Independência das colónias portuguesas em áfrica ricardo
1.
2. O processo de independência na região central do
continente africano iniciado em finais dos anos 50 do
século XX parou com a capitulação do Biafra (1967-70),
tendo o processo de descolonização no Sul da África
também ficado atrasado. Moçambique e Angola, duas
colónias portuguesas, situadas respectivamente no
Oceano Índico e no Oceano Atlântico, depois de um
período de lutas de guerrilha tornaram-se independentes
de Portugal (1975-1976).
3. O processo de independência destas
ex-colónias ocorreu numa altura em
que Portugal vivia na "ressaca" política
de um golpe de Estado, que depôs o
regime ditatorial e o substituiu por uma
nova República, inicialmente de tipo
socialista.
A Revolução do 25 de Abril possibilitou
a descolonização, que se fazia com
grande atraso relativamente a outras
ex-colónias europeias. Este atraso
devia-se às dificuldades e entraves do
Estado Novo e do processo de
democratização do país antes de 1974.
4. Neste processo foram libertadas
todas as ex-colónias portuguesas,
excepto Timor, e voltaram para
Portugal, em circunstâncias
dramáticas, cerca de um milhão de
portugueses que se tinham fixado no
ultramar.
5. Angola conseguiu a independência em 1975, antes de
Moçambique (1976), e logo de seguida estes dois países
instauraram um regime político pró-soviético, enquanto que em
Portugal, o modelo socialista pós-revolução era
progressivamente abandonado, dando lugar a um regime
democrático.
6. O processo de independência em Angola rebentou, logo
após uma guerra civil entre as diversas facções
independentistas. De um lado estava o MPLA
(Movimento Popular de Libertação de Angola), o partido
no poder, pró-soviético, e do outro a UPA (União dos
Povos de Angola) e a UNITA (Movimento Nacional para a
Independência Total de Angola), para além da FNLA
(Frente Nacional de Libertação de Angola), estes três
últimos mais próximos do Ocidente.
7. Apesar do esforços de paz internacionais, a guerra ainda se mantém
nos nossos dias em moçambicano.
Logo após a independência os grupos armados que haviam lutado
contra os portugueses, a FRELIMO (Frente de Libertação de
Moçambique) e a RENAMO (Resistência Nacional Moçambique),
entretanto transformados em partidos políticos, envolveram-se em
confrontos que geraram uma guerra civil. Moçambique, também
detentor de boas potencialidades, tornou-se mesmo no país mais
pobre do Mundo.
Nos últimos anos, contudo, as negociações entre os partidos rivais
levaram ao fim da guerra e à consciencialização da necessidade de
um trabalho conjunto que retire a nação da delicada situação em
que ainda hoje se encontra.
Apesar das dificuldades e dos insucessos, a descolonização abriu
caminho a uma cooperação com os novos países de expressão
portuguesa.