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A HISTÓRIA DO NOVO SINDICALISMO NO BRASIL E SUA EVOLUÇÃO DESDE A DÉCADA DE 80.
INTRODUÇÃO    No presente trabalho será tratada a história do sindicalismo no Brasil, sua evolução desde a década de 80 até os dias atuais. O aumento de poder do capital, em virtude do excedente de mão-de-obra, deixou bastante vulnerável o trabalhador, visto que este ficou a mercê da vontade do capitalista, pois este começou a reduzir os salários e aumentar a carga horária de trabalho à medida que almejava mais lucro, sem, no entanto nenhum constrangimento, pois havia muitos trabalhadores desempregados que poderiam substituir a mão-de-obra de algum trabalhador que eventualmente pudesse não concordar com tais imposições. 	Na contra mão destes fatos, surgiu o movimento sindical, buscando garantir salários no mínimo suficientes para a subsistência do trabalhador. 	Norteia-se este trabalho a partir da definição de sindicalismo dada por ANTUNES (199?, p.14) "sindicatos são, portanto, associações criadas pelos operários para sua própria segurança, para a defesa contra a usurpação incessante do capitalista, para manutenção de um salário digno e de uma jornada de trabalho menos extenuante".
É fundamental entender e pesquisar o movimento sindicalista, pois se pensa que o sindicalismo eficiente, que consegue de fato melhorias nas condições de vida e trabalho dos trabalhadores, só pode ser alcançado se os mais diversos aspectos do sindicalismo forem entendidos. É importante entender a evolução do sindicalismo no Brasil após a década de 80, buscando a compreensão das vertentes do mesmo, para descrever sua história e contribuição à classe trabalhadora no Brasil. Este trabalho visa resolver o seguinte problema de pesquisa: entender a atuação dos sindicatos na classe trabalhadora brasileira durante a década de 80 até atualmente. Para responder ao problema de pesquisa, estabelece-se como objetivo geral deste estudo, descrever atuação dos sindicatos na classe trabalhadora brasileira durante a década de 80 até atualmente. Para ajudar a responder ao objetivo geral, traçam-se os seguintes objetivos específicos:
- verificar a relação dos sindicatos com os governos pertinentes à época pesquisada. -descrever os desafios do sindicalismo atual no neoliberalismo e na globalização. O presente trabalho poderá ser utilizado posteriormente por outros que desejarem um maior aprofundamento do tema, visto que nas últimas décadas o mercado de trabalho tanto no Brasil quanto no mundo tornou-se mais flexível, as novas formas precárias de trabalho e os novos modos de produção tem alterado cada vez mais as relações entre a classe detentora dos meios de produção e a classe dos trabalhadores. O movimento sindical brasileiro em sua trajetória passou por diversos momentos tanto de grandes conquistas como de algumas derrotas.
REFERENCIAL TEÓRICO    Como referencial teórico será utilizado conceitos como sindicalismo, novo sindicalismo, neoliberalismo, globalização e alguns conceitos pertinentes ao tema que embasarão a descrição do tema proposto no início deste trabalho.
Alves (2002, p 74) postula que no Brasil                         a “década neoliberal” teve inicio com uma profunda recessão decorrente do Plano Collor I. Em fevereiro de 1990, a economia brasileira dói atingida pelos fracassados Planos de estabilização do Brasil Novo, os planos Collor I e II, que conduziram o paiz a uma profunda recessão (1990-1992), com o PIB acusando uma queda acumulada de quase 10% entre 1990 e 1992. Comprometido com a política neoliberal, Collor de Mello deu início à abertura comercial, via eliminação de barreiras não-tarifárias às compras externas e progressiva redução das alíquotas de importação. Cabe salientar que essa estratégia teve início quase no apagar das luzes do governo Sarney em 1988, sendo mantido pelo governo Collor e aprofundado e 1994, antecipando os acordos fixados o âmbito do MErcosul, rumo à adoção da Tarifa Externa Comum e aderindo aos requisitos definidos pelos movimentos pró liberalização comercial da OMC (Organização Mundial do Comércio).                                                                                                                       
Os desafios do sindicalismo atual no neoliberalismo e na globalização.    Com o processo de integração mundial iniciado a partir dos anos oitenta denominado de globalização e os governos brasileiros neoliberais na década de noventa o sindicalismo brasileiro entrou num momento de profundas transformações em todos os seus contextos. A nova etapa de mundialização do capital e a conseqüente alteração das relações de trabalho desvirtuaram de forma substancial a maneira de atuação dos sindicatos nas relações trabalhistas. A década de noventa é a da inserção subalterna do Brasil na mundialização do capital por meio de políticas neoliberais que acentuaram a lógica destrutiva do capital no país. (ALVES, 2002)
O desemprego e a terceirização acabaram com as bases no movimento sindical no Brasil e a principal central sindical do país, a CUT acabou perdendo seu poder de negociação, pois, A CUT, perdeu seu cariz socialista e de confronto de classe, assumindo cada vez mais estratégias sindicais propositivas no interior da ordem do capital. (ANTUNES, 2006, p.465). Além desses fatores podemos também citar a descentralização das negociações coletivas do trabalho e a atual acomodação das ações sindicais encontra reflexo na classe trabalhadora devido às mudanças na gestão produtiva principalmente nas grandes corporações (POCHMANN, 2005). Principalmente a partir do Plano Real em 1994 surgem as formas de negociações coletivas de trabalho, ou seja, a descentralização das negociações coletivas onde os sindicatos tornaram-se incapaz de realizar greves por categoria, pois as negociações são descentralizadas e por empresa (ANTUNES, 2006, p.467).
Nos países de primeiro mundo como Estados Unidos, Europa a utilização de novas tecnologias não tem ajudado na redução da jornada de trabalho e nos países quem tem sofrido maior influência do neoliberalismo como Brasil e Argentina, por exemplo, são os países onde mais se trabalha. Os sindicatos de cariz corporativista sem reação à ofensiva do capital não tem conseguido superar o processo de descentralização produtiva, terceirização e precarização do trabalho onde os trabalhadores não conseguem enfrentar o poder do governo e do patronato. Se por um lado convivemos com um mito de que o brasileiro é “preguiçoso”, mas na verdade possuímos uma das maiores jornadas de trabalho do planeta. (SOARES, 2005, p. 241-242)
afirma (ANTUNES,2006 ):                    “tal como o neoliberalismo, ela atinge a base da mobilização sindical, pois tende, através das inovações tecnológicas, a “enxugar” as plantas industriais e a criar, através da terceirização, um amplo mundo do trabalho precário, de prestadores de serviços e de empresas subcontratadas”.Como podemos observar o sindicalismo brasileiro no decorrer das décadas de 1990 e 2000 passou a enfrentar grandes dificuldades e desafios com o advento do neoliberalismo dos governos dessas décadas e da nova forma de reestruturação do trabalho.  
A CUT e as lutas sociais dos trabalhadores frente aos governos desde a década de 80   A CUT (Central Únicados Trabalhadores), distintos de líderes, uns defendiam o sindicalismo combativo sem ilusão a pactos com os patrões, outros eram chamados de pelegos, acusados de serem inimigos da classe operária, tendo interesses obscuros e ligações com empresários.  
segundo Giannotti (2007 p. 235 )                  foi um ano decisivo para o sindicalismo brasileiro, a greve da Scania Vabis, em São Bernardo do Campo na Grande São Paulo, coordenada pela diretoria do Sindicatos dos Metalúrgicos, deu um efeito dominó, duas semanas após, as greves chegam à capital paulista, espalhando rapidamente com a articulação de outros sindicatos para o restante do país.    
No final da década de 70, a economia do país estava em decadência: Dívida externa era gigante, greves pipocavam por todo o país, clamor generalizado de organizações internacionais   A Ditadura perde a força, a classe operária começa a ter algumas vitórias, retorno de exilados políticos e criação de partidos políticos. As centenas de greves dos anos de 1978, 1979, e 1980 mostram a necessidade da criação de um grande e sindicato, assim a ideia de criação da CUT   Em 28 de agosto de 1983 é criada a CUT - influência do PT, abrigava filiados do PDT, PSB, PMDB e PCB. Os pelegos retiram-se   Em 1984 uma emenda que propunha a eleição direta, é derrotada.   Em 1985 o Colégio Eleitoral elege de forma indireta dois políticos ligados aos militares e empresários, Tancredo Neves e o vice José Sarney
SARNEY 15 DE MARÇO DE 1985 ATÉ 15 DE MARÇO DE 1990   Profundas crises, arrocho salarial, inflação incontrolável, criação do Plano Cruzado, que fracassou com a inflação chegando a 800% ao ano.   Cria-se o plano Cruzado II, que mais adiante há uma nova explosão de preços com a inflação chegando a 1900% ao ano (158,3% ao mês).   Sarney trouxe consigo algumas liberdades importantes, para os sindicatos, caem a maioria das proibições das legislações impostas pela Ditadura.    A constituição não alterou uma vírgula da legislação que regia a propriedade da terra.   A CUT se recusou a apoiar a constituição, por ter sido tão conservadora.   Começo da onda neoliberal, demissões de funcionários públicos e privatização de estatais.
FERNANDO COLLOR E ITAMAR FRANCO: 15 DE MARÇO DE 1990 ATÉ JANEIRO DE 1995   Collor mostrava-se para as massas miseráveis como “Caçador de Marajás”   Ao lado de Collor, está a direita assumida, destacando-se: FIESP, Organizações Globo e Grupo Abril. Collor é eleito com 53% dos votos.   Começa projeto neoliberal com o anúncio do “Plano Collor”, confiscando a poupança, congelamento dos salários. Passa-se, sob aplausos da mídia, a aplicação do projeto em sua totalidade.    O dogma central: redução dos gastos públicos nas áreas da saúde, educação e serviços públicos, abertura para o capital estrangeiro, fim das tarifas alfandegárias sobre a importação, privatização dos serviços públicos, dentre outras.   Alguns setores da Central saem imediata às ruas. Dois meses após a posse do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Brasília aparece a faixa “Fora Collor” que toma o país.   Um impeachment é aberto em maio de 1992, Collor foi abandonado por quase todas as forças sociais, apenas a FIESP e a Força Sindical ousaram em defendê-lo abertamente.   Collor cai e Itamar Franco, seu vice, assume a presidência tornando FHC ministro da Fazenda, abrindo caminho para prosseguir o projeto neoliberal.   A burguesia não consegue alguém que possa vencer Lula e seu projeto, a classe dominante escolhe FHC, a partir dessa escolha, é montada uma operação em plena campanha eleitoral que visava garantir a qualquer preço sua vitória.    FHC então ministro da Fazenda, pega emprestado 20 bilhões de dólares do FMI, capaz de salvar as finanças do governo, lançado bases para uma nova moeda, que garantiria baixíssima inflação e congelamento dos salários.   No dia da eleição, Lula e o PT ainda não tinham um projeto claro e convincente, FHC vence no primeiro turno.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: 1 DE JANEIRO DE 1995 ATÉ JANEIRO DE 2003   Aceleração grande do neoliberalismo com sucateamento do setor público, privatizações e pretensões de mudanças na Constituição de 1988.   Sucatear para privatizar – palavra chave   Há poucas manifestações, no entanto, as greves do setor público aumentaram;   Greves no setor privado se tornaram cada vez mais raras. Dentro da CUT havia a discussão se a falta de greve seria pela nova política da Central, que priorizava a negociação ao confronto.   Privatização das grandes estatais, a Vale do Rio Doce por 3,4 bilhões de dólares, somente as reservas do Pará eram avaliadas em 150 bilhões de dólares.   Estudo da ONU com o Banco Mundial aponta o Brasil como o vice-campeão em desigualdade social no mundo.   FHC é reeleito com uma emenda na constituição, a campanha não empolga esquerdistas ou petistas, tenta-se completar o projeto neoliberal, dentre elas: a Reforma Trabalhista, ao qual valia mais o negociado que o legislado.   Em 2001, o projeto de FHC começa a entrar em uma profunda crise. Com o resultado das privatizações que duravam quase 10 anos. O país sofre com uma grave crise de energia.   A insatisfação crescente com o desemprego e com essa crise torna-se explosiva, as greves do setor público se avolumam por quase oito anos sem aumento e contra a retirada sistemática de direitos, durante mais de cem dias professores, funcionários administrativos das 52 universidades federais do país e das escolas técnicas ficaram paralisados.    Na época da flexibilização de direitos, em todos os canais de televisão acontece um assédio moral declarado nunca visto anteriormente, defendendo o fim dos direitos trabalhistas, há uma invasão de dez em dez minutos da Força Sindical na televisão.
Giannotti (2007, p. 293 )               aponta que a Vale do Rio Doce foi vendida a preço de banana, 3,4 bilhões de dólares, somente as reservas do Pará eram avaliadas em 150 bilhões de dólares, aos olhos da oposição e dos movimentos populares, contra essa entrega. Enquanto isso, um estudo da Organizações das Nações Unidas (ONU) com o Banco Mundial, aponta o Brasil como o vice-campeão em desigualdade social no mundo.  
segundo Giannotti (2007, p. 301 )                    em todos os canais de televisão acontece um assédio moral declarado nunca visto anteriormente defendendo o fim dos direitos trabalhistas, há uma invasão de dez em dez minutos da Força Sindical na televisão, defendendo tal flexibilização, a burguesia, portanto, tentava de todo modo que a lei fosse agarrada pela opinião pública, no entanto, tal proposta é retirada da pauta de aprovação, deixando para o próximo presidente a respectiva decisão.  
A atuação dos sindicatos na classe trabalhadora brasileira durante a década de 80 até atualmente  O movimento sindical brasileiro teve uma intensa participação no processo de transição política e reorganização sindical. Pode ser divida em dois momentos: O primeiro refere-se ao período de luta contra a ditadura militar e pela democratização do País. No segundo, questões como o desemprego, trabalho informal e novas tecnologias passam a desafiar as políticas e formas de ação do movimento sindical.
Década  de 80    Expansão significativa dos trabalhadores assalariados médios; Constituição de inúmeras associações sindicais e profissionais; Vivenciou-se o pipocar de inúmeras greves de professores, funcionários públicos, médicos, bancários, trabalhadores em serviço; No mundo rural, o avanço também foi muito expressivo, aumentando a organização e resistência dos trabalhadores do campo.
Década de 90   Marcada por muitos embates, ações e transformações;  O sindicalismo brasileiro tendeu a enfrentar imensas dificuldades por causa da ofensiva neoliberal e da desestruturação do trabalho;  O desemprego e a terceirização fulminaram as bases sindicais; Queda do número de greves.  
Número de greves, grevistas, e média de trabalhadores por greve 1992-1997
segundo Almeida (2001, p. 98 ):                 a estabilidade da moeda foi enaltecida como o grande patrimônio a ser defendido e a “modernidade” o objetivo a ser perseguido, mesmo que às custas do desemprego, do aumento da informalidade no mercado de trabalho e da miséria da maioria da população, do retorno de doenças já erradicadas e da total dependência do capital estrangeiro.    
     É importante destacar que, a introdução de novas tecnologias de produção e gestão da mão-de-obra, aliada à migração de plantas produtivas para novos pólos econômicos às custas de isenções fiscais e eliminação de direitos trabalhistas e a criação de mercados regionais, como o MERCOSUL, trouxeram para o movimento sindical a necessidade de ampliar sua agenda de ação e rever suas formas de atuação. (Almeida, 2001).        Destaca-se a questão do desemprego como o maior desafio para o movimento sindical. A taxa nos centros urbanos brasileiros chegou a atingir percentuais próximos a 20% da força de trabalho. Os governos tentam vender a idéia de que o próprio trabalhador, por sua baixa qualificação e os direitos trabalhistas, é o responsável pelo desemprego, mas as principais causas são as políticas econômicas e o processo de reestruturação produtiva. (Almeida, 2001, p. 100).
CONSIDERAÇÕES FINAIS       Um dos grandes desafios do movimento sindical ou do sindicalismo no Brasil nos dias atuais é de não se tornar um movimento subalterno em meio às constantes mudanças nas diversas formas cada vez maior de precarização do trabalho e descentralização produtiva. Os novos processos produtivos surgidos com o neoliberalismo e o advento da globalização tornaram maior o desejo de lucro por parte dos detentores dos meios de produção. O movimento sindical como podemos observar sempre foi o instrumento de luta dos trabalhadores tanto do Brasil quanto do mundo, movimento que não deve perder seu caráter de luta para uma sociedade mais justa.
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  • 1. A HISTÓRIA DO NOVO SINDICALISMO NO BRASIL E SUA EVOLUÇÃO DESDE A DÉCADA DE 80.
  • 2. INTRODUÇÃO    No presente trabalho será tratada a história do sindicalismo no Brasil, sua evolução desde a década de 80 até os dias atuais. O aumento de poder do capital, em virtude do excedente de mão-de-obra, deixou bastante vulnerável o trabalhador, visto que este ficou a mercê da vontade do capitalista, pois este começou a reduzir os salários e aumentar a carga horária de trabalho à medida que almejava mais lucro, sem, no entanto nenhum constrangimento, pois havia muitos trabalhadores desempregados que poderiam substituir a mão-de-obra de algum trabalhador que eventualmente pudesse não concordar com tais imposições. Na contra mão destes fatos, surgiu o movimento sindical, buscando garantir salários no mínimo suficientes para a subsistência do trabalhador. Norteia-se este trabalho a partir da definição de sindicalismo dada por ANTUNES (199?, p.14) "sindicatos são, portanto, associações criadas pelos operários para sua própria segurança, para a defesa contra a usurpação incessante do capitalista, para manutenção de um salário digno e de uma jornada de trabalho menos extenuante".
  • 3. É fundamental entender e pesquisar o movimento sindicalista, pois se pensa que o sindicalismo eficiente, que consegue de fato melhorias nas condições de vida e trabalho dos trabalhadores, só pode ser alcançado se os mais diversos aspectos do sindicalismo forem entendidos. É importante entender a evolução do sindicalismo no Brasil após a década de 80, buscando a compreensão das vertentes do mesmo, para descrever sua história e contribuição à classe trabalhadora no Brasil. Este trabalho visa resolver o seguinte problema de pesquisa: entender a atuação dos sindicatos na classe trabalhadora brasileira durante a década de 80 até atualmente. Para responder ao problema de pesquisa, estabelece-se como objetivo geral deste estudo, descrever atuação dos sindicatos na classe trabalhadora brasileira durante a década de 80 até atualmente. Para ajudar a responder ao objetivo geral, traçam-se os seguintes objetivos específicos:
  • 4. - verificar a relação dos sindicatos com os governos pertinentes à época pesquisada. -descrever os desafios do sindicalismo atual no neoliberalismo e na globalização. O presente trabalho poderá ser utilizado posteriormente por outros que desejarem um maior aprofundamento do tema, visto que nas últimas décadas o mercado de trabalho tanto no Brasil quanto no mundo tornou-se mais flexível, as novas formas precárias de trabalho e os novos modos de produção tem alterado cada vez mais as relações entre a classe detentora dos meios de produção e a classe dos trabalhadores. O movimento sindical brasileiro em sua trajetória passou por diversos momentos tanto de grandes conquistas como de algumas derrotas.
  • 5. REFERENCIAL TEÓRICO    Como referencial teórico será utilizado conceitos como sindicalismo, novo sindicalismo, neoliberalismo, globalização e alguns conceitos pertinentes ao tema que embasarão a descrição do tema proposto no início deste trabalho.
  • 6. Alves (2002, p 74) postula que no Brasil    a “década neoliberal” teve inicio com uma profunda recessão decorrente do Plano Collor I. Em fevereiro de 1990, a economia brasileira dói atingida pelos fracassados Planos de estabilização do Brasil Novo, os planos Collor I e II, que conduziram o paiz a uma profunda recessão (1990-1992), com o PIB acusando uma queda acumulada de quase 10% entre 1990 e 1992. Comprometido com a política neoliberal, Collor de Mello deu início à abertura comercial, via eliminação de barreiras não-tarifárias às compras externas e progressiva redução das alíquotas de importação. Cabe salientar que essa estratégia teve início quase no apagar das luzes do governo Sarney em 1988, sendo mantido pelo governo Collor e aprofundado e 1994, antecipando os acordos fixados o âmbito do MErcosul, rumo à adoção da Tarifa Externa Comum e aderindo aos requisitos definidos pelos movimentos pró liberalização comercial da OMC (Organização Mundial do Comércio).  
  • 7. Os desafios do sindicalismo atual no neoliberalismo e na globalização.    Com o processo de integração mundial iniciado a partir dos anos oitenta denominado de globalização e os governos brasileiros neoliberais na década de noventa o sindicalismo brasileiro entrou num momento de profundas transformações em todos os seus contextos. A nova etapa de mundialização do capital e a conseqüente alteração das relações de trabalho desvirtuaram de forma substancial a maneira de atuação dos sindicatos nas relações trabalhistas. A década de noventa é a da inserção subalterna do Brasil na mundialização do capital por meio de políticas neoliberais que acentuaram a lógica destrutiva do capital no país. (ALVES, 2002)
  • 8. O desemprego e a terceirização acabaram com as bases no movimento sindical no Brasil e a principal central sindical do país, a CUT acabou perdendo seu poder de negociação, pois, A CUT, perdeu seu cariz socialista e de confronto de classe, assumindo cada vez mais estratégias sindicais propositivas no interior da ordem do capital. (ANTUNES, 2006, p.465). Além desses fatores podemos também citar a descentralização das negociações coletivas do trabalho e a atual acomodação das ações sindicais encontra reflexo na classe trabalhadora devido às mudanças na gestão produtiva principalmente nas grandes corporações (POCHMANN, 2005). Principalmente a partir do Plano Real em 1994 surgem as formas de negociações coletivas de trabalho, ou seja, a descentralização das negociações coletivas onde os sindicatos tornaram-se incapaz de realizar greves por categoria, pois as negociações são descentralizadas e por empresa (ANTUNES, 2006, p.467).
  • 9. Nos países de primeiro mundo como Estados Unidos, Europa a utilização de novas tecnologias não tem ajudado na redução da jornada de trabalho e nos países quem tem sofrido maior influência do neoliberalismo como Brasil e Argentina, por exemplo, são os países onde mais se trabalha. Os sindicatos de cariz corporativista sem reação à ofensiva do capital não tem conseguido superar o processo de descentralização produtiva, terceirização e precarização do trabalho onde os trabalhadores não conseguem enfrentar o poder do governo e do patronato. Se por um lado convivemos com um mito de que o brasileiro é “preguiçoso”, mas na verdade possuímos uma das maiores jornadas de trabalho do planeta. (SOARES, 2005, p. 241-242)
  • 10. afirma (ANTUNES,2006 ): “tal como o neoliberalismo, ela atinge a base da mobilização sindical, pois tende, através das inovações tecnológicas, a “enxugar” as plantas industriais e a criar, através da terceirização, um amplo mundo do trabalho precário, de prestadores de serviços e de empresas subcontratadas”.Como podemos observar o sindicalismo brasileiro no decorrer das décadas de 1990 e 2000 passou a enfrentar grandes dificuldades e desafios com o advento do neoliberalismo dos governos dessas décadas e da nova forma de reestruturação do trabalho.  
  • 11. A CUT e as lutas sociais dos trabalhadores frente aos governos desde a década de 80   A CUT (Central Únicados Trabalhadores), distintos de líderes, uns defendiam o sindicalismo combativo sem ilusão a pactos com os patrões, outros eram chamados de pelegos, acusados de serem inimigos da classe operária, tendo interesses obscuros e ligações com empresários.  
  • 12. segundo Giannotti (2007 p. 235 ) foi um ano decisivo para o sindicalismo brasileiro, a greve da Scania Vabis, em São Bernardo do Campo na Grande São Paulo, coordenada pela diretoria do Sindicatos dos Metalúrgicos, deu um efeito dominó, duas semanas após, as greves chegam à capital paulista, espalhando rapidamente com a articulação de outros sindicatos para o restante do país.    
  • 13. No final da década de 70, a economia do país estava em decadência: Dívida externa era gigante, greves pipocavam por todo o país, clamor generalizado de organizações internacionais   A Ditadura perde a força, a classe operária começa a ter algumas vitórias, retorno de exilados políticos e criação de partidos políticos. As centenas de greves dos anos de 1978, 1979, e 1980 mostram a necessidade da criação de um grande e sindicato, assim a ideia de criação da CUT   Em 28 de agosto de 1983 é criada a CUT - influência do PT, abrigava filiados do PDT, PSB, PMDB e PCB. Os pelegos retiram-se   Em 1984 uma emenda que propunha a eleição direta, é derrotada.   Em 1985 o Colégio Eleitoral elege de forma indireta dois políticos ligados aos militares e empresários, Tancredo Neves e o vice José Sarney
  • 14. SARNEY 15 DE MARÇO DE 1985 ATÉ 15 DE MARÇO DE 1990   Profundas crises, arrocho salarial, inflação incontrolável, criação do Plano Cruzado, que fracassou com a inflação chegando a 800% ao ano.   Cria-se o plano Cruzado II, que mais adiante há uma nova explosão de preços com a inflação chegando a 1900% ao ano (158,3% ao mês).   Sarney trouxe consigo algumas liberdades importantes, para os sindicatos, caem a maioria das proibições das legislações impostas pela Ditadura.   A constituição não alterou uma vírgula da legislação que regia a propriedade da terra.   A CUT se recusou a apoiar a constituição, por ter sido tão conservadora.   Começo da onda neoliberal, demissões de funcionários públicos e privatização de estatais.
  • 15. FERNANDO COLLOR E ITAMAR FRANCO: 15 DE MARÇO DE 1990 ATÉ JANEIRO DE 1995   Collor mostrava-se para as massas miseráveis como “Caçador de Marajás”   Ao lado de Collor, está a direita assumida, destacando-se: FIESP, Organizações Globo e Grupo Abril. Collor é eleito com 53% dos votos.   Começa projeto neoliberal com o anúncio do “Plano Collor”, confiscando a poupança, congelamento dos salários. Passa-se, sob aplausos da mídia, a aplicação do projeto em sua totalidade.   O dogma central: redução dos gastos públicos nas áreas da saúde, educação e serviços públicos, abertura para o capital estrangeiro, fim das tarifas alfandegárias sobre a importação, privatização dos serviços públicos, dentre outras.   Alguns setores da Central saem imediata às ruas. Dois meses após a posse do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Brasília aparece a faixa “Fora Collor” que toma o país.   Um impeachment é aberto em maio de 1992, Collor foi abandonado por quase todas as forças sociais, apenas a FIESP e a Força Sindical ousaram em defendê-lo abertamente.   Collor cai e Itamar Franco, seu vice, assume a presidência tornando FHC ministro da Fazenda, abrindo caminho para prosseguir o projeto neoliberal.   A burguesia não consegue alguém que possa vencer Lula e seu projeto, a classe dominante escolhe FHC, a partir dessa escolha, é montada uma operação em plena campanha eleitoral que visava garantir a qualquer preço sua vitória.   FHC então ministro da Fazenda, pega emprestado 20 bilhões de dólares do FMI, capaz de salvar as finanças do governo, lançado bases para uma nova moeda, que garantiria baixíssima inflação e congelamento dos salários.   No dia da eleição, Lula e o PT ainda não tinham um projeto claro e convincente, FHC vence no primeiro turno.
  • 16. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: 1 DE JANEIRO DE 1995 ATÉ JANEIRO DE 2003   Aceleração grande do neoliberalismo com sucateamento do setor público, privatizações e pretensões de mudanças na Constituição de 1988.   Sucatear para privatizar – palavra chave   Há poucas manifestações, no entanto, as greves do setor público aumentaram;   Greves no setor privado se tornaram cada vez mais raras. Dentro da CUT havia a discussão se a falta de greve seria pela nova política da Central, que priorizava a negociação ao confronto.   Privatização das grandes estatais, a Vale do Rio Doce por 3,4 bilhões de dólares, somente as reservas do Pará eram avaliadas em 150 bilhões de dólares.   Estudo da ONU com o Banco Mundial aponta o Brasil como o vice-campeão em desigualdade social no mundo.   FHC é reeleito com uma emenda na constituição, a campanha não empolga esquerdistas ou petistas, tenta-se completar o projeto neoliberal, dentre elas: a Reforma Trabalhista, ao qual valia mais o negociado que o legislado.   Em 2001, o projeto de FHC começa a entrar em uma profunda crise. Com o resultado das privatizações que duravam quase 10 anos. O país sofre com uma grave crise de energia.   A insatisfação crescente com o desemprego e com essa crise torna-se explosiva, as greves do setor público se avolumam por quase oito anos sem aumento e contra a retirada sistemática de direitos, durante mais de cem dias professores, funcionários administrativos das 52 universidades federais do país e das escolas técnicas ficaram paralisados.   Na época da flexibilização de direitos, em todos os canais de televisão acontece um assédio moral declarado nunca visto anteriormente, defendendo o fim dos direitos trabalhistas, há uma invasão de dez em dez minutos da Força Sindical na televisão.
  • 17. Giannotti (2007, p. 293 ) aponta que a Vale do Rio Doce foi vendida a preço de banana, 3,4 bilhões de dólares, somente as reservas do Pará eram avaliadas em 150 bilhões de dólares, aos olhos da oposição e dos movimentos populares, contra essa entrega. Enquanto isso, um estudo da Organizações das Nações Unidas (ONU) com o Banco Mundial, aponta o Brasil como o vice-campeão em desigualdade social no mundo.  
  • 18. segundo Giannotti (2007, p. 301 ) em todos os canais de televisão acontece um assédio moral declarado nunca visto anteriormente defendendo o fim dos direitos trabalhistas, há uma invasão de dez em dez minutos da Força Sindical na televisão, defendendo tal flexibilização, a burguesia, portanto, tentava de todo modo que a lei fosse agarrada pela opinião pública, no entanto, tal proposta é retirada da pauta de aprovação, deixando para o próximo presidente a respectiva decisão.  
  • 19. A atuação dos sindicatos na classe trabalhadora brasileira durante a década de 80 até atualmente  O movimento sindical brasileiro teve uma intensa participação no processo de transição política e reorganização sindical. Pode ser divida em dois momentos: O primeiro refere-se ao período de luta contra a ditadura militar e pela democratização do País. No segundo, questões como o desemprego, trabalho informal e novas tecnologias passam a desafiar as políticas e formas de ação do movimento sindical.
  • 20. Década  de 80    Expansão significativa dos trabalhadores assalariados médios; Constituição de inúmeras associações sindicais e profissionais; Vivenciou-se o pipocar de inúmeras greves de professores, funcionários públicos, médicos, bancários, trabalhadores em serviço; No mundo rural, o avanço também foi muito expressivo, aumentando a organização e resistência dos trabalhadores do campo.
  • 21. Década de 90   Marcada por muitos embates, ações e transformações; O sindicalismo brasileiro tendeu a enfrentar imensas dificuldades por causa da ofensiva neoliberal e da desestruturação do trabalho; O desemprego e a terceirização fulminaram as bases sindicais; Queda do número de greves.  
  • 22. Número de greves, grevistas, e média de trabalhadores por greve 1992-1997
  • 23. segundo Almeida (2001, p. 98 ): a estabilidade da moeda foi enaltecida como o grande patrimônio a ser defendido e a “modernidade” o objetivo a ser perseguido, mesmo que às custas do desemprego, do aumento da informalidade no mercado de trabalho e da miséria da maioria da população, do retorno de doenças já erradicadas e da total dependência do capital estrangeiro.    
  • 24. É importante destacar que, a introdução de novas tecnologias de produção e gestão da mão-de-obra, aliada à migração de plantas produtivas para novos pólos econômicos às custas de isenções fiscais e eliminação de direitos trabalhistas e a criação de mercados regionais, como o MERCOSUL, trouxeram para o movimento sindical a necessidade de ampliar sua agenda de ação e rever suas formas de atuação. (Almeida, 2001).   Destaca-se a questão do desemprego como o maior desafio para o movimento sindical. A taxa nos centros urbanos brasileiros chegou a atingir percentuais próximos a 20% da força de trabalho. Os governos tentam vender a idéia de que o próprio trabalhador, por sua baixa qualificação e os direitos trabalhistas, é o responsável pelo desemprego, mas as principais causas são as políticas econômicas e o processo de reestruturação produtiva. (Almeida, 2001, p. 100).
  • 25. CONSIDERAÇÕES FINAIS   Um dos grandes desafios do movimento sindical ou do sindicalismo no Brasil nos dias atuais é de não se tornar um movimento subalterno em meio às constantes mudanças nas diversas formas cada vez maior de precarização do trabalho e descentralização produtiva. Os novos processos produtivos surgidos com o neoliberalismo e o advento da globalização tornaram maior o desejo de lucro por parte dos detentores dos meios de produção. O movimento sindical como podemos observar sempre foi o instrumento de luta dos trabalhadores tanto do Brasil quanto do mundo, movimento que não deve perder seu caráter de luta para uma sociedade mais justa.