1. Revista
Hospício
Junho de 2013
Do futuro
para o
passado
Salve-me seleção
Futuro promissor
De “A gente quer ter voz
ativa, no nosso destino
mandar” até “Eu quero
Tchu.. eu quero tcha”
FACULDADES INTEGRADAS
HÉLIO ANLONSO
2. A Bola da Vez
O novo mundo onde um Menino ganha mais dinheiro que um Rei
Juliana Barros e Nathália Machado
E
m seu último salário como Rei
do Futebol, Pelé, ganhava um
pouco mais do que o Menino do
Santos, Neymar, ganha por hora
no campo. Desde a Copa de 1950,
a primeira sediada no Brasil, muita
coisa mudou no futebol. O esporte
mais praticado e popular do país
ficou mais rico. Aliás, riquíssimo.
Ganhou muitos patrocinadores e
começou a pagar verdadeiras fortunas para os principais jogadores.
Em outubro de 1970, Edson Arantes do Nascimento, Pelé, recebia
seu último salário como jogador,
o valor era de 5 mil cruzeiros, convertidos à atual moeda equivale
a R$5.539,00. Já Neymar ganha
R$4.166,00 por hora. Sim, por hora.
Com onze patrocinadores, entre
eles as multinacionais Volkswagen,
Nike, Santander e Claro, o salário
mensal do craque santista supera a
cifra de 4,5 milhões de reais.
Na época de jogador, Pelé também
foi garoto propaganda. Teve patrocinadores, como a Pepsi, a Puma e
até uma marca de
café com seu
nome, que lhe
rendia 3.822
euros por
mês. Para a época, a década de 70,
o seu salário era considerado bom.
Mas comparado com a renda atual de
muitos craques do futebol parece salário de jornalista! Para o professor
de Economia da Universidade Católica de Santos, José Pascoal Vaz, “os
cálculos destes valores reforçam a ordem de grandeza, válida para provar
que hoje os grandes jogadores, infinitamente menos craques que o Rei,
recebem infinitamente mais do que
ele recebia.
“O valor do
último salário
de Pelé foi de
R$ 5.539,00... Já
Neymar recebe
R$ 4.166,00 por
hora”
Mesmo sem ter ido jogar na Europa, Neymar possui a 5ª colocação
no ranking dos maiores salários do
futebol. O atacante da camisa 11 do
Santos recebe do clube R$ 18 milhões
anuais. O restante do valor seria adquirido através de seus onze patrocinadores somando um valor em torno
de R$50 milhões anuais.
Contudo, é impossível comparar
o futebol atual
com o de antigamente
no
quesito negócio.
Atualmente, o futebol
movimenta
milhões de reais,
muito diferente
do que acontecia no passado. O esporte
mais popular do mundo passou a
ser gerido de forma empresarial e
mercadológica, gerando receitas
monstruosas. E os “artistas do espetáculo” foram, com isso, diretamente beneficiados e assim ganham cifras altas.
Se o Rei Pelé jogasse no futebol
atual, talvez o mercado estivesse
ainda mais inflacionado devido
à grandiosidade técnica. Assim,
o salário do Neymar seria apenas
mais um. Também vale a inevitável comparação do salário dos jogadores de futebol com o de um
trabalhador que recebe um salário
mínimo. Por exemplo, um trabalhador comum demoraria 54 anos
para juntar o que o Neymar ganha
em um mês sem gastar nenhum
centavo do seu salário, ou seja, não
poderia pagar nenhuma de suas
contas, passear ou assistir a um
jogo de futebol no Maracanã.
Essa é a realidade do futebol brasileiro e mundial. Toda e qualquer
comparação deve ser feita tendo
em vista que o esporte movimenta
milhões na atualidade, justo ou injustamente. Agora, será
que o Pelé tem inveja da quantidade
de dinheiro que
esses jogadores
ganham?
3. Pedalada Cibernética
Cidade de João Pessoa, na Paraíba, foi escolhida para receber o evento
Rodrigo Souza e Thiago Moreira
Nem só de atletas vive o futebol.
Em 2014, Estados Unidos, Alemanha,
Japão, Irã, China, Reino Unido, Portugal, Austrália, Paquistão, França e
Brasil vão se enfrentar na 17ª Copa do
Mundo de Futebol de Robôs, a Robocup, em João Pessoa, na Paraíba.
A cidade sede driblou fortes concorrentes para trazer pela primeira
vez para o Brasil, o evento com pesquisadores renomados e estudantes
de robótica das principais universidades do mundo. É a primeira vez
que o Brasil sediará o evento, um dos
maiores de tecnologia do mundo.
A ideia de usar robôs para realizar
partidas de futebol foi do Professor
Jong-Kwan Kin, do Korean Advanced
Institute of Science and Technology
(KAIST), na Coréia do Sul em 1996.
Atualmente existem duas federações
que, fazendo uma tabelinha, regulamentam os campeonatos de futebol
de robôs no mundo, a coreana FIRA
(Federation of International Robot-soccer Association) e a japonesa
RoboCup (Robot World Cup), ambas
têm como principal objetivo promo-
O atual X o futuro
ver as pesquisas em robótica visando
aumentar o número de pesquisadores
na área e as inovações tecnológicas
utilizadas nos times participantes do
campeonato.
Participam do evento diversas
universidades brasileiras, como
a Universidade Estadual Paulista
(UNESP), Fundação Educacional
Inaciana (FEI), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES), Universidade Federal
de São João del Rei (UFSJ), Univer-
“A ideia de usar
^
robos para
realizar partidas
de futebol foi
do Professor
Jong-K an Kin,”
w
sidade Federal de Campina Grande
(UFCG) e Universidade do Estado
da Bahia (UNEB), além da colaboração de cerca de 60 pesquisadores
da Sociedade Brasileira de Automática (SBA) e Sociedade Brasileira de
Computação (SBC). A Copa de Robótica tem o apoio do Ministério dos
Esportes, da prefeitura de João Pessoa e do governo do Estado.
Para o professor de robótica da
UNESP, Alexandre da Silva Simões,
, assim como a Copa do Mundo, o
evento deixará o Brasil mais visível
na área tecnológico. “É a primeira
vez que o Brasil será sede de um dos
maiores encontros de tecnologia do
mundo, particularmente conhecido
pela plataforma do Futebol de Robôs”, ressaltou o professor.
O Brasil tem dois representantes na
categoria. Um é o grupo ITAndroids,
do Instituto Tecnológico da Aeronáutica de São Paulo (ITA-SP). O outro é o Bahia3D, que é uma iniciativa
do grupo BRT da UNEB. A seleção
da equipe nordestina, realizada entre
janeiro e fevereiro deste ano, contou
apresentação de programas binários
e artigos científicos.
“Para nós é muito importante poder
participar de mais uma edição da RoboCup porque conseguimos dar sequência a este trabalho, que foi iniciado
em 2006, e conseguimos colocar a
UNEB em uma condição de destaque
no Brasil na área de pesquisas científicas sobre robótica”, ressalta o professor Marco Simões, líder da excursão,
ao portal Calila Notícias.
Além dos brasileiros, outros 24 times
de mais 10 países vão participar da
competição, que espera receber mais
de quatro mil pesquisadores na área.
“Em competições como essa podemos promover debates formais e informais com pesquisadores e estudantes dos grandes centros científicos do
mundo. Durante as atividades podemos também fazer comparações práticas entre o trabalho que realizamos
aqui e o que o restante do mundo está
produzindo”, encerra Marco Simões,
orientador da equipe baiana.
4. “Salve-me seleção!”
Baixinho Romário quer marcar gol de “caneta” contra Marin
Carlos Bruno e Luíz Fouraux
José Maria Marin militou na Arena que foi o partido da Ditadura Militar
O brasileiro sempre foi apaixonado pelo futebol. Milhões de torcedores durante os campeonatos nacionais se dividem na torcida pelos seus
times do coração. E a demonstração
que o país é realmente “a pátria de
chuteiras” é quando a seleção brasileira de futebol está em campo e assim vivemos essa paixão numa Copa
do Mundo. É bonito ver a participação de todos. Os torcedores não se
dividem, se somam. O público interessado passa a ser outro. São famílias inteiras, das crianças aos idosos.
Numa só vibração, num só coração,
torcendo pelos “canarinhos” da seleção pentacampeã do mundo. Mas
enquanto a bola rola para distração
de todos, nas laterais do palco verde
rola o jogo do poder.
Por unanimidade, entre os mais
famosos conhecedores de futebol,
dizem que a melhor seleção até hoje
foi a de 1970. E numa conversa com
pessoas que viveram as emoções da
conquista do tricampeonato mundial não há dúvida, guardam na
memória o bom futebol e a festa
que tomou conta do país ao receber de forma definitiva a Taça Jules
Rimet. Havia naquela época outra
bola, a do regime militar, que dentro
dos canhões lembrava ao povo que
aquela alegria era passageira. No entanto o poder comemorou, pois usa-
va o futebol para passar um Brasil que
não existia.
Naquele ano o país passava por grandes níveis de repressão. O presidente
era o general Emílio Garrastazu Médici. Brasileiros “viviam dias que foram
conhecidos como ‘‘ anos de chumbo”.
O sistema prendia, matava e torturava
quem lutava pela democracia, e quem
mais não aceitava seguir a “cartilha”
imposta pela ditadura. A economia
chegava ao auge e foi chamada de “Milagre Econômico”, mas só que isso não
bastava para popularizar o governo.
Com a censura controlada, a máquina de propaganda do regime militar
criava a sua publicidade ufanista. Lemas como “Brasil, ame-o ou deixe-o”,
“Pra frente Brasil” e “Ninguém segura
este país” eram divulgados constantemente em todos os veículos de comunicação. A música Pra Frente Brasil
era a mais tocada e cantada pela população: “Noventa milhões em ação, pra
frente Brasil, do meu coração... Todos
juntos vamos, pra frente Brasil, salve
a seleção!”.
Médici sabendo da paixão do povo
brasileiro pelo futebol, utilizou nossa
paixão pelo esporte bretão para aumentar sua popularidade, chegando
ao extremo de escalar jogadores na
seleção do Brasil. Isso gerou um conflito entre o presidente e João Saldanha, técnico da seleção. Saldanha que
nunca escondeu ser contra a ditadura
militar deixou Médici furioso ao dizer que “não escalaria nenhum ministério e o presidente não escalaria
nenhum time, assim vamos nos entender muito bem”. Alguns dias depois Zagallo foi ser o novo técnico,
substituindo João Saldanha.
Como dizia o ex-governador Leonel Brizola: “A ditadura deixou os
seus filhotes”. Se referindo a políticos
que apoiaram a ditadura. Hoje estão
espalhados pela administração pública e privada, camuflados de democráticos. Um exemplo, o novo presidente
da CBF, José Maria Marin, governador de São Paulo entre maio de 1982
e março de 1983. É o atual presidente
da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador para a Copa do Mundo de 2014
(COL). Marin aprendeu que usar o
futebol pode dar ótimos resultados
para suas pretensões políticas, como
na ditadura. Perguntado sofre a seleção estar treinando num campo do
exército, Escola de Educação Física
do Exército, na Urca, disse que traz
boas lembranças, deixando dúvidas,
se da ditadura ou do sucesso do futebol brasileiro após treinar em campos
do exército durante o governo militar.
O ex-jogador e deputado federal
Romário, defendendo o povo brasileiro, gostaria de ver um nome de
5. peso e digno para a presidência das referidas instituições. Nomes como Leonardo, Zico e Raí, para citar apenas
três, seriam muito bem aceitos. Como
na Copa da Alemanha em 2006, Franz
Beckenbauer, que disputou copa do
mundo pela seleção Alemã, jogou pelo
Bayern de Munique (time no qual é o
presidente de honra) e foi presidente
do COL, um grande nome, respeitado
e admirado por todos. Na Alemanha,
que no passado fez o mundo sofrer
pela liderança de um dos maiores ditadores de todos os tempos, Adolf Hitler. E por aqui não viramos a página.
José Maria Marin militou na ARENA
que foi o partido da ditadura brasileira, é suspeito de ter participado dos
eventos que culminou com o assassinato do jornalista Wladimir Herzog e
admirador do torturador Sérgio Paranhos Fleury.
Enquanto o COL alemão foi representado por alguém que prestou serviço ao futebol e ao país, o COL bra-
sileiro é comandado por alguém que
prestou desserviço à história da nossa
pátria. Marin atuou ainda como vereador, deputado estadual e vice-governador de Maluf no governo paulista.
O deputado federal Romário apoia
que Marín seja investigado e preste declarações sobre as suspeitas que caem
sobre ele e afirma que a CBF mesmo
sendo privatizada leva o nome do país
mundo afora. Em seu discurso realizado na tribuna da câmara dos deputados no dia 18/03/2013 em tom duro ele
afirma: ’’ Não podemos esquecer que
o Senhor Marin, à frente da CBF, tem
sob o seu comando a principal manifestação esportiva de nosso país, que é
o nosso futebol. A nossa seleção é mais
do que um time, é uma manifestação
cultural acompanhada de modo apaixonado nos quatro cantos do Brasil,
como eu pude testemunhar bem de
perto. A seleção leva, por onde passa,
o nome do Brasil, a nossa bandeira, as
nossas cores, o hino e principalmente
os nossos jogadores. Tem gente que conhece muito pouco do nosso país, da
nossa cultura, mas conhece o futebol e
os jogadores do Brasil’’.
O presidente da comissão nacional de direitos humanos da OAB, Dr.
Wadih Damous faz coro as palavras
do “baixinho” e declarou ser correta
e urgente a convocação de Marín pela
comissão nacional da verdade, a fim
de prestar esclarecimentos sobre as
acusações que recaem sobre ele.
Os tempos, os lemas e canções são
outros. Duzentos milhões de brasileiros, bem mais que os noventa milhões
da época, estão em ação, agora torcendo por um país mais livre e desenvolvido socialmente. Contudo, a paixão
por esse esporte ainda é percebida.
Será que o “salve a seleção” da música tem tanta importância para o povo
nos dias atuais? Mas como time que
está ganhando não se mexe, justifica-se um grito do presidente da CBF e
do COL: “Salve-me seleção!”.
“Tem gente que conhece muito pouco do nosso país, da nossa cultura, mas conhece o futebol e os jogadores do Brasil’’, afirmou Romário
6. GOOGLE
o olhar d
Gabriela Carvalho e Philippe Oliveira
I
magine
compartilhar
tudo o que você vê
com seus amigos em
tempo real? Isso já existe
em smartphones, câmeras
digitais e outros dispositivos
eletrônicos. No entanto, o que
o Google está prometendo é
algo inimaginável para a sua
época. O aparelho é capaz de
filmar, mandar mensagens,
tirar fotos, filmar, fazer uma
videoconferência e ter acesso
a mapas e ver coordenadas de
GPS. O Google Glass tem tudo
para ser um dos objetos mais
promissores da atualidade.
O Glass, já foi lançado nos
Estados Unidos, e chega neste
ano no Brasil, com a faixa de
preço em torno de R$1,5 mil.
Um dos desenvolvedores
do projeto, Timothy Jordan,
disse o conceito do aparelho
é simples: fazer com que o
usuário não precise mais
tirar o celular do bolso ou da
mochila para poder registrar
os seus momentos marcantes.
O gadget, dispositivo
com
função
específica,
prática e útil no cotidiano,
vem recebendo aplicativos
exclusivos,
que
estão
Menu interativo do Google Gla
Estados Unidos tentou vetar
o aparelho. O legislador do
partido republicano Gary
Howell ainda pretende colocar
em vigor uma lei que proíbe
o uso do objeto enquanto
a pessoa dirige. Para ele, as
funcionalidades do produto
são interessantes, no entanto,
vê como um agravante nos
problemas de trânsito, algo
que já ocorre com os celulares
e smartphones.
Vislumbr
dos óculos,
site de
criou um
parecido co
é conhecido
Eye”, poss
similares. R
empresa da
que os óculo
transmitir im
em tempo
realização de
Aparelho permite filmar, fotografar e fazer transmissões ao vivo
revolucionando o mercado
tecnológico. O gigante de
buscas demonstrou interesse
em alguns desses aplicativos
e suas funcionalidades. O
destaque mais popular ficou
para o aplicativo do jornal
norte-americano “The New
York Times”. Basta você “pedir
uma notícia” ao Glass, que ele
automaticamente a exibe com
manchete, subtítulo e imagens.
Caso o usuário queira ler o
texto inteiro, é só solicitar que
os óculos leia toda a matéria.
Antes de ser lançado,
alguns projetos de leis nos
Imagem reproduzida pelo Glass. O aparelho fará vídeos e
7. E GLASS:
“Me via focado
no próprio
celular, mesmo
tendo algo
de suma
importância
para fazer”
ass totalmente comandado por voz
rando o sucesso
o Baidu, maior
busca chinês,
produto bem
om o Glass, que
o como “Baidu
suindo funções
Representantes da
China revelaram
os são capazes de
magens e áudios
real, além da
e tarefas feitas por
[ [
do futuro
um computador. A princípio,
ele está sendo comercializado
na China, em que a duração
de sua bateria é de 12 horas.
Para o cofundador do
Google, Sergey Brin, o maior
intuito do Glass é reverter
o vício das pessoas nos
smartphones. Ele ainda disse
que se via focado no próprio
celular, mesmo tendo algo de
suma importância para fazer.
em alta definição, permirindo o registro de momentos marcantes
O Co-fundador do Google e um dos idealizadores do Glass: Sergey Brin
8. Do Futuro
Carlos Eduardo de Abreu e Vanessa Cardozo
1934 - produção inicial do
Volkswagen foi assinado em 22
de junho
1938 – Hittler aparece em público “a bordo” de um Fusca, para
popularizar o automóvel
1950 – O Fusca chegou ao Brasil
1959 – O primeiro Fusca conversível
1971 – Foi um dos últimos a
utilizar o farol dianteiro com
superfície arredondada
1975 – Carburação dupla e apelo
esportivo, sendo conhecido
como “Bizorão”
O roteiro dessa viagem tem como
perspectiva mostrar a trajetória de
um dos carros mais amados do século XX. O ponto de partida será a
bordo da reencarnação do clássico
VW, onde você poderá comprovar as melhorias no designer e na
mecânica do automóvel que dão
sentido ao slogan adotado pela
Volkswagen “O futuro chegou para
o novo fusca”.
Rodas de liga leve, farol de neblina, controle automático de velocidade, volante multifuncional com
shift- padlles, sistema de navegação
integrado ao rádio touchsccreen,
conexão Bluetooth e iPod tornam o
novo carro multiuso, perfeito para
ouvir, navegar e, o melhor, dirigir.
Repleto de novidades, mas cumprindo a proposta vintage – graças
às silhuetas e aos detalhes internos
originais – o veículo é parte de uma
estratégia mundial de campanha
da Volkswagen de “ressuscitar o
besourão”, relembrando o antigo
nome do modelo em outros países como “Escabajo” na Espanha e
“Maggiolino” na Itália.
Se a estratégia foi um sucesso? Alguns adoraram a ideia, pois o novo
carro reacende a chama de um dos
automóveis mais importantes da
história, ao passo que outros reprovaram a iniciativa por contrariar ao
conceito original do carro, que era
ser um veículo popular.
Lançado para públicos mais sofisticados, o fusca atual custa no mínimo R$ 76 mil na versão básica com
câmbio manual de seis marchas. Já
o modelo equipado com transmissão DSG semiautomática de dupla
embreagem sai por R$ 80.990.
O colecionador de carros antigos e
jornalista automotivo, José Resende Mahar, já experimentou o novo
modelo. Para ele, o novo fusca é diferente do New Beetle e possui um
conceito muito mais fiel ao
modelo
original: “Os detalhes remetem ao antigo Fusca e estão por toda parte. Quem
se lembra do modelo clássico vai notar as soleiras nas portas, o para-brisa
reto, as alças de borracha nas colunas, o
porta-luvas na parte de cima do painel,
entre outros”, acrescenta.
Recriado para entrar na disputa com
o Uni Mille, o Gol CL e o Escort Hobby, o novo Fusca também pode ser
comprado com IPI reduzido de 0, 1%,
o que torna a relação de custo e benefício favorável ao consumidor. Econômico, o modelo VW consegue ser a prova
de pique, confortável e gastar pouco,
sem perder em nada para qualquer outro esportivo.
Quando perguntado sobre a sensação
de andar no novo fusca, José Resende
sorriu com olhos, não foi preciso dizer
que ele tinha simplesmente adorado.
Fuscamaníacos,
uma adorável psicose
Além do jornalista José Resende
Mahar, há uma legião de fãs que se
expressam diariamente pela internet e
marcam encontros presenciais em que
o tema é sempre o adorável fusquinha,
é o caso do Fusca Clube Brasil, fundado
9. para o passado
no final da
década de 60, que reúne milhões de brasileiros.
A ideia de formar o clube surgiu
quando dois apaixonados pelo besourão Eduardo Ohara e Sérgio Fontana
começaram a planejar a criação de um
grupo para os apreciadores do modelo. Empolgado com a ideia dos amigos,
Demétrios Bérgamo juntou-se a eles.
Dessa junção, nasceu o Sedan Clube
Brasil.
Na primeira reunião, o grupo reuniu 70 carros. Sete anos depois, o Sedan Clube recebeu a autorização da
Volkswagen do Brasil para o uso da
marca “fusca”. A partir daí o nome foi
alterado para o Fusca Clube do Brasil
e a organização foi oficializada como
entidade cultural, recreativa, desportiva e sem fins lucrativos.
Na internet, o Blog “fusca4ever” faz
bastante sucesso. Nele, os motoristas
do besouro encontram dicas sobre
mecânica, informações gerais sobre o
veículo e uma seção especial para esclarecer dúvidas.
De acordo com o dono do Blog “fusca4ever”, Danilo Andric, as projeções
para a venda do novo fusca são altas e
consagrará ainda mais a Volkswagen.
“A nova versão do fusca é esportiva e
veloz. A campanha da Volkswagen feita pelo Facebook é a prova viva disso,
são 28 milhões de brasileiros curtindo
o novo fusca”, diz.
A campanha citada por Daniel
Andric faz parte de uma estratégia
de Marketing de Guerrilha da montadora para divulgar o novo fusca no
Facebook. Segundo dados da Rede
Social, divulgados pela multinacional alemã, a página de logout do FB
teve o maior retorno em número de
cliques da história do site no Brasil.
Com a assinatura "Novo Fusca. O
carro voltou", a campanha publicitária também conta com filmes e
anúncios em revistas. Criados pela
agência AlmapBBDO, as peças trazem o personagem Mussum como
estrela da campanha.
Nas peças, os títulos brincam com
a maneira característica do comediante de transformar as palavras
para falar das inovações tecnológicas e as transformações do carro.
Haja fuscamaníacos no mundo!
Fusquinha de quatro portas,
uma história...
Quem vê o futuro e passado gloriosos do fusquinha, não imagina que a
trajetória do veículo é composta por
altos e baixos. O automóvel foi o primeiro veículo popular fabricado em
série, atingiu seu ápice nos anos 70 e
viveu a queda nos anos 80.
Segundo o jornalista José Resende, a queda dos anos 80 está ligada
estritamente a rudimentariedade
do besourão, que passou a ser feito
exclusivamente para os países de
terceiro mundo. “Tudo tem uma
época, o fusquinha era básico, rudimentar e sem conforto, feito para
países pobres”, diz.
Além da obsolescência do modelo, a montadora alemã estava numa
outra fase, seu cargo chefe eram
carros potentes e bem equipados.
“A Volskwagem não queria ser vista como a produtora de carros populares, mas sim de esportivos, por
isso investiu no passat, gol, golf, etc”,
acrescenta Mahar.
10. No Brasil, o fusca circulou no mercado até a segunda metade da década
de 90. O último suspiro de vida do
besourão no país foi dado no período de 1993 a 1996, pelo ex- presidente Itamar Franco que pediu uma série
especial ao presidente da Autolatina,
Pierre- Alain de Smedt, durante uma
reunião em Brasília. Bastou apenas
uma conversa para que ele deixasse a
capital federal com o acordo da volta
do Fusca ao mercado nacional.
Nos três anos de vida do Fusca Itamar foi produzido pouco mais de 46
mil unidades. Em junho de 1996, o
besouro sai de linha no Brasil, de forma discreta com a série ouro, em que
foram produzidas as últimas 1,5 mil
unidades.
O declínio da circulação do fuscão
no mercado, nos anos 80 e 90, contrasta com a ideologia da década de
60. O carro era símbolo do antiamericanismo e da negação ao American
Way of Life.
Por falar em história, a participação
do veículo em momentos chave não
para por aí. Voltando um pouco mais
na cronologia da fabricação do besouro, nos deparamos com uma sombria
Alemanha da década de 30, vivenciando seu processo automotivo.
Fruto de um pedido de Hitler ao engenheiro automotivo Ferdinand Porshe, o fusca foi elaborado como uma
estratégia de motorização da população Alemã. O veículo deveria ser criado em larga escala e por um preço que
coubesse no bolso do povo germânico.
Dois anos depois a produção dos primeiros esboços, o modelo ganhou as
ruas de Berlim. O motor na parte de
trás, carroceria arredondada e suspensão independente fizeram do Fusca
um marco na história do automobilismo, podendo ser vendido a todos pela
bagatela de 990,00 marcos alemães
(moeda da época).
A imagem do automóvel ganha ainda mais destaque em 1938, depois
de Hitler aparecer “a bordo” de um
Volkswagen. Não demorou muito para
ser exportado a outros países, o que
lhe deu o posto de “carro mais vendido do mundo”. Diretamente do futuro
para o passado... você não pode ficar
seu o seu novo fusca, calcidis.
Volkswagen, a cara do Copa do
Mundo...
A Volkswagen do Brasil patrocinará a Seleção Brasileira de Futebol
pelos próximos 5 anos, até a Copa
do Mundo de 2014. De acordo com
o presidente da empresa, Thomas
Schmall, "patrocinar a seleção é
acreditar no Brasil". O anúncio foi
feito pelo executivo nesta quinta-feira (26/11), em conjunto com o
presidente da Confederação Brasileira da Futebol (CBF), Ricardo
Teixeira.
"Há uma grande sinergia entre a
Volkswagen e o time do Brasil. Assim como a Seleção Brasileira de
Futebol, a marca expressa valores
bastante importantes para o brasileiro, como confiabilidade, amizade, paixão e proximidade ao público", afirmou o vice-presidente de
Vendas e Marketing da Volkswagen
do Brasil, Flavio Padovan.
Outro fator que contribuiu para a
parceria é o retorno do nosso querido besourão. Consagrado no Brasil,
o fusquinha foi símbolo da Copa
do Mundo de 1950. Além do consagrado fusca, o Gol – carro que faz
alusão direta ao futebol – é o mais
vendido do país há 22 anos consecutivos.
Com o patrocínio à seleção, a
Volkswagen poderá usar a marca
da CBF em sua comunicação, além
de desenvolver outras atividades
promocionais. O ônibus que transportará a Seleção Brasileira nos jogos e treinos também será doado
pela Volkswagen. Vá de carro, vá
de fusca!
Preço
O novo Fusca parte dos R$ 77.890.
A versão que avaliamos é completa
com todos os opcionais disponíveis
além do câmbio automático. Isso faz
o preço saltar para R$ 103 mil.
Leitor maluco, você sabia que...
Desde 1983, a loja Fuscão preto, vem fazendo a cabeça
dos fusqueiros de plantão, com peças e assessórios que
só são encontrados por lá. Passando pela loja encontramos
tudo do ano correspondente ao seu carro, fazendo da fuscão preto a principal empresa do Polo automotivo de Nova
Iguaçu, com clientes de todo o Brasil e uma das maiores distribuidoras de autopeças do país. A loja fica localizada na
Av. Nilo Peçanha, 578 - Centro - Nova Iguaçu - RJ
Os fuscas produzidos entre 1993 à 1996 são uma série especial a pedidos do ex- presidente Itamar Franco,
em 25 de janeiro de 1993Itamar convidou o presidente da
Autolatina, Pierre-Alain de Smedt, para uma reunião em
Brasília. Bastou apenas uma conversa para que ele deixasse
a capital federal com o acordo da volta do Fusca ao mercado nacional.
Nos três anos de vida do Fusca Itamar, foram produzidas pouco mais de 46 mil unidades. E em 28 de junho
de 1996, o Fusca sai de linha no Brasil, de forma discreta
com a série Ouro sendo produzidas as últimas 1,5
mil unidades.
11. 2003
O último Fusca, do
modelo antigo, foi
fabricado no México
2013
Novo New
Beetle dos dias
atuais
1998
Surge o “New
Beetle”
1993
Fusca renasce
após ter sido
parado de
fabricar no ano
de 1986
1975
Carburação
dupla e apelo
esportivo, sendo
conhecido como
“Bizorão”
1980
Os modelos
ganharam
lanternas
maiores e foram
apelidados de
Fafá de Belém
1959
O primeiro
Fusca
conversível
1971
Foi um dos
últimos a utilizar
o farol dianteiro
com superfície
arredondada
1950
O Fusca chegou
ao Brasil
1934
produção inicial
do Volkswagen
foi assinado em
22 de junho
1938
Hittler aparece
em público “a
bordo” de um
Fusca, para
popularizar o
automóvel
12. De “A gente quer ter voz ativa, no nosso destino
mandar” até “Eu quero Tchu.. eu quero tcha”
Paula Araújo e Wallace Silva
A música, ao longo dessas cinco
décadas, sofreu diversas transformações para se adequar tanto aos veículos como para atrair novos públicos.
A metamorfose musical é nítida e as
projeções para o futuro não são nada
animadoras. O conteúdo passou a ser
bizarro.
Uma prova dessa superficialidade
dos artistas são os próprios festivais
de música que, nas décadas de 60 e 70,
tinham o intuito de protestar e criar
uma consciência crítica nas pessoas,
servindo como bandeira para mani-
festações do público e para as bandas
apresentarem suas letras direcionadas
para algum fato importante que ocorria naquele momento, bandas como
Pink Floyd, The Who, Bob Dylan,
The Beatles, Led Zeppelin, The Doors,
Deep Purple, The Rolling Stones, Creedence Clearwater Revival passavam
essas mensagens para os fãs. Hoje, as
bandas, querem apenas lucrar e os
empresários e as bandas não se importam com o que acontece pelo mundo.
Da década de 60 até os dias de hoje,
a música sofreu grandes transforma-
ções e ganhou uma nova roupagem
para se adequar aos novos públicos e,
de quebra, aumentar o lucro dos grandes empresários. A entrada de dinheiro começou por meio dos hippies, talvez os primeiros caras de Marketing
da música, que através do lema “Paz e
Amor” ganhavam as ruas e tinha nos
ídolos uma voz para atingir o público.
Surgia no Brasil, o movimento da jovem guarda com Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, entre outros.
Com forte influência do rock britânico
e principalmente dos Beatles serviam
13. com elo entre a música brasileira e o
rock. Gilberto Gil e Caetano Veloso
chegaram com o movimento tropicália, em 1967, no Festival da Música
Popular, com letras bem humoradas e
críticas, na qual se utilizava das diversas influências musicais que passavam
do rock até o folclore nacional.
Com o início da Ditadura Militar e o
Ato Institucional 5 que, dentre muitas
medidas restritivas, proibia manifestações de caráter político, os festivais
começavam a atrair os olhares e tornavam-se locais para protestos contra o regime, a música “Pra não dizer
opressão do estado e nomes como Raul
Seixas e os Mutantes desempenhavam
seu papel de críticos, com letras como
“Sociedade Alternativa”, lembrando
que era o auge da ditadura e as perseguições seguiam a todo vapor.
A música sofreu uma mudança radical nos anos 80, o som pesado da década passada perdia força e as letras antes
críticas eram substituídas por ritmos
dançantes e músicas comerciais ao estilo de baladas. A rebeldia, os barbudos
e cabeludos deram lugar aos cabelos
“de poodle”, eram homens travestidos
de mulheres. Um fator positivo foi o
Astros da música
que não falei das flores” de Geraldo
Vandré, apresentada no III Festival
da Canção ganhou grande destaque,
mesmo ficando atrás da música Sabiá,
de Tom Jobim e Chico Buarque e interpretada por Cynara e Cybele, teve
a sua letra ser cantada por milhares de
pessoas que estavam na final nacional
do festival. O mesmo aconteceu com
Chico Buarque no III Festival da TV
Record, com a música “Roda Viva”.
Na década de 70, a música continuou engajada politicamente contra a
retorno dos grandes festivais como o
Rock in Rio, Reading e Donington.
Aqui no Brasil foi o ápice para o rock,
afinal surgiam grandes bandas e nomes
que até hoje marcam época dentre eles
Legião Urbana, Barão Vermelho com
Cazuza, Capital Inicial, Titãs, entre
outros. Renato Russo e Cazuza são os
maiores ícones dessa época por tapas
na cara da sociedade com duas composições que até hoje representam a geração anos 80 como “Geração Coca Cola
e Ideologia”.
Os anos 90 foi uma verdadeira mistureba musical, devido a recém chegada
democracia, a liberdade de expressão
estava em alta, multinacionais e os
meios de comunicação estavam dispostos a apoiar a entrada de novos
artistas e descobrirem as tendências
fonográficas do mercado brasileiro.
Surgem diversos estilos musicas e novas bandas como O Rappa, Cássia Eller, Mamonas Assassinas, É o Tchan,
Só pra Contrariar, Chitãozinho e Xororó, Jota Quest, e Skank. Ao mesmo
tempo em que as empresas corriam
atrás de bandas para coloca-las em
programas de domingo, surgiram
também gravadoras independentes,
contrárias a esses apelos televisivos
e mais voltados parar a internet, que
trouxeram bandas como Chico Science & Nação Zumbi, Raimundos, Planet Hemp, Charlie Brown Jr e Pato Fu.
O único resquício de protesto foi da
banda Skank, em relação ao Impeachment do presidente Fernando Collor
de Mello, com a música “Indignação”.
A sociedade mudou o seu modo de
pensar, fazendo com que tudo que
possui também mudasse. Com a democracia, a sociedade se viu relaxada
14. em relação às questões políticas, ficando anestesiada em relação a esses
acontecimentos e não reagindo. Esse
reflexo pode ser visto em relação às
musicas que ouvimos atualmente, que
se viu obrigada a procurar um novo
assunto para expor em suas músicas
e com isso as músicas parecem todas
iguais, com os mesmos temas, com as
mesmas melodias.
nhavam esse papel, afinal as canções
passavam sua mensagem de forma
simples e direta.
O que representou para os músicos
brasileiros o Rock in Rio de 1985?
É um “copia e cola”, assim como
falou Alice Cooper: “as novas bandas parecem umas com as outras,
ninguém busca algo novo, romper
com esse modelo é um recorte do
que há de precário. Loucos estão ficando bem escassos e o que vigora
são bons moços, não conseguiriam
um espaço”.
O fundador da banda O Ira, o vocalista Nasi, deu uma entrevista ao
Hospício, mostrando o que vê na
atualidade: O cenário musical se
adequou ao modelo de sociedade
vigente e de quebra poucas bandas
tem buscado uma mudança. A única forma de protestar era por meio
da música e os festivais desempe-
Serviu como um divisor de águas,
antes as bandas tocavam em pequenos
festivais ou espaços musicais e com o
Rock in Rio, as diversas cenas puderam mostrar todo seu talento e apresentar ao público que no Brasil também tinha Rock de qualidade.
As músicas sofreram grandes mutações e no que se deve tudo isso?
O que preocupa é a falta de conteúdo e um recorte das bandas. Elas não
exploram novos temas, parecem que
tem medo ou já ficam satisfeitas em
receber um mísero trocado. As emissoras tanto de rádio como tv querem
audiência, então colocam “artistas”
sem nenhum preparo. Nomes como
Raul, Cazuza, Renato e Cassia certamente seriam execrados na nova conjuntura da sociedade.
Os grandes nomes da década de 60,
70 e 80 continuam reinando como
Iron Maiden, AC/DC, The Rolling
Stones, sem contar nomes antes aposentados que sempre voltam, dentre
eles: Black Sabbath, Os Mutantes,
Barão Vermelho e o aparecimento
de bandas novas têm ficado restrito,
as próprias rádios ignoram o estilo.
E se escutar dez músicas vão notar
que poucas ou nenhuma têm algo
crítico, a maioria fala sobre amores
perdidos, dinheiro e coisas efêmeras. Os novos ídolos fabricados para
durar uma semana.
¹ O rock se encontrava estagnado na década de 80 e para muitos críticos a cena grunge em Seattle deu um novo impulso ao estilo.
15.
16.
17.
18.
19.
20. Do Cinematógrafo ao 3D
Karine Costa
É difícil falar com
exatidão em que momento surgiu o cinema, pois essa trajetória é divida em várias
fases. Ainda no século XIX, foram feitas diversas experiências com a
junção de fotos que ficavam
circulando por segundos em
máquinas. Era a invenção
dos jogos ópticos, que tiveram como destaque o thaumatrópio, fenacistoscópio, praxinoscópio
entre outros. Mas foi com a invenção do cinematógrafo que a história
do cinema começou a se expandir.
Os irmãos franceses Auguste e Louis
Lumière tiveram a brilhante idéia de
inventar esse aparelho portátil (cinematógrafo) que funcionava como
máquina de filmar, de revelar e projetar. Eram Três funções em apenas
um aparelho. Foi então no dia 28 de
dezembro de 1985, que o pai dos irmãos Lumière resolveu organizar a
primeira exibição pública paga de
filmes no Salão do Grand Café de
Paris. A exposição foi um sucesso.
Essa data ficou conhecida como o
marco inicial do cinema. Essa máquina não foi comercializada pelos
seus criadores, e logo foram surgindo réplicas do aparelho em diversos
países. Os irmãos Lumière produziram inúmeros filmes documentários. Era o início do cinema amador.
Nesta época, os filmes produzidos
ainda não tinham uma história, um
enredo. Apenas era exibidas imagens do cotidiano,
sem continuidade
e também sem
som. Os produtores procura-
portantes estúdios de
cinema do mundo,
como a Fox, Universal, Paramont entre
outras. Hollywood
se tornou o símbolo
do poderoso e fantástico cinema dos Estados Unidos. O cinema ganhava força pelo mundo.
vam desde o início casar a imagem
com o som, mas nenhuma técnica
dava certo, até a década de 20. Foi o
período conhecido como o cinema
mudo, onde temos Charles Chaplin
como pioneiro desta fase do cinema
em todo o mundo.
O cinema andava em um processo
de desenvolvimento e negociação.
Foi quando o ilusionista Francês,
Georges Méliès, começou a criar as
primeiras “fantasias”, os chamados
efeitos especiais. Seu filme "Le Voyage dans la Lune" (ou "Viagem à Lua")
de apenas 14 minutos foi o primeiro
a tratar de assuntos alienígenas. Era
o início da era da ficção.
A partir daí, os filmes passaram
a ter roteiro, técnica de edição de
imagens, customizações, animações,
maiores durações... Era o início de
uma grande evolução da arte cinematográfica.
Era chegada a era do
som. Em 1926, a Warner Brothers, introduziu o sistema Vitaphone que permitia a gravação de som
pelo disco, e foi logo no seguinte que
a produtora lançou o filme “The Jazz
Singer”. O primeiro musical com alguns diálogos e cantorias. Em 1929
o cinema já era praticamente todo
falado, foi também nesse ano que
surgiu a premiação mais famosa do
cinema no mundo, o famoso Oscar
que acontece até os dias de hoje premiando os melhores do cinema. O
uso do som fez com que o cinema
se diversificasse em termos de gêneros. Dessa nova tecnologia nasciam
diversos gêneros que foram evoluindo de décadas em décadas e fazem
sucesso até os dias de hoje.
O cinema como conhecemos hoje
foi se aperfeiçoando e evoluindo ao
longo dos séculos. Muita coisa que
vemos hoje na indústria cinematográfica que achamos que é novidade,
já existe desde muito tempo atrás,
Antes da primeira guerra mun- apenas está cada vez mais perfeito.
dial, Itália e França possuíam o ci- O cinema revolucionou o mundo e
nema mais popular e poderoso do os conceitos da arte. Derrubou muimundo. Mas logo após, a indústria tas barreiras e foi também o grande
de cinema européia ficou detonada. precursor da globalização, pois atraFoi nesse momento que os EUA co- vés dele culturas diferentes foram
meçaram a se destacar, produzindo conhecidas e reconhecidas.
e importando vários filmes. Surgia
então o mais importante centro da
A grande “novidade” do cinema
indústria cinematográfica do plane- atual que vem ganhando grande forta: Hollywood.
ça é o 3D. Muitos pensam que essa
sigla trouxe o que o cinema precisaDesde então surgiram os mais im- va para inovar, mas enganam-se os
21. que acham que essa é a mais nova
conquista tecnológica. Ao contrário
do que pensam, é um conceito antigo e já foi exibido para o público
em diversas ocasiões, só que décadas
atrás. As tentativas de se capturar e
mostrar imagens em 3D, muitas
dessas com sucesso experimental e
não comercial remontam de muito tempo atrás. Foram registradas
diversas experiências e exibições
temporárias. Em 1838, o físico Sir
Charles Wheatstone, inventor do
estereoscópio, utilizou-o pela primeira vez para ver um par de figuras
geométricas desenhadas. Em 1849,
o cientista escocês, David Brewster
inventou o estereoscópio com lentes primásticas. Em 1850, Joseph de
Almeida inventou o anaglifo. Esse
novo método consistia em desenhar
o par de imagens estéreo com duas
cores diferentes (Vermelho e Azul) e
separá-las usando óculos com filtros
cromáticos, também de cores vermelho e azul. Já em 1889, Willian Frise
Green criou o primeiro filme de cinema 3D utilizando anáglifos. Em
1932, o Dr Edwin H. land pateteou
a projeção polarizada, que possibilitou o 3D colorido. A partir daí, os
anaglifos entraram em decadência.
Em 1936 foi apresentado o primeiro filme 3D polarizado. Após alguns
anos, foram exibidos diversos filmes
3D de longametragem, porém ainda
era necessário que houvesse alguns
ajustes para melhorar qualidade das
exibições. Devido a alguns problemas de projeções, o público acabou
perdendo o interesse e durante muitos anos o cinema 3D ficou restrito
a exibições em salas especiais. Foi
da virada do século XX para o XXI,
com o surgimento do cinema digital, que surgiu novamente a possibilidade de projeções em filmes 3D.
Filmes como Avatar, Alice de Tim
Burton, marcaram essa nova fase do
cinema digital.
O Oscar
A famosa premiação mais conhecida como Oscar, é o
famoso e cobiçado troféu do mundo do cinema, que
parabeniza os grandes profissionais da indústria cinematográfica que se destacaram com excelência no ano
anterior. Fundado em Los Angeles, desde o ano de 1927,
o Oscar é considerado uma das maiores premiações do
mundo. É a mais antiga cerimônia de premiação na mídia. Existem também outras cerimônias como Emmy,
Grammy e Globo de Ouro que se inspiraram no Oscar.
A primeira entrega de prêmios foi realizada em Maio
de 1929, no Hotel Roosevelt, em Los Angeles. No início
as cerimônias eram feitas em grandes hotéis e restaurantes, com resultados previamente conhecidos, já que
a decisão era tomada em comum acordo pelos chefões
dos estúdios. Até o ano de 1940 os jornais recebiam
uma lista com os nomes dos premiados para divulgá-los somente no final da noite. Isso durou até ocorrer
uma quebra de acordo. Logo após, a academia decidiu
manter em sigilo e divulgar o resultado somente após a
abertura do envelope lacrado.
O critério de votação é demorado e envolve cerca de
5.800 membros da academia que tem direito a voto, de
diversas nacionalidades. Após a seleção dos cinco finalistas em cada categoria, é feita uma nota votação envolvendo todos os membros que votam e elegem um dos
indicados ao prêmio em suas respectivas modalidades.
A indicação de um filme pode aumentar a sua bilheteria
em milhões de dólares e trazer prestígios para os atores
e diretores.
O grande prêmio dessa importantíssima cerimônia é
uma estatueta de 35 cm de altura, coberto de estanho
folheado a ouro em formato de um cavalo sobre um pedestal no formato de um rolo de filme, com uma espada
de cruzado atravessada verticalmente no peito.
Esse ano, filmes como "Indomável sonhadora", "O lado
bom da vida" "A hora mais escura", "Lincoln", "Os miseráveis", "As aventuras de Pi", "Amor" e "Django livre"
disputavam o prêmio. Mas quem levou a estatueta foi
“Argo” dirigido por Ben Affleck que nem sequer havia
sido indicado como melhor diretor, mas que também
ganhou em outras categorias importantes como: roteiro
adaptado e edição.
E há quem já esteja fazendo suas apostas para o
ano de 2014. Nomes como “The Wolf of wall Street” e
“Grande Gatsby” com Leonardo Di Caprio no elenco,
“Grace of Monaco”, “Inside Llewyn Davis” “The Fifth
Estate” entre outros são cotados como favoritos para a
disputa.
22. A Copa não será para TODOS
France Beatriz e George
A exemplo da grande polêmica envolvendo o Deputado Marco Feliciano, eleito para a comissão dos direitos
humanos, é cada vez mais comum
que os brasileiros usem as redes sociais como forma de organização de
protestos e para demarcar sua posição política. A próxima questão nacional que já aparece nas redes sócias
é a Copa de 2014. Movimentos como:
“Todos contra a Copa” , “Eu sou contra a Copa do Mundo no Brasil” e
“Copa 2014, eu não vou!”, colecionam
seguidores, twittes e menções na rede.
náticos. No entanto, com o aumento da
escolaridade, poder aquisitivo e o nível
cultural dos brasileiros, muitos de nós
estamos optando por não colaborar
com algumas situações sociais. Seja a
eleição do deputado, a declaração da
artista, ou até mesmo para coisas maiores como um evento da magnitude de
uma Copa do Mundo.
A questão agora, não é mais monetária, não é mais poder ou não
comprar os ingressos. Começa-se a
esboçar uma mudança comportamental-cultural que tente à politização das
pessoas. O posicionamento político
caminha para desassociação total da
questão financeira. Assim, espera-se
que o voto de cabresto, alienação política e o efeito manada sejam coisas da
Copa de 50.
O que questionamento principal,
nesse caso, é a mudança sócio-cultural
vivenciada pela nação nesses 64 anos
que separam desde a última edição
do campeonato realizada no Brasil. É
bem correto dizer que o futebol é uma
paixão nacional, somos torcedores fa-
A Copa do Mundo e a expectativa do povo brasileiro...
continua sofrendo com a desigualdade social, má distribuição de renda, e
diversos problemas sociais espalhados
pela cidade que atingem ao cidadão de
maneira generalizada por todo o país.
De 1950 até hoje, os resultados do
privilégio de sermos uma nação que
sediou a maior competição de futebol do mundo, não superaram as
expectativas na época e parecem que
também não superarão em relação a
sermos a nação que sediará a próxima
copa. As notícias sobre os investimentos feitos, a briga das empresas pelo
consórcio do estádio e administração
da obra nos próximos trinta anos,
além do dinheiro que está sendo gasto na reforma do Maracanã não têm
agradado os brasileiros e principalmente o povo do Rio de Janeiro, que
Problemas esses que estamos cansados de ver na televisão, na internet, no
rádio, jornal, revista... resultados de
um governo decadente e sem moral,
que humilha, massacra e expulsa o índio brasileiro de seu território, como
vimos recentemente no caso da Aldeia
Maracanã em todos os noticiários.
Com o objetivo de visar cada vez mais
dinheiro aos poderosos e governantes,
dando visibilidade aos seus mandatos,
para que continuem no poder ditando
ordens e manipulando o povo como
puderem.
Além de não alcançar o resultado social que se esperava a copa não
agradou na década de cinqüenta após
trágica derrota para o Uruguai em se
tratando da conquista do campeonato
e nem em benefícios para o cidadão
brasileiro que já sofre com a má administração do governo há anos. Com a
expectativa cada vez maior em relação
à chegada da copa em 2014. Vemos
a cidade do Rio se preparando em
segurança, no turismo que pretende
atingir milhões de pessoas, alcançando pessoas do mundo inteiro. Como
também investirá em tecnologia, infra-estrutura e diversas coisas em prol
do “bem estar social proporcionado
pela copa.” E fica a pergunta: Como
será após 2014?
23. Goleada de atrasos nas obras
da Copa do Mundo de 2014
Juliana Agda
Doze cidades-sede preparam seus
estádios para receber os jogos da
Copa 2014. Os trabalhos envolvem
a reforma para adequação dos equipamentos ao padrão Fifa e a construção de novas arenas.
Faltando pouco mais de um ano
para o Brasil virar o cenário do futebol, temos o seguinte mapeamento:
um total de 47 obras em andamento,
25 obras em atraso, 04 canceladas
até a copa do mundo e apenas 04
concluídas. Das obras concluídas,
os estádios do Mineirão em Belo
Horizonte, Castelão em Fortaleza,
Galeão no Rio de Janeiro e Arena
Fonte Nova em Salvador. Entretanto,
em Brasília o viaduto que iria ligar o
aeroporto ao bairro Asa Sul, o
BRT Eixo Leste de Manaus, a Reestruturação da Avenida Engenheiro
Roberto
Freire e o monotrilho linha 17 foram
todos cancelados até a Copa.
Acima, o Estádio do Maracanã no
Rio de Janeiro, que está com suas
obras em andamento. Já gostou 808,4
milhões de reais em seu projeto. Sendo que, os estádios do Mineirão em
Belo Horizonte, tiveram sua obra concluída com 695 milhões de reais e o
Estádio do Castelão em Fortaleza
foi concluído com 518,6 milhões de
reais, cerca de 60% a menos que a
obra carioca.
O que realmente é impressionante é a falta de planejamento e 25
obras estarem em atraso em todo
o estado, podendo causar implicações com até 80% do cronograma inicial. A expectativa é que as
obras estejam finalizadas até o ano
de 2014, o que se mostra cada vez
mais impossível com o tempo passando e as obras necessitando de
mais tempo e dinheiro.
Copa das Confederações chegando
Na última reportagem, fizemos
um balanço sobre as obras da
Copa do Mundo de 2014 no Brasil
e algumas delas já foram concluídas. Faltando praticamente um
ano para o Brasil virar o cenário do
futebol, temos o seguinte mapeamento dos estádios: o estádio do
Mineirão foi inaugurado no início
de fevereiro, o estádio nacional
Mané Garrincha em Brasília está
praticamente a dias da entrega. No
setor oeste, a Arena Pantanal está
em bom andamento, em Curitiba,
na Arena da Baixada, faltam os
ajustes nas arquibancadas superiores. Já no estádio Castelão em
Fortaleza, sua inauguração foi em
janeiro. Na Arena Pernambuco, o
processo de acabamento em torno
do estádio está sendo concluído.
Entretanto, na Arena Amazônia
em Manaus e Arena das Dunas
em Natal, as obras estão em andamento com um pouco de atraso.
O Beira-Rio, em Porto Alegre e a
Arena Corinthians estão passando
pelo processo de colocação de assentos e cobertura.
Depois de quase 03 anos em
obras, o estádio Fonte Nova, na
Bahia, é inaugurado com muita festa: a Rubro-negra, Ivete Sangalo cantou o hino do estado e do Vitória. O
Bahia ficou à cargo da tricolor Claudia Leitte. Acompanhados por mais
de 40 mil torcedores que lotaram as
arquibancadas, artistas como Ivete
Sangalo, Cláudia Leitte, Margareth
Menezes, Mariene de Castro e Dan
Miranda mostraram a força do Fonte
Nova, mesmo antes da bola rolar.
No Rio de Janeiro, o estágio João
Havelange ficará em obras até 2015.
A Prefeitura disse que vai investigar
qual a empresa culpada pelo erro nas
obras do estádio. Já o estádio do Maracanã recebeu no dia 27 de Abril,
seu primeiro evento-teste. Foi utilizado 30% da capacidade da arena, que,
ao final da obra, comportará 78.838
pessoas. O objetivo foi verificar equipamentos, instalações e infraestrutura para que sejam feitos eventuais
ajustes para o funcionamento pleno
do estádio. O público – formado por
cerca de oito mil operários que trabalharam nas obras do Maracanã, além
de seus familiares – assistiu as apresentações dos cantores Naldo, Marti-
nho da Vila, Neguinho da Beija-Flor
e Preta Gil. No dia 02 de Junho, sua
reabertura oficial aconteceu o jogo
amistoso entre Brasil e Inglaterra. O
resultado deu em empate por 2 a 2,
não esperado pelos cariocas. O Brasil
volta a campo no próximo domingo,
em amistoso contra a França, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.
E com a sua nona edição, a Copa
das Confederações de 2013 será realizada no Brasil entre 15 e 30 de
junho e servirá como teste para realização da Copa do Mundo de 2014.
Terá a participação de oito equipes: a
campeã da Copa do Mundo de 2010,
os seis campeões continentais, além
do Brasil, país-sede. Contará com a
participação de quatro seleções campeãs mundiais: Brasil, Espanha, Itália
e Uruguai.
A cinco cidades que vão sediar serão: Belo Horizonte, Fortaleza,
Brasília e Rio de Janeiro. Recife e Salvador entraram como possíveis sedes
desde que avançassem no andamento das obras. A transmissão será emitida pela Rede Globo e Rede Bandeirantes em TV aberta e pelo SporTV
em TV por assinatura.
24. Maracanã, o GIGANTE do Hospício
Mesmo com os avanços tecnológicos o Maracanã sofre
com a demora da sua reforma para Copa de 2014
Osmar Mulina
O
templo dos deuses que encantou
o Brasil em 1950 já não é suficiente para os amantes do futebol no
século XXI. Os números que envolvem a reforma de toda a infraestrutura necessária para o grande espetáculo
assustam se forem comparados com
os gastos de 1950. A primeira Copa
realizada no Brasil necessitou da construção de apenas um estádio: o Maracanã, ou estádio Mário filho, uma
homenagem ao jornalista e irmão do
dramaturgo Nelson Rodrigues. Naquela época, o estádio ficou pronto
faltando alguns meses para o início da
competição. Hoje, porém, a reforma já
ultrapassou o tempo de construção do
Maracanã.
Mão na Massa - A reforma já chegou
a incrível marca de 5.500 operários
trabalhando no canteiro de obras,
cerca dois mil homens a mais que o
contingente necessário para erguer o
estádio no fim da década de 40.
Em declaração ao jornal O Globo, o
engenheiro Manoel Lapa compara a
construção atual com a dos anos 50:
- Não havia tanta tecnologia, os
equipamentos eram muito simples.
Quando comecei a trabalhar com engenharia, eu ainda usava uma coisa
chamada régua de cálculo. Hoje, já
existem softwares em que você entra
com os dados e eles dão o trabalho
todo feito. O concreto, antigamente,
tinha que ser feito na própria obra, era
levado em padiolas, era penoso subir
a massa. Hoje, existem bombas que
jogam o concreto lá para cima. O aço
era dobrado na mão, por operários
chamados de armadores. Atualmente,
você entrega as plantas e recebe da indústria o aço já dobrado e no tamanho
que você precisa. As obras, hoje em
dia, viraram uma linha de montagem.
Mão no cofre - Mesmo com toda a
tecnologia, parece que hoje é preciso
“O concreto,
antigamente,
tinha que ser feito
na própria obra...
Hoje, existem
bombas que
jogam o concreto
lá para cima”
de mais tempo para a reforma do
estádio. E mais tempo pede mais orçamento, que não para de crescer. A
incrível reforma já consumiu cerca
de um bilhão de reais e o nosso estádio precisará de outra reforma logo
após a Copa, pois não cumpri as exigências para as Olimpíadas de 2016.
Mão no bolso - Outro fato a ser levado em consideração é a comparação entre o valor do ingresso daquela época para atual. Foram liberados
Maquete do Maracanã antes da sua construção
os preços somente para a copa das
Confederações e com um breve comparativo pode se ver que a mudança
não foi muito acentuada, o ingresso da
final de 1950 custava Cr$ 180,00(cerca
de 200 reais, de acordo com o site da
Fundação de Economia e Estatística)
não difere muito do ingresso da final
da Copa das Confederações de categoria três, o qual custou 228 reais conforme mostra no site da FIFA.
E assim a história de 63 anos atrás
pode se repetir onde a conclusão das
obras do Maracanã foi dada depois de
passados 13 anos do fim do mundial
devido a obras complementares que
ficaram pendentes e outras que se fizeram necessárias, como a demolição e a
reconstrução da cobertura de uma das
rampas, que oferecia perigo aos torcedores. Mas de acordo com a EMOP(
Empresas de Obras Públicas) não há
confirmação da necessidade de realizar reparos entre a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014.
25. Foram utilizados
5.500 operários
2.000 operários à
mais que em 1950
A incrível reforma
já consumiu
cerca de um
bilhão de reais
O ingresso da final
de 1950 custava
Cr$ 180,00(cerca
de 200 reais)
De acordo com o site da Fundação
de Economia e Estatística
26. Q
paí
ue
Mer
bil
do imo
ca
iár
e?!
ess
sé
gr
de nas
o
io expl
and
ol
metróp
es
Louise Bomfim, Mariana Tertuliano e Mayssa Leal
A
Copa do Mundo 2014 é a
grande abertura para os
novos investimentos que
estão mudando a cara da cidade do
Rio de Janeiro. Com foco em 2016,
quando acontecerá as Olimpíadas,
o mercado imobiliário investe em
muitos projetos e na própria estruturação da cidade na certeza de sua
valorização.
Todos estão explorando de forma
incisiva os ganhos que um evento
deste porte pode proporcionar aos
investidores patrimonialistas, estruturando-se para atender aos interessados locais e de outros países. Com
isso, teremos a oportunidade de mostrar para os estrangeiros uma vitrine
sólida e capaz de atender a todos os
gostos em relação a investimento imobiliário aqui no Brasil, fortalecendo
ainda mais este ramo. Apesar de algumas dificuldades enfrentadas para se
adquirir um imóvel, as cartas de crédi-
to oferecidas pelo governo, possibilitam
a compra da tão sonhada casa própria.
Criada para quem idealiza seu “lar,
doce lar”, a Carta de Crédito permite o
financiamento de imóveis residenciais
novos, em até 35 anos. Esta linha de
crédito utiliza os recursos do Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimo
(SBPE) e, a depender dos valores do
imóvel e do financiamento a ser adquirido, pode estar enquadrada nas condi-
es
27. Desenvolvimento habitacional da Zona Norte do Rio de Janeiro cresce com o alto investimento imobiliário
ções do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Com os eventos “batendo
na porta” e a facilidade apresentada
para a compra do mesmo, a população
sentiu um grande incentivo em adquirir seu próprio imóvel, sem contar com
as melhorias que as cidades terão, valorizando mais suas aquisições.
De acordo com o presidente
do BNDES (Banco Nacional do
Desenvolvimento), Luciano Coutinho,
a Copa e a Olimpíada são uma
oportunidade para impulsionar o
crescimento virtuoso na cidade do Rio.
O BNDES disponibilizou 2 bilhões de
reais para a reforma do setor hoteleiro,
1,5 bilhão para o PAC 2 que tem a
mobilidade urbano como ênfase e 6,4
bilhões para as reformas e construções
dos estádios para a Mundial. Para a
Olimpíada são esperados mais 28,8
bilhões de reais para a adequação do
Rio de Janeiro para os Jogos. Fora
outros bilionários investimentos no
Programa Nacional de Banda Larga,
na construção de duas das três maiores
hidrelétricas do mundo e outras
alternativas energéticas e no trem bala
entre São Paulo e Rio de Janeiro, que
seria apenas para 2016. Os bilhões de
reais disponibilizados pelo BNDES
para esses megaeventos esportivos
fazem parte dos planos econômicos do
governo de impulsionar o crescimento,
mas com uma maior presença do
setor privado. Coutinho defende uma
mudança da curva de juros para um
padrão mais “civilizado” para criar
condições de expansão do crédito
de capitais privado. A expectativa do
BNDES é que o crédito continue seu
constante crescimento e represente
70% do PIB em 2014.
Outro setor que está sendo reestruturado é o de transporte. Consideradas
as maiores obras do Rio de Janeiro, as
BRT’S – TransOlímpica (irá ligar Deodoro até à Barra da Tijuca), TransCarioca (irá ligar Barra ao Aeroporto Internacional Tom Jobim) e a TransOeste
(irá ligar Campo Grande à Barra da
Tijuca), com as desapropriações essas
obras têm um custo de R$109 milhões
em apenas 2 anos. A partir desta mudança, a viagem dos coletivos tende a
dobrar a velocidade média, passando
de 12 para 25 quilômetros por hora.
Com essas obras, 758 imóveis já foram
removidos por estarem em lugares irregulares e mais 2.735 estão previstos
para demolição. Parte dessas remoções
foi feita em acordos amigáveis entre a
Prefeitura e o proprietário, outra parte
está em poder da justiça, pois os moradores não concordam com o valor
fixado pela Prefeitura. As pessoas que
tiverem suas casas desapropriadas para
as obras das BRT’S participarão do
Programa do governo federal, Minha
casa Minha vida, e terão facilidades na
aquisição do imóvel, como descontos,
subsídios e redução do valor de seguros
habitacionais. Essas obras, de todos os
modos, mexem com a cidade, se tratando do mercado imobiliário que é
um dos setores com maior capacidade
de impulsionar a economia em qualquer país e/ou cidade. Um investimento como este irá proporcionar lucros
significativos para a população.
O mercado imobiliário de alto luxo
vem se expandindo no Brasil, com aumento da demanda no Rio e em São
Paulo e crescimento também fora dos
grandes centros, pressionando os preços para cima e gerando valorização
recorde. No Rio de Janeiro, os preços
dos imóveis de alto padrão subiram
aproximadamente 200% nos últimos
cinco anos, enquanto imóveis de outras
categorias tiveram incremento médio
de 150% na cidade, segundo Leonardo
Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi-Rio). A
Copa do Mundo 2014 só será a grande
abertura para esses novos investimentos, pois em 2016 teremos as Olimpíadas que renderão mais orgulho da
pátria para a população brasileira. Fal-
28. tando alguns anos para os jogos, o país
já começa a se preparar para atender
a demanda, seguindo a tendência de
crescimento apresentada em outros países que já tiverem esses eventos como
sede. Muitos brasileiros estão de olho
nessa “nova oportunidade” para engordarem um pouco mais seus bolsos.
Pessoas que já tinham imóveis a venda
aumentaram seus preços tendo em vista os eventos que estão por vir.
Em relação a imóveis para aluguel,
a locação tende a ser temporária, não
ultrapassando 60 dias. A procura pelo
aluguel tem tudo para esgotar as opções disponíveis, incentivando ainda
a oferta de residências para aluguel.
Com a alta demanda, moradores da
regiões que receberão os eventos, disponibilizarão suas casas para aluguel,
seja de quartos ou da casa inteira.
Alugar a própria casa virou uma
boa chance para ganhar em dólar.
Porem exige-se cuidados especiais
envolvendo o contrato de locação. A negociação deve respeitar
ambas as partes, respeitando as
normas e legislações referentes ao
aluguel de temporada. A atenção
maior diz respeito às formas de
pagamento e cobrança de possíveis pendências, já que na maioria
dos casos o inquilino volta para
seu destino sem ter contato com
o proprietário do imóvel. O número de imóveis disponíveis para
locação está crescendo a cada dia,
o que aumenta a demanda de trabalho para os corretores.
A valorização dos imóveis acom-
panha, portanto o crescimento da
cidade. De uma coisa podemos ter
certeza, a tendência é dos preços
subirem cada vez mais, fazendo
com que os próprios moradores da
cidade, sejam atingidos com essa
elevação, seja para o lado positivo
ou negativo. O desafio é executar os
projetos a tempo e dentro do orçamento. Quando se olha para qualquer projeto, existem sempre dois
principais fatores que grandes líderes
têm. Eles podem gerenciar tanto as
pessoas quanto os processos. Todo
esse “transtorno” que a população
vêm sofrendo por causa das obras e
mudanças na cidade, valerá a pena
la na frente quando estiverem com
uma cidade toda reestruturada e
mais organizada.
Um sonho que virou realidade
Um dos projetos da Prefeitura
do Estado do Rio de Janeiro é revitalização da Zona Portuária da
cidade maravilhosa. A região do
cais do porto ficou por muitos
anos esquecidas pelo poder público, estava abandonada e sem
investimentos. Os objetivos estão
voltados para área infraestrutura
como o saneamento, iluminação
e novas vias urbanas. Os bairros
que englobam o porto do Rio são:
Santo Cristo, Gamboa, Saúde,
São Cristóvão, Centro e Cidade Nova. O porto também é
cercado pelos principais meios
de transporte do estado como
o Aeroporto Santos Dumond,
Rodoviária Novo Rio, terminal
marítimo de passageiros, porto
operacional, Central do Brasil,
entre outros. Também está no
projeto à melhoria nas condições habitacionais, são novas
construções e antigos prédios revitalizados que trazem novos moradores aos bairros reformados.
No projeto também está à criação
de um novo Polo Turístico com a
recuperação do patrimônio histórico com novos equipamentos
para entretenimento. São diversos os motivos que tornam importantíssima a revitalização do
porto, as obras estão previstas
para meados de 2016.