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Esta revista é gratuita, sendo proibido qualquer tipo de comercialização de seus artigos sem autorização dos
respectivos autores.
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SUMÁRIO
BIOGRAFIAS
Anthony LeahyAnthony LeahyAnthony LeahyAnthony Leahy ................................................................................................................................................................37
Átila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José Borges ....................................................................................................................................................13
Celito MedeirosCelito MedeirosCelito MedeirosCelito Medeiros ............................................................................................................................................................49
Chloris Casagrande JustenChloris Casagrande JustenChloris Casagrande JustenChloris Casagrande Justen ....................................................................................25
Cícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz Lopes ........................................................................................28
Cleonice BerardinelliCleonice BerardinelliCleonice BerardinelliCleonice Berardinelli ............................................................................................................................48
Emílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de Meneses ............................................................................................................................................9
Francisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke Pimpão ............................................................................................................61
Franklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras Lopes ....................................................................................................................................11
Galdino AndradeGaldino AndradeGaldino AndradeGaldino Andrade ....................................................................................................................................................29
Genolino AmadoGenolino AmadoGenolino AmadoGenolino Amado ........................................................................................................................................................36
Humberto del MaestroHumberto del MaestroHumberto del MaestroHumberto del Maestro ....................................................................................................................30
José UJosé UJosé UJosé Usan Torres Brandãosan Torres Brandãosan Torres Brandãosan Torres Brandão ........................................................................................1
Laé de SouzaLaé de SouzaLaé de SouzaLaé de Souza ............................................................................................................................................................................24
Lou de OlivierLou de OlivierLou de OlivierLou de Olivier ........................................................................................................................................................................42
Olga AgulhonOlga AgulhonOlga AgulhonOlga Agulhon ........................................................................................................................................................................21
Paulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo Leminski ............................................................................................................................................................12
Rodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia Lopes ........................................................................................................................33
Tobias BarretoTobias BarretoTobias BarretoTobias Barreto ....................................................................................................................................................................46
Túlio VargasTúlio VargasTúlio VargasTúlio Vargas ................................................................................................................................................................................2
Vânia MariVânia MariVânia MariVânia Maria de Souza Ennesa de Souza Ennesa de Souza Ennesa de Souza Ennes ........................................................................18
CONCURSOS COM INSCRIÇÕES ABERTAS
4º Concurso Literário Guemanisse de4º Concurso Literário Guemanisse de4º Concurso Literário Guemanisse de4º Concurso Literário Guemanisse de
Minicontos e HaicaisMinicontos e HaicaisMinicontos e HaicaisMinicontos e Haicais ............................................................................................................................51
6º Prêmio Barco a Vapor de Literatura6º Prêmio Barco a Vapor de Literatura6º Prêmio Barco a Vapor de Literatura6º Prêmio Barco a Vapor de Literatura
Infantil e Juvenil 2010Infantil e Juvenil 2010Infantil e Juvenil 2010Infantil e Juvenil 2010 ................................................................................................................57
51º Jogos Florais de Nova Friburgo51º Jogos Florais de Nova Friburgo51º Jogos Florais de Nova Friburgo51º Jogos Florais de Nova Friburgo ....................................50
II Concurso de Trova Cidade PoesiaII Concurso de Trova Cidade PoesiaII Concurso de Trova Cidade PoesiaII Concurso de Trova Cidade Poesia ................................50
Concurso Internacional de Literatura 2010Concurso Internacional de Literatura 2010Concurso Internacional de Literatura 2010Concurso Internacional de Literatura 2010
da UBEda UBEda UBEda UBE----RJRJRJRJ ........................................................................................................................................................................................56
Concurso Nacional de Poesia de Mogi dasConcurso Nacional de Poesia de Mogi dasConcurso Nacional de Poesia de Mogi dasConcurso Nacional de Poesia de Mogi das
CruzesCruzesCruzesCruzes ....................................................................................................................................................................................................................50
Jogos Florais de Cambuci/RJJogos Florais de Cambuci/RJJogos Florais de Cambuci/RJJogos Florais de Cambuci/RJ –––– 2010201020102010 ............................52
Jogos Florais UBT Seccional MéridaJogos Florais UBT Seccional MéridaJogos Florais UBT Seccional MéridaJogos Florais UBT Seccional Mérida ––––
VenezuelaVenezuelaVenezuelaVenezuela ................................................................................................................................................................................................50
Prêmio Jornal Cruzeiro do Sul de LiteraturaPrêmio Jornal Cruzeiro do Sul de LiteraturaPrêmio Jornal Cruzeiro do Sul de LiteraturaPrêmio Jornal Cruzeiro do Sul de Literatura
....................................................................................................................................................................................................................................................................53
Prêmios Literários Cidade de RecifePrêmios Literários Cidade de RecifePrêmios Literários Cidade de RecifePrêmios Literários Cidade de Recife ................................51
ENTREVISTA
Entrevista com o Editor do Instituto MemóriaEntrevista com o Editor do Instituto MemóriaEntrevista com o Editor do Instituto MemóriaEntrevista com o Editor do Instituto Memória
de Curitiba, Anthony Leahyde Curitiba, Anthony Leahyde Curitiba, Anthony Leahyde Curitiba, Anthony Leahy ................................................................................37
ESTANTE DE LIVROS
Átila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José Borges
A Menina e o General .......................................................58
Francisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke Pimpão
O Dia em que a Muiraquitã virou Gente ............................61
Matheus Dantas (organizador)Matheus Dantas (organizador)Matheus Dantas (organizador)Matheus Dantas (organizador)
Rodamundinho 2009 ........................................................62
Moacyr ScliarMoacyr ScliarMoacyr ScliarMoacyr Scliar
Na Noite do Ventre, o diamante .......................................61
FOLCLORE
A Gralha AzulA Gralha AzulA Gralha AzulA Gralha Azul
Simbolismo dos corvos e da gralha-azul ..........................63
A Gralha Azul ..................................................................64
A Lenda da Gralha Azul (versão de Luiz da Câmara Cascudo)
........................................................................................64
A Lenda, segundo Alceu Maynard Araújo ..........................65
Lenda Indigena ...............................................................66
A gralha-Azul na cultura sul-brasileira ............................66
A lenda: localização, datação e origem .............................68
A Gralha e seu simbolismo universal ...............................68
Aventuras de Pedro MalasartesAventuras de Pedro MalasartesAventuras de Pedro MalasartesAventuras de Pedro Malasartes
(De como Malasartes entrou no céu) ................................4
HAICAIS
Humberto del MaestroHumberto del MaestroHumberto del MaestroHumberto del Maestro
(Haicais) .........................................................................30
INSTITUIÇÕES
Instituto MemóriaInstituto MemóriaInstituto MemóriaInstituto Memória (Curitiba) ................................42
Instituto Memória lança revista literária Raízes Regionais 43
Lançamento do livro "A Mulher na Guerra dos Farrapos", de
Elma Sant'Ana ................................................................43
Instituto Memória lança o programa Raízes Regionais ......44
Instituto Memória recebe prêmio de editora destaque 2008
........................................................................................44
NOSSO PORTUGUÊS DE CADA DIA
Entre Eu e VocêEntre Eu e VocêEntre Eu e VocêEntre Eu e Você ........................................................................................................................................................ 20
Para Mim FazerPara Mim FazerPara Mim FazerPara Mim Fazer ........................................................................................................................................................ 20
NOTÍCIAS
Cleonice Berardinelli é a nova titular da Cadeira nº8
da ABL ..........................................................................47
O ESCRITOR COM A PALAVRA
Antonio A. de AssisAntonio A. de AssisAntonio A. de AssisAntonio A. de Assis
Francisco, o Poeta............................................................2
Chloris Casagrande JustenChloris Casagrande JustenChloris Casagrande JustenChloris Casagrande Justen
Meu Livro Azul ................................................................25
CCCCícero Galeno Urroz Lopesícero Galeno Urroz Lopesícero Galeno Urroz Lopesícero Galeno Urroz Lopes
Enrestando ......................................................................27
Franklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras Lopes
Esboço: A força dos medos e desejos ................................10
Genolino AmadoGenolino AmadoGenolino AmadoGenolino Amado
O Ponto Fatal ..................................................................33
Laé de SouzaLaé de SouzaLaé de SouzaLaé de Souza
Esmeraldo, o garçom .......................................................23
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Machado de AssisMachado de AssisMachado de AssisMachado de Assis
Três Tesouros Perdidos ...................................................16
Vânia Maria de Souza EnnesVânia Maria de Souza EnnesVânia Maria de Souza EnnesVânia Maria de Souza Ennes
Os trovadores passam, as Trovas ficam .............................17
POESIAS
Celito MedeirosCelito MedeirosCelito MedeirosCelito Medeiros
Um Soneto para Machado de Assis ....................................48
A Arte e a Poesia ..............................................................48
A Poesia que eu Quero .....................................................49
A Liberdade é para Todos ................................................49
Ah, Meus Olhos! ...............................................................49
Cícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz Lopes
A Gaiola ...........................................................................27
A Chuva ...........................................................................27
As Rosas, Dafne ................................................................27
Emílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de Meneses
L.M. .................................................................................7
P.C. .................................................................................7
C.M. .................................................................................7
R.A. .................................................................................7
R. ....................................................................................7
J.DE M. ............................................................................7
W. L. ...............................................................................8
A. A. ................................................................................8
V. DE C. ...........................................................................8
F. G. ................................................................................8
L. DE F. ...........................................................................8
L. G. ................................................................................9
M. DE S. ...........................................................................9
Galdino AndradeGaldino AndradeGaldino AndradeGaldino Andrade
“Prostrado aos teus pés, desejo” .....................................29
José Usan Torres BrandãoJosé Usan Torres BrandãoJosé Usan Torres BrandãoJosé Usan Torres Brandão
Meu Aniversário ..............................................................1
Que Mundo! .....................................................................1
O Médico .........................................................................1
Meu Velho Chicão) ...........................................................1
Lou de OlivierLou de OlivierLou de OlivierLou de Olivier
O Tempo e os Funerais ....................................................41
Demônios da Paz .............................................................41
Brasil ..............................................................................41
Paulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo Leminski
Bem no Fundo .................................................................11
Adminimistério ...............................................................12
Ali ..................................................................................12
O Hóspede Despercebido ..................................................12
O Assassino era o Escriba) ...............................................12
Rodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia Lopes
Stanzas In Meditation ......................................................31
Erótica das Sombras ........................................................32
Somos Pessoas Estranhas .................................................32
Seu Corpo é uma Praia Deserta ........................................32
Na Passagem dos Céus que Fogem de Nós ........................32
Pensagem .......................................................................33
Rito ................................................................................33
A Lume Spento ................................................................33
Tobias BarretoTobias BarretoTobias BarretoTobias Barreto
Que Mimo ........................................................................45
O Gênio da Humanidade ..................................................45
A Escravidão ...................................................................46
Amar ..............................................................................46
Túlio VargasTúlio VargasTúlio VargasTúlio Vargas
(Conselheiro Zacarias ) ....................................................2
TROVAS
Baú de TrovasBaú de TrovasBaú de TrovasBaú de Trovas (Paraná) ..........................................15
Olga AgulhonOlga AgulhonOlga AgulhonOlga Agulhon (Trovas) ............................................20
INDICAÇÃO DE SITES DE LITERATURAINDICAÇÃO DE SITES DE LITERATURAINDICAÇÃO DE SITES DE LITERATURAINDICAÇÃO DE SITES DE LITERATURA
................................................................................................................................................................................................................................................................ 69
FONTESFONTESFONTESFONTES .................................................................................................................................................................................................... 70
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RevistaLiterária
“OVoodaGralhaAzul”
nnnn0000. 1. 1. 1. 1 –––– Paraná, janeiro 2010Paraná, janeiro 2010Paraná, janeiro 2010Paraná, janeiro 2010
Idealização, seleção e edição: José
Feldman
Contatos, sugestões, colaborações:
pavilhaoliterario@gmail.com
http://singrandohorizontes.blogspot.com
Encantada olho os pinheiros,
formosos! Iguais? Não há.
Dos poetas são os parceiros
que versam o Paraná!
Vânia Maria Souza Ennes
Presidente da UBT/PR
Que a humanidade possa aprender com a nossa Gralha-azul e entender que o
equilíbrio e o respeito ecológico entre fauna e flora é fundamental para a existência
do Homem na face da Terra!!!
Prezado Leitor
A criação desta revista se deve ao fato que, segundo a minha concepção, cultura não deve ser
comercializada, mas sim oferecida gratuitamente ao povo. Um povo culto, que conhece e participa da
evolução de seu país, é um povo consciente em todos os sentidos. Lamentavelmente, é uma
deficiência fatal para o povo brasileiro a falta de recursos que lhe são oferecidos para adquirir
conhecimento. Um livro didático ou mesmo de ficção, chegam ao absurdo de custar ao bolso do
trabalhador cerca de 10% do salário mínimo. Isto eu estou falando em termos de “um” livro. Imagine o
cidadão que ganha um salário mínimo e que deseja dar educação a “um” filho ou mesmo a si, calcule
então dois ou mais filhos.
Esta revista não tem a pretensão e nunca poderá ser considerada como substituição aos livros, jornais,
colunas, etc. que circulam virtualmente ou não, mas sim como mola propulsora de incentivo ao
cidadão para buscar novos conhecimentos, ou relembrar aqueles perdidos na névoa do passado.
Porque o Vôo da Gralha Azul? A poetisa norte-americana Emily Dickinson, que viveu no século XIX, diz
“Não há melhor fragata do que um livro para nos levar a terras distantes”. No caso da revista, esta
fragata é a Gralha Azul, que assim como semeia o pinheiro, ela alça voo e semeia no coração de cada
um que alcançar, o pinhão da cultura, em todas as suas manifestações.
Ao leitor, novos conhecimentos.
Ao escritor ou aspirante a tal, sejam poetas, trovadores, romancistas, dramaturgos, compositores, etc.,
um caminho de conhecimento e inspiração.
Obrigado por me permitir dividir consigo estes breves momentos,
José Feldman
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 1
Nota Introdutória:
Antes de cada artigo, a Gralha Azul estará
sobrevoando o mapa do Estado ao qual ele
pertence.
José Usan TorresJosé Usan TorresJosé Usan TorresJosé Usan Torres
BrandãoBrandãoBrandãoBrandão
(1929)(1929)(1929)(1929)
O médico José Usan Torres Brandão nasceu em Senhor do
Bonfim – BA, no dia 30 de novembro de 1929. Formou-se
em medicina em 1953, pela Escola de Medicina da Bahia,
em Salvador. Exerceu a medicina no Recôncavo Baiano e
em Maringá. Autor de Descendo a serra. Membro da
Academia de Letras de Maringá, Cadeira nº. 03, cujo
patrono é Alphonsus de Guimarães.
MEU ANIVERSÁRIOMEU ANIVERSÁRIOMEU ANIVERSÁRIOMEU ANIVERSÁRIO
De hoje a cinco anos, serei sexagenário
Estou tranqüilo, cônscio daquilo que me espera
Pois afinal festejo o meu aniversário
Mesmo sendo natural, ele agride e fere.
Debalde compensar com sonhos, dor que me
invade
É o ser que desce a serra na sua calmaria
É o silêncio da noite na pequena cidade
A peraltice hipócrita da própria nostalgia.
É a ave que já tem o seu vôo mais curto
É o vôo que tem uma breve, curta duração
É o buquê em vaso de água que está murcho
Pouca vontade ademais de cantar uma canção.
QUE MUNDO!QUE MUNDO!QUE MUNDO!QUE MUNDO!
Se nasce, já sai lutando
Se vive, já está sofrendo
Que estranho é o ser humano
Que aprende, mesmo morrendo
Na luta do dia-a-dia
No ouro para conquistar
Para contar, pouca alegria
Muita cousa para chorar
Na caminhada para o fundo
Quase nada para dizer
Voz uníssona do mundo
É melhor ter do que ser
Se essa voz a mim não veio
E o ouro não conquistei
Então nada tenho, eu sou
No meu reinado, sou rei!
O MÉDICOO MÉDICOO MÉDICOO MÉDICO
Entre quatro paredes, seu mundo restrito
De grandes emoções, suas horas, dia-a-dia
Aliviar a dor, salvar vidas, está escrito
Sua missão, um sacerdócio sem hipocrisia.
Marcas do tempo, cedo batem à sua porta
Esclerose, enfarte, cansaço, depressão
Seu lar, que não é seu ninho, teme sua sorte
Médico, imagem tão mudada neste mundo cão.
Já não se fala dele como ser superior
Hoje, nome desgastado, luta pra viver
Como qualquer ser, anônimo, sem valor
Num mundo de mercado em que mais vale ter.
Médico, operário de Deus, salvando vidas
Também chora, também ama e também sonha
Na sua labuta com alma e corpo, suas feridas
Leva uma existência bem tristonha.
Não é sem luta que ele ganha fama
Nem é na flor que ele vê espinho
Num pedestal também joga-se lama
Médico, não ligues, segue o teu caminho.
MEU VELHO CHICÃOMEU VELHO CHICÃOMEU VELHO CHICÃOMEU VELHO CHICÃO
Caminhas lento com a mesma altivez
Já não sou o mesmo, os anos se passaram
Minha infância está ligada a ti, velho Chicão
Fonte dos primeiros sonhos que voaram.
Brinquei em tuas águas
De dono do mundo
Que ironia
Com meus amigos de infância
Que nunca mais eu vi
Pois tudo se passou.
As imagens vivas
Que hoje guardo
Pura fantasia
No meu mundo de sonhos
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 2
Que o tempo desabou.
És perene
Mas de ti sinto saudades
Pois sei, nada temos em comum
Vives passeando alegre entre cidades
E eu, entre os tristes da vida
Sou mais um.
AAAAntonintonintonintonioooo A. de AssisA. de AssisA. de AssisA. de Assis
(Francisco, o Poeta)(Francisco, o Poeta)(Francisco, o Poeta)(Francisco, o Poeta)
Gosto muito de Francisco, um santo e
tanto, o bom Francisco de Assis. Não somente por
ser ele santo, e santo forte e alegre e sábio; mas
sobretudo porque além de santo soube Francisco
ser poeta, e máximo.
Poeta mesmo, de entender e amar
integralmente a gente e o mundo e a vida. Poeta
da ternura e da partilha. Poeta do amor valente e
generoso e da coragem de doar-se. Poeta do não-
ter, por lhe bastar o ser. Santo-poeta da total
pureza.
Francisco vem há oitocentos anos
tentando convencer a humanidade de que a
alegria está nas coisas simples. Na festa dos
lírios, que não tecem nem bordam e, no entanto,
se vestem mais belamente do que Salomão. Na
traquinice dos pássaros, que não plantam nem
ceifam, e jamais sofreram privações.
Poucos souberam viver tão
assumidamente a poesia da fraternidade.
Levando paz aos corações tumultuados pela
violência. Levando esperança às almas sufocadas
pela angústia. Levando luz às mentes
perturbadas pelo medo e pela dúvida. Disposto
sempre a perdoar antes mesmo de ser perdoado,
a amar antes mesmo de ser amado. E ensinando
a gente a aceitar a chamada para o céu como
aurora da eterna graça.
Francisco foi um descomplicador da vida,
virtude própria do poeta intrínseco. Despojou-se
de toda coisa inútil, para ser somente um homem
bom.
Hoje Francisco seria um dos grandes
líderes na luta contra a fome, contra a doença e
contra a indigência cultural. Seria um vigoroso
apóstolo da natureza, pedindo aos povos que
sujem menos o ar e as águas, que usem com
mais prudência os defensivos agrícolas, que
parem de derrubar os bosques e as florestas.
Seria um incansável militante das entidades
protetoras dos animais. E por certo encontraria
tempo e fôlego para ser também o de que tanto
gosta: um entusiasmado animador de todos os
grupos empenhados em semear e manter viva a
poesia na face da Terra.
Francisco, o poeta. O nosso poeta. O santo
da bondade, irmão querido de cada um de nós,
irmão do sol, da lua e de cada uma das estrelas,
irmão das plantas, irmão das aves, irmão dos
peixes, irmão de todos os bichos de todas as
matas, e das borboletas que brincam de flores
nos jardins. Francisco, irmão da natureza inteira,
irmão de tudo quanto Deus criou.
A bênção, meu São Francisco. Me ensine
a ser poeta um pouquinho assim como você. O
mundo precisa muito de uma urgente
franciscanização.
Túlio VargasTúlio VargasTúlio VargasTúlio Vargas
(1929(1929(1929(1929 ---- 2008)2008)2008)2008)
CONSELHEIRO ZACARIASCONSELHEIRO ZACARIASCONSELHEIRO ZACARIASCONSELHEIRO ZACARIAS
Jamais deixou o nobre Conselheiro
de utilizar seu mágico talento,
ao defender com garra e prazenteiro
tudo que fosse justo cem por cento.
Se alguém quisesse ser seu companheiro,
indispensável ter discernimento
a distinguir do falso o verdadeiro,
fosse qual fosse a causa, ou o evento.
O timoneiro e magistral Visconde
de São Lourenço enalteceu-lhe a fama
e frente a Cotegipe brada e exclama:
As águias que criei voam por onde
o turvo sol dos néscios mal se esconde
e a luz de Zacarias se derrama.
=====================
Odilon Túlio Vargas nasceu em Pirai do Sul, Paraná, no dia
28 de junho de 1929. Túlio Vargas era filho do deputado
Rivadavia Vargas e de Dalila Rolim Vargas, é bisneto do
célebre sertanista, revolucionário e político Telêmaco
Borba. Frequentou escolas do ensino fundamental em
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 3
cidades do interior de São Paulo e graduou-se pela
Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) em 1954. Depois de formado mudou-se para
Maringá, Noroeste do Paraná, onde se elegeu presidente da
Associação dos Advogados e fundou o partido Democrata
Cristão. Foi o partido pelo qual se elegeu deputado
estadual, em 1961, e se reelegeu na legislatura seguinte.
Advogado e escritor, Túlio Vargas foi deputado
estadual, federal e secretário de estado. Em 1970 elegeu-se
para Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Em 1974 foi
nomeado secretário de estado de Justiça, no governo Canet
Júnior, e posteriormente nos governos de Ney Braga e
Hosken de Novais. Ainda na década de 70, em 1978, foi o
candidato mais votado na eleição para o Senado Federal.
Ainda como político, Túlio Vargas também
exerceu a presidência do Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo Sul e foi nomeado
procurador-geral do estado junto ao Tribunal de Contas do
Paraná, cargo em que se aposentou.
Locutor Esportivo
Tulio começou a gostar de rádio aos quinze anos
de idade, quando se instalou uma emissora em Itararé, São
Paulo, onde ele morava com a sua família. Aquela novidade
deixou o jovem empolgado e ele começou a sonhar em ser
um locutor de rádio.
Foi, no entanto, em Itapeva, uma cidade próxima
onde passou a estudar, que Túlio Vargas teve suas
primeiras experiências como profissional do microfone,
trabalhando como locutor num serviço de alto-falante. Os
serviços de alto-falantes eram muito comuns nos anos 40 e
neles começaram suas carreiras outros radialistas de
sucesso, entre eles Haroldo de Andrade, Vicente Mickosz,
Nicolau Nader e Herrera Filho.
Vindo para Curitiba, Túlio assumiu a chefia de
esportes da Rádio Clube Paranaense em abril de 1947,
quando Epaminondas Santos era o proprietário da
emissora e Jacinto Cunha era o Gerente. Foram seus
colegas de atividade nos programas esportivos Castro
Pereira, Machado Neto, Arthur de Souza, Eolo César de
Oliveira, entre outros. Naquela época a Rádio Clube
Paranaense apresentava seus programas de esporte apenas
nos estúdios. Túlio Vargas criou uma série de inovações,
lançou as transmissões externas e entrevistas nos mais
variados locais, inaugurando uma nova fase na radiofonia
do Paraná. Valério Hoerner Júnior, em seu livro "RÁDIO
CLUBE PARANAENSE - A PIONEIRA DO PARANÁ", referindo-
se a Túlio Vargas escreve:
"O primeiro jogo por ele narrado foi Coritiba X
Botafogo,no Estádio Belfort Duarte, hoje Couto Pereira.
Nessa época começou a ser conhecido como "o mais novo
locutor esportivo".
Ainda no livro de Valério encontramos:
Como já foi dito, seu programa principal foi "Bola na
Trave", em que promovia entrevistas ao vivo,
especialmente geradas do Bar Stuart, ainda na esquina da
rua Voluntários da Pátria com a avenida Luiz Xavier, na
Praça Osório.
Túlio criou, também, um programa sindical e
político, o que demonstrava, já naquela época, a sua
tendência para a carreira como homem público, na qual foi
brilhante.
Em 1947, recebendo tentadora proposta da recém-
fundada Rádio Guairacá (hoje Iguaçu), que andava
explodindo no Ibope da época, Túlio deixou a Bedois e
passou a atuar na nova emissora. Na Guairacá, participou
das transmissões esportivas, trabalhando com Rocha Braga,
João Féder, e outros, numa fase áurea da "voz nativa da
terra dos pinheirais".
Túlio Vargas, um dos pioneiros das transmissões
esportivas do Rádio paranaense, foi um grande inovador.
No final dos anos 40, ele introduziu na Bedois as
transmissões externas de eventos esportivos em caráter
contínuo. Antes dele, essas transmissões eram feitas
eventualmente.
Certa vez, no começo da sua carreira, num
daqueles improvisos dos quais é farta a atuação dos
locutores esportivos, ele foi dar uma notícia sobre os
jogadores campeões do Rio de Janeiro. Então, por
distração, quando ele foi dizer CAMPEÕES CARIOCAS, o que
saiu foi CAMPEÕES CARECAS. Causou surpresa, pois naquele
tempo os jogadores de futebol eram cabeludos, ainda não
surgira a moda de rapar a cabeça.
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 4
Durante muito tempo o Túlio Vargas teve que
ouvir a gozação de seus familiares e amigos.
Vida cultural
Tulio Vargas começou a interessar-se pela
pesquisa histórica há 10 anos, ao escrever uma biografia
de seu bisavô materno, Telêmaco (Augusto Enéas
Morocine) Borba (1840-1918), que mereceria o livro "O
Indomável Republicano", transformado em calamitosa
opereta e cujos prejuízos ainda se fazem sentir. Depois,
Tulio pesquisou a vida do Barão do Serro Azul, Ildefonso
Pereira Correia (1848-1894), cujo livro biográfico lançou
antes de trocar a confortável cadeira de deputado federal
pela incômoda Secretaria da Justiça.
Na área de história publicou 26 livros ao longo de
sua vida, além de “A última viagem do Barão do Cerro
Azul” (transformado no filme "O Preço do Paz"), “O
Conselheiro Zacarias”, e “História Biográfica da República
no Paraná”, O indomável republicano; Senhor senador,
senhor ministro; Tempo de meu pai; O juiz integral; Tempo
de secretaria; Pé vermelho e Maringá nostalgia, entre
outros.
Teve vários artigos publicados no jornal Gazeta do
Povo e desde 1994, era presidente da Academia Paranaense
de Letras, mas estava afastado, devido à fibrose pulmonar,
doença com a qual conviveu por cerca de dois anos.
Em 1974 foi eleito para a cadeira No. 23 da
Academia Paranaense de Letras da qual foi eleito
presidente em 1994.
Aventuras de PedroAventuras de PedroAventuras de PedroAventuras de Pedro
MalasartesMalasartesMalasartesMalasartes
Pedro Malasartes, um personagem folclórico que
ganhou em cada recanto do Brasil, uma versão de sua
estória. Originária da Europa, onde em cada país encontra-
se os seus pedros, como por exemplo, o Pedro Urdemales
da Espanha, o Till Eulenspiegel da Alemanha, ou seja, em
todas as culturas camponesas, onde há grandes diferenças
sociais entre as classes, podemos encontrar contos
populares onde o pobre é o esperto e o rico é o tolo. Aqui
no Brasil encontrou condições favoráveis para permanecer
e se espalhar por todas as nossas regiões. Assumindo
particularidades brasileiras, se tornou um dos personagens
mais populares de nossa cultura.
Personagem cosmopolita, cujo arquétipo, de
espertinho com cara de bobo, é encontrado em diversas
partes do mundo. Um burlão invencível nas histórias como
ao tempo, que gerou tantos outros personagens como o
João Grilo, o Amigo-da-Onça ou ainda o Zé Carioca. E é um
contador de histórias que traz aos leitores o Malasartes:
histórias de um camarada chamado Pedro, do polivalente
Augusto Pessoa, que pesquisou nos mestres Câmara
Cascudo, Basílio de Magalhães e Sílvio Romero, entre
outros, e coletou algumas histórias para reuni-las nesse
bom lançamento da Rocco Jovens Leitores.
Diversos autores já colocaram palavras para o
camarada Pedro em seus livros, como o seu xará Pedro
Bandeira, em seu Malasaventuras - safadezas do Malasarte
(Moderna,1985), ou Sérgio Vianna, com Pedro Malasartes:
Aventuras de um herói sem juízo (Resson, 1999) ou ainda
Ana Maria Machado, com Histórias à Brasileira: Pedro
Malasartes e outras, em dois volumes (Cia das Letrinhas,
2002 e 2004). E a todo o momento e em toda época exerce
um poder de atração a diversas gerações de autores e
leitores.
Malasartes é um matuto, um caipira de origem
desprivilegiada, que conta com sua esperteza para alcançar
seus objetivos. Um arquétipo do malandro brasileiro, que
desafia as regras sociais, para obter benefícios próprios.
Graças aos narradores de contos populares, os contadores
de histórias, é que se difundiu o conto e garantiram sua
continuidade.
Bem atípico de outros heróis da literatura
tradicional e popular, Pedro é sempre colocado como um
astucioso, cínico, inesgotável mente de fazer enganos aos
seus adversários, sem escrúpulos e sem remorso, buscando
o prazer imediato da situação para logo a seguir continuar
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 5
se aventurando pelo mundo a torrar os tostões dos
poderosos que enganou.
Pedro Malas Artes, como os portugueses o
chamavam, vem fazendo arte em 12 contos, trazido em
prosa e verso, de suas melhores peripécias pelo mundo. O
carioca Augusto Pessoa apresenta histórias como Sopa de
Pedra, A árvore que dava dinheiro, entre outras, ator,
cenógrafo, figurinista, dramaturgo alia a sua experiência
em adaptar contos populares ao teatro, a divertida
aventura de representar esse personagem tão brasileiro.
(artigo de Cadorno Teles)
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DeDeDeDe como Malasartes entrou no céucomo Malasartes entrou no céucomo Malasartes entrou no céucomo Malasartes entrou no céu
Quando Malasartes morreu e chegou ao
céu, disse a S. Pedro que queria entrar.
O santo porteiro respondeu:
- Estas louco! Pois ainda tens coragem de
querer entrar no céu depois que tantas fizeste, lá
pelo mundo?!
- Quero, S. Pedro pois o céu é dos
arrependidos e tudo quanto acontece é por
vontade de Deus.
- Mas o teu nome não está no livro dos
justos e portanto, não entras.
- Mas então eu desejava falar com o Padre
Eterno.
S. Pedro zangou-se só com aquela
proposta. E disse:
- Não, para falares a Nosso Senhor,
precisavas entrar no céu e quem entra no céu
Dele não pode mais sair.
Malasartes se pôs a lamentar e pediu que
o santo ao menos o deixasse espiar o céu só pela
frestinha da porta para que tivesse uma idéia do
que fosse o céu, e lamentasse o que havia
perdido por causa das más artes.
S. Pedro já amolado, abriu uma fresta da
porta e Pedro meteu por ela a cabeça. Mas de
repente, gritou:
- Olha, S. Pedro Nosso Senhor que vem
falar comigo. Eu não te dizia!!
S. Pedro voltou-se com todo o respeito
para dentro do céu, a fim de render as suas
homenagens ao Padre Eterno que supunha ali vir.
E Pedro Malasartes então pulou para
dentro do céu.
O santo viu que tinha sido enganado. Quis
pôr o Malasartes para fora, mas ele contrariou:
- Agora é tarde! S. Pedro lembre-se que
me disse que do céu uma vez entrando, ninguém
pode mais sair. É a eternidade!
E S. Pedro não teve outro remédio senão
deixar o Malasartes lá ficar.
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Malasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céu –––– IIIIIIII
Cansado de vagar pelo mundo,
Malasartes resolveu dar um passeio ao céu, onde
chegou com três dias de viagem. Bateu no portão
do paraíso e esperou. Pouco depois ouviu a voz
de São Pedro:
- Quem é?
- Sou eu.
– Eu quem?
- Pedro Malasartes.
– Que vem você fazer aqui no céu?
- Vim dar um passeiozinho. Quero ver essas
belezas aí de dentro.
– Não pode ser, moço. No céu não entra ninguém
vivo.
- Tenha piedade, São Pedro, só quero dar uma
espiadinha…
- Nada, não é possível!
- Ora, abra, São Pedro, abra por favor… é só um
instante… Deixe-me ao menos botar a cabeça aí
dentro…
E tanto pediu e rogou, que São Pedro, já
abalado, ou caceteado, entreabriu-lhe a porta
para que espiasse.
Malasartes deitou-se, mais que depressa,
de barriga para baixo, com os pés voltados para a
porta, e foi-se deslizando para dentro do céu.
São Pedro protestou, mas o Malasartes
retrucou-lhe que o santo se havia comprometido a
deixá-lo meter a cabeça no céu, e era o que
estava fazendo.. O chaveiro celeste não teve
remédio senão conformar-se, porque palavra de
santo é como a de rei, não volta atrás; e o caso é
que quando a cabeça de Malasartes penetrou no
céu já estava o corpo dele inteirinho…
Malasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céu –––– IIIIIIIIIIII
Andando Malasartes por uma estrada,
encontrou-se com um pobre, que lhe pediu
esmola. Deu um vintém ao pobre, e este que não
era outro senão Nosso Senhor fez-lhe presente de
um gorro vermelho, declarando-lhe que só ele
Malasartes e ninguém mais poderia pôr a mão
naquele objeto.
Tempos depois, cansado de vaguear pelo
mundo, entendeu Malasartes de dar um passeio
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 6
ao céu. Para lá se encaminhou, e depois de três
dias de viagem batia no portão de São Pedro.
O santo porteiro perguntou lá de dentro
quem era, e ele respondeu; perguntou o que
desejava, e respondeu. O santo negou-lhe a
permissão pedida; mas o viajante tanto rogou,
tanto chorou que ele sempre consentiu em
entreabrir a porta para que espiasse um pouco.
Mal vê a fresta, Malasartes atira o gorro pra
dentro e começa a gritar:
- Quero o meu gorro, quero o meu gorro!
São Pedro prontifica-se a ir buscá-lo, mas
o burlão protesta:
- Não pode ser, só eu posso pegar no meu gorro.
Ninguém mais, só eu. São ordens de Nosso
Senhor.
São Pedro tratou de certificar-se da
verdade, e veio a saber que Malasartes não
mentia. Não havia outro remédio: deixou-o entrar
para apanhar o gorro.
Assim Malasartes conseguiu entrar no
céu. Mas não se demorou lá muito tempo...
Malasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céu –––– IVIVIVIV
Um dia chegou para Malasartes a hora de
ir para o outro mundo, e de nada lhe valeu a
esperteza; teve que marchar. Quando se viu no
estradão da eternidade, pensou no que faria e
resolveu, em primeiro lugar, ir bater à porta do
céu.
Lá foi; mas São Pedro, assim que o
enxergou, deu-lhe com a porta na cara. Então
deliberou ir ao inferno; foi, bateu, mas o porteiro,
dando com o homem que surrava até os diabos,
tratou de fechar o portão com quantas trancas
havia e foi correndo avisar o seu rei.
Houve um rebuliço dos diabos no inferno:
pavor e correrias por todos os cantos. O próprio
Satanás tremeu; mas, recuperando o sangue frio,
pensou, pensou e ordenou que se deixasse entrar
o hóspede. E disse-lhe:
- Eu não quero você no inferno, Malasartes; você,
além do que já fez, ainda é capaz de vir aqui
revolucionar a minha gente.
– Tenha paciência, seu Satanás, mas aqui estou e
aqui fico.
– Então vou fazer uma proposta: que se decida o
seu destino pela sorte do jogo. Aceita?
- Feito!
- Se você perder, irá diretinho para o caldeirão.
– Está dito. E se eu ganhar, você me paga com
uma das almas que lá estão fervendo.
Começaram o jogo, e cada qual fazia o
possível para passar a perna no outro. Mas Pedro
Malasartes era mais esperto e ganhou a primeira
partida, depois a segunda e assim outras.
Satanás, vendo que não podia derrotar o parceiro
e que ia perdendo almas sobre almas, postas em
liberdade por Malasartes, mandou botar o
insuportável para fora do inferno.
Malasartes andou vagando como alma
penada, muito tempo, sem saber onde havia de
se aboletar.. Até que um dia teve uma idéia e
tocou de novo para o céu. Chegando à porta do
céu, tomou uns ares muito humildes, e bateu
devagarinho. São Pedro abriu um postigo, enfiou
a cabeça e perguntou:
- Quem bate a estas horas?
- Sou eu, meu santo…
- Eu, quem? Diga o que quer, e toca!
- Será possível que o meu santo padroeiro não me
reconheça… Pois eu sou o Pedro Malasartes.
– Malasartes?! Outra vez?! Já não lhe disse que o
seu lugar não é aqui?
- Não se zangue, meu santo, meu grande santo…
Sei muito bem que nunca entrarei neste lugar de
glória…
- Então vamos ver, o que quer?
Malasartes, com muita brandura e muita
lábia, pediu ao santo que entreabrisse ao menos
a porta, um bocadinho, só para que pudesse
espiar por um momento a beleza do céu. Tanto
pediu e tanto fez que São Pedro o atendeu. Então,
mais que depressa Malasartes atirou o chapéu
pela fresta.
São Pedro bufou e descompôs o patife, e
tanto barulho fez que começaram a ajuntar-se
magotes de anjos e de justos ali junto da porta.
Acontece que o chapéu era um objeto
terreno, além de estar muito sujo, e ninguém no
céu lhe podia tocar. Mas Pedro Malasartes
reclamava o chapéu, não abria mão, e enfim, para
encurtar, não houve jeito senão, permitir-lhe que
entrasse. E o malandro, entrou, muito contente,
com ar vitorioso.
Mas o atrevimento não ficou sem castigo.
Levaram o tal para junto de um monte enorme de
milho e mandaram-no contar os grãos um por um.
Malasartes, que remédio! Começou a contar, a
contar, a contar, e levou um mundo de tempo a
amontoar os grãozinhos para um lado. Quando já
estava acabando a contagem, veio um anjo e
misturou tudo. E Malasartes teve de contar de
novo… E até hoje lá está contando e recontando
os grãos de milho, sem acabar nunca.
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 7
Emílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de Meneses
(1866(1866(1866(1866 –––– 1918)1918)1918)1918)
L.M.L.M.L.M.L.M.
De uma magreza de evitar chuvisco,
Tem a altura fatal de um pára-raio.
Tão alto que, se o aspecto lhe rabisco,
Na vertigem da altura até desmaio.
Hoje é o senhor do cobiçado aprisco
De tenros diplomatas em ensaio;
Astuto, na rijeza de obelisco,
Não nos encara, espia de soslaio.
De alma arguta e sagaz, nada quimérica,
Feita de tino e de sabedoria,
Tudo a seu ver é uma função numérica.
Mas de andar e viajar, tem a mania.
Cometa diplomático da América,
Judeu errante da diplomacia.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
P.C.P.C.P.C.P.C.
Tão pequenino e trêfego parece,
Com seu passinho petulante e vivo,
A quem o olha, assim, com interesse,
Que é a quinta-essência do diminutivo.
Figura de leiloeiro de quermesse,
Meloso e parecendo inofensivo,
Tem de. despeitos a mais farta messe,
E do orgulho é o humílimo cativo.
Não há talento que ele não degrade,
Não há ciência e saber que ele, à porfia,
Não ache aquém da sua majestade.
Dele um colega, há tempos, me dizia:
É o Hachette ilustrado da vaidade,
É o Larousse da megalomania!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
C.M.C.M.C.M.C.M.
Lá na terra dos pampas tem o nome
De chimarrita, diz o Leal de Souza,
E este apelido afirmam que o consome
E é o que o há de levar à fria lousa.
Se lho repetem briga e já não come,
Não pára, não descansa, não repousa,
Agüenta a sede, suportando a fome,
Dando o estrilo feroz por qualquer cousa.
Entretanto, não tem os dotes falhos;
Do talento gaúcho é um belo adorno
E tem brilhantes feitos e trabalhos.
Rapadurescamente espalha em tomo,
Uma impressão de cheiro a vinha-d'alhos,
De um leitãozinho mal tostado ao fomo.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
R.A.R.A.R.A.R.A.
Era ministro então. O Olavo e o Guima
Diziam que ele era o Morfeu da pasta,
E o dorminhoco andava em metro e rima
Na pilhéria que a tanta gente agasta.
Mas galgando o Catete, escada acima,
Num despertar febril, Morfeu arrasta
Todas as forças que a vontade anima,
Nos vastos planos de uma idéia vasta.
Tudo revive! A atividade é infrene.
São mutações de sonho! É o Eldorado,
É o Dinheiro na Estética e na Higiene!
Hoje, glorioso e um tanto fatigado
Não se deixa ficar calmo e solene
A dormir sobre os louros do passado.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
R.R.R.R.
Pedra preciosa de um tamanho imenso.
(Pois que o nome é um rubi deste tamanho
Que à sorte e à fortuna traz apenso),
Eis mais ou menos o seu vulto estranho.
Escravo cauteloso do bom senso
Fugidio ao espírito tacanho,
Quando entra em luta diz: Ou morro ou venço!
E é difícil que alguém lhe tome o ganho.
Desdobrado em trabalho multiforme,
Em finança e política não dorme,
E numa ou noutra. nunca perde a audácia.
Sendo do Bananal, não é um banana:
Tocou rumo a S. Paulo a caravana,
E ei-Io Rubião, em honra da rubiácea.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
J.DE M.J.DE M.J.DE M.J.DE M.
Com este agora a musa não contava!
Nem a musa mordaz, nem a brejeira,
Em certo dia o vejo a deitar lava,
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Aproximo-me e encontro uma geleira.
Quando a aparência é fria, a alma está brava.
Se aquela é tormentosa, esta é fagueira.
E assim, da vida. o rumo, a sós, desbrava,
E, a sós, colima o termo da carreira.
Por muito que o humorismo o prenda e engrade.
Ele não esbraveja nem se irrita,
Mas se lhe escapa com facilidade.
A golpes de talento o laço evita
E ao ridículo opõe a habilidade.
Eis, mal pintado, o Júlio de Mesquita.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
W. L.W. L.W. L.W. L.
E um bandeirante novo, sem as botas
De andar em carrascais, ou serras brutas,
De penetrar nas mais profundas grotas
Ou se internar nas mais soturnas grutas.
É o bandeirante urbano nas devotas
Ânsias de ver em formas resolutas,
O esplendor das metrópoles remotas
Em plintos, colunatas e volutas.
Ele antevê. nas cores mais exatas
Da Paulicéia as graças infinitas,
No áureo fulgor de mágicas palhetas.
Porém, depois dos bons tempos de pratas,
Ele que é homem que detesta as fitas,
Sente a falta do arame nas gavetas.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
A. A.A. A.A. A.A. A.
Dizem que às vezes, quer se achar bonito,
Mas, nem sendo Amadeu e sendo amado,
Mas muito amado mesmo, eu não hesito:
Se não é feio é bem desengraçado.
Entretanto se o vejo (isto é esquisito)
Através de um soneto burilado,
É mais que belo, afirmo em alto grito,
É o próprio Apoio que lhe fica ao lado.
Mais comprido que a universal história,
Este Leconte com seu ar caipira,
Me deixa uma impressão nada ilusória.
Quando ele ao alto, a inspiração atira,
Com a cabeça a topar no céu da glória,
É um guindaste a guindar a própria lira.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
V. DE C.V. DE C.V. DE C.V. DE C.
Fraco e doente, se solta algum gemido,
Ou sai um verso ou brota uma sentença.
Se como Juiz sempre é acatado e ouvido,
Como poeta não sei de alguém que o vença.
Se nas Ordenações presta sentido,
Tem, nas regras de Horácio, parte imensa.
Não se lhe sabe o culto preferido:
Se na Arte ou no Direito, tem mais crença.
Tendo defeito, nunca teve alcunha.
Quando aparece, num reencontro à liça,
O que nos antagonistas acabrunha,
É ver que, sem fraqueza nem preguiça,
Numa só mão, com o mesmo gesto empunha,
A áurea lira e a balança da Justiça!. ..
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
F. G.F. G.F. G.F. G.
Este é por certo o verdadeiro espelho
Das maiores derrotas e conquistas
Que o regime vem tendo, e o seu conselho,
Tem sempre o cunho das mais largas vistas.
Foi das molas mais rijas do aparelho
Que deu cabo das hostes monarquistas.
Foi o Moisés do novo Mar Vermelho,
A égua madrinha dos propagandistas.
Calmo, risonho, perspicaz, cordato,
Todos sentem no Ilustre veterano,
Do político arguto o fino tato.
Mas o Matusalém republicano,
Tem orgulho infantil de ser, de fato,
O bisavô dos netos do Herculano!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
L. DE F.L. DE F.L. DE F.L. DE F.
O rosto escuro em pontos mil furado,
Se lhe move da boca em derredor.
Não consegue um segundo estar calado
E é de S. Paulo o tagarela-mor.
Traz, de nascença. o todo avelhantado
De um macróbio infantil e, - coisa pior, -
Dá idéia de que já nasceu usado
Ou de que foi comprado no belchior.
Tudo nele é exagero, até a atitude
De saudar elevando o diapasão:
"Nobre amigo! Mui fuerte e de salude?"
No mais é um excelente amigalhão.
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Mas que voz! É o falsete áspero e rude .
De um gramofone de segunda mão.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
L. G.L. G.L. G.L. G.
Este vale, em toicinho, a inteira Minas;
Derretê-lo, seria um desencargo
Para a atual crise das gorduras suÍnas.
(O Monteirinho a isso põe embargo).
Arrota francos, marcos, esterlinas,
Mas uma alcunha o faz azedo e amargo:
Senador tonelada. Usa botina
Cinqüenta e quatro, à sombra, bico largo.
Tem uma proverbial sobrecasaca,
Cujo pano daria, em cor cinzenta,
Para o Circo Spinelli uma barraca.
Da do Oliveira Lima ela é parenta
Pois só o forro das mangas dá, em alpaca.
Para o novo balão do Ferramenta.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
M. DE S.M. DE S.M. DE S.M. DE S.
Conhecem, por acaso, o Monteirinho
Que é Antônio, que é Monteiro e que é de Souza?
Pois não é para aí um qualquer cousa
De baixo preço ou de valor mesquinho.
Assim mesmo tostado e mascavinho,
Numa poltrona do Monroe repousa,
Calado e quedo qual funérea lousa,
A apanhar perdigotos do vizinho.
Cabritinho de mama já esgotada,
No tapete não solta as azeitonas
E só espera o momento da marrada.
Dele, a exibir as alentadas lonas,
Diz o Lopes Gonçalves Tonelada :
Ai! cabrito cheiroso do Amazonas !
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Emílio de Meneses, jornalista e poeta, nasceu em
Curitiba, PR, em 4 de julho de 1866, e faleceu no Rio de
Janeiro, RJ, em 6 de junho de 1918.
Filho de outro poeta, Emílio Nunes Correia de
Menezes, e de Maria Emília Correia de Menezes, era o único
filho homem na família, ao lado de oito irmãs. Fez como
pôde os estudos primários e secundários no Paraná. Aos 14
anos começou a trabalhar na farmácia de um seu cunhado
farmacêutico. Aos 18 anos mudou-se para o Rio de Janeiro,
influenciado pelo movimento simbolista e levado por
Rocha Pombo. Ainda em Curitiba distinguia-se pela
originalidade de sua figura e dos seus hábitos, pela
extravagância das maneiras e das roupas e pela
singularidade da imaginação.
No Rio de Janeiro aproximou-se dos boêmios e
jornalistas da época, entregando-se ele também ao
jornalismo. O escritor e crítico do Simbolismo Nestor Vítor
deu-lhe uma recomendação para trabalhar com o professor
Coruja, um dos educadores mais conhecidos do Rio. Este
abriu as portas do lar ao jovem provinciano. Um ano
depois Emílio estava casado com uma das filhas do
professor Coruja.
Obteve uma nomeação para Curitiba, como
funcionário do Recenseamento federal. Finda a comissão,
regressou ao Rio. Era a época do Encilhamento, e poucos
resistiam à sedução de ganhar dinheiro fácil. Emílio
arranjou algum capital, fez especulações na bolsa e em
pouco tempo estava rico. Possuía carros de luxo e fez-se
colecionador de objetos de arte. Mas os tempos eram de
crise, e Emílio de novo empobreceu. Continuava,
entretanto, a viver a vida despreocupada e solta dos
botequins, na companhia de jornalistas e poetas. Tornou-se
colaborador das colunas humorísticas dos jornais. O poeta
esmerava-se na publicação de poesias satíricas e ferinas,
sob vários pseudônimos: Neófito, Gaston d’Argy, Gabriel de
Anúncio, Cyrano & Cia., Emílio Pronto da Silva.
Ao fundar-se a Academia Brasileira de Letras, em
1897, ele teria sido também um dos fundadores, mas havia
preconceitos contra a sua maneira boêmia de viver.
Entretanto, foi eleito para a instituição em 15 de agosto de
1914, sucedendo a Salvador de Mendonça. Deveria ser
saudado por Luís Murat. Emílio compôs um discurso de
posse, em que revelava nada compreender de Salvador de
Medonça, nem na expressão da atuação política e
diplomática, nem na superioridade de sua realização
intelectual de poeta, ficcionista e crítico. Além disso,
continha trechos argüidos, pela Mesa da Academia, de
“aberrantes das praxes acadêmicas”. A Mesa não permitiu
a leitura do discurso e o sujeitou a algumas emendas.
Emílio protelou o quanto pôde aceitar essas emendas, e
quando faleceu, quatro anos depois de ter sido eleito,
ainda não havia tomado posse de sua cadeira.
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 10
Segundo ocupante da Cadeira 20, da Academia
Brasileira de Letras, eleito em 15 de agosto de 1914, na
sucessão de Salvador de Mendonça, deveria ser recebido
por Luís Murat. Impossibilitado de deixar o leito por
motivo de doença, solicitou tomar posse por carta datada
de 24 de abril de 1918. No dia seguinte seu pedido foi
aceito em sessão.
Além das obras publicadas, deixou copiosíssimo
anedotário, quase todo disperso, pouca coisa tendo se
reunido em volume, ao que se junta a crônica da cidade no
tempo em que Emílio e seus companheiros de boêmia
viveram e esbanjaram o melhor de seu talento.
Obras:
Marcha fúnebre, sonetos (1892);
Poemas da morte (1901) Dies irae A tragédia de Aquidabã
(publicação de O Malho, 1906);
Poesias (1909);
Últimas rimas (1917);
Mortalha, os deuses em ceroulas, publicação organizada
pelo humorista Mendes Fradique, com um prefácio de sua
autoria (1924);
Obras reunidas (1980).
Franklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras Lopes
Esboço: A força dos medos e desejosEsboço: A força dos medos e desejosEsboço: A força dos medos e desejosEsboço: A força dos medos e desejos
“Sou contraditório por que sou vasto”
Walt Whitman
A fria e afiada lamina da razão corta o
meu coração contraditório. O meu coração tem
ímpetos naturais e contraditórios como ondas
feitas de medo e desejo. A proximidade gera
atritos, questionamentos sobre a minha liberdade
e o afastamento natural vêm através de
desavenças. Este afastamento gera o desejo de
proximidade, de estreitar os laços e o ciclo
continua.
O grande poeta e filósofo alemão
Nietzsche dizia “cuidado ao tirar o pior de você,
para que junto com ele você não tire também o
seu melhor”. Sim meus caros leitores as rosas e o
espinhos estão ligados. E a poesia nos diz “ O
medo de espinho o desejo de flor, a tensão da
roseira é a beleza em vigor, em meios a estas
pedras a beleza chegou.” (Franklin Ras Lopes)..Se
negarmos a tensão natural entre os opostos,
perdemos a beleza, perdemos o melhor de
nossas vidas.
As crianças quando brigam resolvem isto
facilmente, não é necessário interferência Eles
darão o dedinho e tudo continuará, os laços serão
mais fortes,. os irmãos serão mais amigos quando
a maturidade chegar.O amor não pode ser
imposto, ele surge da tensão entre os opostos, ele
é um processo natural e por isto surge através da
liberdade de aprendermos com os altos e baixos
de nossas vidas. Negar, cortar o um é negar,
cortar o outro, e a mornidão gerada desta forma
de agir, de nem uma forma é a ponderação ou o
caminho do meio dos sábios.
Li um relato há muito tempo de místico
Hassid que me esqueci o nome e não consegui
encontrar referencias em minha pesquisa. Mas
vale a pena comentar a explicação que ele deu a
respeito da luminosidade surgida de alguém que
a todos consideravam um grande devasso, um
pecador, ele disse - “Quanto maior o pecador
maior o santo” E particularmente acredito que
não existem mais santos sobre a terra por que as
pessoas constroem casas em cima da areia,
constroem na verdade uma personalidade, aquilo
que não são.. Tentam e acreditam serem maiores
do que são e não trabalham onde realmente
estão. A rocha firme para fazer nossos alicerces,
estão nos processos associados aos nossos
medos e desejos, no medo de não sermos amado
que gera ciúmes, invejas, rancores, raivas, geram
julgamentos capitais que servem apenas amparar
o nosso ego, em meio a esta vastidão.
Somente um rebelde, somente um
homem que foi ao deserto e enfrentou seus
medos e desejos mais profundos podem
proclamar e instigar a liberdade como fez Jesus
na parábola do filho pródigo. Ele incentiva as
pessoas a se aventurarem, a serem errantes, a
experimentarem com seus próprios olhos, a vida.
Não existe outra forma de poder andar sem ser
caindo e se levantando, ficando forte para andar
sem andador ou muletas.. E quando um errante
voltar a casa do pai, a sua origem, ele voltará
completamente transformado, pois estará
fazendo os laços por que quer, estará se
prendendo por gosto. A meu ver, uma grande
liberdade que surge em quem ama.
Obviamente existirão ciúmes por parte de
quem ficou, daquele que seguiu os preceitos e
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 11
nunca abandonou as regras da sociedade, pois a
verdade da presença luminosa daquele que
voltou trará uma festa, uma alegria que ele
creditará ser o seu direito.Ele se sentirá
injustiçados apenas por que se esqueceu que nos
estamos aqui para aprender os caminhos da
confiança, e o norte deste caminho é o amor.
Particularmente eu demorei muito a
reconhecer o vasto pântano de homens que não
sabem nem sair e nem entrar, demorei muito a
olhar pra cima e ver a tabuleta que dizia - pântano
do ser e do não ser. Nós não somos, nós estamos
num fluxo continuo feito de polaridades como o
dia e a noite..A crença no pântano impede a
aventura do vir a ser, impede o fluxo natural de
aceitação da polaridade de nossas vidas, o
reconhecimento que temos que estar atentos,
sermos testemunha de nós mesmos e assim
mudarmos com a delicadeza e a tendência que
quer a amorosidade.
A liberdade para encontramos a nossa
essência, não é a mesma coisa que libertinagem.
O processo tem de ser consciente, tem de ser
intenso, um verdadeiro ato corajoso ou como diria
o poeta Fernando Pessoa “sabendo viver bem
saberemos navegar com todos os ventos”. Com
estas considerações acredito que quando Walt
Whitman disse “sou contraditório por que sou
vasto” de forma nem uma estava se eximindo ou
fugindo, eu pude sentir nestas palavras a
afirmação da sua própria vida, do seu próprio
processo de sanidade e não da paranóia que
corta e dilacera o nosso natural coração
contraditório.
Assim em verdade em verdade eu vós
digo meus caros, o meu amor quebra taças, gera
silencio e é muito carinhoso, o meu amor é
delicado e esta delicadeza é fonte de asperezas,
o meu amor é atento e dedicado e isto é a fonte
do meu desejo de liberdade, o meu amor não é
meu e me deixa inseguro, o meu amor existe com
dois espinhos para exigir a atenção do outro, o
meu amor quer o vôo e quer a liberdade de estar
junto por que queremos, o meu amor nem eu
entendo, mas uma coisa eu sei ele é frágil e
precioso, pois sem medo e nem desejo não existe
possibilidades de ir além.
Assim me ergo em oração: Deus afastai-
vos de mim os homens de moral, afastai-vos de
mim estes seres que pouco sabem da vida, mas
querem encher meu coração de culpa, afastai-vos
de mim estes seres que massageiam os pés mas
logo chegam a agarrar o pescoço, Deus afastai-
vos de mim estes imaturos papagaios, afastai-vos
de mim estes seres que por ventura irão vir
morder o meu dedo, ao invés de ver a lua clara na
noite escura, para somente assim poder dizer
com o meu próprio peito, eu sou um bem
aventurado, eu sou um filho de Deus. Paz e
prosperidade a todos
Franklin Rodolfo Aguiar Silveira (Ras) Lopes possui
graduação em Oceanologia pela Universidade Federal do Rio
Grande (1998), mestrado em Aquicultura pela Universidade
Federal de Santa Catarina (2002) e doutorado em ciências pela
Universidade de São Paulo (CENA-USP) (2008) . Tem experiência
em ecotoxicologia de ambientes aquaticos, na avaliação da
qualidade de agua de ambientes marinhos, estuarinos e
dulciaquicolas. Experiencia no desenvolvimento de testes
agudos e crônicos em especies aquáticas nativas,
biomonitoramento utilizando bivalves nativos, biomarcadors
bioquímicos de contaminação aquatica e cromatografia. Possui
publicação em anal de congresso, Effects of furadan in the
brown mussel Perna perna and in the mangrove oyster
Crassostrea rhizophorae.. In: 11th International Symposium On
Pollutant Responsesin Marine Organisms, Primo, 2001,
Plymouth, UK.
Paulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo Leminski
(1944(1944(1944(1944 –––– 1989)1989)1989)1989)
BEM NO FUNDOBEM NO FUNDOBEM NO FUNDOBEM NO FUNDO
No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 12
ADMINIMISTÉRIOADMINIMISTÉRIOADMINIMISTÉRIOADMINIMISTÉRIO
Quando o mistério chegar,
já vai me encontrar dormindo,
metade dando pro sábado,
outra metade, domingo.
Não haja som nem silêncio,
quando o mistério aumentar.
Silêncio é coisa sem senso,
não cesso de observar.
Mistério, algo que, penso,
mais tempo, menos lugar.
Quando o mistério voltar,
meu sono esteja tão solto,
nem haja susto no mundo
que possa me sustentar.
Meia-noite, livro aberto.
Mariposas e mosquitos
pousam no texto incerto.
Seria o branco da folha,
luz que parece objeto?
Quem sabe o cheiro do preto,
que cai ali como um resto?
Ou seria que os insetos
descobriram parentesco
com as letras do alfabeto?
ALIALIALIALI
ali
só
ali
se
se alice
ali se visse
quanto alice viu
e não disse
se ali
ali se dissesse
quanta palavra
veio e não desce
ali
bem ali
dentro da alice
só alice
com alice
ali se parece
O HÓSPEDE DESPEO HÓSPEDE DESPEO HÓSPEDE DESPEO HÓSPEDE DESPERCEBIDORCEBIDORCEBIDORCEBIDO
Deixei alguém nesta sala
que muito se distinguia
de alguém que ninguém se chamava,
quando eu desaparecia.
Comigo se assemelhava,
mas só na superfície.
Bem lá no fundo, eu, palavra,
não passava de um pastiche.
Uns restos, uns traços, um dia,
meus tios, minhas mães e meus pais
me chamarem de volta pra dentro,
eu ainda não volte jamais.
Mas ali, logo ali, nesse espaço,
lá se vai, exemplo de mim,
algo, alguém, mil pedaços,
meio início, meio a meio, sem fim.
O ASSASSINO ERA O ESCRIBAO ASSASSINO ERA O ESCRIBAO ASSASSINO ERA O ESCRIBAO ASSASSINO ERA O ESCRIBA
Meu professor de análise sintática era o tipo do
sujeito inexistente.]
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular]
com um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto
adverbial,]
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético]
de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas
expletivas,]
conetivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
Paulo Leminski (Curitiba, 24 de agosto de 1944 — Curitiba, 7
de junho de 1989) foi um escritor, poeta, tradutor e professor
brasileiro. Era, também, faixa-preta de judô.
Filho de Paulo Leminski e Áurea Pereira Mendes.
Mestiço de pai polaco com mãe negra, Paulo Leminski Filho
sempre chamou a atenção por sua intelectualidade, cultura e
genialidade. Estava sempre à beira de uma explosão e assim
produziu muito. É dono de uma extensa e relevante obra. Desde
muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever
poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo
haicais, trocadilhos, ou brincando com ditados populares.
Em 1958, aos catorze anos, foi para o Mosteiro de São
Bento em São Paulo e lá ficou o ano inteiro.
Participou do I Congresso Brasileiro de Poesia de
Vanguarda em Belo Horizonte onde conheceu Haroldo de
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 13
Campos, amigo e parceiro em várias obras. Leminski casou-se,
aos dezessete anos, com a desenhista e artista plástica Neiva
Maria de Sousa (da qual se separou em 1968).
Estreou em 1964 com cinco poemas na revista
Invenção, dirigida por Décio Pignatari, em São Paulo, porta-voz
da poesia concreta paulista.
Em 1965, tornou-se professor de História e de
Redação em cursos pré-vestibulares, e também era professor de
judô.
Classificado em 1966 em primeiro lugar no II
Concurso Popular de Poesia Moderna.
Casou-se em 1968 com a também poeta Alice Ruiz,
com quem ficou casado por vinte anos. Algum tempo depois de
começarem a namorar, Leminski e Alice foram morar com a
primeira mulher do poeta e seu namorado, em uma espécie de
comunidade hippie. Ficaram lá por mais de um ano, e só saíram
com a chegada do primeiro de seus três filhos: Miguel Ângelo
(que morreu com dez anos de idade, vítima de um linfoma).
Eles também tiveram duas meninas, Áurea (homenagem a sua
mãe) e Estrela.
De 1969 a 1970 decidiu morar no Rio de Janeiro,
retornando a Curitiba para se tornar diretor de criação e
redator publicitário.
Dentre suas atividades, criou habilidade de letrista e
músico. Sua primeira letra foi Verdura, de 1981, cantada por
Caetano Veloso no disco Outras Palavras. A própria bossa nova
resulta, em partes iguais, da evolução normal da MPB e do feliz
acidente de ter o modernismo criado uma linguagem poética,
capaz de se associar com suas letras mais maleáveis e
enganadoramente ingênuas às tendências de então da música
popular internacional. A jovem guarda e o tropicalismo, à sua
maneira, atualizariam esse processo ao operar com outras
correntes musicais e poéticas. Por sua formação intelectual,
Leminski é visto por muitos como um poeta de vanguarda,
todavia por ter aderido à contracultura e ter publicado em
revistas alternativas, muitos o aproximam da geração de poetas
marginais que, embora ele jamais tenha sido próximos de
poetas como Francisco Alvim, Ana Cristina César ou Cacaso. Por
sua vez, em muitas ocasiões declarou sua admiração por
Torquato Neto, poeta tropicalista e que antecipou muito da
estética da década de 1970.
Na década de 1970, teve poemas e textos publicados
em diversas revistas - como Corpo Estranho, Muda Código
(editadas por Régis Bonvicino) e Raposa. Em 1975 - e lançou o
seu ousado Catatau, que denominou "prosa experimental", em
edição particular. Além de poeta e prosista, Leminski era
também tradutor (traduziu para o castelhano e o inglês alguns
trechos de sua obra Catatau, o qual foi traduzido na íntegra
para o castelhano).
Na poesia de Paulo Leminski, por exemplo, a
influência da MPB é tão clara que o poeta paranaense só
poderia mesmo tê-la reconhecido escrevendo belas letras de
música, como "Verdura":
Músico e letrista, Leminski fez parcerias com Caetano
Veloso e o grupo A Cor do Som entre 1970 e 1989.Teve
influência da poesia de Augusto de Campos, Décio Pignatari,
Haroldo de Campos, convivência com Régis Bonvicino, Caetano
Veloso, Gilberto Gil, Moraes Moreira, Itamar Assumpção, José
Miguel Wisnik, Arnaldo Antunes, Wally Salomão, Antônio
Cícero, Antonio Risério, Julio Plaza, Reinaldo Jardim, Regina
Silveira, Helena Kolody, Turiba.
A música estava ligada às obras de Paulo Leminski,
uma de suas paixões, proporcionando uma discografia rica e
variada.
Entre 1984 e 1986, em Curitiba, foi tradutor de Alfred
Jarry, James Joyce, John Fante, John Lennon, Samuel Beckett e
Yukio Mishima.
Publicou o livro infanto-juvenil ‘’Guerra dentro da
gente’’, em 1986 em São Paulo.
Entre 1987 e 1989 foi colunista do Jornal de
Vanguarda que era apresentado por Doris Giesse na Rede
Bandeirantes;
Paulo Leminski foi um estudioso da língua e cultura
japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Além de
um grande escritor, Leminski também era faixa-preta de judô.
Sua obra literária tem exercido marcante influência em todos os
movimentos poéticos dos últimos 20 anos.
Átila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José Borges
(1936)(1936)(1936)(1936)
Nasceu em 28/02/1936, na cidade de Porto União/SC.
Casado com Mareli Teresinha Andretta Borges, tendo
dois filhos: Marelise Cristina Borges (falecida) e Átila José
Borges Júnior.
É filho de Óttilo Borges e de Garacita Martins Ricardo
Borges
Licenciado em Ciências pela Pontifícia Universidade
Católica do Paraná
Bacharel em ciências econômicas pela Fundação de
Estudos Sociais do Paraná
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 14
Oficial Especialista em Comunicações pela Escola de
Oficiais Especialistas da Aeronáutica
Licenciado em Estatística Superior pelo Ministério da
Educação e Cultura.
Foi oficial da Força Aérea Brasileira, professor da
Universidade Federal do Paraná, do Centro Federal de Educação
Tecnológica do Paraná, da Fundação de Estudos Sociais do
Paraná e instrutor da Força Aérea Brasileira.
Jornalista e Relações Públicas.
Entre muitas honrarias que recebeu no percurso de
sua vida, foi agraciado com as medalhas de:
– Cavaleiro da Ordem do Mérito Aeronáutico
– Cavaleiro da Grã Cruz do Governo da Polônia
– Medalha Mérito Santos Dumont
– Medalha Militar de Prata
– Medalha Max Wolf Filho da Legião Paranaense do
Expedicionário
– Medalha Santos Dumont do Governo de Minas Gerais
– Medalhão de Prata da Comissão de Alto Nível do Ministério da
Aeronáutica
– Troféu “Escrínio de Santos Dumont”
– Medalha Jubileu de Ouro da Campanha Nacional das Escolas
da Comunidade
– Comenda Maçônica Duque de Caxias do Grande Oriente do
Brasil /Paraná
– Medalha Gratidão Prata da União dos Escoteiros do Brasil
– Comenda Maçônica Grande Mérito Dario Vellozo
– Medalha General Antônio Ernesto Gomes Carneiro da cidade
da Lapa-PR
– Comenda “Cavalheiro da Boca Maldita”
– Cidadão Honorário de Curitiba.
Obteve várias homenagens, placas de prata e bronze e
troféus, entre as quais, das Forças Aéreas dos Estados Unidos,
Bolívia, Turquia, Itália, Inglaterra e Vietnã do Sul.
E mais ainda, do Aeroclube do Paraná, da Academia
da Força Aérea Brasileira entre outras
– Sócio Honorário da Casa do Estudante Paraguaio
– HONORARY MEMBERSHIPS pela Aerophhilatelic of The
Américas-Brookfield,Illinois
– Recebeu dezoito elogios individuais no seu histórico-militar
por relevantes serviços prestados à Força Aérea Brasileira.
Teve seu nome inscrito, com louvor: uma vez na
Câmara Federal, três vezes na Assembléia Legislativa do Paraná
e onze vezes na Câmara Municipal de Curitiba.
Foi eleito o melhor Relações Públicas das Forças
Armadas pelo jornal “Letras em Armas” e pelo jornal “Diário
Popular” de Curitiba.
Tem trabalhos publicados no Brasil, Estados Unidos
da América, Portugal, Argentina, Paraguai e breve na China. É
autor de nove trabalhos técnicos editados e distribuídos pela
Encyclopaedia Britannica do Brasil e Barsa Society além da
Editora Três, Laboratório Ache do Brasil, entre outros.
AUTOR DE SETE LIVROS:
- MEMÓRIAS DE UM GURI EM TEMPO DE GUERRA – Prefácio:
Professora/Historiadora Maria Cecília Westphalen /UFPR – Já
na 2ºª EDIÇÃO.
- NO PICO DO DIABO – Prefácio: Dr. Túlio Vargas – Presidente
da Academia de Letras do PR.
- AS MAIS 100 BELAS MENSAGENS – Pró beneficente.
- MAIS DE 700 PENSAMENTOS PREFERIDOS – Pró beneficente.
- PELUDOS X PELADOS – A GUERRA DO CONTESTADO – Prefácio:
Jornalista Rosy
de Sá Cardoso – Jornal Gazeta do Povo/PR. Já na 2ª EDIÇÃO.
- EMOÇÕES, EU VIVI... Prefácio: Dr. João Darcy Ruggeri –
Presidente da Academia de Cultura de Curitiba PR – Já na 2ª
EDIÇÃO.
- A MENINA E O GENERAL – Prefácio: Dr. René Ariel Dotti da
Academia de Letras-PR
PEÇA TEATRAL INFANTIL
– UM MENINO ENTRE NUVENS E ESTRELAS.
Vários trabalhos diversificados, publicados em
diversos órgãos da imprensa brasileira.
Átila José Borges foi criador, fundador e Diretor do
Museu Museu Entre Nuvens e Estrelas, inaugurado pelo então
Presidente Fernando Henrique Cardoso, que ficou em exposição
no Aeroporto Afonso Pena por mais de cinco anos.
No ano de 2002 Átila , doou ao Museu, todo o seu
riquíssimo acervo, à Universidade Tuiuti do Paraná.
Produziu e apresentou por mais de VINTE ANOS, na
TV Paranaense Canal 12 o programa Entre Nuvens e Estrelas
(em prol da aviação) e foi colunista da Gazeta do Povo, também
por MAIS DE VINTE anos
– Membro da Academia de Cultura de Curitiba
– Associado “Bandeirante” do Círculo de Estudos
Bandeirantes/PR.
– Filiado ao Grande Oriente do Brasil, Grau 33.
– Membro da Academia de Letras do Brasil, pelo Estado do
Paraná, cadeira n.27, cujo patrono é Odilon Tulio Vargas.
Já visitou 44 países.
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 15
(veja sobre seu livro A Menina e o General, na
seção Estante de Livros).
Baú de TrovasBaú de TrovasBaú de TrovasBaú de Trovas
(Paraná)(Paraná)(Paraná)(Paraná)
Sonho um mundo onde o respeito
recupere o seu valor,
e onde o amor pelo direito
gere o direito do amor.
A. A. de Assis (Maringá)A. A. de Assis (Maringá)A. A. de Assis (Maringá)A. A. de Assis (Maringá)
Cada momento vivido
na vida que se renova,
às vezes é definido
apenas em uma trova!
AlAlAlAlberto Paco (Maringá)berto Paco (Maringá)berto Paco (Maringá)berto Paco (Maringá)
Quando nos chegam tardias,
esperanças sempre são
aquelas parcas fatias
de miolo velho... sem pão!
Amália Max (Ponta Grossa)Amália Max (Ponta Grossa)Amália Max (Ponta Grossa)Amália Max (Ponta Grossa)
Quando o assunto exige pressa,
então redobre o cuidado!
“Viver mais” é o que interessa,
mesmo chegando atrasado.
Ângelo Batista (Curitiba)Ângelo Batista (Curitiba)Ângelo Batista (Curitiba)Ângelo Batista (Curitiba)
O invejoso não entende
que não faz mal a ninguém
e que a inveja só pretende
machucar a quem a tem.
Arlene LimaArlene LimaArlene LimaArlene Lima
Não fosse teu ombro amigo,
Nas tantas lutas da vida,
Se não contasse contigo,
Seria hoje, vencida.
Constância NérConstância NérConstância NérConstância Néry (Curitiba)y (Curitiba)y (Curitiba)y (Curitiba)
Mesmo tachado de antigo,
ainda espalho esperança
ao mundo sincero e amigo
do coração da criança.
Dari PereiraDari PereiraDari PereiraDari Pereira (Maringá)(Maringá)(Maringá)(Maringá)
O tempo passa, e as lembranças
dos sonhos da mocidade
vão transformando esperanças
em desengano e saudade...
Déspina AthaDéspina AthaDéspina AthaDéspina Athanásio Perusso (Londrina)násio Perusso (Londrina)násio Perusso (Londrina)násio Perusso (Londrina)
Você partiu, nem liguei,
pensando em ter paz, enfim.
Na sua ausência notei
que o mundo acabou pra mim!
Eliana Palma (Maringá)Eliana Palma (Maringá)Eliana Palma (Maringá)Eliana Palma (Maringá)
Velhos sonhos, na lembrança,
vou mantendo em meu viver
e nunca perco a esperança
de que vão acontecer!
Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes)Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes)Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes)Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes)
Amor, carinho, esperança...
marcaram as nossas vidas.
Hoje, somente lembrança
nas fotos envelhecidas!
Janete de Azevedo Guerra (Bandeirantes)Janete de Azevedo Guerra (Bandeirantes)Janete de Azevedo Guerra (Bandeirantes)Janete de Azevedo Guerra (Bandeirantes)
Sobrepujando os conflitos
em que o mundo se compraz,
seus braços, ninhos benditos,
são meu refúgio de paz!
Jeanette De Cnop (Maringá)Jeanette De Cnop (Maringá)Jeanette De Cnop (Maringá)Jeanette De Cnop (Maringá)
O tempo, veloz, avança,
consumindo nossos anos.
Vamos perdendo esperança
e colhendo desenganos...
José Corrêa Francisco (Ponta Grossa)José Corrêa Francisco (Ponta Grossa)José Corrêa Francisco (Ponta Grossa)José Corrêa Francisco (Ponta Grossa)
Tanto mal nós infligimos
naquele que bem nos queira,
e o perdão que lhe pedimos
é uma nuvem passageira...
José Feldman (Ubiratã)José Feldman (Ubiratã)José Feldman (Ubiratã)José Feldman (Ubiratã)
A leitura é trilha certa,
que a pessoa experimenta;
depois dela vem a oferta
na escritura que alimenta.
José Marins (Curitiba)José Marins (Curitiba)José Marins (Curitiba)José Marins (Curitiba)
Lealdade – uma utopia,
neste mundo mercenário,
somente achada, hoje em dia,
no cão e no dicionário.
Lourdes Strozzi (Curitiba)Lourdes Strozzi (Curitiba)Lourdes Strozzi (Curitiba)Lourdes Strozzi (Curitiba)
Nas horas tristes, sombrias,
a esperança é a companheira
que afugenta as nostalgias
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 16
e nos ergue... a vida inteira!
Lucília A. Trindade Decarli (Bandeirantes)Lucília A. Trindade Decarli (Bandeirantes)Lucília A. Trindade Decarli (Bandeirantes)Lucília A. Trindade Decarli (Bandeirantes)
Mais que ouro, fama, respeito...
Mais que honraria, abastança,
é trazer dentro do peito
simplesmente uma esperança!
Maria Farias Inocêncio (União Da Vitória)Maria Farias Inocêncio (União Da Vitória)Maria Farias Inocêncio (União Da Vitória)Maria Farias Inocêncio (União Da Vitória)
O amor, atrás das vidraças,
num peito que não se cansa,
faz descerrar, quando passas,
as cortinas da esperança...
MariMariMariMaria Helena Oliveira Costa (Ponta Grossa)a Helena Oliveira Costa (Ponta Grossa)a Helena Oliveira Costa (Ponta Grossa)a Helena Oliveira Costa (Ponta Grossa)
De ilusões eu fui vivendo...
e a esperança, disfarçada,
via os meus sonhos morrendo,
mas nunca me disse nada!
Maria Lúcia Daloce Castanho (Bandeirantes)Maria Lúcia Daloce Castanho (Bandeirantes)Maria Lúcia Daloce Castanho (Bandeirantes)Maria Lúcia Daloce Castanho (Bandeirantes)
Esperança é um galho torto
numa floresta esquecida:
por fora, parece morto;
por dentro, cheio de vida!
Neide Rocha Portugal (Bandeirantes)Neide Rocha Portugal (Bandeirantes)Neide Rocha Portugal (Bandeirantes)Neide Rocha Portugal (Bandeirantes)
A maior das orações,
neste mundo em que vivemos,
são as realizações
com as obras que fazemos!
Nei Garcez (Curitiba)Nei Garcez (Curitiba)Nei Garcez (Curitiba)Nei Garcez (Curitiba)
Todos nós temos buscado
sabedoria na vida,
mas, sem Deus ao nosso lado,
qualquer busca está perdida.
Olga Agulhon (Maringá)Olga Agulhon (Maringá)Olga Agulhon (Maringá)Olga Agulhon (Maringá)
Busca-se ainda o Caminho,
vive-se a doce ilusão
de um mundo feito carinho,
que ao fraco não negue o pão.
Sinclair Pozza Casemiro (Campo Mourão)Sinclair Pozza Casemiro (Campo Mourão)Sinclair Pozza Casemiro (Campo Mourão)Sinclair Pozza Casemiro (Campo Mourão)
Falta paz, falta nobreza,
falta amor, falta saudade,
falta luz, falta beleza
onde falta lealdade.
Swami Vivekananda (Paranaguá)Swami Vivekananda (Paranaguá)Swami Vivekananda (Paranaguá)Swami Vivekananda (Paranaguá)
No meu livro da Lembrança,
ainda sem conclusão,
saudade é aquela esperança
que compôs a introdução...
Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)
Saudade vive e contesta,
me acorda de madrugada,
faz lembrar-me o fim da festa...
o beijo... e a noite estrelada!
Vânia Ennes (Curitiba)Vânia Ennes (Curitiba)Vânia Ennes (Curitiba)Vânia Ennes (Curitiba)
Um mar de esperanças novas
magicamente brotou
na ternura dessas trovas
que o teu carinho inspirou!
Victorina Sagboni (Curitiba)Victorina Sagboni (Curitiba)Victorina Sagboni (Curitiba)Victorina Sagboni (Curitiba)
Na floresta da poesia,
a trova canta feliz;
encanta pela magia
e também pelo que diz.
Vidal Idony Stockler (Curitiba)Vidal Idony Stockler (Curitiba)Vidal Idony Stockler (Curitiba)Vidal Idony Stockler (Curitiba)
Depois de uma aurora linda,
sigo o momento que avança
e, quando a tarde se finda,
renovo minha esperança!
Wanda Rossi De Carvalho (Bandeirantes)Wanda Rossi De Carvalho (Bandeirantes)Wanda Rossi De Carvalho (Bandeirantes)Wanda Rossi De Carvalho (Bandeirantes)
Machado de AMachado de AMachado de AMachado de Assisssisssisssis
(1839(1839(1839(1839 –––– 1908)1908)1908)1908)
TTTTrêsrêsrêsrês TTTTesourosesourosesourosesouros PPPPerdidoserdidoserdidoserdidos
Uma tarde, eram quatro horas, o Sr. X...
voltava à sua casa para jantar. O apetite que
levava não o fez reparar em um cabriolé que
estava parado à sua porta. Entrou, subiu a
escada, penetra na sala e... dá com os olhos em
um homem que passeava a largos passos como
agitado por uma interna aflição.
Cumprimentou-o polidamente; mas o
homem lançou-se sobre ele e com uma voz
alterada, diz-lhe:
— Senhor, eu sou F..., marido da senhora Dona
E...
— Estimo muito conhecê-lo, responde o Sr. X...;
as não tenho a honra de conhecer a senhora
Dona E...
— Não a conhece! Não a conhece! ... quer juntar a
zombaria à infâmia?
— Senhor!...
E o Sr. X... deu um passo para ele.
— Alto lá!
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 17
O Sr. F... , tirando do bolso uma pistola,
continuou:
— Ou o senhor há de deixar esta corte, ou vai
morrer como um cão!
— Mas, senhor, disse o Sr. X., a quem a
eloqüência do Sr. F... tinha produzido um certo
efeito: que motivo tem o senhor...
— Que motivo! É boa! Pois não é um motivo andar
o senhor fazendo a corte à minha mulher?
— A corte à sua mulher! Não compreendo!
— Não compreende! Oh! Não me faça perder a
estribeira.
— Creio que se engana...
— Enganar-me! É boa! ... Mas eu o vi... Sair duas
vezes de minha casa...
— Sua casa!
— No Andaraí... por uma porta secreta... Vamos!
ou...
— Mas, senhor, há de ser outro, que se pareça
comigo...
— Não; não; é o senhor mesmo... como escapar-
me este ar de tolo que ressalta de toda a sua
cara? Vamos, ou deixar a cidade, ou morrer...
Escolha!
Era um dilema. O Sr. X... compreendeu
que estava metido entre um cavalo e uma pistola.
Pois toda a sua paixão era ir a Minas, escolheu o
cavalo.
Surgiu, porém, uma objeção.
— Mas, senhor, disse ele, os meus recursos...
— Os seus recursos! Ah! tudo previ... descanse...
eu sou um marido previdente.
E tirando da algibeira da casaca uma linda
carteira de couro da Rússia, diz-lhe:
— Aqui tem dois contos de réis para os gastos da
viagem; vamos, parta! parta imediatamente. Para
onde vai?
— Para Minas.
— Oh! a pátria do Tiradentes! Deus o leve a
salvamento... Perdôo-lhe, mas não volte a esta
corte... Boa viagem!
Dizendo isto, o Sr. F... desceu
precipitadamente a escada, e entrou no cabriolet,
que desapareceu em uma nuvem de poeira.
O Sr. X... ficou por alguns instantes
pensativo. Não podia acreditar nos seus olhos e
ouvidos; pensava sonhar. Um engano trazia-lhe
dois contos de réis, e a realização de um dos seus
mais caros sonhos. Jantou tranqüilamente, e daí
a uma hora partia para a terra de Gonzaga,
deixando em sua casa apenas um moleque
encarregado de instruir, pelo espaço de oito dias,
aos seus amigos sobre o seu destino.
No dia seguinte, pelas onze horas da
manhã, voltava o Sr. F. para a sua chácara de
Andaraí, pois tinha passado a noite fora.
Entrou, penetrou na sala, e indo deixar o
chapéu sobre uma mesa, viu ali o seguinte
bilhete:
— “ Meu caro esposo! Parto no paquete em
companhia do teu amigo P... Vou para a Europa.
Desculpa a má companhia, pois melhor não podia
ser. — Tua E...”.
Desesperado, fora de si, o Sr. F... lança-se
a um jornal que perto estava: o paquete tinha
partido às 8 horas.
— Era P... que eu acreditava meu amigo... Ah!
maldição! Ao menos não percamos os dois
contos! Tornou a meter-se no cabriolé e dirigiu-se
à casa do Sr. X..., subiu; apareceu o moleque.
— Teu senhor?
— Partiu para Minas.
O Sr. F... desmaiou.
Quando deu acordo de si estava louco...
louco varrido!
Hoje, quando alguém o visita, diz ele com
um tom lastimoso:
— Perdi três tesouros a um tempo: uma
mulher sem igual, um amigo a toda prova, e uma
linda carteira cheia de encantadoras notas... que
bem podiam aquecer-me as algibeiras!...
Neste último ponto, o doido tem razão, e
parece ser um doido com juízo.
Vânia Maria de SouzaVânia Maria de SouzaVânia Maria de SouzaVânia Maria de Souza
EnnesEnnesEnnesEnnes
OsOsOsOs TTTTrovadoresrovadoresrovadoresrovadores PPPPassam, as Trovasassam, as Trovasassam, as Trovasassam, as Trovas
FFFFicamicamicamicam
A palavra, matéria prima e vital do trovador,
manifesta-se diante da capacidade de escrever
construtivamente e desponta para escancarar os
mistérios que nascem no fundo de um coração
poetizado. O poder mágico do trovador é inventar,
pensar coisas belas, abrir a porta dos sonhos,
eternizar momentos, filosofar, demonstrar humor,
aproximar o tempo, chorar num ombro amigo,
interagir com a espiritualidade; é ser forte na
capacidade de atuar em assuntos do passado, do
presente e do futuro. Assim sendo, a mente do
trovador reveste-se de especial colorido quando
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 18
põe seus neurônios para agir e, imediatamente,
transferir os sentimentos para o papel. A Trova é
força indiscutível da sensibilidade interior de cada
poeta e exterioriza-se em valiosas mensagens no
momento em que se torna pública, no intuito de
suavizar as adversidades da vida, amenizar as
durezas da existência e melhorar os caminhos da
humanidade. O ato de escrever Trovas é algo
fascinante e, seguramente, não vai acabar em
inércia capaz de fazer cães e gatos roncarem de
tanto sono, porque ela é clara, transmite bons
fluídos, renova e reinventa sentimentos! Descobrir
as táticas de escrever trovas é um ato de
conhecimento, que significa perceber as forças
das relações entre o mundo da natureza e o
mundo dos homens, o mundo real e o imaginário.
E, ato de sabedoria, ao conduzir o homem a uma
abertura de horizontes mentais que se dá pela
criatividade do conjunto de palavras que
seleciona, para formar seu acervo trovadoresco.
Enfim, a trova quando rica em sabedoria, nobre
na mensagem e estética na beleza, é capaz de
emocionar pela magia e continua viva, mesmo
após a partida do trovador para o mundo celeste!
Portanto, a Trova eterna eterniza o trovador!
--------------------------------------
Vânia Maria Souza Ennes, nasceu em Curitiba, Capital
do Estado do Paraná, onde realizou seus estudos fundamentais
no Colégio Sacré Coeur de Jésus e estudos médios na Escola
Comercial Colegial de Educação Familiar. Cursou a faculdade de
Administração de Empresas com habilitação em Comércio
Exterior pela Fundação de Estudos Internacionais do Paraná.
Realizou pós-graduação da língua francesa no Collège
International de Cannes, Établissement D’Enseignement
Supérieur Prive, na França. Efetivou Curso de Formação Política
pelo PPB-Partido Progressista Brasileiro-Fundação Milton
Campos. Efetuou Curso de Leitura Dinâmica e Memorização,
Leitura Veloz, Técnica de Audiência e Método de Estudo, pela
Exata Treinamentos S/C. Concluiu curso de Informática pela
Interlux Informática e cursa, atualmente, o 4º ano do Curso de
Direito, na Universidade Radial.
É filha do poeta-trovador, advogado, procurador do
Estado do Paraná e ex-combatente da Força Expedicionária
Brasileira Hely Marés de Souza e da professora e trovadora
Ariane Maria França de Souza. Neta do político e industrial
Astolpho Macedo Souza e Marina Marés de Souza e do poeta,
sonetista e trovador, advogado, industrial, fundador da
Federação das Indústrias do Estado do Paraná, seu 1º
presidente por 14 anos consecutivos Heitor Stockler de França e
Brasília Taborda Ribas de França, dos quais trouxe do berço o
gosto pelo trabalho, pela poesia e pela arte.
Aos 9 anos teve sua primeira poesia “Divagando”
publicada em jornal e aos 10 anos estreou na Rádio PRB2, em
Curitiba, numa entrevista com o ilustre Jornalista carioca
Ibraim Sued, durante sua passagem por Curitiba.
Amante da natureza foi escoteira, por quatro anos, na
tropa feminina do Grupo Santos Dumont e chefe de sua
patrulha.
Foi sócia proprietária por quase dez anos da rede de
lojas Buscapé Calçados Infantis Ltda. estabelecidas nos bairros
do Batel, Juvevê, Centro e Shopping Mueller. Por quase 20 anos
dedicou-se à caprinocultura. Manteve um criatório de cabras da
raça Saanen, às margens da represa do rio Passaúna,
denominado Capril Passaúna, juntamente com a empresa
Capríssima Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda., onde
desenvolveu trabalhos com tecnologia e qualidade, a base de
leite de cabra. É sócia com seu marido da Interportos
Engenharia e Empreendimentos Ltda., empresa especializada na
construção de obras de arte especiais, portos, saneamento e
terminais de carga.
Foi presidente da Associação dos Caprinocultores do
Paraná-CAPRIPAR, eleita por unanimidade por dois mandatos.
Foi representante dos médios animais da União
Paranaense de Criadores-UPAC. Foi membro do Conselho Fiscal
da Federação Paranaense de Criadores-FEPAC.
Foi conselheira da Confederação Nacional da Pecuária-
CONAPEC, com sede em São Paulo.
Foi Coordenadora da Comissão de Agropecuária da
Business Profissional Women-BPW de Curitiba.
Assinou a página social do jornal “Mulher sempre
Mulher”, mensalmente, durante dois anos, órgão oficial da
Associação das Mulheres de Negócios e Profissionais de
Curitiba-BPW.
Assinou a coluna de Trovas na Revista Novos Rumos,
órgão oficial da Associação dos Magistrados do Paraná, em
publicação mensal, com tiragem de 2000 exemplares, durante
dois anos.
Foi conselheira não governamental do Conselho
Municipal da Condição Feminina, órgão da Prefeitura Municipal
de Curitiba, na atuação do Prefeito Cássio Tanigushi.
Foi vice-presidente da Sociedade Eunice Weawer do
Paraná-SEW mantenedora do Educandário Curitiba, na
assistência dos filhos sadios de hansenianos.
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 19
Foi presidente da União Brasileira de Trovadores-UBT
Seção de Curitiba, por três gestões consecutivas.
Foi nomeada delegada do Portal CEN - Cá Estamos Nós,
para o Estado do Paraná, entidade literária com sede na cidade
de Marinha Grande, Portugal.
É membro efetivo do Círculo de Estudos Bandeirantes,
da Academia de Cultura de Curitiba-ACCUR, do Elos Clube de
Curitiba, do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira como,
também, da Academia Paranaense da Poesia, onde ocupa a
cadeira patronímica número 8, cujo patrono é Emiliano
Perneta.
É atual vice-presidente do Centro de Letras do Paraná,
atual Conselheira do Conselho da Mulher Executiva da
Associação Comercial do Paraná e presidente Estadual da UBT
no Estado do Paraná.
Acadêmica da Academia de Letras do Brasil, pelo
Estado do Paraná.
Recebeu o prêmio de “Mulher Destaque na
Agropecuária”, na Feira Internacional do Paraná, no Parque
Castelo Branco, concedido pela Associação das Mulheres de
Negócios e Profissionais de Curitiba-BPW.
Sua empresa Capríssima Indústria e Comércio de
Cosméticos Ltda. foi vencedora do “Top Comercial” prêmio
concedido pela Associação Comercial do Paraná e T.V. Iguaçu
canal 4, Grupo Paulo Pimentel, por ter apresentado idéias,
experiências e resultados, que contribuíram para a valorização
e crescimento do meio empresarial paranaense..
Recebeu “Certificado de Reconhecimento” pelo
empreendedorismo e trabalho realizado pela BPW - Business
Professional Women de Curitiba.
Foi agraciada com a Comenda “Dama Rouge”
conferida pela Boca Rouge por relevantes serviços prestados à
comunidade.
Recebeu do Centro de Letras do Paraná “Carta de
Louvor” e agradecimentos, pela excelente contribuição durante
as comemorações do Dia do Folclore.
Recebeu Troféu da União Brasileira de Trovadores
Seção de Porto Alegre/RS, em Cerimônia Solene, na Assembléia
Legislativa de Porto Alegre/RS.
Recebeu “Diploma de Mérito”, conferido pela
Assembléia Legislativa de São Paulo/SP através do Elos Clube
de Curitiba, em reconhecimento à sua dedicação e trabalho
cívico-cultural permanente, realizado sob o signo do
humanismo, na preservação da história e dos ideais da língua
portuguesa.
Recebeu “Diploma Comemorativo” e como Presidente
da União Brasileira de Trovadores, recebeu “Diploma de
Louvor” do Movimento Pró–Paraná, em comemoração aos
Sesquicentenários das Elevações da Comarca de Curitiba à
Província do Paraná, da Cidade de Curitiba à Capital da
Província do Paraná, no ano em que Curitiba foi consagrada
internacionalmente como a Capital Americana da Cultura, pelo
relevo especial que conferiu às comemorações daquelas magnas
efemérides históricas, mediante a meticulosa e magistral
programação dos XVIII Jogos Florais de Curitiba, aqui
congregando a elite dos Trovadores Brasileiros.
A Câmara Municipal de Curitiba consignou na ata de
seus trabalhos, o requerimento do Ver. Ângelo Batista “Voto de
Louvor”, pelo destaque que deu a Curitiba, na área da cultura,
diante do cenário poético no âmbito Nacional, pelo brilhante
desempenho de seu 3º mandato frente a Presidência da UBT,
com votos de congratulações e aplausos.
Agraciada com Diploma pela Câmara Municipal de
Curitiba pelo brilhantismo de sua participação na Tribuna Livre
em Seção Ordinária.
Homenageada pela União Brasileira de Trovadores de
Niterói/RJ, onde recebeu nome de troféu para os cinco prêmios
mais votados da categoria, cabendo-lhe a entrega dos mesmos,
em cerimônia de gala.
No “Dia Internacional da Mulher” recebeu o “Prêmio
Mulheres de Destaque” do Shopping Novo Batel em parceria
com o conselho da Mulher Executiva da ACP e Associação de
Mulheres de Negócios e Profissionais-BPW.
Por consideração unânime recebeu da Legião
Paranaense do Expedicionário e dos integrantes do 1º Grupo de
Caça da FAB, na Itália, a Medalha “Tenente Max Woff Filho”,
durante as comemorações da Tomada de Monte Castelo, pelos
relevantes serviços prestados à entidade, em Solenidade Militar.
Em Sessão Solene comemorativa ao aniversário de
Curitiba, na Câmara Municipal de Curitiba-Palácio Rio Branco,
foi agraciada com o “Prêmio Cidade de Curitiba” por proposição
de diversos vereadores, pelos importantes serviços prestados a
cidade, em âmbito nacional.
Laureada pelo presidente da Assembléia Legislativa do
Estado do Paraná, deputado Hermas Brandão, na festividade aos
150 anos de emancipação política do Paraná, pilastra
representativa da sociedade paranaense.
Em sessão solene na Câmara Municipal de Curitiba-
Palácio Rio Branco, foi condecorada com a Medalha de Mérito
Fernando Amaro por indicação da vereadora Nely Almeida do
PSDB. Esta honraria deu-se através de projeto de Decreto
Legislativo, como profissional de literatura por ter contribuído
para a evolução das áreas de educação e cultura.
Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 20
Diploma em Homenagem Especial do Presidente
Milton Nunes Loureiro, da UBT da Seção de Niterói/RJ.
Recebeu do Vereador Jair César “Diploma de Louvor”
com votos de congratulações e aplausos pelo incentivo que
dispensa na área da cultura.
Homenageada com “Diploma Especial” pelo alto
desempenho, em todas as suas gestões, como Presidente da
União Brasileira de Trovadores–Seção de Curitiba por Yaramara
de Castro Araújo.
Diplomada pela UBT-Seção de Curitiba, em sinal de
reconhecimento por seu destacado trabalho como Presidente da
entidade, durante três gestões, como expressão de
agradecimento pela dedicada contribuição ao engrandecimento
da trova e da cultura curitibana e paranaense.
Diplomada no Encontro de Escritores Luso-Brasileiros
do Portal CEN “Cá Estamos Nós” no Museu Histórico do
Exército, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro/RJ.
Vencedora no concurso internacional de trovas Brasil-
Portugal promovido pelo Elos Clube Internacional da
Comunidade Lusíada, sob o tema "água" e pela UBT Seção de
Curitiba/PR sob o tema “mulher”.
Participou de vários Congressos, Feiras, Encontros,
Seminários e Simpósios Nacionais e Internacionais na América
do Norte, Europa e Ásia.
Nosso Português de CadaNosso Português de CadaNosso Português de CadaNosso Português de Cada
DiaDiaDiaDia
Para Mim FazerPara Mim FazerPara Mim FazerPara Mim Fazer
De jeito nenhum. Nessa forma, você não
faz nada. Analisemos essa construção. Nós temos
a preposição PARA, temos o pronome MIM e o
verbo FAZER que está na forma nominal, como diz
a gramática.
Entendendo o sentido da expressão, nós
vemos que o pronome MIM é quem vai praticar a
ação expressa pelo verbo que vem em seguida. E
é aí que está o erro. O pronome MIM, segundo a
gramática, não pode ser o agente de verbo
nenhum. Em outras palavras, os pronomes MIM e
TI nunca podem ser sujeitos da ação expressa
pelo verbo. Assim, nesse tipo de construção, use
sempre os pronomes EU e TU, nunca MIM e TI.
Dessa forma, diga sempre:
Para eu fazer / para tu fazeres
Para eu contar / para tu contares
Para eu estudar / para tu estudares
E assim por diante.
===========================
EntreEntreEntreEntre Eu e VocêEu e VocêEu e VocêEu e Você
Esse é um erro muito comum. O correto é dizer
ENTRE mim e você.
E por quê?
A resposta é simples. A palavra ENTRE é
uma preposição. E diz uma regra gramatical que
não se usa o pronome pessoal do caso reto EU
após preposição. Segundo a regra, após
preposição nós devemos usar sempre o pronome
pessoal do caso oblíquo, que são:
me, mim, comigo,
te, ti, contigo,
o, a, lhe, se, si, consigo
nos, conosco,
vos, convosco
os, as, lhes, se si, consigo
Por isso, diga sempre: ENTRE MIM e você.
OOOOlgalgalgalga AAAAgulgulgulgulhonhonhonhon
(1965)(1965)(1965)(1965)
TrovasTrovasTrovasTrovas
Mil sonhos num embornal,
tantas pedras no caminho...
Era a sina do “imortal”
que nunca encontrou seu ninho.
Tremenda surpresa aguarda
o marido certo dia:
- na cama dele uma farda,
dentro do armário o vigia!
Neste mundo conturbado,
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  • 1. Esta revista é gratuita, sendo proibido qualquer tipo de comercialização de seus artigos sem autorização dos respectivos autores.
  • 2. Esta revista é gratuita, sendo proibido qualquer tipo de comercialização de seus artigos sem autorização dos respectivos autores. SUMÁRIO BIOGRAFIAS Anthony LeahyAnthony LeahyAnthony LeahyAnthony Leahy ................................................................................................................................................................37 Átila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José Borges ....................................................................................................................................................13 Celito MedeirosCelito MedeirosCelito MedeirosCelito Medeiros ............................................................................................................................................................49 Chloris Casagrande JustenChloris Casagrande JustenChloris Casagrande JustenChloris Casagrande Justen ....................................................................................25 Cícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz Lopes ........................................................................................28 Cleonice BerardinelliCleonice BerardinelliCleonice BerardinelliCleonice Berardinelli ............................................................................................................................48 Emílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de Meneses ............................................................................................................................................9 Francisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke Pimpão ............................................................................................................61 Franklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras Lopes ....................................................................................................................................11 Galdino AndradeGaldino AndradeGaldino AndradeGaldino Andrade ....................................................................................................................................................29 Genolino AmadoGenolino AmadoGenolino AmadoGenolino Amado ........................................................................................................................................................36 Humberto del MaestroHumberto del MaestroHumberto del MaestroHumberto del Maestro ....................................................................................................................30 José UJosé UJosé UJosé Usan Torres Brandãosan Torres Brandãosan Torres Brandãosan Torres Brandão ........................................................................................1 Laé de SouzaLaé de SouzaLaé de SouzaLaé de Souza ............................................................................................................................................................................24 Lou de OlivierLou de OlivierLou de OlivierLou de Olivier ........................................................................................................................................................................42 Olga AgulhonOlga AgulhonOlga AgulhonOlga Agulhon ........................................................................................................................................................................21 Paulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo Leminski ............................................................................................................................................................12 Rodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia Lopes ........................................................................................................................33 Tobias BarretoTobias BarretoTobias BarretoTobias Barreto ....................................................................................................................................................................46 Túlio VargasTúlio VargasTúlio VargasTúlio Vargas ................................................................................................................................................................................2 Vânia MariVânia MariVânia MariVânia Maria de Souza Ennesa de Souza Ennesa de Souza Ennesa de Souza Ennes ........................................................................18 CONCURSOS COM INSCRIÇÕES ABERTAS 4º Concurso Literário Guemanisse de4º Concurso Literário Guemanisse de4º Concurso Literário Guemanisse de4º Concurso Literário Guemanisse de Minicontos e HaicaisMinicontos e HaicaisMinicontos e HaicaisMinicontos e Haicais ............................................................................................................................51 6º Prêmio Barco a Vapor de Literatura6º Prêmio Barco a Vapor de Literatura6º Prêmio Barco a Vapor de Literatura6º Prêmio Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil 2010Infantil e Juvenil 2010Infantil e Juvenil 2010Infantil e Juvenil 2010 ................................................................................................................57 51º Jogos Florais de Nova Friburgo51º Jogos Florais de Nova Friburgo51º Jogos Florais de Nova Friburgo51º Jogos Florais de Nova Friburgo ....................................50 II Concurso de Trova Cidade PoesiaII Concurso de Trova Cidade PoesiaII Concurso de Trova Cidade PoesiaII Concurso de Trova Cidade Poesia ................................50 Concurso Internacional de Literatura 2010Concurso Internacional de Literatura 2010Concurso Internacional de Literatura 2010Concurso Internacional de Literatura 2010 da UBEda UBEda UBEda UBE----RJRJRJRJ ........................................................................................................................................................................................56 Concurso Nacional de Poesia de Mogi dasConcurso Nacional de Poesia de Mogi dasConcurso Nacional de Poesia de Mogi dasConcurso Nacional de Poesia de Mogi das CruzesCruzesCruzesCruzes ....................................................................................................................................................................................................................50 Jogos Florais de Cambuci/RJJogos Florais de Cambuci/RJJogos Florais de Cambuci/RJJogos Florais de Cambuci/RJ –––– 2010201020102010 ............................52 Jogos Florais UBT Seccional MéridaJogos Florais UBT Seccional MéridaJogos Florais UBT Seccional MéridaJogos Florais UBT Seccional Mérida –––– VenezuelaVenezuelaVenezuelaVenezuela ................................................................................................................................................................................................50 Prêmio Jornal Cruzeiro do Sul de LiteraturaPrêmio Jornal Cruzeiro do Sul de LiteraturaPrêmio Jornal Cruzeiro do Sul de LiteraturaPrêmio Jornal Cruzeiro do Sul de Literatura ....................................................................................................................................................................................................................................................................53 Prêmios Literários Cidade de RecifePrêmios Literários Cidade de RecifePrêmios Literários Cidade de RecifePrêmios Literários Cidade de Recife ................................51 ENTREVISTA Entrevista com o Editor do Instituto MemóriaEntrevista com o Editor do Instituto MemóriaEntrevista com o Editor do Instituto MemóriaEntrevista com o Editor do Instituto Memória de Curitiba, Anthony Leahyde Curitiba, Anthony Leahyde Curitiba, Anthony Leahyde Curitiba, Anthony Leahy ................................................................................37 ESTANTE DE LIVROS Átila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José Borges A Menina e o General .......................................................58 Francisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke PimpãoFrancisco Sinke Pimpão O Dia em que a Muiraquitã virou Gente ............................61 Matheus Dantas (organizador)Matheus Dantas (organizador)Matheus Dantas (organizador)Matheus Dantas (organizador) Rodamundinho 2009 ........................................................62 Moacyr ScliarMoacyr ScliarMoacyr ScliarMoacyr Scliar Na Noite do Ventre, o diamante .......................................61 FOLCLORE A Gralha AzulA Gralha AzulA Gralha AzulA Gralha Azul Simbolismo dos corvos e da gralha-azul ..........................63 A Gralha Azul ..................................................................64 A Lenda da Gralha Azul (versão de Luiz da Câmara Cascudo) ........................................................................................64 A Lenda, segundo Alceu Maynard Araújo ..........................65 Lenda Indigena ...............................................................66 A gralha-Azul na cultura sul-brasileira ............................66 A lenda: localização, datação e origem .............................68 A Gralha e seu simbolismo universal ...............................68 Aventuras de Pedro MalasartesAventuras de Pedro MalasartesAventuras de Pedro MalasartesAventuras de Pedro Malasartes (De como Malasartes entrou no céu) ................................4 HAICAIS Humberto del MaestroHumberto del MaestroHumberto del MaestroHumberto del Maestro (Haicais) .........................................................................30 INSTITUIÇÕES Instituto MemóriaInstituto MemóriaInstituto MemóriaInstituto Memória (Curitiba) ................................42 Instituto Memória lança revista literária Raízes Regionais 43 Lançamento do livro "A Mulher na Guerra dos Farrapos", de Elma Sant'Ana ................................................................43 Instituto Memória lança o programa Raízes Regionais ......44 Instituto Memória recebe prêmio de editora destaque 2008 ........................................................................................44 NOSSO PORTUGUÊS DE CADA DIA Entre Eu e VocêEntre Eu e VocêEntre Eu e VocêEntre Eu e Você ........................................................................................................................................................ 20 Para Mim FazerPara Mim FazerPara Mim FazerPara Mim Fazer ........................................................................................................................................................ 20 NOTÍCIAS Cleonice Berardinelli é a nova titular da Cadeira nº8 da ABL ..........................................................................47 O ESCRITOR COM A PALAVRA Antonio A. de AssisAntonio A. de AssisAntonio A. de AssisAntonio A. de Assis Francisco, o Poeta............................................................2 Chloris Casagrande JustenChloris Casagrande JustenChloris Casagrande JustenChloris Casagrande Justen Meu Livro Azul ................................................................25 CCCCícero Galeno Urroz Lopesícero Galeno Urroz Lopesícero Galeno Urroz Lopesícero Galeno Urroz Lopes Enrestando ......................................................................27 Franklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras Lopes Esboço: A força dos medos e desejos ................................10 Genolino AmadoGenolino AmadoGenolino AmadoGenolino Amado O Ponto Fatal ..................................................................33 Laé de SouzaLaé de SouzaLaé de SouzaLaé de Souza Esmeraldo, o garçom .......................................................23
  • 3. Esta revista é gratuita, sendo proibido qualquer tipo de comercialização de seus artigos sem autorização dos respectivos autores. Machado de AssisMachado de AssisMachado de AssisMachado de Assis Três Tesouros Perdidos ...................................................16 Vânia Maria de Souza EnnesVânia Maria de Souza EnnesVânia Maria de Souza EnnesVânia Maria de Souza Ennes Os trovadores passam, as Trovas ficam .............................17 POESIAS Celito MedeirosCelito MedeirosCelito MedeirosCelito Medeiros Um Soneto para Machado de Assis ....................................48 A Arte e a Poesia ..............................................................48 A Poesia que eu Quero .....................................................49 A Liberdade é para Todos ................................................49 Ah, Meus Olhos! ...............................................................49 Cícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz LopesCícero Galeno Urroz Lopes A Gaiola ...........................................................................27 A Chuva ...........................................................................27 As Rosas, Dafne ................................................................27 Emílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de Meneses L.M. .................................................................................7 P.C. .................................................................................7 C.M. .................................................................................7 R.A. .................................................................................7 R. ....................................................................................7 J.DE M. ............................................................................7 W. L. ...............................................................................8 A. A. ................................................................................8 V. DE C. ...........................................................................8 F. G. ................................................................................8 L. DE F. ...........................................................................8 L. G. ................................................................................9 M. DE S. ...........................................................................9 Galdino AndradeGaldino AndradeGaldino AndradeGaldino Andrade “Prostrado aos teus pés, desejo” .....................................29 José Usan Torres BrandãoJosé Usan Torres BrandãoJosé Usan Torres BrandãoJosé Usan Torres Brandão Meu Aniversário ..............................................................1 Que Mundo! .....................................................................1 O Médico .........................................................................1 Meu Velho Chicão) ...........................................................1 Lou de OlivierLou de OlivierLou de OlivierLou de Olivier O Tempo e os Funerais ....................................................41 Demônios da Paz .............................................................41 Brasil ..............................................................................41 Paulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo Leminski Bem no Fundo .................................................................11 Adminimistério ...............................................................12 Ali ..................................................................................12 O Hóspede Despercebido ..................................................12 O Assassino era o Escriba) ...............................................12 Rodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia LopesRodrigo Garcia Lopes Stanzas In Meditation ......................................................31 Erótica das Sombras ........................................................32 Somos Pessoas Estranhas .................................................32 Seu Corpo é uma Praia Deserta ........................................32 Na Passagem dos Céus que Fogem de Nós ........................32 Pensagem .......................................................................33 Rito ................................................................................33 A Lume Spento ................................................................33 Tobias BarretoTobias BarretoTobias BarretoTobias Barreto Que Mimo ........................................................................45 O Gênio da Humanidade ..................................................45 A Escravidão ...................................................................46 Amar ..............................................................................46 Túlio VargasTúlio VargasTúlio VargasTúlio Vargas (Conselheiro Zacarias ) ....................................................2 TROVAS Baú de TrovasBaú de TrovasBaú de TrovasBaú de Trovas (Paraná) ..........................................15 Olga AgulhonOlga AgulhonOlga AgulhonOlga Agulhon (Trovas) ............................................20 INDICAÇÃO DE SITES DE LITERATURAINDICAÇÃO DE SITES DE LITERATURAINDICAÇÃO DE SITES DE LITERATURAINDICAÇÃO DE SITES DE LITERATURA ................................................................................................................................................................................................................................................................ 69 FONTESFONTESFONTESFONTES .................................................................................................................................................................................................... 70
  • 4. Esta revista é gratuita, sendo proibido qualquer tipo de comercialização de seus artigos sem autorização dos respectivos autores. RevistaLiterária “OVoodaGralhaAzul” nnnn0000. 1. 1. 1. 1 –––– Paraná, janeiro 2010Paraná, janeiro 2010Paraná, janeiro 2010Paraná, janeiro 2010 Idealização, seleção e edição: José Feldman Contatos, sugestões, colaborações: pavilhaoliterario@gmail.com http://singrandohorizontes.blogspot.com Encantada olho os pinheiros, formosos! Iguais? Não há. Dos poetas são os parceiros que versam o Paraná! Vânia Maria Souza Ennes Presidente da UBT/PR Que a humanidade possa aprender com a nossa Gralha-azul e entender que o equilíbrio e o respeito ecológico entre fauna e flora é fundamental para a existência do Homem na face da Terra!!! Prezado Leitor A criação desta revista se deve ao fato que, segundo a minha concepção, cultura não deve ser comercializada, mas sim oferecida gratuitamente ao povo. Um povo culto, que conhece e participa da evolução de seu país, é um povo consciente em todos os sentidos. Lamentavelmente, é uma deficiência fatal para o povo brasileiro a falta de recursos que lhe são oferecidos para adquirir conhecimento. Um livro didático ou mesmo de ficção, chegam ao absurdo de custar ao bolso do trabalhador cerca de 10% do salário mínimo. Isto eu estou falando em termos de “um” livro. Imagine o cidadão que ganha um salário mínimo e que deseja dar educação a “um” filho ou mesmo a si, calcule então dois ou mais filhos. Esta revista não tem a pretensão e nunca poderá ser considerada como substituição aos livros, jornais, colunas, etc. que circulam virtualmente ou não, mas sim como mola propulsora de incentivo ao cidadão para buscar novos conhecimentos, ou relembrar aqueles perdidos na névoa do passado. Porque o Vôo da Gralha Azul? A poetisa norte-americana Emily Dickinson, que viveu no século XIX, diz “Não há melhor fragata do que um livro para nos levar a terras distantes”. No caso da revista, esta fragata é a Gralha Azul, que assim como semeia o pinheiro, ela alça voo e semeia no coração de cada um que alcançar, o pinhão da cultura, em todas as suas manifestações. Ao leitor, novos conhecimentos. Ao escritor ou aspirante a tal, sejam poetas, trovadores, romancistas, dramaturgos, compositores, etc., um caminho de conhecimento e inspiração. Obrigado por me permitir dividir consigo estes breves momentos, José Feldman
  • 5. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 1 Nota Introdutória: Antes de cada artigo, a Gralha Azul estará sobrevoando o mapa do Estado ao qual ele pertence. José Usan TorresJosé Usan TorresJosé Usan TorresJosé Usan Torres BrandãoBrandãoBrandãoBrandão (1929)(1929)(1929)(1929) O médico José Usan Torres Brandão nasceu em Senhor do Bonfim – BA, no dia 30 de novembro de 1929. Formou-se em medicina em 1953, pela Escola de Medicina da Bahia, em Salvador. Exerceu a medicina no Recôncavo Baiano e em Maringá. Autor de Descendo a serra. Membro da Academia de Letras de Maringá, Cadeira nº. 03, cujo patrono é Alphonsus de Guimarães. MEU ANIVERSÁRIOMEU ANIVERSÁRIOMEU ANIVERSÁRIOMEU ANIVERSÁRIO De hoje a cinco anos, serei sexagenário Estou tranqüilo, cônscio daquilo que me espera Pois afinal festejo o meu aniversário Mesmo sendo natural, ele agride e fere. Debalde compensar com sonhos, dor que me invade É o ser que desce a serra na sua calmaria É o silêncio da noite na pequena cidade A peraltice hipócrita da própria nostalgia. É a ave que já tem o seu vôo mais curto É o vôo que tem uma breve, curta duração É o buquê em vaso de água que está murcho Pouca vontade ademais de cantar uma canção. QUE MUNDO!QUE MUNDO!QUE MUNDO!QUE MUNDO! Se nasce, já sai lutando Se vive, já está sofrendo Que estranho é o ser humano Que aprende, mesmo morrendo Na luta do dia-a-dia No ouro para conquistar Para contar, pouca alegria Muita cousa para chorar Na caminhada para o fundo Quase nada para dizer Voz uníssona do mundo É melhor ter do que ser Se essa voz a mim não veio E o ouro não conquistei Então nada tenho, eu sou No meu reinado, sou rei! O MÉDICOO MÉDICOO MÉDICOO MÉDICO Entre quatro paredes, seu mundo restrito De grandes emoções, suas horas, dia-a-dia Aliviar a dor, salvar vidas, está escrito Sua missão, um sacerdócio sem hipocrisia. Marcas do tempo, cedo batem à sua porta Esclerose, enfarte, cansaço, depressão Seu lar, que não é seu ninho, teme sua sorte Médico, imagem tão mudada neste mundo cão. Já não se fala dele como ser superior Hoje, nome desgastado, luta pra viver Como qualquer ser, anônimo, sem valor Num mundo de mercado em que mais vale ter. Médico, operário de Deus, salvando vidas Também chora, também ama e também sonha Na sua labuta com alma e corpo, suas feridas Leva uma existência bem tristonha. Não é sem luta que ele ganha fama Nem é na flor que ele vê espinho Num pedestal também joga-se lama Médico, não ligues, segue o teu caminho. MEU VELHO CHICÃOMEU VELHO CHICÃOMEU VELHO CHICÃOMEU VELHO CHICÃO Caminhas lento com a mesma altivez Já não sou o mesmo, os anos se passaram Minha infância está ligada a ti, velho Chicão Fonte dos primeiros sonhos que voaram. Brinquei em tuas águas De dono do mundo Que ironia Com meus amigos de infância Que nunca mais eu vi Pois tudo se passou. As imagens vivas Que hoje guardo Pura fantasia No meu mundo de sonhos
  • 6. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 2 Que o tempo desabou. És perene Mas de ti sinto saudades Pois sei, nada temos em comum Vives passeando alegre entre cidades E eu, entre os tristes da vida Sou mais um. AAAAntonintonintonintonioooo A. de AssisA. de AssisA. de AssisA. de Assis (Francisco, o Poeta)(Francisco, o Poeta)(Francisco, o Poeta)(Francisco, o Poeta) Gosto muito de Francisco, um santo e tanto, o bom Francisco de Assis. Não somente por ser ele santo, e santo forte e alegre e sábio; mas sobretudo porque além de santo soube Francisco ser poeta, e máximo. Poeta mesmo, de entender e amar integralmente a gente e o mundo e a vida. Poeta da ternura e da partilha. Poeta do amor valente e generoso e da coragem de doar-se. Poeta do não- ter, por lhe bastar o ser. Santo-poeta da total pureza. Francisco vem há oitocentos anos tentando convencer a humanidade de que a alegria está nas coisas simples. Na festa dos lírios, que não tecem nem bordam e, no entanto, se vestem mais belamente do que Salomão. Na traquinice dos pássaros, que não plantam nem ceifam, e jamais sofreram privações. Poucos souberam viver tão assumidamente a poesia da fraternidade. Levando paz aos corações tumultuados pela violência. Levando esperança às almas sufocadas pela angústia. Levando luz às mentes perturbadas pelo medo e pela dúvida. Disposto sempre a perdoar antes mesmo de ser perdoado, a amar antes mesmo de ser amado. E ensinando a gente a aceitar a chamada para o céu como aurora da eterna graça. Francisco foi um descomplicador da vida, virtude própria do poeta intrínseco. Despojou-se de toda coisa inútil, para ser somente um homem bom. Hoje Francisco seria um dos grandes líderes na luta contra a fome, contra a doença e contra a indigência cultural. Seria um vigoroso apóstolo da natureza, pedindo aos povos que sujem menos o ar e as águas, que usem com mais prudência os defensivos agrícolas, que parem de derrubar os bosques e as florestas. Seria um incansável militante das entidades protetoras dos animais. E por certo encontraria tempo e fôlego para ser também o de que tanto gosta: um entusiasmado animador de todos os grupos empenhados em semear e manter viva a poesia na face da Terra. Francisco, o poeta. O nosso poeta. O santo da bondade, irmão querido de cada um de nós, irmão do sol, da lua e de cada uma das estrelas, irmão das plantas, irmão das aves, irmão dos peixes, irmão de todos os bichos de todas as matas, e das borboletas que brincam de flores nos jardins. Francisco, irmão da natureza inteira, irmão de tudo quanto Deus criou. A bênção, meu São Francisco. Me ensine a ser poeta um pouquinho assim como você. O mundo precisa muito de uma urgente franciscanização. Túlio VargasTúlio VargasTúlio VargasTúlio Vargas (1929(1929(1929(1929 ---- 2008)2008)2008)2008) CONSELHEIRO ZACARIASCONSELHEIRO ZACARIASCONSELHEIRO ZACARIASCONSELHEIRO ZACARIAS Jamais deixou o nobre Conselheiro de utilizar seu mágico talento, ao defender com garra e prazenteiro tudo que fosse justo cem por cento. Se alguém quisesse ser seu companheiro, indispensável ter discernimento a distinguir do falso o verdadeiro, fosse qual fosse a causa, ou o evento. O timoneiro e magistral Visconde de São Lourenço enalteceu-lhe a fama e frente a Cotegipe brada e exclama: As águias que criei voam por onde o turvo sol dos néscios mal se esconde e a luz de Zacarias se derrama. ===================== Odilon Túlio Vargas nasceu em Pirai do Sul, Paraná, no dia 28 de junho de 1929. Túlio Vargas era filho do deputado Rivadavia Vargas e de Dalila Rolim Vargas, é bisneto do célebre sertanista, revolucionário e político Telêmaco Borba. Frequentou escolas do ensino fundamental em
  • 7. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 3 cidades do interior de São Paulo e graduou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1954. Depois de formado mudou-se para Maringá, Noroeste do Paraná, onde se elegeu presidente da Associação dos Advogados e fundou o partido Democrata Cristão. Foi o partido pelo qual se elegeu deputado estadual, em 1961, e se reelegeu na legislatura seguinte. Advogado e escritor, Túlio Vargas foi deputado estadual, federal e secretário de estado. Em 1970 elegeu-se para Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Em 1974 foi nomeado secretário de estado de Justiça, no governo Canet Júnior, e posteriormente nos governos de Ney Braga e Hosken de Novais. Ainda na década de 70, em 1978, foi o candidato mais votado na eleição para o Senado Federal. Ainda como político, Túlio Vargas também exerceu a presidência do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul e foi nomeado procurador-geral do estado junto ao Tribunal de Contas do Paraná, cargo em que se aposentou. Locutor Esportivo Tulio começou a gostar de rádio aos quinze anos de idade, quando se instalou uma emissora em Itararé, São Paulo, onde ele morava com a sua família. Aquela novidade deixou o jovem empolgado e ele começou a sonhar em ser um locutor de rádio. Foi, no entanto, em Itapeva, uma cidade próxima onde passou a estudar, que Túlio Vargas teve suas primeiras experiências como profissional do microfone, trabalhando como locutor num serviço de alto-falante. Os serviços de alto-falantes eram muito comuns nos anos 40 e neles começaram suas carreiras outros radialistas de sucesso, entre eles Haroldo de Andrade, Vicente Mickosz, Nicolau Nader e Herrera Filho. Vindo para Curitiba, Túlio assumiu a chefia de esportes da Rádio Clube Paranaense em abril de 1947, quando Epaminondas Santos era o proprietário da emissora e Jacinto Cunha era o Gerente. Foram seus colegas de atividade nos programas esportivos Castro Pereira, Machado Neto, Arthur de Souza, Eolo César de Oliveira, entre outros. Naquela época a Rádio Clube Paranaense apresentava seus programas de esporte apenas nos estúdios. Túlio Vargas criou uma série de inovações, lançou as transmissões externas e entrevistas nos mais variados locais, inaugurando uma nova fase na radiofonia do Paraná. Valério Hoerner Júnior, em seu livro "RÁDIO CLUBE PARANAENSE - A PIONEIRA DO PARANÁ", referindo- se a Túlio Vargas escreve: "O primeiro jogo por ele narrado foi Coritiba X Botafogo,no Estádio Belfort Duarte, hoje Couto Pereira. Nessa época começou a ser conhecido como "o mais novo locutor esportivo". Ainda no livro de Valério encontramos: Como já foi dito, seu programa principal foi "Bola na Trave", em que promovia entrevistas ao vivo, especialmente geradas do Bar Stuart, ainda na esquina da rua Voluntários da Pátria com a avenida Luiz Xavier, na Praça Osório. Túlio criou, também, um programa sindical e político, o que demonstrava, já naquela época, a sua tendência para a carreira como homem público, na qual foi brilhante. Em 1947, recebendo tentadora proposta da recém- fundada Rádio Guairacá (hoje Iguaçu), que andava explodindo no Ibope da época, Túlio deixou a Bedois e passou a atuar na nova emissora. Na Guairacá, participou das transmissões esportivas, trabalhando com Rocha Braga, João Féder, e outros, numa fase áurea da "voz nativa da terra dos pinheirais". Túlio Vargas, um dos pioneiros das transmissões esportivas do Rádio paranaense, foi um grande inovador. No final dos anos 40, ele introduziu na Bedois as transmissões externas de eventos esportivos em caráter contínuo. Antes dele, essas transmissões eram feitas eventualmente. Certa vez, no começo da sua carreira, num daqueles improvisos dos quais é farta a atuação dos locutores esportivos, ele foi dar uma notícia sobre os jogadores campeões do Rio de Janeiro. Então, por distração, quando ele foi dizer CAMPEÕES CARIOCAS, o que saiu foi CAMPEÕES CARECAS. Causou surpresa, pois naquele tempo os jogadores de futebol eram cabeludos, ainda não surgira a moda de rapar a cabeça.
  • 8. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 4 Durante muito tempo o Túlio Vargas teve que ouvir a gozação de seus familiares e amigos. Vida cultural Tulio Vargas começou a interessar-se pela pesquisa histórica há 10 anos, ao escrever uma biografia de seu bisavô materno, Telêmaco (Augusto Enéas Morocine) Borba (1840-1918), que mereceria o livro "O Indomável Republicano", transformado em calamitosa opereta e cujos prejuízos ainda se fazem sentir. Depois, Tulio pesquisou a vida do Barão do Serro Azul, Ildefonso Pereira Correia (1848-1894), cujo livro biográfico lançou antes de trocar a confortável cadeira de deputado federal pela incômoda Secretaria da Justiça. Na área de história publicou 26 livros ao longo de sua vida, além de “A última viagem do Barão do Cerro Azul” (transformado no filme "O Preço do Paz"), “O Conselheiro Zacarias”, e “História Biográfica da República no Paraná”, O indomável republicano; Senhor senador, senhor ministro; Tempo de meu pai; O juiz integral; Tempo de secretaria; Pé vermelho e Maringá nostalgia, entre outros. Teve vários artigos publicados no jornal Gazeta do Povo e desde 1994, era presidente da Academia Paranaense de Letras, mas estava afastado, devido à fibrose pulmonar, doença com a qual conviveu por cerca de dois anos. Em 1974 foi eleito para a cadeira No. 23 da Academia Paranaense de Letras da qual foi eleito presidente em 1994. Aventuras de PedroAventuras de PedroAventuras de PedroAventuras de Pedro MalasartesMalasartesMalasartesMalasartes Pedro Malasartes, um personagem folclórico que ganhou em cada recanto do Brasil, uma versão de sua estória. Originária da Europa, onde em cada país encontra- se os seus pedros, como por exemplo, o Pedro Urdemales da Espanha, o Till Eulenspiegel da Alemanha, ou seja, em todas as culturas camponesas, onde há grandes diferenças sociais entre as classes, podemos encontrar contos populares onde o pobre é o esperto e o rico é o tolo. Aqui no Brasil encontrou condições favoráveis para permanecer e se espalhar por todas as nossas regiões. Assumindo particularidades brasileiras, se tornou um dos personagens mais populares de nossa cultura. Personagem cosmopolita, cujo arquétipo, de espertinho com cara de bobo, é encontrado em diversas partes do mundo. Um burlão invencível nas histórias como ao tempo, que gerou tantos outros personagens como o João Grilo, o Amigo-da-Onça ou ainda o Zé Carioca. E é um contador de histórias que traz aos leitores o Malasartes: histórias de um camarada chamado Pedro, do polivalente Augusto Pessoa, que pesquisou nos mestres Câmara Cascudo, Basílio de Magalhães e Sílvio Romero, entre outros, e coletou algumas histórias para reuni-las nesse bom lançamento da Rocco Jovens Leitores. Diversos autores já colocaram palavras para o camarada Pedro em seus livros, como o seu xará Pedro Bandeira, em seu Malasaventuras - safadezas do Malasarte (Moderna,1985), ou Sérgio Vianna, com Pedro Malasartes: Aventuras de um herói sem juízo (Resson, 1999) ou ainda Ana Maria Machado, com Histórias à Brasileira: Pedro Malasartes e outras, em dois volumes (Cia das Letrinhas, 2002 e 2004). E a todo o momento e em toda época exerce um poder de atração a diversas gerações de autores e leitores. Malasartes é um matuto, um caipira de origem desprivilegiada, que conta com sua esperteza para alcançar seus objetivos. Um arquétipo do malandro brasileiro, que desafia as regras sociais, para obter benefícios próprios. Graças aos narradores de contos populares, os contadores de histórias, é que se difundiu o conto e garantiram sua continuidade. Bem atípico de outros heróis da literatura tradicional e popular, Pedro é sempre colocado como um astucioso, cínico, inesgotável mente de fazer enganos aos seus adversários, sem escrúpulos e sem remorso, buscando o prazer imediato da situação para logo a seguir continuar
  • 9. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 5 se aventurando pelo mundo a torrar os tostões dos poderosos que enganou. Pedro Malas Artes, como os portugueses o chamavam, vem fazendo arte em 12 contos, trazido em prosa e verso, de suas melhores peripécias pelo mundo. O carioca Augusto Pessoa apresenta histórias como Sopa de Pedra, A árvore que dava dinheiro, entre outras, ator, cenógrafo, figurinista, dramaturgo alia a sua experiência em adaptar contos populares ao teatro, a divertida aventura de representar esse personagem tão brasileiro. (artigo de Cadorno Teles) ---------------------------------------------------------------- DeDeDeDe como Malasartes entrou no céucomo Malasartes entrou no céucomo Malasartes entrou no céucomo Malasartes entrou no céu Quando Malasartes morreu e chegou ao céu, disse a S. Pedro que queria entrar. O santo porteiro respondeu: - Estas louco! Pois ainda tens coragem de querer entrar no céu depois que tantas fizeste, lá pelo mundo?! - Quero, S. Pedro pois o céu é dos arrependidos e tudo quanto acontece é por vontade de Deus. - Mas o teu nome não está no livro dos justos e portanto, não entras. - Mas então eu desejava falar com o Padre Eterno. S. Pedro zangou-se só com aquela proposta. E disse: - Não, para falares a Nosso Senhor, precisavas entrar no céu e quem entra no céu Dele não pode mais sair. Malasartes se pôs a lamentar e pediu que o santo ao menos o deixasse espiar o céu só pela frestinha da porta para que tivesse uma idéia do que fosse o céu, e lamentasse o que havia perdido por causa das más artes. S. Pedro já amolado, abriu uma fresta da porta e Pedro meteu por ela a cabeça. Mas de repente, gritou: - Olha, S. Pedro Nosso Senhor que vem falar comigo. Eu não te dizia!! S. Pedro voltou-se com todo o respeito para dentro do céu, a fim de render as suas homenagens ao Padre Eterno que supunha ali vir. E Pedro Malasartes então pulou para dentro do céu. O santo viu que tinha sido enganado. Quis pôr o Malasartes para fora, mas ele contrariou: - Agora é tarde! S. Pedro lembre-se que me disse que do céu uma vez entrando, ninguém pode mais sair. É a eternidade! E S. Pedro não teve outro remédio senão deixar o Malasartes lá ficar. --------------------------------------------- Malasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céu –––– IIIIIIII Cansado de vagar pelo mundo, Malasartes resolveu dar um passeio ao céu, onde chegou com três dias de viagem. Bateu no portão do paraíso e esperou. Pouco depois ouviu a voz de São Pedro: - Quem é? - Sou eu. – Eu quem? - Pedro Malasartes. – Que vem você fazer aqui no céu? - Vim dar um passeiozinho. Quero ver essas belezas aí de dentro. – Não pode ser, moço. No céu não entra ninguém vivo. - Tenha piedade, São Pedro, só quero dar uma espiadinha… - Nada, não é possível! - Ora, abra, São Pedro, abra por favor… é só um instante… Deixe-me ao menos botar a cabeça aí dentro… E tanto pediu e rogou, que São Pedro, já abalado, ou caceteado, entreabriu-lhe a porta para que espiasse. Malasartes deitou-se, mais que depressa, de barriga para baixo, com os pés voltados para a porta, e foi-se deslizando para dentro do céu. São Pedro protestou, mas o Malasartes retrucou-lhe que o santo se havia comprometido a deixá-lo meter a cabeça no céu, e era o que estava fazendo.. O chaveiro celeste não teve remédio senão conformar-se, porque palavra de santo é como a de rei, não volta atrás; e o caso é que quando a cabeça de Malasartes penetrou no céu já estava o corpo dele inteirinho… Malasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céu –––– IIIIIIIIIIII Andando Malasartes por uma estrada, encontrou-se com um pobre, que lhe pediu esmola. Deu um vintém ao pobre, e este que não era outro senão Nosso Senhor fez-lhe presente de um gorro vermelho, declarando-lhe que só ele Malasartes e ninguém mais poderia pôr a mão naquele objeto. Tempos depois, cansado de vaguear pelo mundo, entendeu Malasartes de dar um passeio
  • 10. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 6 ao céu. Para lá se encaminhou, e depois de três dias de viagem batia no portão de São Pedro. O santo porteiro perguntou lá de dentro quem era, e ele respondeu; perguntou o que desejava, e respondeu. O santo negou-lhe a permissão pedida; mas o viajante tanto rogou, tanto chorou que ele sempre consentiu em entreabrir a porta para que espiasse um pouco. Mal vê a fresta, Malasartes atira o gorro pra dentro e começa a gritar: - Quero o meu gorro, quero o meu gorro! São Pedro prontifica-se a ir buscá-lo, mas o burlão protesta: - Não pode ser, só eu posso pegar no meu gorro. Ninguém mais, só eu. São ordens de Nosso Senhor. São Pedro tratou de certificar-se da verdade, e veio a saber que Malasartes não mentia. Não havia outro remédio: deixou-o entrar para apanhar o gorro. Assim Malasartes conseguiu entrar no céu. Mas não se demorou lá muito tempo... Malasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céuMalasartes no céu –––– IVIVIVIV Um dia chegou para Malasartes a hora de ir para o outro mundo, e de nada lhe valeu a esperteza; teve que marchar. Quando se viu no estradão da eternidade, pensou no que faria e resolveu, em primeiro lugar, ir bater à porta do céu. Lá foi; mas São Pedro, assim que o enxergou, deu-lhe com a porta na cara. Então deliberou ir ao inferno; foi, bateu, mas o porteiro, dando com o homem que surrava até os diabos, tratou de fechar o portão com quantas trancas havia e foi correndo avisar o seu rei. Houve um rebuliço dos diabos no inferno: pavor e correrias por todos os cantos. O próprio Satanás tremeu; mas, recuperando o sangue frio, pensou, pensou e ordenou que se deixasse entrar o hóspede. E disse-lhe: - Eu não quero você no inferno, Malasartes; você, além do que já fez, ainda é capaz de vir aqui revolucionar a minha gente. – Tenha paciência, seu Satanás, mas aqui estou e aqui fico. – Então vou fazer uma proposta: que se decida o seu destino pela sorte do jogo. Aceita? - Feito! - Se você perder, irá diretinho para o caldeirão. – Está dito. E se eu ganhar, você me paga com uma das almas que lá estão fervendo. Começaram o jogo, e cada qual fazia o possível para passar a perna no outro. Mas Pedro Malasartes era mais esperto e ganhou a primeira partida, depois a segunda e assim outras. Satanás, vendo que não podia derrotar o parceiro e que ia perdendo almas sobre almas, postas em liberdade por Malasartes, mandou botar o insuportável para fora do inferno. Malasartes andou vagando como alma penada, muito tempo, sem saber onde havia de se aboletar.. Até que um dia teve uma idéia e tocou de novo para o céu. Chegando à porta do céu, tomou uns ares muito humildes, e bateu devagarinho. São Pedro abriu um postigo, enfiou a cabeça e perguntou: - Quem bate a estas horas? - Sou eu, meu santo… - Eu, quem? Diga o que quer, e toca! - Será possível que o meu santo padroeiro não me reconheça… Pois eu sou o Pedro Malasartes. – Malasartes?! Outra vez?! Já não lhe disse que o seu lugar não é aqui? - Não se zangue, meu santo, meu grande santo… Sei muito bem que nunca entrarei neste lugar de glória… - Então vamos ver, o que quer? Malasartes, com muita brandura e muita lábia, pediu ao santo que entreabrisse ao menos a porta, um bocadinho, só para que pudesse espiar por um momento a beleza do céu. Tanto pediu e tanto fez que São Pedro o atendeu. Então, mais que depressa Malasartes atirou o chapéu pela fresta. São Pedro bufou e descompôs o patife, e tanto barulho fez que começaram a ajuntar-se magotes de anjos e de justos ali junto da porta. Acontece que o chapéu era um objeto terreno, além de estar muito sujo, e ninguém no céu lhe podia tocar. Mas Pedro Malasartes reclamava o chapéu, não abria mão, e enfim, para encurtar, não houve jeito senão, permitir-lhe que entrasse. E o malandro, entrou, muito contente, com ar vitorioso. Mas o atrevimento não ficou sem castigo. Levaram o tal para junto de um monte enorme de milho e mandaram-no contar os grãos um por um. Malasartes, que remédio! Começou a contar, a contar, a contar, e levou um mundo de tempo a amontoar os grãozinhos para um lado. Quando já estava acabando a contagem, veio um anjo e misturou tudo. E Malasartes teve de contar de novo… E até hoje lá está contando e recontando os grãos de milho, sem acabar nunca.
  • 11. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 7 Emílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de MenesesEmílio de Meneses (1866(1866(1866(1866 –––– 1918)1918)1918)1918) L.M.L.M.L.M.L.M. De uma magreza de evitar chuvisco, Tem a altura fatal de um pára-raio. Tão alto que, se o aspecto lhe rabisco, Na vertigem da altura até desmaio. Hoje é o senhor do cobiçado aprisco De tenros diplomatas em ensaio; Astuto, na rijeza de obelisco, Não nos encara, espia de soslaio. De alma arguta e sagaz, nada quimérica, Feita de tino e de sabedoria, Tudo a seu ver é uma função numérica. Mas de andar e viajar, tem a mania. Cometa diplomático da América, Judeu errante da diplomacia. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ P.C.P.C.P.C.P.C. Tão pequenino e trêfego parece, Com seu passinho petulante e vivo, A quem o olha, assim, com interesse, Que é a quinta-essência do diminutivo. Figura de leiloeiro de quermesse, Meloso e parecendo inofensivo, Tem de. despeitos a mais farta messe, E do orgulho é o humílimo cativo. Não há talento que ele não degrade, Não há ciência e saber que ele, à porfia, Não ache aquém da sua majestade. Dele um colega, há tempos, me dizia: É o Hachette ilustrado da vaidade, É o Larousse da megalomania! ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ C.M.C.M.C.M.C.M. Lá na terra dos pampas tem o nome De chimarrita, diz o Leal de Souza, E este apelido afirmam que o consome E é o que o há de levar à fria lousa. Se lho repetem briga e já não come, Não pára, não descansa, não repousa, Agüenta a sede, suportando a fome, Dando o estrilo feroz por qualquer cousa. Entretanto, não tem os dotes falhos; Do talento gaúcho é um belo adorno E tem brilhantes feitos e trabalhos. Rapadurescamente espalha em tomo, Uma impressão de cheiro a vinha-d'alhos, De um leitãozinho mal tostado ao fomo. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ R.A.R.A.R.A.R.A. Era ministro então. O Olavo e o Guima Diziam que ele era o Morfeu da pasta, E o dorminhoco andava em metro e rima Na pilhéria que a tanta gente agasta. Mas galgando o Catete, escada acima, Num despertar febril, Morfeu arrasta Todas as forças que a vontade anima, Nos vastos planos de uma idéia vasta. Tudo revive! A atividade é infrene. São mutações de sonho! É o Eldorado, É o Dinheiro na Estética e na Higiene! Hoje, glorioso e um tanto fatigado Não se deixa ficar calmo e solene A dormir sobre os louros do passado. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ R.R.R.R. Pedra preciosa de um tamanho imenso. (Pois que o nome é um rubi deste tamanho Que à sorte e à fortuna traz apenso), Eis mais ou menos o seu vulto estranho. Escravo cauteloso do bom senso Fugidio ao espírito tacanho, Quando entra em luta diz: Ou morro ou venço! E é difícil que alguém lhe tome o ganho. Desdobrado em trabalho multiforme, Em finança e política não dorme, E numa ou noutra. nunca perde a audácia. Sendo do Bananal, não é um banana: Tocou rumo a S. Paulo a caravana, E ei-Io Rubião, em honra da rubiácea. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ J.DE M.J.DE M.J.DE M.J.DE M. Com este agora a musa não contava! Nem a musa mordaz, nem a brejeira, Em certo dia o vejo a deitar lava,
  • 12. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 8 Aproximo-me e encontro uma geleira. Quando a aparência é fria, a alma está brava. Se aquela é tormentosa, esta é fagueira. E assim, da vida. o rumo, a sós, desbrava, E, a sós, colima o termo da carreira. Por muito que o humorismo o prenda e engrade. Ele não esbraveja nem se irrita, Mas se lhe escapa com facilidade. A golpes de talento o laço evita E ao ridículo opõe a habilidade. Eis, mal pintado, o Júlio de Mesquita. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ W. L.W. L.W. L.W. L. E um bandeirante novo, sem as botas De andar em carrascais, ou serras brutas, De penetrar nas mais profundas grotas Ou se internar nas mais soturnas grutas. É o bandeirante urbano nas devotas Ânsias de ver em formas resolutas, O esplendor das metrópoles remotas Em plintos, colunatas e volutas. Ele antevê. nas cores mais exatas Da Paulicéia as graças infinitas, No áureo fulgor de mágicas palhetas. Porém, depois dos bons tempos de pratas, Ele que é homem que detesta as fitas, Sente a falta do arame nas gavetas. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ A. A.A. A.A. A.A. A. Dizem que às vezes, quer se achar bonito, Mas, nem sendo Amadeu e sendo amado, Mas muito amado mesmo, eu não hesito: Se não é feio é bem desengraçado. Entretanto se o vejo (isto é esquisito) Através de um soneto burilado, É mais que belo, afirmo em alto grito, É o próprio Apoio que lhe fica ao lado. Mais comprido que a universal história, Este Leconte com seu ar caipira, Me deixa uma impressão nada ilusória. Quando ele ao alto, a inspiração atira, Com a cabeça a topar no céu da glória, É um guindaste a guindar a própria lira. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ V. DE C.V. DE C.V. DE C.V. DE C. Fraco e doente, se solta algum gemido, Ou sai um verso ou brota uma sentença. Se como Juiz sempre é acatado e ouvido, Como poeta não sei de alguém que o vença. Se nas Ordenações presta sentido, Tem, nas regras de Horácio, parte imensa. Não se lhe sabe o culto preferido: Se na Arte ou no Direito, tem mais crença. Tendo defeito, nunca teve alcunha. Quando aparece, num reencontro à liça, O que nos antagonistas acabrunha, É ver que, sem fraqueza nem preguiça, Numa só mão, com o mesmo gesto empunha, A áurea lira e a balança da Justiça!. .. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ F. G.F. G.F. G.F. G. Este é por certo o verdadeiro espelho Das maiores derrotas e conquistas Que o regime vem tendo, e o seu conselho, Tem sempre o cunho das mais largas vistas. Foi das molas mais rijas do aparelho Que deu cabo das hostes monarquistas. Foi o Moisés do novo Mar Vermelho, A égua madrinha dos propagandistas. Calmo, risonho, perspicaz, cordato, Todos sentem no Ilustre veterano, Do político arguto o fino tato. Mas o Matusalém republicano, Tem orgulho infantil de ser, de fato, O bisavô dos netos do Herculano! ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ L. DE F.L. DE F.L. DE F.L. DE F. O rosto escuro em pontos mil furado, Se lhe move da boca em derredor. Não consegue um segundo estar calado E é de S. Paulo o tagarela-mor. Traz, de nascença. o todo avelhantado De um macróbio infantil e, - coisa pior, - Dá idéia de que já nasceu usado Ou de que foi comprado no belchior. Tudo nele é exagero, até a atitude De saudar elevando o diapasão: "Nobre amigo! Mui fuerte e de salude?" No mais é um excelente amigalhão.
  • 13. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 9 Mas que voz! É o falsete áspero e rude . De um gramofone de segunda mão. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ L. G.L. G.L. G.L. G. Este vale, em toicinho, a inteira Minas; Derretê-lo, seria um desencargo Para a atual crise das gorduras suÍnas. (O Monteirinho a isso põe embargo). Arrota francos, marcos, esterlinas, Mas uma alcunha o faz azedo e amargo: Senador tonelada. Usa botina Cinqüenta e quatro, à sombra, bico largo. Tem uma proverbial sobrecasaca, Cujo pano daria, em cor cinzenta, Para o Circo Spinelli uma barraca. Da do Oliveira Lima ela é parenta Pois só o forro das mangas dá, em alpaca. Para o novo balão do Ferramenta. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ M. DE S.M. DE S.M. DE S.M. DE S. Conhecem, por acaso, o Monteirinho Que é Antônio, que é Monteiro e que é de Souza? Pois não é para aí um qualquer cousa De baixo preço ou de valor mesquinho. Assim mesmo tostado e mascavinho, Numa poltrona do Monroe repousa, Calado e quedo qual funérea lousa, A apanhar perdigotos do vizinho. Cabritinho de mama já esgotada, No tapete não solta as azeitonas E só espera o momento da marrada. Dele, a exibir as alentadas lonas, Diz o Lopes Gonçalves Tonelada : Ai! cabrito cheiroso do Amazonas ! ---------------------------------------------------- Emílio de Meneses, jornalista e poeta, nasceu em Curitiba, PR, em 4 de julho de 1866, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 6 de junho de 1918. Filho de outro poeta, Emílio Nunes Correia de Menezes, e de Maria Emília Correia de Menezes, era o único filho homem na família, ao lado de oito irmãs. Fez como pôde os estudos primários e secundários no Paraná. Aos 14 anos começou a trabalhar na farmácia de um seu cunhado farmacêutico. Aos 18 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, influenciado pelo movimento simbolista e levado por Rocha Pombo. Ainda em Curitiba distinguia-se pela originalidade de sua figura e dos seus hábitos, pela extravagância das maneiras e das roupas e pela singularidade da imaginação. No Rio de Janeiro aproximou-se dos boêmios e jornalistas da época, entregando-se ele também ao jornalismo. O escritor e crítico do Simbolismo Nestor Vítor deu-lhe uma recomendação para trabalhar com o professor Coruja, um dos educadores mais conhecidos do Rio. Este abriu as portas do lar ao jovem provinciano. Um ano depois Emílio estava casado com uma das filhas do professor Coruja. Obteve uma nomeação para Curitiba, como funcionário do Recenseamento federal. Finda a comissão, regressou ao Rio. Era a época do Encilhamento, e poucos resistiam à sedução de ganhar dinheiro fácil. Emílio arranjou algum capital, fez especulações na bolsa e em pouco tempo estava rico. Possuía carros de luxo e fez-se colecionador de objetos de arte. Mas os tempos eram de crise, e Emílio de novo empobreceu. Continuava, entretanto, a viver a vida despreocupada e solta dos botequins, na companhia de jornalistas e poetas. Tornou-se colaborador das colunas humorísticas dos jornais. O poeta esmerava-se na publicação de poesias satíricas e ferinas, sob vários pseudônimos: Neófito, Gaston d’Argy, Gabriel de Anúncio, Cyrano & Cia., Emílio Pronto da Silva. Ao fundar-se a Academia Brasileira de Letras, em 1897, ele teria sido também um dos fundadores, mas havia preconceitos contra a sua maneira boêmia de viver. Entretanto, foi eleito para a instituição em 15 de agosto de 1914, sucedendo a Salvador de Mendonça. Deveria ser saudado por Luís Murat. Emílio compôs um discurso de posse, em que revelava nada compreender de Salvador de Medonça, nem na expressão da atuação política e diplomática, nem na superioridade de sua realização intelectual de poeta, ficcionista e crítico. Além disso, continha trechos argüidos, pela Mesa da Academia, de “aberrantes das praxes acadêmicas”. A Mesa não permitiu a leitura do discurso e o sujeitou a algumas emendas. Emílio protelou o quanto pôde aceitar essas emendas, e quando faleceu, quatro anos depois de ter sido eleito, ainda não havia tomado posse de sua cadeira.
  • 14. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 10 Segundo ocupante da Cadeira 20, da Academia Brasileira de Letras, eleito em 15 de agosto de 1914, na sucessão de Salvador de Mendonça, deveria ser recebido por Luís Murat. Impossibilitado de deixar o leito por motivo de doença, solicitou tomar posse por carta datada de 24 de abril de 1918. No dia seguinte seu pedido foi aceito em sessão. Além das obras publicadas, deixou copiosíssimo anedotário, quase todo disperso, pouca coisa tendo se reunido em volume, ao que se junta a crônica da cidade no tempo em que Emílio e seus companheiros de boêmia viveram e esbanjaram o melhor de seu talento. Obras: Marcha fúnebre, sonetos (1892); Poemas da morte (1901) Dies irae A tragédia de Aquidabã (publicação de O Malho, 1906); Poesias (1909); Últimas rimas (1917); Mortalha, os deuses em ceroulas, publicação organizada pelo humorista Mendes Fradique, com um prefácio de sua autoria (1924); Obras reunidas (1980). Franklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras LopesFranklin Ras Lopes Esboço: A força dos medos e desejosEsboço: A força dos medos e desejosEsboço: A força dos medos e desejosEsboço: A força dos medos e desejos “Sou contraditório por que sou vasto” Walt Whitman A fria e afiada lamina da razão corta o meu coração contraditório. O meu coração tem ímpetos naturais e contraditórios como ondas feitas de medo e desejo. A proximidade gera atritos, questionamentos sobre a minha liberdade e o afastamento natural vêm através de desavenças. Este afastamento gera o desejo de proximidade, de estreitar os laços e o ciclo continua. O grande poeta e filósofo alemão Nietzsche dizia “cuidado ao tirar o pior de você, para que junto com ele você não tire também o seu melhor”. Sim meus caros leitores as rosas e o espinhos estão ligados. E a poesia nos diz “ O medo de espinho o desejo de flor, a tensão da roseira é a beleza em vigor, em meios a estas pedras a beleza chegou.” (Franklin Ras Lopes)..Se negarmos a tensão natural entre os opostos, perdemos a beleza, perdemos o melhor de nossas vidas. As crianças quando brigam resolvem isto facilmente, não é necessário interferência Eles darão o dedinho e tudo continuará, os laços serão mais fortes,. os irmãos serão mais amigos quando a maturidade chegar.O amor não pode ser imposto, ele surge da tensão entre os opostos, ele é um processo natural e por isto surge através da liberdade de aprendermos com os altos e baixos de nossas vidas. Negar, cortar o um é negar, cortar o outro, e a mornidão gerada desta forma de agir, de nem uma forma é a ponderação ou o caminho do meio dos sábios. Li um relato há muito tempo de místico Hassid que me esqueci o nome e não consegui encontrar referencias em minha pesquisa. Mas vale a pena comentar a explicação que ele deu a respeito da luminosidade surgida de alguém que a todos consideravam um grande devasso, um pecador, ele disse - “Quanto maior o pecador maior o santo” E particularmente acredito que não existem mais santos sobre a terra por que as pessoas constroem casas em cima da areia, constroem na verdade uma personalidade, aquilo que não são.. Tentam e acreditam serem maiores do que são e não trabalham onde realmente estão. A rocha firme para fazer nossos alicerces, estão nos processos associados aos nossos medos e desejos, no medo de não sermos amado que gera ciúmes, invejas, rancores, raivas, geram julgamentos capitais que servem apenas amparar o nosso ego, em meio a esta vastidão. Somente um rebelde, somente um homem que foi ao deserto e enfrentou seus medos e desejos mais profundos podem proclamar e instigar a liberdade como fez Jesus na parábola do filho pródigo. Ele incentiva as pessoas a se aventurarem, a serem errantes, a experimentarem com seus próprios olhos, a vida. Não existe outra forma de poder andar sem ser caindo e se levantando, ficando forte para andar sem andador ou muletas.. E quando um errante voltar a casa do pai, a sua origem, ele voltará completamente transformado, pois estará fazendo os laços por que quer, estará se prendendo por gosto. A meu ver, uma grande liberdade que surge em quem ama. Obviamente existirão ciúmes por parte de quem ficou, daquele que seguiu os preceitos e
  • 15. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 11 nunca abandonou as regras da sociedade, pois a verdade da presença luminosa daquele que voltou trará uma festa, uma alegria que ele creditará ser o seu direito.Ele se sentirá injustiçados apenas por que se esqueceu que nos estamos aqui para aprender os caminhos da confiança, e o norte deste caminho é o amor. Particularmente eu demorei muito a reconhecer o vasto pântano de homens que não sabem nem sair e nem entrar, demorei muito a olhar pra cima e ver a tabuleta que dizia - pântano do ser e do não ser. Nós não somos, nós estamos num fluxo continuo feito de polaridades como o dia e a noite..A crença no pântano impede a aventura do vir a ser, impede o fluxo natural de aceitação da polaridade de nossas vidas, o reconhecimento que temos que estar atentos, sermos testemunha de nós mesmos e assim mudarmos com a delicadeza e a tendência que quer a amorosidade. A liberdade para encontramos a nossa essência, não é a mesma coisa que libertinagem. O processo tem de ser consciente, tem de ser intenso, um verdadeiro ato corajoso ou como diria o poeta Fernando Pessoa “sabendo viver bem saberemos navegar com todos os ventos”. Com estas considerações acredito que quando Walt Whitman disse “sou contraditório por que sou vasto” de forma nem uma estava se eximindo ou fugindo, eu pude sentir nestas palavras a afirmação da sua própria vida, do seu próprio processo de sanidade e não da paranóia que corta e dilacera o nosso natural coração contraditório. Assim em verdade em verdade eu vós digo meus caros, o meu amor quebra taças, gera silencio e é muito carinhoso, o meu amor é delicado e esta delicadeza é fonte de asperezas, o meu amor é atento e dedicado e isto é a fonte do meu desejo de liberdade, o meu amor não é meu e me deixa inseguro, o meu amor existe com dois espinhos para exigir a atenção do outro, o meu amor quer o vôo e quer a liberdade de estar junto por que queremos, o meu amor nem eu entendo, mas uma coisa eu sei ele é frágil e precioso, pois sem medo e nem desejo não existe possibilidades de ir além. Assim me ergo em oração: Deus afastai- vos de mim os homens de moral, afastai-vos de mim estes seres que pouco sabem da vida, mas querem encher meu coração de culpa, afastai-vos de mim estes seres que massageiam os pés mas logo chegam a agarrar o pescoço, Deus afastai- vos de mim estes imaturos papagaios, afastai-vos de mim estes seres que por ventura irão vir morder o meu dedo, ao invés de ver a lua clara na noite escura, para somente assim poder dizer com o meu próprio peito, eu sou um bem aventurado, eu sou um filho de Deus. Paz e prosperidade a todos Franklin Rodolfo Aguiar Silveira (Ras) Lopes possui graduação em Oceanologia pela Universidade Federal do Rio Grande (1998), mestrado em Aquicultura pela Universidade Federal de Santa Catarina (2002) e doutorado em ciências pela Universidade de São Paulo (CENA-USP) (2008) . Tem experiência em ecotoxicologia de ambientes aquaticos, na avaliação da qualidade de agua de ambientes marinhos, estuarinos e dulciaquicolas. Experiencia no desenvolvimento de testes agudos e crônicos em especies aquáticas nativas, biomonitoramento utilizando bivalves nativos, biomarcadors bioquímicos de contaminação aquatica e cromatografia. Possui publicação em anal de congresso, Effects of furadan in the brown mussel Perna perna and in the mangrove oyster Crassostrea rhizophorae.. In: 11th International Symposium On Pollutant Responsesin Marine Organisms, Primo, 2001, Plymouth, UK. Paulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo LeminskiPaulo Leminski (1944(1944(1944(1944 –––– 1989)1989)1989)1989) BEM NO FUNDOBEM NO FUNDOBEM NO FUNDOBEM NO FUNDO No fundo, no fundo, bem lá no fundo, a gente gostaria de ver nossos problemas resolvidos por decreto a partir desta data, aquela mágoa sem remédio é considerada nula e sobre ela — silêncio perpétuo extinto por lei todo o remorso, maldito seja que olhas pra trás, lá pra trás não há nada, e nada mais mas problemas não se resolvem, problemas têm família grande, e aos domingos saem todos a passear o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas.
  • 16. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 12 ADMINIMISTÉRIOADMINIMISTÉRIOADMINIMISTÉRIOADMINIMISTÉRIO Quando o mistério chegar, já vai me encontrar dormindo, metade dando pro sábado, outra metade, domingo. Não haja som nem silêncio, quando o mistério aumentar. Silêncio é coisa sem senso, não cesso de observar. Mistério, algo que, penso, mais tempo, menos lugar. Quando o mistério voltar, meu sono esteja tão solto, nem haja susto no mundo que possa me sustentar. Meia-noite, livro aberto. Mariposas e mosquitos pousam no texto incerto. Seria o branco da folha, luz que parece objeto? Quem sabe o cheiro do preto, que cai ali como um resto? Ou seria que os insetos descobriram parentesco com as letras do alfabeto? ALIALIALIALI ali só ali se se alice ali se visse quanto alice viu e não disse se ali ali se dissesse quanta palavra veio e não desce ali bem ali dentro da alice só alice com alice ali se parece O HÓSPEDE DESPEO HÓSPEDE DESPEO HÓSPEDE DESPEO HÓSPEDE DESPERCEBIDORCEBIDORCEBIDORCEBIDO Deixei alguém nesta sala que muito se distinguia de alguém que ninguém se chamava, quando eu desaparecia. Comigo se assemelhava, mas só na superfície. Bem lá no fundo, eu, palavra, não passava de um pastiche. Uns restos, uns traços, um dia, meus tios, minhas mães e meus pais me chamarem de volta pra dentro, eu ainda não volte jamais. Mas ali, logo ali, nesse espaço, lá se vai, exemplo de mim, algo, alguém, mil pedaços, meio início, meio a meio, sem fim. O ASSASSINO ERA O ESCRIBAO ASSASSINO ERA O ESCRIBAO ASSASSINO ERA O ESCRIBAO ASSASSINO ERA O ESCRIBA Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.] Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, regular] com um paradigma da 1ª conjugação. Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,] ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético] de nos torturar com um aposto. Casou com uma regência. Foi infeliz. Era possessivo como um pronome. E ela era bitransitiva. Tentou ir para os EUA. Não deu. Acharam um artigo indefinido em sua bagagem. A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,] conetivos e agentes da passiva, o tempo todo. Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça. Paulo Leminski (Curitiba, 24 de agosto de 1944 — Curitiba, 7 de junho de 1989) foi um escritor, poeta, tradutor e professor brasileiro. Era, também, faixa-preta de judô. Filho de Paulo Leminski e Áurea Pereira Mendes. Mestiço de pai polaco com mãe negra, Paulo Leminski Filho sempre chamou a atenção por sua intelectualidade, cultura e genialidade. Estava sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito. É dono de uma extensa e relevante obra. Desde muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo haicais, trocadilhos, ou brincando com ditados populares. Em 1958, aos catorze anos, foi para o Mosteiro de São Bento em São Paulo e lá ficou o ano inteiro. Participou do I Congresso Brasileiro de Poesia de Vanguarda em Belo Horizonte onde conheceu Haroldo de
  • 17. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 13 Campos, amigo e parceiro em várias obras. Leminski casou-se, aos dezessete anos, com a desenhista e artista plástica Neiva Maria de Sousa (da qual se separou em 1968). Estreou em 1964 com cinco poemas na revista Invenção, dirigida por Décio Pignatari, em São Paulo, porta-voz da poesia concreta paulista. Em 1965, tornou-se professor de História e de Redação em cursos pré-vestibulares, e também era professor de judô. Classificado em 1966 em primeiro lugar no II Concurso Popular de Poesia Moderna. Casou-se em 1968 com a também poeta Alice Ruiz, com quem ficou casado por vinte anos. Algum tempo depois de começarem a namorar, Leminski e Alice foram morar com a primeira mulher do poeta e seu namorado, em uma espécie de comunidade hippie. Ficaram lá por mais de um ano, e só saíram com a chegada do primeiro de seus três filhos: Miguel Ângelo (que morreu com dez anos de idade, vítima de um linfoma). Eles também tiveram duas meninas, Áurea (homenagem a sua mãe) e Estrela. De 1969 a 1970 decidiu morar no Rio de Janeiro, retornando a Curitiba para se tornar diretor de criação e redator publicitário. Dentre suas atividades, criou habilidade de letrista e músico. Sua primeira letra foi Verdura, de 1981, cantada por Caetano Veloso no disco Outras Palavras. A própria bossa nova resulta, em partes iguais, da evolução normal da MPB e do feliz acidente de ter o modernismo criado uma linguagem poética, capaz de se associar com suas letras mais maleáveis e enganadoramente ingênuas às tendências de então da música popular internacional. A jovem guarda e o tropicalismo, à sua maneira, atualizariam esse processo ao operar com outras correntes musicais e poéticas. Por sua formação intelectual, Leminski é visto por muitos como um poeta de vanguarda, todavia por ter aderido à contracultura e ter publicado em revistas alternativas, muitos o aproximam da geração de poetas marginais que, embora ele jamais tenha sido próximos de poetas como Francisco Alvim, Ana Cristina César ou Cacaso. Por sua vez, em muitas ocasiões declarou sua admiração por Torquato Neto, poeta tropicalista e que antecipou muito da estética da década de 1970. Na década de 1970, teve poemas e textos publicados em diversas revistas - como Corpo Estranho, Muda Código (editadas por Régis Bonvicino) e Raposa. Em 1975 - e lançou o seu ousado Catatau, que denominou "prosa experimental", em edição particular. Além de poeta e prosista, Leminski era também tradutor (traduziu para o castelhano e o inglês alguns trechos de sua obra Catatau, o qual foi traduzido na íntegra para o castelhano). Na poesia de Paulo Leminski, por exemplo, a influência da MPB é tão clara que o poeta paranaense só poderia mesmo tê-la reconhecido escrevendo belas letras de música, como "Verdura": Músico e letrista, Leminski fez parcerias com Caetano Veloso e o grupo A Cor do Som entre 1970 e 1989.Teve influência da poesia de Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, convivência com Régis Bonvicino, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Moraes Moreira, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Arnaldo Antunes, Wally Salomão, Antônio Cícero, Antonio Risério, Julio Plaza, Reinaldo Jardim, Regina Silveira, Helena Kolody, Turiba. A música estava ligada às obras de Paulo Leminski, uma de suas paixões, proporcionando uma discografia rica e variada. Entre 1984 e 1986, em Curitiba, foi tradutor de Alfred Jarry, James Joyce, John Fante, John Lennon, Samuel Beckett e Yukio Mishima. Publicou o livro infanto-juvenil ‘’Guerra dentro da gente’’, em 1986 em São Paulo. Entre 1987 e 1989 foi colunista do Jornal de Vanguarda que era apresentado por Doris Giesse na Rede Bandeirantes; Paulo Leminski foi um estudioso da língua e cultura japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Além de um grande escritor, Leminski também era faixa-preta de judô. Sua obra literária tem exercido marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos. Átila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José BorgesÁtila José Borges (1936)(1936)(1936)(1936) Nasceu em 28/02/1936, na cidade de Porto União/SC. Casado com Mareli Teresinha Andretta Borges, tendo dois filhos: Marelise Cristina Borges (falecida) e Átila José Borges Júnior. É filho de Óttilo Borges e de Garacita Martins Ricardo Borges Licenciado em Ciências pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná Bacharel em ciências econômicas pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná
  • 18. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 14 Oficial Especialista em Comunicações pela Escola de Oficiais Especialistas da Aeronáutica Licenciado em Estatística Superior pelo Ministério da Educação e Cultura. Foi oficial da Força Aérea Brasileira, professor da Universidade Federal do Paraná, do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, da Fundação de Estudos Sociais do Paraná e instrutor da Força Aérea Brasileira. Jornalista e Relações Públicas. Entre muitas honrarias que recebeu no percurso de sua vida, foi agraciado com as medalhas de: – Cavaleiro da Ordem do Mérito Aeronáutico – Cavaleiro da Grã Cruz do Governo da Polônia – Medalha Mérito Santos Dumont – Medalha Militar de Prata – Medalha Max Wolf Filho da Legião Paranaense do Expedicionário – Medalha Santos Dumont do Governo de Minas Gerais – Medalhão de Prata da Comissão de Alto Nível do Ministério da Aeronáutica – Troféu “Escrínio de Santos Dumont” – Medalha Jubileu de Ouro da Campanha Nacional das Escolas da Comunidade – Comenda Maçônica Duque de Caxias do Grande Oriente do Brasil /Paraná – Medalha Gratidão Prata da União dos Escoteiros do Brasil – Comenda Maçônica Grande Mérito Dario Vellozo – Medalha General Antônio Ernesto Gomes Carneiro da cidade da Lapa-PR – Comenda “Cavalheiro da Boca Maldita” – Cidadão Honorário de Curitiba. Obteve várias homenagens, placas de prata e bronze e troféus, entre as quais, das Forças Aéreas dos Estados Unidos, Bolívia, Turquia, Itália, Inglaterra e Vietnã do Sul. E mais ainda, do Aeroclube do Paraná, da Academia da Força Aérea Brasileira entre outras – Sócio Honorário da Casa do Estudante Paraguaio – HONORARY MEMBERSHIPS pela Aerophhilatelic of The Américas-Brookfield,Illinois – Recebeu dezoito elogios individuais no seu histórico-militar por relevantes serviços prestados à Força Aérea Brasileira. Teve seu nome inscrito, com louvor: uma vez na Câmara Federal, três vezes na Assembléia Legislativa do Paraná e onze vezes na Câmara Municipal de Curitiba. Foi eleito o melhor Relações Públicas das Forças Armadas pelo jornal “Letras em Armas” e pelo jornal “Diário Popular” de Curitiba. Tem trabalhos publicados no Brasil, Estados Unidos da América, Portugal, Argentina, Paraguai e breve na China. É autor de nove trabalhos técnicos editados e distribuídos pela Encyclopaedia Britannica do Brasil e Barsa Society além da Editora Três, Laboratório Ache do Brasil, entre outros. AUTOR DE SETE LIVROS: - MEMÓRIAS DE UM GURI EM TEMPO DE GUERRA – Prefácio: Professora/Historiadora Maria Cecília Westphalen /UFPR – Já na 2ºª EDIÇÃO. - NO PICO DO DIABO – Prefácio: Dr. Túlio Vargas – Presidente da Academia de Letras do PR. - AS MAIS 100 BELAS MENSAGENS – Pró beneficente. - MAIS DE 700 PENSAMENTOS PREFERIDOS – Pró beneficente. - PELUDOS X PELADOS – A GUERRA DO CONTESTADO – Prefácio: Jornalista Rosy de Sá Cardoso – Jornal Gazeta do Povo/PR. Já na 2ª EDIÇÃO. - EMOÇÕES, EU VIVI... Prefácio: Dr. João Darcy Ruggeri – Presidente da Academia de Cultura de Curitiba PR – Já na 2ª EDIÇÃO. - A MENINA E O GENERAL – Prefácio: Dr. René Ariel Dotti da Academia de Letras-PR PEÇA TEATRAL INFANTIL – UM MENINO ENTRE NUVENS E ESTRELAS. Vários trabalhos diversificados, publicados em diversos órgãos da imprensa brasileira. Átila José Borges foi criador, fundador e Diretor do Museu Museu Entre Nuvens e Estrelas, inaugurado pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso, que ficou em exposição no Aeroporto Afonso Pena por mais de cinco anos. No ano de 2002 Átila , doou ao Museu, todo o seu riquíssimo acervo, à Universidade Tuiuti do Paraná. Produziu e apresentou por mais de VINTE ANOS, na TV Paranaense Canal 12 o programa Entre Nuvens e Estrelas (em prol da aviação) e foi colunista da Gazeta do Povo, também por MAIS DE VINTE anos – Membro da Academia de Cultura de Curitiba – Associado “Bandeirante” do Círculo de Estudos Bandeirantes/PR. – Filiado ao Grande Oriente do Brasil, Grau 33. – Membro da Academia de Letras do Brasil, pelo Estado do Paraná, cadeira n.27, cujo patrono é Odilon Tulio Vargas. Já visitou 44 países.
  • 19. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 15 (veja sobre seu livro A Menina e o General, na seção Estante de Livros). Baú de TrovasBaú de TrovasBaú de TrovasBaú de Trovas (Paraná)(Paraná)(Paraná)(Paraná) Sonho um mundo onde o respeito recupere o seu valor, e onde o amor pelo direito gere o direito do amor. A. A. de Assis (Maringá)A. A. de Assis (Maringá)A. A. de Assis (Maringá)A. A. de Assis (Maringá) Cada momento vivido na vida que se renova, às vezes é definido apenas em uma trova! AlAlAlAlberto Paco (Maringá)berto Paco (Maringá)berto Paco (Maringá)berto Paco (Maringá) Quando nos chegam tardias, esperanças sempre são aquelas parcas fatias de miolo velho... sem pão! Amália Max (Ponta Grossa)Amália Max (Ponta Grossa)Amália Max (Ponta Grossa)Amália Max (Ponta Grossa) Quando o assunto exige pressa, então redobre o cuidado! “Viver mais” é o que interessa, mesmo chegando atrasado. Ângelo Batista (Curitiba)Ângelo Batista (Curitiba)Ângelo Batista (Curitiba)Ângelo Batista (Curitiba) O invejoso não entende que não faz mal a ninguém e que a inveja só pretende machucar a quem a tem. Arlene LimaArlene LimaArlene LimaArlene Lima Não fosse teu ombro amigo, Nas tantas lutas da vida, Se não contasse contigo, Seria hoje, vencida. Constância NérConstância NérConstância NérConstância Néry (Curitiba)y (Curitiba)y (Curitiba)y (Curitiba) Mesmo tachado de antigo, ainda espalho esperança ao mundo sincero e amigo do coração da criança. Dari PereiraDari PereiraDari PereiraDari Pereira (Maringá)(Maringá)(Maringá)(Maringá) O tempo passa, e as lembranças dos sonhos da mocidade vão transformando esperanças em desengano e saudade... Déspina AthaDéspina AthaDéspina AthaDéspina Athanásio Perusso (Londrina)násio Perusso (Londrina)násio Perusso (Londrina)násio Perusso (Londrina) Você partiu, nem liguei, pensando em ter paz, enfim. Na sua ausência notei que o mundo acabou pra mim! Eliana Palma (Maringá)Eliana Palma (Maringá)Eliana Palma (Maringá)Eliana Palma (Maringá) Velhos sonhos, na lembrança, vou mantendo em meu viver e nunca perco a esperança de que vão acontecer! Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes)Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes)Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes)Istela Marina Gotelipe Lima (Bandeirantes) Amor, carinho, esperança... marcaram as nossas vidas. Hoje, somente lembrança nas fotos envelhecidas! Janete de Azevedo Guerra (Bandeirantes)Janete de Azevedo Guerra (Bandeirantes)Janete de Azevedo Guerra (Bandeirantes)Janete de Azevedo Guerra (Bandeirantes) Sobrepujando os conflitos em que o mundo se compraz, seus braços, ninhos benditos, são meu refúgio de paz! Jeanette De Cnop (Maringá)Jeanette De Cnop (Maringá)Jeanette De Cnop (Maringá)Jeanette De Cnop (Maringá) O tempo, veloz, avança, consumindo nossos anos. Vamos perdendo esperança e colhendo desenganos... José Corrêa Francisco (Ponta Grossa)José Corrêa Francisco (Ponta Grossa)José Corrêa Francisco (Ponta Grossa)José Corrêa Francisco (Ponta Grossa) Tanto mal nós infligimos naquele que bem nos queira, e o perdão que lhe pedimos é uma nuvem passageira... José Feldman (Ubiratã)José Feldman (Ubiratã)José Feldman (Ubiratã)José Feldman (Ubiratã) A leitura é trilha certa, que a pessoa experimenta; depois dela vem a oferta na escritura que alimenta. José Marins (Curitiba)José Marins (Curitiba)José Marins (Curitiba)José Marins (Curitiba) Lealdade – uma utopia, neste mundo mercenário, somente achada, hoje em dia, no cão e no dicionário. Lourdes Strozzi (Curitiba)Lourdes Strozzi (Curitiba)Lourdes Strozzi (Curitiba)Lourdes Strozzi (Curitiba) Nas horas tristes, sombrias, a esperança é a companheira que afugenta as nostalgias
  • 20. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 16 e nos ergue... a vida inteira! Lucília A. Trindade Decarli (Bandeirantes)Lucília A. Trindade Decarli (Bandeirantes)Lucília A. Trindade Decarli (Bandeirantes)Lucília A. Trindade Decarli (Bandeirantes) Mais que ouro, fama, respeito... Mais que honraria, abastança, é trazer dentro do peito simplesmente uma esperança! Maria Farias Inocêncio (União Da Vitória)Maria Farias Inocêncio (União Da Vitória)Maria Farias Inocêncio (União Da Vitória)Maria Farias Inocêncio (União Da Vitória) O amor, atrás das vidraças, num peito que não se cansa, faz descerrar, quando passas, as cortinas da esperança... MariMariMariMaria Helena Oliveira Costa (Ponta Grossa)a Helena Oliveira Costa (Ponta Grossa)a Helena Oliveira Costa (Ponta Grossa)a Helena Oliveira Costa (Ponta Grossa) De ilusões eu fui vivendo... e a esperança, disfarçada, via os meus sonhos morrendo, mas nunca me disse nada! Maria Lúcia Daloce Castanho (Bandeirantes)Maria Lúcia Daloce Castanho (Bandeirantes)Maria Lúcia Daloce Castanho (Bandeirantes)Maria Lúcia Daloce Castanho (Bandeirantes) Esperança é um galho torto numa floresta esquecida: por fora, parece morto; por dentro, cheio de vida! Neide Rocha Portugal (Bandeirantes)Neide Rocha Portugal (Bandeirantes)Neide Rocha Portugal (Bandeirantes)Neide Rocha Portugal (Bandeirantes) A maior das orações, neste mundo em que vivemos, são as realizações com as obras que fazemos! Nei Garcez (Curitiba)Nei Garcez (Curitiba)Nei Garcez (Curitiba)Nei Garcez (Curitiba) Todos nós temos buscado sabedoria na vida, mas, sem Deus ao nosso lado, qualquer busca está perdida. Olga Agulhon (Maringá)Olga Agulhon (Maringá)Olga Agulhon (Maringá)Olga Agulhon (Maringá) Busca-se ainda o Caminho, vive-se a doce ilusão de um mundo feito carinho, que ao fraco não negue o pão. Sinclair Pozza Casemiro (Campo Mourão)Sinclair Pozza Casemiro (Campo Mourão)Sinclair Pozza Casemiro (Campo Mourão)Sinclair Pozza Casemiro (Campo Mourão) Falta paz, falta nobreza, falta amor, falta saudade, falta luz, falta beleza onde falta lealdade. Swami Vivekananda (Paranaguá)Swami Vivekananda (Paranaguá)Swami Vivekananda (Paranaguá)Swami Vivekananda (Paranaguá) No meu livro da Lembrança, ainda sem conclusão, saudade é aquela esperança que compôs a introdução... Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba)Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba) Saudade vive e contesta, me acorda de madrugada, faz lembrar-me o fim da festa... o beijo... e a noite estrelada! Vânia Ennes (Curitiba)Vânia Ennes (Curitiba)Vânia Ennes (Curitiba)Vânia Ennes (Curitiba) Um mar de esperanças novas magicamente brotou na ternura dessas trovas que o teu carinho inspirou! Victorina Sagboni (Curitiba)Victorina Sagboni (Curitiba)Victorina Sagboni (Curitiba)Victorina Sagboni (Curitiba) Na floresta da poesia, a trova canta feliz; encanta pela magia e também pelo que diz. Vidal Idony Stockler (Curitiba)Vidal Idony Stockler (Curitiba)Vidal Idony Stockler (Curitiba)Vidal Idony Stockler (Curitiba) Depois de uma aurora linda, sigo o momento que avança e, quando a tarde se finda, renovo minha esperança! Wanda Rossi De Carvalho (Bandeirantes)Wanda Rossi De Carvalho (Bandeirantes)Wanda Rossi De Carvalho (Bandeirantes)Wanda Rossi De Carvalho (Bandeirantes) Machado de AMachado de AMachado de AMachado de Assisssisssisssis (1839(1839(1839(1839 –––– 1908)1908)1908)1908) TTTTrêsrêsrêsrês TTTTesourosesourosesourosesouros PPPPerdidoserdidoserdidoserdidos Uma tarde, eram quatro horas, o Sr. X... voltava à sua casa para jantar. O apetite que levava não o fez reparar em um cabriolé que estava parado à sua porta. Entrou, subiu a escada, penetra na sala e... dá com os olhos em um homem que passeava a largos passos como agitado por uma interna aflição. Cumprimentou-o polidamente; mas o homem lançou-se sobre ele e com uma voz alterada, diz-lhe: — Senhor, eu sou F..., marido da senhora Dona E... — Estimo muito conhecê-lo, responde o Sr. X...; as não tenho a honra de conhecer a senhora Dona E... — Não a conhece! Não a conhece! ... quer juntar a zombaria à infâmia? — Senhor!... E o Sr. X... deu um passo para ele. — Alto lá!
  • 21. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 17 O Sr. F... , tirando do bolso uma pistola, continuou: — Ou o senhor há de deixar esta corte, ou vai morrer como um cão! — Mas, senhor, disse o Sr. X., a quem a eloqüência do Sr. F... tinha produzido um certo efeito: que motivo tem o senhor... — Que motivo! É boa! Pois não é um motivo andar o senhor fazendo a corte à minha mulher? — A corte à sua mulher! Não compreendo! — Não compreende! Oh! Não me faça perder a estribeira. — Creio que se engana... — Enganar-me! É boa! ... Mas eu o vi... Sair duas vezes de minha casa... — Sua casa! — No Andaraí... por uma porta secreta... Vamos! ou... — Mas, senhor, há de ser outro, que se pareça comigo... — Não; não; é o senhor mesmo... como escapar- me este ar de tolo que ressalta de toda a sua cara? Vamos, ou deixar a cidade, ou morrer... Escolha! Era um dilema. O Sr. X... compreendeu que estava metido entre um cavalo e uma pistola. Pois toda a sua paixão era ir a Minas, escolheu o cavalo. Surgiu, porém, uma objeção. — Mas, senhor, disse ele, os meus recursos... — Os seus recursos! Ah! tudo previ... descanse... eu sou um marido previdente. E tirando da algibeira da casaca uma linda carteira de couro da Rússia, diz-lhe: — Aqui tem dois contos de réis para os gastos da viagem; vamos, parta! parta imediatamente. Para onde vai? — Para Minas. — Oh! a pátria do Tiradentes! Deus o leve a salvamento... Perdôo-lhe, mas não volte a esta corte... Boa viagem! Dizendo isto, o Sr. F... desceu precipitadamente a escada, e entrou no cabriolet, que desapareceu em uma nuvem de poeira. O Sr. X... ficou por alguns instantes pensativo. Não podia acreditar nos seus olhos e ouvidos; pensava sonhar. Um engano trazia-lhe dois contos de réis, e a realização de um dos seus mais caros sonhos. Jantou tranqüilamente, e daí a uma hora partia para a terra de Gonzaga, deixando em sua casa apenas um moleque encarregado de instruir, pelo espaço de oito dias, aos seus amigos sobre o seu destino. No dia seguinte, pelas onze horas da manhã, voltava o Sr. F. para a sua chácara de Andaraí, pois tinha passado a noite fora. Entrou, penetrou na sala, e indo deixar o chapéu sobre uma mesa, viu ali o seguinte bilhete: — “ Meu caro esposo! Parto no paquete em companhia do teu amigo P... Vou para a Europa. Desculpa a má companhia, pois melhor não podia ser. — Tua E...”. Desesperado, fora de si, o Sr. F... lança-se a um jornal que perto estava: o paquete tinha partido às 8 horas. — Era P... que eu acreditava meu amigo... Ah! maldição! Ao menos não percamos os dois contos! Tornou a meter-se no cabriolé e dirigiu-se à casa do Sr. X..., subiu; apareceu o moleque. — Teu senhor? — Partiu para Minas. O Sr. F... desmaiou. Quando deu acordo de si estava louco... louco varrido! Hoje, quando alguém o visita, diz ele com um tom lastimoso: — Perdi três tesouros a um tempo: uma mulher sem igual, um amigo a toda prova, e uma linda carteira cheia de encantadoras notas... que bem podiam aquecer-me as algibeiras!... Neste último ponto, o doido tem razão, e parece ser um doido com juízo. Vânia Maria de SouzaVânia Maria de SouzaVânia Maria de SouzaVânia Maria de Souza EnnesEnnesEnnesEnnes OsOsOsOs TTTTrovadoresrovadoresrovadoresrovadores PPPPassam, as Trovasassam, as Trovasassam, as Trovasassam, as Trovas FFFFicamicamicamicam A palavra, matéria prima e vital do trovador, manifesta-se diante da capacidade de escrever construtivamente e desponta para escancarar os mistérios que nascem no fundo de um coração poetizado. O poder mágico do trovador é inventar, pensar coisas belas, abrir a porta dos sonhos, eternizar momentos, filosofar, demonstrar humor, aproximar o tempo, chorar num ombro amigo, interagir com a espiritualidade; é ser forte na capacidade de atuar em assuntos do passado, do presente e do futuro. Assim sendo, a mente do trovador reveste-se de especial colorido quando
  • 22. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 18 põe seus neurônios para agir e, imediatamente, transferir os sentimentos para o papel. A Trova é força indiscutível da sensibilidade interior de cada poeta e exterioriza-se em valiosas mensagens no momento em que se torna pública, no intuito de suavizar as adversidades da vida, amenizar as durezas da existência e melhorar os caminhos da humanidade. O ato de escrever Trovas é algo fascinante e, seguramente, não vai acabar em inércia capaz de fazer cães e gatos roncarem de tanto sono, porque ela é clara, transmite bons fluídos, renova e reinventa sentimentos! Descobrir as táticas de escrever trovas é um ato de conhecimento, que significa perceber as forças das relações entre o mundo da natureza e o mundo dos homens, o mundo real e o imaginário. E, ato de sabedoria, ao conduzir o homem a uma abertura de horizontes mentais que se dá pela criatividade do conjunto de palavras que seleciona, para formar seu acervo trovadoresco. Enfim, a trova quando rica em sabedoria, nobre na mensagem e estética na beleza, é capaz de emocionar pela magia e continua viva, mesmo após a partida do trovador para o mundo celeste! Portanto, a Trova eterna eterniza o trovador! -------------------------------------- Vânia Maria Souza Ennes, nasceu em Curitiba, Capital do Estado do Paraná, onde realizou seus estudos fundamentais no Colégio Sacré Coeur de Jésus e estudos médios na Escola Comercial Colegial de Educação Familiar. Cursou a faculdade de Administração de Empresas com habilitação em Comércio Exterior pela Fundação de Estudos Internacionais do Paraná. Realizou pós-graduação da língua francesa no Collège International de Cannes, Établissement D’Enseignement Supérieur Prive, na França. Efetivou Curso de Formação Política pelo PPB-Partido Progressista Brasileiro-Fundação Milton Campos. Efetuou Curso de Leitura Dinâmica e Memorização, Leitura Veloz, Técnica de Audiência e Método de Estudo, pela Exata Treinamentos S/C. Concluiu curso de Informática pela Interlux Informática e cursa, atualmente, o 4º ano do Curso de Direito, na Universidade Radial. É filha do poeta-trovador, advogado, procurador do Estado do Paraná e ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira Hely Marés de Souza e da professora e trovadora Ariane Maria França de Souza. Neta do político e industrial Astolpho Macedo Souza e Marina Marés de Souza e do poeta, sonetista e trovador, advogado, industrial, fundador da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, seu 1º presidente por 14 anos consecutivos Heitor Stockler de França e Brasília Taborda Ribas de França, dos quais trouxe do berço o gosto pelo trabalho, pela poesia e pela arte. Aos 9 anos teve sua primeira poesia “Divagando” publicada em jornal e aos 10 anos estreou na Rádio PRB2, em Curitiba, numa entrevista com o ilustre Jornalista carioca Ibraim Sued, durante sua passagem por Curitiba. Amante da natureza foi escoteira, por quatro anos, na tropa feminina do Grupo Santos Dumont e chefe de sua patrulha. Foi sócia proprietária por quase dez anos da rede de lojas Buscapé Calçados Infantis Ltda. estabelecidas nos bairros do Batel, Juvevê, Centro e Shopping Mueller. Por quase 20 anos dedicou-se à caprinocultura. Manteve um criatório de cabras da raça Saanen, às margens da represa do rio Passaúna, denominado Capril Passaúna, juntamente com a empresa Capríssima Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda., onde desenvolveu trabalhos com tecnologia e qualidade, a base de leite de cabra. É sócia com seu marido da Interportos Engenharia e Empreendimentos Ltda., empresa especializada na construção de obras de arte especiais, portos, saneamento e terminais de carga. Foi presidente da Associação dos Caprinocultores do Paraná-CAPRIPAR, eleita por unanimidade por dois mandatos. Foi representante dos médios animais da União Paranaense de Criadores-UPAC. Foi membro do Conselho Fiscal da Federação Paranaense de Criadores-FEPAC. Foi conselheira da Confederação Nacional da Pecuária- CONAPEC, com sede em São Paulo. Foi Coordenadora da Comissão de Agropecuária da Business Profissional Women-BPW de Curitiba. Assinou a página social do jornal “Mulher sempre Mulher”, mensalmente, durante dois anos, órgão oficial da Associação das Mulheres de Negócios e Profissionais de Curitiba-BPW. Assinou a coluna de Trovas na Revista Novos Rumos, órgão oficial da Associação dos Magistrados do Paraná, em publicação mensal, com tiragem de 2000 exemplares, durante dois anos. Foi conselheira não governamental do Conselho Municipal da Condição Feminina, órgão da Prefeitura Municipal de Curitiba, na atuação do Prefeito Cássio Tanigushi. Foi vice-presidente da Sociedade Eunice Weawer do Paraná-SEW mantenedora do Educandário Curitiba, na assistência dos filhos sadios de hansenianos.
  • 23. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 19 Foi presidente da União Brasileira de Trovadores-UBT Seção de Curitiba, por três gestões consecutivas. Foi nomeada delegada do Portal CEN - Cá Estamos Nós, para o Estado do Paraná, entidade literária com sede na cidade de Marinha Grande, Portugal. É membro efetivo do Círculo de Estudos Bandeirantes, da Academia de Cultura de Curitiba-ACCUR, do Elos Clube de Curitiba, do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira como, também, da Academia Paranaense da Poesia, onde ocupa a cadeira patronímica número 8, cujo patrono é Emiliano Perneta. É atual vice-presidente do Centro de Letras do Paraná, atual Conselheira do Conselho da Mulher Executiva da Associação Comercial do Paraná e presidente Estadual da UBT no Estado do Paraná. Acadêmica da Academia de Letras do Brasil, pelo Estado do Paraná. Recebeu o prêmio de “Mulher Destaque na Agropecuária”, na Feira Internacional do Paraná, no Parque Castelo Branco, concedido pela Associação das Mulheres de Negócios e Profissionais de Curitiba-BPW. Sua empresa Capríssima Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda. foi vencedora do “Top Comercial” prêmio concedido pela Associação Comercial do Paraná e T.V. Iguaçu canal 4, Grupo Paulo Pimentel, por ter apresentado idéias, experiências e resultados, que contribuíram para a valorização e crescimento do meio empresarial paranaense.. Recebeu “Certificado de Reconhecimento” pelo empreendedorismo e trabalho realizado pela BPW - Business Professional Women de Curitiba. Foi agraciada com a Comenda “Dama Rouge” conferida pela Boca Rouge por relevantes serviços prestados à comunidade. Recebeu do Centro de Letras do Paraná “Carta de Louvor” e agradecimentos, pela excelente contribuição durante as comemorações do Dia do Folclore. Recebeu Troféu da União Brasileira de Trovadores Seção de Porto Alegre/RS, em Cerimônia Solene, na Assembléia Legislativa de Porto Alegre/RS. Recebeu “Diploma de Mérito”, conferido pela Assembléia Legislativa de São Paulo/SP através do Elos Clube de Curitiba, em reconhecimento à sua dedicação e trabalho cívico-cultural permanente, realizado sob o signo do humanismo, na preservação da história e dos ideais da língua portuguesa. Recebeu “Diploma Comemorativo” e como Presidente da União Brasileira de Trovadores, recebeu “Diploma de Louvor” do Movimento Pró–Paraná, em comemoração aos Sesquicentenários das Elevações da Comarca de Curitiba à Província do Paraná, da Cidade de Curitiba à Capital da Província do Paraná, no ano em que Curitiba foi consagrada internacionalmente como a Capital Americana da Cultura, pelo relevo especial que conferiu às comemorações daquelas magnas efemérides históricas, mediante a meticulosa e magistral programação dos XVIII Jogos Florais de Curitiba, aqui congregando a elite dos Trovadores Brasileiros. A Câmara Municipal de Curitiba consignou na ata de seus trabalhos, o requerimento do Ver. Ângelo Batista “Voto de Louvor”, pelo destaque que deu a Curitiba, na área da cultura, diante do cenário poético no âmbito Nacional, pelo brilhante desempenho de seu 3º mandato frente a Presidência da UBT, com votos de congratulações e aplausos. Agraciada com Diploma pela Câmara Municipal de Curitiba pelo brilhantismo de sua participação na Tribuna Livre em Seção Ordinária. Homenageada pela União Brasileira de Trovadores de Niterói/RJ, onde recebeu nome de troféu para os cinco prêmios mais votados da categoria, cabendo-lhe a entrega dos mesmos, em cerimônia de gala. No “Dia Internacional da Mulher” recebeu o “Prêmio Mulheres de Destaque” do Shopping Novo Batel em parceria com o conselho da Mulher Executiva da ACP e Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais-BPW. Por consideração unânime recebeu da Legião Paranaense do Expedicionário e dos integrantes do 1º Grupo de Caça da FAB, na Itália, a Medalha “Tenente Max Woff Filho”, durante as comemorações da Tomada de Monte Castelo, pelos relevantes serviços prestados à entidade, em Solenidade Militar. Em Sessão Solene comemorativa ao aniversário de Curitiba, na Câmara Municipal de Curitiba-Palácio Rio Branco, foi agraciada com o “Prêmio Cidade de Curitiba” por proposição de diversos vereadores, pelos importantes serviços prestados a cidade, em âmbito nacional. Laureada pelo presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, deputado Hermas Brandão, na festividade aos 150 anos de emancipação política do Paraná, pilastra representativa da sociedade paranaense. Em sessão solene na Câmara Municipal de Curitiba- Palácio Rio Branco, foi condecorada com a Medalha de Mérito Fernando Amaro por indicação da vereadora Nely Almeida do PSDB. Esta honraria deu-se através de projeto de Decreto Legislativo, como profissional de literatura por ter contribuído para a evolução das áreas de educação e cultura.
  • 24. Revista Literária “O Voo da Gralha Azul” – n.1 – Paraná, janeiro de 2010. 20 Diploma em Homenagem Especial do Presidente Milton Nunes Loureiro, da UBT da Seção de Niterói/RJ. Recebeu do Vereador Jair César “Diploma de Louvor” com votos de congratulações e aplausos pelo incentivo que dispensa na área da cultura. Homenageada com “Diploma Especial” pelo alto desempenho, em todas as suas gestões, como Presidente da União Brasileira de Trovadores–Seção de Curitiba por Yaramara de Castro Araújo. Diplomada pela UBT-Seção de Curitiba, em sinal de reconhecimento por seu destacado trabalho como Presidente da entidade, durante três gestões, como expressão de agradecimento pela dedicada contribuição ao engrandecimento da trova e da cultura curitibana e paranaense. Diplomada no Encontro de Escritores Luso-Brasileiros do Portal CEN “Cá Estamos Nós” no Museu Histórico do Exército, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro/RJ. Vencedora no concurso internacional de trovas Brasil- Portugal promovido pelo Elos Clube Internacional da Comunidade Lusíada, sob o tema "água" e pela UBT Seção de Curitiba/PR sob o tema “mulher”. Participou de vários Congressos, Feiras, Encontros, Seminários e Simpósios Nacionais e Internacionais na América do Norte, Europa e Ásia. Nosso Português de CadaNosso Português de CadaNosso Português de CadaNosso Português de Cada DiaDiaDiaDia Para Mim FazerPara Mim FazerPara Mim FazerPara Mim Fazer De jeito nenhum. Nessa forma, você não faz nada. Analisemos essa construção. Nós temos a preposição PARA, temos o pronome MIM e o verbo FAZER que está na forma nominal, como diz a gramática. Entendendo o sentido da expressão, nós vemos que o pronome MIM é quem vai praticar a ação expressa pelo verbo que vem em seguida. E é aí que está o erro. O pronome MIM, segundo a gramática, não pode ser o agente de verbo nenhum. Em outras palavras, os pronomes MIM e TI nunca podem ser sujeitos da ação expressa pelo verbo. Assim, nesse tipo de construção, use sempre os pronomes EU e TU, nunca MIM e TI. Dessa forma, diga sempre: Para eu fazer / para tu fazeres Para eu contar / para tu contares Para eu estudar / para tu estudares E assim por diante. =========================== EntreEntreEntreEntre Eu e VocêEu e VocêEu e VocêEu e Você Esse é um erro muito comum. O correto é dizer ENTRE mim e você. E por quê? A resposta é simples. A palavra ENTRE é uma preposição. E diz uma regra gramatical que não se usa o pronome pessoal do caso reto EU após preposição. Segundo a regra, após preposição nós devemos usar sempre o pronome pessoal do caso oblíquo, que são: me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo nos, conosco, vos, convosco os, as, lhes, se si, consigo Por isso, diga sempre: ENTRE MIM e você. OOOOlgalgalgalga AAAAgulgulgulgulhonhonhonhon (1965)(1965)(1965)(1965) TrovasTrovasTrovasTrovas Mil sonhos num embornal, tantas pedras no caminho... Era a sina do “imortal” que nunca encontrou seu ninho. Tremenda surpresa aguarda o marido certo dia: - na cama dele uma farda, dentro do armário o vigia! Neste mundo conturbado,