Este documento apresenta o projeto 5 da proposta institucional da Unimontes sobre a inserção das TICs como recurso didático em cursos de graduação. O projeto irá oferecer 20% da carga horária de 58 disciplinas de 7 cursos na modalidade a distância utilizando a plataforma Virtualmontes. O objetivo é inovar na metodologia de ensino superior e desenvolver habilidades para o aprendizado autônomo.
3. REITOR
João dos Reis Canela
VICE-REITORA
Maria Ivete Soares de Almeida
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
Huagner Cardoso da Silva
CONSELHO EDITORIAL
Maria Cleonice Souto de Freitas
Rosivaldo Antônio Gonçalves
Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho
Wanderlino Arruda
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Arlete Ribeiro Nepomuceno
Aurinete Barbosa Tiago
Carla Roselma Athayde Moraes
Luci Kikuchi Veloso
Ubiratan da Silva Meireles
DESIGN INSTRUCIONAL
Elpídio Rocha Neto
Emília Murta Moraes
Frederico Antônio Mineiro Lopes
Gisléia de Cássia Oliveira
Viviane Margareth Chaves Pereira Reis
DESIGN EDITORIAL E CONTROLE DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Adão Soares dos Santos
Andréia Santos Dias
Camilla Maria Silva Rodrigues
Clésio Robert Almeida Caldeira
Hugo Daniel Duarte Silva
Magda Lima de Oliveira
Marcos Aurélio de Almeida e Maia
Sanzio Mendonça Henriques
Tatiane Fernandes Pinheiro
Tátylla Ap. Pimenta Faria
Vinícius Antônio Alencar Batista
Wendell Brito Mineiro
2012
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes
Ficha Catalográfica:
4. Ministro da Educação
Aloízio Mercadante
Presidente Geral da CAPES
Jorge Almeida Guimarães
Diretor de Educação a Distância da CAPES
João Carlos Teatini de Souza Clímaco
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Vice-Governador do Estado de Minas Gerais
Alberto Pinto Coelho Júnior
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Nárcio Rodrigues
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
João dos Reis Canela
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Vice-Reitora da Unimontes
Maria Ivete Soares de Almeida
Pró-Reitora de Ensino
Anete Marília Pereira
Diretor do Centro de Educação a Distância
Jânio Marques Dias
Coordenador Administrativo
Fernando Guilherme Veloso Queiroz
Coordenadora de Projetos CEAD Unimontes
Maria Ângela Lopes Dumont de Macedo
Coordenadora Pedagógica
Zilmar Santos Cardoso
Coordenadora TICs Unimontes
Patrícia Takaki Neves
5. 5
Sumário
Apresentação........................................................................... 6
Palavra do professor conteudista.......................................... 11
Mapa de Atividades............................................................... 12
Aula 1 - Conhecendo os movimentos populacionais............ 13
1.1 Apresentando os movimentos da população.................. 13
1.2 Tipos de mobilidade populacional................................... 14
Resumo.................................................................................. 16
Atividades de aprendizagem................................................. 16
Aula 2 - Áreas de atração e repulsão populacional............... 17
2.1 O que leva o cidadão a migrar......................................... 17
2.2 Áreas de repulsão ........................................................... 17
2.3 Áreas de atração populacional........................................ 18
Resumo.................................................................................. 18
Atividades de aprendizagem................................................. 18
Aula 3 - Mobilidade da população no Brasil.......................... 19
3.1 Movimentos migratórios no Brasil.................................. 19
3.2 Um recorte temporal das migrações internas.................19
Resumo.................................................................................. 22
Atividades de aprendizagem................................................. 22
Aula 4 - Migração e economia............................................... 23
4.1 A busca pelo trabalho...................................................... 23
4.2 A migração como fenômeno negativo............................ 24
Resumo.................................................................................. 25
Atividades de aprendizagem................................................. 25
Referências............................................................................. 25
Currículos dos professores conteudistas............................... 26
6. 6
Apresentação
Mensagem Inicial
É com muita satisfação que apresentamos a você
o nosso caderno didático para esta disciplina regular
de seu curso de graduação! Estamos todos orgulhosos
por termos aceitado este desafio de inovar na meto-
dologia de nosso ensino superior e também confiantes
de que você fará um bom proveito desta nova experi-
ência de utilizar as TIC’s em constante transformação.
Mais do que seguir uma tendência mundial de in-
corporar as TIC’s na educação, e assim contribuir dire-
tamente com o seu aprendizado, estamos buscando
formas para que você desenvolva habilidades e com-
petências que te permitam ir ainda mais longe!
Participar de um curso a distância, substituindo a
presencialidade dos 20% da carga horária de uma dis-
ciplina por atividades a distância, requer mais do que
simplesmente fazer o que for solicitado pelos profes-
sores e/ou tutores. Para que a experiência seja com-
pleta, é preciso uma postura que estabeleça um diálo-
go entre tecnologia e construção do conhecimento e
que reconheça nas TIC’s as possibilidades de aprender
a aprender.
Coordenação Geral da Proposta Institucional
e Professores Articuladores do Projeto 5
7. 7
Apresentação da Proposta Institucional
O crescente uso das TIC na educação tem favoreci-
do sobremaneira o acesso à educação a milhares de
pessoas ao redor do mundo. O crescente grau de ino-
vação, característico dessa modalidade de educação,
tem conquistado cada vez mais docentes da educação
presencial de todas as áreas. A efetividade de seus
propósitos e a diversidade de suas soluções têm con-
tribuído com a credibilidade e o reconhecimento des-
tes recursos por toda a comunidade acadêmica, com
especial destaque para a educação presencial, que
tem se apropriado das TIC´s em constante evolução.
A Proposta Institucional da Unimontes intitulada
“Uso e Disseminação das TIC’s no ensino superior
presencial da Unimontes”, aprovada no âmbito do
Edital 15/CAPES/DED/2010, integra 7 projetos alta-
mente inovadores e desafiadores. Ela foi concebida
com o intuito de oferecer os recursos físicos, huma-
nos e tecnológicos para que o objetivo do edital fosse
de fato alcançado. Esperamos formar novas gerações
comprometidas com o aperfeiçoamento contínuo de
sua própria aprendizagem e com o reconhecimento
das TIC’s como recurso valioso que é para a melhoria
dos processos educacionais, sejam eles presenciais ou
não. Ações dessa natureza desenvolvem nos acadêmi-
cos a habilidade de manusear os recursos tecnológi-
cos existentes em favor de sua formação e atualização.
Por conseguinte, desenvolvem a competência destes
futuros profissionais de conceber ações pragmáticas
em direção à sua própria qualificação profissional e à
melhoria dos produtos e serviços oferecidos à socie-
dade em que vivemos.
O projeto 5, intitulado “Inserção das TIC como re-
curso didático nos cursos de graduação da Unimontes:
Artes Visuais, Artes Teatro, Artes Música, Geografia,
Matemática, Odontologia e Sistemas de Informação”,
consiste na definição de um grupo de disciplinas em
cada um destes sete cursos de graduação para serem
contempladas pelas atividades e pelos recursos des-
te projeto. Estas disciplinas, e seus docentes, terão a
oportunidade de elaborar cadernos didáticos de qua-
lidade e de usufruírem da prerrogativa de oferecer até
20% de suas cargas horárias na modalidade a distân-
cia, por meio da plataforma Virtualmontes.
Além destes sete cursos de graduação presenciais,
serão atendidos os acadêmicos de todos os demais
cursos superiores da Unimontes. Isso será possível
uma vez que o projeto “Oferecimento de Cursos de
Nivelamento para os Cursos de Graduação Presen-
8. 8
ciais da Unimontes” pretende oferecer cursos de ni-
velamento de forma irrestrita e gratuita a todos os
acadêmicos. Tal demanda se faz necessária tendo em
vista as formações por vezes heterogêneas dos alunos
recém-chegados do ensino médio. Espera-se que os
conteúdos previstos nestes cursos possam favorecer
a aprendizagem dos alunos em diversas áreas do co-
nhecimento, bem como o desenvolvimento de suas
habilidades e competências.
O impacto e os resultados esperados dessas ações
são determinantes para a criação de uma cultura
acadêmica de autonomia sobre o seu aprendizado e
de busca e construção do conhecimento. Esperamos
também colaborar com a institucionalização de ações
que possam contribuir com uma sociedade ainda mais
justa, democrática, desenvolvida e tecnológica.
Profa. Patrícia Takaki Neves
Coordenação Geral da Proposta Institucional
TIC’s na Educação Superior Presencial da Unimontes
9. 9
Apresentação do Projeto 5
Você está prestes a participar de uma inovação na
metodologia de oferecimento das disciplinas regulares
em seu curso superior de graduação na Unimontes!
O objetivo deste projeto 5, intitulado “Inserção das
TIC’s como recurso didático nos cursos de Graduação
da Unimontes: Artes Visuais, Artes Teatros, Artes Mú-
sica, Geografia, Matemática, Odontologia e Sistemas
de Informação” é oferecer, na modalidade a distancia,
20% da carga horária de 58 disciplinas, distribuídas
nestes 7 cursos de graduação presenciais.
Todos os envolvidos foram capacitados didática e
tecnologicamente, incluindo coordenadores, articula-
dores, revisores, tutores e vocês alunos. Para cada dis-
ciplina um caderno didático foi produzido pelo próprio
professor, que executará 20% da ch de sua disciplina
no ambiente virtual de aprendizagem da Unimontes,
o VIrtualmontes. Todas as disciplinas contarão ainda
com tutores para o apoio às atividades a distância.O
que esperamos com este projeto é que a Universidade
inicie de fato sua caminhada, sem volta, em direção à
incorporação de ciência e tecnologia nos espaços edu-
cacionais, fazendo assim a nossa parte para melhorar
ainda mais a qualidade da educação superior ofereci-
da pela Unimontes, criando oportunidades para que
a comunidade acadêmica esteja inserida no contexto
das TIC’s na educação.
10. 10
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura
hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relaciona-
das ao tema estudado.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada
no texto.
Mídias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos,
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante pos-
sa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.
11. 11
Caro aluno, seja bem-vindo à sala virtual da disciplina
Geografia da População e, em especial, à unidade de es-
tudos sobre a “Mobilidade espacial da população”.
Essa disciplina é de grande importância para sua for-
mação pessoal e profissional, pois trata de um tema bas-
tante atual e que faz parte do nosso cotidiano além de
ser bastante recorrente em concursos e vestibulares.
A unidade em estudo tem por objetivo conhecer o
contexto em que ocorrem as migrações no espaço ge-
ográfico, seu conceito, identificar as áreas de atração e
repulsão populacional, analisar como tal processo acon-
tece no Brasil e por fim compreender sua implicação
econômica.
Na primeira aula, estudaremos os movimentos popu-
lacionaiseseuscontextos;emseguida,iremosidentificar
em que consiste uma área de atração e de repulsão po-
pulacional; na sequência faremos uma análise de como
tais movimentos ocorreram e ainda ocorrem no Brasil e,
finalizando, buscaremos compreender como tais movi-
mentos interferem na economia dos lugares.
Na oportunidade faremos análise de textos, filmes,
músicas e de mapas para termos uma visão mais ampla
do conteúdo a ser trabalhado.
Os estudos serão distribuídos em 4 aulas, de 4 horas/
aula cada uma.
É importante a participação de todos nos fóruns de
discussão para tornar as aulas mais ricas e produtivas.
Conto com a participação de todos.
Até breve!
Palavra do professor conteudista
12. 12
Mapa de Atividades
Aula Tema Subtemas Objetivos específicos Atividades T P
Recursos do
Moodle
Grau de
dificuldade
Nota % Observações
01
Conhecendo
os movimentos
populacionais
Apresentando os
movimentos da
população.
Tipos de mobilida-
de populacional
Conhecer os movimentos
migratórios
Analisar o contexto dos des-
locamentos da população
Faça um relatório sobre o filme
“O Caminho das Nuvens”,
enfatizando o contexto em que
ocorrem as migrações no Brasil.
4 h/a
Fórum de
discussão
02
Áreas de
atração e de
repulsão popu-
lacional
O que leva o cida-
dão a migrar.
Áreas de repulsão.
Áreas de atração
populacional
Conhecer as áreas de atração
populacional
Identificar os fatores que fa-
zem de uma região um lugar
de repulsão populacional
Compare o mapa da distribui-
ção da população mundial com
o mapa físico e descubra como
os fenômenos físicos podem
interferir na distribuição da po-
pulação e escreva um parágrafo
sobre o assunto.
4 h/a
Fórum de
discussão
03
Mobilidade da
população no
Brasil
Os movimentos mi-
gratórios no Brasil
Um recorte tempo-
ral nas migrações
internas
Conhecer os contextos que
geraram os processos migra-
tórios no Brasil
Identificar as correntes
migratórias conforme os mo-
mentos políticos do país.
Identifique nos mapas os fluxos
migratórios que ocorreram no
Brasil e descreva-os, identifican-
do o momento político em que
elas aconteceram.
4 h/a
Fórum de
discussão
04
Migração e
economia
A busca pelo tra-
balho
A migração como
fenômeno negativo
O subemprego x
mercado formal
Conhecer as implicações
econômicas no processo
migratório no Brasil e no
mundo
Por meio da letra da música
“Cidadão”, procure identificar
através de imagens a situação
de exclusão em que vive o imi-
grante nos grandes centros.
4 h/a
Fórum de
discussão
13. 13
Conhecendo os movimentos
populacionais
Objetivos
• Conhecer os movimentos migratórios;
• Analisar o contexto dos deslocamentos da popu-
lação.
1.1 Apresentando os movimentos da
população
É sabido que desde a pré-história que grupos hu-
manos se deslocam no espaço geográfico em busca de
sobrevivência. Encontramos relatos nos mais diversos
tipos de literatura sobre os movimentos populacionais.
Podemos tomar como exemplo a Bíblia Sagrada quando
nela encontramos a descrição sobre povos que migra-
ram em busca da Terra Prometida. O que deixa claro que
é da natureza humana se deslocar de uma região para
outra em busca de um objetivo.
Os migrantes se deslocam por motivos diferentes. Be-
cker (2010) enfatiza que os movimentos populacionais
são motivados por razões diferentes, dentre elas cha-
mam atenção os políticos e os econômicos.
Ainda na visão de Becker (2010), os acontecimentos
dos últimos 20 anos, como a formação dos blocos eco-
nômicos, as mudanças no leste europeu e a queda do
muro de Berlim, contribuíram para aumentar os fluxos
migratórios no período.
A migração traça o perfil do lugar onde ela ocorre, ela
retrata as fragilidades, carências, deficiências, dinamis-
mo, opulência das áreas de atração e de repulsão po-
pulacional. A mobilidade de um povo está intimamente
ligada a fatores econômicos, ou seja, a busca por esta-
bilidade econômica é um fator preponderante para os
migrantes. A figura 1 representada pelo mapa do volume
das migrações de trabalhadores qualificados nos ajuda
a compreender como a mobilidade da população está
ligada às oportunidades de crescimento pessoal.
Verifique no mapa representado pela figura 1 o vo-
lume das migrações de trabalhadores com qualificação
profissional.
14. 14
Figura 1: Migração de trabalhadores qualificados.
Fonte: ALMEIDA, M. de. Geografia Global: Geral e do Brasil, Volume único.
São Paulo: Escala Educacional, 2008, p. 269.
1.2 Tipos de mobilidade populacional
As pessoas migram por motivos diferentes e isso dá
a mobilidade características bem peculiares. Criando as-
sim tipos de migração que são assim classificadas:
• Rural-urbana: ocorre quando o cidadão se deslo-
ca do campo para a cidade, esse tipo de migra-
ção foi bastante intenso no século XVII nos países
precursores da Revolução Industrial e nos séculos
XIX e XX nos países onde a industrialização ocor-
reu mais tarde. A Migração rural-urbana tam-
bém conhecida como êxodo rural gerou graves
problemas tanto no campo como na cidade. No
campo, porque gerou carência de mão de obra,
já no meio urbano aconteceu o inverso, ou seja,
aumento populacional, esse aumento criou de-
mandas por serviços para esse novo contingente
populacional.
• Migração Sazonal: trata-se de um tipo de mobi-
lidade onde o sujeito se desloca de uma região
para outra em busca de trabalho com o objetivo
de retornar ao seu lugar de origem na ocasião
da queda da oferta de trabalho. É importante
salientar que essa modalidade de deslocamento
obedece aos períodos de colheita da safra. Neste
caso podemos tomar como exemplo os trabalha-
dores que se deslocam para trabalhar na colheita
da cana, da laranja, do café, algodão, etc., confor-
me pode ser observado na figura 2, onde mostra
um boia-fria trabalhando no corte da cana.
15. 15
Figura 2: Trabalhador no corte da cana.
Fonte: ANDRIGHETTI, Y. Nordeste: Mito & Realidade. São Paulo: Moderna.
1998, p. 89.
• Migração Pendular: São movimentos diários en-
tre cidades próximas com fins de estudo ou de
trabalho.
• Intra-urbano: Esses movimentos se caracterizam
pelas mudanças residenciais entre bairros, dentro
de uma mesma cidade, que ocorrem por motivos
diversos.
• Migração permanente: Normalmente quando o
cidadão se desloca sem o intuito de retornar ao
seu local de origem.
• Migração Internacional: É a modalidade de deslo-
camento em que o migrante muda de país. Esse
tipo de migração é muito comum em períodos de
crise. Foram registradas em fins do século XIX e
início do século XX, por exemplo, grandes levas de
europeus e asiáticos que desembarcaram no Bra-
sil eram motivados pela oferta de terras. Também
podeser classificado como migração internacional
o tráfico negreiro, registrada em especial nos paí-
ses da América Latina no período da colonização.
• Ainda hoje ocorre esse tipo de migração, onde os
brasileiros saem com destino aos Estados Unidos
ou aos países da Europa em busca de melhores
oportunidades de trabalho.
Os fluxos migratórios ocorrem dentro de um contexto
especial, cada um carrega características próprias e tra-
ça o perfil do lugar de origem e de destino do migrante.
16. 16
Conforme Simon (1991) citado por Becker (2010 p.320 ):
“Os movimentos de população revelam as feições das so-
ciedades contemporâneas. E a sua função é de espelho
que se situa em todos os níveis de análise”.
Resumo
Na aula hoje aprendemos que os movimentos migra-
tórios são inerentes à vida humana.
Que as migrações estão intimamente ligadas às ques-
tões econômicas.
Que as migrações podem ser: nacionais, internacio-
nais, temporárias, permanentes, sazonais, rurais-urba-
nas, pendulares e ainda intra-urbanas.
E, por fim, que os movimentos migratórios ocorrem
dentro de um contexto específico.
Atividades de aprendizagem
1) Faça uma análise do mapa da figura 01 e verifique
quais são as origens e os destinos da população em mo-
vimento. Anote suas conclusões para discutirmos no fó-
rum.
2) Iremos assistir ao filme “O Caminho das Nuvens”,
onde deverá ser observado o contexto em que as migra-
ções ocorrem, em especial no Brasil.
3) Faça um relatório sobre o filme enfatizando o con-
texto em que ocorrem as migrações no Brasil.
17. 17
Objetivos
• Conhecer as áreas de atração populacional;
• Identificar os fatores que fazem de uma região
um lugar de repulsão populacional.
2.1 O que leva o cidadão a migrar
Nessa aula iremos tratar dos motivos que levam o ci-
dadão a migrar. Como vimos na aula anterior, antes de
Cristo, já havia grupos populacionais que se locomoviam
noespaçogeográficonabuscadeteremumavidamelhor.
Diante deste quadro surgem nos estudos populacio-
nais regiões classificadas como áreas de repulsão e ou-
tras denominadas áreas de atração da população.
2.2 Áreas de repulsão
São identificadas como áreas de repulsão aquelas em
que pela sua estagnação política, econômica e social não
têm atrativos capazes de manter a população em seus
domínios. Isto ocorre por falta de opção de trabalho,
estudo, lazer e muitos outros serviços dependendo, é
claro, dos objetivos do indivíduo. Neste caso, também
podemos considerar as condições físicas do lugar, como:
seca, enchentes, desertos, áreas geladas, altas monta-
nhas, etc.
Assim, é possível perceber que em todos os continen-
tes encontramos áreas de repulsão populacional. Para
compreender melhor, vamos analisar a figura 3 represen-
tada pelo mapa da distribuição da população mundial.
Figura 3: Distribuição da população mundial.
Fonte: ANTUNES, C. Atlas Geográfico Escolar. São Paulo: Scipioni. 1997, p.3.
Áreas de atração e repulsão
populacional
18. 18
Observando o mapa, é possível concluir que:
• A população está distribuída de forma irregular;
• Nas áreas de condições físicas mais rudes, en-
contramos o menor contingente populacional.
Enquanto nos lugares onde o ambiente é mais
ameno vamos notar a presença dos aglomerados
populacionais.
2.3 Áreas de atração populacional
As áreas de atração podem ser identificadas como
lugares que possuem atributos capazes de despertar a
atração de grupos populacionais gerando, então, inten-
sos fluxos migratórios.
Essas migrações estão ligadas às expectativas de me-
lhoria na qualidade de vida, pois a saída ocorre em dire-
ção a uma área onde haja oferta abundante de bens e
serviços.
Porém, nem sempre tais expectativas são preenchidas
por causa das características individuais dos migrantes,
ou seja, essa população em geral é composta por traba-
lhadores sem qualificação para o trabalho industrial. Tal
fato dificulta sua inclusão no mercado formal de trabalho.
Desse modo, vai restar aos trabalhadores o subem-
prego no mercado informal. O que cria nas áreas de atra-
ção populacional um grande contingente de excluídos
desprovidos de cidadania. Daí a ampliação das favelas, a
deficiência nos serviços básicos, como: moradia, acesso
à saúde, educação e segurança, serem mais sérios nos
grandes centros.
Resumo
Hoje ficamos sabendo:
• Quais os motivos que levam o cidadão a migrar;
• Que nos movimentos da população existem as
áreas que atraem e as que expulsam a população;
• Também que esses movimentos têm consequ-
ências negativas, pois provocam o esvaziamento
nos locais onde ocorrem as saídas e, por sua vez,
ocorre a superpopulação nos lugares de destino.
Atividades de aprendizagem
1) Observe o mapa da distribuição mundial da popu-
lação e escreva um paragrafo retratando a relação entre
as condições físicas e a ocupação do lugar;
2) Agrupe por continentes as cidades onde se registra
maior população;
3) Liste fatos recentes que fazem de um lugar uma
área de repulsão populacional;
4) Dê exemplos de problemas gerados pelos fluxos
migratórios nas áreas de atração populacional.
19. 19
Objetivos
• Conhecer os contextos que geraram os processos
migratórios no Brasil;
• Identificar as correntes migratórias conforme os
momentos políticos do país.
3.1MovimentosmigratóriosnoBrasil
No Brasil, as migrações fazem parte do processo de
produção do território, existem registros de grandes flu-
xos migratórios desde os tempos da colonização. É im-
portante salientar que até os anos de 1970, conforme
Becker (2010), a migração era vista como um ato indivi-
dual onde o cidadão via na migração uma oportunidade
de mudança de status.
3.2 Um recorte temporal das migra-
ções internas
Rural urbana: Essa modalidade de movimento po-
pulacional foi mais intensa nas décadas de 1950 e 1960
quando ocorreram significativas mudanças na organiza-
ção econômica do país, dentre elas merecem destaque
a intensa concentração fundiária e a consolidação da in-
dústria na porção centro sul do país.
Figura 4: Migrações inter-regionais nas décadas de 1950 e 1960.
Fonte: ALMEIDA, M. de. Geografia Global: Geral e do Brasil, Volume único.
São Paulo: Escala Educacional, 2008, p. 291.
Mobilidade da população no
Brasil
20. 20
Figura 5: Migrações inter-regionais nas décadas de 1960 e 1970.
Fonte: ALMEIDA, M. de. Geografia Global: Geral e do Brasil, Volume único.
São Paulo: Escala Educacional, 2008, p. 291.
Estes fatos contribuíram para a intensificação do êxo-
do rural, que, por sua vez, provocou o esvaziamento do
campo e a superlotação das cidades.
Principais migrações inter-regionais
Período Evento econômico Principal área de saída Principal área de atração
1690-1760 Auge da mineração São Paulo e Nordeste MG, MT, GO
1810-1860 Expansão do café Área da mineração Vale do Paraíba (SP e RJ)
1870-1910 Produção da borracha Nordeste (CE) Amazônia
1860-1930 Auge do café Nordeste e Sul Oeste paulista
1930-1940 Surto do algodão MG e BA SP
1940-1945 “Batalha da borracha” Nordeste (CE) Amazônia
1945-2000 Industrialização Nordeste SP e RJ
Quadro 1: Principais migrações inter-regionais.
Fonte: ALMEIDA, M. de. Geografia Global: Geral e do Brasil, Volume único.
São Paulo: Escala Educacional, 2008, p. 290.
O êxodo rural registrado nas décadas de 1950 e 1960
foi o principal responsável pela ampliação da área urba-
na em especial nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro
e Belo Horizonte. O que teve por consequência a faveli-
zação, que ocasionou toda a deficiência na infraestrutu-
ra básica desses locais. Essa consequência se estendeu
mais tarde às cidades medias do interior. Montes Claros
é um exemplo desse tipo de mobilidade.
21. 21
Também merece destaque a mobilidade interestadu-
al ou de longa distancia. Esse movimento foi identificado
no Brasil nos anos de 1970 quando ocorreu a expansão
do mercado interno através de atividades diversas que
oscilavam entre as rurais, como: corte da cana, colheita
de laranja e café; na construção de barragens e até mes-
mo com o objetivo de ocupar espaços vazios como foi o
caso da Amazônia (BECKER, 2010).
Figura 6: Migrações inter-regionais nas décadas de 1970 e de 1980.
Fonte: ALMEIDA, M. de. Geografia Global: Geral e do Brasil, Volume único.
São Paulo: Escala Educacional, 2008, p. 291.
Existem ainda os deslocamentos em curta distância,
intermunicipais, que podem ser rural-rural ou rural-ur-
bano. Esses deslocamentos ocorrem em função das cri-
ses fundiárias que levaram à redução da oferta de terras
para a prática da agricultura familiar.
Essa modalidade de migração deu origem a movi-
mentos sociais de resistência. O que é, de acordo com
Becker (2010, p. 322), “[...] a contra mobilidade emergin-
do como o direito de ‘não migrar’ ou de permanecer no
espaço de origem; é a luta em defesa do ‘livre arbítrio’
quanto ao espaço a ocupar, a cultura a preservar.” Ainda
dentro da modalidade da migração em curta distância
são comuns no Brasil: as migrações pendulares com o
objetivo de estudo e trabalho, as migrações intramunici-
pais de caráter residencial.
Internacional: ao longo do processo de consolidação
da economia do Brasil, houve períodos de dinamismo e
de estagnação. Nos períodos de estagnação, registramos
a saída de brasileiros para outros países na tentativa de
ingressar no mercado de trabalho e, para alcançar tais
objetivos, eram submetidos a situações de penúria tanto
por ocasião das viagens como após a chegada aos desti-
nos onde viviam excluídos do processo social local.
22. 22
Resumo
No Brasil observamos várias mo-
dalidades de migração, o que revela
a fragilidade do sistema no sentido
de fornecer à população meios de
prover suas necessidades em seu
lugar de origem. Levando o cidadão
a se deslocar para outros espaços
onde passa a viver em territórios de
exclusão.
Atividades de aprendizagem
1) As figuras 4 e 5, representadas pelos mapas das mi-
grações nas décadas de 1950, 1960 e 1970, retratam os
movimentos de saída e entrada da população entre as
regiões, ou seja, as migrações inter-regionais.
2) Observe bem os mapas e organize as informações
da seguinte maneira:
3) Quais foram as regiões e os estados que registra-
ram maiores saídas?
4) E para onde os migrantes se deslocaram?
5) E quais as regiões receberam maior volume de mi-
grantes?
6) Anote suas conclusões para que possamos discuti-
-las no fórum.
7) Verifique as informações contidas no quadro 1 e
escreva um parágrafo sobre o assunto.
8) Identifique nos mapas os fluxos migratórios que
ocorreram no Brasil e descreva-os, identificando o mo-
mento politico em que elas aconteceram.
Saiba Mais
O filme “Jean Charles” de
2009, baseado em fatos
reais, que trata da tragédia
mundialmente conhecida
do brasileiro Jean Charles de
Menezes, assassinado por
agentes do serviço secreto
britânico, no dia 22 de julho
de 2005 em pleno metrô de
Londres ao ser confundido
com um terrorista, ilustra bem
as migrações internacionais.
Assista!
23. 23
Objetivos
• Conhecer as implicações econômicas do processo
migratório no Brasil e no mundo.
4.1 A busca pelo trabalho
Como já vimos nas aulas anteriores, a migração é
movimento inerente ao ser humano. Desde o início das
civilizações, homens mulheres e crianças se põem em
movimento em busca de melhorias na qualidade de vida
e isto está ligado ao fator econômico. Os fluxos migrató-
rios econômicos mais intensos se deram em momentos
econômicos importantes para a sociedade na época em
que ocorreram.
Podemos tomar como exemplos:
• A revolução industrial que, a par-
tir de seu alcance pelos principais
países da Europa, acarretou uma
intensa corrida de camponeses para
as cidades provocando um esvazia-
mento no campo e a superlotação
das áreas urbanas, onde havia oferta
de trabalho.
• Outro exemplo aconteceu no Brasil com a implan-
tação da indústria no estado de São Paulo e as
frequentes secas no sertão nordestino. Um gran-
de contingente populacional migrou do Nordeste
para São Paulo em busca de oportunidades de
trabalho.
• Também serve de exemplo a migração para as
regiões Centro-Oeste e Norte, onde o governo
oferecia facilidades econômicas ao migrante que
desejasse recomeçar a vida nessas regiões.
Não existem registros de deslocamentos entre áreas
consideradas periféricas ou ainda de uma dinâmica para
um lugar estagnado. Daí a hipótese de que a mobilidade
da população ocorre motivada por razões capitalistas,
ou seja, os migrantes escolhem como destino lugares
que lhes ofereçam possibilidade de melhorar de vida.
No caso do Brasil, neste período a migração foi con-
siderada positiva porque estava ligada ao crescimento
econômico registrado no país. O Brasil passava por um
período de industrialização, conhecido por substituição
de importação, onde a indústria nacional tinha por obje-
tivo abastecer o mercado interno de produtos que antes
eram importados. Também foi o período da deflagração
do Plano de Metas do governo de Juscelino Kubistchek.
Migração e economia
Saiba Mais
Dica: a música “A Triste
Partida” com Luiz Gonzaga e
composição de Patativa do
Assaré ilustra bem o quadro.
Ouça a música.
Fonte: Disponível em:<
http://letras.terra.com.
br/luiz-gonzaga/#mais-
acessadas/82378 > Acesso em
22 fev. 2012.
24. 24
4.2 A migração como fenômeno ne-
gativo
Com o crescimento das migrações, ocorreu o aumen-
to populacional nos grandes centros, por isso o mercado
tornou-se incapaz de absorver a mão de obra, criando,
então, um amplo contingente de migrantes e subempre-
gados nas periferias das cidades.
Diante do quadro descrito, surge um
movimento inverso identificado como
migração de retorno, onde a população
volta ao seu lugar de origem buscando
trabalho temporário nas áreas de fron-
teira. Tais frentes de trabalho foram
incentivadas pelo poder público como
forma de incrementar a produção nas
áreas periféricas e ocupar a mão de
obra ociosa (BECKER, 2010).
Figura 7: Superpopulação urbana.
Fonte: FILHO, J. B. da. [ et al.] – Ciências Humanas e suas Tecnologias: Histó-
ria, Geografia: Ensino Médio. São Paulo: IBEP, 2005, p.221.
4.2.1 O subemprego x mercado formal
O migrante oriundo das áreas deprimidas pouco con-
tribuem para o crescimento econômico do lugar de ori-
gem, isso porque pelo seu baixo poder aquisitivo ele não
gera aumento na demanda dos produtos industrializa-
dos ofertados no meio urbano e ainda se tornam con-
correntes em relação aos serviços básicos. Quando esses
migrantes executam pequenas atividades, como: servi-
ços domésticos, jardinagem, lavagem de carros e roupas,
Saiba Mais
Dica: a música “Cidadão” com
Zé Ramalho, composição de
Lúcio Barbosa nos dá uma ideia
do que ocorreu. Ouça a música.
Fonte: disponível em: <
http://letras.terra.com.
br/ze-ramalho/#mais-
acessadas/75861 > Acesso em
22 fev. 2012.
25. 25
motoristas, etc., na visão de Singer, (2010) reduz-se a
clientela de empresas prestadoras de tais serviços.
Resumo
Nesta aula aprendemos que:
• A migração está ligada ao capital;
• As pessoas migram em busca de uma vida melhor;
• A indústria fomentou a mobilidade populacional;
• O poder público incentivou a migração como es-
tratégia para dinamizar as áreas estagnadas;
• A migração produz efeitos negativos às áreas ur-
banas e aos migrantes.
Atividades de aprendizagem
1) Por meio da letra da música “Cidadão”, procure
identificar através de imagens a situação de exclusão em
que vive o imigrante nos grandes centros.
Referências
ALMEIDA, M. de. Geografia Global: Geral e do Brasil, Volume
único. São Paulo: Escala Educacional, 2008.
ANDRIGHETTI, Y. Nordeste: Mito & Realidade. São Paulo:
Moderna. 1998, p. 89.
ANTUNES. C. Atlas Geográfico. São Paulo: Scipione, 1997, p. 3.
BECKER, O. M. S. Mobilidade Espacial da População Concei-
tos, Tipologia, Contextos. In: CASTRO, I. E. de; GOMES, P. C.
da.; CORREA, R. L (org.) Explorações Geográficas: Percursos
no Fim do século. Editora Bertrand Brasil, 2010 p. 319-362.
FILHO, J. B. da. [et al.] – Ciências Humanas e suas Tecnologias:
História, Geografia: Ensino Médio. São Paulo: IBEP, 2005.
SINGER, P. Migrações Internas: Considerações Teóricas sobre
seu Estudo. IN: SINGER, P. Economia Política da Urbanização.
São Paulo: Contexto. 2010.p.29-62.
26. 26
Currículosdosprofessoresconteudistas
Cármen Cássia Velloso e Silva
Graduada em Geografia pela Unimontes. Especialista
em Geografia Regional do Brasil e de Minas Gerais pela
Unimontes e mestre em Educação pela Universidade do
Vale do Rio Verde. Professora do departamento de Geo-
ciências- Unimontes.
Maria Tereza Alves Pereira
Graduada em Geografia pela Unimontes. Pós gradu-
ada em Geografia Regional do Brasil e de Minas Gerais
pela Unimontes. Professora de Geografia da educação
básica na rede estadual.