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Um sistema de abastecimento de água pode ser concebido e projetado para atender pequenos
povoados ou a grandes cidades, variando nas características e no porte de suas instalações.
Caracteriza-se pela retirada da água da Natureza, adequação de sua qualidade, transporte até os
aglomerados humanos e fornecimento à população em quantidade compatível com suas
necessidades.
A água abrange quase 4/5 da superfície terrestre; desse total, 97,0% referem-se aos mares e
os 3% restantes às águas doces. Dentre as águas doces, 2,7% são formadas por geleiras, vapor de
água e lençóis existentes em grandes profundidades, não sendo economicamente viável seu
aproveitamento para o consumo humano.
Em conseqüência, constata-se que somente 0,3% do volume total de água do planeta pode
ser aproveitado para nosso consumo, sendo 0,01% encontrada em fontes de superfície (rios, lagos) e
o restante, 0,29% em fontes subterrâneas (poços e nascentes)¹.
A população metropolitana do Recife tem o seu abastecimento de água fundamentado na
exploração conjunta de mananciais de superfícies e subterrâneos, sendo a parcela captada em
superfície significativamente maior que a obtida pela exploração através de poços².
O uso dos mananciais de superfície corresponde a uma oferta de aproximadamente 8.300
L/s, que somados aos poços perfaz um total de 10,5 m3
/s, insuficiente para atender a demanda da
população da RMR. (Região Metropolitana do Recife)³.
Constitui, portanto, fator de suma importância que haja um aproveitamento adequado dos
recursos hídricos, visando a manutenção da qualidade e fornecimento de água em quantidade
suficiente para a preservação da saúde e bem estar da população consumidora.
Os sistemas de tratamento de água são processos realizados na água bruta (suja), visando
obter um produto de qualidade (física, química e microbiológica) de tal maneira que a mesma esteja
livre de organismos capazes de originar enfermidades e de qualquer mineral ou substância orgânica
que possa prejudicar a saúde.
1
23
1
BARROS, R.T.V. et al. Saneamento. Belo Holizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 221p. (Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os Municípios, 2), 1995.
2
LIMA, J.C.A.L. de. Água: Abundância e escassez. Recife: COMPESA, Diretoria de Operações, GERE, 2001.
3
OLIVEIRA, W.E, de et al. Técnica de abastecimento e tratamento de água. 2 ed. rev. São Paulo. CETESB, 1976. v. 10.
7
Os dados e informações contidos nesta apostila constam de um enfoque geral a respeito dos
mananciais para abastecimento público do Sistema Tapacurá, as etapas de tratamento que a água
sofre ao chegar na ETA, princípios químicos envolvidos no processo, destino da água após
tratamento, e controle laboratorial o qual é realizado desde o ponto de captação até a distribuição.
Integram a apostila fotos e esquemas utilizados para facilitar a leitura e ensejar uma melhor
compreensão das questões envolvidas, o layout da ETA, o esquema hidráulico do Sistema
Tapacurá, esquema do leito filtrante, esquema dos decantadores, informações adicionais da ETA,
um breve histórico do saneamento, ilustrações mostrando formas de se evitar o desperdício de água
e algumas tabelas dos padrões de potabilidade da portaria 1469/00 do Ministério da Saúde.
8
3 Fundamentação Teórica
3.1 Mananciais para abastecimento público
Um manancial é uma nascente ou fonte de água utilizada para vários fins e classificam-se
em:
 Manancial superficial – compreende as águas dos rios, córregos, ribeirão, lagos e
reservatórios artificiais.
 Manancial subterrâneo – é a parte da água que se encontra totalmente abaixo da superfície e
é captada através de poços rasos ou profundos.
A escolha do manancial se constitui na decisão mais importante na implantação de um
sistema de abastecimento de água. Realiza-se previamente no mesmo, análises de componentes
orgânicos e bacteriológicos para verificação dos teores de substâncias prejudiciais, limitados pela
resolução nº 20 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)4
. E observa-se a vazão
mínima do manancial necessária para atender a demanda por um determinado período de anos.
A - Captação de águas superficiais
Captar água significa aproveitar ou colher nas nascentes (água corrente) e é composta por
barragens ou vertedores para manutenção do nível ou para regularização da saída da água na
unidade de tempo, dispositivos para impedir a entrada de materiais flutuantes e para controlar a
entrada de água, canais ou tubulações (adutora) utilizados para conduzir a água até o seu destino,
poços de sucção e casa de bombas para abrigar os conjuntos elevatórios.
OBS: Barragem é uma obra executada em um rio ou córrego, ocupando toda a sua largura, com a
finalidade de elevar o nível de água do manancial, e aumentar a capacidade de acumular água
além do seu leito.
O Sistema Tapacurá começou a operar em 1977 e possui um universo de atendimento de
aproximadamente 60% da cidade do Recife; São Lourenço da Mata, Camaragibe e Jaboatão (Sede,
Socorro e Sucupira).
3.1.1 – Rio Tapacurá
Acumula água na Barragem Tapacurá, localizada em São
Lourenço da Mata. A água bruta é trazida para a ETA (Estação de
Tratamento de Água) através da adutora do Tapacurá (conjunto de
tubulações), possui uma extensão de 27,3 Km, diâmetro 1600mm
e capacidade nominal de transporte 3.100 l/s. Ainda no trecho da
adutora existe as interligações do Sistema Várzea do Una e das
elevatórias de Tiúma e Castelo5
.
4
5
4
Brasil. CONAMA. Resolução 20, de 18/06/1986 Estabelece classificação das água, salobras e salinas do território nacional.
5
Relatório do Sistema Tapacurá. Recife: COMPESA – GPR, 2000.
Fig. 01 Barragem Tapacurá
9
3.1.2 – Rio Duas Unas
Acumula água na Barragem Duas Unas localizada em
Jaboatão dos Guararapes. Sua adutora transporta 1.000 l/s de
água, por recalque (através de bombas) ou por gravidade
(proporcionada pelo desnível existente entre o ponto inicial e
final da adução). Possui um diâmetro de 800mm e extensão
total de aproximadamente 7,6 km da Barragem até a ETA.
3.1.3 – Rio Capibaribe
Foi regularizado para operação das elevatórias de Tiúma e Castelo pelas Barragens do
Carpina e Goitá. Estas barragens foram construídas para contenção de enchente mas passaram a
desempenhar dupla função, ou seja: contenção de enchente e abastecimento.
3.1.4 – Rio Goitá
Acumula água na Barragem do Goitá, localizada em
Paudalho. Possui finalidade e funções idênticas as de Carpina.
3.1.5 – Rio Várzea do Una
Acumula água na Barragem Várzea do Uma localizada
em São Lourenço da Mata. Possui uma adutora que funciona no
regime de gravidade da barragem de mesmo nome até a injeção
no stand pipe em tubos de 800 mm e 3996 m de extensão.
B - Elevação de água bruta
É realizada através da Estação Elevatória, na qual o líquido é levado por meio de bombas
para um local situado em nível superior ao terreno circundante.
O Sistema Tapacurá possui três Estações Elevatórias:
a) Estação Elevatória Duas Unas: Localizada na BR-232,
em Jaboatão dos Guararapes, e conduz cerca de
1000 l/s de água da Barragem Duas Unas até a
ETA Tapacurá (Castello Branco).
Fig. 02 Barragem Duas Unas
Fig. 03 Barragem do Goitá
Fig. 04 Barragem Várzea do Una
Fig. 05 Estação Elevatória Duas Unas:
10
b) Estação Elevatória Tiúma: Situada na localidade de Tiúma, próxima à BR-408, em São
Lourenço da Mata, bombeia a água do Rio Capibaribe e injeta no
stand pipe. Possui duas adutoras de 600 mm e transporta 400 l/s.
c) Estação Elevatória Castelo: Localizada em São Lourenço da Mata, próxima à BR-408, bombeia
também a água do Rio Capibaribe e injeta na Adutora do
Tapacurá. Possui uma vazão de 100 l/s 6
.
6
6
Relatório do Sistema Tapacurá. Recife: COMPESA – GPR, 2000.
Fig. 06 Estação Elevatória Tiúma
Fig. 07 Estação Elevatória Castelo
11
3.2. Etapas do Tratamento da água
Nosso planeta tem muita água, no entanto, ela não é potável. Não pode ser usada sem antes
passar por um tratamento por meio de vários processos, que a limpa e descontamina para garantir a
saúde e o bem-estar da população.
A finalidade do tratamento é remover ou destruir quaisquer microorganismos nocivos,
substâncias químicas prejudiciais, bem como materiais em suspensão ou em solução prejudiciais à
aparência ou ao aspecto estético da água.
Após o processo de captação da água num determinado ponto do manancial, a água é
bombeada até a Estação de Tratamento onde é submetida aos seguintes processos:
3.2.1 – Coagulação (mistura rápida)
As águas possuem partículas que necessitam de um
tratamento químico capaz de propiciar sua deposição. Este
tratamento é realizado provocando-se a coagulação (inicio
do processo de união das partículas de sujeira),
empregando-se o sulfato de alumínio (que tem a função de
promover a aglomeração das impurezas), e é adicionado
quando a água passa pela calha Parshall, provocando-se
uma mistura rápida do produto à água. Nesta calha
também é feita a medição de água que está entrando na
ETA.
OBS: A aplicação de cal está condicionada à necessidade de correção de pH (Parâmetro que mede o
grau de acidez ou basicidade de uma solução).
Reações do sulfato de alumínio:
Estas reações ocorrem em duas situações:
a) O sulfato de alumínio reagindo com os sais naturalmente encontrados na água, resulta na
precipitação do hidróxido de alumínio e origina sulfato de cálcio e gás carbônico segundo a reação:
Al2(SO4)3 + 3 Ca (HCO3)2 2 Al(OH)3 + 3 CaSO4 + 6 CO2
b) O sulfato de alumínio reagindo com sais como carbonato de sódio ou uma base hidróxido de
cálcio proveniente da conversão do pH:
1. Al2(SO4)3 + 3 Na2 CO3 + 4 H2O 2 Al(OH)3 + 3 Na2SO4 + 3 CO2 + H2O
O sulfato de alumínio reage com o carbonato de sódio adicionado e origina hidróxido de
alumínio, sulfato de sódio e gás carbônico.
2. Al2(SO4)3 + Ca (OH)2 3 CaSO4 + 2 Al2(OH)3
O sulfato de alumínio reage com o hidróxido de cálcio adicionado e origina hidróxido de
alumínio (precipitante)7
.
3.2.2 – Floculação (Mistura lenta)
7
Nesta etapa a água é submetida a uma agitação lenta nos floculadores, que são tanques
constituídos de pás giratórias e vão favorecer a continuação do processo de formação de pesados
flocos (aglutinação das impurezas). Esta fase deve ser bem conduzida, pois é da boa formação dos
7
Considerações teóricas do tratamento da água. Recife: COMPESA – GPR (Gerência de Produção do Recife), 1999.
Fig. 08 Calha Parshall
12
flocos que dependerá o consumo dos agentes coagulantes, como também a eficiência e melhores
condições de funcionamento das outras partes.
OBS: A lavagem do floculador é realizada simultaneamente com a lavagem do decantador
3.2.3 – Decantação ou sedimentação:
Após o processo de floculação, a água entra em outros tanques, onde vai ocorrer a
decantação, ou seja, as impurezas que se aglutinaram e formaram flocos, vão se separar da água,
indo para o fundo dos tanques ou ficando presas em suas paredes.
São utilizados tanques chamados decantadores convencionais (de forma retangular e fundo
inclinado) e decantadores tubulares (formado por módulos de PVC).
.
Fig. 09 Floculador
Fig. 10 Floculador vazio
Fig. 11 Decantador convencional Fig. 12 Decantador tubular
13
A limpeza do decantador é realizada periodicamente, dependendo da sujeira da água, da
quantidade de coagulante gasto e da estação do ano, pois na época das chuvas ela deve ser bem
mais freqüente.
Remove-se a sujeira manualmente com pás (decantador convencional) ou com jato de água,
de preferência tendo bastante pressão (decantador tubular).
A falta de uma limpeza periódica faz com que o floco seja arrastado para a etapa
subseqüente.
3.2.4 – Filtração
A grande maioria das partículas fica retida no
decantador, porém uma parte ainda encontra-se em
suspensão na água. Desta forma, a mesma passa por filtros
constituídos de camadas filtrantes compostos de seixo e areia
que irão contribuir para reter as impurezas.
A água filtrada, numa operação bem conduzida, é
límpida. A remoção de bactérias neste estágio já é, no
mínimo, igual a 90%.
Fator influente na velocidade de filtração é a granulometria da areia, isto é, o tamanho de
seus grãos. De acordo com a granulometria a filtração pode ser lenta ou rápida.
A limpeza do filtro é realizada através do manuseio de válvulas na mesa de comando de
cada filtro.
Fig. 13 Decantador convencional (lavagem)
Fig. 15 Filtro em funcionamento
Fig. 16 Mesa de Comando Fig. 17 Injeção de ar Fig. 18 Água de lavagem
Fig. 14 Decantador tubular (Lavagem)
14
3.2.5 – Desinfecção
Desinfectar uma água significa eliminar os microorganismos patogênicos presentes na
mesma. Para isso utiliza-se o cloro que é aplicado em forma de gás ou soluções de hipoclorito,
numa proporção que varia de acordo com a qualidade da água, mantendo-se um residual de cloro
que serve para conservar sua potabilidade na rede de abastecimento.
O acondicionamento do cloro é feito em cilindros de aço
no qual, o produto vem sob pressão, ou na carreta onde o cloro
líquido é transformado em gás pela ação do vaporizador. É
aplicado na água por meio de dosadores que são aparelhos que
regulam a quantidade do produto a ser ministrado.
O cloro também é usado no tratamento para:
 Eliminar odores e sabores;
 Diminuir intensidade da cor;
 Auxiliar no combater à proliferação de algas;
 Colaborar na eliminação de matérias orgânicas;
 Auxiliar a coagulação de matérias orgânicas.
Vantagem de sua aplicação:
 Age sobre os microrganismos patogênicos presentes na água;
 Não é nocivo ao homem na dosagem requerida para a desinfecção;
 É econômico8
.
Reação do cloro com a água:
O cloro reage com a água formando o ácido hipocloroso (HClO) que se constitue a ação
desinfetante principal, além dos íons H+ e Cl.-
Cl2 + H2O HClO + H+
+ Cl-
8
8
Técnica de abastecimento e tratamento de água – vol 2: tratamento de água. 3 ed. São Paulo: CETESB: ASCETESB, 1987.
Fig. 19 Carreta de cloro Fig. 20 Cilindro de cloro Fig. 21 Vaporizador
Fig. 22 Dosador de cloro
15
A dissociação do ácido hipocloroso origina mais íons H+
, o que faz com que ocorra uma
melhor atuação do cloro em meio ácido.
HClO H+
+ ClO -
A adição de cloro à água provoca o abaixamento do pH (aumento de acidez), pela formação
de ácidos, o que pode conceder corrosividade a mesma no sistema de distribuição9
.
3.2.6 – Eliminação de ferro, manganês e matéria orgânica com cloro e carvão ativado.
a) Em determinadas épocas, as concentrações de ferro e manganês se apresentam muito alteradas
sendo necessário adicionar cloro numa operação chamada (pré-cloração) – onde se aplica o
produto no canal de água decantada para propiciar a devida remoção através das reações:
1) Fe2+
+ 0
2Cl + 3 H2O Fe(OH)3  + 2 Cl -
+ 3 H+
2) Mn2+
+ 0
2Cl + 2 H2O MnO2  + 2 Cl -
+ 4 H+
O cloro age como oxidante promovendo a formação do precipitado de ferro e de manganês.
O processo de oxidação ocorre quando há aumento da carga do elemento, sendo assim o Fe +2
(solúvel), ao reagir com o cloro forma o hidróxido de ferro III (Fe +3
- insolúvel), e o manganês
Mn+2
(solúvel), forma o dióxido de manganês (Mn+4
- insolúvel). Na forma insolúvel, tanto o ferro
quanto o manganês são removidos da água na etapa da filtração10
.
b) Quando ocorre uma proliferação muito acentuada de algas (plantas que vivem no fundo ou na
superfície das águas doces ou salgadas), a água passa a apresentar sabor e odor desagradáveis,
além de cor e toxidade, sendo necessária a aplicação de carvão ativado, consistindo numa
suspensão que é adicionada à água na caixa de reunião (ponto onde ocorre o encontro das águas
dos mananciais na ETA); posteriormente o carvão e os contaminantes serão removidos no
decantador, sedimentando junto com os flocos.
3.2.7 – Reservação e distribuição
Após o tratamento a água é conduzida para os
reservatórios da ETA para ser empregada com os seguintes
propósitos:
 Atender as variações de consumo ao longo do dia;
 Promover a continuidade do abastecimento no caso
de paralização da produção de água;
 Garantir uma reserva estratégica em casos de
incêndio.
Para evitar contaminação, os reservatórios são protegidos com estrutura adequada, tubo de
ventilação, impermeabilização, cobertura, sistema de drenagem, abertura para limpeza, registro de
descarga, ladrão e indicador de nível.
Dos reservatórios da ETA a água segue por tubulações destinadas a distribuição a todos os
usuários do Sistema.
910
9
Considerações teóricas do tratamento da água. Recife: COMPESA – GPR (Gerência de Produção do Recife), 1999.
10
DI BERNARDO, L. Métodos e Técnicas de Tratamento de água Volume I / Luiz Di Bernardo - Rio de Janeiro. ABES, 1993.
Fig. 23 Reservatório
16
3.3 - Controle Laboratorial
3.3.1 – Monitoramento no Laboratório da ETA
Para controle de qualidade do processo operacional,
são realizadas de duas em duas horas as análises de cloro cor,
turbidez, pH, e com freqüência diária (uma vez por dia) as
análises de alcalinidade, cloreto, ferro e manganês.
Para confirmação da quantidade do sulfato de
alumínio que está sendo aplicado, realiza-se o teste de jarro
(jartester), também chamado ensaio de floculação. O mesmo
visa determinar as condições ótimas de floculação no
momento em que ocorre modificação nas características da
água (bruta).
Este teste consiste numa simulação da ETA através da utilização de jarros de 2 litros, onde
(rápida) reduzindo-se rapidamente a agitação (para a formação do floco).
Transcorridos um certo tempo, a agitação é interrompida. Coleta-se uma amostra de cada
jarro e procede-se as análises de cor e turbidez. A quantidade de sulfato aceita no ensaio será
aquela que apresentou boa floculação e os menores valores de cor e turbidez (numa quantidade
econômica do produto).
OBS.: Cor da água – causada por substâncias solúveis ou suspensão.
Turbidez – caracterizada pela ocorrência de partículas em suspensão.
3.3.2 – Monitoramento no laboratório central
Além das análises realizadas nas ETA’s, a portaria 1469/00 do Ministério da Saúde também
exige que sejam monitorados parâmetros orgânicos e inorgânicos que podem alterar a potabilidade
da água, bem como sua aceitação para consumo humano.
Como alguns parâmetros possuem forma de análise mais complexa, torna-se necessário a
existência de um laboratório que possua equipamentos mais sofisticados, como por exemplos os
cromatógrafos líquidos e gasosos e o espectrofotômetro de absorção atômica.
Neste laboratório são realizadas as seguintes análises:
 Laboratório físico-químico (freqüência semestral)
pH, cor, turbidez, alcalinidade, condutividade, cloretos, dureza total, cálcio, sulfato, amônia,
nitrito e nitrato.
Além destas, nas águas brutas, também são realizadas:
Fosfato total, oxigênio dissolvido, e demanda bioquímica de oxigênio.
 Laboratório de absorção atômica (freqüência semestral)
São realizadas as análises de ferro, manganês, sódio, potássio, cádmio, cobre, chumbo, zinco,
cromo total (em águas bruta e tratada).
Fig. 24 – Laboratório da ETA
17
 Laboratório de cromatografia gasosa (semestral)
Análises de resíduos de pesticidas
 Laboratório de hidrobiologia
Contagem e identificação de algas (semanal, mensal, bimestral e trimestral, a depender do
número de células / ml de água)
 Laboratório de produtos químicos
Sulfato de alumínio líquido e granulado;
Hipoclorito de cálcio
 Laboratório de cromatografia líquida
Análise de toxinas (em fase de teste)
 Laboratório bacteriológico (mensal)
Fig. 25 – Laboratório físico-químico Fig. 26 – Laboratório de Bacteriologia
18
A partir dos fatos abordados nesta apostila acredita-se que o tratamento da água e o controle
de qualidade da mesma foi devidamente apresentado de forma clara e objetiva cujo aspecto
evidenciou-se com a utilização de fotos retratando o processo.
Tendo a água uma função extremamente valiosa para o ser humano e sendo um recurso
prestes a se esgotar, espera-se que o leitor reflita sobre a necessidade da ação conjunta no sentido de
contribuir para a formação de uma preservação dos recursos hídricos.
Nos anos de 1999 a 2000, o Estado passou por uma crise no fornecimento de água muito
sério, cujo fato resultou num racionamento que teve sua escala de abastecimento de 24x120h, ou
seja, um dia com água e cinco sem. Este problema se agravou em virtude da longa estiagem
ocorrida neste período. Considerando-se esta incerteza meteorológica cabe a nós economizar,
utilizá-la de forma racional, controlar a poluição e se envolver em ações concretas de transformação
desta realidade.
19
 DI BERNARDO, L. Métodos e Técnicas de Tratamento de água Volume I / Luiz Di
Bernardo - Rio de Janeiro. ABES, 1993.
 BARROS, R.T.V. et al. Saneamento. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG,
221p. (Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os Municípios, 2), 1995
 Brasil. CONAMA. Resolução 20, de 18/06/1986 Estabelece classificação das águas,
salobras e salinas do território nacional.
 BONHENBERGER, J.C. Sistemas públicos de abastecimento de água. Viçosa:
Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Viçosa, 1993.
 Técnica de abastecimento e tratamento de água – vol 2: tratamento de água. 3 ed. São Paulo:
CETESB: ASCETESB, 1987.
 DACASH, N.G. Saneamento Básico. 3 ed. Rio de Janeiro: Editora Didática e Científica,
1990.
 Considerações teóricas do tratamento da água. Recife: COMPESA – GPR (Gerência de
Produção do Recife), 1999.
 Relatório do Sistema Tapacurá. Recife: COMPESA – GPR, 2000.
 Apostila de Treinamento da operação. Recife: COMPESA – GPR, 2000.
 OLIVEIRA, W.E, de et al. Técnica de abastecimento e tratamento de água. 2 ed. rev. São
Paulo. CETESB, 1976. v. 10.
 LIMA, J.C.A.L. de. Água: Abundância e escassez. Recife: COMPESA, Diretoria de
Operações, GERE, 2001.
 SERRA, J. Portaria nº 1469, de 29 de dezembro de 2000. Brasília: Ministério da Saúde,
2001.
 www.compesa.com.br/tratamento_dagua.htm
20
A - Breve Histórico do Saneamento
A análise da situação atual passa pela visão que todos nós devemos ter da evolução histórica
do abastecimento d’água na região metropolitana do Recife, assim sendo apresentamos a seguir de
forma bastante resumida os principais eventos ocorridos na RMR desde os primeiros momentos em
que foi iniciada a colonização de nosso Estado.
Os primeiros meios de abastecimento d’água em nossa Região, datam dos idos de 1540,
quando em Olinda foi instalada a Sede da Administração da Capitania de Pernambuco, doada ao
Fidalgo Duarte Coelho Pereira, em 1534, através de uma Carta Régia assinada por D. João III.
Do engenho Nossa Senhora da Ajuda, bem próximo a Olinda e pertencente a Jerônimo de
Albuquerque, vinha água fresca em abundância para o abastecimento da localidade. Daí se
transportava ao Recife em canoas abertas, pois a água que se tirava dos poços era salobra e a dos
rios que confluíam em torno da povoação era imprestável para ser bebida.
O Príncipe Maurício de Nassau mandou construir palácios, fortes, canais, pontes, etc. No
entanto, um problema de capital importância atingia as pessoas que moravam na cidade, era o
abastecimento d’água potável. No Recife, de então, o abastecimento era feito através de cisternas
em que se acumulavam as águas da chuva.
Existiam onde está o Quartel das Cinco Pontas as cacimbas públicas de Ambrósio Machado.
Também se tirava água de outros poços onde se captava o líquido do lençol freático. Mandava-se
buscar em canoas, pipas ou barris, água do Capibaribe, do Beberibe e do Apipucos, em pontos
distantes do bairro do Recife, sendo vendida em domicílio pelos “aguadeiros”.
De obtenção difícil, custosa no preço, poluída e contaminada, foi a água com que a
população recifense contou para as suas necessidades domésticas nesses recuados tempos.
A água mais abundante procedia do Rio Beberibe, que banhava Olinda. Havia-se levantado
no Varadouro de Olinda um paredão barrando o Rio Beberibe e aí se colhia água para vender no
Recife e na própria Olinda.
Por volta de 1750 realizaram-se em Olinda notáveis melhoramentos na captação das águas
do Rio Beberibe para o consumo público.
Construíram no Varadouro um cais, uma ponte com arco e uma represa, os quais impediam
que o rio fosse atingido pelas marés altas. Vinte e quatro torneiras deixaram a água jorrar à vontade.
A instalação solene da Companhia Beberibe ocorreu em 1837 e projetava dotar o Recife de
um serviço de água encanada.
Em 1847, ficaram concluídos os serviços de captação d’água do Açude do Prata, em Dois
Irmãos.
A distribuição era feita através de oito chafarizes localizados respectivamente, na Praça da
Boa Vista, no Pátio do Carmo, no Pátio do Paraíso, na Ribeira, no Passeio Público, na Tempae, na
Soledade e na subida da Ponte da Boa Vista. Posteriormente foram instalados mais quatorze
chafarizes, atingindo-se o total de vinte e dois.
Um grande reservatório fora construído na rua do Pires, a caixa da Boa Vista, situada onde
hoje se ergue o Hotel Central.
Em 1887, foram concluídas as ampliações do sistema a partir de galerias filtrantes às
margens do Açude do Prata, tendo sido também construída a Estação Elevatória de Dois Irmãos e
um reservatório em um morro próximo, que ficou na altura de 75 metros. O sistema de distribuição
d’água passou a funcionar com alta pressão, constituindo-se de fato, em um melhoramento
significativo.
21
Em julho de 1909, o Governador do Estado Herculano Bandeira convidou o engenheiro
Francisco Saturnino de Brito para assumir a direção dos trabalhos de saneamento de Recife, o qual
estava na época responsável pelo saneamento da cidade de Santos.
Em 02 de outubro de 1912, o Governo realizou a encampação da companhia do Beberibe,
anexando-a à Diretoria de Viação e Obras Públicas e posteriormente, à Comissão de Saneamento.
Em 14 de abril de 1918 foi concluído e inaugurado o Abastecimento d’água, sendo as águas
colhidas no ribeirão de Gurjaú, afluente do rio Pirapama.
De 1920 a 1952, foram feitas diversas pequenas obras de ampliação do sistema de
abastecimento d’água de Recife, dentre elas destacamos: - Capitação no rio Beberibe e tratamento
em Alto do Céu; - Captação e tratamento em Jangadinha; - Ampliação e modernização do sistema
de Gurjaú.
Entre 1956 e 1965 foram executadas as obras de ampliação do Sistema de abastecimento
d’água de Recife, através do sistema de Monjope; já em 1958 foi colocada em funcionamento a
primeira etapa do sistema com a construção parcial da estação de tratamento.
A entidade responsável pelo saneamento atravessou sucessivas modificações após a extinção
da Companhia do Beberibe, quando foi criada a Comissão de Saneamento transformada em
Repartição de Saneamento (1915), Diretoria de Saneamento do Estado (1937), em Departamento
de Saneamento do Estado (1946), esse atuando preponderamente na capital.
A interiorização do saneamento, em termo efetivo, ocorreu a partir de 1949, quando foi
criado o Fundo de Saneamento do Interior, permitindo a construção ou ampliação de vários
sistemas, entre os quais, Caruaru, Garanhuns, Bezerros, Afogados da Ingazeira, Bonito, Sertânia,
Vitória de Santo Antão, Timbaúba, Vicência e São Joaquim do Monte.
O DSE foi extinto em 1970, sendo substituído por três entidades distintas, o Saneamento do
Recife S.A – SANER, o Saneamento do Interior de Pernambuco S.A. – SANEPE, além de uma
autarquia estadual denominada Fundo de Saneamento de Pernambuco – FUNDESPE. Com o
advento do Plano Nacional de Saneamento – PLANASA, definido pelo Governo Federal, foi
necessário a criação de um órgão de coordenação geral que proporcionasse a integração econômico-
financeiro de todo o sistema de saneamento.
Em 1971 foi criada a Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA, extinguiu-se
o Fundo de Saneamento de Pernambuco – FUNDESPE, passando a SANER e SANEPE a funcionar
como subsidiárias da nova empresa holding. Tendo a incorporação das subsidiárias e a
transformação em uma empresa única, sido feita em julho de 197411
.
11
11
www.compesa.com.br/tratamento_dagua.htm
22
B - Formas de se evitar o desperdício de água
A população está constantemente aumentando e com ela os problemas relacionados à água,
como poluição e desperdício. Independente de ser água do rio ou do subsolo, poluindo e explorando
descontroladamente acarretará a falta do produto. Portanto, deve-se ter consciência da situação e
contribuir para a manutenção deste líquido tão preciso e essencial à vida diária.
Destaca-se abaixo alguns desperdícios mais comuns com dicas de economia:
Conserte os
vazamentos. Não
deixe válvulas e
torneiras vazando.
Mantenha a torneira
fechada enquanto
escova os dentes.
Ao tomar banho
mantenha a torneira
fechada enquanto se
ensaboa.
O uso da mangueira nesta atividade
também não é recomendável. É
comum se ver pessoas lavando o carro
mantendo a torneira constantemente
aberta. Então procure usar o balde pois
terá uma economia considerável de
água.
Regar o jardim com mangueira é
muito mais fácil, no entanto,
desperdiça muita água. Procure
utilizar o regador
preferencialmente ao anoitecer
pois assim a planta vai aproveitar
melhor a água.
23
C – Layout da ETA
01 – Prédio da Administração
02 – Área Coberta
03 – Corredor de Comando dos Filtros
04 – Prédio de Química
05 – Oficina Mecânica
06 – Oficina Elétrica
07 – Prédio da Cantina
08 – Portaria
09 – Calha Parshall
10 – Tanque de Coagulação
11 – Canal de Coagulação
12 – Floculadores (1ª etapa)
13 – Floculadores (2ª etapa)
14 – Decantadores (1ª etapa)
15 – Decantadores (2ª etapa)
16 – Canal de água Decantada (1ª e 2ª etapa)
17 – Filtros (meio filtrante)
18 – Cascata
19 – Caixa de Reunião
20 – Caixa de Distribuição
21 – Reservatório de Distribuição I
22 – Reservatório de Distribuição II
23 – Reservatório de Distribuição III
24
D – Esquema Hidráulico do Sistema Tapacurá
25
E – Esquema do leito filtrante
33
mm
Sistema de coleta d’água fitrada e
lavagem ascencional com ar e água
por fundo falso/crepina:Vista lateral
Sistema de coleta d’água filtrada e
lavagem ascencional com ar e água por
fundo falso/crepina:Vista superior
Ranhuras
0,6mm
Argamassa
de cimento
60
mm
100 mm
252 mm
Laje do
filtro
Crepina para
coleta d’água
filtrada e lavagem
ascencional com ar
e água
Abertura para
passagem de ar
26
E – Esquema do leito
Sistema de distribuição tipo
manifold
27
F – Esquema dos Decantadores
Calhas de
coletaFluxo
Vista superior
Canal de
água
floculada
Cortina
Entrada
de água
Canal de água
floculada
Orifícios
Partículas
decantadas
Canal de água
decantada
Vista lateral
Esgoto
Decantador convencional
Calhas de
coleta
28
Canal de água
floculada
Fluxo
Esgoto
Detalhe do
módulo
Sentido do
fluxo d’água
Sentido do fluxo
das partículas
Decantador modular
29
C - Informações adicionais da ETA
Estação de Tratamento de água Presidente
Castello Branco (ETA)
Construída em 1974
Inaugurada em 12/03/1975
Tipo de ETA: Convencional
Sistema: Tapacurá
Mananciais aduzidos: Tapacurá, Duas Unas, e Capibaribe
Vazão (aduzida): 4,0 m³/s
Unidade de Mistura rápida: Calha Parshall de 3,05 m (garganta).
1ª Etapa – 1975
Quant. Dimensões (m)
Volume
Unitário (m³)
Área
Unitária (m²)
Capacidade
Nominal (m³/s)
Floculadores
Mecânicos
04 20,95x21,21x3,0 1.326,1 ------ 2,95
Decantadores
Convencionais
04 82,0x20,70x4,0 ------ 1697,4 2,36
Filtros
descendentes
08 6,60x11,0x ------ 72,6 1,68
2ª Etapa – 1982
Quant. Dimensões (m)
Volume
Unitário (m³)
Área
Unitária (m²)
Capacidade
Nominal (m³/s)
Floculadores
Mecânicos
04
3 células de:
10,0x19,0x3,2
1.824 960 2,13
Decantadores
Modulares
04 20,50x19,10x ------ 391,55 2,17
Filtros
descendentes
08 5,60x13,20 ------ 73,92 1,71
 Produtos químicos utilizados no tratamento: sulfato de alumínio líquido, carvão ativado em
pó e cloro gasoso.
 A reservação consta de três reservatórios:
- Reservatório I e II com capacidade para 23.000 m³ cada, construídos na 1ª etapa;
- Reservatório III com capacidade para 35.000 m³ construído na 2ª etapa.
Total de armazenamento: 81.000 m³.
Freqüência de lavagem dos tanques:
Filtros: Possui um intervalo de aproximadamente 40 horas até a próxima lavagem. A cada duas
horas está se lavando um filtro pois é o tempo necessário para que caixa de água do elevado
encha novamente.
30
Decantador: Permanece operando por um período aproximado de 30 dias (dependendo da estação
do ano)
Reservatório: Não há tempo determinado para a lavagem mas pode ocorrer por motivo de parada
do sistema.
OBS 1: A água de lavagem dos filtros e o lodo do decantador são recolhidos numa lagoa próxima a
ETA, isolada para esse fim.
OBS 2: O volume total de água na caixa do elevado corresponde a 600m³. A mesma é utilizada na
aplicação do sulfato, na formação do vácuo para injeção de cloro gasoso e na lavagem dos
filtros que corresponde aproximadamente 450m³ de água em cada lavagem.
31
9.8 - Tabela do Padrão de potabilidade da portaria 1469/00 do ministério da
saúde de 29/12/2000
A água potável deve estar em conformidade com o padrão microbiológico conforme Tabela ,
a seguir:
TABELA 1
PADRÃO MICROBIOLÓGICO DE
POTABILIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO
PARÂMETRO VMP(1)
Água para consumo humano(2)
Escherichia coli ou coliformes
termotolerantes
Ausência em 100 ml
Água na saída do tratamento
Coliformes totais Ausência em 100 ml
Água tratada no sistema de distribuição (reservatórios e rede)
Escherichia coli ou coliformes termotolerantes(3)
Ausência em 100 ml
Coliformes totais
Sistemas que analisam 40 ou mais amostras
por mês:
 Ausência em 100 ml em 95% das amostras
examinadas no mês;
Sistemas que analisam menos de 40
amostras por mês:
 Apenas uma amostra poderá apresentar
mensalmente resultado positivo em 100 ml
NOTAS:
(1) Valor máximo permitido.
(2) Água para consumo humano em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como
poços, minas, nascentes, dentre outras.
(3) A detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada.
§ 1º No controle da qualidade da água, quando forem detectadas amostras com resultado positivo
para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, novas amostras devem ser coletadas em dias
imediatamente sucessivos até que as novas amostras revelem resultado satisfatório. Nos sistemas de
distribuição, a recoleta deve incluir, no mínimo, três amostras simultâneas, sendo uma no mesmo
ponto e duas outras localizadas a montante e a jusante.
§ 2º As amostras com resultados positivos para coliformes totais devem ser analisadas para
Escherichia coli e, ou, coliformes termotolerantes, devendo, neste caso, ser efetuada a verificação e
confirmação dos resultados positivos.
32
§ 3º O percentual de amostras com resultado positivo de coliformes totais em relação ao total de
amostras coletadas nos sistemas de distribuição deve ser calculado mensalmente, excluindo as
amostras extras (recoleta).
§ 4º O resultado negativo para coliformes totais das amostras extras (recoletas) não anula o
resultado originalmente positivo no cálculo dos percentuais de amostras com resultado positivo.
§ 5º Na proporção de amostras com resultado positivo admitidas mensalmente para coliformes
totais no sistema de distribuição, expressa na Tabela 1, não são tolerados resultados positivos que
ocorram em recoleta, nos termos do § 1º desse artigo.
§ 6º Em 20% das amostras mensais para análise de coliformes totais nos sistemas de distribuição,
deve ser efetuada a contagem de bactérias heterotróficas e, uma vez excedidas 500 unidades
formadoras de colônias (UFC) por ml, devem ser providenciadas imediata recoleta, inspeção local
e, se constatada irregularidade, outras providências cabíveis.
§ 7º Em complementação, recomenda-se a inclusão de pesquisa de organismos patogênicos, com o
objetivo de atingir, como meta, um padrão de ausência, dentre outros, de enterovírus, cistos de
Giardia spp e oocistos de Cryptosporidium sp.
§ 8º Em amostras individuais procedentes de poços, fontes, nascentes e outras formas de
abastecimento sem distribuição canalizada, tolera-se a presença de coliformes totais, na ausência de
Escherichia coli e, ou, coliformes termotolerantes, nesta situação devendo ser investigada a origem
da ocorrência, tomadas providências imediatas de caráter corretivo e preventivo e realizada nova
análise de coliformes.
Art. 12 Para a garantia da qualidade microbiológica da água, em complementação às exigências
relativas aos indicadores microbiológicos, deve ser observado o padrão de turbidez expresso na
Tabela 2, abaixo:
TABELA 2
PADRÃO DE TURBIDEZ PARA
ÁGUA PÓS-FILTRAÇÃO OU PRÉ-DESINFEÇÃO
TRATAMENTO DA ÁGUA VMP(1)
Desinfeção (água subterrânea) 1,0 UT (2)
em 95% das amostras
Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta) 1,0 UT(2)
Filtração lenta 2,0 UT(2)
em 95% das amostras
NOTAS:
(1) Valor máximo permitido.
(2) Unidade de turbidez.
33
§ 1º Dentre os 5% dos valores permitidos de turbidez superiores aos VMP estabelecidos na Tabela
2, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser de 5,0 UT, assegurado,
simultaneamente, o atendimento ao VMP de 5,0 UT em qualquer ponto da rede no sistema de
distribuição.
§ 2º Com vistas a assegurar a adequada eficiência de remoção de enterovírus, cistos de Giardia spp
e oocistos de Cryptosporidium sp., recomenda-se, enfaticamente, que, para a filtração rápida, se
estabeleça como meta a obtenção de efluente filtrado com valores de turbidez inferiores a 0,5 UT
em 95% dos dados mensais e nunca superiores a 5,0 UT.
§ 3º O atendimento ao percentual de aceitação do limite de turbidez, expresso na Tabela 2, deve ser
verificado, mensalmente, com base em amostras no mínimo diárias para desinfeção ou filtração
lenta e a cada quatro horas para filtração rápida, preferivelmente, em qualquer caso, no efluente
individual de cada unidade de filtração.
Art. 13. Após a desinfeção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/l,
sendo obrigatória a manutenção de no mínimo, 0,2 mg/l em qualquer ponto da rede de distribuição,
recomendando-se que a cloração seja realizada em pH inferior a 8,0 e tempo de contato mínimo de
30 minutos.
Parágrafo único. Admite-se a utilização de outro agente desinfetante ou outra condição de
operação do processo de desinfeção, desde que fique demonstrado pelo responsável pelo sistema de
tratamento uma eficiência de inativação microbiológica equivalente à obtida com a condição
definida neste artigo.
Art. 14. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas que
representam risco para a saúde expresso na Tabela 3, a seguir:
TABELA 3
PADRÃO DE POTABILIDADE PARA SUBSTÂNCIAS
QUÍMICAS QUE REPRESENTAM RISCO À SAÚDE
PARÂMETRO UNIDADE VMP(1)
INORGÂNICAS
Antimônio mg/L 0,005
Arsênio mg/L 0,01
Bário mg/L 0,7
Cádmio mg/L 0,005
Cianeto mg/L 0,07
Chumbo mg/L 0,01
Cobre mg/L 2
Cromo mg/L 0,05
Fluoreto(2)
mg/L 1,5
Mercúrio mg/L 0,001
Nitrato (como N) mg/L 10
Nitrito (como N) mg/L 1
Selênio mg/L 0,01
34
ORGÂNICAS
Acrilamida g/L 0,5
Benzeno g/L 5
Benzoapireno g/L 0,7
Cloreto de Vinila g/L 5
1,2 Dicloroetano g/L 10
1,1 Dicloroeteno g/L 30
Diclorometano g/L 20
Estireno g/L 20
Tetracloreto de Carbono g/L 2
Tetracloroeteno g/L 40
Triclorobenzenos g/L 20
Tricloroeteno g/L 70
AGROTÓXICOS
Alaclor g/L 20,0
Aldrin e Dieldrin g/L 0,03
Atrazina g/L 2
Bentazona g/L 300
Clordano (isômeros) g/L 0,2
2,4 D g/L 30
DDT (isômeros) g/L 2
Endossufan g/L 20
Endrin g/L 0,6
Glifosato g/L 500
Heptacloro e Heptacloro epóxido g/L 0,03
Hexaclorobenzeno g/L 1
Lindano (Gama HCH) g/L 2
Metolacloro g/L 10
Metoxicloro g/L 20
Molinato g/L 6
Pendimetalina g/L 20
Pentaclorofenol g/L 9
Perpetrina g/L 20
Propanil g/L 20
Simazina g/L 2
Trifuralina g/L 20
CIANOTOXINAS
Microcistinas(3)
g/L 1,0
DESINFETANTES E PRODUTOS SECUNDÁRIOS DA DESINFEÇÃO(4)
Bromato mg/L 0,025
Clorito mg/L 0,2
Cloro livre mg/L 5
Monocloramina mg/L 3
2,4,6 Triclorofenol mg/L 0,2
Trihalometanos Total mg/L 0,1
35
NOTAS:
(1) Valor máximo permitido.
(2) Os valores recomendados para a concentração de íon fluoreto devem observar a legislação específica vigente relativa à
fluoretação da água, em qualquer caso devendo ser respeitado o VMP desta Tabela.
(3) É aceitável a concentração de até 10 g/l de microcistinas em até 3 (três) amostras, consecutivas ou não, nas análises
realizadas nos últimos 12 (doze) meses.
(4) Análise exigida de acordo com o desinfetante utilizado.
§ 1º Recomenda-se que as análises para cianotoxinas incluam a determinação de
cilindrospermopsina e saxitoxinas (STX), observando, respectivamente, os valores limites de 15,0
g/l e 3,0 g/l de equivalentes STX/l.
§ 2º Para avaliar a presença dos inseticidas organofosforados e carbamatos na água, recomenda-se a
determinação da atividade da enzima acetilcolinesterase, observando os limites máximos de 15% ou
20% de inibição enzimática, quando a enzima utilizada for proveniente de insetos ou mamíferos,
respectivamente.
Art. 15. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de radioatividade expresso na
Tabela 4, a seguir:
TABELA 4
PADRÃO DE RADIOATIVIDADE PARA ÁGUA POTÁVEL
PARÂMETRO UNIDADE VMP(1)
Radioatividade alfa global Bq/L 0,1(2)
Radioatividade beta global Bq/L 1,0(2)
NOTAS:
(1) Valor máximo permitido.
(2) Se os valores encontrados forem superiores aos VMP, deverá ser feita a identificação dos radionuclídeos presentes e a medida
das concentrações respectivas. Nesses casos, deverão ser aplicados, para os radionuclídeos encontrados, os valores estabelecidos pela
legislação pertinente da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, para se concluir sobre a potabilidade da água.
Art. 16. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de aceitação de consumo
expresso na Tabela-5, a seguir:
36
TABELA 5
PADRÃO DE ACEITAÇÃO PARA CONSUMO HUMANO
PARÂMETRO UNIDADE VMP(1)
Alumínio mg/L 0,2
Amônia (como NH3) mg/L 1,5
Cloreto mg/L 250
Cor Aparente UH(2)
15
Dureza mg/L 500
Etilbenzeno mg/L 0,2
Ferro mg/L 0,3
Manganês mg/L 0,1
Monoclorobenzeno mg/L 0,12
Odor -- Não objetável(3)
Gosto -- Não objetável(3)
Sódio mg/L 200
Sólidos Dissolvidos Totais mg/L 1000
Sulfato mg/L 250
Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,05
Surfactantes mg/L 0,5
Tolueno mg/L 0,17
Turbidez UT(4)
5
Zinco mg/L 5
Xileno mg/L 0,3
NOTAS:
(1) Valor máximo permitido.
(2) Unidade Hazen (mg Pt-Co/l).
(3) Critério de referência.
(4) Unidade de turbidez.
 1º Recomenda-se que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5.
 2º Recomenda-se que o teor máximo de cloro residual livre, em qualquer ponto do sistema de
abastecimento, seja de 2,0 mg/l.
 3º Recomenda-se a realização de testes para detecção de odor e gosto em amostras de água
coletadas na saída do tratamento e na rede de distribuição de acordo com o plano mínimo de
amostragem estabelecido para cor e turbidez nas Tabelas 6 e 7.
Art. 17. As metodologias analíticas para determinação dos parâmetros físicos, químicos,
microbiológicos e de radioatividade devem atender às especificações das normas nacionais que
disciplinem a matéria, da edição mais recente da publicação Standard Methods for the Examination
of Water and Wastewater, de autoria das instituições American Public Health Association (APHA),
American Water Works Association (AWWA) e Water Enviroment Federation (WEF), ou normas
publicadas pela ISO (International Standardzation Organization).
37
 1º Para análise de cianobactérias e cianotoxinas e comprovação de toxicidade por bioensaios em
camundongos, até o estabelecimento de especificações em normas nacionais ou internacionais que
disciplinem a matéria, devem ser adotadas as metodologias propostas pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) em sua publicação Toxic Cyanobacteria in Water: a guide to their public health
consequences, monitoring and management.
 2º Metodologias não contempladas nas referências citadas no  1º e “caput” deste artigo, aplicáveis
aos parâmetros estabelecidos nesta Norma, devem, para ter validade, receber aprovação e registro
pela FUNASA.
 3º As análises laboratoriais para o controle e a vigilância da qualidade da água podem ser
realizadas em laboratório próprio ou não que, em qualquer caso, deve manter programa de controle
de qualidade interna ou externa ou ainda ser acreditado ou certificado por órgãos competentes para
esse fim12
.
12
12
SERRA, J. Portaria nº 1469, de 29 de dezembro de 2000. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
38
Glossário de Termos
 Adutora – Canal, galeria ou encanamento destinado a conduzir as águas de um manancial.
 Alga – Família de plantas da classe das criptogâmicas, que vivem no fundo ou na superfície
de águas salgadas ou doces.
 Aglutinação – Ato ou efeito de unir, reunir ou ligar.
 Barragem de acumulação – Construção que se destina a represar água para utilização no
abastecimento de cidades, em irrigação ou em produção de energia.
 Coagulação – Preparação das partículas de sujeira para que possam se aglutinar.
 Corrosividade – Destruição ou dano progressivo de um material proveniente da ação de
algum agente.
 Captação – Ato ou efeito de apanhar, atrair ou colher alguma coisa.
 Contenção – Ato de reprimir ou refrear algo.
 Convencional – Aquilo que é consagrado ou aprovado pelo uso, pela experiência.
 Dosador – Equipamento destinado a regular a quantidade do produto a ser ministrado.
 Deposição – Ato ou efeito de depor (assentar, ir para o fundo).
 Estação Elevatória – Estação de um sistema de um esgoto ou de abastecimento de água, na
qual o líquido é levado, por meio de bombas, para um reservatório situado em nível superior
ao terreno circundante.
 Floco – Partícula que se forma a partir da aglutinação da sujeira na água.
 Granulometria – Proporções relativas com que partículas de diferentes dimensões entram
na composição de um solo ou de um agregado. (Tamanho dos grãos de areia).
 Potável – Que é bom para se beber.
 Matéria Orgânica – Pertinente ou própria dos compostos de carbono com algumas
exceções.
 Microorganismo patogênico – Tipo de micróbio causador de fermentações e doenças
infecciosas.
 Manancial – Nascente ou fonte de água.
 Monitoramento – Acompanhamento e avaliação de dados
39
 Oxidação – Processo em que ocorrem o aumento do número de cargas positivas de íon
proveniente da combinação de uma substância com o oxigênio.
 pH – Parâmetro físico que mede o grau de acidez ou basicidade de uma substância, também
definido como o logaritmo decimal do inverso da atividade dos íons hidrogênio numa
solução.
 Proliferação – Ato ou efeito de ter prole ou geração, reproduzir-se.
 Reservatório – Lugar amplo apropriado para acumular certas coisas.
 Suspensão – Líquido em que flutuam pequenas partículas sólidas.
 Toxidade – Caráter do que e tóxico (que tem a propriedade de envenenar).
 Vaporizador – Equipamento utilizado para converter em vapor.
 Vazão – Porção de líquido ou de gás fornecida por uma corrente fluida, na unidade de
tempo.

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  • 1. 6 Um sistema de abastecimento de água pode ser concebido e projetado para atender pequenos povoados ou a grandes cidades, variando nas características e no porte de suas instalações. Caracteriza-se pela retirada da água da Natureza, adequação de sua qualidade, transporte até os aglomerados humanos e fornecimento à população em quantidade compatível com suas necessidades. A água abrange quase 4/5 da superfície terrestre; desse total, 97,0% referem-se aos mares e os 3% restantes às águas doces. Dentre as águas doces, 2,7% são formadas por geleiras, vapor de água e lençóis existentes em grandes profundidades, não sendo economicamente viável seu aproveitamento para o consumo humano. Em conseqüência, constata-se que somente 0,3% do volume total de água do planeta pode ser aproveitado para nosso consumo, sendo 0,01% encontrada em fontes de superfície (rios, lagos) e o restante, 0,29% em fontes subterrâneas (poços e nascentes)¹. A população metropolitana do Recife tem o seu abastecimento de água fundamentado na exploração conjunta de mananciais de superfícies e subterrâneos, sendo a parcela captada em superfície significativamente maior que a obtida pela exploração através de poços². O uso dos mananciais de superfície corresponde a uma oferta de aproximadamente 8.300 L/s, que somados aos poços perfaz um total de 10,5 m3 /s, insuficiente para atender a demanda da população da RMR. (Região Metropolitana do Recife)³. Constitui, portanto, fator de suma importância que haja um aproveitamento adequado dos recursos hídricos, visando a manutenção da qualidade e fornecimento de água em quantidade suficiente para a preservação da saúde e bem estar da população consumidora. Os sistemas de tratamento de água são processos realizados na água bruta (suja), visando obter um produto de qualidade (física, química e microbiológica) de tal maneira que a mesma esteja livre de organismos capazes de originar enfermidades e de qualquer mineral ou substância orgânica que possa prejudicar a saúde. 1 23 1 BARROS, R.T.V. et al. Saneamento. Belo Holizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 221p. (Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os Municípios, 2), 1995. 2 LIMA, J.C.A.L. de. Água: Abundância e escassez. Recife: COMPESA, Diretoria de Operações, GERE, 2001. 3 OLIVEIRA, W.E, de et al. Técnica de abastecimento e tratamento de água. 2 ed. rev. São Paulo. CETESB, 1976. v. 10.
  • 2. 7 Os dados e informações contidos nesta apostila constam de um enfoque geral a respeito dos mananciais para abastecimento público do Sistema Tapacurá, as etapas de tratamento que a água sofre ao chegar na ETA, princípios químicos envolvidos no processo, destino da água após tratamento, e controle laboratorial o qual é realizado desde o ponto de captação até a distribuição. Integram a apostila fotos e esquemas utilizados para facilitar a leitura e ensejar uma melhor compreensão das questões envolvidas, o layout da ETA, o esquema hidráulico do Sistema Tapacurá, esquema do leito filtrante, esquema dos decantadores, informações adicionais da ETA, um breve histórico do saneamento, ilustrações mostrando formas de se evitar o desperdício de água e algumas tabelas dos padrões de potabilidade da portaria 1469/00 do Ministério da Saúde.
  • 3. 8 3 Fundamentação Teórica 3.1 Mananciais para abastecimento público Um manancial é uma nascente ou fonte de água utilizada para vários fins e classificam-se em:  Manancial superficial – compreende as águas dos rios, córregos, ribeirão, lagos e reservatórios artificiais.  Manancial subterrâneo – é a parte da água que se encontra totalmente abaixo da superfície e é captada através de poços rasos ou profundos. A escolha do manancial se constitui na decisão mais importante na implantação de um sistema de abastecimento de água. Realiza-se previamente no mesmo, análises de componentes orgânicos e bacteriológicos para verificação dos teores de substâncias prejudiciais, limitados pela resolução nº 20 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)4 . E observa-se a vazão mínima do manancial necessária para atender a demanda por um determinado período de anos. A - Captação de águas superficiais Captar água significa aproveitar ou colher nas nascentes (água corrente) e é composta por barragens ou vertedores para manutenção do nível ou para regularização da saída da água na unidade de tempo, dispositivos para impedir a entrada de materiais flutuantes e para controlar a entrada de água, canais ou tubulações (adutora) utilizados para conduzir a água até o seu destino, poços de sucção e casa de bombas para abrigar os conjuntos elevatórios. OBS: Barragem é uma obra executada em um rio ou córrego, ocupando toda a sua largura, com a finalidade de elevar o nível de água do manancial, e aumentar a capacidade de acumular água além do seu leito. O Sistema Tapacurá começou a operar em 1977 e possui um universo de atendimento de aproximadamente 60% da cidade do Recife; São Lourenço da Mata, Camaragibe e Jaboatão (Sede, Socorro e Sucupira). 3.1.1 – Rio Tapacurá Acumula água na Barragem Tapacurá, localizada em São Lourenço da Mata. A água bruta é trazida para a ETA (Estação de Tratamento de Água) através da adutora do Tapacurá (conjunto de tubulações), possui uma extensão de 27,3 Km, diâmetro 1600mm e capacidade nominal de transporte 3.100 l/s. Ainda no trecho da adutora existe as interligações do Sistema Várzea do Una e das elevatórias de Tiúma e Castelo5 . 4 5 4 Brasil. CONAMA. Resolução 20, de 18/06/1986 Estabelece classificação das água, salobras e salinas do território nacional. 5 Relatório do Sistema Tapacurá. Recife: COMPESA – GPR, 2000. Fig. 01 Barragem Tapacurá
  • 4. 9 3.1.2 – Rio Duas Unas Acumula água na Barragem Duas Unas localizada em Jaboatão dos Guararapes. Sua adutora transporta 1.000 l/s de água, por recalque (através de bombas) ou por gravidade (proporcionada pelo desnível existente entre o ponto inicial e final da adução). Possui um diâmetro de 800mm e extensão total de aproximadamente 7,6 km da Barragem até a ETA. 3.1.3 – Rio Capibaribe Foi regularizado para operação das elevatórias de Tiúma e Castelo pelas Barragens do Carpina e Goitá. Estas barragens foram construídas para contenção de enchente mas passaram a desempenhar dupla função, ou seja: contenção de enchente e abastecimento. 3.1.4 – Rio Goitá Acumula água na Barragem do Goitá, localizada em Paudalho. Possui finalidade e funções idênticas as de Carpina. 3.1.5 – Rio Várzea do Una Acumula água na Barragem Várzea do Uma localizada em São Lourenço da Mata. Possui uma adutora que funciona no regime de gravidade da barragem de mesmo nome até a injeção no stand pipe em tubos de 800 mm e 3996 m de extensão. B - Elevação de água bruta É realizada através da Estação Elevatória, na qual o líquido é levado por meio de bombas para um local situado em nível superior ao terreno circundante. O Sistema Tapacurá possui três Estações Elevatórias: a) Estação Elevatória Duas Unas: Localizada na BR-232, em Jaboatão dos Guararapes, e conduz cerca de 1000 l/s de água da Barragem Duas Unas até a ETA Tapacurá (Castello Branco). Fig. 02 Barragem Duas Unas Fig. 03 Barragem do Goitá Fig. 04 Barragem Várzea do Una Fig. 05 Estação Elevatória Duas Unas:
  • 5. 10 b) Estação Elevatória Tiúma: Situada na localidade de Tiúma, próxima à BR-408, em São Lourenço da Mata, bombeia a água do Rio Capibaribe e injeta no stand pipe. Possui duas adutoras de 600 mm e transporta 400 l/s. c) Estação Elevatória Castelo: Localizada em São Lourenço da Mata, próxima à BR-408, bombeia também a água do Rio Capibaribe e injeta na Adutora do Tapacurá. Possui uma vazão de 100 l/s 6 . 6 6 Relatório do Sistema Tapacurá. Recife: COMPESA – GPR, 2000. Fig. 06 Estação Elevatória Tiúma Fig. 07 Estação Elevatória Castelo
  • 6. 11 3.2. Etapas do Tratamento da água Nosso planeta tem muita água, no entanto, ela não é potável. Não pode ser usada sem antes passar por um tratamento por meio de vários processos, que a limpa e descontamina para garantir a saúde e o bem-estar da população. A finalidade do tratamento é remover ou destruir quaisquer microorganismos nocivos, substâncias químicas prejudiciais, bem como materiais em suspensão ou em solução prejudiciais à aparência ou ao aspecto estético da água. Após o processo de captação da água num determinado ponto do manancial, a água é bombeada até a Estação de Tratamento onde é submetida aos seguintes processos: 3.2.1 – Coagulação (mistura rápida) As águas possuem partículas que necessitam de um tratamento químico capaz de propiciar sua deposição. Este tratamento é realizado provocando-se a coagulação (inicio do processo de união das partículas de sujeira), empregando-se o sulfato de alumínio (que tem a função de promover a aglomeração das impurezas), e é adicionado quando a água passa pela calha Parshall, provocando-se uma mistura rápida do produto à água. Nesta calha também é feita a medição de água que está entrando na ETA. OBS: A aplicação de cal está condicionada à necessidade de correção de pH (Parâmetro que mede o grau de acidez ou basicidade de uma solução). Reações do sulfato de alumínio: Estas reações ocorrem em duas situações: a) O sulfato de alumínio reagindo com os sais naturalmente encontrados na água, resulta na precipitação do hidróxido de alumínio e origina sulfato de cálcio e gás carbônico segundo a reação: Al2(SO4)3 + 3 Ca (HCO3)2 2 Al(OH)3 + 3 CaSO4 + 6 CO2 b) O sulfato de alumínio reagindo com sais como carbonato de sódio ou uma base hidróxido de cálcio proveniente da conversão do pH: 1. Al2(SO4)3 + 3 Na2 CO3 + 4 H2O 2 Al(OH)3 + 3 Na2SO4 + 3 CO2 + H2O O sulfato de alumínio reage com o carbonato de sódio adicionado e origina hidróxido de alumínio, sulfato de sódio e gás carbônico. 2. Al2(SO4)3 + Ca (OH)2 3 CaSO4 + 2 Al2(OH)3 O sulfato de alumínio reage com o hidróxido de cálcio adicionado e origina hidróxido de alumínio (precipitante)7 . 3.2.2 – Floculação (Mistura lenta) 7 Nesta etapa a água é submetida a uma agitação lenta nos floculadores, que são tanques constituídos de pás giratórias e vão favorecer a continuação do processo de formação de pesados flocos (aglutinação das impurezas). Esta fase deve ser bem conduzida, pois é da boa formação dos 7 Considerações teóricas do tratamento da água. Recife: COMPESA – GPR (Gerência de Produção do Recife), 1999. Fig. 08 Calha Parshall
  • 7. 12 flocos que dependerá o consumo dos agentes coagulantes, como também a eficiência e melhores condições de funcionamento das outras partes. OBS: A lavagem do floculador é realizada simultaneamente com a lavagem do decantador 3.2.3 – Decantação ou sedimentação: Após o processo de floculação, a água entra em outros tanques, onde vai ocorrer a decantação, ou seja, as impurezas que se aglutinaram e formaram flocos, vão se separar da água, indo para o fundo dos tanques ou ficando presas em suas paredes. São utilizados tanques chamados decantadores convencionais (de forma retangular e fundo inclinado) e decantadores tubulares (formado por módulos de PVC). . Fig. 09 Floculador Fig. 10 Floculador vazio Fig. 11 Decantador convencional Fig. 12 Decantador tubular
  • 8. 13 A limpeza do decantador é realizada periodicamente, dependendo da sujeira da água, da quantidade de coagulante gasto e da estação do ano, pois na época das chuvas ela deve ser bem mais freqüente. Remove-se a sujeira manualmente com pás (decantador convencional) ou com jato de água, de preferência tendo bastante pressão (decantador tubular). A falta de uma limpeza periódica faz com que o floco seja arrastado para a etapa subseqüente. 3.2.4 – Filtração A grande maioria das partículas fica retida no decantador, porém uma parte ainda encontra-se em suspensão na água. Desta forma, a mesma passa por filtros constituídos de camadas filtrantes compostos de seixo e areia que irão contribuir para reter as impurezas. A água filtrada, numa operação bem conduzida, é límpida. A remoção de bactérias neste estágio já é, no mínimo, igual a 90%. Fator influente na velocidade de filtração é a granulometria da areia, isto é, o tamanho de seus grãos. De acordo com a granulometria a filtração pode ser lenta ou rápida. A limpeza do filtro é realizada através do manuseio de válvulas na mesa de comando de cada filtro. Fig. 13 Decantador convencional (lavagem) Fig. 15 Filtro em funcionamento Fig. 16 Mesa de Comando Fig. 17 Injeção de ar Fig. 18 Água de lavagem Fig. 14 Decantador tubular (Lavagem)
  • 9. 14 3.2.5 – Desinfecção Desinfectar uma água significa eliminar os microorganismos patogênicos presentes na mesma. Para isso utiliza-se o cloro que é aplicado em forma de gás ou soluções de hipoclorito, numa proporção que varia de acordo com a qualidade da água, mantendo-se um residual de cloro que serve para conservar sua potabilidade na rede de abastecimento. O acondicionamento do cloro é feito em cilindros de aço no qual, o produto vem sob pressão, ou na carreta onde o cloro líquido é transformado em gás pela ação do vaporizador. É aplicado na água por meio de dosadores que são aparelhos que regulam a quantidade do produto a ser ministrado. O cloro também é usado no tratamento para:  Eliminar odores e sabores;  Diminuir intensidade da cor;  Auxiliar no combater à proliferação de algas;  Colaborar na eliminação de matérias orgânicas;  Auxiliar a coagulação de matérias orgânicas. Vantagem de sua aplicação:  Age sobre os microrganismos patogênicos presentes na água;  Não é nocivo ao homem na dosagem requerida para a desinfecção;  É econômico8 . Reação do cloro com a água: O cloro reage com a água formando o ácido hipocloroso (HClO) que se constitue a ação desinfetante principal, além dos íons H+ e Cl.- Cl2 + H2O HClO + H+ + Cl- 8 8 Técnica de abastecimento e tratamento de água – vol 2: tratamento de água. 3 ed. São Paulo: CETESB: ASCETESB, 1987. Fig. 19 Carreta de cloro Fig. 20 Cilindro de cloro Fig. 21 Vaporizador Fig. 22 Dosador de cloro
  • 10. 15 A dissociação do ácido hipocloroso origina mais íons H+ , o que faz com que ocorra uma melhor atuação do cloro em meio ácido. HClO H+ + ClO - A adição de cloro à água provoca o abaixamento do pH (aumento de acidez), pela formação de ácidos, o que pode conceder corrosividade a mesma no sistema de distribuição9 . 3.2.6 – Eliminação de ferro, manganês e matéria orgânica com cloro e carvão ativado. a) Em determinadas épocas, as concentrações de ferro e manganês se apresentam muito alteradas sendo necessário adicionar cloro numa operação chamada (pré-cloração) – onde se aplica o produto no canal de água decantada para propiciar a devida remoção através das reações: 1) Fe2+ + 0 2Cl + 3 H2O Fe(OH)3  + 2 Cl - + 3 H+ 2) Mn2+ + 0 2Cl + 2 H2O MnO2  + 2 Cl - + 4 H+ O cloro age como oxidante promovendo a formação do precipitado de ferro e de manganês. O processo de oxidação ocorre quando há aumento da carga do elemento, sendo assim o Fe +2 (solúvel), ao reagir com o cloro forma o hidróxido de ferro III (Fe +3 - insolúvel), e o manganês Mn+2 (solúvel), forma o dióxido de manganês (Mn+4 - insolúvel). Na forma insolúvel, tanto o ferro quanto o manganês são removidos da água na etapa da filtração10 . b) Quando ocorre uma proliferação muito acentuada de algas (plantas que vivem no fundo ou na superfície das águas doces ou salgadas), a água passa a apresentar sabor e odor desagradáveis, além de cor e toxidade, sendo necessária a aplicação de carvão ativado, consistindo numa suspensão que é adicionada à água na caixa de reunião (ponto onde ocorre o encontro das águas dos mananciais na ETA); posteriormente o carvão e os contaminantes serão removidos no decantador, sedimentando junto com os flocos. 3.2.7 – Reservação e distribuição Após o tratamento a água é conduzida para os reservatórios da ETA para ser empregada com os seguintes propósitos:  Atender as variações de consumo ao longo do dia;  Promover a continuidade do abastecimento no caso de paralização da produção de água;  Garantir uma reserva estratégica em casos de incêndio. Para evitar contaminação, os reservatórios são protegidos com estrutura adequada, tubo de ventilação, impermeabilização, cobertura, sistema de drenagem, abertura para limpeza, registro de descarga, ladrão e indicador de nível. Dos reservatórios da ETA a água segue por tubulações destinadas a distribuição a todos os usuários do Sistema. 910 9 Considerações teóricas do tratamento da água. Recife: COMPESA – GPR (Gerência de Produção do Recife), 1999. 10 DI BERNARDO, L. Métodos e Técnicas de Tratamento de água Volume I / Luiz Di Bernardo - Rio de Janeiro. ABES, 1993. Fig. 23 Reservatório
  • 11. 16 3.3 - Controle Laboratorial 3.3.1 – Monitoramento no Laboratório da ETA Para controle de qualidade do processo operacional, são realizadas de duas em duas horas as análises de cloro cor, turbidez, pH, e com freqüência diária (uma vez por dia) as análises de alcalinidade, cloreto, ferro e manganês. Para confirmação da quantidade do sulfato de alumínio que está sendo aplicado, realiza-se o teste de jarro (jartester), também chamado ensaio de floculação. O mesmo visa determinar as condições ótimas de floculação no momento em que ocorre modificação nas características da água (bruta). Este teste consiste numa simulação da ETA através da utilização de jarros de 2 litros, onde (rápida) reduzindo-se rapidamente a agitação (para a formação do floco). Transcorridos um certo tempo, a agitação é interrompida. Coleta-se uma amostra de cada jarro e procede-se as análises de cor e turbidez. A quantidade de sulfato aceita no ensaio será aquela que apresentou boa floculação e os menores valores de cor e turbidez (numa quantidade econômica do produto). OBS.: Cor da água – causada por substâncias solúveis ou suspensão. Turbidez – caracterizada pela ocorrência de partículas em suspensão. 3.3.2 – Monitoramento no laboratório central Além das análises realizadas nas ETA’s, a portaria 1469/00 do Ministério da Saúde também exige que sejam monitorados parâmetros orgânicos e inorgânicos que podem alterar a potabilidade da água, bem como sua aceitação para consumo humano. Como alguns parâmetros possuem forma de análise mais complexa, torna-se necessário a existência de um laboratório que possua equipamentos mais sofisticados, como por exemplos os cromatógrafos líquidos e gasosos e o espectrofotômetro de absorção atômica. Neste laboratório são realizadas as seguintes análises:  Laboratório físico-químico (freqüência semestral) pH, cor, turbidez, alcalinidade, condutividade, cloretos, dureza total, cálcio, sulfato, amônia, nitrito e nitrato. Além destas, nas águas brutas, também são realizadas: Fosfato total, oxigênio dissolvido, e demanda bioquímica de oxigênio.  Laboratório de absorção atômica (freqüência semestral) São realizadas as análises de ferro, manganês, sódio, potássio, cádmio, cobre, chumbo, zinco, cromo total (em águas bruta e tratada). Fig. 24 – Laboratório da ETA
  • 12. 17  Laboratório de cromatografia gasosa (semestral) Análises de resíduos de pesticidas  Laboratório de hidrobiologia Contagem e identificação de algas (semanal, mensal, bimestral e trimestral, a depender do número de células / ml de água)  Laboratório de produtos químicos Sulfato de alumínio líquido e granulado; Hipoclorito de cálcio  Laboratório de cromatografia líquida Análise de toxinas (em fase de teste)  Laboratório bacteriológico (mensal) Fig. 25 – Laboratório físico-químico Fig. 26 – Laboratório de Bacteriologia
  • 13. 18 A partir dos fatos abordados nesta apostila acredita-se que o tratamento da água e o controle de qualidade da mesma foi devidamente apresentado de forma clara e objetiva cujo aspecto evidenciou-se com a utilização de fotos retratando o processo. Tendo a água uma função extremamente valiosa para o ser humano e sendo um recurso prestes a se esgotar, espera-se que o leitor reflita sobre a necessidade da ação conjunta no sentido de contribuir para a formação de uma preservação dos recursos hídricos. Nos anos de 1999 a 2000, o Estado passou por uma crise no fornecimento de água muito sério, cujo fato resultou num racionamento que teve sua escala de abastecimento de 24x120h, ou seja, um dia com água e cinco sem. Este problema se agravou em virtude da longa estiagem ocorrida neste período. Considerando-se esta incerteza meteorológica cabe a nós economizar, utilizá-la de forma racional, controlar a poluição e se envolver em ações concretas de transformação desta realidade.
  • 14. 19  DI BERNARDO, L. Métodos e Técnicas de Tratamento de água Volume I / Luiz Di Bernardo - Rio de Janeiro. ABES, 1993.  BARROS, R.T.V. et al. Saneamento. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 221p. (Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os Municípios, 2), 1995  Brasil. CONAMA. Resolução 20, de 18/06/1986 Estabelece classificação das águas, salobras e salinas do território nacional.  BONHENBERGER, J.C. Sistemas públicos de abastecimento de água. Viçosa: Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Viçosa, 1993.  Técnica de abastecimento e tratamento de água – vol 2: tratamento de água. 3 ed. São Paulo: CETESB: ASCETESB, 1987.  DACASH, N.G. Saneamento Básico. 3 ed. Rio de Janeiro: Editora Didática e Científica, 1990.  Considerações teóricas do tratamento da água. Recife: COMPESA – GPR (Gerência de Produção do Recife), 1999.  Relatório do Sistema Tapacurá. Recife: COMPESA – GPR, 2000.  Apostila de Treinamento da operação. Recife: COMPESA – GPR, 2000.  OLIVEIRA, W.E, de et al. Técnica de abastecimento e tratamento de água. 2 ed. rev. São Paulo. CETESB, 1976. v. 10.  LIMA, J.C.A.L. de. Água: Abundância e escassez. Recife: COMPESA, Diretoria de Operações, GERE, 2001.  SERRA, J. Portaria nº 1469, de 29 de dezembro de 2000. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.  www.compesa.com.br/tratamento_dagua.htm
  • 15. 20 A - Breve Histórico do Saneamento A análise da situação atual passa pela visão que todos nós devemos ter da evolução histórica do abastecimento d’água na região metropolitana do Recife, assim sendo apresentamos a seguir de forma bastante resumida os principais eventos ocorridos na RMR desde os primeiros momentos em que foi iniciada a colonização de nosso Estado. Os primeiros meios de abastecimento d’água em nossa Região, datam dos idos de 1540, quando em Olinda foi instalada a Sede da Administração da Capitania de Pernambuco, doada ao Fidalgo Duarte Coelho Pereira, em 1534, através de uma Carta Régia assinada por D. João III. Do engenho Nossa Senhora da Ajuda, bem próximo a Olinda e pertencente a Jerônimo de Albuquerque, vinha água fresca em abundância para o abastecimento da localidade. Daí se transportava ao Recife em canoas abertas, pois a água que se tirava dos poços era salobra e a dos rios que confluíam em torno da povoação era imprestável para ser bebida. O Príncipe Maurício de Nassau mandou construir palácios, fortes, canais, pontes, etc. No entanto, um problema de capital importância atingia as pessoas que moravam na cidade, era o abastecimento d’água potável. No Recife, de então, o abastecimento era feito através de cisternas em que se acumulavam as águas da chuva. Existiam onde está o Quartel das Cinco Pontas as cacimbas públicas de Ambrósio Machado. Também se tirava água de outros poços onde se captava o líquido do lençol freático. Mandava-se buscar em canoas, pipas ou barris, água do Capibaribe, do Beberibe e do Apipucos, em pontos distantes do bairro do Recife, sendo vendida em domicílio pelos “aguadeiros”. De obtenção difícil, custosa no preço, poluída e contaminada, foi a água com que a população recifense contou para as suas necessidades domésticas nesses recuados tempos. A água mais abundante procedia do Rio Beberibe, que banhava Olinda. Havia-se levantado no Varadouro de Olinda um paredão barrando o Rio Beberibe e aí se colhia água para vender no Recife e na própria Olinda. Por volta de 1750 realizaram-se em Olinda notáveis melhoramentos na captação das águas do Rio Beberibe para o consumo público. Construíram no Varadouro um cais, uma ponte com arco e uma represa, os quais impediam que o rio fosse atingido pelas marés altas. Vinte e quatro torneiras deixaram a água jorrar à vontade. A instalação solene da Companhia Beberibe ocorreu em 1837 e projetava dotar o Recife de um serviço de água encanada. Em 1847, ficaram concluídos os serviços de captação d’água do Açude do Prata, em Dois Irmãos. A distribuição era feita através de oito chafarizes localizados respectivamente, na Praça da Boa Vista, no Pátio do Carmo, no Pátio do Paraíso, na Ribeira, no Passeio Público, na Tempae, na Soledade e na subida da Ponte da Boa Vista. Posteriormente foram instalados mais quatorze chafarizes, atingindo-se o total de vinte e dois. Um grande reservatório fora construído na rua do Pires, a caixa da Boa Vista, situada onde hoje se ergue o Hotel Central. Em 1887, foram concluídas as ampliações do sistema a partir de galerias filtrantes às margens do Açude do Prata, tendo sido também construída a Estação Elevatória de Dois Irmãos e um reservatório em um morro próximo, que ficou na altura de 75 metros. O sistema de distribuição d’água passou a funcionar com alta pressão, constituindo-se de fato, em um melhoramento significativo.
  • 16. 21 Em julho de 1909, o Governador do Estado Herculano Bandeira convidou o engenheiro Francisco Saturnino de Brito para assumir a direção dos trabalhos de saneamento de Recife, o qual estava na época responsável pelo saneamento da cidade de Santos. Em 02 de outubro de 1912, o Governo realizou a encampação da companhia do Beberibe, anexando-a à Diretoria de Viação e Obras Públicas e posteriormente, à Comissão de Saneamento. Em 14 de abril de 1918 foi concluído e inaugurado o Abastecimento d’água, sendo as águas colhidas no ribeirão de Gurjaú, afluente do rio Pirapama. De 1920 a 1952, foram feitas diversas pequenas obras de ampliação do sistema de abastecimento d’água de Recife, dentre elas destacamos: - Capitação no rio Beberibe e tratamento em Alto do Céu; - Captação e tratamento em Jangadinha; - Ampliação e modernização do sistema de Gurjaú. Entre 1956 e 1965 foram executadas as obras de ampliação do Sistema de abastecimento d’água de Recife, através do sistema de Monjope; já em 1958 foi colocada em funcionamento a primeira etapa do sistema com a construção parcial da estação de tratamento. A entidade responsável pelo saneamento atravessou sucessivas modificações após a extinção da Companhia do Beberibe, quando foi criada a Comissão de Saneamento transformada em Repartição de Saneamento (1915), Diretoria de Saneamento do Estado (1937), em Departamento de Saneamento do Estado (1946), esse atuando preponderamente na capital. A interiorização do saneamento, em termo efetivo, ocorreu a partir de 1949, quando foi criado o Fundo de Saneamento do Interior, permitindo a construção ou ampliação de vários sistemas, entre os quais, Caruaru, Garanhuns, Bezerros, Afogados da Ingazeira, Bonito, Sertânia, Vitória de Santo Antão, Timbaúba, Vicência e São Joaquim do Monte. O DSE foi extinto em 1970, sendo substituído por três entidades distintas, o Saneamento do Recife S.A – SANER, o Saneamento do Interior de Pernambuco S.A. – SANEPE, além de uma autarquia estadual denominada Fundo de Saneamento de Pernambuco – FUNDESPE. Com o advento do Plano Nacional de Saneamento – PLANASA, definido pelo Governo Federal, foi necessário a criação de um órgão de coordenação geral que proporcionasse a integração econômico- financeiro de todo o sistema de saneamento. Em 1971 foi criada a Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA, extinguiu-se o Fundo de Saneamento de Pernambuco – FUNDESPE, passando a SANER e SANEPE a funcionar como subsidiárias da nova empresa holding. Tendo a incorporação das subsidiárias e a transformação em uma empresa única, sido feita em julho de 197411 . 11 11 www.compesa.com.br/tratamento_dagua.htm
  • 17. 22 B - Formas de se evitar o desperdício de água A população está constantemente aumentando e com ela os problemas relacionados à água, como poluição e desperdício. Independente de ser água do rio ou do subsolo, poluindo e explorando descontroladamente acarretará a falta do produto. Portanto, deve-se ter consciência da situação e contribuir para a manutenção deste líquido tão preciso e essencial à vida diária. Destaca-se abaixo alguns desperdícios mais comuns com dicas de economia: Conserte os vazamentos. Não deixe válvulas e torneiras vazando. Mantenha a torneira fechada enquanto escova os dentes. Ao tomar banho mantenha a torneira fechada enquanto se ensaboa. O uso da mangueira nesta atividade também não é recomendável. É comum se ver pessoas lavando o carro mantendo a torneira constantemente aberta. Então procure usar o balde pois terá uma economia considerável de água. Regar o jardim com mangueira é muito mais fácil, no entanto, desperdiça muita água. Procure utilizar o regador preferencialmente ao anoitecer pois assim a planta vai aproveitar melhor a água.
  • 18. 23 C – Layout da ETA 01 – Prédio da Administração 02 – Área Coberta 03 – Corredor de Comando dos Filtros 04 – Prédio de Química 05 – Oficina Mecânica 06 – Oficina Elétrica 07 – Prédio da Cantina 08 – Portaria 09 – Calha Parshall 10 – Tanque de Coagulação 11 – Canal de Coagulação 12 – Floculadores (1ª etapa) 13 – Floculadores (2ª etapa) 14 – Decantadores (1ª etapa) 15 – Decantadores (2ª etapa) 16 – Canal de água Decantada (1ª e 2ª etapa) 17 – Filtros (meio filtrante) 18 – Cascata 19 – Caixa de Reunião 20 – Caixa de Distribuição 21 – Reservatório de Distribuição I 22 – Reservatório de Distribuição II 23 – Reservatório de Distribuição III
  • 19. 24 D – Esquema Hidráulico do Sistema Tapacurá
  • 20. 25 E – Esquema do leito filtrante 33 mm Sistema de coleta d’água fitrada e lavagem ascencional com ar e água por fundo falso/crepina:Vista lateral Sistema de coleta d’água filtrada e lavagem ascencional com ar e água por fundo falso/crepina:Vista superior Ranhuras 0,6mm Argamassa de cimento 60 mm 100 mm 252 mm Laje do filtro Crepina para coleta d’água filtrada e lavagem ascencional com ar e água Abertura para passagem de ar
  • 21. 26 E – Esquema do leito Sistema de distribuição tipo manifold
  • 22. 27 F – Esquema dos Decantadores Calhas de coletaFluxo Vista superior Canal de água floculada Cortina Entrada de água Canal de água floculada Orifícios Partículas decantadas Canal de água decantada Vista lateral Esgoto Decantador convencional Calhas de coleta
  • 23. 28 Canal de água floculada Fluxo Esgoto Detalhe do módulo Sentido do fluxo d’água Sentido do fluxo das partículas Decantador modular
  • 24. 29 C - Informações adicionais da ETA Estação de Tratamento de água Presidente Castello Branco (ETA) Construída em 1974 Inaugurada em 12/03/1975 Tipo de ETA: Convencional Sistema: Tapacurá Mananciais aduzidos: Tapacurá, Duas Unas, e Capibaribe Vazão (aduzida): 4,0 m³/s Unidade de Mistura rápida: Calha Parshall de 3,05 m (garganta). 1ª Etapa – 1975 Quant. Dimensões (m) Volume Unitário (m³) Área Unitária (m²) Capacidade Nominal (m³/s) Floculadores Mecânicos 04 20,95x21,21x3,0 1.326,1 ------ 2,95 Decantadores Convencionais 04 82,0x20,70x4,0 ------ 1697,4 2,36 Filtros descendentes 08 6,60x11,0x ------ 72,6 1,68 2ª Etapa – 1982 Quant. Dimensões (m) Volume Unitário (m³) Área Unitária (m²) Capacidade Nominal (m³/s) Floculadores Mecânicos 04 3 células de: 10,0x19,0x3,2 1.824 960 2,13 Decantadores Modulares 04 20,50x19,10x ------ 391,55 2,17 Filtros descendentes 08 5,60x13,20 ------ 73,92 1,71  Produtos químicos utilizados no tratamento: sulfato de alumínio líquido, carvão ativado em pó e cloro gasoso.  A reservação consta de três reservatórios: - Reservatório I e II com capacidade para 23.000 m³ cada, construídos na 1ª etapa; - Reservatório III com capacidade para 35.000 m³ construído na 2ª etapa. Total de armazenamento: 81.000 m³. Freqüência de lavagem dos tanques: Filtros: Possui um intervalo de aproximadamente 40 horas até a próxima lavagem. A cada duas horas está se lavando um filtro pois é o tempo necessário para que caixa de água do elevado encha novamente.
  • 25. 30 Decantador: Permanece operando por um período aproximado de 30 dias (dependendo da estação do ano) Reservatório: Não há tempo determinado para a lavagem mas pode ocorrer por motivo de parada do sistema. OBS 1: A água de lavagem dos filtros e o lodo do decantador são recolhidos numa lagoa próxima a ETA, isolada para esse fim. OBS 2: O volume total de água na caixa do elevado corresponde a 600m³. A mesma é utilizada na aplicação do sulfato, na formação do vácuo para injeção de cloro gasoso e na lavagem dos filtros que corresponde aproximadamente 450m³ de água em cada lavagem.
  • 26. 31 9.8 - Tabela do Padrão de potabilidade da portaria 1469/00 do ministério da saúde de 29/12/2000 A água potável deve estar em conformidade com o padrão microbiológico conforme Tabela , a seguir: TABELA 1 PADRÃO MICROBIOLÓGICO DE POTABILIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO PARÂMETRO VMP(1) Água para consumo humano(2) Escherichia coli ou coliformes termotolerantes Ausência em 100 ml Água na saída do tratamento Coliformes totais Ausência em 100 ml Água tratada no sistema de distribuição (reservatórios e rede) Escherichia coli ou coliformes termotolerantes(3) Ausência em 100 ml Coliformes totais Sistemas que analisam 40 ou mais amostras por mês:  Ausência em 100 ml em 95% das amostras examinadas no mês; Sistemas que analisam menos de 40 amostras por mês:  Apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100 ml NOTAS: (1) Valor máximo permitido. (2) Água para consumo humano em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas, nascentes, dentre outras. (3) A detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada. § 1º No controle da qualidade da água, quando forem detectadas amostras com resultado positivo para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, novas amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que as novas amostras revelem resultado satisfatório. Nos sistemas de distribuição, a recoleta deve incluir, no mínimo, três amostras simultâneas, sendo uma no mesmo ponto e duas outras localizadas a montante e a jusante. § 2º As amostras com resultados positivos para coliformes totais devem ser analisadas para Escherichia coli e, ou, coliformes termotolerantes, devendo, neste caso, ser efetuada a verificação e confirmação dos resultados positivos.
  • 27. 32 § 3º O percentual de amostras com resultado positivo de coliformes totais em relação ao total de amostras coletadas nos sistemas de distribuição deve ser calculado mensalmente, excluindo as amostras extras (recoleta). § 4º O resultado negativo para coliformes totais das amostras extras (recoletas) não anula o resultado originalmente positivo no cálculo dos percentuais de amostras com resultado positivo. § 5º Na proporção de amostras com resultado positivo admitidas mensalmente para coliformes totais no sistema de distribuição, expressa na Tabela 1, não são tolerados resultados positivos que ocorram em recoleta, nos termos do § 1º desse artigo. § 6º Em 20% das amostras mensais para análise de coliformes totais nos sistemas de distribuição, deve ser efetuada a contagem de bactérias heterotróficas e, uma vez excedidas 500 unidades formadoras de colônias (UFC) por ml, devem ser providenciadas imediata recoleta, inspeção local e, se constatada irregularidade, outras providências cabíveis. § 7º Em complementação, recomenda-se a inclusão de pesquisa de organismos patogênicos, com o objetivo de atingir, como meta, um padrão de ausência, dentre outros, de enterovírus, cistos de Giardia spp e oocistos de Cryptosporidium sp. § 8º Em amostras individuais procedentes de poços, fontes, nascentes e outras formas de abastecimento sem distribuição canalizada, tolera-se a presença de coliformes totais, na ausência de Escherichia coli e, ou, coliformes termotolerantes, nesta situação devendo ser investigada a origem da ocorrência, tomadas providências imediatas de caráter corretivo e preventivo e realizada nova análise de coliformes. Art. 12 Para a garantia da qualidade microbiológica da água, em complementação às exigências relativas aos indicadores microbiológicos, deve ser observado o padrão de turbidez expresso na Tabela 2, abaixo: TABELA 2 PADRÃO DE TURBIDEZ PARA ÁGUA PÓS-FILTRAÇÃO OU PRÉ-DESINFEÇÃO TRATAMENTO DA ÁGUA VMP(1) Desinfeção (água subterrânea) 1,0 UT (2) em 95% das amostras Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta) 1,0 UT(2) Filtração lenta 2,0 UT(2) em 95% das amostras NOTAS: (1) Valor máximo permitido. (2) Unidade de turbidez.
  • 28. 33 § 1º Dentre os 5% dos valores permitidos de turbidez superiores aos VMP estabelecidos na Tabela 2, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser de 5,0 UT, assegurado, simultaneamente, o atendimento ao VMP de 5,0 UT em qualquer ponto da rede no sistema de distribuição. § 2º Com vistas a assegurar a adequada eficiência de remoção de enterovírus, cistos de Giardia spp e oocistos de Cryptosporidium sp., recomenda-se, enfaticamente, que, para a filtração rápida, se estabeleça como meta a obtenção de efluente filtrado com valores de turbidez inferiores a 0,5 UT em 95% dos dados mensais e nunca superiores a 5,0 UT. § 3º O atendimento ao percentual de aceitação do limite de turbidez, expresso na Tabela 2, deve ser verificado, mensalmente, com base em amostras no mínimo diárias para desinfeção ou filtração lenta e a cada quatro horas para filtração rápida, preferivelmente, em qualquer caso, no efluente individual de cada unidade de filtração. Art. 13. Após a desinfeção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/l, sendo obrigatória a manutenção de no mínimo, 0,2 mg/l em qualquer ponto da rede de distribuição, recomendando-se que a cloração seja realizada em pH inferior a 8,0 e tempo de contato mínimo de 30 minutos. Parágrafo único. Admite-se a utilização de outro agente desinfetante ou outra condição de operação do processo de desinfeção, desde que fique demonstrado pelo responsável pelo sistema de tratamento uma eficiência de inativação microbiológica equivalente à obtida com a condição definida neste artigo. Art. 14. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de substâncias químicas que representam risco para a saúde expresso na Tabela 3, a seguir: TABELA 3 PADRÃO DE POTABILIDADE PARA SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS QUE REPRESENTAM RISCO À SAÚDE PARÂMETRO UNIDADE VMP(1) INORGÂNICAS Antimônio mg/L 0,005 Arsênio mg/L 0,01 Bário mg/L 0,7 Cádmio mg/L 0,005 Cianeto mg/L 0,07 Chumbo mg/L 0,01 Cobre mg/L 2 Cromo mg/L 0,05 Fluoreto(2) mg/L 1,5 Mercúrio mg/L 0,001 Nitrato (como N) mg/L 10 Nitrito (como N) mg/L 1 Selênio mg/L 0,01
  • 29. 34 ORGÂNICAS Acrilamida g/L 0,5 Benzeno g/L 5 Benzoapireno g/L 0,7 Cloreto de Vinila g/L 5 1,2 Dicloroetano g/L 10 1,1 Dicloroeteno g/L 30 Diclorometano g/L 20 Estireno g/L 20 Tetracloreto de Carbono g/L 2 Tetracloroeteno g/L 40 Triclorobenzenos g/L 20 Tricloroeteno g/L 70 AGROTÓXICOS Alaclor g/L 20,0 Aldrin e Dieldrin g/L 0,03 Atrazina g/L 2 Bentazona g/L 300 Clordano (isômeros) g/L 0,2 2,4 D g/L 30 DDT (isômeros) g/L 2 Endossufan g/L 20 Endrin g/L 0,6 Glifosato g/L 500 Heptacloro e Heptacloro epóxido g/L 0,03 Hexaclorobenzeno g/L 1 Lindano (Gama HCH) g/L 2 Metolacloro g/L 10 Metoxicloro g/L 20 Molinato g/L 6 Pendimetalina g/L 20 Pentaclorofenol g/L 9 Perpetrina g/L 20 Propanil g/L 20 Simazina g/L 2 Trifuralina g/L 20 CIANOTOXINAS Microcistinas(3) g/L 1,0 DESINFETANTES E PRODUTOS SECUNDÁRIOS DA DESINFEÇÃO(4) Bromato mg/L 0,025 Clorito mg/L 0,2 Cloro livre mg/L 5 Monocloramina mg/L 3 2,4,6 Triclorofenol mg/L 0,2 Trihalometanos Total mg/L 0,1
  • 30. 35 NOTAS: (1) Valor máximo permitido. (2) Os valores recomendados para a concentração de íon fluoreto devem observar a legislação específica vigente relativa à fluoretação da água, em qualquer caso devendo ser respeitado o VMP desta Tabela. (3) É aceitável a concentração de até 10 g/l de microcistinas em até 3 (três) amostras, consecutivas ou não, nas análises realizadas nos últimos 12 (doze) meses. (4) Análise exigida de acordo com o desinfetante utilizado. § 1º Recomenda-se que as análises para cianotoxinas incluam a determinação de cilindrospermopsina e saxitoxinas (STX), observando, respectivamente, os valores limites de 15,0 g/l e 3,0 g/l de equivalentes STX/l. § 2º Para avaliar a presença dos inseticidas organofosforados e carbamatos na água, recomenda-se a determinação da atividade da enzima acetilcolinesterase, observando os limites máximos de 15% ou 20% de inibição enzimática, quando a enzima utilizada for proveniente de insetos ou mamíferos, respectivamente. Art. 15. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de radioatividade expresso na Tabela 4, a seguir: TABELA 4 PADRÃO DE RADIOATIVIDADE PARA ÁGUA POTÁVEL PARÂMETRO UNIDADE VMP(1) Radioatividade alfa global Bq/L 0,1(2) Radioatividade beta global Bq/L 1,0(2) NOTAS: (1) Valor máximo permitido. (2) Se os valores encontrados forem superiores aos VMP, deverá ser feita a identificação dos radionuclídeos presentes e a medida das concentrações respectivas. Nesses casos, deverão ser aplicados, para os radionuclídeos encontrados, os valores estabelecidos pela legislação pertinente da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, para se concluir sobre a potabilidade da água. Art. 16. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de aceitação de consumo expresso na Tabela-5, a seguir:
  • 31. 36 TABELA 5 PADRÃO DE ACEITAÇÃO PARA CONSUMO HUMANO PARÂMETRO UNIDADE VMP(1) Alumínio mg/L 0,2 Amônia (como NH3) mg/L 1,5 Cloreto mg/L 250 Cor Aparente UH(2) 15 Dureza mg/L 500 Etilbenzeno mg/L 0,2 Ferro mg/L 0,3 Manganês mg/L 0,1 Monoclorobenzeno mg/L 0,12 Odor -- Não objetável(3) Gosto -- Não objetável(3) Sódio mg/L 200 Sólidos Dissolvidos Totais mg/L 1000 Sulfato mg/L 250 Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,05 Surfactantes mg/L 0,5 Tolueno mg/L 0,17 Turbidez UT(4) 5 Zinco mg/L 5 Xileno mg/L 0,3 NOTAS: (1) Valor máximo permitido. (2) Unidade Hazen (mg Pt-Co/l). (3) Critério de referência. (4) Unidade de turbidez.  1º Recomenda-se que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5.  2º Recomenda-se que o teor máximo de cloro residual livre, em qualquer ponto do sistema de abastecimento, seja de 2,0 mg/l.  3º Recomenda-se a realização de testes para detecção de odor e gosto em amostras de água coletadas na saída do tratamento e na rede de distribuição de acordo com o plano mínimo de amostragem estabelecido para cor e turbidez nas Tabelas 6 e 7. Art. 17. As metodologias analíticas para determinação dos parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e de radioatividade devem atender às especificações das normas nacionais que disciplinem a matéria, da edição mais recente da publicação Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, de autoria das instituições American Public Health Association (APHA), American Water Works Association (AWWA) e Water Enviroment Federation (WEF), ou normas publicadas pela ISO (International Standardzation Organization).
  • 32. 37  1º Para análise de cianobactérias e cianotoxinas e comprovação de toxicidade por bioensaios em camundongos, até o estabelecimento de especificações em normas nacionais ou internacionais que disciplinem a matéria, devem ser adotadas as metodologias propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua publicação Toxic Cyanobacteria in Water: a guide to their public health consequences, monitoring and management.  2º Metodologias não contempladas nas referências citadas no  1º e “caput” deste artigo, aplicáveis aos parâmetros estabelecidos nesta Norma, devem, para ter validade, receber aprovação e registro pela FUNASA.  3º As análises laboratoriais para o controle e a vigilância da qualidade da água podem ser realizadas em laboratório próprio ou não que, em qualquer caso, deve manter programa de controle de qualidade interna ou externa ou ainda ser acreditado ou certificado por órgãos competentes para esse fim12 . 12 12 SERRA, J. Portaria nº 1469, de 29 de dezembro de 2000. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
  • 33. 38 Glossário de Termos  Adutora – Canal, galeria ou encanamento destinado a conduzir as águas de um manancial.  Alga – Família de plantas da classe das criptogâmicas, que vivem no fundo ou na superfície de águas salgadas ou doces.  Aglutinação – Ato ou efeito de unir, reunir ou ligar.  Barragem de acumulação – Construção que se destina a represar água para utilização no abastecimento de cidades, em irrigação ou em produção de energia.  Coagulação – Preparação das partículas de sujeira para que possam se aglutinar.  Corrosividade – Destruição ou dano progressivo de um material proveniente da ação de algum agente.  Captação – Ato ou efeito de apanhar, atrair ou colher alguma coisa.  Contenção – Ato de reprimir ou refrear algo.  Convencional – Aquilo que é consagrado ou aprovado pelo uso, pela experiência.  Dosador – Equipamento destinado a regular a quantidade do produto a ser ministrado.  Deposição – Ato ou efeito de depor (assentar, ir para o fundo).  Estação Elevatória – Estação de um sistema de um esgoto ou de abastecimento de água, na qual o líquido é levado, por meio de bombas, para um reservatório situado em nível superior ao terreno circundante.  Floco – Partícula que se forma a partir da aglutinação da sujeira na água.  Granulometria – Proporções relativas com que partículas de diferentes dimensões entram na composição de um solo ou de um agregado. (Tamanho dos grãos de areia).  Potável – Que é bom para se beber.  Matéria Orgânica – Pertinente ou própria dos compostos de carbono com algumas exceções.  Microorganismo patogênico – Tipo de micróbio causador de fermentações e doenças infecciosas.  Manancial – Nascente ou fonte de água.  Monitoramento – Acompanhamento e avaliação de dados
  • 34. 39  Oxidação – Processo em que ocorrem o aumento do número de cargas positivas de íon proveniente da combinação de uma substância com o oxigênio.  pH – Parâmetro físico que mede o grau de acidez ou basicidade de uma substância, também definido como o logaritmo decimal do inverso da atividade dos íons hidrogênio numa solução.  Proliferação – Ato ou efeito de ter prole ou geração, reproduzir-se.  Reservatório – Lugar amplo apropriado para acumular certas coisas.  Suspensão – Líquido em que flutuam pequenas partículas sólidas.  Toxidade – Caráter do que e tóxico (que tem a propriedade de envenenar).  Vaporizador – Equipamento utilizado para converter em vapor.  Vazão – Porção de líquido ou de gás fornecida por uma corrente fluida, na unidade de tempo.