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SISTEMA DE ENSINO GAÚCHO – SEG
– CAIO FERNANDO ABREU
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
DISCIPLINA DE HIGIENE E MEDICINA DO TRABALHO II
TSTP 03
Elenice Moreira dos Santos
Produtos Químicos e Reportagens
Professora: Carmem Polano
Santiago - RS - Brasil
2016
Produtos Químicos e Reportagens
Santiago - RS, 18 de janeiro de 2016.
Prof.ª Carmem Polano
Santiago - RS - Brasil
2016
Trabalho apresentado à disciplina de
HIGIENE E MEDICINA DO
TRABALHO II
do curso Técnico em Segurança do
Trabalho
da Instituição - SEG - Sistema de
Ensino Gaúcho
- Caio Fernando Abreu.
Sumário:
Sumário: _____________________________________________________________ 3
1. INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 5
2. Produto: Formol ___________________________________________________ 5
2.1. Identificação de Perigos e Efeitos: _______________________________________ 5
2.1.1. Efeitos do produto _______________________________________________________ 5
2.1.2. Efeitos ambientais: _______________________________________________________ 6
2.1.3. Perigos físicos e químicos: _________________________________________________ 6
2.1.4. Perigos específicos:_______________________________________________________ 6
2.1.5. Principais sintomas: ______________________________________________________ 6
2.1.6. Visão geral de emergências NFPA: ___________________________________________ 7
2.1.7. Classificação de perigo do produto químico:___________________________________ 7
2.2. Medidas de Primeiros-socorros _________________________________________ 7
2.3. Medidas de Controle para Derramamento ou Vazamento ____________________ 9
2.3.1. Precauções pessoais ______________________________________________________ 9
2.3.2. Precauções meio ambiente ________________________________________________ 9
2.4. Manuseio e Armazenamento __________________________________________ 10
2.4.1. Materiais seguros para estocagem: _________________________________________ 10
2.4.2. Manuseio: _____________________________________________________________ 10
2.4.3. Armazenamento ________________________________________________________ 11
2.5. Controle de Exposição e Proteção Individual ______________________________ 11
2.6. Considerações sobre Destinação Final ___________________________________ 12
2.7. REPORTAGEM:______________________________________________________ 12
2.7.1. ESCOVA PROGRESSIVA: O PERIGO DO FORMOL _______________________________ 12
2.7.2. Risco de câncer na escova progressiva: conheça os efeitos do formol______________ 13
2.7.3. EXISTE ALGUMA FORMA SEGURA DE FAZER “ESCOVAS PROGRESSIVAS”? __________ 15
2.7.4. Escova progressiva pode causar câncer, você sabia? Veja aqui outras verdades e mitos
dos salões de beleza ______________________________________________________________ 20
3. Produto: GLIFOSATO_______________________________________________ 23
3.1. Identificação de Perigos: ______________________________________________ 23
3.1.1. Perigos mais importantes: ________________________________________________ 23
3.1.2. Efeitos do Produto: ______________________________________________________ 23
3.1.3. Efeitos Ambientais: ______________________________________________________ 23
3.1.4. Perigos específicos:______________________________________________________ 23
3.1.5. Principais Sintomas: _____________________________________________________ 23
3.2. Medidas de Primeiros-socorros ________________________________________ 24
3.3. Medidas de Controle para Derramamento ou Vazamento ___________________ 25
3.4. Manuseio e Armazenamento __________________________________________ 26
3.4.1. Manuseio: _____________________________________________________________ 26
3.4.2. Armazenamento ________________________________________________________ 27
3.5. Controle de Exposição e Proteção Individual ______________________________ 28
3.5.1. Parâmetros de controles específicos: _______________________________________ 28
3.5.2. Equipamentos de proteção individual: ______________________________________ 29
3.6. Considerações sobre Destinação Final ___________________________________ 29
3.7. Reportagens: _______________________________________________________ 30
3.7.1. OMS classifica cinco pesticidas de "possível ou provavelmente" cancerígenos PUB___ 30
3.7.2. Pesticidas são associados ao câncer de pele __________________________________ 31
4. Produto: Amianto _________________________________________________ 35
4.1. Identificação de Perigos: ______________________________________________ 36
4.2. Medidas de Primeiros-socorros ________________________________________ 36
4.3. Aplicações _________________________________________________________ 38
4.4. Formas de Exposição ao Ambiente______________________________________ 38
4.4.1. Exposição ocupacional:___________________________________________________ 38
4.4.2. Exposição ambiental: ____________________________________________________ 38
4.5. Legislação__________________________________________________________ 39
4.5.1. No Brasil ______________________________________________________________ 39
4.5.2. No Mundo _____________________________________________________________ 41
4.6. Reportagens: _______________________________________________________ 42
4.6.1. Morre Aldo Vicentin, mais uma vítima do amianto. ____________________________ 42
4.6.2. OMS alerta para a exposição ocupacional de 125 milhões de pessoas ao amianto. ___ 55
4.6.3. Trabalhador adquiriu câncer pulmonar por aspirar amianto _____________________ 56
5. Conclusão:_______________________________________________________ 57
6. Referências: _____________________________________________________ 57
5
1. INTRODUÇÃO
O câncer de origem profissional é um problema que tem aumentado nos
últimos anos. As estimativas relativas aos encargos recentes e futuros
associados às doenças profissionais indicam que o câncer profissional ainda é
um problema e assim continuará no futuro, devido à exposição dos
trabalhadores a agentes cancerígenos.
O presente trabalho traz informações sobre alguns produtos químicos e
reportagens sobre os mesmos.
2. Produto: Formol
Nome(s) Comercial(s): Formol
2.1. Identificação de Perigos e Efeitos:
 Perigos mais importantes:
O produto pode ser tóxico ao homem e ao meio ambiente se não
utilizado conforme as recomendações.
2.1.1. Efeitos do produto
 Inalação:
Causa irritação das vias respiratórias superiores provocando lacrimação.
 Contato com a pele:
Causa irritação primária com ressecamento e rachadura.
 Contato com os olhos:
Causa irritação intensa, com lacrimação e com possibilidade de
queimadura da córnea.
6
 Ingestão:
Causa ânsia, vômito e fortes dores estomacais.
2.1.2. Efeitos ambientais:
O produto é rapidamente biodegradado e não se bioacumula na cadeia
alimentar (HSDB, 2006).
2.1.3. Perigos físicos e químicos:
Líquido combustível, tóxico, corrosivo e carcinogênico.
2.1.4. Perigos específicos:
Não há outros perigos relacionados ao produto.
2.1.5. Principais sintomas:
Contatos prolongados dos vapores com a pele podem desenvolver
dermatites de contato, devido ao uso de solução de formaldeído ou mesmo de
produtos contendo formaldeído na composição. A inalação de altas
concentrações de vapores de formol pode causar:
 Laringite, bronquite e broncopneumonia. Hiperemia da mucosa
nasal e da conjuntiva,
 Lacrimejamento e coriza abundante. Dificuldade de respirar
podendo em alguns casos
 Apresentar crise de asma. A ingestão da solução de formaldeído
causa severa irritação do
 Trato gastrintestinal, vômitos e náuseas, acidose metabólica e
hematúria. A exposição
7
 Prolongada pode ocasionar depressão, malformações fetais e
cegueira. Ainda podem ser
 Observados efeitos mutagênicos por sua ação sobre grupos de
aminas do ácido nucléico (HSDB, 2006).
2.1.6. Visão geral de emergências NFPA:
LÍQUIDO COMBUSTÍVEL, TÓXICO, CORROSIVO, CARCINOGÊNICO
E PERIGOSO PARA A SAÚDE HUMANA.
 Saúde: 3;
 Inflamabilidade: 2;
 Reatividade: 0.
2.1.7. Classificação de perigo do produto químico:
 Corrosivo para os metais – categoria 1 (Frase de perigo H290)
 Líquidos inflamáveis – categoria 4 (Frase de perigo H227)
 Toxicidade aguda – oral – categoria 3 (Frase de perigo H301)
 Toxicidade aguda – dérmica – categoria 3 (Frase de perigo H311)
 Toxicidade aguda - inalatória - categoria 1 (Frase de perigo H330)
 Carcinogenicidade - categoria 1B (Frase de perigo H350) Sistema
de classificação utilizado: ABNT NBR 14725-2:2009
Adoção do Sistema Globalmente Harmonizado para a Classificação e
Rotulagem de Produtos Químicos, ONU.
2.2. Medidas de Primeiros-socorros
 Inalação:
Se uma pessoa respirar grandes quantidades deste produto, movê-la
para o ar livre imediatamente. Se a respiração parar, realizar respiração
8
artificial. Manter a pessoa afetada aquecida e descansando. Buscar auxílio
médico imediatamente.
 Contato com a pele:
Remover as roupas contaminadas. Enxaguar e lavar a pele com água e
sabão. Lavar as roupas contaminadas antes de reutiliza-las.
 Contato com os olhos:
Enxaguar com água abundante por vários minutos (remover lentes de
contato, se possível). De vez em quando levantar as pálpebras inferiores e
superiores. Buscar auxílio médico imediatamente.
 Ingestão:
Enxaguar a boca. Não provoque vômito. Buscar auxílio médico
imediatamente.
 Notas para o médico:
Não há antídoto específico. Em caso de ingestões a lavagem gástrica
poderá ser realizada desde que com especial atenção visando garantir o
impedimento de aspiração pulmonar (cânula orotraqueal com ―cuff‖ inflado).
Entretanto, uma vez que o produto é corrosivo para a mucosa gástrica,
cuidados adicionais deverão ser tomados no momento da passagem da Sonda
Nasogástrica. A utilização de carvão ativado nestes casos é controversa. Sua
eficácia na adsorção do formaldeído não está estabelecida e sua utilização
poderá atrapalhar uma posterior endoscopia. A utilização de etanol
endovenoso deverá ser realizada quando os níveis de metanol sanguíneo
forem elevados. A hemodiálise é uma boa opção terapêutica nos casos graves
de acidose metabólica severa. Combater o choque com hidratação e drogas,
se necessário. O tratamento deverá compreender, sobretudo medidas de
suporte como correção de distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos, além de
assistência respiratória. Monitoramento das funções hepática e renal deverão
ser mantidos.
9
2.3. Medidas de Controle para Derramamento ou Vazamento
2.3.1. Precauções pessoais
 Remoção de fontes de ignição:
Interromper a energia elétrica e desligar fontes geradoras de faíscas.
Retirar do local todo material que possa causar princípio de incêndio.
 Controle de poeira:
Não aplicável por ser líquido.
 Prevenção de inalação e contato com pele, mucosas e olhos:
Utilizar macacão impermeável, óculos protetores, botas e luvas de PVC.
A proteção respiratória deverá ser realizada de acordo com as concentrações
presentes no ambiente, devendo-se escolher máscaras faciais inteiras com
filtro substituível para vapores orgânicos ou respiradores de adução de ar.
2.3.2. Precauções meio ambiente
 Procedimentos:
Fazer um dique com solo, areia ou outro material não inflamável para
conter o líquido derramado. Se o tempo permitir a área deve ser selada com
algum material impermeável flexível, como lona plástica. Método de limpeza
 Recuperação:
Diluir o produto em grande quantidade de água. A água residual não
deverá ser drenada para a rede de efluentes orgânicos. Pode-se usar também
material absorvente, como pó de cimento.
 Neutralização:
Absorver o produto e o líquido não recuperáveis com areia ou outro
material absorvente ou não combustível.
10
 Disposição:
Realizar a disposição do produto conforme as leis locais e federais de
meio ambiente para descarte de substâncias tóxicas. Pode-se incinerar ou usar
tratamento biológico.
2.4. Manuseio e Armazenamento
2.4.1. Materiais seguros para estocagem:
 Adequados:
Tanques ou contêineres em aço inox 304 ou 316; tambores ou tanques
de poliéster reforçado com fibra de vidro, tambores revestidos com
epóxifenólico ou com liner em polietileno de alta densidade (BCI). Bombonas
de plástico em tonalidade escura.
 Inadequados:
Aço carbono, latão, cobre e cimento.
2.4.2. Manuseio:
 Precauções no manuseio:
Utilizar EPI. Manusear o produto com exaustão local apropriada ou em
área bem ventilada. Se em ambientes abertos, manuseá-lo a favor do vento.
No caso de sintomas de intoxicação, interromper imediatamente o trabalho e
proceder conforme descrito.
 Prevenção de exposição:
Utilizar EPI. Não comer, beber ou fumar durante o manuseio do produto.
Não utilizar equipamentos de proteção individual e de aplicação danificados ou
defeituosos. Não desentupir bicos, orifícios, tubulações e válvulas com a boca.
Não manipular e/ou carregar embalagens danificadas.
11
2.4.3. Armazenamento
 Adequados:
O local deve ser ventilado, coberto e ter piso impermeável provido de
contenção. A temperatura ideal para conservação do produto, evitando
possíveis alterações químicas, corresponde à faixa de 25-35 ºC. Tranque o
local, evitando o acesso de pessoas não autorizadas, principalmente crianças.
Deve haver sempre embalagens adequadas disponíveis para envolver
embalagens rompidas ou para o recolhimento de produtos vazados.
 Condições a serem evitadas:
Fontes de calor, faíscas ou chamas.
2.5. Controle de Exposição e Proteção Individual
 Proteção respiratória:
Máscaras faciais inteiras com filtros substituíveis para vapores orgânicos
ou próprios para formaldeído; máscara com respiração autônoma para
situações em que as concentrações excedam os limites de exposição.
 Proteção para as mãos:
Luvas de PVC e creme protetor para as mãos.
 Proteção para os olhos:
Óculos de segurança para produtos químicos ou protetores faciais.
 Proteção para pele:
Creme protetor e roupas de tyvek, neoprene, nitrílica, borracha ou outro
material impermeável. Botas de PVC.
12
 Medidas de controle de engenharia:
Adotar medidas de proteção coletiva. Preferencialmente manusear o
produto em recipiente fechado e se for inviável, os vapores devem ser
removidos conforme são gerados. Ventilação deve ser fornecida.
2.6. Considerações sobre Destinação Final
 Produto:
Incineração ou co-processamento do produto em fornos licenciados para
este tipo de operação. Tratamento específico de efluentes.
 Restos de produtos:
Mesmo tratamento que dado ao produto. Não é recomendada a
evaporação ou hidrólise alcalina, pois esta pode ser perigosa pela exotermia da
reação.
 Embalagem usada:
Não reutilizar após ter sido usada. A disposição final deverá ser de
acordo com legislação vigente.
2.7. REPORTAGEM:
2.7.1. ESCOVA PROGRESSIVA: O PERIGO DO FORMOL
Escova progressiva pode ser um perigo. O
formol pode causar queimaduras e reações
alérgicas!
Um cabelo liso, com movimento, prático e
bonito. Este é o cabelo dos sonhos de muitas
mulheres no Brasil. Para tal, a solução
encontrada foi a escova progressiva (com uso do formol) que há dez anos faz
sucesso no país alisando fios rebeldes. Mas, o que antes era sonho, virou
13
pesadelo. Recentemente, muitas mulheres estão sofrendo com graves reações
alérgicas às escovas.
Desde 2004, o formol foi classificado como um agente
reconhecidamente cancerígeno e proibido pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Apesar da medida, a busca pela escova com formol
continua. Entre os danos que o formol pode causar estão alergias, irritação nos
olhos, vermelhidão, lacrimação e dermatites.
De acordo com a hair stylist Daniele Mangueira, hidratar o cabelo de 15
em 15 dias é uma excelente alternativa para quem já sofreu com os danos das
escovas progressivas. ―Para começar a cuidar dos cabelos é preciso, antes,
que o profissional faça um diagnóstico dos fios‖, disse. ―Uma hidratação bem
feita reduz o volume das madeixas‖, acrescentou.
A Anvisa já recebeu diversas denúncias incluindo queimaduras no
couro cabeludo, queda parcial ou total dos cabelos, lesões na córnea,
problemas no trato respiratório e até morte por choque anafilático. A inalação
pode causar câncer no aparelho respiratório, dor de garganta, irritação do
nariz, tosse, diminuição da frequência respiratória, irritação e sensibilização do
trato respiratório.
Segundo especialistas, a inalação pode causar, ainda, graves ferimentos
nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e pneumonia.
Entre as várias escovas progressivas estão: escova francesa, alisamento japonês
e a escova definitiva.
2.7.2. Risco de câncer na escova progressiva: conheça os efeitos
do formol
Efeitos do formol vão da irritação da pele à morte por inalação.
Sabendo dos efeitos do formol sobre a saúde das pessoas, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não permite mais o registro
de alisantes capilares que contenham essa substância como base em sua
composição. A decisão foi tomada quando se percebeu que o formol em
14
grande concentração perde a função de alisante e pode oferecer diversos
riscos.
Quais são os efeitos do formol no organismo
O uso do formol somente é permitido em
cosméticos nas funções de conservante, no limite
máximo de 0,2% (conforme a Resolução 162/01) e
como agente endurecedor de unhas (no limite máximo
de 5%, segundo a resolução 79/00 Anexo V).
Para que seja permitido pela Anvisa, os produtos apresentam o formol
na sua composição têm que possuir concentrações da substância de acordo
com os limites previstos nas legislações. Caso contrário, o produto não será
registrado e poderá oferecer riscos à saúde. Por isso, é importante que você
conheça os efeitos do formol.
Perigos: os efeitos do formol na saúde
A aplicação indevida do formol gera riscos. Esses riscos variam de
acordo com sua aplicação, a concentração da substância e a frequência de
uso. A contaminação pode se dar através da inalação dos gases ou pelo
contato com a pele, proporcionando perigo tanto para os profissionais que
aplicam o produto quanto para os usuários.
Os métodos frequentemente usados no alisamento dos cabelos não são
registrados pela agência. Um exemplo indevido, portanto, é o da escova
progressiva com formol. Muitos salões já oferecem, porém, substitutos do
formol em alisantes capilares.
Os efeitos do formol são perigosos. Desde 2004, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) considera o formol um agente cancerígena. Ao ser
absorvido pelo organismo por inalação ou pela exposição prolongada
apresenta risco a origem de câncer na boca, nas narinas, no pulmão, no
sangue e na cabeça.
Por isso, não aceite tratamentos com formol no alisamento capilar. A
Anvisa afirma que existem outras substâncias registradas e que podem ser
15
utilizadas nesses casos. Entre elas, estão o Tioglicolato de Amônio, Hidróxido
de Sódio, Hidróxido de Potássio, Hidróxido de Cálcio, Hidróxido de Lítio e o
Carbonato de Guanidina. Substituindo por estas substâncias, você poderá
evitar os efeitos do formol, que são nocivos à sua saúde.
Efeitos do formol de acordo com o contato
Os efeitos do formol no organismo podem ser os seguintes:
Contato com a pele: Extremamente tóxico, podendo causar a irritação
da pele, vermelhidão, dor e gerar queimaduras.
Contato com os olhos: Se em alta concentração poderá gerar danos
irreversíveis. Além disso, ocasiona irritação, vermelhidão, dor, lacrimação e
visão embaçada.
Inalação: Além do câncer no aparelho respiratório, pode ser fatal em
altas concentrações. Comumente causa ferimentos graves nas vias
respiratórias, ameaçando o aparecimento de situações como edema pulmonar
e pneumonia. Ainda ocasiona dor de garganta, irritação do nariz, tosse e
diminui a frequência respiratória, irritando e sensibilizando o aparelho
respiratório.
Exposição crônica: Quando frequente ou prolongada, a exposição
pode causar hipersensibilidade e resultar em dermatites. O contato repetido ou
prolongado origina reação alérgica, debilita a visão e pode também
comprometer o fígado.
2.7.3. EXISTE ALGUMA FORMA SEGURA DE FAZER “ESCOVAS
PROGRESSIVAS”?
É muito difícil achar artigos honestos na internet
sobre as escovas progressivas. Normalmente, as
informações atendem aos interesses de uma indústria
em crescimento que, até o momento, preocupou-se
muito pouco com a saúde das clientes e dos clientes.
16
Então, vou falar aqui sobre o que são, de onde vieram, de que são feitas e, o
mais importante, qual o risco que essas escovas apresentam à saúde.
História dos Alisamentos
Sentem porque lá vem história. Antes de existirem progressivas, os
cabelinhos eram alisados com químicas de transformação. Essas químicas
antigas, também chamadas de relaxamento, são os hidróxidos e tioglicolato de
amônia, que agem no córtex do fio. Imaginem uma cirurgia, em que os fios de
cabelo são um corpo humano. Essas químicas tirariam todos os ossos e
trocariam por novos. Dá pra imaginar que é muito agressivo, né? Além disso, a
maior parte desses alisamentos não são compatíveis com descolorações e
tinturas.
Além dos alisamentos, existia o henê amazônico. O problema dele é que
não era compatível com nenhuma química além dele próprio, e ainda escurecia
o cabelo. Como alisamentos exigem muita técnica, e não eram atrativos pelo
caráter definitivo, surgiram as progressivas. O que as progressivas fazem é
―encobrir‖ o cabelo, dando uma forma lisa pra ele. É uma maquiagem que não
atua no córtex. A progressiva cria uma camada de formol, de ―falso cuidado‖. A
vantagem da progressiva frente aos alisamentos, além de ser temporária no
início, era a de que se você cansasse do liso, poderia lavar e ter cachos. Eu
acreditei nisso durante três anos, até que, de repente, meu cabelo
foi alisado permanentemente.
Durante três anos, eu gostava como meu cabelo ficava com
progressiva. Até que, de repente, alisou totalmente.
Escovas progressivas: a química da “maquiagem”
Quando as escovas progressivas surgiram, foi um
estouro. Não sei quem teve a bendita ideia de misturar
formol + queratina, mas aparentemente, funcionava. O
esquema da progressiva é muito simples: o composto
químico, no caso formol, ―encapava‖ o fio, e quando submetido ao calor, ficava
com a forma que o cabeleireiro deixava. Quando mais bem escovado o cabelo
17
era no processo, melhor o resultado. Por isso que eu chamo progressiva de
química da maquiagem, porque o produto vai encapando o fio, criando uma
falsa ideia de tratamento. No início, as composições tinham menos formol, mas
com o passar do tempo, elas foram aumentando. Casos de mulheres que
morreram surgiram, e o formol, de repente, ficou perigoso apesar de todos os
―benefícios‖ estéticos. Surgiram então alternativas mais perigosas, que eu vou
explicar adiante. Essas alternativas foram camufladas sobre nomes
―bonitinhos‖, que são:
– Escova Marroquina, Indiana,
Russa (coloque aqui a
nacionalidade que quiser)
– Escova Inteligente (de inteligente
não tem nada)
– Escova Gradativa
– Escova de Morango, Chocolate,
Vinho
– Escova de Carbocisteína
– Selagem (em alguns salões)
– Cauterização (em alguns salões)
Componentes da Fórmula
Existem, basicamente, três compostos que atuam nas escovas
progressivas, que eu explicarei melhor separadamente. Aminoácidos não
alisam o cabelo. Carbocisteína não alisa o cabelo. Queratina não alisa o
cabelo. O primeiro componente é o formol, e o mais conhecido, o segundo é o
glutaral e o terceiro, mais recente, são os parabenos.
Formol
A ANVISA permite 0,02% de formol para fins de conservação. Qualquer
quantidade que se encontra nesse limite, não é capaz de alisar o cabelo.
Como a indústria de cosmético faz, então? Essas empresas registram na
ANVISA com o grau 1 (que é classificação de xampus e condicionadores, não
alisantes, ou seja, isso é MALANDRAGEM da pior espécie), ou pior, nem
registram.
Pra vocês terem uma noção do risco do formol, cabeleireiros são
considerados como prováveis cancerígenos pela Agência Nacional de
Pesquisa em Câncer, pelo simples fato de trabalharem com tinturas, loções e
18
produtos que tem a quantidade de formol permitida pela legislação. Então
imagine, quando eles realizam esses procedimentos estéticos que envolvem
uma quantidade de formol muito maior?
Olha o que a ANVISA diz sobre o formol: ―O uso do formol como alisante
capilar NÃO é permitido pela Anvisa, pois esse desvio de uso pode causar
sérios danos ao usuário do produto e ao profissional que aplica o produto, tais
como: irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do
couro cabeludo, queda do cabelo, ardência e lacrimejamento dos olhos, falta
de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz, devido ao contato
direto com a pele ou com vapor. Várias exposições podem causar também
boca amarga, dores de barriga, enjoos, vômitos, desmaios, feridas na boca,
narina e olhos, e câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe,
traqueia e brônquios), podendo até levar a morte.‖ Mas, todo mundo já está
careca de saber sobre o formol, então vamos ao glutaral.
Glutaral
O glutaral surgiu, especialmente, nas escovas inteligentes. Ao contrário
do formol, ele tem a grande vantagem de não produzir um cheiro horrível de
morte quando os fios estão sendo escovados. Já conhecem o ditado ―onde há
fogo, há fumaça?‖. Não necessariamente, queridas e queridos. O glutaral não
produz fumaça, mas pode ser até 10x mais tóxico que o formol. ―Alguns dos
efeitos imediatos são queimaduras no couro cabeludo, coceira, ardência ocular
e até pneumonia química – queimadura no pulmão devido à inalação, que pode
levar à morte. Em longo prazo, pode causar câncer e alterações no sistema
nervoso central.‖ (Créditos da informação)
Parabenos
Os parabenos são conservantes utilizados
especialmente na indústria de cosméticos. Não há risco
comprovado de câncer quando ele é utilizado em baixas
porcentagens, porém, há muito debate. Ainda, não se sabe as consequências
do uso de maneira exagerada, que é como acontece em progressivas que o
19
utilizam como composto base. Em 2004, uma pesquisa relacionava os
parabenos ao câncer de mama. A ANVISA estabeleceu que o máximo de
parabenos permitidos é o de 0,8% em cosméticos. Porcentagem que não alisa.
Pessoalmente, eu não colocaria minha saúde em risco.
Progressiva não hidrata o cabelo
Essa é a maior balela que eu já ouvi, e acreditei durante tanto tempo.
Nenhum ativo de progressivas pode hidratar o cabelo. Não caiam nessa
história, porque é mito. E muito cuidado com progressivas ―fracas‖, selagens,
cauterizações. Antes de fazê-las, certifique-se que não tenham nenhuma
química, porque foi justamente assim que eu alisei meus cabelos e matei meus
cachinhos.
Portanto, não existe progressiva segura
Desconfiem de todas as químicas de alisamento que não são de
transformação. Não existe maneira segura. Para você saber se o alisamento é
transformação, exija o composto químico que é base e pergunte se é
necessária a neutralização. Se tiver que neutralizar, então é química de
transformação. Se não tiver que neutralizar, é progressiva, ou pior, progressiva
batizada. (Progressivas batizadas levam uma quantidade exorbitante dos
princípios ativos, ou até produtos de relaxamento, que vão causar quebra pois
não são neutralizados.). Essas informações que eu divulgo aqui não chegaram
aos ouvidos de muitos cabeleireiros. Como eu disse, o mercado das escovas
progressivas é muito lucrativo. Você pode até passar por chata, mas entre ser
uma chata com pé na cova, eu prefiro ser uma chata com saúde.
Então, da próxima vez que for fazer química, pense três vezes antes de
se submeter aos alisamentos. Pela sua saúde. Será que vale a pena ter
cabelos lisos e câncer de pulmão? Será que vale a pena arriscar a ficar
careca? Fica a reflexão: Você não precisa passar por isso pra ser linda!
20
2.7.4. Escova progressiva pode causar câncer, você sabia? Veja
aqui outras verdades e mitos dos salões de beleza
Da Redação - Lidiane Barros / Foto: Reprodução Internet
A inalação pode causar câncer no
aparelho respiratório, dor de garganta, irritação
do nariz, tosse, diminuição da frequência
respiratória, irritação e sensibilização do trato
respiratório
Mitos e verdades sobre doenças capilares contraídas pelo uso
compartilhado de escovas de cabelo, pentes e tesouras nos salões de beleza.
Muitas pessoas não se dão conta do perigo que podem encontrar ao
frequentar salões de beleza, a chance de contrair doenças é grande, caso não
sejam observados cuidados relacionados à higiene. De acordo com a
Terapeuta Capilar Sandra de Assis Maia da clínica Alto Stima, o número de
doenças causadas pelo uso compartilhado de objetos veem crescendo a cada
dia. ―As pessoas estão sempre com horários corridos, e isso impede que elas
percebam que ao usar objetos compartilhados nos salões de beleza podem
estar adquirindo algumas doenças, principalmente quando falamos em objetos
cortantes. A pessoa pode ser infectada por fungos, bactérias e até mesmo
vírus ao cuidar dos cabelos no salão‖, afirma a terapeuta.
Vamos há alguns mitos e verdades sobre o uso compartilhado de
escovas, pentes e tesouras dos salões de beleza.
Escova de cabelo pode transmitir doenças?
Verdade. O compartilhamento desse objeto contaminado pode levar a
uma infecção fúngica (micose) conhecida como pitiríase versicolor.
Retirar os fios de cabelos da escova é o bastante para que ela fique
limpa?
Mito. É recomendado que a limpeza seja feita por meio da lavagem com
água e detergente, tanto nas escovas quanto nos pentes.
21
Água sanitária também pode ser usada na hora de higienizar
escovas e pentes?
Verdade. O uso de água sanitária também é indicado para retirar todas
as impurezas dos objetos.
Escovas de metais não precisam ser higienizadas?
Mito. Qualquer tipo de escova seja ela metálica, porcelana, plástica e
almofadada deve ser higienizada corretamente, principalmente quando se fala
em uso compartilhado.
Tesouras e lâminas de barbear podem transmitir hepatite?
Verdade. O risco de transmissão da hepatite através de instrumentos
compartilhados tais como lâminas de barbear e tesouras podem transmitir a
doença. Principalmente homens que fazem a barba, esses devem checar
atentamente sobre a higienização do material que será utilizado.
Pode se pegar piolhos somente se pentear os cabelos com pentes e
escovas que não foram esterilizados?
Mito. Este parasita são dificilmente visíveis e são transmitidos facilmente
de pessoa para pessoa através do contato corpóreo e do compartilhamento de
vestimentas (capas utilizadas na hora de cortar o cabelo) e objetos como:
pentes, escovas e toucas. A infestação por piolhos causa coceira intensa e
pode afetar qualquer área da pele, em especial o couro cabeludo.
Usar o mesmo lavabo sem higienizar pode transmitir alguma
doença capilar?
Mito. Doenças capilares só se pega quando há contato direto com o
couro cabeludo, no caso do lavabo a pessoa está mais propícia a ter uma
doença de pele. Algumas pessoas vão de bermudas para o salão, com isso o
contato da pele com cadeiras e lavabos pode ocasionar doenças de pele e não
capilares. O correto é passar um pano com álcool para limpar toda a área.
22
Dermatite Seborreica pode ser contraída por meio de escovas de
cabelos?
Verdade. A dermatite seborreica pode ser contraída por meio de pentes
e escovas. A doença é uma inflamação crônica da pele. Ela ataca o couro
cabeludo sob a forma de lesões avermelhadas que descamam e coçam. Para
tratar a doença existem medicamentos específicos para a pele e o couro
cabeludo capazes de controlar os sintomas.
A Anvisa liberou o uso do formol somente nas escovas
progressivas feitas pelos salões de beleza?
Mito. A quantidade permitida pela Anvisa é de 0,2%, com a função de
conservante. Todo cliente deve checar com o cabeleireiro qual a quantidade
que será utilizada na hora do procedimento.
Escova progressiva pode causar câncer?
Verdade. A inalação pode causar câncer no aparelho respiratório, dor de
garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da frequência respiratória,
irritação e sensibilização do trato respiratório. Pode ainda causar graves
ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e pneumonia. O
contato com a pele (couro cabeludo) causa irritação, dor e queimaduras.
As maquinas de cortar cabelo tem algum risco de se contrair o
vírus do HIV?
Verdade. Os objetos cortantes ou perfurantes contaminados com sangue
fresco visível podem ser um risco se cortarem ou perfurarem a pele - ou seja se
a máquina foi utilizada num soropositivo e fez um corte ficando contaminada
com sangue e logo a seguir for utilizada noutra pessoa e também fizer um corte
acidental, existe um risco de exposição ao HIV nesta pessoa. Uma máquina de
barbear ou cortar cabelo faz apenas uma ferida superficial na pele, o risco é
menor, mas existe.
23
3. Produto: GLIFOSATO
Nome(s) Comercial(s): GLIFOSATO 480 AGRIPEC
Principais Usos Recomendados: herbicida sistêmico, não seletivo.
3.1. Identificação de Perigos:
3.1.1. Perigos mais importantes:
O produto pode ser tóxico ao homem e ao meio ambiente se não
utilizado conforme as recomendações.
3.1.2. Efeitos do Produto:
Efeitos adversos à saúde humana: o produto pode ser absorvido pelas
vias respiratória, dérmica e oral. O contato com o produto pode provocar
irritações na pele e nos olhos causando dermatites e queimaduras.
3.1.3. Efeitos Ambientais:
A dispersão no ambiente pode contaminar a área contribuindo nos riscos
acima. Evite entrada em cursos de água. Perigoso para organismos aquáticos
podendo causar mortandade.
3.1.4. Perigos específicos:
Não há outros perigos relacionados ao produto.
3.1.5. Principais Sintomas:
A ingestão do produto pode causar salivação, vômito, náuseas, diarreia,
desconforto abdominal e irritação da boca, mucosa nasal da garganta e olhos.
A aplicação repetida do produto na pele pode produzir inchaço,
vermelhidão e leves lesões devido ao poder corrosivo. Em altas concentrações
o produto pode causar hipotensão, edema de pulmão, e ainda, oligúria e
anúria.
24
3.2. Medidas de Primeiros-socorros
Levar o acidentado para um local arejado. Retirar as roupas
contaminadas. Lavar as partes do corpo atingidas com água em abundância e
sabão. Se o acidentado estiver inconsciente e não respirar mais, praticar
respiração artificial ou oxigenação. Encaminhar ao serviço médico mais
próximo levando esta ficha.
 Inalação:
Remover a pessoa para local arejado. Se não estiver respirando, faça
respiração artificial. Se respirar com dificuldade, consultar um médico
imediatamente.
 Contato com a pele:
Lavar imediatamente a área afetada com água em abundância e sabão.
Remover as roupas contaminadas. Ocorrendo efeitos/sintomas, consultar um
médico. Lavar as roupas contaminadas antes de reutilizá-las e descartar os
sapatos contaminados.
 Contato com os olhos:
Lavá-los imediatamente com água em abundância. Consultar um
médico.
 Ingestão:
Não provocar vômito, entretanto é possível que o mesmo ocorra
espontaneamente não devendo ser evitado, deitar o paciente de lado para
evitar que aspire resíduos. Procurar um médico imediatamente.
ATENÇÃO: nunca dê algo por via oral para uma pessoa inconsciente.
 Quais ações devem ser evitadas:
Não aplicar respiração boca a boca caso o paciente tenha ingerido o
produto. Utilizar um equipamento intermediário ou aparelho de reanimação
manual (Ambu) para realizar o procedimento.
25
Proteção para os prestadores de primeiros socorros:
Evitar contato cutâneo e inalatório com o produto durante o processo.
 Notas para o médico:
Não há antídoto específico. Em caso de ingestão recente de grandes
quantidades, procedimentos de esvaziamento gástrico tais como lavagem
gástrica poderão ser realizados. O carvão ativado deverá ser administrado para
diminuir a absorção gastrintestinal dos ativos devendo ser ministrado associado
à laxantes salinos. O tratamento sintomático deverá compreender, sobretudo
medidas de suporte como correção de distúrbios hidroeletrolíticos e
metabólicos, além de assistência respiratória. Monitoramento das funções
hepática e renal deverá ser mantido. Em caso de contato ocular, proceder à
lavagem com soro fisiológico e encaminhamento para avaliação oftalmológica.
3.3. Medidas de Controle para Derramamento ou Vazamento
 Precauções pessoais:
Utilizar macacão impermeável, óculos protetores, botas de borracha e
luvas de borracha nitrílica ou PVC. A proteção respiratória deverá ser realizada
dependendo das concentrações presentes no ambiente ou da extensão do
derramamento/vazamento, para tanto, deverá se optar por máscaras
semifaciais ou faciais inteiras com filtro substituível ou ainda, respiradores de
adução de ar (ex: máscaras autônomas).
 Remoção de fontes de ignição:
Interromper a energia elétrica e desligar fontes geradoras de faíscas.
Retirar do local todo material que possa causar princípio de incêndio (ex: óleo
diesel).
 Controle de poeira:
Não aplicável por tratar-se de um líquido.
26
 Prevenção da inalação e do contato com a pele, mucosas e olhos:
Utilizar roupas e acessórios descritos acima.
 Precauções para o meio ambiente:
Evitar a contaminação dos cursos d‘água vedando a entrada de galerias
de águas pluviais (boca de lobo). Evitar que resíduos do produto derramado
atinjam coleções de água.
 Métodos para limpeza:
Conter e recolher o derramamento. Colocar os resíduos em um
recipiente para eliminação de acordo com as regulamentações locais. Limpar
preferivelmente com um detergente; evitar o uso de solventes
 Prevenção de perigos secundários:
Evitar que o produto contamine riachos, lagos, fontes de água, poços,
esgotos pluviais e efluentes.
3.4. Manuseio e Armazenamento
3.4.1. Manuseio:
 Medidas técnicas:
GLIFOSATO 480 AGRIPEC deve ser aplicado de forma dirigida a fim de
não prejudicar as culturas.
 Prevenção da exposição do trabalhador:
Utilizar EPI. Não comer, beber ou fumar durante o manuseio do produto.
Ao abrir a embalagem fazê-lo de modo a evitar vazamento. Não utilizar
equipamentos de proteção individual e de aplicação danificados e /ou
defeituosos. Não desentupir bicos, orifícios, tubulações e válvulas com a boca.
Não manipular e/ou carregar embalagens danificadas. Pessoas desprotegidas
não devem entrar na área tratada antes de transcorridas 48 horas, caso
27
necessite entrar antes deste período, utilizar equipamentos de proteção
individual.
 Precauções para manuseio seguro:
Utilizar EPI. Não aplicar o produto nas horas mais quentes do dia, contra
ou na presença de ventos fortes de modo a evitar a sua deriva. Manter
pessoas, principalmente crianças e animais domésticos longe do local de
trabalho. Não entrar em contato direto com o produto. Evitar derrames ou
contaminação do equipamento de aplicação, durante o seu estabelecimento.
 Orientações para o manuseio seguro:
Manusear o produto com exaustão local apropriada ou em área bem
ventilada, se em ambientes abertos manuseá-la a favor do vento. Aplicar
somente as doses recomendadas pelo fabricante. No caso de sintomas de
intoxicação, interromper imediatamente o trabalho.
3.4.2. Armazenamento
 Medidas técnicas apropriadas:
Manter o produto em seu recipiente original. Manter as eventuais sobras
dos produtos em suas embalagens originais adequadamente fechadas.
 Adequadas:
Manter o recipiente adequadamente fechado a temperatura ambiente e
ao abrigo da luz. Armazená-lo em local, devidamente identificado, exclusivo
para produtos tóxicos. Trancar o local evitando o acesso de pessoas não
autorizadas e crianças. A construção deve ser de alvenaria pó de material não
comburente. O local deve ser ventilado, coberto e ter piso impermeável.
Colocar placa de advertência como dizeres: CUIDADO VENENO.
28
 A evitar:
Locais úmidos e com fontes de calor. Não armazenar a solução
herbicida em recipientes de ferro galvanizado, ferro ou aço comum. Produtos e
materiais incompatíveis: não armazenar junto com alimentos, bebidas, inclusive
os destinados para animais.
 Materiais seguros para embalagens Recomendadas:
Produto já embalado em embalagem apropriada.
3.5. Controle de Exposição e Proteção Individual
 Medidas de controle de engenharia:
Quando aplicável utilizar ventiladores, circuladores de ar, exaustores;
providenciar uma ventilação adequada ao local de trabalho.
3.5.1. Parâmetros de controles específicos:
 Limites de exposição ocupacional:
 Indicadores biológicos:
29
3.5.2. Equipamentos de proteção individual:
 Proteção respiratória:
Utilizar máscaras combinadas, com filtro químico e filtro mecânico,
(ORGAN P2 – EPICON ou classe P2 – 5n11 – 3M) ou máscara de borracha ou
silicone com filtro para pesticidas.
 Proteção para as mãos:
Utilizar luvas de borracha nitrílica, PVC ou outro material impermeável.
 Proteção para os olhos:
Utilizar óculos de segurança para produtos químicos.
 Proteção para a pele e corpo:
Utilizar macacão de mangas compridas impermeáveis ou hidro
repelentes e botas de PVC, chapéu impermeável de abas largas.
 Precauções Especiais:
Manter os EPI‘s devidamente limpos e em condições adequadas de uso,
realizando periodicamente inspeções e possíveis manutenções e/ou
substituições de equipamentos danificados.
 Medidas de higiene:
Tomar banho e trocar de roupa após o uso do produto. Lavar as roupas
contaminadas separadamente, evitando contato com outros utensílios de uso
pessoal.
3.6. Considerações sobre Destinação Final
 Produto:
A desativação do produto pode ser feita por neutralização química
através de uma reação ácido-base, a qual consiste na exposição do Glifosato a
30
materiais cáusticos (de natureza fortemente básica), tal como o hidróxido de
sódio (NaOH) ou pode-se desativar o produto através de incineração em fornos
destinados para este tipo de operação, equipados com câmaras de lavagem de
gases efluentes e aprovados por órgão competente.
 Restos de produtos:
manter as eventuais sobras dos produtos e ou com validade vencida em
suas embalagens originais adequadamente fechadas.
 Embalagem usada:
não reutilizar as embalagens. As embalagens vazias deverão ser
submetidas à tríplice lavagem e armazenadas em local seguro para posterior
devolução no estabelecimento comercial onde foi adquirida dentro do prazo de
um ano. A água de lavagem resultante deverá ser acrescentada à preparação
para pulverização. Não queime nem enterre as embalagens. Observe
legislação Estadual e Municipal específica. Consulte o órgão Estadual ou
Municipal de meio ambiente.
3.7. Reportagens:
3.7.1. OMS classifica cinco pesticidas de "possível ou
provavelmente" cancerígenos PUB
Um dos químicos em causa chama-se glifosato e é utilizado no
Roundup, um dos pesticidas mais utilizados no planeta.
Cinco pesticidas foram hoje classificados como "possível ou
provavelmente" cancerígenos para o homem pela Agência Internacional de
Pesquisa sobre o Cancro (IARC), estrutura da Organização Mundial de Saúde
(OMS).
O herbicida glifosato, um dos mais utilizados no mundo, bem como o
malatião e o diazinão, foram classificados como "provavelmente cancerígenos
para seres humanos", mesmo que "as provas sejam limitadas", segundo a
IARC, com sede em Lyon, França.
31
O glifosato, herbicida cuja produção é a mais significativa em volume, é
a substância ativa do 'Roundup', um dos produtos com maiores vendas no
mundo, pois, além da agricultura, onde a sua aplicação tem aumentado
bastante, também é usado nas florestas e em jardins privados.
De acordo com a IARC, o glifosato foi encontrado no ar, na água e nos
alimentos, e a população está particularmente exposta, por viver perto de áreas
intervencionadas com o herbicida, ainda que os níveis de exposição
observados sejam "geralmente baixos".
Também os inseticidas tetrachlorvinphos e paratião, já objeto de
interdições ou restrições em numerosos países, foram classificados como
"possivelmente" cancerígenos.
Em termos de riscos cancerígenos, relativamente ao glifosato e aos
inseticidas malatião e diazinão, a IARC observa que há "provas limitadas" em
seres humanos, que os associam a linfomas não-Hodgkin.
Ao malatião, a organização associa o cancro da próstata e, ao diazinão,
o cancro do pulmão.
Os riscos foram avaliados com base em estudos de exposição agrícola
nos Estados Unidos, Canadá e Suécia, bem como em testes em animais de
laboratório.
3.7.2. Pesticidas são associados ao câncer de pele
Novas pesquisas sugerem que o uso repetitivo e de longo prazo de pesticidas pode
causar melanomas. Gordon Shetler.
De acordo com novo estudo científico, trabalhadores
que aplicam certos pesticidas em lavouras estão duas
vezes mais propensos de contrair um melanoma, forma de
câncer de pele fatal.
Os resultados somam a evidência de que sugere que o uso frequente de
defensivos agrícolas pode aumentar o risco de melanoma. As taxas da doença
triplicaram nos Estados Unidos nos últimos 30 anos, sendo a exposição ao sol
a principal causa identificada.
32
Pesquisadores identificaram seis pesticidas que, com a exposição
frequente, duplica o risco de câncer de pele entre os fazendeiros e outros
trabalhadores que aplicam essas químicas nas plantações.
Quatro das químicas – maneb, mancozeb, metil paration e carbaryl –
são utilizadas nos Estados Unidos em diversas plantações, incluindo nozes,
vegetais e frutas. Já o benomyl e o paration-etil foram voluntariamente
cancelados pelos seus fabricantes em 2008.
―A maior parte da literatura sobre melanoma foca nos fatores individuais
e exposição ao sol. Nossa pesquisa mostra uma associação entre diversos
pesticidas e o melanoma, fornecendo evidências para a hipótese de que os
pesticidas podem ser outra importante fonte de risco de melanoma‖, conforme
o relatório de epidemiologistas da University of Iowa, do National Institute of
Environmental Health Sciences (Instituto Nacional de Ciências da Saúde
Ambiental) e do National Cancer Institute (Instituto Nacional do Câncer).
As descobertas também podem ter implicações para os consumidores
que utilizam pesticidas em suas casas ou jardins. Carbaryl, um dos pesticidas
relacionados ao câncer de pele, é o ingrediente ativo no inseticida Sevin, que é
amplamente utilizado por consumidores para eliminar pestes em jardins e
gramados.
O estudo, publicado no mês passado pelo periódico Environmental
Health Perspectives, examinou as taxas de câncer em 56.285 aplicadores nos
estados de Iowa e Carolina do Norte como parte de um Estudo de Saúde
Agrícola do governo federal, um grande estudo de longo prazo com aplicadores
de pesticidas e seus cônjuges.
Os aplicadores de pesticidas foram questionados sobre a frequência
com que eram expostos a 50 tipos de pesticidas. Os pesquisadores então
compararam suas taxas de câncer, descobrindo que aqueles que eram
expostos a algumas dessas químicas tinham alto risco de melanoma cutâneo
em comparação a seus colegas que lidavam com outros componentes
químicos.
Um dos principais pontos fracos do estudo é que não haver dados sobre
a dosagem utilizada por esses trabalhadores. Em vez disso, os pesquisadores
fizeram uma aproximação da quantidade de pesticida a que cada pessoa foi
exposta somando os dias de exposição e adicionando informações fornecidas
33
pelos próprios aplicadores sobre como empregaram os componentes químicos
e quais equipamentos de proteção utilizaram.
Os pesquisadores descobriram que mesmo que o melanoma não fosse
frequente entre os trabalhadores estudados, a frequência era maior entre
aqueles que eram mais expostos a vários dos pesticidas.
Das 56.285 pessoas que participaram do estudo, 271, ou menos da
metade de 1%, desenvolveram um melanoma. Os riscos da doença
aumentaram 2,5 vezes em aplicadores expostos a mais de 63 dias ao
maneb/mancozeb durante a vida. Os aplicadores que foram expostos ao
carbaryl por mais de 56 dias estavam 1,7 vez mais propensos e aqueles em
contato com o metil ou paration-etil por mais de 56 dias aumentaram seus
riscos de melanoma em 2,4 vezes.
―Os resultados podem ser relevantes para o restante da população‖,
disse Dale Sandler, chefe de epidemiologia no National Institute of
Environmental Health Sciences e segunda pesquisadora do estudo.
Sandler disse que algumas das químicas são utilizadas pela população
em geral. Uma das grandes diferenças é que os trabalhadores usam
equipamento de proteção, que é um fator que reduz relativamente o risco em
relação a usuários residenciais.
―Os aplicadores recebem informações continuamente para aprender
sobre como lidar com segurança com essas químicas, mas nós provavelmente
iremos a uma loja e não leremos a bula‖, disse Sandler.
A pesquisadora diz ainda que os riscos também vão além dos
trabalhadores ou consumidores que utilizam pesticidas. Geralmente as
químicas estão no meio ambiente próximo às fazendas e podem contaminar os
lençóis freáticos.
A empresa que comercializa o Sevin para o mercado americano, Garden
Tech, não se pronunciou sobre o novo estudo, enquanto que a Bayer Crop
Scientes, fabricante do produto, não pode ser encontrada para comentários.
Michael Thun, vice-presidente de epidemiologia e pesquisa de vigilância
no American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer), disse que o
estudo é ―mais abastecido do que a maioria para fornecer dados‖, pois incluem
um grande número de pessoas.
34
Porém, ele ainda tem dúvidas sobre a ligação entre certos pesticidas e o
câncer de pele.
Thun disse que mesmo com tanta quantidade de informações, ―é difícil
interpretar esses resultados sob o aspecto de certos pesticidas‖. Muitos dos
ingredientes ativos são utilizados em combinação, o que torna mais difícil
identificar quais são aqueles que apresentam mais risco.
Os resultados também podem ter sido distorcidos pela exposição dos
trabalhadores ao sol, o que é o principal fator de risco para o melanoma.
―Uma vez que os fazendeiros passam boa parte de seus dias ao sol, não
podemos excluir a possibilidade de que os resultados específicos desses
pesticidas são causados pela exposição ao sol‖, disseram os autores em seus
relatórios.
Trabalhadores ruivos têm o risco de câncer de pele aumentado em
quase quatro vezes, de acordo com estudo. Pessoas com a pele mais branca
são mais propensos a ficarem queimadas de sol, o que pode resultar em um
melanoma. A obesidade também foi vinculada com o aumento do risco, por
razões desconhecidas.
Ao estimar as doses, os pesquisadores levaram em consideração as
respostas dos trabalhadores na pesquisa sobre equipamentos de segurança.
Todos os pesticidas no estudo contêm rótulos com instruções de
manuseio e alguns só podem ser aplicados e misturados por aplicadores
licenciados, que recebem treinamento contínuo sobre manuseio e mistura de
químicas. O mínimo de equipamento de segurança recomendado é: calças e
blusas de mangas compridas, botas e luvas, porém um equipamento de
proteção mais específico pode ser necessário dependendo do produto.
―O tipo de equipamento de segurança necessário está escrito em cada
rótulo‖, disse Kristine Schaefer, especialista em treinamento de aplicadores de
produtos químicos da Iowa State University Extension. ―As pessoas precisam
seguir as instruções do rótulo ou se responsabilizar. É isso que pregamos.‖
Porém, Schaefer diz que nenhum dos trabalhadores segue as regras.
―Falamos sobre esse assunto em nosso treinamento repetidamente para tentar
passar a mensagem‖.
Uma pesquisa anterior na Europa e Estados Unidos também vinculou a
exposição em longo prazo a pesticidas ao aumento no risco de melanomas. Na
35
Europa, os pesquisadores descobriram que as pessoas que utilizam pesticidas
dentro de casa mais de quatro vezes ao ano tinham uma taxa de melanoma
duas vezes maior do que aquelas que utilizavam menos.
Os pesticidas incluídos no estudo foram aprovados para uso pela EPA -
Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental), e de
acordo com Dale Kemery, assessor de impressa da EPA, todos foram
passaram por nova análise em 2008. Benomyl e paration-etil foram
voluntariamente cancelados como parte do processo. A análise de pesticidas
acontece a cada 15 anos pelo menos.
4. Produto: Amianto
O amianto ou asbesto é uma fibra mineral natural sedosa que, por suas
propriedades físico-químicas (alta resistência mecânica e às altas
temperaturas, incombustibilidade, boa qualidade isolante, durabilidade,
flexibilidade, indestrutibilidade, resistente ao ataque de ácidos, álcalis e
bactérias, facilidade de ser tecida etc.), abundância na natureza e,
principalmente, baixo custo tem sido largamente utilizado na indústria. É
extraído fundamentalmente de rochas compostas de silicatos hidratados de
magnésio, onde apenas de 5 a 10% se encontram em sua forma fibrosa de
interesse comercial.
Os nomes latino e grego, respectivamente, amianto e asbesto, têm
relação com suas principais características físico-químicas, incorruptível e
incombustível.
Está presente em abundância na natureza sob duas formas: serpentinas
(amianto branco) e anfibólios (amiantos marrom, azul e outros), sendo que a
primeira - serpentinas- correspondem a mais de 95% de todas as
manifestações geológicas no planeta.
Já foi considerado a seda natural ou o mineral mágico, já que vem sendo
utilizado desde os primórdios da civilização, inicialmente para reforçar
utensílios cerâmicos, conferindo-os propriedades refratárias.
36
4.1. Identificação de Perigos:
Existem patologias associadas ao contato direto com o amianto, como a
fibrose intersticial do pulmão, alterações benignas da pleura, tumor benigno e
maligno das serosas, tumor dos brônquios e pulmão, bem como outros tipos de
patologias pulmonares.
Fragmentos microscópicos de fibras de amianto são potencialmente
perigosos quando inalados e podem provocar doenças respiratórias:
 Câncer de pulmão: que é o mais comum em pessoas expostas ao
amianto;
 Mesotelioma: uma forma de câncer no peito que praticamente só
ocorre em pessoas expostas ao amianto;
 Asbestose: uma doença que causa falta de ar e pode levar a
problemas respiratórios mais graves.
O amianto branco, conhecido como crisótilo, é a única forma de amianto
usada hoje. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a variação
também é associada ao mesotelioma e outros tipos de câncer, mas seus
produtores dizem que a substância é segura se manejada com cuidado.
 Os sintomas que deve ter em conta:
As manifestações da exposição ao amianto surgem, em média, 30 a 40
anos depois, mas a suscetibilidade individual pode ditar períodos muito mais
curtos. Estas patologias têm uma evolução lenta e, por isso, confundem-se,
muitas vezes, com as associadas ao envelhecimento, como é o caso da
diminuição da capacidade respiratória e das doenças tumorais.
4.2. Medidas de Primeiros-socorros
Os primeiros socorros devem ser equacionados tendo em conta as
particularidades que este específico tipo de trabalho representa (e.g.: o acesso
a zonas de trabalho confinadas, as dificuldades de comunicação associadas ao
37
uso de equipamentos de proteção e ao confinamento das zonas de trabalho,
etc.), bem como às particularidades de cada local onde o trabalho se realize.
É de toda a conveniência redigir procedimentos escritos que abordem,
nomeadamente, os seguintes itens:
 O número e a identificação dos encarregados de primeiros
socorros e evacuação de trabalhadores especificamente
formados no socorrismo deste tipo de trabalhos;
 O modo de identificação visual destes trabalhadores;
 Os meios e processo de alerta no interior das zonas confinadas;
 Os modos de comunicar com o exterior
 Inalação:
Remover para ar fresco. Procurar ajuda médica para qualquer
dificuldade de respiração.
 Ingestão:
Dar para beber diversos copos d'água para diluir. Se uma grande
quantidade foi ingerida, procurar ajuda médica.
 Contato com a pele:
Imediatamente lavar a pele com água em abundância por pelo menos 15
minutos. Remova as roupas e calçados contaminados. Lavar as roupas antes
do reuso. Limpar imediatamente os calçados antes do reuso. Procurar ajuda
médica se as irritações se desenvolverem.
 Contato com os olhos:
Imediatamente lavar os olhos com água em abundância por pelo menos
15 minutos, levantando e abaixando as pálpebras ocasionalmente. Procurar
ajuda médica se a irritação persistir.
38
4.3. Aplicações
Foi intensivamente utilizado na indústria pela sua abundância e baixo
custo de exploração. Considerado, por muito tempo, matéria-prima essencial
por suas propriedades físico-químicas, tais como: grande resistência mecânica
e às altas temperaturas, ao ataque ácido, alcalino e de bactérias. É
incombustível, durável, flexível, indestrutível, resistente, sedoso, facilmente
tecido e tem boa qualidade isolante.
O amianto, por anos chamado de "mineral mágico", foi utilizado
principalmente na indústria da construção civil (pisos vinílicos, telhas, caixas
d‘água, divisórias, forros falsos, tubulações, vasos de decoração e para plantio
e outros artefatos de cimento-amianto) e para isolamento acústico ou térmico.
Foi empregado também em materiais de fricção nas guarnições de freios (lonas
e pastilhas), em juntas, gaxetas e outros materiais de isolamento e vedação,
revestimentos de discos de embreagem, tecidos para vestimentas e acessórios
anti-chama ou calor, tintas, instrumentos de laboratórios e nas indústrias bélica,
aeroespacial, petrolífera, têxtil, de papel e papelão, naval, de fundições, de
produção de cloro-soda, entre outras aplicações.
4.4. Formas de Exposição ao Ambiente
4.4.1. Exposição ocupacional:
 a exposição ocupacional é a principal forma de exposição e
contaminação;
 ocorre, principalmente, através da inalação das fibras de amianto,
que podem causar lesões nos pulmões e em outros órgãos;
 a via digestiva também deve ser considerada como fonte de
contaminação.
4.4.2. Exposição ambiental:
 contato dos familiares com roupas e objetos dos trabalhadores
contaminados pela fibra;
39
 residir nas proximidades de fábricas, minerações ou em áreas
contaminadas (solo e ar) por amianto;
 frequentar ambientes onde haja produtos de amianto degradados;
 presença do amianto livre na natureza ou em pontos de depósito
ou descarte de produtos com amianto
4.5. Legislação
4.5.1. No Brasil
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1986 editou a
"Convenção 162", que trata de um conjunto de regulamentações para o uso do
amianto nas áreas de mineração, nas indústrias de processamento e
transformação do minério.
Em 1991, o Ministério do Trabalho Brasileiro publicou a Portaria nº 1,
que:
 proíbe o uso de amianto do tipo anfibólio e de produtos que o
contenham;
 proíbe a pulverização (spray) de qualquer amianto;
 proíbe o trabalho de menores de 18 anos nas áreas de produção;
 exige que as empresas elaborem normas de procedimento para
situações de emergência e que só possam comprar a matéria-
prima de empresas cadastradas no Ministério do Trabalho;
 determina que as fibras de amianto e seus produtos sejam
rotulados e acompanhados de "instruções de uso", com
informações sobre os riscos para a saúde, doenças relacionadas
e medidas de proteção e controle;
 fixa o limite de tolerância para fibras respiráveis em 2 fibras/cm3;
 exige avaliação ambiental a cada seis meses e a divulgação dos
resultados para conhecimento dos funcionários;
 estabelece o fornecimento de equipamentos de proteção
individual (EPIs), bem como roupa de trabalho que deve ser
40
trocada duas vezes por semana e lavada sob responsabilidade da
empresa;
 se instale vestiários duplos, separando roupas de trabalho das
comuns de passeio;
 os trabalhadores expostos devam receber treinamento anual
sobre os riscos e as medidas de proteção e controle;
 os trabalhadores devam ser submetidos a exames médicos,
incluindo raio-x e espirometria, além da avaliação clínica, na
admissão, periodicamente e pós-demissionais por até 30 anos,
em periodicidade determinada pelo tempo de exposição: anual
para os que se expuseram mais de 20 anos; a cada dois anos,
entre 12 e 20 anos; a cada 3 anos, abaixo de 12 anos;
 que sejam monitorados os resíduos da fibra nos ambientes e
destinados sem colocar em risco à saúde dos trabalhadores e da
população em geral.
Embora tenha sido promulgada em 01/06/95 a lei nº 9055 "do uso
controlado do amianto" pelo Congresso Nacional para disciplinar a extração,
industrialização, utilização, comercialização e transporte do asbesto e dos
produtos que o contenham, bem como das fibras naturais e artificiais, de
qualquer origem, ela está sendo questionada no STF- Supremo Tribunal
Federal (ADI 4066) por entenderem os magistrados do trabalho (ANAMATRA)
e os procuradores do trabalho (ANPT) que a lei é inconstitucional. Vários
municípios e estados brasileiros já possuem legislação restritiva ao uso do
amianto e em 4 deles já há uma proibição formal de sua exploração, utilização
e comercialização, como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul e Pernambuco.
No âmbito do Ministério da Saúde e do Ministério da Previdência Social,
as principais doenças relacionadas ao trabalho com amianto estão listadas,
respectivamente, na Portaria No. 1.339/GM, de 18/11/1999 e no Decreto no.
3.048, de 6/5/1999 (atualizado pelo Decreto No. 6.957, de 9/9/2009): neoplasia
maligna do estômago (CID C16.-); neoplasia maligna da laringe (C32.-);
neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-); mesotelioma de pleura
(C45.0); msotelioma do peritônio (C45.1); mesotelioma do pericárdio (C45.2);
placas epicárdicas ou pericárdicas (I34.8); asbestose (J60.-) e placas pleurais
41
(J92.-). Estes decretos e portarias, que regulamentam dispositivos legais da
Saúde (Lei 8.080/90) e da Previdência (Lei 8.213/91), aplicam-se ao campo da
Saúde dos Trabalhadores, quer orientando os procedimentos de
estabelecimento de nexo causal (trabalho x doença), quer disciplinando as
obrigações dos empregadores e de quem faz o diagnóstico a notificar as
autoridades públicas, quer favorecendo os trabalhadores segurados pelo INSS
ao exercício dos direitos previdenciários, como a proteção social enquanto
houver incapacidade laborativa, estabilidade de 1 ano após afastamentos do
trabalho superiores há 15 dias – entre outros direitos - , quer favorecendo
outros mecanismos compensatórios na esfera da responsabilidade civil e
criminal.
Por outro lado, tanto as pneumoconioses (nelas incluída a Asbestose),
como o Câncer Relacionado ao Trabalho (nele incluído o Mesotelioma e o
câncer de pulmão, entre outros) constam da Portaria do Ministério da Saúde
GM/MS 777, de 28/4/2004, que obriga e regulamenta os procedimentos de
notificação obrigatória dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, ao
SINAN.
É fundamental que os profissionais de saúde que atendem trabalhadores
conheçam estes deveres e cumpram suas obrigações, inclusive as previstas na
Resolução no. 1.488, do Conselho Federal de Medicina, aplicável a todos os
médicos em exercício.
4.5.2. No Mundo
O uso do amianto foi proibido em 52 países.
Embora vários países em desenvolvimento ainda permitam o uso e
adotem limites de tolerância para o amianto, o Critério de Saúde Ambiental 203
do Programa de Segurança Química da Organização Mundial da Saúde de
1998 concluiu que ―nenhum limite de tolerância foi identificado para os agentes
carcinogênicos"; "que onde materiais substitutos para crisotila estiverem
disponíveis, eles devem ser considerados para uso" e "que a exposição ao
amianto crisotila aumenta os riscos de asbestose, câncer de pulmão e
mesotelioma em função da dose‖.
42
 MEDIDAS INVESTIGATIVAS ATINENTES AO CAMPO DA
SAÚDE PÚBLICA A SEREM APLICADAS PELOS PROFISSIONAIS DO
SETOR
 investigar sempre o histórico ocupacional detalhado do
trabalhador ou do pacientes com sintomas respiratórios;
 ser específico na investigação ocupacional, perguntando
diretamente se o paciente trabalha ou trabalhou com amianto ou
asbesto;
 avaliar a exposição indireta: familiar ou ambiental, perguntando
pelo entorno da residência ou pela ocupação dos familiares;
 encaminhar o paciente para os Centros de Referência em Saúde
do Trabalhador (RENAST), ambulatórios de especialidades com
serviço de Pneumologia ou ao Programa Saúde da Família e,
após a confirmação de diagnóstico de câncer o paciente deve ser
encaminhado aos UNACONS/ CACONS (Unidades ou Centro de
Alta Complexidade Oncológicos) do SUS;
 na confirmação de diagnóstico de patologias ocupacionais como o
câncer, o mesotelioma maligno e a asbestose, notificar ao SINAN.
4.6. Reportagens:
4.6.1. Morre Aldo Vicentin, mais uma vítima do amianto.
Aldo Vicentin, entrevistado pela repórter antes da cirurgia, não resistiu e faleceu na
quinta-feira, dia 3 de julho.
Aldo Vicentin, antes da cirurgia, com o colega Eliezer de
Souza
Aldo, na UTI do Incor, após a cirurgia; quinta-feira, 3
de julho, às 9h30, ele faleceu por Conceição Lemes
A Organização Internacional do Trabalho – a OIT, órgão das Nações
Unidas –alerta: o amianto, ou asbesto, mata por ano no mundo 100 mil
43
trabalhadores. No Brasil, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
1 milhão de pessoas podem estar em contato direto com a fibra assassina ou
do diabo, como é conhecido esse mineral. Ele é cancerígeno. Está banido em
49 países, incluindo Argentina, Chile, Uruguai e União Europeia. Aqui, é
proibido no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e mais
recentemente São Paulo. No dia 4 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF)
decidiu por 7 votos a 3 que a lei 12.684, que veda o uso do amianto no Estado,
é constitucional. Em bom português: está proibido no Estado de São Paulo.
O aposentado Aldo Vicentin, 66 anos, secretário-geral da Associação
Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), não pôde comemorar esta vitória.
Enquanto a lei era julgada no STF, ele internava-se no Instituto do Coração de
São Paulo, o Incor, para a batalha da sua vida: extirpar o mesotelioma – tumor
maligno de pleura, membrana que reveste o pulmão. É muito agressivo,
incurável, praticamente intratável, causado pela exposição ocupacional ou
ambiental ao amianto. A quase totalidade dos portadores morre em um ano; a
expectativa de vida é de, no máximo, 2 anos. Aldo é casado com dona Gisélia,
tem duas filhas e um neto.
―De 1964 a 1968, trabalhei no depósito de materiais da Eternit, em
Osasco; ajudava a carregar caminhões com tubos, caixas d‘água, telhas‖,
relembra à repórter antes da cirurgia. ―Tinha 22 anos, nem sabia o que era
amianto. Só ao requerer a aposentadoria, em 1994/1995, descobri que havia
trabalhado em condições insalubres, perigosas.‖
Aldo já perdeu a conta dos amigos que o amianto levou. ―Agora, sou eu
que estou com esse passivo‖, diz, indignado, referindo-se ao tumor, que se
manifestou 44 anos depois. ―Foi de repente. Comecei a sentir canseira, sem
fôlego para subir uma rampa… Na radiografia de um ano e meio atrás não
havia nada. A que fiz há três meses mostrou meu pulmão esquerdo
inteiramente tomado.‖ Dona Gisélia está arrasada: ―O mesotelioma parece
furacão; destrói tudo pelo caminho‖.
―No início, não sabíamos que o amianto fazia mal e tivemos alguns
casos de disfunção respiratória na fábrica de Osasco, já desativada. Usávamos
principalmente o anfibólio‖, diz Élio Martins, presidente do Grupo Eternit, o
maior do País no setor de amianto . ―Por volta de 1980, passamos a trabalhar
só com a crisotila, fizemos altos investimentos em medidas de proteção e
44
eliminamos todos os riscos da atividade profissional. De lá para cá, não temos
nenhum trabalhador doente nas nossas fábricas nem na nossa mineradora.‖ A
mineradora é a SAMA, responsável pela única mina de amianto em exploração;
fica em Minaçu, Goiás. Anfibólio é outro grupo de amianto, no qual estão
inseridos o amianto marrom e o azul, já banidos no mundo inteiro; têm maior
poder de agressividade que a crisotila, ou amianto branco.
―Não são apenas alguns casos, mas milhares de pessoas com doenças
pulmonares graves, entre as quais o mesotelioma‖, afirma Fernanda Giannasi,
engenheira de segurança do trabalho e auditora fiscal do MTE, em São Paulo.
―Como é possível garantir que a partir de 1980 ninguém ficou doente? É
futurologia. Nós trabalhamos com epidemiologia, e os estudos demonstram que
as doenças do amianto levam 20, 30, 40 anos para se manifestar. O
mesotelioma do Aldo levou 44!‖
―Ainda por cima, há enorme subnotificação; tem muita gente morrendo
de mesotelioma sem saber‖, revela o pneumologista Hermano Albuquerque de
Castro, professor da Escola Nacional de Saúde Pública e coordenador do
Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Há falta de acesso à saúde e
despreparo dos médicos para fazer o diagnóstico adequado. Nos anos 90, o
mesotelioma provocava, em média, 100 mortes por ano; em 2000, perto de
200. ―A tendência é crescer o número de casos e o de óbitos‖, enfatiza.
Adilson Santana, funcionário da SAMA há 22 anos, diretor do Sindicato
dos Mineiros de Minaçu e vice-presidente da Comissão Nacional dos
Trabalhadores do Amianto (CNTA), desconversa: ―Diferentemente de até
1980, hoje não há risco algum nem para os trabalhadores da mina nem para os
das fábricas. É totalmente seguro trabalhar com a crisotila‖.
―O vice-presidente da CNTA falta com a verdade!‖, declara Eliezer João
de Souza, 67 anos, presidente da Abrea e funcionário da Eternit de 1967 a
1981. A crisotila também é cancerígena. Em 2007, quando esteve em Minaçu
para organizar o movimento local, viu duas pessoas morrerem por causa do
amianto. Lá também descobriu que há vários casos de câncer de pessoas que
começaram a trabalhar com amianto depois dos anos 80. Em Minaçu, a
população não tem noção dos perigos que corre. Além disso, a CNTA atua a
favor dos interesses da indústria e não a favor do trabalhador.
45
―Quem trabalha com amianto está com a corda no pescoço‖, vaticina
Eliezer. ―O atestado de óbito está pronto. É só questão de tempo para ser
assinado.‖ Em 2000, ele teve que extrair nódulos no pulmão. Agora, está com
suspeita de asbestose, mais conhecida como ―pulmão de pedra‖. A doença
provoca o ―endurecimento‖ do pulmão, levando pouco a pouco à perda
progressiva da capacidade respiratória; pode evoluir para a morte — a
chamada morte lenta.
DE MINERAL “MÁGICO” À FIBRA ASSASSINA
Amianto é o nome comercial adotado para um conjunto de minerais
constituídos basicamente de silicato de magnésio, rocha presente na natureza.
Dependendo da região, é só tirar a camada vegetal, você a encontra. Em forma
bruta, não prejudica a saúde se o ser humano deixá-la quieta. Em geral, as
fibras que libera naturalmente no ar por ação de ventos e chuvas são grandes
e não inaladas; os próprios pelos do nariz barram a entrada delas no aparelho
respiratório.
O problema começa no processo de mineração. A rocha é moída; 5% se
transformam em fios que lembram cabelo. São as fibras. As graúdas têm alto
valor comercial. Quanto mais diminutas elas se tornam, mais invisíveis ficam a
olho nu. Chegam a ponto de só poderem ser observadas ao microscópio.
Viram poeira muito fina.
O amianto é um produto barato, durável, altamente resistente – o fogo
não o destrói –, capaz de se transformar em fios e tecidos. Daí, durante muito
tempo, ter sido considerado um mineral ―mágico‖. Fazem-se centenas de
coisas com ele. Combinado com cimento, por exemplo, forma uma massa,
como a de bolo, fácil de moldar. O resultado são telhas, painéis acústicos,
forros, pisos, divisórias de ambiente, caixas d‘água, tubulações. Já ligado a
certas resinas dá origem a pastilhas de freio, revestimento do disco de
embreagem, lona de fricção.
Não à toa está por todo canto. Da reserva indígena de São Marcos, em
Roraima, à coxia do Theatro São Pedro, em São Paulo. E esteja você em casa,
escola, local de trabalho, parque, carro, ônibus, é bem provável que aí ou nas
proximidades haja algo com amianto.
46
Reserva São Marcos / Theatro São Pedro
―Porém, desde 1906, se sabe que o amianto é danoso à saúde‖, adverte
Fernanda Giannasi. Na ocasião, uma pesquisa na Inglaterra demonstrou que
trabalhadores que manipulavam amianto tinham ―entupimento‖ nos pulmões,
que provocava limitação respiratória progressiva e incapacitante.
Na década de 1940, estudos começaram a ventilar a possibilidade de o
amianto ser cancerígeno. Na década de 1950, não restavam mais dúvidas.
Uma doença chamada mesotelioma estava relacionada a ele. Os estudos
subsequentes só aprofundaram essa correlação. Na década de 1980, já se
conheciam praticamente todas as doenças decorrentes da exposição ao
amianto e os grupos atingidos. A Agência Internacional para Pesquisa de
Câncer, a IARC (sigla da instituição em inglês), coloca então o amianto na lista
de substâncias reconhecidamente cancerígenas para o ser humano. A IARC é
órgão ligado à Organização Mundial de Saúde (OMS), sediado em Lyon, na
França. A partir daí, o amianto passa a ser denominado a fibra assassina ou do
diabo.
AS VÁRIAS DOENÇAS CAUSADAS PELO AMIANTO
O amianto está associado a vários problemas de saúde.
―No curto prazo, um ou dois anos, pode desencadear doenças que
reduzem a capacidade respiratória‖, informa o pneumologista Hermano de
Castro. ―Isso acontece devido a um processo inflamatório.‖
O pulmão é como uma grande ―esponja‖ ligada a ―canos‖ que
transportam ar para o seu interior. A traqueia e os brônquios são os ―canos‖. A
―esponja‖, ou parênquima pulmonar, são os milhares de alvéolos: ―saquinhos‖,
onde o oxigênio respirado, essencial à vida, é trocado pelo gás carbônico, ―lixo‖
produzido pelo organismo. ―A ‗esponja‘ representa 90% da área dos pulmões‖,
explica a médica Iolanda Calvo Tibério, professora livre-docente de Clínica
Médica da Faculdade de Medicina da USP. ―O amianto inflama justamente o
parênquima pulmonar, podendo causar granuloma.‖
47
A ―esponja‖ é bem elástica, para que os pulmões se encham de ar e se
esvaziem adequadamente. A inflamação, porém, altera esse tecido, tornando-o
fibroso. É como a cicatriz que se forma na pele quando a gente leva um corte.
O local fica mais duro, com menos elasticidade. Inflamado cronicamente pode
dar origem a nódulos – os granulomas. ―Ainda, gradativamente, o pulmão,
perde a sua capacidade de se expandir de modo adequado‖, prossegue
Castro. ―A pessoa tem falta de ar, canseira, tosse e muco.‖
Em geral, depois de 10, 15 anos de exposição ao amianto, a fibrose
altera a própria estrutura do pulmão. É a asbestose, ou fibrose pulmonar. O
pulmão ―endurece‖, perdendo progressivamente a sua capacidade de se
expandir. Provoca falta de ar, dor nas costas, cansaço, emagrecimento. ―Não
tem cura, mesmo que a pessoa nunca mais entre em contato com amianto‖,
avisa Castro. ―Leva lentamente à morte.‖
No longo prazo, o amianto pode promover alterações nas células,
causando câncer de pulmão. Leva 25 a 30 anos para se manifestar. A pessoa
exposta ao amianto e, ao mesmo tempo, fumante tem 57 vezes mais
probabilidade de ter esse tumor maligno do que quem não está nessas duas
situações. É que o amianto e o tabaco têm efeito sinérgico: um potencializa o
malefício do outro.
Também, no longo do tempo, pode induzir ao mesotelioma de pleura
(membrana que reveste o pulmão), de peritônio (membrana que reveste a
cavidade abdominal) e de pericárdio (membrana que recobre o coração). É um
tumor maligno e extremamente agressivo, incurável e fatal e pode aparecer 35,
40 e até 50 anos após o primeiro contato com o amianto. De 1983 a 2003, há
contabilizado no SUS 2.414 óbitos de brasileiros por mesotelioma. O número
real, porém, é certamente bem maior. Os dados oficiais são apenas a ponta de
um imenso iceberg.
MESOTELIOMA NÃO É DOSE-DEPENDENTE
―Mas a crisotila não é cancerígena, ao contrário do anfibólio‖, diz Marina
Júlia de Aquino, presidente do Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC). ―A
legislação fixa limite de fibras no ambiente de trabalho, que nossas associadas
[11] cumprem. Hoje, com certeza, os trabalhadores não têm risco.‖ O IBC é
uma instituição criada nos moldes do Instituto da Crisotila, no Canadá, com o
48
qual mantém estreitas relações. O objetivo principal é fazer lobby a favor dos
interesses da indústria.
O site da Eternit, na seção Perguntas mais frequentes, reforça o
discurso da presidente do IBC: Somente os trabalhadores expostos, durante
longos períodos, a altas concentrações de fibras, fazem parte do grupo de
risco. Os trabalhadores das indústrias que seguem as regras do uso controlado
estão totalmente seguros. Diz mais: Hoje, os riscos do amianto crisotila se
constituem não em uma questão de saúde pública, mas de saúde ocupacional.
Na entrevista a esta repórter, o presidente Élio Martins repisa: ―O amianto é
apenas problema de saúde ocupacional. Não temos nenhum caso no Brasil de
pessoa que usou telha ou caixa d‘água com amianto e teve problema de
saúde‖.
Vamos por partes:
1) O fato de o amianto crisotila ser menos nocivo não significa ser inócuo
ou que faça bem à saúde.
2) Todas as formas e tipos de amianto são cancerígenos, inclusive a
crisotila pura. É a posição da IARC (Agência Internacional para a Pesquisa do
Câncer), da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e
do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, o famoso INSERM, da
França. Também a da Fiocruz, no Brasil.
3) A asbestose, realmente, é dose-dependente. Quanto mais o
trabalhador fica exposto ao amianto, maior a probabilidade de ele desenvolver
a doença.
4) Já o mesotelioma não é dose-dependente. ―É mentira que exista dose
segura para o câncer; a única quantidade que protege é a exposição zero‖,
alerta o médico Hermano de Castro. ―Mesmo que você se exponha por curto
período e sob baixa dose ao amianto, pode vir a ter mesotelioma no futuro‖.
5) Não é verdade que é um problema apenas de quem trabalha com o
mineral. ―Familiares e moradores próximos às minas estão em risco, assim
como quem se submete à exposição ambiental‖, avisa Fernanda Giannasi. Por
exemplo, operários de oficinas mecânicas, da construção civil (cortam telhas,
divisórias), colocadores de telha, pessoas que moram em casas com telhas de
amianto que estejam degradadas, liberando fibras para o ambiente.
49
―Acompanhamos aproximadamente 100 esposas de ex-empregados;
cinco já têm placas pleurais‖, corrobora o médico do trabalho Vilton Raile, do
Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Osasco. Placas na pleura
podem acarretar falta de ar, cansaço, dores nas costas e tosse com catarro. As
cinco se contaminaram, lavando as roupas dos maridos. ―Há um caso,
confirmado, de mesotelioma de pleura‖, acrescenta Eliezer, presidente da
Abrea. ―Essa senhora já morreu e se contaminou como as outras cinco
esposas.‖
PROBLEMA DE SAÚDE OCUPACIONAL E DE SAÚDE PÚBLICA
―O amianto não é apenas questão de saúde ocupacional‖, sustenta
Hermano de Castro, coordenador do Centro de Estudos da Saúde do
Trabalhador e Ecologia Humana da Fiocruz. ―É problema de saúde pública,
sim.‖
O próprio Hermano justifica:
1) Estudos epidemiológicos indicam que parte das pessoas atingidas
pelo mesotelioma tem história de exposição direta, explícita. Mas outra parcela,
não; neste caso, as evidências são de exposição ambiental. Os mais
suscetíveis, mesmo expostos em baixas doses, correm o risco de ter esse
tumor maligno.
2) Uma vez que há pessoas que têm mesotelioma vinculado à exposição
ambiental ao amianto, ele torna-se problema de saúde pública.
3) Problema ocupacional é também problema de saúde pública.
4) Quando trabalhadores ou ex-empregados expostos ao amianto
adoecem, vão para o SUS em busca de tratamento e para o INSS à procura de
seguridade social. Aí, todos os seus custos passam a ser pagos pela
sociedade em geral. Logo, mais um motivo para ser considerado problema de
saúde pública e não só de saúde ocupacional.
PROVA DO PERIGO ESTÁ IMPRESSA NO PRÓPRIO PRODUTO
A esta altura, sabemos que algumas perguntas são inevitáveis. Pedimos
a Fernanda Giannasi, que também coordena a Rede Virtual-Cidadã pelo
Banimento do Amianto na América Latina, para respondê-las.
50
– Ninguém na minha família trabalha com amianto. Por que deixar
de usar esse tipo de telha, que é mais barata, resistente e vários vizinhos
têm?
Porque o amianto, mesmo em baixas doses, é cancerígeno. Vá até uma
loja de materiais de construção e descobrirá que na telha ou qualquer produto
de cimento-amianto, por exemplo, está escrito: ao cortar ou furar não respire
a poeira gerada, pois pode prejudicar gravemente a saúde. É porque, ao se
cortar ou furar uma telha, centenas de fibras de amianto são liberadas no ar. E
inala essa ―poeira‖ não só quem faz o serviço, mas todo mundo que está no
ambiente. Além disso, o material, com o tempo, se degrada e, ao ser
manipulado, se desfaz, liberando fibras de amianto na sua casa, no meio
ambiente. Logo, é um risco a ser considerado e temido.
– Se eu respirar uma fibra, posso ficar doente?
Pode, dependendo de onde ela se alojar.
– Mas tem tanta gente que trabalhou com amianto e não tem nada…
Tem tanta gente que mora em casa com telha de amianto e não tem
nada…
Não tem nada hoje. Mas é impossível garantir que não venha a ter no
futuro.
Se as doenças mais graves levam, no mínimo, 25 anos para se
manifestar, às vezes até 50, como é o caso do mesotelioma, e nós estamos em
2008, como é possível garantir que as pessoas que trabalharam a partir de
1980 não ficarão doentes? Isso é uma irresponsabilidade…uma
leviandade. Quem foi exposto nos anos 80, só vai ter o seu mesotelioma a
partir de 2015, 2025.
RISCO ESCONDIDO, OMISSÕES E AMEAÇA DE MORTE
Se o amianto é cancerígeno e desde os anos 80 se conhece todos os
seus malefícios, por que ainda não foi banido no mundo inteiro?
―É um dos lobbies mais eficazes jamais visto. Faz-me lembrar de o do
tabaco‖, diz Joan Kuyek, da Mining Watch, organização não-governamental do
Canadá, no documentário francês A morte lenta pelo amianto, de Sylvie
Deleule. ―O mesmo tipo de mito, mesmo tipo de ciência, mesmo gênero de
51
cumplicidade entre industriais, trabalhadores e governo na forma de agir, para
minimizar os riscos.‖
―Eu fui da Cipa [Comissão Interna de Prevenção de Acidentes] da
Eternit, fiz cursos de doença do trabalho, mas só em 1995 descobri que o
amianto era cancerígeno‖, conta Eliezer de Souza. ―A cada dois anos, nós
fazíamos raio X de pulmão. Nunca soubemos do resultado. O doutor Wagner
sabia o que estava acontecendo e escondia da gente. Eu tinha
muita pneumonia e não sabia o por que.‖
O doutor é Wagner José Meirelles. Foi o médico responsável da
Eternit de 1974 (aproximadamente) a 1993, quando a fábrica de Osasco
fechou. Depois, atuou na Associação Brasileira do Amianto (Abra). Hoje mora
em Ubatuba, litoral norte de São Paulo: ―Eu me lembro do Eliezer, mas eu me
aposentei e não quero mais falar sobre o assunto. Os trabalhadores me viam
como pessoa da empresa, o que não era verdade. Fui eu quem instituiu todos
os controles não só de saúde como de ambiente do trabalho na empresa‖.
A repórter voltou a contatar o médico Wagner José Meirelles:
— Além do Eliezer, outros ex-empregados disseram que só souberam que o
amianto era cancerígeno por volta de 1995…
Desde 1984/85, eles já sabiam dos riscos do amianto. Agora, se acham que
foram prejudicados, que procurem os seus direitos. É legítimo.
— Soube que num debate na Assembleia Legislativa de São Paulo,
quando se discutia a primeira lei do banimento do amianto em São Paulo [só
aprovada em 2001], o senhor pediu a palavra e chorou quando viu ex-
empregados da fábrica. É verdade?
Eu não chorei. A Fernanda Giannasi me chamou de omisso. Achei
injusto e pedi para falar. Com a voz embargada, convoquei os trabalhadores
para que, se tivessem alguma coisa contra mim, falassem. Todos calaram.
— Segundo a Fernanda, em 1987, o senhor tinha conhecimento de seis
casos de doenças pelo amianto, que não foram comunicados ao INSS por
decisões superiores. Em 1996, o senhor teria lhe dito que muitos casos
passaram por suas mãos, foram relatados à matriz, na Suíça, e a ordem foi de
que não fizesse nenhum alarde; que cada um, quando descobrisse, procurasse
os seus direitos na Justiça. O senhor confirma?
Não é verdade.
52
―O Wagner disse que negaria tudo se um dia eu revelasse essas
informações‖, manifesta-se Fernanda. ―Tenho a consciência tranquila, até
porque o alertei. Infelizmente, alguns médicos ainda contribuem para a
invisibilidade social das doenças do amianto no Brasil — o chamado silêncio
epidemiológico. Fazem isso quando atendem os casos e não geram
informações nem para o INSS nem para o Ministério da Saúde, apesar de
muitas vezes serem profissionais da rede pública de saúde. Será isso ético ou
moral?‖
Nem uma ameaça de morte calou Fernanda. Em janeiro de 2004, três
auditores fiscais do trabalho e o motorista do Ministério do Trabalho e Emprego
foram assassinados em Unaí, Minas Gerais. Cinco dias depois da chacina,
uma carta anônima, intimidatória, lhe foi enviada.
Fernanda dedica-se à causa do amianto desde 1985.
É a maior referência na área no Brasil. Incomoda, aqui e lá
fora. Em abril de 2001, Denis Hamel, diretor do Instituto da
Crisotila do Canadá mandou uma carta ao então Ministro
do Trabalho e Emprego do Brasil, Francisco Dornelles,
pedindo ―para repreendê-la e enquadrá-la‖. Fernanda é
auditora fiscal do MTE, lotada na Superintendência Regional do Trabalho em
São Paulo. No documentário A morte lenta pelo amianto, Hamel justifica a
retaliação: ―Ela dá declarações mentirosas, exageradas, que prejudicam
enormemente os esforços da indústria‖.
USO CONTROLADO É IMPOSSÍVEL; É UMA ILUSÃO TOTAL
Fernanda Giannasi e os ―velhinhos da Abrea‖, como os defensores do
amianto se referem malevolamente aos ex-empregados e membros da
Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, começam a colher os frutos de
mais de uma década de batalha. No dia 4 de junho, o Supremo Tribunal
Federal (STF) julgou que a lei 12.684, que proíbe o uso do amianto no Estado
de São Paulo, é constitucional.
―Uma vitória histórica do direito à saúde, à prevenção de doenças e ao
meio ambiente equilibrado‖, avalia Mauro Menezes, advogado da Abrea e da
Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANTP).
53
Até essa decisão, segundo o advogado da Abrea e da ANPT, o
argumento usado pelos defensores do amianto para derrubar as leis municipais
e estaduais de banimento era de que elas violavam um princípio federativo,
pois existe uma lei federal sobre o assunto. E, com base nesse raciocínio
formal, havia a superveniência da lei federal sobre a estadual. Só que havia – e
há! – uma discussão muito mais significativa, também constitucional, que é
avaliar se o uso do amianto, ainda que controlado, ofende ou não o direito à
saúde, à redução do risco de doença, à valorização social do trabalho, à
dignidade da pessoa humana e ao meio ambiente equilibrado.
―Pela primeira vez o STF eliminou as questões preliminares e foi ao
cerne do problema, tomando por base trabalhos científicos idôneos‖, afirma
Menezes. ―O STF considerou de forma muito convicta que todo tipo de
amianto, em função da lesividade ao ser humano, não se compatibiliza com
uma questão maior que está garantida na nossa Constituição, que é o direito à
saúde e à vida.‖
Essa foi a segunda tentativa de se banir o amianto no Estado de São
Paulo. A primeira lei, aprovada em 2001, foi revogada pelo STF por uma ação
direta de inconstitucionalidade (ADIN). A relatora foi a ministra Ellen Gracie.
Mato Grosso do Sul teve também sua lei estadual derrubada no STF. O relator
foi o então ministro Maurício Correa; na ocasião, era presidente do Supremo
Tribunal Federal.
Atualmente, Maurício Correa encabeça como advogado as
ADINs ajuizadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria
(CNTI), que visam derrubar as leis do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e
Pernambuco. A CNTI abriga a Comissão Nacional dos Trabalhadores do
Amianto (CNTA), financiada pela indústria do amianto, através do Instituto
Brasileiro do Crisotila. ―Há nove ADINs aguardando julgamento‖,
informa Menezes. ―A indústria do amianto está com os seus dias contados no
Brasil. O problema é que, nesses dias contatados, vidas serão sacrificadas e
isso não é plausível numa sociedade democrática, que tem a Constituição que
tem. Afinal, é considerada a Constituição Cidadã!‖
Talvez alguns questionem: será que não é mesmo possível o uso
controlado do amianto crisotila?
54
―No máximo, as indústrias conseguem reduzir a dose de contaminação
dentro das fábricas. Não conseguem controlar depois que o produto sai das
fábricas e vai para o público‖, esclarece Hermano de Castro, da Fiocruz. Por
exemplo, na própria construção civil, onde é frequente a instalação de telhados.
Devido à alta rotatividade de mão-de-obra do setor, os operários não têm
noção de que aquele produto, que estão furando e cortando, tem amianto. E
acabam respirando suas fibras sem qualquer proteção. O mesmo pode
acontecer nas suas casas.
Talvez alguns ainda rebatam: mas isso é de responsabilidade da
construção civil, do Ministério do Trabalho e não da indústria do amianto…
―É problema das indústrias que trabalham com amianto, sim‖, volta à
carga Hermano de Castro. ―Elas têm responsabilidade por toda a cadeia:
mineração, produção, colocação no mercado. E, aí, como é que elas vão
controlar o manuseio desses produtos pela população? É impossível. O uso
controlado é uma ilusão total. Uma falácia!‖
―Agora, se a sociedade decidir pela substituição do amianto por fibras
sintéticas, terá que pagar por isso‖, diz Élio Martins. ―Além de eventual
desabastecimento, o nosso produto vai custar 30% a 60% mais caro do que
hoje.‖
Por curiosidade, checamos na London, uma loja de materiais de
construção situada na avenida Vicente Rao com o viaduto da Washington Luís;
é o segundo após o aeroporto de Congonhas, em São Paulo. No sábado, dia
28 de junho, uma telha de amianto de 2,44m x 1,10m x 6 mm saía por
R$27,80. ―A outra, de fibra sintética, custa o mesmo preço‖, frisou a vendedora.
―O banimento do amianto vai representar o desemprego de 170 mil a
200 mil trabalhadores,‖ apela Adilson Santana, da CNTA. ―Desde quando as
lojas de material de construção vendem apenas produtos com amianto?‖,
rebate Fernanda Giannasi. ―Nesses 170 mil a 200 mil estão computados todos
os trabalhadores do comércio varejista, que trabalha com centenas de itens, do
setor de transportes e da construção civil. Hoje em dia a indústria do amianto,
incluindo fábricas e mineradora, emprega cerca de 3 mil trabalhadores.‖
―O amianto é uma bomba de efeito retardado; a única saída é o
banimento completo‖, Aldo Vicentin, da UTI do Incor, onde estava internado
após a cirurgia do mesotelioma, pediu para reforçar a esta repórter na semana
55
passada. Junto veio outra solicitação, a de mostrar a sua foto: ―Quero que o
mundo saiba o sofrimento que o amianto causa‖.
Aldo teve extirpados o pulmão esquerdo, o diafragma, o pericárdio e a
pleura. Ele ainda não sabia, mas o colega José Roncadin, 74, outro diretor da
Abrea, tinha acabado de receber também a confirmação do diagnóstico de
mesotelioma de pleura. Isso Aldo nunca saberá. Quinta-feira, 3 de julho, às
9h30, a fibra assassina fez o restante do seu maldito ―serviço‖: levou-o de vez.
4.6.2. OMS alerta para a exposição ocupacional de 125 milhões de
pessoas ao amianto.
A exposição no trabalho a esta substância provoca mais de 107 mil
mortes anuais por câncer de pulmão, mesotelioma e asbestose.
Trabalhador manipula amianto com proteção para
evitar problemas de saúde.
Cerca de 125 milhões de pessoas estão expostas ao
amianto no seu local de trabalho, alertou a Organização
Mundial da Saúde (OMS). Segundo a organização, a
exposição ocupacional a esta substância provoca mais de
107 mil mortes anuais por câncer de pulmão, mesotelioma e asbestose, uma
forma de fibrose pulmonar.
O órgão disse que o amianto, um mineral fibroso grupo natural, ainda é
utilizado comercialmente, principalmente na construção de isolamento como
um componente de materiais de construção e como aditivos na indústria
automotiva.
A OMS lembra aos Estados-Membros o compromisso de prestar mais
atenção aos cânceres evitáveis relacionadas com a exposição, especialmente
no trabalho.
Neste sentido, pediu para parar de usar todos os tipos de amianto,
substituindo-os por produtos mais seguros, bem como para melhorar o
diagnóstico precoce de doenças, e tomar medidas para evitar a exposição.
Todos os tipos de amianto causam câncer nos seres humanos
56
A Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer classificou as
variedades de amianto anfibólios (actinolita, amosita, antofilita, crisotila,
tremolita e crocidolita) na categoria de substâncias cancerígenas para
humanos. A exposição a crisotila, amosita e antofilita, eaos compostos
contendo crocidolita, aumenta o risco de câncer de pulmão.
Também foram observados após exposição a crocidolita, amosita,
tremolita de crisotila e em populações que vivem nas proximidades das
unidades de transformação e minas de amianto, e em pessoas que vivem com
trabalhadores que manipulam essas fibras minerais.
A incidência de doenças relacionadas com amianto depende da
natureza, dimensão e dose de fibras inaladas, assim como o processamento
industrial destas fibras minerais. O limite para o risco cancerígeno do amianto
crisotila não foi ainda determinada (5). O tabagismo aumenta o risco de câncer
de pulmão causado pela exposição ao amianto.
4.6.3. Trabalhador adquiriu câncer pulmonar por aspirar amianto
São Paulo/SP - Um vendedor de telhas e caixas d´água da Eternit vai
receber R$ 300 mil de indenização por danos morais, mais pensão mensal
vitalícia, por ter adquirido câncer pulmonar decorrente da aspiração constante
de pó de amianto, utilizado na fabricação dos produtos que ele vendia. O
pedido, negado pela Vara do Trabalho de São José do Rio Preto (SP), foi
concedido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região e mantido
pela 4ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O vendedor foi admitido pela Eternit em janeiro de 1978 e trabalhou para
a empresa durante 25 anos. Aposentado, recontratado, por meio de empresa, e
depois dispensado sem justa causa, ele propôs ação trabalhista pleiteando
reconhecimento de vínculo durante todo o tempo trabalhado, verbas
rescisórias, adicional de insalubridade e indenização por danos morais e
materiais. De acordo com a inicial, o trabalhador adquiriu doença profissional
pelo contato permanente com amianto. Ele ficou cerca de um ano internado em
hospital, tendo que realizar cirurgia para retirar parte do pulmão, contaminado
pelo agente nocivo.
57
5. Conclusão:
O câncer é atualmente a segunda maior causa de mortes em todo o
mundo e muitos têm relação com o trabalho.
A exposição a produtos químicos e a falta de equipamentos de
segurança adequados estão entre os causadores de tumores malignos.
Muitos trabalhadores que têm contato direto com substâncias químicas
têm maior chance a desenvolver cânceres do que o restante da população.
Os trabalhadores devem conhecer os riscos e exigir equipamentos de
proteção e medidas de controle.
6. Referências:
 http://cloud.cnpgc.embrapa.br/wp-
content/igu/fispq/laboratorios/FORMOL.pdf
 http://www.suadieta.com.br/Materias/1777/estilo--beleza/escova-
progressiva-o-perigo-do-formol
 http://vivomaissaudavel.com.br/saude/mulher/risco-de-cancer-na-
escova-progressiva-conheca-os-efeitos-do-formol/
 http://cacheia.com/2014/07/existe-alguma-forma-segura-de-fazer-
escovas-progressivas/
 http://www.olhardireto.com.br/conceito/noticias/exibir.asp?noticia=
Escova_progressiva_pode_causar_cancer_voce_sabia_Veja_aqui_outras_verd
ades_e_mitos_dos_saloes_de_beleza&edt=10&id=2285
 http://www.nufarm.com/assets/23392/1/GLIFOSATO480Agripec_F
ISPQNufarm_rev6.pdf
 http://www.dn.pt/ciencia/interior/oms-classifica-cinco-pesticidas-
de-possivel-ou-provavelmente-cancerigenos-4466826.html
 http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/pesticidas_sao_associados
_ao_cancer_de_pele.html
 http://www.abrea.com.br/02amianto.htm
58
 http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/07/100721_amianto
_qa_dg.shtml
 http://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/os-perigos-
do-amianto
 http://www.laboral.pt/33/medidas-de-primeiros-socorros-amianto-
sst-uniqueidmRRWSbk196Hx4QKVnqiU3uN8jPSIMEDJMf0HJpi2JuGpam
XEpnQToFHZhZEt0oVt/?reltype=1&uri_view_type=11
 http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/18018FE8/Banc_
Mundial_Amianto.pdf
 http://www.oitbrasil.org.br/node/508
 http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=15
 http://www.viomundo.com.br/denuncias/morre-aldo-vicentin-mais-
uma-vitima-do-amianto.html
 http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/9941/saude-publica/oms-
alerta-para-a-exposicao-ocupacional-de-125-milhoes-de-pessoas-ao-amianto
 http://www.protecao.com.br/noticias/doencas_ocupacionais/trabal
hador_adquiriu_cancer_pulmonar_por_aspirar_amianto/JajjAcjg/8688

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Câncer Ocupacional

  • 1. SISTEMA DE ENSINO GAÚCHO – SEG – CAIO FERNANDO ABREU CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO DISCIPLINA DE HIGIENE E MEDICINA DO TRABALHO II TSTP 03 Elenice Moreira dos Santos Produtos Químicos e Reportagens Professora: Carmem Polano Santiago - RS - Brasil 2016
  • 2. Produtos Químicos e Reportagens Santiago - RS, 18 de janeiro de 2016. Prof.ª Carmem Polano Santiago - RS - Brasil 2016 Trabalho apresentado à disciplina de HIGIENE E MEDICINA DO TRABALHO II do curso Técnico em Segurança do Trabalho da Instituição - SEG - Sistema de Ensino Gaúcho - Caio Fernando Abreu.
  • 3. Sumário: Sumário: _____________________________________________________________ 3 1. INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 5 2. Produto: Formol ___________________________________________________ 5 2.1. Identificação de Perigos e Efeitos: _______________________________________ 5 2.1.1. Efeitos do produto _______________________________________________________ 5 2.1.2. Efeitos ambientais: _______________________________________________________ 6 2.1.3. Perigos físicos e químicos: _________________________________________________ 6 2.1.4. Perigos específicos:_______________________________________________________ 6 2.1.5. Principais sintomas: ______________________________________________________ 6 2.1.6. Visão geral de emergências NFPA: ___________________________________________ 7 2.1.7. Classificação de perigo do produto químico:___________________________________ 7 2.2. Medidas de Primeiros-socorros _________________________________________ 7 2.3. Medidas de Controle para Derramamento ou Vazamento ____________________ 9 2.3.1. Precauções pessoais ______________________________________________________ 9 2.3.2. Precauções meio ambiente ________________________________________________ 9 2.4. Manuseio e Armazenamento __________________________________________ 10 2.4.1. Materiais seguros para estocagem: _________________________________________ 10 2.4.2. Manuseio: _____________________________________________________________ 10 2.4.3. Armazenamento ________________________________________________________ 11 2.5. Controle de Exposição e Proteção Individual ______________________________ 11 2.6. Considerações sobre Destinação Final ___________________________________ 12 2.7. REPORTAGEM:______________________________________________________ 12 2.7.1. ESCOVA PROGRESSIVA: O PERIGO DO FORMOL _______________________________ 12 2.7.2. Risco de câncer na escova progressiva: conheça os efeitos do formol______________ 13 2.7.3. EXISTE ALGUMA FORMA SEGURA DE FAZER “ESCOVAS PROGRESSIVAS”? __________ 15 2.7.4. Escova progressiva pode causar câncer, você sabia? Veja aqui outras verdades e mitos dos salões de beleza ______________________________________________________________ 20 3. Produto: GLIFOSATO_______________________________________________ 23 3.1. Identificação de Perigos: ______________________________________________ 23 3.1.1. Perigos mais importantes: ________________________________________________ 23 3.1.2. Efeitos do Produto: ______________________________________________________ 23 3.1.3. Efeitos Ambientais: ______________________________________________________ 23 3.1.4. Perigos específicos:______________________________________________________ 23 3.1.5. Principais Sintomas: _____________________________________________________ 23 3.2. Medidas de Primeiros-socorros ________________________________________ 24 3.3. Medidas de Controle para Derramamento ou Vazamento ___________________ 25 3.4. Manuseio e Armazenamento __________________________________________ 26 3.4.1. Manuseio: _____________________________________________________________ 26
  • 4. 3.4.2. Armazenamento ________________________________________________________ 27 3.5. Controle de Exposição e Proteção Individual ______________________________ 28 3.5.1. Parâmetros de controles específicos: _______________________________________ 28 3.5.2. Equipamentos de proteção individual: ______________________________________ 29 3.6. Considerações sobre Destinação Final ___________________________________ 29 3.7. Reportagens: _______________________________________________________ 30 3.7.1. OMS classifica cinco pesticidas de "possível ou provavelmente" cancerígenos PUB___ 30 3.7.2. Pesticidas são associados ao câncer de pele __________________________________ 31 4. Produto: Amianto _________________________________________________ 35 4.1. Identificação de Perigos: ______________________________________________ 36 4.2. Medidas de Primeiros-socorros ________________________________________ 36 4.3. Aplicações _________________________________________________________ 38 4.4. Formas de Exposição ao Ambiente______________________________________ 38 4.4.1. Exposição ocupacional:___________________________________________________ 38 4.4.2. Exposição ambiental: ____________________________________________________ 38 4.5. Legislação__________________________________________________________ 39 4.5.1. No Brasil ______________________________________________________________ 39 4.5.2. No Mundo _____________________________________________________________ 41 4.6. Reportagens: _______________________________________________________ 42 4.6.1. Morre Aldo Vicentin, mais uma vítima do amianto. ____________________________ 42 4.6.2. OMS alerta para a exposição ocupacional de 125 milhões de pessoas ao amianto. ___ 55 4.6.3. Trabalhador adquiriu câncer pulmonar por aspirar amianto _____________________ 56 5. Conclusão:_______________________________________________________ 57 6. Referências: _____________________________________________________ 57
  • 5. 5 1. INTRODUÇÃO O câncer de origem profissional é um problema que tem aumentado nos últimos anos. As estimativas relativas aos encargos recentes e futuros associados às doenças profissionais indicam que o câncer profissional ainda é um problema e assim continuará no futuro, devido à exposição dos trabalhadores a agentes cancerígenos. O presente trabalho traz informações sobre alguns produtos químicos e reportagens sobre os mesmos. 2. Produto: Formol Nome(s) Comercial(s): Formol 2.1. Identificação de Perigos e Efeitos:  Perigos mais importantes: O produto pode ser tóxico ao homem e ao meio ambiente se não utilizado conforme as recomendações. 2.1.1. Efeitos do produto  Inalação: Causa irritação das vias respiratórias superiores provocando lacrimação.  Contato com a pele: Causa irritação primária com ressecamento e rachadura.  Contato com os olhos: Causa irritação intensa, com lacrimação e com possibilidade de queimadura da córnea.
  • 6. 6  Ingestão: Causa ânsia, vômito e fortes dores estomacais. 2.1.2. Efeitos ambientais: O produto é rapidamente biodegradado e não se bioacumula na cadeia alimentar (HSDB, 2006). 2.1.3. Perigos físicos e químicos: Líquido combustível, tóxico, corrosivo e carcinogênico. 2.1.4. Perigos específicos: Não há outros perigos relacionados ao produto. 2.1.5. Principais sintomas: Contatos prolongados dos vapores com a pele podem desenvolver dermatites de contato, devido ao uso de solução de formaldeído ou mesmo de produtos contendo formaldeído na composição. A inalação de altas concentrações de vapores de formol pode causar:  Laringite, bronquite e broncopneumonia. Hiperemia da mucosa nasal e da conjuntiva,  Lacrimejamento e coriza abundante. Dificuldade de respirar podendo em alguns casos  Apresentar crise de asma. A ingestão da solução de formaldeído causa severa irritação do  Trato gastrintestinal, vômitos e náuseas, acidose metabólica e hematúria. A exposição
  • 7. 7  Prolongada pode ocasionar depressão, malformações fetais e cegueira. Ainda podem ser  Observados efeitos mutagênicos por sua ação sobre grupos de aminas do ácido nucléico (HSDB, 2006). 2.1.6. Visão geral de emergências NFPA: LÍQUIDO COMBUSTÍVEL, TÓXICO, CORROSIVO, CARCINOGÊNICO E PERIGOSO PARA A SAÚDE HUMANA.  Saúde: 3;  Inflamabilidade: 2;  Reatividade: 0. 2.1.7. Classificação de perigo do produto químico:  Corrosivo para os metais – categoria 1 (Frase de perigo H290)  Líquidos inflamáveis – categoria 4 (Frase de perigo H227)  Toxicidade aguda – oral – categoria 3 (Frase de perigo H301)  Toxicidade aguda – dérmica – categoria 3 (Frase de perigo H311)  Toxicidade aguda - inalatória - categoria 1 (Frase de perigo H330)  Carcinogenicidade - categoria 1B (Frase de perigo H350) Sistema de classificação utilizado: ABNT NBR 14725-2:2009 Adoção do Sistema Globalmente Harmonizado para a Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos, ONU. 2.2. Medidas de Primeiros-socorros  Inalação: Se uma pessoa respirar grandes quantidades deste produto, movê-la para o ar livre imediatamente. Se a respiração parar, realizar respiração
  • 8. 8 artificial. Manter a pessoa afetada aquecida e descansando. Buscar auxílio médico imediatamente.  Contato com a pele: Remover as roupas contaminadas. Enxaguar e lavar a pele com água e sabão. Lavar as roupas contaminadas antes de reutiliza-las.  Contato com os olhos: Enxaguar com água abundante por vários minutos (remover lentes de contato, se possível). De vez em quando levantar as pálpebras inferiores e superiores. Buscar auxílio médico imediatamente.  Ingestão: Enxaguar a boca. Não provoque vômito. Buscar auxílio médico imediatamente.  Notas para o médico: Não há antídoto específico. Em caso de ingestões a lavagem gástrica poderá ser realizada desde que com especial atenção visando garantir o impedimento de aspiração pulmonar (cânula orotraqueal com ―cuff‖ inflado). Entretanto, uma vez que o produto é corrosivo para a mucosa gástrica, cuidados adicionais deverão ser tomados no momento da passagem da Sonda Nasogástrica. A utilização de carvão ativado nestes casos é controversa. Sua eficácia na adsorção do formaldeído não está estabelecida e sua utilização poderá atrapalhar uma posterior endoscopia. A utilização de etanol endovenoso deverá ser realizada quando os níveis de metanol sanguíneo forem elevados. A hemodiálise é uma boa opção terapêutica nos casos graves de acidose metabólica severa. Combater o choque com hidratação e drogas, se necessário. O tratamento deverá compreender, sobretudo medidas de suporte como correção de distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos, além de assistência respiratória. Monitoramento das funções hepática e renal deverão ser mantidos.
  • 9. 9 2.3. Medidas de Controle para Derramamento ou Vazamento 2.3.1. Precauções pessoais  Remoção de fontes de ignição: Interromper a energia elétrica e desligar fontes geradoras de faíscas. Retirar do local todo material que possa causar princípio de incêndio.  Controle de poeira: Não aplicável por ser líquido.  Prevenção de inalação e contato com pele, mucosas e olhos: Utilizar macacão impermeável, óculos protetores, botas e luvas de PVC. A proteção respiratória deverá ser realizada de acordo com as concentrações presentes no ambiente, devendo-se escolher máscaras faciais inteiras com filtro substituível para vapores orgânicos ou respiradores de adução de ar. 2.3.2. Precauções meio ambiente  Procedimentos: Fazer um dique com solo, areia ou outro material não inflamável para conter o líquido derramado. Se o tempo permitir a área deve ser selada com algum material impermeável flexível, como lona plástica. Método de limpeza  Recuperação: Diluir o produto em grande quantidade de água. A água residual não deverá ser drenada para a rede de efluentes orgânicos. Pode-se usar também material absorvente, como pó de cimento.  Neutralização: Absorver o produto e o líquido não recuperáveis com areia ou outro material absorvente ou não combustível.
  • 10. 10  Disposição: Realizar a disposição do produto conforme as leis locais e federais de meio ambiente para descarte de substâncias tóxicas. Pode-se incinerar ou usar tratamento biológico. 2.4. Manuseio e Armazenamento 2.4.1. Materiais seguros para estocagem:  Adequados: Tanques ou contêineres em aço inox 304 ou 316; tambores ou tanques de poliéster reforçado com fibra de vidro, tambores revestidos com epóxifenólico ou com liner em polietileno de alta densidade (BCI). Bombonas de plástico em tonalidade escura.  Inadequados: Aço carbono, latão, cobre e cimento. 2.4.2. Manuseio:  Precauções no manuseio: Utilizar EPI. Manusear o produto com exaustão local apropriada ou em área bem ventilada. Se em ambientes abertos, manuseá-lo a favor do vento. No caso de sintomas de intoxicação, interromper imediatamente o trabalho e proceder conforme descrito.  Prevenção de exposição: Utilizar EPI. Não comer, beber ou fumar durante o manuseio do produto. Não utilizar equipamentos de proteção individual e de aplicação danificados ou defeituosos. Não desentupir bicos, orifícios, tubulações e válvulas com a boca. Não manipular e/ou carregar embalagens danificadas.
  • 11. 11 2.4.3. Armazenamento  Adequados: O local deve ser ventilado, coberto e ter piso impermeável provido de contenção. A temperatura ideal para conservação do produto, evitando possíveis alterações químicas, corresponde à faixa de 25-35 ºC. Tranque o local, evitando o acesso de pessoas não autorizadas, principalmente crianças. Deve haver sempre embalagens adequadas disponíveis para envolver embalagens rompidas ou para o recolhimento de produtos vazados.  Condições a serem evitadas: Fontes de calor, faíscas ou chamas. 2.5. Controle de Exposição e Proteção Individual  Proteção respiratória: Máscaras faciais inteiras com filtros substituíveis para vapores orgânicos ou próprios para formaldeído; máscara com respiração autônoma para situações em que as concentrações excedam os limites de exposição.  Proteção para as mãos: Luvas de PVC e creme protetor para as mãos.  Proteção para os olhos: Óculos de segurança para produtos químicos ou protetores faciais.  Proteção para pele: Creme protetor e roupas de tyvek, neoprene, nitrílica, borracha ou outro material impermeável. Botas de PVC.
  • 12. 12  Medidas de controle de engenharia: Adotar medidas de proteção coletiva. Preferencialmente manusear o produto em recipiente fechado e se for inviável, os vapores devem ser removidos conforme são gerados. Ventilação deve ser fornecida. 2.6. Considerações sobre Destinação Final  Produto: Incineração ou co-processamento do produto em fornos licenciados para este tipo de operação. Tratamento específico de efluentes.  Restos de produtos: Mesmo tratamento que dado ao produto. Não é recomendada a evaporação ou hidrólise alcalina, pois esta pode ser perigosa pela exotermia da reação.  Embalagem usada: Não reutilizar após ter sido usada. A disposição final deverá ser de acordo com legislação vigente. 2.7. REPORTAGEM: 2.7.1. ESCOVA PROGRESSIVA: O PERIGO DO FORMOL Escova progressiva pode ser um perigo. O formol pode causar queimaduras e reações alérgicas! Um cabelo liso, com movimento, prático e bonito. Este é o cabelo dos sonhos de muitas mulheres no Brasil. Para tal, a solução encontrada foi a escova progressiva (com uso do formol) que há dez anos faz sucesso no país alisando fios rebeldes. Mas, o que antes era sonho, virou
  • 13. 13 pesadelo. Recentemente, muitas mulheres estão sofrendo com graves reações alérgicas às escovas. Desde 2004, o formol foi classificado como um agente reconhecidamente cancerígeno e proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apesar da medida, a busca pela escova com formol continua. Entre os danos que o formol pode causar estão alergias, irritação nos olhos, vermelhidão, lacrimação e dermatites. De acordo com a hair stylist Daniele Mangueira, hidratar o cabelo de 15 em 15 dias é uma excelente alternativa para quem já sofreu com os danos das escovas progressivas. ―Para começar a cuidar dos cabelos é preciso, antes, que o profissional faça um diagnóstico dos fios‖, disse. ―Uma hidratação bem feita reduz o volume das madeixas‖, acrescentou. A Anvisa já recebeu diversas denúncias incluindo queimaduras no couro cabeludo, queda parcial ou total dos cabelos, lesões na córnea, problemas no trato respiratório e até morte por choque anafilático. A inalação pode causar câncer no aparelho respiratório, dor de garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da frequência respiratória, irritação e sensibilização do trato respiratório. Segundo especialistas, a inalação pode causar, ainda, graves ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e pneumonia. Entre as várias escovas progressivas estão: escova francesa, alisamento japonês e a escova definitiva. 2.7.2. Risco de câncer na escova progressiva: conheça os efeitos do formol Efeitos do formol vão da irritação da pele à morte por inalação. Sabendo dos efeitos do formol sobre a saúde das pessoas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não permite mais o registro de alisantes capilares que contenham essa substância como base em sua composição. A decisão foi tomada quando se percebeu que o formol em
  • 14. 14 grande concentração perde a função de alisante e pode oferecer diversos riscos. Quais são os efeitos do formol no organismo O uso do formol somente é permitido em cosméticos nas funções de conservante, no limite máximo de 0,2% (conforme a Resolução 162/01) e como agente endurecedor de unhas (no limite máximo de 5%, segundo a resolução 79/00 Anexo V). Para que seja permitido pela Anvisa, os produtos apresentam o formol na sua composição têm que possuir concentrações da substância de acordo com os limites previstos nas legislações. Caso contrário, o produto não será registrado e poderá oferecer riscos à saúde. Por isso, é importante que você conheça os efeitos do formol. Perigos: os efeitos do formol na saúde A aplicação indevida do formol gera riscos. Esses riscos variam de acordo com sua aplicação, a concentração da substância e a frequência de uso. A contaminação pode se dar através da inalação dos gases ou pelo contato com a pele, proporcionando perigo tanto para os profissionais que aplicam o produto quanto para os usuários. Os métodos frequentemente usados no alisamento dos cabelos não são registrados pela agência. Um exemplo indevido, portanto, é o da escova progressiva com formol. Muitos salões já oferecem, porém, substitutos do formol em alisantes capilares. Os efeitos do formol são perigosos. Desde 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o formol um agente cancerígena. Ao ser absorvido pelo organismo por inalação ou pela exposição prolongada apresenta risco a origem de câncer na boca, nas narinas, no pulmão, no sangue e na cabeça. Por isso, não aceite tratamentos com formol no alisamento capilar. A Anvisa afirma que existem outras substâncias registradas e que podem ser
  • 15. 15 utilizadas nesses casos. Entre elas, estão o Tioglicolato de Amônio, Hidróxido de Sódio, Hidróxido de Potássio, Hidróxido de Cálcio, Hidróxido de Lítio e o Carbonato de Guanidina. Substituindo por estas substâncias, você poderá evitar os efeitos do formol, que são nocivos à sua saúde. Efeitos do formol de acordo com o contato Os efeitos do formol no organismo podem ser os seguintes: Contato com a pele: Extremamente tóxico, podendo causar a irritação da pele, vermelhidão, dor e gerar queimaduras. Contato com os olhos: Se em alta concentração poderá gerar danos irreversíveis. Além disso, ocasiona irritação, vermelhidão, dor, lacrimação e visão embaçada. Inalação: Além do câncer no aparelho respiratório, pode ser fatal em altas concentrações. Comumente causa ferimentos graves nas vias respiratórias, ameaçando o aparecimento de situações como edema pulmonar e pneumonia. Ainda ocasiona dor de garganta, irritação do nariz, tosse e diminui a frequência respiratória, irritando e sensibilizando o aparelho respiratório. Exposição crônica: Quando frequente ou prolongada, a exposição pode causar hipersensibilidade e resultar em dermatites. O contato repetido ou prolongado origina reação alérgica, debilita a visão e pode também comprometer o fígado. 2.7.3. EXISTE ALGUMA FORMA SEGURA DE FAZER “ESCOVAS PROGRESSIVAS”? É muito difícil achar artigos honestos na internet sobre as escovas progressivas. Normalmente, as informações atendem aos interesses de uma indústria em crescimento que, até o momento, preocupou-se muito pouco com a saúde das clientes e dos clientes.
  • 16. 16 Então, vou falar aqui sobre o que são, de onde vieram, de que são feitas e, o mais importante, qual o risco que essas escovas apresentam à saúde. História dos Alisamentos Sentem porque lá vem história. Antes de existirem progressivas, os cabelinhos eram alisados com químicas de transformação. Essas químicas antigas, também chamadas de relaxamento, são os hidróxidos e tioglicolato de amônia, que agem no córtex do fio. Imaginem uma cirurgia, em que os fios de cabelo são um corpo humano. Essas químicas tirariam todos os ossos e trocariam por novos. Dá pra imaginar que é muito agressivo, né? Além disso, a maior parte desses alisamentos não são compatíveis com descolorações e tinturas. Além dos alisamentos, existia o henê amazônico. O problema dele é que não era compatível com nenhuma química além dele próprio, e ainda escurecia o cabelo. Como alisamentos exigem muita técnica, e não eram atrativos pelo caráter definitivo, surgiram as progressivas. O que as progressivas fazem é ―encobrir‖ o cabelo, dando uma forma lisa pra ele. É uma maquiagem que não atua no córtex. A progressiva cria uma camada de formol, de ―falso cuidado‖. A vantagem da progressiva frente aos alisamentos, além de ser temporária no início, era a de que se você cansasse do liso, poderia lavar e ter cachos. Eu acreditei nisso durante três anos, até que, de repente, meu cabelo foi alisado permanentemente. Durante três anos, eu gostava como meu cabelo ficava com progressiva. Até que, de repente, alisou totalmente. Escovas progressivas: a química da “maquiagem” Quando as escovas progressivas surgiram, foi um estouro. Não sei quem teve a bendita ideia de misturar formol + queratina, mas aparentemente, funcionava. O esquema da progressiva é muito simples: o composto químico, no caso formol, ―encapava‖ o fio, e quando submetido ao calor, ficava com a forma que o cabeleireiro deixava. Quando mais bem escovado o cabelo
  • 17. 17 era no processo, melhor o resultado. Por isso que eu chamo progressiva de química da maquiagem, porque o produto vai encapando o fio, criando uma falsa ideia de tratamento. No início, as composições tinham menos formol, mas com o passar do tempo, elas foram aumentando. Casos de mulheres que morreram surgiram, e o formol, de repente, ficou perigoso apesar de todos os ―benefícios‖ estéticos. Surgiram então alternativas mais perigosas, que eu vou explicar adiante. Essas alternativas foram camufladas sobre nomes ―bonitinhos‖, que são: – Escova Marroquina, Indiana, Russa (coloque aqui a nacionalidade que quiser) – Escova Inteligente (de inteligente não tem nada) – Escova Gradativa – Escova de Morango, Chocolate, Vinho – Escova de Carbocisteína – Selagem (em alguns salões) – Cauterização (em alguns salões) Componentes da Fórmula Existem, basicamente, três compostos que atuam nas escovas progressivas, que eu explicarei melhor separadamente. Aminoácidos não alisam o cabelo. Carbocisteína não alisa o cabelo. Queratina não alisa o cabelo. O primeiro componente é o formol, e o mais conhecido, o segundo é o glutaral e o terceiro, mais recente, são os parabenos. Formol A ANVISA permite 0,02% de formol para fins de conservação. Qualquer quantidade que se encontra nesse limite, não é capaz de alisar o cabelo. Como a indústria de cosmético faz, então? Essas empresas registram na ANVISA com o grau 1 (que é classificação de xampus e condicionadores, não alisantes, ou seja, isso é MALANDRAGEM da pior espécie), ou pior, nem registram. Pra vocês terem uma noção do risco do formol, cabeleireiros são considerados como prováveis cancerígenos pela Agência Nacional de Pesquisa em Câncer, pelo simples fato de trabalharem com tinturas, loções e
  • 18. 18 produtos que tem a quantidade de formol permitida pela legislação. Então imagine, quando eles realizam esses procedimentos estéticos que envolvem uma quantidade de formol muito maior? Olha o que a ANVISA diz sobre o formol: ―O uso do formol como alisante capilar NÃO é permitido pela Anvisa, pois esse desvio de uso pode causar sérios danos ao usuário do produto e ao profissional que aplica o produto, tais como: irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, queda do cabelo, ardência e lacrimejamento dos olhos, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz, devido ao contato direto com a pele ou com vapor. Várias exposições podem causar também boca amarga, dores de barriga, enjoos, vômitos, desmaios, feridas na boca, narina e olhos, e câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios), podendo até levar a morte.‖ Mas, todo mundo já está careca de saber sobre o formol, então vamos ao glutaral. Glutaral O glutaral surgiu, especialmente, nas escovas inteligentes. Ao contrário do formol, ele tem a grande vantagem de não produzir um cheiro horrível de morte quando os fios estão sendo escovados. Já conhecem o ditado ―onde há fogo, há fumaça?‖. Não necessariamente, queridas e queridos. O glutaral não produz fumaça, mas pode ser até 10x mais tóxico que o formol. ―Alguns dos efeitos imediatos são queimaduras no couro cabeludo, coceira, ardência ocular e até pneumonia química – queimadura no pulmão devido à inalação, que pode levar à morte. Em longo prazo, pode causar câncer e alterações no sistema nervoso central.‖ (Créditos da informação) Parabenos Os parabenos são conservantes utilizados especialmente na indústria de cosméticos. Não há risco comprovado de câncer quando ele é utilizado em baixas porcentagens, porém, há muito debate. Ainda, não se sabe as consequências do uso de maneira exagerada, que é como acontece em progressivas que o
  • 19. 19 utilizam como composto base. Em 2004, uma pesquisa relacionava os parabenos ao câncer de mama. A ANVISA estabeleceu que o máximo de parabenos permitidos é o de 0,8% em cosméticos. Porcentagem que não alisa. Pessoalmente, eu não colocaria minha saúde em risco. Progressiva não hidrata o cabelo Essa é a maior balela que eu já ouvi, e acreditei durante tanto tempo. Nenhum ativo de progressivas pode hidratar o cabelo. Não caiam nessa história, porque é mito. E muito cuidado com progressivas ―fracas‖, selagens, cauterizações. Antes de fazê-las, certifique-se que não tenham nenhuma química, porque foi justamente assim que eu alisei meus cabelos e matei meus cachinhos. Portanto, não existe progressiva segura Desconfiem de todas as químicas de alisamento que não são de transformação. Não existe maneira segura. Para você saber se o alisamento é transformação, exija o composto químico que é base e pergunte se é necessária a neutralização. Se tiver que neutralizar, então é química de transformação. Se não tiver que neutralizar, é progressiva, ou pior, progressiva batizada. (Progressivas batizadas levam uma quantidade exorbitante dos princípios ativos, ou até produtos de relaxamento, que vão causar quebra pois não são neutralizados.). Essas informações que eu divulgo aqui não chegaram aos ouvidos de muitos cabeleireiros. Como eu disse, o mercado das escovas progressivas é muito lucrativo. Você pode até passar por chata, mas entre ser uma chata com pé na cova, eu prefiro ser uma chata com saúde. Então, da próxima vez que for fazer química, pense três vezes antes de se submeter aos alisamentos. Pela sua saúde. Será que vale a pena ter cabelos lisos e câncer de pulmão? Será que vale a pena arriscar a ficar careca? Fica a reflexão: Você não precisa passar por isso pra ser linda!
  • 20. 20 2.7.4. Escova progressiva pode causar câncer, você sabia? Veja aqui outras verdades e mitos dos salões de beleza Da Redação - Lidiane Barros / Foto: Reprodução Internet A inalação pode causar câncer no aparelho respiratório, dor de garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da frequência respiratória, irritação e sensibilização do trato respiratório Mitos e verdades sobre doenças capilares contraídas pelo uso compartilhado de escovas de cabelo, pentes e tesouras nos salões de beleza. Muitas pessoas não se dão conta do perigo que podem encontrar ao frequentar salões de beleza, a chance de contrair doenças é grande, caso não sejam observados cuidados relacionados à higiene. De acordo com a Terapeuta Capilar Sandra de Assis Maia da clínica Alto Stima, o número de doenças causadas pelo uso compartilhado de objetos veem crescendo a cada dia. ―As pessoas estão sempre com horários corridos, e isso impede que elas percebam que ao usar objetos compartilhados nos salões de beleza podem estar adquirindo algumas doenças, principalmente quando falamos em objetos cortantes. A pessoa pode ser infectada por fungos, bactérias e até mesmo vírus ao cuidar dos cabelos no salão‖, afirma a terapeuta. Vamos há alguns mitos e verdades sobre o uso compartilhado de escovas, pentes e tesouras dos salões de beleza. Escova de cabelo pode transmitir doenças? Verdade. O compartilhamento desse objeto contaminado pode levar a uma infecção fúngica (micose) conhecida como pitiríase versicolor. Retirar os fios de cabelos da escova é o bastante para que ela fique limpa? Mito. É recomendado que a limpeza seja feita por meio da lavagem com água e detergente, tanto nas escovas quanto nos pentes.
  • 21. 21 Água sanitária também pode ser usada na hora de higienizar escovas e pentes? Verdade. O uso de água sanitária também é indicado para retirar todas as impurezas dos objetos. Escovas de metais não precisam ser higienizadas? Mito. Qualquer tipo de escova seja ela metálica, porcelana, plástica e almofadada deve ser higienizada corretamente, principalmente quando se fala em uso compartilhado. Tesouras e lâminas de barbear podem transmitir hepatite? Verdade. O risco de transmissão da hepatite através de instrumentos compartilhados tais como lâminas de barbear e tesouras podem transmitir a doença. Principalmente homens que fazem a barba, esses devem checar atentamente sobre a higienização do material que será utilizado. Pode se pegar piolhos somente se pentear os cabelos com pentes e escovas que não foram esterilizados? Mito. Este parasita são dificilmente visíveis e são transmitidos facilmente de pessoa para pessoa através do contato corpóreo e do compartilhamento de vestimentas (capas utilizadas na hora de cortar o cabelo) e objetos como: pentes, escovas e toucas. A infestação por piolhos causa coceira intensa e pode afetar qualquer área da pele, em especial o couro cabeludo. Usar o mesmo lavabo sem higienizar pode transmitir alguma doença capilar? Mito. Doenças capilares só se pega quando há contato direto com o couro cabeludo, no caso do lavabo a pessoa está mais propícia a ter uma doença de pele. Algumas pessoas vão de bermudas para o salão, com isso o contato da pele com cadeiras e lavabos pode ocasionar doenças de pele e não capilares. O correto é passar um pano com álcool para limpar toda a área.
  • 22. 22 Dermatite Seborreica pode ser contraída por meio de escovas de cabelos? Verdade. A dermatite seborreica pode ser contraída por meio de pentes e escovas. A doença é uma inflamação crônica da pele. Ela ataca o couro cabeludo sob a forma de lesões avermelhadas que descamam e coçam. Para tratar a doença existem medicamentos específicos para a pele e o couro cabeludo capazes de controlar os sintomas. A Anvisa liberou o uso do formol somente nas escovas progressivas feitas pelos salões de beleza? Mito. A quantidade permitida pela Anvisa é de 0,2%, com a função de conservante. Todo cliente deve checar com o cabeleireiro qual a quantidade que será utilizada na hora do procedimento. Escova progressiva pode causar câncer? Verdade. A inalação pode causar câncer no aparelho respiratório, dor de garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da frequência respiratória, irritação e sensibilização do trato respiratório. Pode ainda causar graves ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e pneumonia. O contato com a pele (couro cabeludo) causa irritação, dor e queimaduras. As maquinas de cortar cabelo tem algum risco de se contrair o vírus do HIV? Verdade. Os objetos cortantes ou perfurantes contaminados com sangue fresco visível podem ser um risco se cortarem ou perfurarem a pele - ou seja se a máquina foi utilizada num soropositivo e fez um corte ficando contaminada com sangue e logo a seguir for utilizada noutra pessoa e também fizer um corte acidental, existe um risco de exposição ao HIV nesta pessoa. Uma máquina de barbear ou cortar cabelo faz apenas uma ferida superficial na pele, o risco é menor, mas existe.
  • 23. 23 3. Produto: GLIFOSATO Nome(s) Comercial(s): GLIFOSATO 480 AGRIPEC Principais Usos Recomendados: herbicida sistêmico, não seletivo. 3.1. Identificação de Perigos: 3.1.1. Perigos mais importantes: O produto pode ser tóxico ao homem e ao meio ambiente se não utilizado conforme as recomendações. 3.1.2. Efeitos do Produto: Efeitos adversos à saúde humana: o produto pode ser absorvido pelas vias respiratória, dérmica e oral. O contato com o produto pode provocar irritações na pele e nos olhos causando dermatites e queimaduras. 3.1.3. Efeitos Ambientais: A dispersão no ambiente pode contaminar a área contribuindo nos riscos acima. Evite entrada em cursos de água. Perigoso para organismos aquáticos podendo causar mortandade. 3.1.4. Perigos específicos: Não há outros perigos relacionados ao produto. 3.1.5. Principais Sintomas: A ingestão do produto pode causar salivação, vômito, náuseas, diarreia, desconforto abdominal e irritação da boca, mucosa nasal da garganta e olhos. A aplicação repetida do produto na pele pode produzir inchaço, vermelhidão e leves lesões devido ao poder corrosivo. Em altas concentrações o produto pode causar hipotensão, edema de pulmão, e ainda, oligúria e anúria.
  • 24. 24 3.2. Medidas de Primeiros-socorros Levar o acidentado para um local arejado. Retirar as roupas contaminadas. Lavar as partes do corpo atingidas com água em abundância e sabão. Se o acidentado estiver inconsciente e não respirar mais, praticar respiração artificial ou oxigenação. Encaminhar ao serviço médico mais próximo levando esta ficha.  Inalação: Remover a pessoa para local arejado. Se não estiver respirando, faça respiração artificial. Se respirar com dificuldade, consultar um médico imediatamente.  Contato com a pele: Lavar imediatamente a área afetada com água em abundância e sabão. Remover as roupas contaminadas. Ocorrendo efeitos/sintomas, consultar um médico. Lavar as roupas contaminadas antes de reutilizá-las e descartar os sapatos contaminados.  Contato com os olhos: Lavá-los imediatamente com água em abundância. Consultar um médico.  Ingestão: Não provocar vômito, entretanto é possível que o mesmo ocorra espontaneamente não devendo ser evitado, deitar o paciente de lado para evitar que aspire resíduos. Procurar um médico imediatamente. ATENÇÃO: nunca dê algo por via oral para uma pessoa inconsciente.  Quais ações devem ser evitadas: Não aplicar respiração boca a boca caso o paciente tenha ingerido o produto. Utilizar um equipamento intermediário ou aparelho de reanimação manual (Ambu) para realizar o procedimento.
  • 25. 25 Proteção para os prestadores de primeiros socorros: Evitar contato cutâneo e inalatório com o produto durante o processo.  Notas para o médico: Não há antídoto específico. Em caso de ingestão recente de grandes quantidades, procedimentos de esvaziamento gástrico tais como lavagem gástrica poderão ser realizados. O carvão ativado deverá ser administrado para diminuir a absorção gastrintestinal dos ativos devendo ser ministrado associado à laxantes salinos. O tratamento sintomático deverá compreender, sobretudo medidas de suporte como correção de distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos, além de assistência respiratória. Monitoramento das funções hepática e renal deverá ser mantido. Em caso de contato ocular, proceder à lavagem com soro fisiológico e encaminhamento para avaliação oftalmológica. 3.3. Medidas de Controle para Derramamento ou Vazamento  Precauções pessoais: Utilizar macacão impermeável, óculos protetores, botas de borracha e luvas de borracha nitrílica ou PVC. A proteção respiratória deverá ser realizada dependendo das concentrações presentes no ambiente ou da extensão do derramamento/vazamento, para tanto, deverá se optar por máscaras semifaciais ou faciais inteiras com filtro substituível ou ainda, respiradores de adução de ar (ex: máscaras autônomas).  Remoção de fontes de ignição: Interromper a energia elétrica e desligar fontes geradoras de faíscas. Retirar do local todo material que possa causar princípio de incêndio (ex: óleo diesel).  Controle de poeira: Não aplicável por tratar-se de um líquido.
  • 26. 26  Prevenção da inalação e do contato com a pele, mucosas e olhos: Utilizar roupas e acessórios descritos acima.  Precauções para o meio ambiente: Evitar a contaminação dos cursos d‘água vedando a entrada de galerias de águas pluviais (boca de lobo). Evitar que resíduos do produto derramado atinjam coleções de água.  Métodos para limpeza: Conter e recolher o derramamento. Colocar os resíduos em um recipiente para eliminação de acordo com as regulamentações locais. Limpar preferivelmente com um detergente; evitar o uso de solventes  Prevenção de perigos secundários: Evitar que o produto contamine riachos, lagos, fontes de água, poços, esgotos pluviais e efluentes. 3.4. Manuseio e Armazenamento 3.4.1. Manuseio:  Medidas técnicas: GLIFOSATO 480 AGRIPEC deve ser aplicado de forma dirigida a fim de não prejudicar as culturas.  Prevenção da exposição do trabalhador: Utilizar EPI. Não comer, beber ou fumar durante o manuseio do produto. Ao abrir a embalagem fazê-lo de modo a evitar vazamento. Não utilizar equipamentos de proteção individual e de aplicação danificados e /ou defeituosos. Não desentupir bicos, orifícios, tubulações e válvulas com a boca. Não manipular e/ou carregar embalagens danificadas. Pessoas desprotegidas não devem entrar na área tratada antes de transcorridas 48 horas, caso
  • 27. 27 necessite entrar antes deste período, utilizar equipamentos de proteção individual.  Precauções para manuseio seguro: Utilizar EPI. Não aplicar o produto nas horas mais quentes do dia, contra ou na presença de ventos fortes de modo a evitar a sua deriva. Manter pessoas, principalmente crianças e animais domésticos longe do local de trabalho. Não entrar em contato direto com o produto. Evitar derrames ou contaminação do equipamento de aplicação, durante o seu estabelecimento.  Orientações para o manuseio seguro: Manusear o produto com exaustão local apropriada ou em área bem ventilada, se em ambientes abertos manuseá-la a favor do vento. Aplicar somente as doses recomendadas pelo fabricante. No caso de sintomas de intoxicação, interromper imediatamente o trabalho. 3.4.2. Armazenamento  Medidas técnicas apropriadas: Manter o produto em seu recipiente original. Manter as eventuais sobras dos produtos em suas embalagens originais adequadamente fechadas.  Adequadas: Manter o recipiente adequadamente fechado a temperatura ambiente e ao abrigo da luz. Armazená-lo em local, devidamente identificado, exclusivo para produtos tóxicos. Trancar o local evitando o acesso de pessoas não autorizadas e crianças. A construção deve ser de alvenaria pó de material não comburente. O local deve ser ventilado, coberto e ter piso impermeável. Colocar placa de advertência como dizeres: CUIDADO VENENO.
  • 28. 28  A evitar: Locais úmidos e com fontes de calor. Não armazenar a solução herbicida em recipientes de ferro galvanizado, ferro ou aço comum. Produtos e materiais incompatíveis: não armazenar junto com alimentos, bebidas, inclusive os destinados para animais.  Materiais seguros para embalagens Recomendadas: Produto já embalado em embalagem apropriada. 3.5. Controle de Exposição e Proteção Individual  Medidas de controle de engenharia: Quando aplicável utilizar ventiladores, circuladores de ar, exaustores; providenciar uma ventilação adequada ao local de trabalho. 3.5.1. Parâmetros de controles específicos:  Limites de exposição ocupacional:  Indicadores biológicos:
  • 29. 29 3.5.2. Equipamentos de proteção individual:  Proteção respiratória: Utilizar máscaras combinadas, com filtro químico e filtro mecânico, (ORGAN P2 – EPICON ou classe P2 – 5n11 – 3M) ou máscara de borracha ou silicone com filtro para pesticidas.  Proteção para as mãos: Utilizar luvas de borracha nitrílica, PVC ou outro material impermeável.  Proteção para os olhos: Utilizar óculos de segurança para produtos químicos.  Proteção para a pele e corpo: Utilizar macacão de mangas compridas impermeáveis ou hidro repelentes e botas de PVC, chapéu impermeável de abas largas.  Precauções Especiais: Manter os EPI‘s devidamente limpos e em condições adequadas de uso, realizando periodicamente inspeções e possíveis manutenções e/ou substituições de equipamentos danificados.  Medidas de higiene: Tomar banho e trocar de roupa após o uso do produto. Lavar as roupas contaminadas separadamente, evitando contato com outros utensílios de uso pessoal. 3.6. Considerações sobre Destinação Final  Produto: A desativação do produto pode ser feita por neutralização química através de uma reação ácido-base, a qual consiste na exposição do Glifosato a
  • 30. 30 materiais cáusticos (de natureza fortemente básica), tal como o hidróxido de sódio (NaOH) ou pode-se desativar o produto através de incineração em fornos destinados para este tipo de operação, equipados com câmaras de lavagem de gases efluentes e aprovados por órgão competente.  Restos de produtos: manter as eventuais sobras dos produtos e ou com validade vencida em suas embalagens originais adequadamente fechadas.  Embalagem usada: não reutilizar as embalagens. As embalagens vazias deverão ser submetidas à tríplice lavagem e armazenadas em local seguro para posterior devolução no estabelecimento comercial onde foi adquirida dentro do prazo de um ano. A água de lavagem resultante deverá ser acrescentada à preparação para pulverização. Não queime nem enterre as embalagens. Observe legislação Estadual e Municipal específica. Consulte o órgão Estadual ou Municipal de meio ambiente. 3.7. Reportagens: 3.7.1. OMS classifica cinco pesticidas de "possível ou provavelmente" cancerígenos PUB Um dos químicos em causa chama-se glifosato e é utilizado no Roundup, um dos pesticidas mais utilizados no planeta. Cinco pesticidas foram hoje classificados como "possível ou provavelmente" cancerígenos para o homem pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC), estrutura da Organização Mundial de Saúde (OMS). O herbicida glifosato, um dos mais utilizados no mundo, bem como o malatião e o diazinão, foram classificados como "provavelmente cancerígenos para seres humanos", mesmo que "as provas sejam limitadas", segundo a IARC, com sede em Lyon, França.
  • 31. 31 O glifosato, herbicida cuja produção é a mais significativa em volume, é a substância ativa do 'Roundup', um dos produtos com maiores vendas no mundo, pois, além da agricultura, onde a sua aplicação tem aumentado bastante, também é usado nas florestas e em jardins privados. De acordo com a IARC, o glifosato foi encontrado no ar, na água e nos alimentos, e a população está particularmente exposta, por viver perto de áreas intervencionadas com o herbicida, ainda que os níveis de exposição observados sejam "geralmente baixos". Também os inseticidas tetrachlorvinphos e paratião, já objeto de interdições ou restrições em numerosos países, foram classificados como "possivelmente" cancerígenos. Em termos de riscos cancerígenos, relativamente ao glifosato e aos inseticidas malatião e diazinão, a IARC observa que há "provas limitadas" em seres humanos, que os associam a linfomas não-Hodgkin. Ao malatião, a organização associa o cancro da próstata e, ao diazinão, o cancro do pulmão. Os riscos foram avaliados com base em estudos de exposição agrícola nos Estados Unidos, Canadá e Suécia, bem como em testes em animais de laboratório. 3.7.2. Pesticidas são associados ao câncer de pele Novas pesquisas sugerem que o uso repetitivo e de longo prazo de pesticidas pode causar melanomas. Gordon Shetler. De acordo com novo estudo científico, trabalhadores que aplicam certos pesticidas em lavouras estão duas vezes mais propensos de contrair um melanoma, forma de câncer de pele fatal. Os resultados somam a evidência de que sugere que o uso frequente de defensivos agrícolas pode aumentar o risco de melanoma. As taxas da doença triplicaram nos Estados Unidos nos últimos 30 anos, sendo a exposição ao sol a principal causa identificada.
  • 32. 32 Pesquisadores identificaram seis pesticidas que, com a exposição frequente, duplica o risco de câncer de pele entre os fazendeiros e outros trabalhadores que aplicam essas químicas nas plantações. Quatro das químicas – maneb, mancozeb, metil paration e carbaryl – são utilizadas nos Estados Unidos em diversas plantações, incluindo nozes, vegetais e frutas. Já o benomyl e o paration-etil foram voluntariamente cancelados pelos seus fabricantes em 2008. ―A maior parte da literatura sobre melanoma foca nos fatores individuais e exposição ao sol. Nossa pesquisa mostra uma associação entre diversos pesticidas e o melanoma, fornecendo evidências para a hipótese de que os pesticidas podem ser outra importante fonte de risco de melanoma‖, conforme o relatório de epidemiologistas da University of Iowa, do National Institute of Environmental Health Sciences (Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental) e do National Cancer Institute (Instituto Nacional do Câncer). As descobertas também podem ter implicações para os consumidores que utilizam pesticidas em suas casas ou jardins. Carbaryl, um dos pesticidas relacionados ao câncer de pele, é o ingrediente ativo no inseticida Sevin, que é amplamente utilizado por consumidores para eliminar pestes em jardins e gramados. O estudo, publicado no mês passado pelo periódico Environmental Health Perspectives, examinou as taxas de câncer em 56.285 aplicadores nos estados de Iowa e Carolina do Norte como parte de um Estudo de Saúde Agrícola do governo federal, um grande estudo de longo prazo com aplicadores de pesticidas e seus cônjuges. Os aplicadores de pesticidas foram questionados sobre a frequência com que eram expostos a 50 tipos de pesticidas. Os pesquisadores então compararam suas taxas de câncer, descobrindo que aqueles que eram expostos a algumas dessas químicas tinham alto risco de melanoma cutâneo em comparação a seus colegas que lidavam com outros componentes químicos. Um dos principais pontos fracos do estudo é que não haver dados sobre a dosagem utilizada por esses trabalhadores. Em vez disso, os pesquisadores fizeram uma aproximação da quantidade de pesticida a que cada pessoa foi exposta somando os dias de exposição e adicionando informações fornecidas
  • 33. 33 pelos próprios aplicadores sobre como empregaram os componentes químicos e quais equipamentos de proteção utilizaram. Os pesquisadores descobriram que mesmo que o melanoma não fosse frequente entre os trabalhadores estudados, a frequência era maior entre aqueles que eram mais expostos a vários dos pesticidas. Das 56.285 pessoas que participaram do estudo, 271, ou menos da metade de 1%, desenvolveram um melanoma. Os riscos da doença aumentaram 2,5 vezes em aplicadores expostos a mais de 63 dias ao maneb/mancozeb durante a vida. Os aplicadores que foram expostos ao carbaryl por mais de 56 dias estavam 1,7 vez mais propensos e aqueles em contato com o metil ou paration-etil por mais de 56 dias aumentaram seus riscos de melanoma em 2,4 vezes. ―Os resultados podem ser relevantes para o restante da população‖, disse Dale Sandler, chefe de epidemiologia no National Institute of Environmental Health Sciences e segunda pesquisadora do estudo. Sandler disse que algumas das químicas são utilizadas pela população em geral. Uma das grandes diferenças é que os trabalhadores usam equipamento de proteção, que é um fator que reduz relativamente o risco em relação a usuários residenciais. ―Os aplicadores recebem informações continuamente para aprender sobre como lidar com segurança com essas químicas, mas nós provavelmente iremos a uma loja e não leremos a bula‖, disse Sandler. A pesquisadora diz ainda que os riscos também vão além dos trabalhadores ou consumidores que utilizam pesticidas. Geralmente as químicas estão no meio ambiente próximo às fazendas e podem contaminar os lençóis freáticos. A empresa que comercializa o Sevin para o mercado americano, Garden Tech, não se pronunciou sobre o novo estudo, enquanto que a Bayer Crop Scientes, fabricante do produto, não pode ser encontrada para comentários. Michael Thun, vice-presidente de epidemiologia e pesquisa de vigilância no American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer), disse que o estudo é ―mais abastecido do que a maioria para fornecer dados‖, pois incluem um grande número de pessoas.
  • 34. 34 Porém, ele ainda tem dúvidas sobre a ligação entre certos pesticidas e o câncer de pele. Thun disse que mesmo com tanta quantidade de informações, ―é difícil interpretar esses resultados sob o aspecto de certos pesticidas‖. Muitos dos ingredientes ativos são utilizados em combinação, o que torna mais difícil identificar quais são aqueles que apresentam mais risco. Os resultados também podem ter sido distorcidos pela exposição dos trabalhadores ao sol, o que é o principal fator de risco para o melanoma. ―Uma vez que os fazendeiros passam boa parte de seus dias ao sol, não podemos excluir a possibilidade de que os resultados específicos desses pesticidas são causados pela exposição ao sol‖, disseram os autores em seus relatórios. Trabalhadores ruivos têm o risco de câncer de pele aumentado em quase quatro vezes, de acordo com estudo. Pessoas com a pele mais branca são mais propensos a ficarem queimadas de sol, o que pode resultar em um melanoma. A obesidade também foi vinculada com o aumento do risco, por razões desconhecidas. Ao estimar as doses, os pesquisadores levaram em consideração as respostas dos trabalhadores na pesquisa sobre equipamentos de segurança. Todos os pesticidas no estudo contêm rótulos com instruções de manuseio e alguns só podem ser aplicados e misturados por aplicadores licenciados, que recebem treinamento contínuo sobre manuseio e mistura de químicas. O mínimo de equipamento de segurança recomendado é: calças e blusas de mangas compridas, botas e luvas, porém um equipamento de proteção mais específico pode ser necessário dependendo do produto. ―O tipo de equipamento de segurança necessário está escrito em cada rótulo‖, disse Kristine Schaefer, especialista em treinamento de aplicadores de produtos químicos da Iowa State University Extension. ―As pessoas precisam seguir as instruções do rótulo ou se responsabilizar. É isso que pregamos.‖ Porém, Schaefer diz que nenhum dos trabalhadores segue as regras. ―Falamos sobre esse assunto em nosso treinamento repetidamente para tentar passar a mensagem‖. Uma pesquisa anterior na Europa e Estados Unidos também vinculou a exposição em longo prazo a pesticidas ao aumento no risco de melanomas. Na
  • 35. 35 Europa, os pesquisadores descobriram que as pessoas que utilizam pesticidas dentro de casa mais de quatro vezes ao ano tinham uma taxa de melanoma duas vezes maior do que aquelas que utilizavam menos. Os pesticidas incluídos no estudo foram aprovados para uso pela EPA - Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental), e de acordo com Dale Kemery, assessor de impressa da EPA, todos foram passaram por nova análise em 2008. Benomyl e paration-etil foram voluntariamente cancelados como parte do processo. A análise de pesticidas acontece a cada 15 anos pelo menos. 4. Produto: Amianto O amianto ou asbesto é uma fibra mineral natural sedosa que, por suas propriedades físico-químicas (alta resistência mecânica e às altas temperaturas, incombustibilidade, boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade, indestrutibilidade, resistente ao ataque de ácidos, álcalis e bactérias, facilidade de ser tecida etc.), abundância na natureza e, principalmente, baixo custo tem sido largamente utilizado na indústria. É extraído fundamentalmente de rochas compostas de silicatos hidratados de magnésio, onde apenas de 5 a 10% se encontram em sua forma fibrosa de interesse comercial. Os nomes latino e grego, respectivamente, amianto e asbesto, têm relação com suas principais características físico-químicas, incorruptível e incombustível. Está presente em abundância na natureza sob duas formas: serpentinas (amianto branco) e anfibólios (amiantos marrom, azul e outros), sendo que a primeira - serpentinas- correspondem a mais de 95% de todas as manifestações geológicas no planeta. Já foi considerado a seda natural ou o mineral mágico, já que vem sendo utilizado desde os primórdios da civilização, inicialmente para reforçar utensílios cerâmicos, conferindo-os propriedades refratárias.
  • 36. 36 4.1. Identificação de Perigos: Existem patologias associadas ao contato direto com o amianto, como a fibrose intersticial do pulmão, alterações benignas da pleura, tumor benigno e maligno das serosas, tumor dos brônquios e pulmão, bem como outros tipos de patologias pulmonares. Fragmentos microscópicos de fibras de amianto são potencialmente perigosos quando inalados e podem provocar doenças respiratórias:  Câncer de pulmão: que é o mais comum em pessoas expostas ao amianto;  Mesotelioma: uma forma de câncer no peito que praticamente só ocorre em pessoas expostas ao amianto;  Asbestose: uma doença que causa falta de ar e pode levar a problemas respiratórios mais graves. O amianto branco, conhecido como crisótilo, é a única forma de amianto usada hoje. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a variação também é associada ao mesotelioma e outros tipos de câncer, mas seus produtores dizem que a substância é segura se manejada com cuidado.  Os sintomas que deve ter em conta: As manifestações da exposição ao amianto surgem, em média, 30 a 40 anos depois, mas a suscetibilidade individual pode ditar períodos muito mais curtos. Estas patologias têm uma evolução lenta e, por isso, confundem-se, muitas vezes, com as associadas ao envelhecimento, como é o caso da diminuição da capacidade respiratória e das doenças tumorais. 4.2. Medidas de Primeiros-socorros Os primeiros socorros devem ser equacionados tendo em conta as particularidades que este específico tipo de trabalho representa (e.g.: o acesso a zonas de trabalho confinadas, as dificuldades de comunicação associadas ao
  • 37. 37 uso de equipamentos de proteção e ao confinamento das zonas de trabalho, etc.), bem como às particularidades de cada local onde o trabalho se realize. É de toda a conveniência redigir procedimentos escritos que abordem, nomeadamente, os seguintes itens:  O número e a identificação dos encarregados de primeiros socorros e evacuação de trabalhadores especificamente formados no socorrismo deste tipo de trabalhos;  O modo de identificação visual destes trabalhadores;  Os meios e processo de alerta no interior das zonas confinadas;  Os modos de comunicar com o exterior  Inalação: Remover para ar fresco. Procurar ajuda médica para qualquer dificuldade de respiração.  Ingestão: Dar para beber diversos copos d'água para diluir. Se uma grande quantidade foi ingerida, procurar ajuda médica.  Contato com a pele: Imediatamente lavar a pele com água em abundância por pelo menos 15 minutos. Remova as roupas e calçados contaminados. Lavar as roupas antes do reuso. Limpar imediatamente os calçados antes do reuso. Procurar ajuda médica se as irritações se desenvolverem.  Contato com os olhos: Imediatamente lavar os olhos com água em abundância por pelo menos 15 minutos, levantando e abaixando as pálpebras ocasionalmente. Procurar ajuda médica se a irritação persistir.
  • 38. 38 4.3. Aplicações Foi intensivamente utilizado na indústria pela sua abundância e baixo custo de exploração. Considerado, por muito tempo, matéria-prima essencial por suas propriedades físico-químicas, tais como: grande resistência mecânica e às altas temperaturas, ao ataque ácido, alcalino e de bactérias. É incombustível, durável, flexível, indestrutível, resistente, sedoso, facilmente tecido e tem boa qualidade isolante. O amianto, por anos chamado de "mineral mágico", foi utilizado principalmente na indústria da construção civil (pisos vinílicos, telhas, caixas d‘água, divisórias, forros falsos, tubulações, vasos de decoração e para plantio e outros artefatos de cimento-amianto) e para isolamento acústico ou térmico. Foi empregado também em materiais de fricção nas guarnições de freios (lonas e pastilhas), em juntas, gaxetas e outros materiais de isolamento e vedação, revestimentos de discos de embreagem, tecidos para vestimentas e acessórios anti-chama ou calor, tintas, instrumentos de laboratórios e nas indústrias bélica, aeroespacial, petrolífera, têxtil, de papel e papelão, naval, de fundições, de produção de cloro-soda, entre outras aplicações. 4.4. Formas de Exposição ao Ambiente 4.4.1. Exposição ocupacional:  a exposição ocupacional é a principal forma de exposição e contaminação;  ocorre, principalmente, através da inalação das fibras de amianto, que podem causar lesões nos pulmões e em outros órgãos;  a via digestiva também deve ser considerada como fonte de contaminação. 4.4.2. Exposição ambiental:  contato dos familiares com roupas e objetos dos trabalhadores contaminados pela fibra;
  • 39. 39  residir nas proximidades de fábricas, minerações ou em áreas contaminadas (solo e ar) por amianto;  frequentar ambientes onde haja produtos de amianto degradados;  presença do amianto livre na natureza ou em pontos de depósito ou descarte de produtos com amianto 4.5. Legislação 4.5.1. No Brasil A Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1986 editou a "Convenção 162", que trata de um conjunto de regulamentações para o uso do amianto nas áreas de mineração, nas indústrias de processamento e transformação do minério. Em 1991, o Ministério do Trabalho Brasileiro publicou a Portaria nº 1, que:  proíbe o uso de amianto do tipo anfibólio e de produtos que o contenham;  proíbe a pulverização (spray) de qualquer amianto;  proíbe o trabalho de menores de 18 anos nas áreas de produção;  exige que as empresas elaborem normas de procedimento para situações de emergência e que só possam comprar a matéria- prima de empresas cadastradas no Ministério do Trabalho;  determina que as fibras de amianto e seus produtos sejam rotulados e acompanhados de "instruções de uso", com informações sobre os riscos para a saúde, doenças relacionadas e medidas de proteção e controle;  fixa o limite de tolerância para fibras respiráveis em 2 fibras/cm3;  exige avaliação ambiental a cada seis meses e a divulgação dos resultados para conhecimento dos funcionários;  estabelece o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), bem como roupa de trabalho que deve ser
  • 40. 40 trocada duas vezes por semana e lavada sob responsabilidade da empresa;  se instale vestiários duplos, separando roupas de trabalho das comuns de passeio;  os trabalhadores expostos devam receber treinamento anual sobre os riscos e as medidas de proteção e controle;  os trabalhadores devam ser submetidos a exames médicos, incluindo raio-x e espirometria, além da avaliação clínica, na admissão, periodicamente e pós-demissionais por até 30 anos, em periodicidade determinada pelo tempo de exposição: anual para os que se expuseram mais de 20 anos; a cada dois anos, entre 12 e 20 anos; a cada 3 anos, abaixo de 12 anos;  que sejam monitorados os resíduos da fibra nos ambientes e destinados sem colocar em risco à saúde dos trabalhadores e da população em geral. Embora tenha sido promulgada em 01/06/95 a lei nº 9055 "do uso controlado do amianto" pelo Congresso Nacional para disciplinar a extração, industrialização, utilização, comercialização e transporte do asbesto e dos produtos que o contenham, bem como das fibras naturais e artificiais, de qualquer origem, ela está sendo questionada no STF- Supremo Tribunal Federal (ADI 4066) por entenderem os magistrados do trabalho (ANAMATRA) e os procuradores do trabalho (ANPT) que a lei é inconstitucional. Vários municípios e estados brasileiros já possuem legislação restritiva ao uso do amianto e em 4 deles já há uma proibição formal de sua exploração, utilização e comercialização, como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco. No âmbito do Ministério da Saúde e do Ministério da Previdência Social, as principais doenças relacionadas ao trabalho com amianto estão listadas, respectivamente, na Portaria No. 1.339/GM, de 18/11/1999 e no Decreto no. 3.048, de 6/5/1999 (atualizado pelo Decreto No. 6.957, de 9/9/2009): neoplasia maligna do estômago (CID C16.-); neoplasia maligna da laringe (C32.-); neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-); mesotelioma de pleura (C45.0); msotelioma do peritônio (C45.1); mesotelioma do pericárdio (C45.2); placas epicárdicas ou pericárdicas (I34.8); asbestose (J60.-) e placas pleurais
  • 41. 41 (J92.-). Estes decretos e portarias, que regulamentam dispositivos legais da Saúde (Lei 8.080/90) e da Previdência (Lei 8.213/91), aplicam-se ao campo da Saúde dos Trabalhadores, quer orientando os procedimentos de estabelecimento de nexo causal (trabalho x doença), quer disciplinando as obrigações dos empregadores e de quem faz o diagnóstico a notificar as autoridades públicas, quer favorecendo os trabalhadores segurados pelo INSS ao exercício dos direitos previdenciários, como a proteção social enquanto houver incapacidade laborativa, estabilidade de 1 ano após afastamentos do trabalho superiores há 15 dias – entre outros direitos - , quer favorecendo outros mecanismos compensatórios na esfera da responsabilidade civil e criminal. Por outro lado, tanto as pneumoconioses (nelas incluída a Asbestose), como o Câncer Relacionado ao Trabalho (nele incluído o Mesotelioma e o câncer de pulmão, entre outros) constam da Portaria do Ministério da Saúde GM/MS 777, de 28/4/2004, que obriga e regulamenta os procedimentos de notificação obrigatória dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, ao SINAN. É fundamental que os profissionais de saúde que atendem trabalhadores conheçam estes deveres e cumpram suas obrigações, inclusive as previstas na Resolução no. 1.488, do Conselho Federal de Medicina, aplicável a todos os médicos em exercício. 4.5.2. No Mundo O uso do amianto foi proibido em 52 países. Embora vários países em desenvolvimento ainda permitam o uso e adotem limites de tolerância para o amianto, o Critério de Saúde Ambiental 203 do Programa de Segurança Química da Organização Mundial da Saúde de 1998 concluiu que ―nenhum limite de tolerância foi identificado para os agentes carcinogênicos"; "que onde materiais substitutos para crisotila estiverem disponíveis, eles devem ser considerados para uso" e "que a exposição ao amianto crisotila aumenta os riscos de asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma em função da dose‖.
  • 42. 42  MEDIDAS INVESTIGATIVAS ATINENTES AO CAMPO DA SAÚDE PÚBLICA A SEREM APLICADAS PELOS PROFISSIONAIS DO SETOR  investigar sempre o histórico ocupacional detalhado do trabalhador ou do pacientes com sintomas respiratórios;  ser específico na investigação ocupacional, perguntando diretamente se o paciente trabalha ou trabalhou com amianto ou asbesto;  avaliar a exposição indireta: familiar ou ambiental, perguntando pelo entorno da residência ou pela ocupação dos familiares;  encaminhar o paciente para os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (RENAST), ambulatórios de especialidades com serviço de Pneumologia ou ao Programa Saúde da Família e, após a confirmação de diagnóstico de câncer o paciente deve ser encaminhado aos UNACONS/ CACONS (Unidades ou Centro de Alta Complexidade Oncológicos) do SUS;  na confirmação de diagnóstico de patologias ocupacionais como o câncer, o mesotelioma maligno e a asbestose, notificar ao SINAN. 4.6. Reportagens: 4.6.1. Morre Aldo Vicentin, mais uma vítima do amianto. Aldo Vicentin, entrevistado pela repórter antes da cirurgia, não resistiu e faleceu na quinta-feira, dia 3 de julho. Aldo Vicentin, antes da cirurgia, com o colega Eliezer de Souza Aldo, na UTI do Incor, após a cirurgia; quinta-feira, 3 de julho, às 9h30, ele faleceu por Conceição Lemes A Organização Internacional do Trabalho – a OIT, órgão das Nações Unidas –alerta: o amianto, ou asbesto, mata por ano no mundo 100 mil
  • 43. 43 trabalhadores. No Brasil, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 1 milhão de pessoas podem estar em contato direto com a fibra assassina ou do diabo, como é conhecido esse mineral. Ele é cancerígeno. Está banido em 49 países, incluindo Argentina, Chile, Uruguai e União Europeia. Aqui, é proibido no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e mais recentemente São Paulo. No dia 4 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por 7 votos a 3 que a lei 12.684, que veda o uso do amianto no Estado, é constitucional. Em bom português: está proibido no Estado de São Paulo. O aposentado Aldo Vicentin, 66 anos, secretário-geral da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), não pôde comemorar esta vitória. Enquanto a lei era julgada no STF, ele internava-se no Instituto do Coração de São Paulo, o Incor, para a batalha da sua vida: extirpar o mesotelioma – tumor maligno de pleura, membrana que reveste o pulmão. É muito agressivo, incurável, praticamente intratável, causado pela exposição ocupacional ou ambiental ao amianto. A quase totalidade dos portadores morre em um ano; a expectativa de vida é de, no máximo, 2 anos. Aldo é casado com dona Gisélia, tem duas filhas e um neto. ―De 1964 a 1968, trabalhei no depósito de materiais da Eternit, em Osasco; ajudava a carregar caminhões com tubos, caixas d‘água, telhas‖, relembra à repórter antes da cirurgia. ―Tinha 22 anos, nem sabia o que era amianto. Só ao requerer a aposentadoria, em 1994/1995, descobri que havia trabalhado em condições insalubres, perigosas.‖ Aldo já perdeu a conta dos amigos que o amianto levou. ―Agora, sou eu que estou com esse passivo‖, diz, indignado, referindo-se ao tumor, que se manifestou 44 anos depois. ―Foi de repente. Comecei a sentir canseira, sem fôlego para subir uma rampa… Na radiografia de um ano e meio atrás não havia nada. A que fiz há três meses mostrou meu pulmão esquerdo inteiramente tomado.‖ Dona Gisélia está arrasada: ―O mesotelioma parece furacão; destrói tudo pelo caminho‖. ―No início, não sabíamos que o amianto fazia mal e tivemos alguns casos de disfunção respiratória na fábrica de Osasco, já desativada. Usávamos principalmente o anfibólio‖, diz Élio Martins, presidente do Grupo Eternit, o maior do País no setor de amianto . ―Por volta de 1980, passamos a trabalhar só com a crisotila, fizemos altos investimentos em medidas de proteção e
  • 44. 44 eliminamos todos os riscos da atividade profissional. De lá para cá, não temos nenhum trabalhador doente nas nossas fábricas nem na nossa mineradora.‖ A mineradora é a SAMA, responsável pela única mina de amianto em exploração; fica em Minaçu, Goiás. Anfibólio é outro grupo de amianto, no qual estão inseridos o amianto marrom e o azul, já banidos no mundo inteiro; têm maior poder de agressividade que a crisotila, ou amianto branco. ―Não são apenas alguns casos, mas milhares de pessoas com doenças pulmonares graves, entre as quais o mesotelioma‖, afirma Fernanda Giannasi, engenheira de segurança do trabalho e auditora fiscal do MTE, em São Paulo. ―Como é possível garantir que a partir de 1980 ninguém ficou doente? É futurologia. Nós trabalhamos com epidemiologia, e os estudos demonstram que as doenças do amianto levam 20, 30, 40 anos para se manifestar. O mesotelioma do Aldo levou 44!‖ ―Ainda por cima, há enorme subnotificação; tem muita gente morrendo de mesotelioma sem saber‖, revela o pneumologista Hermano Albuquerque de Castro, professor da Escola Nacional de Saúde Pública e coordenador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Há falta de acesso à saúde e despreparo dos médicos para fazer o diagnóstico adequado. Nos anos 90, o mesotelioma provocava, em média, 100 mortes por ano; em 2000, perto de 200. ―A tendência é crescer o número de casos e o de óbitos‖, enfatiza. Adilson Santana, funcionário da SAMA há 22 anos, diretor do Sindicato dos Mineiros de Minaçu e vice-presidente da Comissão Nacional dos Trabalhadores do Amianto (CNTA), desconversa: ―Diferentemente de até 1980, hoje não há risco algum nem para os trabalhadores da mina nem para os das fábricas. É totalmente seguro trabalhar com a crisotila‖. ―O vice-presidente da CNTA falta com a verdade!‖, declara Eliezer João de Souza, 67 anos, presidente da Abrea e funcionário da Eternit de 1967 a 1981. A crisotila também é cancerígena. Em 2007, quando esteve em Minaçu para organizar o movimento local, viu duas pessoas morrerem por causa do amianto. Lá também descobriu que há vários casos de câncer de pessoas que começaram a trabalhar com amianto depois dos anos 80. Em Minaçu, a população não tem noção dos perigos que corre. Além disso, a CNTA atua a favor dos interesses da indústria e não a favor do trabalhador.
  • 45. 45 ―Quem trabalha com amianto está com a corda no pescoço‖, vaticina Eliezer. ―O atestado de óbito está pronto. É só questão de tempo para ser assinado.‖ Em 2000, ele teve que extrair nódulos no pulmão. Agora, está com suspeita de asbestose, mais conhecida como ―pulmão de pedra‖. A doença provoca o ―endurecimento‖ do pulmão, levando pouco a pouco à perda progressiva da capacidade respiratória; pode evoluir para a morte — a chamada morte lenta. DE MINERAL “MÁGICO” À FIBRA ASSASSINA Amianto é o nome comercial adotado para um conjunto de minerais constituídos basicamente de silicato de magnésio, rocha presente na natureza. Dependendo da região, é só tirar a camada vegetal, você a encontra. Em forma bruta, não prejudica a saúde se o ser humano deixá-la quieta. Em geral, as fibras que libera naturalmente no ar por ação de ventos e chuvas são grandes e não inaladas; os próprios pelos do nariz barram a entrada delas no aparelho respiratório. O problema começa no processo de mineração. A rocha é moída; 5% se transformam em fios que lembram cabelo. São as fibras. As graúdas têm alto valor comercial. Quanto mais diminutas elas se tornam, mais invisíveis ficam a olho nu. Chegam a ponto de só poderem ser observadas ao microscópio. Viram poeira muito fina. O amianto é um produto barato, durável, altamente resistente – o fogo não o destrói –, capaz de se transformar em fios e tecidos. Daí, durante muito tempo, ter sido considerado um mineral ―mágico‖. Fazem-se centenas de coisas com ele. Combinado com cimento, por exemplo, forma uma massa, como a de bolo, fácil de moldar. O resultado são telhas, painéis acústicos, forros, pisos, divisórias de ambiente, caixas d‘água, tubulações. Já ligado a certas resinas dá origem a pastilhas de freio, revestimento do disco de embreagem, lona de fricção. Não à toa está por todo canto. Da reserva indígena de São Marcos, em Roraima, à coxia do Theatro São Pedro, em São Paulo. E esteja você em casa, escola, local de trabalho, parque, carro, ônibus, é bem provável que aí ou nas proximidades haja algo com amianto.
  • 46. 46 Reserva São Marcos / Theatro São Pedro ―Porém, desde 1906, se sabe que o amianto é danoso à saúde‖, adverte Fernanda Giannasi. Na ocasião, uma pesquisa na Inglaterra demonstrou que trabalhadores que manipulavam amianto tinham ―entupimento‖ nos pulmões, que provocava limitação respiratória progressiva e incapacitante. Na década de 1940, estudos começaram a ventilar a possibilidade de o amianto ser cancerígeno. Na década de 1950, não restavam mais dúvidas. Uma doença chamada mesotelioma estava relacionada a ele. Os estudos subsequentes só aprofundaram essa correlação. Na década de 1980, já se conheciam praticamente todas as doenças decorrentes da exposição ao amianto e os grupos atingidos. A Agência Internacional para Pesquisa de Câncer, a IARC (sigla da instituição em inglês), coloca então o amianto na lista de substâncias reconhecidamente cancerígenas para o ser humano. A IARC é órgão ligado à Organização Mundial de Saúde (OMS), sediado em Lyon, na França. A partir daí, o amianto passa a ser denominado a fibra assassina ou do diabo. AS VÁRIAS DOENÇAS CAUSADAS PELO AMIANTO O amianto está associado a vários problemas de saúde. ―No curto prazo, um ou dois anos, pode desencadear doenças que reduzem a capacidade respiratória‖, informa o pneumologista Hermano de Castro. ―Isso acontece devido a um processo inflamatório.‖ O pulmão é como uma grande ―esponja‖ ligada a ―canos‖ que transportam ar para o seu interior. A traqueia e os brônquios são os ―canos‖. A ―esponja‖, ou parênquima pulmonar, são os milhares de alvéolos: ―saquinhos‖, onde o oxigênio respirado, essencial à vida, é trocado pelo gás carbônico, ―lixo‖ produzido pelo organismo. ―A ‗esponja‘ representa 90% da área dos pulmões‖, explica a médica Iolanda Calvo Tibério, professora livre-docente de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP. ―O amianto inflama justamente o parênquima pulmonar, podendo causar granuloma.‖
  • 47. 47 A ―esponja‖ é bem elástica, para que os pulmões se encham de ar e se esvaziem adequadamente. A inflamação, porém, altera esse tecido, tornando-o fibroso. É como a cicatriz que se forma na pele quando a gente leva um corte. O local fica mais duro, com menos elasticidade. Inflamado cronicamente pode dar origem a nódulos – os granulomas. ―Ainda, gradativamente, o pulmão, perde a sua capacidade de se expandir de modo adequado‖, prossegue Castro. ―A pessoa tem falta de ar, canseira, tosse e muco.‖ Em geral, depois de 10, 15 anos de exposição ao amianto, a fibrose altera a própria estrutura do pulmão. É a asbestose, ou fibrose pulmonar. O pulmão ―endurece‖, perdendo progressivamente a sua capacidade de se expandir. Provoca falta de ar, dor nas costas, cansaço, emagrecimento. ―Não tem cura, mesmo que a pessoa nunca mais entre em contato com amianto‖, avisa Castro. ―Leva lentamente à morte.‖ No longo prazo, o amianto pode promover alterações nas células, causando câncer de pulmão. Leva 25 a 30 anos para se manifestar. A pessoa exposta ao amianto e, ao mesmo tempo, fumante tem 57 vezes mais probabilidade de ter esse tumor maligno do que quem não está nessas duas situações. É que o amianto e o tabaco têm efeito sinérgico: um potencializa o malefício do outro. Também, no longo do tempo, pode induzir ao mesotelioma de pleura (membrana que reveste o pulmão), de peritônio (membrana que reveste a cavidade abdominal) e de pericárdio (membrana que recobre o coração). É um tumor maligno e extremamente agressivo, incurável e fatal e pode aparecer 35, 40 e até 50 anos após o primeiro contato com o amianto. De 1983 a 2003, há contabilizado no SUS 2.414 óbitos de brasileiros por mesotelioma. O número real, porém, é certamente bem maior. Os dados oficiais são apenas a ponta de um imenso iceberg. MESOTELIOMA NÃO É DOSE-DEPENDENTE ―Mas a crisotila não é cancerígena, ao contrário do anfibólio‖, diz Marina Júlia de Aquino, presidente do Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC). ―A legislação fixa limite de fibras no ambiente de trabalho, que nossas associadas [11] cumprem. Hoje, com certeza, os trabalhadores não têm risco.‖ O IBC é uma instituição criada nos moldes do Instituto da Crisotila, no Canadá, com o
  • 48. 48 qual mantém estreitas relações. O objetivo principal é fazer lobby a favor dos interesses da indústria. O site da Eternit, na seção Perguntas mais frequentes, reforça o discurso da presidente do IBC: Somente os trabalhadores expostos, durante longos períodos, a altas concentrações de fibras, fazem parte do grupo de risco. Os trabalhadores das indústrias que seguem as regras do uso controlado estão totalmente seguros. Diz mais: Hoje, os riscos do amianto crisotila se constituem não em uma questão de saúde pública, mas de saúde ocupacional. Na entrevista a esta repórter, o presidente Élio Martins repisa: ―O amianto é apenas problema de saúde ocupacional. Não temos nenhum caso no Brasil de pessoa que usou telha ou caixa d‘água com amianto e teve problema de saúde‖. Vamos por partes: 1) O fato de o amianto crisotila ser menos nocivo não significa ser inócuo ou que faça bem à saúde. 2) Todas as formas e tipos de amianto são cancerígenos, inclusive a crisotila pura. É a posição da IARC (Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer), da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, o famoso INSERM, da França. Também a da Fiocruz, no Brasil. 3) A asbestose, realmente, é dose-dependente. Quanto mais o trabalhador fica exposto ao amianto, maior a probabilidade de ele desenvolver a doença. 4) Já o mesotelioma não é dose-dependente. ―É mentira que exista dose segura para o câncer; a única quantidade que protege é a exposição zero‖, alerta o médico Hermano de Castro. ―Mesmo que você se exponha por curto período e sob baixa dose ao amianto, pode vir a ter mesotelioma no futuro‖. 5) Não é verdade que é um problema apenas de quem trabalha com o mineral. ―Familiares e moradores próximos às minas estão em risco, assim como quem se submete à exposição ambiental‖, avisa Fernanda Giannasi. Por exemplo, operários de oficinas mecânicas, da construção civil (cortam telhas, divisórias), colocadores de telha, pessoas que moram em casas com telhas de amianto que estejam degradadas, liberando fibras para o ambiente.
  • 49. 49 ―Acompanhamos aproximadamente 100 esposas de ex-empregados; cinco já têm placas pleurais‖, corrobora o médico do trabalho Vilton Raile, do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Osasco. Placas na pleura podem acarretar falta de ar, cansaço, dores nas costas e tosse com catarro. As cinco se contaminaram, lavando as roupas dos maridos. ―Há um caso, confirmado, de mesotelioma de pleura‖, acrescenta Eliezer, presidente da Abrea. ―Essa senhora já morreu e se contaminou como as outras cinco esposas.‖ PROBLEMA DE SAÚDE OCUPACIONAL E DE SAÚDE PÚBLICA ―O amianto não é apenas questão de saúde ocupacional‖, sustenta Hermano de Castro, coordenador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fiocruz. ―É problema de saúde pública, sim.‖ O próprio Hermano justifica: 1) Estudos epidemiológicos indicam que parte das pessoas atingidas pelo mesotelioma tem história de exposição direta, explícita. Mas outra parcela, não; neste caso, as evidências são de exposição ambiental. Os mais suscetíveis, mesmo expostos em baixas doses, correm o risco de ter esse tumor maligno. 2) Uma vez que há pessoas que têm mesotelioma vinculado à exposição ambiental ao amianto, ele torna-se problema de saúde pública. 3) Problema ocupacional é também problema de saúde pública. 4) Quando trabalhadores ou ex-empregados expostos ao amianto adoecem, vão para o SUS em busca de tratamento e para o INSS à procura de seguridade social. Aí, todos os seus custos passam a ser pagos pela sociedade em geral. Logo, mais um motivo para ser considerado problema de saúde pública e não só de saúde ocupacional. PROVA DO PERIGO ESTÁ IMPRESSA NO PRÓPRIO PRODUTO A esta altura, sabemos que algumas perguntas são inevitáveis. Pedimos a Fernanda Giannasi, que também coordena a Rede Virtual-Cidadã pelo Banimento do Amianto na América Latina, para respondê-las.
  • 50. 50 – Ninguém na minha família trabalha com amianto. Por que deixar de usar esse tipo de telha, que é mais barata, resistente e vários vizinhos têm? Porque o amianto, mesmo em baixas doses, é cancerígeno. Vá até uma loja de materiais de construção e descobrirá que na telha ou qualquer produto de cimento-amianto, por exemplo, está escrito: ao cortar ou furar não respire a poeira gerada, pois pode prejudicar gravemente a saúde. É porque, ao se cortar ou furar uma telha, centenas de fibras de amianto são liberadas no ar. E inala essa ―poeira‖ não só quem faz o serviço, mas todo mundo que está no ambiente. Além disso, o material, com o tempo, se degrada e, ao ser manipulado, se desfaz, liberando fibras de amianto na sua casa, no meio ambiente. Logo, é um risco a ser considerado e temido. – Se eu respirar uma fibra, posso ficar doente? Pode, dependendo de onde ela se alojar. – Mas tem tanta gente que trabalhou com amianto e não tem nada… Tem tanta gente que mora em casa com telha de amianto e não tem nada… Não tem nada hoje. Mas é impossível garantir que não venha a ter no futuro. Se as doenças mais graves levam, no mínimo, 25 anos para se manifestar, às vezes até 50, como é o caso do mesotelioma, e nós estamos em 2008, como é possível garantir que as pessoas que trabalharam a partir de 1980 não ficarão doentes? Isso é uma irresponsabilidade…uma leviandade. Quem foi exposto nos anos 80, só vai ter o seu mesotelioma a partir de 2015, 2025. RISCO ESCONDIDO, OMISSÕES E AMEAÇA DE MORTE Se o amianto é cancerígeno e desde os anos 80 se conhece todos os seus malefícios, por que ainda não foi banido no mundo inteiro? ―É um dos lobbies mais eficazes jamais visto. Faz-me lembrar de o do tabaco‖, diz Joan Kuyek, da Mining Watch, organização não-governamental do Canadá, no documentário francês A morte lenta pelo amianto, de Sylvie Deleule. ―O mesmo tipo de mito, mesmo tipo de ciência, mesmo gênero de
  • 51. 51 cumplicidade entre industriais, trabalhadores e governo na forma de agir, para minimizar os riscos.‖ ―Eu fui da Cipa [Comissão Interna de Prevenção de Acidentes] da Eternit, fiz cursos de doença do trabalho, mas só em 1995 descobri que o amianto era cancerígeno‖, conta Eliezer de Souza. ―A cada dois anos, nós fazíamos raio X de pulmão. Nunca soubemos do resultado. O doutor Wagner sabia o que estava acontecendo e escondia da gente. Eu tinha muita pneumonia e não sabia o por que.‖ O doutor é Wagner José Meirelles. Foi o médico responsável da Eternit de 1974 (aproximadamente) a 1993, quando a fábrica de Osasco fechou. Depois, atuou na Associação Brasileira do Amianto (Abra). Hoje mora em Ubatuba, litoral norte de São Paulo: ―Eu me lembro do Eliezer, mas eu me aposentei e não quero mais falar sobre o assunto. Os trabalhadores me viam como pessoa da empresa, o que não era verdade. Fui eu quem instituiu todos os controles não só de saúde como de ambiente do trabalho na empresa‖. A repórter voltou a contatar o médico Wagner José Meirelles: — Além do Eliezer, outros ex-empregados disseram que só souberam que o amianto era cancerígeno por volta de 1995… Desde 1984/85, eles já sabiam dos riscos do amianto. Agora, se acham que foram prejudicados, que procurem os seus direitos. É legítimo. — Soube que num debate na Assembleia Legislativa de São Paulo, quando se discutia a primeira lei do banimento do amianto em São Paulo [só aprovada em 2001], o senhor pediu a palavra e chorou quando viu ex- empregados da fábrica. É verdade? Eu não chorei. A Fernanda Giannasi me chamou de omisso. Achei injusto e pedi para falar. Com a voz embargada, convoquei os trabalhadores para que, se tivessem alguma coisa contra mim, falassem. Todos calaram. — Segundo a Fernanda, em 1987, o senhor tinha conhecimento de seis casos de doenças pelo amianto, que não foram comunicados ao INSS por decisões superiores. Em 1996, o senhor teria lhe dito que muitos casos passaram por suas mãos, foram relatados à matriz, na Suíça, e a ordem foi de que não fizesse nenhum alarde; que cada um, quando descobrisse, procurasse os seus direitos na Justiça. O senhor confirma? Não é verdade.
  • 52. 52 ―O Wagner disse que negaria tudo se um dia eu revelasse essas informações‖, manifesta-se Fernanda. ―Tenho a consciência tranquila, até porque o alertei. Infelizmente, alguns médicos ainda contribuem para a invisibilidade social das doenças do amianto no Brasil — o chamado silêncio epidemiológico. Fazem isso quando atendem os casos e não geram informações nem para o INSS nem para o Ministério da Saúde, apesar de muitas vezes serem profissionais da rede pública de saúde. Será isso ético ou moral?‖ Nem uma ameaça de morte calou Fernanda. Em janeiro de 2004, três auditores fiscais do trabalho e o motorista do Ministério do Trabalho e Emprego foram assassinados em Unaí, Minas Gerais. Cinco dias depois da chacina, uma carta anônima, intimidatória, lhe foi enviada. Fernanda dedica-se à causa do amianto desde 1985. É a maior referência na área no Brasil. Incomoda, aqui e lá fora. Em abril de 2001, Denis Hamel, diretor do Instituto da Crisotila do Canadá mandou uma carta ao então Ministro do Trabalho e Emprego do Brasil, Francisco Dornelles, pedindo ―para repreendê-la e enquadrá-la‖. Fernanda é auditora fiscal do MTE, lotada na Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo. No documentário A morte lenta pelo amianto, Hamel justifica a retaliação: ―Ela dá declarações mentirosas, exageradas, que prejudicam enormemente os esforços da indústria‖. USO CONTROLADO É IMPOSSÍVEL; É UMA ILUSÃO TOTAL Fernanda Giannasi e os ―velhinhos da Abrea‖, como os defensores do amianto se referem malevolamente aos ex-empregados e membros da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, começam a colher os frutos de mais de uma década de batalha. No dia 4 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou que a lei 12.684, que proíbe o uso do amianto no Estado de São Paulo, é constitucional. ―Uma vitória histórica do direito à saúde, à prevenção de doenças e ao meio ambiente equilibrado‖, avalia Mauro Menezes, advogado da Abrea e da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANTP).
  • 53. 53 Até essa decisão, segundo o advogado da Abrea e da ANPT, o argumento usado pelos defensores do amianto para derrubar as leis municipais e estaduais de banimento era de que elas violavam um princípio federativo, pois existe uma lei federal sobre o assunto. E, com base nesse raciocínio formal, havia a superveniência da lei federal sobre a estadual. Só que havia – e há! – uma discussão muito mais significativa, também constitucional, que é avaliar se o uso do amianto, ainda que controlado, ofende ou não o direito à saúde, à redução do risco de doença, à valorização social do trabalho, à dignidade da pessoa humana e ao meio ambiente equilibrado. ―Pela primeira vez o STF eliminou as questões preliminares e foi ao cerne do problema, tomando por base trabalhos científicos idôneos‖, afirma Menezes. ―O STF considerou de forma muito convicta que todo tipo de amianto, em função da lesividade ao ser humano, não se compatibiliza com uma questão maior que está garantida na nossa Constituição, que é o direito à saúde e à vida.‖ Essa foi a segunda tentativa de se banir o amianto no Estado de São Paulo. A primeira lei, aprovada em 2001, foi revogada pelo STF por uma ação direta de inconstitucionalidade (ADIN). A relatora foi a ministra Ellen Gracie. Mato Grosso do Sul teve também sua lei estadual derrubada no STF. O relator foi o então ministro Maurício Correa; na ocasião, era presidente do Supremo Tribunal Federal. Atualmente, Maurício Correa encabeça como advogado as ADINs ajuizadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI), que visam derrubar as leis do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco. A CNTI abriga a Comissão Nacional dos Trabalhadores do Amianto (CNTA), financiada pela indústria do amianto, através do Instituto Brasileiro do Crisotila. ―Há nove ADINs aguardando julgamento‖, informa Menezes. ―A indústria do amianto está com os seus dias contados no Brasil. O problema é que, nesses dias contatados, vidas serão sacrificadas e isso não é plausível numa sociedade democrática, que tem a Constituição que tem. Afinal, é considerada a Constituição Cidadã!‖ Talvez alguns questionem: será que não é mesmo possível o uso controlado do amianto crisotila?
  • 54. 54 ―No máximo, as indústrias conseguem reduzir a dose de contaminação dentro das fábricas. Não conseguem controlar depois que o produto sai das fábricas e vai para o público‖, esclarece Hermano de Castro, da Fiocruz. Por exemplo, na própria construção civil, onde é frequente a instalação de telhados. Devido à alta rotatividade de mão-de-obra do setor, os operários não têm noção de que aquele produto, que estão furando e cortando, tem amianto. E acabam respirando suas fibras sem qualquer proteção. O mesmo pode acontecer nas suas casas. Talvez alguns ainda rebatam: mas isso é de responsabilidade da construção civil, do Ministério do Trabalho e não da indústria do amianto… ―É problema das indústrias que trabalham com amianto, sim‖, volta à carga Hermano de Castro. ―Elas têm responsabilidade por toda a cadeia: mineração, produção, colocação no mercado. E, aí, como é que elas vão controlar o manuseio desses produtos pela população? É impossível. O uso controlado é uma ilusão total. Uma falácia!‖ ―Agora, se a sociedade decidir pela substituição do amianto por fibras sintéticas, terá que pagar por isso‖, diz Élio Martins. ―Além de eventual desabastecimento, o nosso produto vai custar 30% a 60% mais caro do que hoje.‖ Por curiosidade, checamos na London, uma loja de materiais de construção situada na avenida Vicente Rao com o viaduto da Washington Luís; é o segundo após o aeroporto de Congonhas, em São Paulo. No sábado, dia 28 de junho, uma telha de amianto de 2,44m x 1,10m x 6 mm saía por R$27,80. ―A outra, de fibra sintética, custa o mesmo preço‖, frisou a vendedora. ―O banimento do amianto vai representar o desemprego de 170 mil a 200 mil trabalhadores,‖ apela Adilson Santana, da CNTA. ―Desde quando as lojas de material de construção vendem apenas produtos com amianto?‖, rebate Fernanda Giannasi. ―Nesses 170 mil a 200 mil estão computados todos os trabalhadores do comércio varejista, que trabalha com centenas de itens, do setor de transportes e da construção civil. Hoje em dia a indústria do amianto, incluindo fábricas e mineradora, emprega cerca de 3 mil trabalhadores.‖ ―O amianto é uma bomba de efeito retardado; a única saída é o banimento completo‖, Aldo Vicentin, da UTI do Incor, onde estava internado após a cirurgia do mesotelioma, pediu para reforçar a esta repórter na semana
  • 55. 55 passada. Junto veio outra solicitação, a de mostrar a sua foto: ―Quero que o mundo saiba o sofrimento que o amianto causa‖. Aldo teve extirpados o pulmão esquerdo, o diafragma, o pericárdio e a pleura. Ele ainda não sabia, mas o colega José Roncadin, 74, outro diretor da Abrea, tinha acabado de receber também a confirmação do diagnóstico de mesotelioma de pleura. Isso Aldo nunca saberá. Quinta-feira, 3 de julho, às 9h30, a fibra assassina fez o restante do seu maldito ―serviço‖: levou-o de vez. 4.6.2. OMS alerta para a exposição ocupacional de 125 milhões de pessoas ao amianto. A exposição no trabalho a esta substância provoca mais de 107 mil mortes anuais por câncer de pulmão, mesotelioma e asbestose. Trabalhador manipula amianto com proteção para evitar problemas de saúde. Cerca de 125 milhões de pessoas estão expostas ao amianto no seu local de trabalho, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a organização, a exposição ocupacional a esta substância provoca mais de 107 mil mortes anuais por câncer de pulmão, mesotelioma e asbestose, uma forma de fibrose pulmonar. O órgão disse que o amianto, um mineral fibroso grupo natural, ainda é utilizado comercialmente, principalmente na construção de isolamento como um componente de materiais de construção e como aditivos na indústria automotiva. A OMS lembra aos Estados-Membros o compromisso de prestar mais atenção aos cânceres evitáveis relacionadas com a exposição, especialmente no trabalho. Neste sentido, pediu para parar de usar todos os tipos de amianto, substituindo-os por produtos mais seguros, bem como para melhorar o diagnóstico precoce de doenças, e tomar medidas para evitar a exposição. Todos os tipos de amianto causam câncer nos seres humanos
  • 56. 56 A Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer classificou as variedades de amianto anfibólios (actinolita, amosita, antofilita, crisotila, tremolita e crocidolita) na categoria de substâncias cancerígenas para humanos. A exposição a crisotila, amosita e antofilita, eaos compostos contendo crocidolita, aumenta o risco de câncer de pulmão. Também foram observados após exposição a crocidolita, amosita, tremolita de crisotila e em populações que vivem nas proximidades das unidades de transformação e minas de amianto, e em pessoas que vivem com trabalhadores que manipulam essas fibras minerais. A incidência de doenças relacionadas com amianto depende da natureza, dimensão e dose de fibras inaladas, assim como o processamento industrial destas fibras minerais. O limite para o risco cancerígeno do amianto crisotila não foi ainda determinada (5). O tabagismo aumenta o risco de câncer de pulmão causado pela exposição ao amianto. 4.6.3. Trabalhador adquiriu câncer pulmonar por aspirar amianto São Paulo/SP - Um vendedor de telhas e caixas d´água da Eternit vai receber R$ 300 mil de indenização por danos morais, mais pensão mensal vitalícia, por ter adquirido câncer pulmonar decorrente da aspiração constante de pó de amianto, utilizado na fabricação dos produtos que ele vendia. O pedido, negado pela Vara do Trabalho de São José do Rio Preto (SP), foi concedido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região e mantido pela 4ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O vendedor foi admitido pela Eternit em janeiro de 1978 e trabalhou para a empresa durante 25 anos. Aposentado, recontratado, por meio de empresa, e depois dispensado sem justa causa, ele propôs ação trabalhista pleiteando reconhecimento de vínculo durante todo o tempo trabalhado, verbas rescisórias, adicional de insalubridade e indenização por danos morais e materiais. De acordo com a inicial, o trabalhador adquiriu doença profissional pelo contato permanente com amianto. Ele ficou cerca de um ano internado em hospital, tendo que realizar cirurgia para retirar parte do pulmão, contaminado pelo agente nocivo.
  • 57. 57 5. Conclusão: O câncer é atualmente a segunda maior causa de mortes em todo o mundo e muitos têm relação com o trabalho. A exposição a produtos químicos e a falta de equipamentos de segurança adequados estão entre os causadores de tumores malignos. Muitos trabalhadores que têm contato direto com substâncias químicas têm maior chance a desenvolver cânceres do que o restante da população. Os trabalhadores devem conhecer os riscos e exigir equipamentos de proteção e medidas de controle. 6. Referências:  http://cloud.cnpgc.embrapa.br/wp- content/igu/fispq/laboratorios/FORMOL.pdf  http://www.suadieta.com.br/Materias/1777/estilo--beleza/escova- progressiva-o-perigo-do-formol  http://vivomaissaudavel.com.br/saude/mulher/risco-de-cancer-na- escova-progressiva-conheca-os-efeitos-do-formol/  http://cacheia.com/2014/07/existe-alguma-forma-segura-de-fazer- escovas-progressivas/  http://www.olhardireto.com.br/conceito/noticias/exibir.asp?noticia= Escova_progressiva_pode_causar_cancer_voce_sabia_Veja_aqui_outras_verd ades_e_mitos_dos_saloes_de_beleza&edt=10&id=2285  http://www.nufarm.com/assets/23392/1/GLIFOSATO480Agripec_F ISPQNufarm_rev6.pdf  http://www.dn.pt/ciencia/interior/oms-classifica-cinco-pesticidas- de-possivel-ou-provavelmente-cancerigenos-4466826.html  http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/pesticidas_sao_associados _ao_cancer_de_pele.html  http://www.abrea.com.br/02amianto.htm
  • 58. 58  http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/07/100721_amianto _qa_dg.shtml  http://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/os-perigos- do-amianto  http://www.laboral.pt/33/medidas-de-primeiros-socorros-amianto- sst-uniqueidmRRWSbk196Hx4QKVnqiU3uN8jPSIMEDJMf0HJpi2JuGpam XEpnQToFHZhZEt0oVt/?reltype=1&uri_view_type=11  http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/18018FE8/Banc_ Mundial_Amianto.pdf  http://www.oitbrasil.org.br/node/508  http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=15  http://www.viomundo.com.br/denuncias/morre-aldo-vicentin-mais- uma-vitima-do-amianto.html  http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/9941/saude-publica/oms- alerta-para-a-exposicao-ocupacional-de-125-milhoes-de-pessoas-ao-amianto  http://www.protecao.com.br/noticias/doencas_ocupacionais/trabal hador_adquiriu_cancer_pulmonar_por_aspirar_amianto/JajjAcjg/8688