértices é a
“curva de composição” para o fator de potência unitário. Podem ser traçadas curvas de
composição para outros FP (0,9; 0,8; ...) considerando a corrente em atraso ou em avanço.
A parte da figura à esquerda da curva de composição para o FP = 1 corresponde ao
funcionamento do motor como uma carga indutiva; a parte direita corresponde ao
funcionamento como uma carga capacitiva.
Para cargas muito baixas, a curva em V pode cortar o eixo das ordenadas; podem
resultar valores à esquerda desse eixo, correspondentes a corrente de excitação de sentido
contrário ao normal (excitação negativa).
180
100
20
Ia
If-10 200 30 40 50
Figura 1 – Curvas em V para um motor síncrono.
Prof.: Geomar Machado Martins
ESP1020 – Máquinas Síncronas
II) Procedimento para o traçado da curva Ia = f(If)
1) Executar o circuito de acordo com o diagrama da figura 2.
2) Colocar o motor em funcionamento.
3) Colocar carga no motor.
4) Anotar os valores de Ia, W1 e W2, que se obtém quando variamos a corrente de
excitação (If), para a máquina funcionando com carga (ativa) constante.
A
MS A
A
A
R
S
T
W1
W2
Figura 2 – Esquema para ensaio
III) Relatório
Apresentar todas as conclusões e os comentários que possam surgir. Sugere-se a
máxima atenção ao desenvolvimento da experiência por ser ela uma fonte de importantes
esclarecimentos sobre o comportamento da máquina síncrona e também por ser fonte de
questões que devem ser apresentadas nas conclusões.
If (A) I1(A) I2(A) I3(A) I média W1 (W) W2(W)
Prof.: Geomar Machado Martins

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  • 1. ESP1020 – Máquinas Síncronas MÁQUINAS SÍNCRONAS: PRÁTICA 03 Levantamento das Curvas em “V” para o motor síncrono. I) Introdução Em um motor síncrono, a variação da corrente de excitação If produz variações na corrente de armadura Ia e no fator de potência θ. Aumentando-se If, a corrente de armadura Ia avança em relação à ddp V. Se a corrente de excitação é fraca, o motor está sub-excitado e funciona como uma carga indutiva. Se If é forte, o motor super-excitado, comporta-se como uma carga capacitiva. Para cada valor da potência fornecida no eixo existe um valor da corrente de excitação que é igual a 1. Esse valor é o da excitação normal. Representando-se a corrente da armadura Ia em função da corrente de campo If, para potência constante, tem-se uma “curva em V”. Através do ensaio, pode-se obter diferentes curvas em V para diversas cargas, como é visto na fig. 1. O fator de potência unitário corresponde ao vértice de cada curva. A linha que liga os diversos vértices é a “curva de composição” para o fator de potência unitário. Podem ser traçadas curvas de composição para outros FP (0,9; 0,8; ...) considerando a corrente em atraso ou em avanço. A parte da figura à esquerda da curva de composição para o FP = 1 corresponde ao funcionamento do motor como uma carga indutiva; a parte direita corresponde ao funcionamento como uma carga capacitiva. Para cargas muito baixas, a curva em V pode cortar o eixo das ordenadas; podem resultar valores à esquerda desse eixo, correspondentes a corrente de excitação de sentido contrário ao normal (excitação negativa). 180 100 20 Ia If-10 200 30 40 50 Figura 1 – Curvas em V para um motor síncrono. Prof.: Geomar Machado Martins
  • 2. ESP1020 – Máquinas Síncronas II) Procedimento para o traçado da curva Ia = f(If) 1) Executar o circuito de acordo com o diagrama da figura 2. 2) Colocar o motor em funcionamento. 3) Colocar carga no motor. 4) Anotar os valores de Ia, W1 e W2, que se obtém quando variamos a corrente de excitação (If), para a máquina funcionando com carga (ativa) constante. A MS A A A R S T W1 W2 Figura 2 – Esquema para ensaio III) Relatório Apresentar todas as conclusões e os comentários que possam surgir. Sugere-se a máxima atenção ao desenvolvimento da experiência por ser ela uma fonte de importantes esclarecimentos sobre o comportamento da máquina síncrona e também por ser fonte de questões que devem ser apresentadas nas conclusões. If (A) I1(A) I2(A) I3(A) I média W1 (W) W2(W) Prof.: Geomar Machado Martins