Este documento descreve um projeto desenvolvido por três professoras na Escola Municipal Jorge Amado em Foz do Iguaçu para conscientizar estudantes sobre segurança no trânsito. O projeto usa várias mídias e disciplinas ao longo de cinco semanas para ensinar sobre regras de trânsito, sinalização e comportamentos seguros. Um jornal será produzido no final para compartilhar o que foi aprendido.
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
AMÁBILE APARECIDA SPERANDIO DE SOUZA
CLODOALDO GOMES DE CARVALHO
WALKIRIA SAYURI SCHUETZ OHKUBO
DESENVOLVENDO A IDENTIDADE NO TRÂNSITO
FOZ DO IGUAÇU
2013
2. AMÁBILE APARECIDA SPERANDIO DE SOUZA
CLODOALDO GOMES DE CARVALHO
WALKIRIA SAYURI SCHUETZ OHKUBO
DESENVOLVENDO A IDENTIDADE NO TRÂNSITO
Trabalho apresentado como requisito
parcial para conclusão do curso de
Aperfeiçoamento em Mídias Integradas
na Educação da Universidade Federal do
Paraná – UFPR.
Orientador: Professora Cristiane
MIchels Beckhauser.
FOZ DO IGUAÇU
2013
3. CURSO MÍDIAS INTEGRADAS NA EDUCAÇÃO
TRABALHO FINAL
Desenvolvendo a Identidade no trânsito
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Este trabalho será desenvolvido num âmbito escolar, voltado para a
comunidade que permeia a Escola Municipal Jorge Amado, visto que ocorrem
inúmeros incidentes relacionados ao comportamento dos usuários do trânsito local,
neste sentido o projeto Desenvolvendo a Identidade no trânsito foca uma formação
inicial da importância dos cuidados a serem observados no trajeto casa-escola e
vice-versa.
1.1 Público envolvido
O público alvo a ser envolvido nesta proposta, estará composto pelos alunos
da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, bem como os alunos
matriculados especificamente na Classe Especial.
No desenvolvimento deste projeto estão envolvidos os integrantes das
instancias colegiadas desta instituição pública de ensino.
1.2 Integração de mídias no processo ensino aprendizagem
O projeto integrará a mídia impressa, TV, informática, internet.
1.3 Período de realização do projeto
A realização desta proposta requer um tempo estimado de três semanas, nos
quais serão apresentados aos profissionais envolvidos, onde será realizada as
4. atividades propostas em sala de aula, e ainda no desenvolvimento de atividades
lúdicas e extraclasse.
2 PROBLEMA
A constatação dos inúmeros problemas relacionados ao comportamento dos
alunos no entorno da escola em função do desconhecimento da legislação de
trânsito voltada na perspectiva dos pedestres é a preocupação dos professores da
Escola Municipal Jorge Amado que através do desenvolvimento de um Projeto de
conscientização pretende envolver toda a comunidade escolar, a fim de amenizar os
problemas que tornaram-se frequentes no entorno da referida instituição.
Assim apoiados pela direção escolar e pedagógica, o intuito é entrelaçar o
projeto aos professores regentes e aos de Áreas Específicas, envolvendo a
professora de informática Educacional, a comunidade escolar, estagiários e
voluntários.
3 ABORDAGEM PEDAGÓGICA
Devido ao grande crescimento tecnológico, bem como o de acessibilidade as
tecnologias midiáticas, ocorrido na ultima década, as mídias tem atualmente grande
relevância na vida cotidiana de cada cidadão, portanto, cabe à escola adequar as
novas tecnologias para ir de encontro com o interesse dos educandos. O uso das
mídias em sala de aula só vem a acrescentar no aprendizado de nossos alunos,
devido ao atrativo e o diferencial que as mesmas proporcionam.
Mesmo com todo avanço da era digital, a mídia impressa mantém-se muito
utilizada no âmbito escolar, devido seu fácil manuseio, seja na utilização de livros,
revistas, folders, jornais, etc. Através desta mídia, o leitor tem contato com diferentes
gêneros textuais existentes, dando base para o desenvolvimento da leitura e escrita.
Os meios de comunicação e informação estão delineados pelas linguagens
complexas, gerando novas formas de produção, recepção e circulação do
conhecimento, fazendo com que os jovens vivenciem experiências de linguagens
que vão muito além da tradição verbal. É importante que a escola saiba lidar com
esses novos modos de compreender, ver e sentir.
Essa evidência transforma a sala de aula em espaço cruzado por
mensagens, signos e códigos que não se ajustam ou se limitam à tradição
5. conteudística e enciclopédica que rege a educação formal (CITELLI, 2006,
p. 161).
A escola e os processos de tecnologias de informação e comunicação não
podem viver em lados opostos, pelo contrário, devem trabalhar juntas para tornar o
processo de aprendizagem mais eficiente e integrado ao universo das crianças e
adolescentes. Defende-se a existência desse novo campo de intervenção social, que
se apresenta com autonomia tendo filosofia própria, história e reconhecimento da
sociedade, não comungando dos mesmos princípios do campo da comunicação.
Devendo funcionar como um campo de mediações, de interdiscursividade.
Há necessidade de teorização e de reflexão crítica sobre os projetos para
que se constitua esse campo, tornando-o um novo espaço de luta material e
discursiva (SOARES, 1999, p. 57).
No trato das inter-relações existentes entre os campos da educação e da
comunicação, Ismar de Oliveira Soares realça que “existem duas frentes de defesa:
uma que vê essa inter-relação apenas como mera interface entre os campos
tradicionais e outra que reconhece o surgimento de um novo campo”. Segundo o
autor, os pesquisadores do primeiro grupo defendem que tanto comunicação quanto
educação são campos historicamente constituídos e fortes. “A educação, para os
mesmos pesquisadores, é legitimada na esfera do oficial, do bem comum, da
necessidade mínima de construção da cidadania, enquanto a comunicação é
reconhecida como inerente ao sistema liberal e transferida para a iniciativa privada”
(SOARES, 2000, p.18). Seguindo esse raciocínio, também o discurso distancia
educação e comunicação. O discurso educacional é enquadrador, oficial, autoritário;
já o discurso comunicacional é desautorizado, aberto, está sempre à procura do
novo. A educação está presa ao Estado, e a comunicação vincula-se ao mercado.
Por essas razões, educação e comunicação jamais poderiam integrar-se, pois
correriam o risco, segundo essa frente de defesa, de perder sua identidade e razão
de ser.
No entanto, aqueles que reconhecem o surgimento de um campo integrador
defendem que o mais importante eixo construtor do novo campo é a
interdiscursividade. Soares afirma que “Para estes, as investigações nesta área de
confluência têm a polifonia discursiva como seu elemento estruturante” (SOARES,
2000, p. 19).
6. Soares cita Paulo Freire ao afirmar que a comunicação é um componente do
processo educativo e não um recorte do “messianismo tecnológico”: “Paulo Freire
afirma que o homem é um ser de relação e não só de contatos como o animal; não
está apenas no mundo, mas com o mundo” (SOARES, 2000, p. 19). Nessa segunda
linha de pensamento, a comunicação passa a ser vista, portanto, como relação,
como modo dialógico de interação do agir. Soares ressalta também a teoria de Mário
Kaplun, “para quem a „Comunicação Educativa‟ existe para dar à educação
métodos e procedimentos para formar a competência comunicativa do educando”
(SOARES, 2000, p. 20). Nesse sentido, a comunicação deixa de ser mero
instrumento utilizado para educar, para se posicionar como eixo central dos
processos educativos. Ela recorda que é preciso educar para a comunicação e não
pela comunicação. O elemento constitutivo do novo campo é a relação entre
comunicação e educação. É essa linha de pensamento que conduzirá nossa
discussão, de forma a apresentar o novo campo e destacar sua importância, pois,
como destaca Soares, a relação entre comunicação e educação está sendo
reconceitualizada e direcionada para uma educação cidadã emancipatória: “O que
esperamos é que seja forte para romper com a narrativa dominante de uma
cidadania associada meramente ao consumo” (SOARES, 2000, p. 21).
A inter-relação entre comunicação e educação inaugura um novo paradigma
discursivo transverso, que se estrutura de um modo processual, midiático,
transdisciplinar e interdiscursivo. De acordo com Soares, o novo campo é vivenciado
na prática dos atores sociais, através de áreas concretas de intervenção social, as
quais veremos adiante. “A interdiscursividade, vale dizer, o diálogo com outros
discursos, é a garantia da sobrevivência do novo campo e de cada uma das áreas
de intervenção, ao mesmo tempo que vai permitindo a construção de sua
especificidade”3. O interdiscurso seria um palco de vozes que polemizam entre si,
dialogam ou complementam-se. Sobre o surgimento do novo campo, Soares lembra
que o Fórum Mídia e Educação, promovido pelo Ministério da Educação em 1999,
reconheceu sua existência, como destacado no Documento Mídia e Educação:
“Reconhecemos a inter-relação entre Comunicação e Educação como um novo
campo de intervenção social e de atuação profissional, considerando que a
informação é um fator fundamental para a Educação” (SOARES, 2000, p. 22). O
Documento recomenda às Faculdades de Comunicação que abram espaço no
7. currículo para questões educacionais, permitindo que o graduado atue como o
profissional direcionado a formar ecossistemas comunicativos.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O projeto será desenvolvido em cinco etapas, cada etapa será composta por
uma semana, onde professores de diferentes disciplinas irão desenvolver ações
didático-pedagógicas voltadas para o desenvolvimento do projeto:
Na primeira semana, os professores regentes, fazem uma abordagem inicial,
com os alunos de todas as séries sobre, uma definição de trânsito, os cuidados com
seu uso, a importância de todos seguirem as normas e regras para o bom
funcionamento do fluxo de veículos e pedestres. O professor de Literatura expõe no
multimídia o slide da HQ da Turma da Mônica: Educação no trânsito não tem
idade. Na aula de dicionário o professor trabalha a ordem alfabética, bem como
vocabulário específico de trânsito. O Professor de matemática trabalha geometria
envolvendo a sinalização vertical e horizontal de trânsito. Na Informática os alunos
vêem o slide do trânsito com música, cantam e realizam atividades que envolvem o
comportamento dos usuários de trânsito, identificando posturas corretas e
incorretas, de condutores de veículos e pedestres.
Na etapa 2, ou seja, segunda semana, a professora regente trabalha com
música, leitura e escrita envolvendo atividades relacionadas com a construção da
melhor frase sobre o trânsito. Na disciplina de Literatura o docente propõe vídeos
relacionados ao trânsito, e faz votação para escolha da melhor frase de para choque
de caminhão. A professora especifica de Dicionário trabalha leitura e significados
dos léxicos relacionados ao tema, usando o dicionário como fonte de pesquisa. E,
na Matemática trabalha-se situações problemas que envolvam o cotidiano das ruas
locais. Durante a aula de informática os alunos assistem a vídeos da internet e
escrevem num editor de texto suas experiências em relação ao tema.
A terceira etapa compõe-se das seguintes ações: com os alunos faz-se uma
excursão pelas ruas para observação dos sinais de trânsito, fotografando os
momentos para a construção de um mural expositivo que será colocado no pátio,
juntamente com cartazes informativos e panfletos educativos sobre a temática do
trânsito. Na Informática os alunos lêem dicas para uma conduta segura da criança
no trânsito, participam de jogos educativos com leitura de placas e trabalham com
8. softwares sobre o tema. A professora regente desenvolve produção de texto fazendo
referência às tragédias que já aconteceram na cidade na saída da escola.
A quarta etapa do projeto, a escola promoverá uma palestra para os pais e
demais membros da comunidade escolar, com um representante da Ong, a qual
desenvolve um trabalho de longa data sobre orientações de condutas no trânsito.
A quinta etapa compõe o final do projeto, onde se dará a produção e
distribuição de um jornal montado com a seleção das atividades e textos
desenvolvidos durante o projeto.
Todas as atividades serão desenvolvidas conforme o nível educacional em
que os alunos estão inseridos.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Julyver Modesto se. Código de Trânsito Brasileiro Anotado. São Paulo:
Letras Jurídicas. 4ª Ed. 2009.
CITELLI, Adilson. Palavras, meios de comunicação e educação. São Paulo: Cortez,
2006.
Panfletos do DETRAN PR – Departamento de Trânsito do Paraná. 2008 e 2009.
CD Amarelinha1 – A canção na Pré escola. Música 14: Semáforo. Paulinas COMEP.
São Paulo. 1996.
SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação: um campo de mediações.
Comunicação & Educação. São Paulo: ECA/USP-Editora Segmento, Ano VII,
set/dez. 2000, nº 19.
____________________. Comunicação/Educação: a emergência de um novo
campo e o perfil de seus profissionais. Contato, Brasília: Ano 1, nº 1, jan/mar 1999.
Sites:
HTTP://www.educaotransito.pr.gov.br/index.php, acesso em 10/07/2013.
HTTP://autoescolarainhadapaz.com/placas_transito/geral.html, , acesso em
10/07/2013
HTTP://www.perkons.com.br/crianca_segura/diversao_gibi_1.php, , acesso em
10/07/2013
http://mundinhodacrianca.blogspot.com.br/2012/09/atividades-sobre-transito.html
Acessado em 04/09/2013 as 21h10.
http://tuca-cantinhoeducativo.blogspot.com.br/2010/09/atividades-semana-do-
transito.html Acessado em 04/09/2013 as 21h18
9. http://www.cpt.com.br/cursos-metodologia-de-ensino/artigos/a-importancia-de-
utilizar-as-midias-na-educacao2.Acessado em 16/09/2013 as 12h55
ANEXOS
MÚSICA: SEMÁFORO
REFRÃO:
VERMELHO,
AMARELO,
VERDE.
SÃO AS CORES DO FAROL (BIS)
SEMÁFORO É UM FAROL
DE TIPO PADRONIZADO.
TÊM TRÊS CORES, QUE
ACENDEM E APAGAM,
MANTEM O TRÂNSITO CONTROLADO.
VERMELHO INDICA PARADO.
AMARELO INDICA: ATENÇÃO.
VERDE INDICA PROSSIGA.
MAS CUIDADO NA DIREÇÃO,
NÃO ENTRE NA CONTRAMÃO!
VEÍCULOS, PEDESTRES,
DEVEM RESPEITAR O FAROL.
DE DIA OU DE NOITE,
COM CHUVA OU COM SOL,
DE DIA OU DE NOITE,
RESPEITEM O FAROL.
NA SAIDA DOS COLÉGIOS,
NAS RUAS CHEIAS DE GENTE,
O FAROL É IMPORTANTE