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As Causas da Riqueza
das Nações?
Claudio de Moura Castro
"" (Camões)

Parte 1
Adam Smith já era?
Ou continua vigente?
Instituições
• Propriedade privada
• Mercado concorrencial
• Império da lei
Investimento e poupança
Uma fábrica

+

= mais
produção
Divisão do trabalho e
especialização de funções:
a raiz da produtividade
A mão invisível
• A busca do interesse individual é o
grande motor do sistema de
mercado
• Quando todos buscam seu
interesse, o benefício para a
coletividade é maior
(limtações)
Civilidade
Smith: as pessoas
são éticas e
civilizadas
"" (Camões)

Parte 2
Revisitando A. Smith
A primeira grande revolução
• Faz dez mil anos  Domesticação dos
cereais  sedentarização  criação
das cidades
• Tudo mais vem daí
A Revolução
Industrial
Mas e o lado bom?
• Roma: 3-4 horas de trabalho para
comprar um pão

• Hoje, 5 minutos
• Pela primeira vez na história os
pobres podem ter um padrão de
vida digno
John
Hume

Adam
Smith

• Ciêntistas + Práticos
 Celeiro intelectual inglês

Stevenson
Os mecânicos que sabiam ler:
• Cientistas não inovavam, não faziam
coisas práticas
• Com avanços da
Educação, mecânicos liam e se
correspondiam sobre ciência
• Com a Lei de Patentes, viam na
inovação o caminho do
enriquecimento
Stephenson: Rocket (1829)

Mais de mil patentes embarcadas!
Civilidade
• Adam Smith supunha civilidade
na Theory of Moral Sentiments
• Traduzindo para hoje: capital
social
Alexis de Toqueville

Capital Social: como o capital
físico, a confiança de uns nos
outros, garante as
transações, mesmo para
quem não tem capital físico
É público, não é propriedade
de alguém
Capacidade de colaboração
“Boa parte do atraso do
mundo se deve à falta de
confiança” "" (Camões)
(Kenneth Arrow, prêmio Nobel)
Lei de Gerson:
“Leve mais vantagem”
Errado! Dá certo é ter confiança!
• Gastos de vigiar aumentam custos
• Fiscalizar contratos é oneroso ou impossível
• Casa de campo sem caseiro? Ônibus sem
cobrador?
• Indústria moderna vulnerável aos funcionários
insatisfeitos
• Sem confiança, perdem-se oportunidades
“Paradoxo do Prisioneiro”:
O dilema da colaboração

[Só falta combinar com os russos]
Vou colher o milho do vizinho?
• O dele está maduro, o meu só em 15 dias
• Sozinho, perco metade da safra, meu vizinho
também
• Se eu ajudar a colher o dele, depois ele pode
ajudar com o meu
• Mas e se eu ajudar o vizinho e depois ele não
me ajudar?
• Se não houver confiança, ambos perdem
metade da safra, péssimo negócio
Se houver cooperação, é o melhor
dos mundos
Mas como conseguir isso?
Esse é o grande problema do
desenvolvimento
Capital Social = Confiança
• Crença: se outro ganhar, eu não vou perder
• Ganha-ganha em uma sociedade moderna
• É preciso que uns apostem na honestidade
e na palavra dos outros
• Confiança gera confiança. Quem confia tem
mais chances da outra pessoa cumprir
• Reciprocidade generalizada: altruismo de
curto prazo e interesse próprio de longo
"" (Camões)

Parte 3
O papel crítico da educação
É simples, quem investe
mais, cresce mais
• Inúmeras pesquisas estatísticas
• Sempre os mesmos resultados
Educação anda junto com
desenvolvimento
Três escolhos na
nossa educação:
É muito ruinzinha
Povo ainda não se convenceu disso
Também não entendeu que sem boa
educação não há desenvolvimento
Qual o termômetro:
estoques ou fluxos??

Fluxos

Estoques
Qual o termômetro:
estoques ou fluxos??

Fluxos
(matrícula nas escolas)

Estoques
(Média de anos de estudo)
Mostram coisas diferentes
• Estoque mostra o perfil de quem
está disponível para trabalhar
• Reflete o esforço, no passado
• Muda muito lentamente
• Fluxo mostra o esforço da escola
• Mede o desempenho presente
Qualidade?
Péssima!
Vejam o PISA 2001:
Pisa:
Mensageiro da notícia ruim
• Último lugar em 2001
• Brasileiros: noção geral do que está
escrito, mas isso é tudo
• SAEB confirma: na quarta série
predominam analfabetos
• INAF: ¾ de analfabetos funcionais
adultos
Os consertos urgentes
• Melhorar a qualidade nos primeiros
anos
• Revolucionar a formação de
professores
• Repensar a estrutura do Médio
• Foco na sala de aula e no ensino
• Apoio a alunos mais fracos
• Pré-escola: Expansão seletiva e
focalizada
• Currículo mais leve, mas fácil, mais
explícito
• Carreira docente:
seleção, incentivos, pagamento por
mérito, reduzir rotatividade e
• Escolha do diretor por mérito e contrato
de gestão
• Melhorar gestão: mais autonomia, apoio
administrativo, melhorar comunicação e
burocracia
• Consolidar avaliação: usar para premiar e
para identificar escolas precisando de
apoio especial

É fazer o feijão com arroz
Ensino Médio:
Um desastre!
Ensino Médio
• Europa: uma escola para cada perfil
de aluno ou área do conhecimento
• Estados Unidos: mesma escola, cada
um faz seu currículo
• Brasil: mesma escola, currículo único
para todos
Se só tem no Brasil e
não é jabuticaba?
Aula é assim?
Os alunos se evadem porque a
escola é chata e longe do seu
mundo
Matérias
demais!
Ouve falar de tudo e
não aprende nada
Decoreba
No nosso ensino não se
pratica, apenas se ouve falar da
prática
PNE não descobriu isso!
O que for
ensinado, que
seja estudado
em
profundidade

A. N. Whitehead (1917).
"" (Camões)

Parte 4
Aprender ofício é coisa séria
Só se aprende
certo com quem
sabe fazer certo!
“O conhecimento mora na
cabeça, mas entra pelas mãos”
(Corporação de Ofício francesa)
Acadêmico e profissional são
bichos diferentes
• Formação profissional tem um
objetivo claro, tem que ter ”pontaria”
• É difícil acoplar oferta e demanda
• Desencontro é o problema mais sério
e mais universal
• Quando anda bem, é a inversão mais
eficiente
Desafios da formação profissional
• Recebe alunos com educação
fraca, precisa compensar
• Pouca formação profissional, para o
tamanho da PEA, sobram pequenos
• Pioneiro em EAD e TI, mas não deu o
salto da grande escala
• Juntar teoria e prática: grande
desafio no técnico
Uma educação fraca altera a
equação do Sistema S
• Parte dos recursos é usada para
oferecer o ensino básico
• Formação profissional fica mais
cara, para reforçar habilidades
básicas
• Autodidatismo requer boa educação
Aprendizado de ofícios
• Mandato histórico
• Bom desempenho, até ótimo
• Não apareceu nada melhor (Lula)
• Persiste deficit de formação
profissional
• O que faz, faz bem, mas falta
muito a ser feito e há ruídos
Vulnerabilidade estrutural

• Se o empresariado paga a
conta, cobra resultados e
emprega o graduado  melhor
solução!
• Mas se empresariado é fraco ou
passivo, não há cobranças
• Federações frágeis ou politizadas
 Sistema S frágil ou politizado
Um novo desafio:
• A desvalorização dos ofícios
manuais qualificados clássicos
• Carpinteiros? Caldeireiros?

(Catalão, Feira das

profissões)

• O bacharelismo, “de com
força”, em edição revista e
aumentada
• Custos aumentam, produtividade
O Sistema S é de Primeiro
Mundo, nos estados em que as
federações e sindicatos patronais
cobram resultados e se abstém de
clientelismo
Apagão da mão de obra:
problema ou solução?
Desenvolvimento é uma
cadeia de desequilíbrios.
A escassez induz novos
investimentos, criando
novos desequilíbrios...
(1958)

A. Hirschman
Apagão é problema
e solução:
• Preços sobem, atraindo
investimento
• Prejudicados reclamam e põem
pressão em quem pode expandir
oferta
Por que a Alemanha
é mais produtiva?
"" (Camões)

Parte 5
Profissionalismo como
identidade e ética
"" (Camões)
As raízes do profissionalismo: as
Corporações de Ofício
• Controle social do exercício
profissional: acesso e qualidade
• Sete anos de aprendizagem
• Acesso por dotes morais
• “Obra prima”, “chef d’oeuvre”
(= “tese de doutoramento”)
Chef d’oeuvre, Meisterstuck
Profissionalismo =
ética do trabalho
• Fazer bem feito é um dever moral
• O hábito da perfeição não depende
de quanto se ganha
• Faço certo porque só sei fazer assim
(tapeteiro)

(crucifixo, encaixe entra cartão de visita?)

• Como só concebo fazer certo, não
preciso ser vigiado
(von Luc)
Para que servem as gravações?
É simples, servem para trazer
felicidade ao marceneiro!
Trabalho lindo 
estética, orgulho, vaidade, felicidade
É o mesmo prazer de um ensaio
bem concebido, escrito e burilado
“A língua é uma ferramenta de
comunicação de todas a mais perfeita
, e as ferramentas (pergunte-se a um
operário) têm de estar limpas e em
condições de trabalhar eficazmente”
(José Saramago)
Profissionalismo combina:
• Ética do dever cumprido
• Estética do trabalho e das
ferramentas impecáveis (bom para a
alma)
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mesmo
(fechar uma gaveta abra a outra)
“Can you see, feel, hear how a
shaving comes out of a plane?”
(J. Krenov, um grande professor de marcenaria sueco-americano)
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"" (Camões)
Ou estas outras? Quais plainas “cantam”?

"" (Camões)
Toshio Odate
As fontes da felicidade
Nessas oficinas?

"" (Camões)
Ou nessas?

"" (Camões)
Nesta oficina?

"" (Camões)

Ou nesta?
Esses formões?

"" (Camões)
Ou estes outros?

"" (Camões)
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Carapina da Silva

"" (Camões)
"" (Camões)
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mais felicidade?
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(George Nakashima)
Profissionalismo não
saiu de moda!
• Mais satisfação no trabalho
• Mais produtividade, mais
qualidade
• Menos supervisão, fiscal mais
duro é o próprio profissional
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todos

(> 8 horas por dia)
“Um excelente bombeiro é infinitamente
mais admirável que um filósofo
incompetente. Uma sociedade que
despreza excelência nos bombeiros, por
ser uma ocupação humilde, e admite
mediocridade nos filósofos, por ser uma
atividade glorificada, nem terá bons
bombeiros e nem boa filosofia. Nem os
canos conterão a água e nem a filosofia as
críticas”
(J. Gardner)
Sociedade fraca em
profissionalismo paga preço
alto
O que a FINDES vai fazer?
"" (Camões)

Parte 6
Ambiente de inovação
Universidade Academicista
•
•
•
•

2% gasto com P&D: OK
13ª em pesquisa no mundo: ótimo
Usar as mãos? Jamais!
Experiência desvalorizada, diplomas
exaltados
• Contraste: Land Grant Colleges
(PUC MG)
Indústria tímida
• P&D das empresas é pouco
• Pouca inovação
• Pequenas nem sabem imitar
• Poucas patentes (Brasil hoje = US em
1850)
E a criatividade individual?
• Só samba e futebol?
• O mundo avança pelas inovações
simples
• Por que os operários não ficam
pensando em melhores soluções?
(CMC)

(Joel

Brastemp)

• Por que o ambiente da fábrica não
incentiva invenções?

(Usiminas, 3k projetos na Embraer!)
"" (Camões)

Parte 7
O papel das lideranças empresariais
Lideranças empresariais
•
•
•
•
•

Interesses da indústria ou do próprio?
A burocracia no setor privado?
Empresa tem a cara do CEO
As representações atrazadas
Quem manda na empresa?
(Yale, devoluções)

(VEMAG, UE)

(pedras)

(Jobs)
"" (Camões)

Parte 8
A mula sem cabeça que
bota fogo pelas ventas!
A burocracia invasiva
O país do “não pode”
• Abrir empresas? Fechar empresas
(Elisa, Meroz, peças usadas em Nashville)

• Se não prejudica ninguém, por que
proibir?

(picolé na farmácia, injeção, CPF e RG para receber encomendas, RG

sem conferir, carteira motorista vencida)

• Habite-se, luz, água insignificante?
(CEMIG, Caporali)

• Eco-terrorismo: o novo inimigo do
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São Tomás de Aquino

”Produzir com
objetivo de lucro trai
os princípios da lei
natural… é pecado tão
grave quanto o
homicídio”
O Capitalismo envergonhado
•
•
•
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Mérito não é valorizado, lucro é feio
Capitalismo de tapetão
A “Síndrome do Coitadinho” (Eike vs Genoino)
A regulamentação como arma de
monopólio
(PRS no RGS)
claudiodemouracastro@positivo.com.br
www.cmcastro.com.br
"" (Camões)

Parte 3
A mágica do agronegócio
Revolução do agronegócio

Norman Borlaug

Alysson Paulinelli
Quem diria….
Brasil virou potência agrícola
Único país com tecnologia para
agricultura tropical
Porque foi possível
Desenvolvimento da pós graduação e
da pesquisa
Avanço na escolaridade requerida para
operar o agronegócio
"" (Camões)

Parte 4
A implacável geografia do
agronegócio
As surpresas
Aparece um empresariado rural
moderno, substituindo o velho
coronel ausente
Agro-negócio só com educação!
A geografia é implacável
• Sul maravilha sempre foi menos ruim
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Claudio de Moura Castro - As Causas da Riqueza das Nações

  • 1. As Causas da Riqueza das Nações? Claudio de Moura Castro
  • 2. "" (Camões) Parte 1 Adam Smith já era? Ou continua vigente?
  • 3. Instituições • Propriedade privada • Mercado concorrencial • Império da lei
  • 4. Investimento e poupança Uma fábrica + = mais produção
  • 5. Divisão do trabalho e especialização de funções: a raiz da produtividade
  • 6. A mão invisível • A busca do interesse individual é o grande motor do sistema de mercado • Quando todos buscam seu interesse, o benefício para a coletividade é maior (limtações)
  • 7. Civilidade Smith: as pessoas são éticas e civilizadas
  • 9. A primeira grande revolução • Faz dez mil anos  Domesticação dos cereais  sedentarização  criação das cidades • Tudo mais vem daí
  • 11. Mas e o lado bom? • Roma: 3-4 horas de trabalho para comprar um pão • Hoje, 5 minutos • Pela primeira vez na história os pobres podem ter um padrão de vida digno
  • 12. John Hume Adam Smith • Ciêntistas + Práticos  Celeiro intelectual inglês Stevenson
  • 13. Os mecânicos que sabiam ler: • Cientistas não inovavam, não faziam coisas práticas • Com avanços da Educação, mecânicos liam e se correspondiam sobre ciência • Com a Lei de Patentes, viam na inovação o caminho do enriquecimento
  • 14. Stephenson: Rocket (1829) Mais de mil patentes embarcadas!
  • 15. Civilidade • Adam Smith supunha civilidade na Theory of Moral Sentiments • Traduzindo para hoje: capital social
  • 16. Alexis de Toqueville Capital Social: como o capital físico, a confiança de uns nos outros, garante as transações, mesmo para quem não tem capital físico É público, não é propriedade de alguém Capacidade de colaboração
  • 17. “Boa parte do atraso do mundo se deve à falta de confiança” "" (Camões) (Kenneth Arrow, prêmio Nobel)
  • 18. Lei de Gerson: “Leve mais vantagem”
  • 19. Errado! Dá certo é ter confiança! • Gastos de vigiar aumentam custos • Fiscalizar contratos é oneroso ou impossível • Casa de campo sem caseiro? Ônibus sem cobrador? • Indústria moderna vulnerável aos funcionários insatisfeitos • Sem confiança, perdem-se oportunidades
  • 20. “Paradoxo do Prisioneiro”: O dilema da colaboração [Só falta combinar com os russos]
  • 21. Vou colher o milho do vizinho? • O dele está maduro, o meu só em 15 dias • Sozinho, perco metade da safra, meu vizinho também • Se eu ajudar a colher o dele, depois ele pode ajudar com o meu • Mas e se eu ajudar o vizinho e depois ele não me ajudar? • Se não houver confiança, ambos perdem metade da safra, péssimo negócio
  • 22. Se houver cooperação, é o melhor dos mundos Mas como conseguir isso? Esse é o grande problema do desenvolvimento
  • 23. Capital Social = Confiança • Crença: se outro ganhar, eu não vou perder • Ganha-ganha em uma sociedade moderna • É preciso que uns apostem na honestidade e na palavra dos outros • Confiança gera confiança. Quem confia tem mais chances da outra pessoa cumprir • Reciprocidade generalizada: altruismo de curto prazo e interesse próprio de longo
  • 24. "" (Camões) Parte 3 O papel crítico da educação
  • 25. É simples, quem investe mais, cresce mais
  • 26. • Inúmeras pesquisas estatísticas • Sempre os mesmos resultados Educação anda junto com desenvolvimento
  • 27. Três escolhos na nossa educação: É muito ruinzinha Povo ainda não se convenceu disso Também não entendeu que sem boa educação não há desenvolvimento
  • 28. Qual o termômetro: estoques ou fluxos?? Fluxos Estoques
  • 29. Qual o termômetro: estoques ou fluxos?? Fluxos (matrícula nas escolas) Estoques (Média de anos de estudo)
  • 30. Mostram coisas diferentes • Estoque mostra o perfil de quem está disponível para trabalhar • Reflete o esforço, no passado • Muda muito lentamente • Fluxo mostra o esforço da escola • Mede o desempenho presente
  • 32. Pisa: Mensageiro da notícia ruim • Último lugar em 2001 • Brasileiros: noção geral do que está escrito, mas isso é tudo • SAEB confirma: na quarta série predominam analfabetos • INAF: ¾ de analfabetos funcionais adultos
  • 33. Os consertos urgentes • Melhorar a qualidade nos primeiros anos • Revolucionar a formação de professores • Repensar a estrutura do Médio
  • 34. • Foco na sala de aula e no ensino • Apoio a alunos mais fracos • Pré-escola: Expansão seletiva e focalizada • Currículo mais leve, mas fácil, mais explícito • Carreira docente: seleção, incentivos, pagamento por mérito, reduzir rotatividade e
  • 35. • Escolha do diretor por mérito e contrato de gestão • Melhorar gestão: mais autonomia, apoio administrativo, melhorar comunicação e burocracia • Consolidar avaliação: usar para premiar e para identificar escolas precisando de apoio especial É fazer o feijão com arroz
  • 37. Ensino Médio • Europa: uma escola para cada perfil de aluno ou área do conhecimento • Estados Unidos: mesma escola, cada um faz seu currículo • Brasil: mesma escola, currículo único para todos
  • 38. Se só tem no Brasil e não é jabuticaba?
  • 40. Os alunos se evadem porque a escola é chata e longe do seu mundo
  • 42. Ouve falar de tudo e não aprende nada
  • 44. No nosso ensino não se pratica, apenas se ouve falar da prática PNE não descobriu isso!
  • 45. O que for ensinado, que seja estudado em profundidade A. N. Whitehead (1917).
  • 46. "" (Camões) Parte 4 Aprender ofício é coisa séria
  • 47. Só se aprende certo com quem sabe fazer certo!
  • 48. “O conhecimento mora na cabeça, mas entra pelas mãos” (Corporação de Ofício francesa)
  • 49. Acadêmico e profissional são bichos diferentes • Formação profissional tem um objetivo claro, tem que ter ”pontaria” • É difícil acoplar oferta e demanda • Desencontro é o problema mais sério e mais universal • Quando anda bem, é a inversão mais eficiente
  • 50. Desafios da formação profissional • Recebe alunos com educação fraca, precisa compensar • Pouca formação profissional, para o tamanho da PEA, sobram pequenos • Pioneiro em EAD e TI, mas não deu o salto da grande escala • Juntar teoria e prática: grande desafio no técnico
  • 51. Uma educação fraca altera a equação do Sistema S • Parte dos recursos é usada para oferecer o ensino básico • Formação profissional fica mais cara, para reforçar habilidades básicas • Autodidatismo requer boa educação
  • 52. Aprendizado de ofícios • Mandato histórico • Bom desempenho, até ótimo • Não apareceu nada melhor (Lula) • Persiste deficit de formação profissional • O que faz, faz bem, mas falta muito a ser feito e há ruídos
  • 53. Vulnerabilidade estrutural • Se o empresariado paga a conta, cobra resultados e emprega o graduado  melhor solução! • Mas se empresariado é fraco ou passivo, não há cobranças • Federações frágeis ou politizadas  Sistema S frágil ou politizado
  • 54. Um novo desafio: • A desvalorização dos ofícios manuais qualificados clássicos • Carpinteiros? Caldeireiros? (Catalão, Feira das profissões) • O bacharelismo, “de com força”, em edição revista e aumentada • Custos aumentam, produtividade
  • 55. O Sistema S é de Primeiro Mundo, nos estados em que as federações e sindicatos patronais cobram resultados e se abstém de clientelismo
  • 56. Apagão da mão de obra: problema ou solução?
  • 57. Desenvolvimento é uma cadeia de desequilíbrios. A escassez induz novos investimentos, criando novos desequilíbrios... (1958) A. Hirschman
  • 58. Apagão é problema e solução: • Preços sobem, atraindo investimento • Prejudicados reclamam e põem pressão em quem pode expandir oferta
  • 59. Por que a Alemanha é mais produtiva?
  • 60. "" (Camões) Parte 5 Profissionalismo como identidade e ética
  • 61.
  • 62.
  • 63.
  • 64.
  • 66. As raízes do profissionalismo: as Corporações de Ofício • Controle social do exercício profissional: acesso e qualidade • Sete anos de aprendizagem • Acesso por dotes morais • “Obra prima”, “chef d’oeuvre” (= “tese de doutoramento”)
  • 68. Profissionalismo = ética do trabalho • Fazer bem feito é um dever moral • O hábito da perfeição não depende de quanto se ganha • Faço certo porque só sei fazer assim (tapeteiro) (crucifixo, encaixe entra cartão de visita?) • Como só concebo fazer certo, não preciso ser vigiado (von Luc)
  • 69. Para que servem as gravações?
  • 70. É simples, servem para trazer felicidade ao marceneiro!
  • 71. Trabalho lindo  estética, orgulho, vaidade, felicidade
  • 72. É o mesmo prazer de um ensaio bem concebido, escrito e burilado “A língua é uma ferramenta de comunicação de todas a mais perfeita , e as ferramentas (pergunte-se a um operário) têm de estar limpas e em condições de trabalhar eficazmente” (José Saramago)
  • 73. Profissionalismo combina: • Ética do dever cumprido • Estética do trabalho e das ferramentas impecáveis (bom para a alma) • Felicidade de fazer com perfeição • Autonomia: presto contas a mim mesmo (fechar uma gaveta abra a outra)
  • 74. “Can you see, feel, hear how a shaving comes out of a plane?” (J. Krenov, um grande professor de marcenaria sueco-americano)
  • 76. Ou estas outras? Quais plainas “cantam”? "" (Camões)
  • 78. As fontes da felicidade
  • 83. Ou estes outros? "" (Camões)
  • 84. Qual melhor cartão de visita? Carapina da Silva "" (Camões)
  • 85. "" (Camões) Qual obra traz mais felicidade?
  • 86. “Pelas mão do marceneiro, as árvores desejam viver de novo” (George Nakashima)
  • 87. Profissionalismo não saiu de moda! • Mais satisfação no trabalho • Mais produtividade, mais qualidade • Menos supervisão, fiscal mais duro é o próprio profissional • Mais qualidade de vida para todos (> 8 horas por dia)
  • 88. “Um excelente bombeiro é infinitamente mais admirável que um filósofo incompetente. Uma sociedade que despreza excelência nos bombeiros, por ser uma ocupação humilde, e admite mediocridade nos filósofos, por ser uma atividade glorificada, nem terá bons bombeiros e nem boa filosofia. Nem os canos conterão a água e nem a filosofia as críticas” (J. Gardner)
  • 89. Sociedade fraca em profissionalismo paga preço alto O que a FINDES vai fazer?
  • 91. Universidade Academicista • • • • 2% gasto com P&D: OK 13ª em pesquisa no mundo: ótimo Usar as mãos? Jamais! Experiência desvalorizada, diplomas exaltados • Contraste: Land Grant Colleges (PUC MG)
  • 92. Indústria tímida • P&D das empresas é pouco • Pouca inovação • Pequenas nem sabem imitar • Poucas patentes (Brasil hoje = US em 1850)
  • 93. E a criatividade individual? • Só samba e futebol? • O mundo avança pelas inovações simples • Por que os operários não ficam pensando em melhores soluções? (CMC) (Joel Brastemp) • Por que o ambiente da fábrica não incentiva invenções? (Usiminas, 3k projetos na Embraer!)
  • 94. "" (Camões) Parte 7 O papel das lideranças empresariais
  • 95. Lideranças empresariais • • • • • Interesses da indústria ou do próprio? A burocracia no setor privado? Empresa tem a cara do CEO As representações atrazadas Quem manda na empresa? (Yale, devoluções) (VEMAG, UE) (pedras) (Jobs)
  • 96. "" (Camões) Parte 8 A mula sem cabeça que bota fogo pelas ventas!
  • 98. O país do “não pode” • Abrir empresas? Fechar empresas (Elisa, Meroz, peças usadas em Nashville) • Se não prejudica ninguém, por que proibir? (picolé na farmácia, injeção, CPF e RG para receber encomendas, RG sem conferir, carteira motorista vencida) • Habite-se, luz, água insignificante? (CEMIG, Caporali) • Eco-terrorismo: o novo inimigo do mercado
  • 99. São Tomás de Aquino ”Produzir com objetivo de lucro trai os princípios da lei natural… é pecado tão grave quanto o homicídio”
  • 100. O Capitalismo envergonhado • • • • Mérito não é valorizado, lucro é feio Capitalismo de tapetão A “Síndrome do Coitadinho” (Eike vs Genoino) A regulamentação como arma de monopólio (PRS no RGS)
  • 102.
  • 103.
  • 104.
  • 105.
  • 106.
  • 107. "" (Camões) Parte 3 A mágica do agronegócio
  • 108. Revolução do agronegócio Norman Borlaug Alysson Paulinelli
  • 109. Quem diria…. Brasil virou potência agrícola Único país com tecnologia para agricultura tropical
  • 110. Porque foi possível Desenvolvimento da pós graduação e da pesquisa Avanço na escolaridade requerida para operar o agronegócio
  • 111. "" (Camões) Parte 4 A implacável geografia do agronegócio
  • 112. As surpresas Aparece um empresariado rural moderno, substituindo o velho coronel ausente Agro-negócio só com educação! A geografia é implacável
  • 113.
  • 114. • Sul maravilha sempre foi menos ruim na educação • Centro-Oeste colonizado por fluxos migratórios do Sul • Alguns enclaves de penetração dos colonos sulinos (Bahia, Piaui, Pará) no Norte e Nordeste