O documento discute as causas e características da emigração portuguesa entre 1960-1973. A emigração neste período foi principalmente intracontinental para países como França, Alemanha, Luxemburgo e Reino Unido, motivada por falta de emprego e baixos salários em Portugal. Os emigrantes eram majoritariamente homens jovens com baixa escolaridade das regiões norte de Portugal.
2. Económicas:
O desemprego e os baixos salários são factores de natureza
económica que levam os indivíduos a deixarem determinadas
áreas e a dirigirem-se para outras, na tentativa de melhorarem a
sua situação financeira.
Os fortes fluxos migratórios dos anos 60, pelas dificuldades
económicas das populações dos países do sul da Europa (Portugal)
deveram-se ao forte crescimento natural (grandes taxas de
natalidade e diminuição da taxa de mortalidade) e à necessidade
de reconstrução da Europa do pós-guerra ( 2ª Guerra Mundial).
3. Naturais: O abandono de lugares que são alvo de
catástrofes naturais (sismos, inundações, erupções
vulcânicas, etc.) é frequente.
Étnicas: As rivalidades entre grupos étnicos
diferentes provocam a saída de numerosas
pessoas de algumas áreas.
Religiosas: A fuga a perseguições religiosas é, em
alguns casos, o motivo de migrações.
4. Políticas:
As guerras e a existência de determinados regimes políticos fazem com
que a população fuja de determinadas áreas para se refugiar
noutras, que consideram mais seguras.
Sociais:
A deslocação de população para outras áreas deve-se à procura de
condições sociais que não encontram nas áreas de origem. (O hospital
para 1 familiar, a faculdade, etc.)
Ambientais: Embora com fraca expressão existem já casos de
migrações provocadas pela fuga a condições ambientais indesejáveis.
5. Consequências da EMIGRAÇÃO
Para o país de origem Ex: Para o país de destino Ex:
(Portugal) (Luxemburgo)
Positivas Negativas Positivas Negativas
Entrada de divisas Perda de mão-de- Aumento da Aumento das taxas
(dinheiro) disponibilidade de de desemprego.
obra com plena
capacidade mão- de-obra.
produtiva.
• Difusão de novas Desequilíbrio entre rejuvenescimento Problemas
ideias e costumes os sexos, já que da população que habitacionais que
a maior parte dos se revele numa levam à proliferação
emigrantes é maior capacidade de bairros de lata e
formada por homens empreendedora e de bairros
na dinamização da clandestinos
economia
Concentração fundiária, Envelhecimento da
porque os agricultores população e diminuição
que migram acabam das taxas de
por vender as suas natalidade.( os jovens
explorações agrícolas emigram/ o número de
(terrenos) nascimentos diminui)
6. A emigração portuguesa pode então ser dividida em fases:
I FASE :Até sensivelmente 1960: caracterizada por ser de carácter
definitivo e intercontinental;
-De 1960 até sensivelmente 1973: caracterizada pela introdução de fluxos
emigratórios temporários e predominantemente intracontinentais
(na Europa);
- Após 1973: caracterizada por uma diversificação dos fluxos migrat6rios,
origens/destinos, e perfil dos emigrantes.
Assim: assiste-se, após 1973, a uma diminuição da emigração e a um aumento
da imigração – passa-se de um país de emigrantes para um país de imigrantes - o
grande boom (explosão) da imigração ocorreu entre 1999 e 2003;
7. II Fase -entre 1960 e 1973 atinge o boom (máximo) em termos
da corrente emigrat6ria portuguesa, a qual passou a ser, na
quase globalidade, intracontinental, isto e, os portugueses
passaram a preferir os destinos geograficamente mais próximos,
os países industrializados da Europa Ocidental.
Os principais países de destino foram, neste período, a França
(para onde emigraram cerca de um milhão de portugueses), a
ex - República Federal da Alemanha, o Luxemburgo, o Reino
Unido, a Suíça e a Holanda.
8. A América do Norte (EUA e o Canada) continuou a receber os nossos emigrantes,
sobretudo oriundos dos Açores, enquanto a Venezuela, o Brasil e também a África do
Sul continuaram a ser procurados preferencialmente pelos madeirenses.
Portugal apresentava uma estrutura etária muito jovem e uma economia pouco
desenvolvida, baseada, sobretudo, na agricultura tradicional, onde o desemprego e
os baixos salários.
Motivações do fluxo migratório português:
Carência de recursos,
A falta de emprego e de um bom nível de vida;
Os baixos salários,
A falta de estruturas de apoio às famílias e às actividades socioculturais;
O regime politico (Estado Novo) e a guerra colonial
9. II FASE – ENTRE 1960-1973
De onde eram provenientes
estes portugueses?
o Regiões a Norte do Tejo
o Do litoral.
o Noroeste
Do Alentejo saiu sobretudo
população em direcção a
Lisboa.
10. DESTINOS DA EMIGRAÇÃO II FASE – ENTRE 1960-1973
PORTUGUESA o Maior período de
emigração da população
portuguesa;
o Emigração intracontinental;
Destinos:
• França;
• Alemanha – Ex-República
Federal da Alemanha;
• Luxemburgo;
• Reino Unido;
• Suíça;
• Holanda
11. O perfil do emigrante
português:
• Homens Jovens, entre os 15 e
os 39 anos;
• Baixa instrução, a maior
parte, apenas, com o ensino
básico;
• Vão trabalhar para a
agricultura, construção civil,
indústria, hotelaria ou serviços.
12. II FASE – ENTRE
1960-1973
o América do Norte
– Sobretudo dos
Açores.
o Venezuela, Brasil,
África do Sul –
Sobretudo da
Madeira.
Período marcado
pelo aumento da
emigração ilegal.
13. Os emigrantes das primeiras fases , como actualmente são
preferencialmente homens jovens (mais de 45% têm entre 15
e 29 anos) e com baixa instrução.
A maior parte, oriunda do Norte do país, tem apenas o ensino
básico (77,4% em 2003) e emigra para trabalhar na
agricultura, na construção civil, indústria, hotelaria ou serviços.