1. Reestruturação da dívida ou trafulhice?
Na operação de hoje o governo transferiu o pagamento de dívida de € 6.640 M
de 2014/15 para 2017/18.
No exercício abaixo a que se procedeu considerou-se o prazo de maior esforço
de pagamento à troika – 2014/21 - uma taxa constante de 5% e o valor do PIB
em 2012.
Estimativa do serviço de dívida de médio/longo prazo para 2014/21 (€ milhões)
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
soma
Antes da operação de 3/12/2013
amortização
13779 15029 12540 12178 10698 11470 12273 10766 98733
juros
4592
3872
3183
2565
1993
1439
845
269 18758
% do PIB
11,1
11,5
9,5
8,9
7,7
7,8
8,0
6,7
Depois da operação de 3/12/2013
amortização
11279 10869 12540 14858 14668 11470 12273 10766 98723
juros
4654
4100
3515
2830
2092
1439
845
269 19745
% do PIB
9,7
9,1
9,7
10,7
10,2
7,8
8,0
6,7
http://grazia-tanta.blogspot.com
A referida operação conduz a:
•
Um alívio da tesouraria durante três anos mas que aumenta em três anos
o tempo de pagamento de juros sobre aquele valor.
•
Um aumento adicional de € 100 por habitante, uma vez que no período
2014/18 os juros acumulados aumentam em € 988 milhões. E não
considerando novas reestruturações criativas como esta, nem novos
empréstimos;
•
O governo sacode as suas responsabilidades de 2014/15 – haverá
eleições em 2015 - para 2017/18, denotando que o atual convénio
PSD/CDS não irá perdurar como agora. Será que esperam atrair o PS
para a sociedade promotora do empobrecimento?
•
O governo pretende dourar a situação económica e financeira de
Portugal, com previsões macroeconómicas infantilmente falsas e
convencer “os mercados” da bondade da sua gestão;
•
Esta operação não foi certamente gratuita e permitiu comissões elevadas
por parte de bancos e/ou consultores cujo montante se desconhece;
GRAZIA.TANTA@GMAIL.COM
3/12/2012
1
2. Que soluções?
1.
Com ou sem a operação de reestruturação, a dívida não é pagável na sua
atual dimensão, como se observa nas parcelas do PIB a comprometer com
o serviço de dívida para os próximos anos.
2.
Uma economia capaz de melhorar a vida da população e absorver a
procura de trabalho tem de ter um crescimento razoável, superior a 3%;
3.
Mesmo que se consiga um crescimento dessa ordem, num prazo que, na
atual situação económica e política não é previsível, esse acréscimo estará
sempre longe de poder fazer face ao serviço de dívida;
4.
Dito de outro modo, um crescimento que permita simultaneamente pagar
o serviço de dívida e melhorar a vida da população, atrair os que
emigraram, reduzir o desemprego e conter o empobrecimento galopante
a que se assiste, esse crescimento teria de ser variar, no período
considerado entre 10 e 14% o que é inimaginável;
5.
Falar de reestruturação é uma burla política para ocultação da realidade
por parte do governo e devido a cálculos políticos de uma oposição falsa,
mansa, ou inútil, todos à margem da população;
6.
Qualquer real solução para a precária situação global em que vive a
esmagadora maioria dos residentes em Portugal passa por:
a. Suspensão imediata do pagamento da dívida pública por motivos
de força maior
b. Avaliação da parcela da dívida a declarar como nula por não ter
sido aplicada no bem estar das pessoas e eventual
reescalonamento de algumas das suas parcelas legítimas;
c. Criação de um regime político democrático, com um outro
modelo de representação, em que as pessoas possam decidir a
todo o momento e não vejam os seus direitos usurpados por uma
classe política;
d. Apuramento das responsabilidades criminais e financeiras dos
decisores políticos dos últimos governos.
Documentos e textos em:
http://grazia-tanta.blogspot.com/
http://pt.scribd.com/profiles/documents/index/2821310
http://www.slideshare.net/durgarrai/documents
GRAZIA.TANTA@GMAIL.COM
3/12/2012
2