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O almoço do pai

Cá na Cuba, há alguns anos, um homem trabalhava no campo e andava a limpar a
cortiça dos chaparros perto da vila.
Um dia, o filho foi levar-lhe o almoço. No caminho, o rapaz comeu a carne e só deixou
o caldo. O pai, já esfomeado, destapou a tampa da panela e viu que só estava lá caldo. O
filho tentou explicar, mentido.
-Tropecei no caminho e só ficou o caldo - desculpou-se o guloso.
Mas o pai deu - lhe logo um raspanete.
-E só ficou o caldo? Duvido, seu garganeiro…




Father’s Lunch
Here in Cuba, some years ago, a man used to work in the fields, cleaning the cork on the
trees close to town.
One day, his son went to take him his lunch.
On the way, the boy ate the meat and left only the stock. His father, already starving,
took the lid off and saw that there was only stock left. His son tried to explain, lying:
- I fell over on the way and only the stock remained – the greedy boy said, excusing
himself.
But his father was very angry and said:
-There was only the stock left? I doubt it, you greedy boy!
O Comboio da Cuba
Contam os mais antigos, que no dia da inauguração da estação do caminho-de-ferro em
Cuba, quando o comboio ali parou pela primeira vez, havia uma multidão para o ver. O
maquinista aproveitou a pausa para aliviar a pressão do comboio que era a vapor.
Vendo todo aquele vapor a sair, o Presidente da Junta gritou:
- Tragam uma manta para tapar a máquina que vem suada!
E lá a cobriram, ficando para a história a frase: Joga-lhe a manta que ele vem suado!
Por isso, em Cuba não se deve perguntar pela manta pois pode ser tomado como ofensa.


The train of Cuba
The old people say that when the train stopped in Cuba for the first time, on the opening
day of the train station, there was a crowd to see it. The train mechanic took advantage
of the break to release the pressure of the steam train.
Looking at the steam the Mayor shouted:
-Bring a blanket to cover this sweaty machine!
And they covered it, giving the phrase: Throw it a blanket because it is sweaty!to
history.
For this reason, in Cuba you must never ask about a blanket because it could be taken in
offense.
O Ballet

O Manel e a Maria foram a Lisboa. Quando iam pelo caminho encontraram um cartaz a
dizer ´´Grande Ballet”. O Manel disse à mulher:
- Maria, ainda não vimos nada disto, deve ser bonito. Queres ir ver?
-Sim, estou com dores nas pernas de andarmos às voltas. Até descansava…
Já sentados, começou o espetáculo. A mulher adormeceu e acordou só no intervalo.
-Ai homem, que vergonha. Adormeci. Achas que as pessoas deram por isso?
-As pessoas, não sei, mas as meninas do palco, desde que começaste a dormir que só
andam de bicos nos pés! Devia ser para não acordares.




The Ballet
Manel and Maria went to Lisbon. When they were on their way, they came across a
poster that said « Great Ballet». Manel said to his wife:
-We still haven’t seen anything like that, it must be good. Would you like to see it?
-Yes, my legs hurt from walking around so much. If only I could have a rest…
Once they had sat down, the show began. The woman fell asleep and only woke up in
the interval.
-Oh no, how embarrassing! I fell asleep. Do you think anyone noticed?
-I don’t know about the audience, but since you started sleeping the girls on stage only
danced on their tip-toes! It must have been so you didn’t wake up.
Os Avejões
Há muitos anos, contam os idosos, havia pouca luz nas ruas e duas voltas e meia ouvia-
se dizer:
- Anda aí um avejão!
Um avejão era uma espécie de fantasma, vestido de branco, amarrado com correntes e
fazia um barulho assustador.
Os homens, mulheres e crianças ficavam aterrorizados e por isso, ficavam nas suas
casinhas, quentinhas e confortáveis.
Mas, afinal, os avejões eram rapazes que iam ter com as raparigas para as namorar e
vestiam-se assim para afastar as pessoas.
Às vezes, ouvia-se dizer na Cuba.
- Olhe, já nasceu mais um “avejanito”.


The Avejões
Many years ago, the old people say, there wasn’t much light in the streets and you used
to hear them say:
-There’s an avejão nearby!
An avejão was a type of ghost, dressed in white, tied up in chains and it made a spooky
noise.
The men, women and children were terrified and so they stayed at home, warm and
comfortable.
But, in the end, the avejões were boys who were going to hang out with girls to court
them and they dressed like that to fool everyone.
Sometimes you heard people in Cuba say:
-Look, another little avejão has just been born.
A Moura do Outeiro de Cuba
Há muito tempo, vivia no Outeiro, perto de Cuba, um casal de mouros. Ele, Achmed era
muito bonito. Ela, Hanna, era também bonita e elegante. Viviam felizes nesse lugar,
rodeado de belos pomares.
Um dia, a Península começou a ser invadida por um povo bárbaro. Eram muito
destruidores, por onde passavam só deixavam infelicidade. Achmed ouviu falar dessa
gente bárbara, mas não deu importância e não quis preocupar Hanna.
Uma madrugada, foi acordado por um barulho estranho. Levantou-se e, por uma frincha
que havia na porta, viu um homem de pele muito branca.
Lembrou-se do que tinha ouvido e, muito preocupado, foi acordar Hanna, escondendo-a
numa gruta, cuja entrada tapou com uma pedra. Hanna, já em segurança, ficou à espreita
e viu o seu amado ser ferido de morte.
Chorou, então, lágrimas de sangue, que começaram a sair por uma fresta da gruta.
Hoje, há aí uma fonte de águas frescas que formam um pequenino lago avermelhado.
Dizem que são águas ferrosas, mas nós sabemos que a verdade é outra, são as lágrimas
de sangue de Hanna que, ainda hoje se passeia por lá de noite, chorando o seu amado.


The Moorish Lady of Cuba’s Hill
A long time ago, a Moorish couple lived in a hill near Cuba. The man, Achmed, was
very handsome. The woman, Hanna, was also beautiful and slim. They lived happily in
their home, surrounded by beautiful orchards. One day the Península started to be
invaded by a barbaric people. They were very destructive wherever they went they only
left unhappiness. Achmed had heard of these barbaric people, but he thought it didn’t
matter and he didn’t want to worry Hanna.

One morning, he was woken up by a strange noise. He got up and, through a crack in
the door, he saw a man with very white skin.

He remembered what he had heard about and went to wake up Hanna, hiding her in a
cave, with the entrance blocked off by a stone. Hanna, safely hidden, peeped through
and saw her lover suffer fatal wounds.

And so, she cried tears of blood which started to come through a crack in the cave.

Today, there is a freshwater fountain that spills into a little red lake. People say that the
water is made of iron, but we know that the truth is that they are Hanna’s tears of blood,
who still wanders there, crying over her lost lover.

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Histórias e lendas de Cuba

  • 1. O almoço do pai Cá na Cuba, há alguns anos, um homem trabalhava no campo e andava a limpar a cortiça dos chaparros perto da vila. Um dia, o filho foi levar-lhe o almoço. No caminho, o rapaz comeu a carne e só deixou o caldo. O pai, já esfomeado, destapou a tampa da panela e viu que só estava lá caldo. O filho tentou explicar, mentido. -Tropecei no caminho e só ficou o caldo - desculpou-se o guloso. Mas o pai deu - lhe logo um raspanete. -E só ficou o caldo? Duvido, seu garganeiro… Father’s Lunch Here in Cuba, some years ago, a man used to work in the fields, cleaning the cork on the trees close to town. One day, his son went to take him his lunch. On the way, the boy ate the meat and left only the stock. His father, already starving, took the lid off and saw that there was only stock left. His son tried to explain, lying: - I fell over on the way and only the stock remained – the greedy boy said, excusing himself. But his father was very angry and said: -There was only the stock left? I doubt it, you greedy boy!
  • 2. O Comboio da Cuba Contam os mais antigos, que no dia da inauguração da estação do caminho-de-ferro em Cuba, quando o comboio ali parou pela primeira vez, havia uma multidão para o ver. O maquinista aproveitou a pausa para aliviar a pressão do comboio que era a vapor. Vendo todo aquele vapor a sair, o Presidente da Junta gritou: - Tragam uma manta para tapar a máquina que vem suada! E lá a cobriram, ficando para a história a frase: Joga-lhe a manta que ele vem suado! Por isso, em Cuba não se deve perguntar pela manta pois pode ser tomado como ofensa. The train of Cuba The old people say that when the train stopped in Cuba for the first time, on the opening day of the train station, there was a crowd to see it. The train mechanic took advantage of the break to release the pressure of the steam train. Looking at the steam the Mayor shouted: -Bring a blanket to cover this sweaty machine! And they covered it, giving the phrase: Throw it a blanket because it is sweaty!to history. For this reason, in Cuba you must never ask about a blanket because it could be taken in offense.
  • 3. O Ballet O Manel e a Maria foram a Lisboa. Quando iam pelo caminho encontraram um cartaz a dizer ´´Grande Ballet”. O Manel disse à mulher: - Maria, ainda não vimos nada disto, deve ser bonito. Queres ir ver? -Sim, estou com dores nas pernas de andarmos às voltas. Até descansava… Já sentados, começou o espetáculo. A mulher adormeceu e acordou só no intervalo. -Ai homem, que vergonha. Adormeci. Achas que as pessoas deram por isso? -As pessoas, não sei, mas as meninas do palco, desde que começaste a dormir que só andam de bicos nos pés! Devia ser para não acordares. The Ballet Manel and Maria went to Lisbon. When they were on their way, they came across a poster that said « Great Ballet». Manel said to his wife: -We still haven’t seen anything like that, it must be good. Would you like to see it? -Yes, my legs hurt from walking around so much. If only I could have a rest… Once they had sat down, the show began. The woman fell asleep and only woke up in the interval. -Oh no, how embarrassing! I fell asleep. Do you think anyone noticed? -I don’t know about the audience, but since you started sleeping the girls on stage only danced on their tip-toes! It must have been so you didn’t wake up.
  • 4. Os Avejões Há muitos anos, contam os idosos, havia pouca luz nas ruas e duas voltas e meia ouvia- se dizer: - Anda aí um avejão! Um avejão era uma espécie de fantasma, vestido de branco, amarrado com correntes e fazia um barulho assustador. Os homens, mulheres e crianças ficavam aterrorizados e por isso, ficavam nas suas casinhas, quentinhas e confortáveis. Mas, afinal, os avejões eram rapazes que iam ter com as raparigas para as namorar e vestiam-se assim para afastar as pessoas. Às vezes, ouvia-se dizer na Cuba. - Olhe, já nasceu mais um “avejanito”. The Avejões Many years ago, the old people say, there wasn’t much light in the streets and you used to hear them say: -There’s an avejão nearby! An avejão was a type of ghost, dressed in white, tied up in chains and it made a spooky noise. The men, women and children were terrified and so they stayed at home, warm and comfortable. But, in the end, the avejões were boys who were going to hang out with girls to court them and they dressed like that to fool everyone. Sometimes you heard people in Cuba say: -Look, another little avejão has just been born.
  • 5. A Moura do Outeiro de Cuba Há muito tempo, vivia no Outeiro, perto de Cuba, um casal de mouros. Ele, Achmed era muito bonito. Ela, Hanna, era também bonita e elegante. Viviam felizes nesse lugar, rodeado de belos pomares. Um dia, a Península começou a ser invadida por um povo bárbaro. Eram muito destruidores, por onde passavam só deixavam infelicidade. Achmed ouviu falar dessa gente bárbara, mas não deu importância e não quis preocupar Hanna. Uma madrugada, foi acordado por um barulho estranho. Levantou-se e, por uma frincha que havia na porta, viu um homem de pele muito branca. Lembrou-se do que tinha ouvido e, muito preocupado, foi acordar Hanna, escondendo-a numa gruta, cuja entrada tapou com uma pedra. Hanna, já em segurança, ficou à espreita e viu o seu amado ser ferido de morte. Chorou, então, lágrimas de sangue, que começaram a sair por uma fresta da gruta. Hoje, há aí uma fonte de águas frescas que formam um pequenino lago avermelhado. Dizem que são águas ferrosas, mas nós sabemos que a verdade é outra, são as lágrimas de sangue de Hanna que, ainda hoje se passeia por lá de noite, chorando o seu amado. The Moorish Lady of Cuba’s Hill A long time ago, a Moorish couple lived in a hill near Cuba. The man, Achmed, was very handsome. The woman, Hanna, was also beautiful and slim. They lived happily in their home, surrounded by beautiful orchards. One day the Península started to be invaded by a barbaric people. They were very destructive wherever they went they only left unhappiness. Achmed had heard of these barbaric people, but he thought it didn’t matter and he didn’t want to worry Hanna. One morning, he was woken up by a strange noise. He got up and, through a crack in the door, he saw a man with very white skin. He remembered what he had heard about and went to wake up Hanna, hiding her in a cave, with the entrance blocked off by a stone. Hanna, safely hidden, peeped through and saw her lover suffer fatal wounds. And so, she cried tears of blood which started to come through a crack in the cave. Today, there is a freshwater fountain that spills into a little red lake. People say that the water is made of iron, but we know that the truth is that they are Hanna’s tears of blood, who still wanders there, crying over her lost lover.