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F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1
Por Fernando Zornitta
Fotos Paulo Zornitta & Fernando Zornitta
O futebol é a modalidade esportiva que mais mobiliza as massas no planeta. E, o esporte - tão
somente o esporte como atividade e prática - deveria estar na raiz de tudo; mas
paradoxalmente tem sido fantasiado e travestido de entretenimento, dando margem à
exploração, ao negócio, ao circo da bola.
Os clubes, que mantém acesa a chama das torcidas tornaram-se verdadeiros palcos do
espetáculo e fonte de arrecadação de dinheiro de torcedores, mas também de fanáticos e
neuróticos de todas as idades - que “ejaculam” suas emoções nos estádios e fora deles;
“torcendo” por seus times e externando seus instintos que cada vez mais instigam a competição
em vez de praticarem o esporte.
Nesse contexto, os jogadores profissionais, tornaram-se não mais do que atores desses
espetáculos, que precisam deles para perpetuar o circo da bola e continuarem faturando.
Também se prestam a gestarem atletas, que depois tornam-se mercadoria e fonte de renda aos
clubes.1
É uma roda viva insana que não promove nem o esporte e nem o futebol. Também, não é uma
recreação sadia para quem assiste e torce, pois incita a competição onde a vitória é o único
objetivo possível, em que vemos os estádios se transformarem em arenas de guerra e suas
redondezas em campos de batalha onde as torcidas digladiam – como nas arenas e as vezes até
a morte.
Exatamente como era no Coliseu de Roma, que oferecia “diversão” às massas em uma “arena” –
que era o espaço para o combate – incitando a violência e nenhum outro benefício trazia ao
espectador além do circo2
.
A principal entidade do futebol, a FIFA, renomeou o palco do circo da bola e do espetáculo
futebolístico, ajudando a instigar a competição, mas principalmente o litígio (e talvez até não
deixar que a atenção se foque na corrupção que permeia a alta cúpula da entidade). O que
antes chamávamos de “estádio”, agora passamos a chamar de “arena”. Uma triste analogia; um
claro convite à batalha, ao litígio, à guerra que não tem ficado só no campo; permeia as
torcidas, vai para as ruas, espaços públicos, metrôs; instiga os instintos e todos os ódios; destrói
patrimônio, ofende racialmente – nos remete às cavernas.
Tudo aos olhos da contemporânea “humanidade”; de organismos internacionais, de governos
que engolem sapos e financiam essa demente forma de futebol-espetáculo mediático
manifestar-se. Que usa e abusa das forças de segurança pública para proteger o intocável circo
da bola.
1
Do texto do autor, - BRASIL: CELEIRO DE ATLETAS OU DE FÊNIX DA BOLA ?. Fortaleza, 2006
2
Filosofia do “pão e circo”.
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Para reverter isso, as iniciativas de incentivo aos esportes – sejam públicas ou privadas - não
devem priorizar os clubes, que se prestam mais a desorientar e a desvirtuar o futebol e, seguem
com suas políticas no rumo e no espírito da competição em vez de focarem na prática
desportiva. Os clubes-empresa viraram grandes fontes de negócios, com fundos de
investimento, participações acionárias, comércio de bugigangas e comércio de seres humanos –
de jogadores e de jovens com potencial para tornarem-se atletas profissionais (tudo mais ou
menos legalizado, mas não eticamente conduzido) – dentre outros contrassensos alienígenas ao
esporte.
O futebol no início da sua gestação no Brasil – no começo do século XX3
, tinha na prática
desportiva a base das iniciativas comunitárias e locais. De um esporte de elite, importado no
século XIX da Inglaterra e praticado em clubes fechados naquela época; foi o gosto pelo futebol
e a sua constante prática informal no Brasil que fez esse esporte popularizar-se, sendo
difundido em todos os recanto do país e sedimentando-se nas bases culturais de todas as
classes sociais, envolvendo todas as faixas etárias (desde a tenra idade), todas as etnias e ambos
os sexos.
O futebol como atividade humana, praticado a partir da livre escolha e opção por parte do
indivíduo e, sem um comprometimento profissional, pode ser considerado além de esporte,
uma atividade de lazer e recreação. E é assim mesmo que o futebol deveria continuar sendo
praticado, de forma espontânea, descompromissada e por livre opção; pois o futebol é antes de
tudo uma atividade humana de lazer e recreação.
Esse ato espontâneo de jogar, de brincar com a bola e com outras pessoas é que aproxima o
futebol de uma atividade de “recreação”, a qual por sua vez no Brasil contribuiu
significativamente para sedimentar essa base de difusão e da sua constante e continuada
prática. E essa “prática recreativa do futebol” que fez a modalidade esportiva esparramar-se
pelo país, a qual misturada à criatividade e ao dna brasileiro, fez fomentar várias gerações de
talentos.
No dizer de Gilberto Freire, o futebol brasileiro afastou-se do bem ordenado original britânico
para tornar-se a dança cheia de surpresas e de variações dionisíacas.
Mas enquanto as condições para a prática não existirem, enquanto a filosofia estiver
desalinhada e incentivando o que é ilógico e excludente, antiético e contraproducente, não
mais seremos um celeiro de talentos e nem veremos a possibilidade de profissionalização dos
nossos potenciais talentos, a não ser dos raros que passam pelo funil dos clubes e que se
prestam ao circo da bola.
Para voltarmos a ver atletas com princípios, protagonistas da cidadania; os valores do esporte
priorizados, ou ainda, crianças esquecendo-se do mundo enquanto brincam com uma bola, não
são necessários muitos estudos científicos e nem jurídicos nesta especialidade, basta tão
3
Do texto do autor, - BRASIL: CELEIRO DE ATLETAS OU DE FÊNIX DA BOLA ?. Fortaleza, 2006
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somente embasar-se nos princípios que fazem os homens estabelecer normas, regras e leis: na
ética e na promoção dos valores humanos, que deveriam ser os únicos a serem considerados.4
O Futebol e a Mudança de Foco Necessária
A competição faz parte do esporte contemporâneo, mas esta modalidade tem sido cada vez
mais desvirtuada e deturpada, favorecendo os oportunistas que corrompem o espírito do
esporte e se locupletam no falso poder, encastelando-se num sistema suicida do esporte, que
deve mudar e excrachar os que se locupletam.
Durante a Copa da FIFA em 2014, o Brasil e o mundo vivenciaram o que é considerado o maior
espetáculo da Terra. Jogos e mais jogos. Festa e mais festa. Mídia, propaganda e negócios; mas
também a subserviência imposta do país que hospedou o torneio5
.
Não foi diferente nas últimas edições deste evento e não é diferente no ideário desta estrutura
que normatiza, fiscaliza e dá o rumo para a modalidade; que realiza os torneios e os trâmites
que envolvem clubes, transferências de jogadores de futebol no mundo.
Na organização e gestão; no padrão do evento, é inegável a competência da FIFA em fazer
acontecer e em promover esse grande espetáculo futebolístico a cada quatro anos e, para isso
adequando o país realizador às suas exigências e condições, fazendo-o aplicar os recursos
internos em infraestrutura viária e nos “elefantes brancos”6
– as “arenas” - que se prestam a
realização dos jogos e à promoção do circo da bola. Fazendo o país executar em curto espaço de
tempo as obras necessárias e que ele não planejou e nem realizou em décadas - obras patéticas
aos olhos da urbanística e realizadas só para ligar os aeroportos aos hotéis e estes aos estádios.
Depois da copa e nos jogos, estas arenas parecem mais mausoléus e tumbas do que estádios e,
quando em jogos de grandes disputas, como agora no campeonato nacional brasileiro, tornam-
se campos de guerras entre torcidas organizadas – daqueles que assistem e vão para extravasar
suas emoções, mas que não praticam o futebol.
No Brasil, obras para a pretensa mobilidade, feitas às pressas, desabaram (lembrando do
viaduto em Minas Gerais) e outras não terminadas se esparramam pelo país. Os clubes, por
aqui, estão todos endividados e devendo fortunas em impostos. Pediram e conseguiram através
da Presidência da República e de aprovação no legislativo parcelamento em 20 anos dos seus
débitos fiscais. Mantém-se ainda com recursos de mídia televisiva e marketing, de comércio de
jogadores e de ingressos7
. Tornaram-se empresas e dependentes desse contexto que cada vez
mais se afasta dos princípios e benefícios que o esporte pode oferecer. Mas mal administrados e
focados nessa aura do espetáculo “absolutamente todos os clubes de futebol do Brasil são
deficitários” e os débitos dos grandes clubes superam 2,4 bilhões de Reais.
4
Idem citação anterior.
5
O que ficou claro com as vaias que receberam a Presidente Dilma Rousseff e o Presidente da FIFA Joseph Blatter
na abertura dos jogos. Também nas manifestações dos jovens pelas ruas do Brasil durante os jogos da Copa.
6
“Copa: Prejuízo de 'elefantes brancos' já supera R$ 10 milhões” - em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150212_elefantes_brancos_copa_rm
7
Segundo a Agência Brasil, a principal renda dos clubes vêm dos direitos de televisão 27% , da transferência de
jogadores 21%, dos patrocínios e publicidade ( 16%), da bilheteria 12%. (Cabe lembrar que o sistema de loterias
públicas também alimenta esse sistema)
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O sistema vigente e capitaneado pela FIFA não é mais futebol; não é esporte, mas um grande
circo – o circo da bola.
O Brasil já foi o país da prática desportiva, mas hoje se presta a contribuir para desprestigiar
esse esporte, a enriquecer os atores – jogadores, agentes, dirigentes, clubes e, principalmente
os coniventes com o circo: empresas patrocinadoras, mídia e o sistema que lhe dá suporte –
tudo sob o olhar desatento dos governantes, locupletados e omissos a esse poder de anestesiar
as massas e pela incompetência para fazer do futebol um esporte de fato e de direito para o
desenvolvimento humano; para permear com os seus valores individuais, sociais e daqueles
universais - de promoção da paz e do intercambio sociocultural, como foi proposto há mais de
sete séculos antes de Cristo nos Jogos Olímpicos da Grécia e reafirmado por Nelson Mandela.
A base para a prática, a infraestrutura física dos equipamentos inexiste ou está entregue ao
mais completo abandono e falta a orientação técnica para essa prática no Brasil. Nossas cidades
incham e se desqualificam sem a urbanística como guia para, a partir do planejamento, oferecer
as condições para o conforto humano – para habitar, trabalhar, circular e recrear; para os
serviços fundamentais e básicos de educação, saúde, segurança, saneamento básico – dentre
outros; mas principalmente para a inclusão8
.
O esporte nesse contexto sequer é pensado como elemento compensador e necessário para a
saúde e bem estar humano, nesse demente estágio de involução contemporâneo. Só uma em
cada três crianças e jovens do mundo pratica alguma atividade esportiva. No Brasil uma em
cada seis e perto de zero% nas faixas de pessoas adultas e idosas. Em outros países mais
atrasados ou em áreas como as de conflito, essa taxa é bem maior, segundo dados da ONU.
A dissintonia das necessidades da infraestrutura para a prática desportiva com o luxo e o que é
esbanjado para a estrutura do circo da bola é um disparate. No Brasil, como de resto nos países
mais atrasados e com baixos indicadores de desenvolvimento humano, vemos mega estruturas
para o circo/espetáculo e nenhuma estrutura para a prática do esporte e lazer nas cercanias dos
nossos lares; vemos recursos públicos e das loterias públicas alimentando a voracidade desse
sistema onde os palhaços do circo somos nós, que elegemos um clube para torcer.
Doze mega “arenas” foram construídas para a Copa de 2014 no Brasil9
, enquanto nenhuma
mínima estrutura para a prática desportiva nos bairros e periferias das cidades, que cada vez
mais exclui seus jovens10
.
No site da FIFA, encontra-se o documento intitulado HOME of FIFA11
, em que é apresentada a
sede da entidade na Suíça, com o qual pode-se fazer um paralelo do luxo ali existente com o
desleixo da infraestrutura desportiva para a prática disponível para a população no Brasil.
Para mostrar essa realidade, durante a Copa FIFA 2014 aqui no Brasil, convencemos uma equipe
de televisão europeia, a RTS (da Suíça) a nos acompanhar12
a uma visita no entorno da “Arena
8
100% das cidades brasileiras não apresentam condições de acessibilidade para as pessoas com mobilidade
reduzida – idosos, obesos, pessoas com deficiências, mães com crianças de colo.
9
Ver fotos anexas das 12 “arenas”.
10
Ver exemplo em fotos anexas ao final do texto de uma realidade na cidade de Fortaleza e nas proximidades da
“arena Castelão” – uma das 12 sedes dos jogos da copa de 2014.
11
http://resources.fifa.com/mm/document/affederation/administration/01/28/72/70/hof-ee.pdf
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Castelão” de Fortaleza (que foi uma das 12 cidades sede dos jogos) para registrarem a não mais
de um km de raio deste estádio o paradoxo da realidade da infraestrutura de esporte e lazer das
comunidades nesta cidade – que é a igualmente desleixada em todo o país – comparativamente
ao do palco da bola do evento FIFA que estava ali ao lado.
Pois a matéria, comandada pelo repórter da RTS Miguel-Angel Aquiso serviria para ser veiculada
pela Rede na Europa, mas não sabemos se foi13
(Líderes comunitários, crianças, jovens e
profissional de educação física foram entrevistados e deram seus depoimentos para a equipe14
)
e eles comprovaram o desleixo – e a inexistência destes - e os reclames das comunidades
entrevistadas.
A prática desportiva pode contribuir para fomentar os valores intrínsecos do esporte e ajudar a
oferecer a inclusão a milhões de jovens, que sem oportunidades migram para a criminalidade e
para as drogas, mas a cegueira dos gestores faz com que seja investido mais em forças de
segurança do que em prevenção.
Mas, para a prática desportiva é imprescindível a infraestrutura, consubstanciada por uma
orientação profissional e, tão somente nos propusemos a mostrar para a equipe da RTS o
paradoxo no Brasil; um país dos maiores concentradores de renda; o 3º mais violento do mundo
(que tem 19 das 50 cidades mais violentas do planeta) e que apresenta índices de criminalidade
alarmantes; para contribuir para a reversão e realinhamento das políticas públicas, mitigação da
violência e promoção da saúde através da prática desportiva; mas que para isso não oferece as
necessárias condições e nem o incentivo necessário.
O Brasil também é o campeão mundial em homicídios (11% de todos os homicídios do planeta
segundo a OMS/ONU) com uma média de 43,4 assassinatos de jovens por 100 mil habitantes e
mais de 60 mil vítimas de assassinatos por ano - 90% destes crimes nunca são elucidados e nem
os criminosos punidos. 54,3% do total dos assassinatos são de jovens, dos quais 77% são
negros).
O Brasil também é o país com maior número de roubos de toda a América Latina. O número de
roubos, assaltos, latrocínios é absurdo em todo o país e o sentimento de insegurança permeia
todas as partes. Somente no Estado de São Paulo, de janeiro a novembro de 2014 foram
registrados 286.000 roubos.
O custo da violência representa 5% do PIB do país e esse valor é 3 vezes maior do que os
investimentos destinados a segurança.
Fortaleza é a 8ª nesse triste ranking em que milhares de jovens perdem a vida todos os anos por
falta de oportunidade e assédio das drogas que conduzem à criminalidade. Durante os quatro
dias de carnaval de 2015, 79 vítimas de assassinatos no Estado do Ceará, sendo a quase
totalidade delas em Fortaleza.
Assim como registrado na matéria da RTS aqui em Fortaleza, em todas as cidades brasileiras
nossos espaços para a prática do esporte e lazer estão entregues ao mais completo abandono e
12
Iniciativa minha e de meu irmão Paulo Zornitta.
13
E se não foi, gostaríamos de saber o porquê não foi - lembrando que a RTS é Suíça.
14
Fotos desse momento em anexos ao final do texto.
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a infraestrutura nas proximidades dos nossos lares, que poderia oportunizar a base correta para
a prática desportiva, para a inclusão e para a formação atlética, no mais completo abandono e
aversão do poder público.
Mas num país governado e administrado por políticos despreparados e incompetentes, em que
a todos os escaninhos e todos os escalões da República estão contaminados pela corrupção; em
que os poderes constituídos não funcionam com independência, isso sequer chega a ser
enxergado e considerado como necessidade e direito, enquanto a futilidade e o desperdício que
permeiam o esporte são incentivados para o país sair bem na foto.
Há quase 5 anos, em junho de 2010, tendo participado em Brasília na III Conferência Nacional
do Esporte como delegado eleito do Estado do Ceará, levando a proposta de “realização do
inventário completo da infraestrutura de esporte e lazer em todos os municípios brasileiros para
fundamentar as políticas e ações para estas atividades”15
, a qual foi aprovada em plenária e
incluída no Plano Decenal de Esporte do Governo Federal e, a partir daí tendo insistido junto às
instâncias ministeriais para que fosse instituído o “Programa Nacional de Qualificação dos
Equipamentos de Esporte e Lazer” a nível nacional – idealizado como ação para esse fim;
recebemos como resposta o silêncio das tumbas e a inação do poder público - do Ministério do
Esporte, do Governo Federal e de todas as instâncias políticas e administrativas – do município
à Brasília.
Nesse tempo, os investimentos para a Copa da FIFA sugaram os recursos públicos e os 23
maiores clubes de futebol cercearam o Palácio do Planalto e a Presidência da República para
solicitar isenção e parcelamento dos seus débitos com impostos federais superiores a um bilhão
de Reais – e conseguiram o parcelamento em 200 meses. Recursos esses que poderiam ter
financiado a prática do esporte e não o circo da bola.
Os organismos internacionais, a ONU, suas agências e programas, governos e todas as entidades
representativas do esporte deveriam reorientar suas ações e focar no potencial da prática
desportiva e mitigar os efeitos nefastos do “espetáculo esportivo” na alma humana; destinando
neurônios e recursos para os verdadeiros valores e para a prática do esporte em todo o
planeta.16
Mas, contrariamente a isso e ao que o mundo do esporte precisa, acompanhamos uma luta e
políticas nas entidades desportivas por mais poder, pela perenidade quase imperial e para
continuar a impor seus objetivos que nada tem a ver com o esporte. Várias entidades – dentre
elas a FIFA (que no final de maio de 2015 elegerá seu novo presidente) – andam desalinhadas
dos verdadeiros fundamentos do esporte e do seu potencial benéfico para a promoção dos
valores humanos e universais, que por sua vez contribuem para a cooperação e o
estabelecimento da paz que o mundo precisa.
Enquanto essa patética política do circo da bola prevalecer, nenhuma possibilidade do esporte
cumprir o seu fundamental papel de promoção do desenvolvimento humano e construção de
um caminho positivo de compreensão e de entendimento entre as pessoas e povos, para a
15
Eixo 9 – da infraestrutura – ação 5 e metas – aprovado e constante do Plano Decenal de Esporte e Lazer do
Governo Federal, em junho de 2010.
16
Dispomos de projeto efetivo de uma tecnologia social para essa mudança de rumo.
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sedimentação da estrada da paz e de um mundo melhor, mais ético, mais justo e igualitário –
que todos queremos e precisamos.
Nem o de promover os valores humanos e contribuir para a educação, para a saúde, para a
socialização – dentre outros aspectos positivos – os quais por sua vez poderiam contribuir
significativamente, para um profícuo intercambio sociocultural, para o desenvolvimento da
espécie humana, para as bases da tolerância entre os povos, para apaziguar os espíritos e para
promover a paz.
Para efetivar as mudanças, a filosofia e as ações das entidades esportivas – clubes, agremiações,
órgão públicos; a começar pela FIFA, devem mudar radicalmente e estruturalmente. Não é
questão de mudança de nome dos gestores e de quem comanda as entidades, mas de
compromisso com o esporte e com os seus valores que estão há muito esquecidos. Talvez o
caminho correto seja o de fechar a FIFA e abrir uma nova entidade, mais comprometida com o
esporte e com a prática esportiva, pois anuncia-se a provável reeleição de Josef Blater.
Um único projeto, se replicado pelo planeta como o “Luz para o Esporte”, idealizado pelo autor
e aplicado através de uma ONG criada em 2003 no nordeste brasileiro, pode fazer a diferença e
oferecer oportunidades, inclusão e profissionalização a bilhões de crianças e jovens; a adultos e
idosos do planeta através do esporte e pode ser replicado em todas as cidades brasileiras.
Mas para sua aceitação, o sistema tem de mudar a filosofia – do circo para a prática desportiva
como foco - e ser permeável aos princípios lógicos e éticos do esporte. Mude-se a filosofia e
mudar-se-á tudo, acabarão os problemas de litígios entre torcidas, as demonstrações de
racismo; acabará o contraste entre o luxo e o desleixo na infraestrutura para a prática do
esporte e lazer nas proximidades dos nossos lares; acabará a má destinação de recurso, o
desperdício e a corrupção; acabará o domínio imperial sobre a modalidade esportiva
capitaneada pela FIFA e a submissão de todo o planeta aos poucos que comandam a entidade e
os muitos que comercializam em nome do esporte.
Para isso, cada um e todos nós, temos parte da responsabilidade nesse processo de mudança
de mentalidade e foco. Em nome e prevalência do espírito do esporte e do ideal olímpico,
precisamos mudar o que aí está.
________________________________________
Fernando Zornitta, Ambientalista, Arquiteto e Urbanista, Especialista em nível de pós-graduação em Lazer e
Recreação (Escola Superior de Educação Física da UFRGS/Porto Alegre) e em Turismo, curso de pós-graduação da
Organização Mundial de Turismo/ONU-Governo Italiano/SIST-Roma. Período presencial concluído de curso de
doutorado junto à Universidade de Barcelona com projeto de pesquisa na AL & Caribe. Participou de Estagio de
Aperfeiçoamento em Planejamento Turístico na Universidade de Messina – Itália; Formação como Técnico de
Realização Audiovisual e desenvolve atividades como artista plástico e designer. Foi professor universitário em
curso de turismo. Membro do FID – Fórum do Idoso e da Pessoa com Deficiência há 8 anos e durante mais de 6
anos contribuiu com os grupos de trabalho de planejamento da acessibilidade e de meio ambiente do Crea Ceará.
Tem livro e vários artigos publicados em temas diversos. Pesquisador e palestrante sobre o tema “acessibilidade
arquitetônica e urbanística” com mais de 100 exposições sobre o tema. E-mail: fzornitta@yahoo.com.br
_____________________________________________
– Fica autorizada a difusão do presente texto.
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Bola que as crianças do Bairro Serrinha, perto da Arena Castelão em Fortaleza tinham
para jogar quando da visita da equipe de televisão RTS da Suiça fez a matéria durante a
Copa do Mundo em 2014
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Repórter da RTS da Suíça Miguel-Angel Aquiso no Campo da Serrinha, Fortaleza, Brasil
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RTS no Campo da Serrinha, Fortaleza, Ceará, Brasil
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Campo do Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
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Campo do Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
Campo do Ômega, Bairro Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
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Equipe RTS (Rede de Televisão Suíça) e crianças que usam o Campo do Ômega
Campo do Ômega, Bairro Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
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Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
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Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
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Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
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Arenas Copa 2014 FIFA no Brasil - Fonte Wikipédia
Arena Castelão / Fortaleza
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Bola Oficial da FIFA na Copa 2014
”Bola Oficial” das Crianças do Campo do Ômega, Bairro Serrinha em Fortaleza
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F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 2 5
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  • 1. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 Por Fernando Zornitta Fotos Paulo Zornitta & Fernando Zornitta O futebol é a modalidade esportiva que mais mobiliza as massas no planeta. E, o esporte - tão somente o esporte como atividade e prática - deveria estar na raiz de tudo; mas paradoxalmente tem sido fantasiado e travestido de entretenimento, dando margem à exploração, ao negócio, ao circo da bola. Os clubes, que mantém acesa a chama das torcidas tornaram-se verdadeiros palcos do espetáculo e fonte de arrecadação de dinheiro de torcedores, mas também de fanáticos e neuróticos de todas as idades - que “ejaculam” suas emoções nos estádios e fora deles; “torcendo” por seus times e externando seus instintos que cada vez mais instigam a competição em vez de praticarem o esporte. Nesse contexto, os jogadores profissionais, tornaram-se não mais do que atores desses espetáculos, que precisam deles para perpetuar o circo da bola e continuarem faturando. Também se prestam a gestarem atletas, que depois tornam-se mercadoria e fonte de renda aos clubes.1 É uma roda viva insana que não promove nem o esporte e nem o futebol. Também, não é uma recreação sadia para quem assiste e torce, pois incita a competição onde a vitória é o único objetivo possível, em que vemos os estádios se transformarem em arenas de guerra e suas redondezas em campos de batalha onde as torcidas digladiam – como nas arenas e as vezes até a morte. Exatamente como era no Coliseu de Roma, que oferecia “diversão” às massas em uma “arena” – que era o espaço para o combate – incitando a violência e nenhum outro benefício trazia ao espectador além do circo2 . A principal entidade do futebol, a FIFA, renomeou o palco do circo da bola e do espetáculo futebolístico, ajudando a instigar a competição, mas principalmente o litígio (e talvez até não deixar que a atenção se foque na corrupção que permeia a alta cúpula da entidade). O que antes chamávamos de “estádio”, agora passamos a chamar de “arena”. Uma triste analogia; um claro convite à batalha, ao litígio, à guerra que não tem ficado só no campo; permeia as torcidas, vai para as ruas, espaços públicos, metrôs; instiga os instintos e todos os ódios; destrói patrimônio, ofende racialmente – nos remete às cavernas. Tudo aos olhos da contemporânea “humanidade”; de organismos internacionais, de governos que engolem sapos e financiam essa demente forma de futebol-espetáculo mediático manifestar-se. Que usa e abusa das forças de segurança pública para proteger o intocável circo da bola. 1 Do texto do autor, - BRASIL: CELEIRO DE ATLETAS OU DE FÊNIX DA BOLA ?. Fortaleza, 2006 2 Filosofia do “pão e circo”.
  • 2. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 2 Para reverter isso, as iniciativas de incentivo aos esportes – sejam públicas ou privadas - não devem priorizar os clubes, que se prestam mais a desorientar e a desvirtuar o futebol e, seguem com suas políticas no rumo e no espírito da competição em vez de focarem na prática desportiva. Os clubes-empresa viraram grandes fontes de negócios, com fundos de investimento, participações acionárias, comércio de bugigangas e comércio de seres humanos – de jogadores e de jovens com potencial para tornarem-se atletas profissionais (tudo mais ou menos legalizado, mas não eticamente conduzido) – dentre outros contrassensos alienígenas ao esporte. O futebol no início da sua gestação no Brasil – no começo do século XX3 , tinha na prática desportiva a base das iniciativas comunitárias e locais. De um esporte de elite, importado no século XIX da Inglaterra e praticado em clubes fechados naquela época; foi o gosto pelo futebol e a sua constante prática informal no Brasil que fez esse esporte popularizar-se, sendo difundido em todos os recanto do país e sedimentando-se nas bases culturais de todas as classes sociais, envolvendo todas as faixas etárias (desde a tenra idade), todas as etnias e ambos os sexos. O futebol como atividade humana, praticado a partir da livre escolha e opção por parte do indivíduo e, sem um comprometimento profissional, pode ser considerado além de esporte, uma atividade de lazer e recreação. E é assim mesmo que o futebol deveria continuar sendo praticado, de forma espontânea, descompromissada e por livre opção; pois o futebol é antes de tudo uma atividade humana de lazer e recreação. Esse ato espontâneo de jogar, de brincar com a bola e com outras pessoas é que aproxima o futebol de uma atividade de “recreação”, a qual por sua vez no Brasil contribuiu significativamente para sedimentar essa base de difusão e da sua constante e continuada prática. E essa “prática recreativa do futebol” que fez a modalidade esportiva esparramar-se pelo país, a qual misturada à criatividade e ao dna brasileiro, fez fomentar várias gerações de talentos. No dizer de Gilberto Freire, o futebol brasileiro afastou-se do bem ordenado original britânico para tornar-se a dança cheia de surpresas e de variações dionisíacas. Mas enquanto as condições para a prática não existirem, enquanto a filosofia estiver desalinhada e incentivando o que é ilógico e excludente, antiético e contraproducente, não mais seremos um celeiro de talentos e nem veremos a possibilidade de profissionalização dos nossos potenciais talentos, a não ser dos raros que passam pelo funil dos clubes e que se prestam ao circo da bola. Para voltarmos a ver atletas com princípios, protagonistas da cidadania; os valores do esporte priorizados, ou ainda, crianças esquecendo-se do mundo enquanto brincam com uma bola, não são necessários muitos estudos científicos e nem jurídicos nesta especialidade, basta tão 3 Do texto do autor, - BRASIL: CELEIRO DE ATLETAS OU DE FÊNIX DA BOLA ?. Fortaleza, 2006
  • 3. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 3 somente embasar-se nos princípios que fazem os homens estabelecer normas, regras e leis: na ética e na promoção dos valores humanos, que deveriam ser os únicos a serem considerados.4 O Futebol e a Mudança de Foco Necessária A competição faz parte do esporte contemporâneo, mas esta modalidade tem sido cada vez mais desvirtuada e deturpada, favorecendo os oportunistas que corrompem o espírito do esporte e se locupletam no falso poder, encastelando-se num sistema suicida do esporte, que deve mudar e excrachar os que se locupletam. Durante a Copa da FIFA em 2014, o Brasil e o mundo vivenciaram o que é considerado o maior espetáculo da Terra. Jogos e mais jogos. Festa e mais festa. Mídia, propaganda e negócios; mas também a subserviência imposta do país que hospedou o torneio5 . Não foi diferente nas últimas edições deste evento e não é diferente no ideário desta estrutura que normatiza, fiscaliza e dá o rumo para a modalidade; que realiza os torneios e os trâmites que envolvem clubes, transferências de jogadores de futebol no mundo. Na organização e gestão; no padrão do evento, é inegável a competência da FIFA em fazer acontecer e em promover esse grande espetáculo futebolístico a cada quatro anos e, para isso adequando o país realizador às suas exigências e condições, fazendo-o aplicar os recursos internos em infraestrutura viária e nos “elefantes brancos”6 – as “arenas” - que se prestam a realização dos jogos e à promoção do circo da bola. Fazendo o país executar em curto espaço de tempo as obras necessárias e que ele não planejou e nem realizou em décadas - obras patéticas aos olhos da urbanística e realizadas só para ligar os aeroportos aos hotéis e estes aos estádios. Depois da copa e nos jogos, estas arenas parecem mais mausoléus e tumbas do que estádios e, quando em jogos de grandes disputas, como agora no campeonato nacional brasileiro, tornam- se campos de guerras entre torcidas organizadas – daqueles que assistem e vão para extravasar suas emoções, mas que não praticam o futebol. No Brasil, obras para a pretensa mobilidade, feitas às pressas, desabaram (lembrando do viaduto em Minas Gerais) e outras não terminadas se esparramam pelo país. Os clubes, por aqui, estão todos endividados e devendo fortunas em impostos. Pediram e conseguiram através da Presidência da República e de aprovação no legislativo parcelamento em 20 anos dos seus débitos fiscais. Mantém-se ainda com recursos de mídia televisiva e marketing, de comércio de jogadores e de ingressos7 . Tornaram-se empresas e dependentes desse contexto que cada vez mais se afasta dos princípios e benefícios que o esporte pode oferecer. Mas mal administrados e focados nessa aura do espetáculo “absolutamente todos os clubes de futebol do Brasil são deficitários” e os débitos dos grandes clubes superam 2,4 bilhões de Reais. 4 Idem citação anterior. 5 O que ficou claro com as vaias que receberam a Presidente Dilma Rousseff e o Presidente da FIFA Joseph Blatter na abertura dos jogos. Também nas manifestações dos jovens pelas ruas do Brasil durante os jogos da Copa. 6 “Copa: Prejuízo de 'elefantes brancos' já supera R$ 10 milhões” - em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150212_elefantes_brancos_copa_rm 7 Segundo a Agência Brasil, a principal renda dos clubes vêm dos direitos de televisão 27% , da transferência de jogadores 21%, dos patrocínios e publicidade ( 16%), da bilheteria 12%. (Cabe lembrar que o sistema de loterias públicas também alimenta esse sistema)
  • 4. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 4 O sistema vigente e capitaneado pela FIFA não é mais futebol; não é esporte, mas um grande circo – o circo da bola. O Brasil já foi o país da prática desportiva, mas hoje se presta a contribuir para desprestigiar esse esporte, a enriquecer os atores – jogadores, agentes, dirigentes, clubes e, principalmente os coniventes com o circo: empresas patrocinadoras, mídia e o sistema que lhe dá suporte – tudo sob o olhar desatento dos governantes, locupletados e omissos a esse poder de anestesiar as massas e pela incompetência para fazer do futebol um esporte de fato e de direito para o desenvolvimento humano; para permear com os seus valores individuais, sociais e daqueles universais - de promoção da paz e do intercambio sociocultural, como foi proposto há mais de sete séculos antes de Cristo nos Jogos Olímpicos da Grécia e reafirmado por Nelson Mandela. A base para a prática, a infraestrutura física dos equipamentos inexiste ou está entregue ao mais completo abandono e falta a orientação técnica para essa prática no Brasil. Nossas cidades incham e se desqualificam sem a urbanística como guia para, a partir do planejamento, oferecer as condições para o conforto humano – para habitar, trabalhar, circular e recrear; para os serviços fundamentais e básicos de educação, saúde, segurança, saneamento básico – dentre outros; mas principalmente para a inclusão8 . O esporte nesse contexto sequer é pensado como elemento compensador e necessário para a saúde e bem estar humano, nesse demente estágio de involução contemporâneo. Só uma em cada três crianças e jovens do mundo pratica alguma atividade esportiva. No Brasil uma em cada seis e perto de zero% nas faixas de pessoas adultas e idosas. Em outros países mais atrasados ou em áreas como as de conflito, essa taxa é bem maior, segundo dados da ONU. A dissintonia das necessidades da infraestrutura para a prática desportiva com o luxo e o que é esbanjado para a estrutura do circo da bola é um disparate. No Brasil, como de resto nos países mais atrasados e com baixos indicadores de desenvolvimento humano, vemos mega estruturas para o circo/espetáculo e nenhuma estrutura para a prática do esporte e lazer nas cercanias dos nossos lares; vemos recursos públicos e das loterias públicas alimentando a voracidade desse sistema onde os palhaços do circo somos nós, que elegemos um clube para torcer. Doze mega “arenas” foram construídas para a Copa de 2014 no Brasil9 , enquanto nenhuma mínima estrutura para a prática desportiva nos bairros e periferias das cidades, que cada vez mais exclui seus jovens10 . No site da FIFA, encontra-se o documento intitulado HOME of FIFA11 , em que é apresentada a sede da entidade na Suíça, com o qual pode-se fazer um paralelo do luxo ali existente com o desleixo da infraestrutura desportiva para a prática disponível para a população no Brasil. Para mostrar essa realidade, durante a Copa FIFA 2014 aqui no Brasil, convencemos uma equipe de televisão europeia, a RTS (da Suíça) a nos acompanhar12 a uma visita no entorno da “Arena 8 100% das cidades brasileiras não apresentam condições de acessibilidade para as pessoas com mobilidade reduzida – idosos, obesos, pessoas com deficiências, mães com crianças de colo. 9 Ver fotos anexas das 12 “arenas”. 10 Ver exemplo em fotos anexas ao final do texto de uma realidade na cidade de Fortaleza e nas proximidades da “arena Castelão” – uma das 12 sedes dos jogos da copa de 2014. 11 http://resources.fifa.com/mm/document/affederation/administration/01/28/72/70/hof-ee.pdf
  • 5. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 5 Castelão” de Fortaleza (que foi uma das 12 cidades sede dos jogos) para registrarem a não mais de um km de raio deste estádio o paradoxo da realidade da infraestrutura de esporte e lazer das comunidades nesta cidade – que é a igualmente desleixada em todo o país – comparativamente ao do palco da bola do evento FIFA que estava ali ao lado. Pois a matéria, comandada pelo repórter da RTS Miguel-Angel Aquiso serviria para ser veiculada pela Rede na Europa, mas não sabemos se foi13 (Líderes comunitários, crianças, jovens e profissional de educação física foram entrevistados e deram seus depoimentos para a equipe14 ) e eles comprovaram o desleixo – e a inexistência destes - e os reclames das comunidades entrevistadas. A prática desportiva pode contribuir para fomentar os valores intrínsecos do esporte e ajudar a oferecer a inclusão a milhões de jovens, que sem oportunidades migram para a criminalidade e para as drogas, mas a cegueira dos gestores faz com que seja investido mais em forças de segurança do que em prevenção. Mas, para a prática desportiva é imprescindível a infraestrutura, consubstanciada por uma orientação profissional e, tão somente nos propusemos a mostrar para a equipe da RTS o paradoxo no Brasil; um país dos maiores concentradores de renda; o 3º mais violento do mundo (que tem 19 das 50 cidades mais violentas do planeta) e que apresenta índices de criminalidade alarmantes; para contribuir para a reversão e realinhamento das políticas públicas, mitigação da violência e promoção da saúde através da prática desportiva; mas que para isso não oferece as necessárias condições e nem o incentivo necessário. O Brasil também é o campeão mundial em homicídios (11% de todos os homicídios do planeta segundo a OMS/ONU) com uma média de 43,4 assassinatos de jovens por 100 mil habitantes e mais de 60 mil vítimas de assassinatos por ano - 90% destes crimes nunca são elucidados e nem os criminosos punidos. 54,3% do total dos assassinatos são de jovens, dos quais 77% são negros). O Brasil também é o país com maior número de roubos de toda a América Latina. O número de roubos, assaltos, latrocínios é absurdo em todo o país e o sentimento de insegurança permeia todas as partes. Somente no Estado de São Paulo, de janeiro a novembro de 2014 foram registrados 286.000 roubos. O custo da violência representa 5% do PIB do país e esse valor é 3 vezes maior do que os investimentos destinados a segurança. Fortaleza é a 8ª nesse triste ranking em que milhares de jovens perdem a vida todos os anos por falta de oportunidade e assédio das drogas que conduzem à criminalidade. Durante os quatro dias de carnaval de 2015, 79 vítimas de assassinatos no Estado do Ceará, sendo a quase totalidade delas em Fortaleza. Assim como registrado na matéria da RTS aqui em Fortaleza, em todas as cidades brasileiras nossos espaços para a prática do esporte e lazer estão entregues ao mais completo abandono e 12 Iniciativa minha e de meu irmão Paulo Zornitta. 13 E se não foi, gostaríamos de saber o porquê não foi - lembrando que a RTS é Suíça. 14 Fotos desse momento em anexos ao final do texto.
  • 6. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 6 a infraestrutura nas proximidades dos nossos lares, que poderia oportunizar a base correta para a prática desportiva, para a inclusão e para a formação atlética, no mais completo abandono e aversão do poder público. Mas num país governado e administrado por políticos despreparados e incompetentes, em que a todos os escaninhos e todos os escalões da República estão contaminados pela corrupção; em que os poderes constituídos não funcionam com independência, isso sequer chega a ser enxergado e considerado como necessidade e direito, enquanto a futilidade e o desperdício que permeiam o esporte são incentivados para o país sair bem na foto. Há quase 5 anos, em junho de 2010, tendo participado em Brasília na III Conferência Nacional do Esporte como delegado eleito do Estado do Ceará, levando a proposta de “realização do inventário completo da infraestrutura de esporte e lazer em todos os municípios brasileiros para fundamentar as políticas e ações para estas atividades”15 , a qual foi aprovada em plenária e incluída no Plano Decenal de Esporte do Governo Federal e, a partir daí tendo insistido junto às instâncias ministeriais para que fosse instituído o “Programa Nacional de Qualificação dos Equipamentos de Esporte e Lazer” a nível nacional – idealizado como ação para esse fim; recebemos como resposta o silêncio das tumbas e a inação do poder público - do Ministério do Esporte, do Governo Federal e de todas as instâncias políticas e administrativas – do município à Brasília. Nesse tempo, os investimentos para a Copa da FIFA sugaram os recursos públicos e os 23 maiores clubes de futebol cercearam o Palácio do Planalto e a Presidência da República para solicitar isenção e parcelamento dos seus débitos com impostos federais superiores a um bilhão de Reais – e conseguiram o parcelamento em 200 meses. Recursos esses que poderiam ter financiado a prática do esporte e não o circo da bola. Os organismos internacionais, a ONU, suas agências e programas, governos e todas as entidades representativas do esporte deveriam reorientar suas ações e focar no potencial da prática desportiva e mitigar os efeitos nefastos do “espetáculo esportivo” na alma humana; destinando neurônios e recursos para os verdadeiros valores e para a prática do esporte em todo o planeta.16 Mas, contrariamente a isso e ao que o mundo do esporte precisa, acompanhamos uma luta e políticas nas entidades desportivas por mais poder, pela perenidade quase imperial e para continuar a impor seus objetivos que nada tem a ver com o esporte. Várias entidades – dentre elas a FIFA (que no final de maio de 2015 elegerá seu novo presidente) – andam desalinhadas dos verdadeiros fundamentos do esporte e do seu potencial benéfico para a promoção dos valores humanos e universais, que por sua vez contribuem para a cooperação e o estabelecimento da paz que o mundo precisa. Enquanto essa patética política do circo da bola prevalecer, nenhuma possibilidade do esporte cumprir o seu fundamental papel de promoção do desenvolvimento humano e construção de um caminho positivo de compreensão e de entendimento entre as pessoas e povos, para a 15 Eixo 9 – da infraestrutura – ação 5 e metas – aprovado e constante do Plano Decenal de Esporte e Lazer do Governo Federal, em junho de 2010. 16 Dispomos de projeto efetivo de uma tecnologia social para essa mudança de rumo.
  • 7. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 7 sedimentação da estrada da paz e de um mundo melhor, mais ético, mais justo e igualitário – que todos queremos e precisamos. Nem o de promover os valores humanos e contribuir para a educação, para a saúde, para a socialização – dentre outros aspectos positivos – os quais por sua vez poderiam contribuir significativamente, para um profícuo intercambio sociocultural, para o desenvolvimento da espécie humana, para as bases da tolerância entre os povos, para apaziguar os espíritos e para promover a paz. Para efetivar as mudanças, a filosofia e as ações das entidades esportivas – clubes, agremiações, órgão públicos; a começar pela FIFA, devem mudar radicalmente e estruturalmente. Não é questão de mudança de nome dos gestores e de quem comanda as entidades, mas de compromisso com o esporte e com os seus valores que estão há muito esquecidos. Talvez o caminho correto seja o de fechar a FIFA e abrir uma nova entidade, mais comprometida com o esporte e com a prática esportiva, pois anuncia-se a provável reeleição de Josef Blater. Um único projeto, se replicado pelo planeta como o “Luz para o Esporte”, idealizado pelo autor e aplicado através de uma ONG criada em 2003 no nordeste brasileiro, pode fazer a diferença e oferecer oportunidades, inclusão e profissionalização a bilhões de crianças e jovens; a adultos e idosos do planeta através do esporte e pode ser replicado em todas as cidades brasileiras. Mas para sua aceitação, o sistema tem de mudar a filosofia – do circo para a prática desportiva como foco - e ser permeável aos princípios lógicos e éticos do esporte. Mude-se a filosofia e mudar-se-á tudo, acabarão os problemas de litígios entre torcidas, as demonstrações de racismo; acabará o contraste entre o luxo e o desleixo na infraestrutura para a prática do esporte e lazer nas proximidades dos nossos lares; acabará a má destinação de recurso, o desperdício e a corrupção; acabará o domínio imperial sobre a modalidade esportiva capitaneada pela FIFA e a submissão de todo o planeta aos poucos que comandam a entidade e os muitos que comercializam em nome do esporte. Para isso, cada um e todos nós, temos parte da responsabilidade nesse processo de mudança de mentalidade e foco. Em nome e prevalência do espírito do esporte e do ideal olímpico, precisamos mudar o que aí está. ________________________________________ Fernando Zornitta, Ambientalista, Arquiteto e Urbanista, Especialista em nível de pós-graduação em Lazer e Recreação (Escola Superior de Educação Física da UFRGS/Porto Alegre) e em Turismo, curso de pós-graduação da Organização Mundial de Turismo/ONU-Governo Italiano/SIST-Roma. Período presencial concluído de curso de doutorado junto à Universidade de Barcelona com projeto de pesquisa na AL & Caribe. Participou de Estagio de Aperfeiçoamento em Planejamento Turístico na Universidade de Messina – Itália; Formação como Técnico de Realização Audiovisual e desenvolve atividades como artista plástico e designer. Foi professor universitário em curso de turismo. Membro do FID – Fórum do Idoso e da Pessoa com Deficiência há 8 anos e durante mais de 6 anos contribuiu com os grupos de trabalho de planejamento da acessibilidade e de meio ambiente do Crea Ceará. Tem livro e vários artigos publicados em temas diversos. Pesquisador e palestrante sobre o tema “acessibilidade arquitetônica e urbanística” com mais de 100 exposições sobre o tema. E-mail: fzornitta@yahoo.com.br _____________________________________________ – Fica autorizada a difusão do presente texto.
  • 8. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 8 Bola que as crianças do Bairro Serrinha, perto da Arena Castelão em Fortaleza tinham para jogar quando da visita da equipe de televisão RTS da Suiça fez a matéria durante a Copa do Mundo em 2014
  • 9. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 9 Repórter da RTS da Suíça Miguel-Angel Aquiso no Campo da Serrinha, Fortaleza, Brasil
  • 10. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 0 RTS no Campo da Serrinha, Fortaleza, Ceará, Brasil
  • 11. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 1 Campo do Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
  • 12. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 2 Campo do Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil Campo do Ômega, Bairro Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
  • 13. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 3 Equipe RTS (Rede de Televisão Suíça) e crianças que usam o Campo do Ômega Campo do Ômega, Bairro Serrinha – Fortaleza, Ceará, Brasil
  • 14. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 4 Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
  • 15. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 5 Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
  • 16. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 6 Equipe da RTS entrevista lideranças comunitárias no Campo do Ômega
  • 17. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 7
  • 18. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 8
  • 19. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 1 9
  • 20. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 2 0
  • 21. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 2 1
  • 22. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 2 2 Arenas Copa 2014 FIFA no Brasil - Fonte Wikipédia Arena Castelão / Fortaleza
  • 23. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 2 3 Bola Oficial da FIFA na Copa 2014 ”Bola Oficial” das Crianças do Campo do Ômega, Bairro Serrinha em Fortaleza
  • 24. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 2 4 Links de alguns outros textos do autor e documentos relacionados: O ESPORTE É PARA A PAZ http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-esporte-para-a-paz-v2006 ESPAÇOS SAGRADOS http://www.slideshare.net/fernandozornitta/espaos-sagrados-v2013 - NEM SÓ PÃO; NEM SÓ CIRCO ! – Texto sobre as manifestações de junho de 2013 http://www.slideshare.net/fernandozornitta/no-s-po-nem-s-circo-by-fernando-zornitta BASTA FUTEBOL CLUBE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/basta-futebol-clube - “IMAGINE” - NO PAÍS DO FUTEBOL ! http://www.slideshare.net/fernandozornitta/immagine-copa-2013 - O BRASIL NÃO EXISTE !!! http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-brasil-no-existe-d A COPA DO MUNDO DE FUTEBOL, O TURISMO E OS PROBLEMAS PARA AS PCDs http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/a-copa-do-mundo-de-futebol-o-turismo-e-os-problemas-para- as-pc-ds-31782146 A COPA DO MUDO DE FUTEBOL – BENÇÃO OU MALDIÇÃO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/copa-do-mundo-benao-ou-maldio EL DEPORTE ES PARA LA PAZ http://www.redcreacion.org/cgi- bin/sitestats.gif?p=http%3A%2F%2Fwww.redcreacion.org%2Frelareti%2Fdocumentos%2FDeporteParala Paz.html Nossa proposta aprovada na CONFERÊNCIA NACIONAL DO ESPORTE Eixo 9 da Infraestrutura (ação 5 e metas) http://www.slideshare.net/fernandozornitta/plenaria-linha9 Nossa proposta de ideograma para um PLANO NACIONAL DE QUALIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE ESPORTE E LAZER http://www.slideshare.net/fernandozornitta/plano-nacional-de-qualificao-dos-equip-de-esp-e-lazer-p2 CARTA DE BRASÍLIA – Resultado da III CONFERÊNCIA NACIONAL DO ESPORTE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/carta-brasilia-24495700 O CALDEIRÃO DA ACESSIBILIDADE http://www.slideshare.net/fernandozornitta/o-caldeiro-da-acessibilidade-v5-2013-d + DIREITOS, + DIGNIDADE, + URBANIDADE, + ACESSIBILIDADE: CALÇADAS ACESSIVEIS (publicado em livro, revista e sites de forma resumida. Aborda a questão da acessibilidade arquitetônica e urbanística e aponta com programas públicos para a mudança de postura da sociedade em função da eliminação de barreiras e promoção da acessibilidade) http://www.slideshare.net/fernandozornitta/artigo-caladas-zornitta-vfinal ACESSIBILIDADE URBANA – CAMINHOS CONTRA O CAOS http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2014/02/19/noticiasjornalopiniao,3208846/acessibilidad e-urbana-caminhos-contra-o-caos.shtml PESSOAS INVISÍVEIS http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/invisveis MENINAS DE FORTALEZA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/meninas-de-fortaleza-c CIDADE ACESSÍVEL, EM BUSCA DOS CAMINHOS DA URBANIDADE E DO DIREITO UNIVERSAL http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/cidade-acessvel-fernando-zornitta
  • 25. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 2 5 PRAIA SEM FUTURO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/praia-sem-futuro-bb PRAIA DE IRACEMA, TURISMO, TUMORES E CÂNCER http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/praia-de-iracema-turismo-tumores-cncer-bb O TURISMO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/o-turismo-na-perspectiva-da-sustententabilidade-24494459 TURISMO E O DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE NO BRASIL http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-e-desafio-da-sustentabilidade-no-brasil-4 O CÂNCER DA TERRA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/o-cncer-da-terra PARACURUS http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/paracurus ACEFALÉIA E O DÉFICIT HABITACIONAL http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/acefaleia-e-o-deficit-habitacional-30536793 DA MICRO E MÉDIA PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/da-micro-mdia-produo-e-consumo-de-energia FID AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE ACESSIBILIDADE E A COPA DA FIFA EM FORTALEZA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/96-audincia-do-fid-apresentao-acessibilidade-e-a-copa-da-fifa PAZ NA TERRA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/paz-na-terra-5d-paulo-fernando-zornitta TURISMO E PROSTITUIÇÃO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-prostituio-artigo-fernando-zornitta SINCATUR – SISTEMA INTEGRADO DE CÂMARAS DE TURISMO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/sincatur-resumo PROPOSTAS DO FID AOS CANDIDATOS À PREFEITURA DE FORTALEZA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/propostas-fid-aos-candidatos TURISMO E GESTÃO http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/turismo-e-gesto MORADORES DE RUA http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/moradores-de-ruad-24494998 TUDO SOB CONTROLE http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/tudo-sob-controle-d2 CREIO EM MIM – Poesia Oração http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/creio-em-mi-md CARTA DO TURISMO SUSTENTÁVEL – ONU/UNESCO/INSULA – apresentei trabalho/contribuição http://pt.slideshare.net/fernandozornitta/carta-do-turismo-sustentvel - Outros textos em pdf: ESTALEIRO OUT (DE FORTALEZA) – pdf anexo A CAPACIDADE ORGANIZATIVA – pdf anexo A COMUNICAÇÃO E AS BASES DA CIDADANIA ENTRE OGIVAS, URÂNIO E PLUTÔNIO. BISMARK CONTESTAÇÃO ENTREVISTA SOBRE TURISMO SUSTENTÁVEL – Protocolado SETUR
  • 26. F UT EBOL CI RCO DA BOL A V . 1 . 1 2 6 BONO DAQUI A 50 ANOS ?!?!?! CADÊ O NOSSO ESPELHO ? GUARAMIRANGA, QUE RUMO ??? INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO E PROMOÇÃO TURÍSTICA LIVRO DIGITAL MULTIMÍDIA RIO + 10 RIO + 20 DIREITOS x DEVERES