3. • A história do povo hebreu
chegou até nós por meio de duas
fontes: a Bíblia e a Arqueologia.
• O povo hebreu, também
conhecido por judeu ou israelita, é
o povo da Antiguidade que possui
o maior e mais fiel número de
registros históricos, sendo a
Bíblia Sagrada sua fonte de
informação mais precisa e
auxiliadora no encontro de vários
achados arqueológicos.
Imagem: Underwood & Underwood / Creative Commons Attribution-
Share Alike 2.5 Generic license.
4. • As tribos dos hebreus chegaram à região da Palestina antes de 2000 a.C..
Essa região era habitada por vários povos, entre eles: os filisteus, os
moabitas, os edomitas, os cananeus, os arameus... Vale ressaltar que o
povo hebreu é de origem semita, ou seja, descendente de Sem, filho de
Noé.
• Eles foram o primeiro povo a afirmar a fé em um único Deus, a quem
chamavam Jeová. Eram, portanto, monoteístas. Deixaram seus registros na
Bíblia, livro este que é dividido em Antigo e Novo Testamento. Sua religião
é chamada de judaísmo e deu origem às duas maiores religiões que
existem atualmente: cristianismo e islamismo.
Imagem: Autor
desconhecido / Public
domain.
5. ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
A história política desse povo está dividida em três períodos:
• PATRIARCAS – nesse período, o povo era nômade e vagava pela região do
Oriente Médio, tendo como principais líderes Abraão, Moisés e Josué.
A preocupação de Abraão, quando chegou à Palestina, era uma nova cultura
religiosa - monoteísta, que tinha por objetivo a unidade dos hebreus.
Os hebreus acreditavam que Abraão
recebera de Jeová a promessa de uma
terra para o seu povo onde manasse
“leite e mel.”
Imagem: Julius Schnorr von Carolsfeld (1794–1872)
/ Public domain
6. • Durante muito tempo, os hebreus se dedicaram à agricultura
e ao pastoreio naquelas terras. Porém, um período de fome e
seca fez os hebreus emigrarem para o Egito, por volta de 1700
a.C.. Sob a liderança de Moisés, por volta de 1250 a.C.,
ocorreu o êxodo, isto é, a fuga do Egito e travessia do Mar
Vermelho.
Imagem: Illustrators of the 1897 Bible Pictures and What They
Teach Us by Charles Foster / Public domain.
7. • Depois da travessia do Mar Vermelho, os hebreus vagaram 40
anos pelo deserto, e, no monte Sinai, Moisés recebeu de Deus
a Tábua da Lei com os Dez Mandamentos que determinavam a
conduta e o procedimento de vida para os hebreus.
• Josué foi o sucessor de Moisés e com ele os hebreus chegaram
à Palestina, conquistando a cidade de Jericó. Depois de Josué,
não havia união entre as tribos. Seu governo patriarcal tendia a
segregar ao invés de agregar.
Imagem: Tamerlan /.Public domain. Imagem: Autor desconhecido /
Public domain
8. • JUÍZES – neste período da organização política hebraica, os
chefes militares das tribos tinham grandes responsabilidades,
pois eram indicados de forma temporária, frente a uma
dificuldade.
Os principais juízes foram: Gideão, Jefté, Sansão e Samuel.
Os juízes também tinham a obrigação de averiguar se as leis
estavam sendo cumpridas pelo povo hebreu.
Os juízes livravam o povo dos inimigos,
destruíam a idolatria e promoviam o
conhecimento de Deus.
Vale ressaltar que Samuel visava à
unidade política entre as doze tribos.
Imagem: Francesco
Hayez (1791–1882) / Public
domain.
9. • REIS – foi o último período da organização
militar. Devido aos filisteus, as tribos de Israel
acharam melhor instituir a Monarquia.
Os principais reis do povo hebreu foram:
• Saul,
• Davi e
• Salomão.
Manassés Aser
Naftali Zebulom
Issacar Gade
Efraim Dã
Benjamim Rúben
Simeão Judá
12 tribos de Israel
Imagem: Translated by Kordas
/ Creative Commons Attribution-
Share Alike 3.0 Unported license.
10. Como primeiro rei, Saul marcou divisões entre as tribos de Judá que ficavam
ao sul e a de Israel que ficava ao norte. Saul (1010 a 1006 a. C.) lutou contra os
filisteus. Vale ressaltar que Israel e Judá entraram em guerra, opondo os
partidários de Saul e as tribos de Judá sob liderança de Davi, que governou do
ano 1000 a 962 a.C.. Davi conseguiu unificar as tribos rivais, derrotou os
filisteus, venceu os cananeus e estabeleceu a capital do reino em Jerusalém.
Imagem: Regno di Davide / RobertoReggi
/. Creative Commons Attribution-Share
Alike 3.0 Unported license
Imagem: Orazio Gentileschi/ Public domain.
11. • Após a morte do rei Davi, seu filho Salomão assume o trono e governa com
esplendor. Durante o seu governo, suas atividades comerciais com os fenícios
foram ampliadas. Estes, por sua vez, viviam junto ao Mar Mediterrâneo.
Salomão construiu uma fundição de cobre, um porto e uma frota mercante;
investiu em obras públicas como o templo de Jerusalém, que foi dedicado a
Jeová para guardar as Tábuas da Lei . Segundo as Sagradas Escrituras ,
Salomão desposou 700 princesas e mais 300 concubinas.
Deve-se acrescentar que, durante o seu
governo, Israel conseguiu uma sólida
organização administrativa, porém
uma grave crise política assolou o
seu governo.
Imagem: Autor desconhecido / Public domain.
12. • As razões dessa crise estão
voltadas para três pontos
interessantes:
1. revolta das outras tribos diante
da hegemonia da tribo de Judá;
2. descontentamento dos cultos
estrangeiros que se chocavam
com a religião tradicional;
3. revolta contra os altos impostos
cobrados ao povo.
Imagem: Ash Crow, Original
fresco : Alphonse Le Henaff /
Creative Commons Attribution-
Share Alike 3.0 Unported, 2.5
Generic, 2.0 Generic and 1.0
Generic license.
13. • Com a morte do rei Salomão, os hebreus se separaram e o
reino foi dividido em Reino de Israel e Reino de Judá.
• O Reino de Israel, com toda a
instabilidade política e
religiosa, desapareceu rapidamente,
enquanto que o Reino de Judá conseguiu
sobreviver devido à política externa.
Imagem: Kingdoms of Israel and Judah map /
FinnWikiNo / Creative Commons Attribution-
Share Alike 3.0 Unported license.
14. • Fatos importantes que marcaram a divisão das
tribos:
1. profetas denunciavam o abandono ao
verdadeiro culto, além de publicar os castigos
dos céus;
2. destruição do templo de Jerusalém pelo rei
babilônico Nabucodonosor, 586 a.C..
15. 1º Invasão:
605 a.C.
II Rs 24,1,2; II Cr 36.5-7;
Jr 26
2º Invasão:
597 a.C.
II Rs 24, 8-16: II Cr 36,9,10;
Jr 22.24
3º Invasão:
586 a.C.
II Rs 25,1 – 12;
Jr 27; 28;
39.,1-14; 52,1-34
- Rei Eliaquim (Jeoaquim ou Jeoiaquim) é levado
para a Babilônia;
- Daniel e seus amigos são levados para o capital
do império ( Dn 1,1-7);
- Tesouros do templo são confiscados.
- Rei Joaquim (Jeconias – 1 Cr 3,16; Mt 1,12) é
levado para a Babilônia;
- A elite do reino de Judá é conduzido para a
Babilônia (II Rs. 24,14-16);
- O profeta Ezequiel é levado ao cativeiro
nesta ocasião (Ez, 1,1.2).
- Os filhos do rei Metanias (Zedequias)
são mortos diante dos seus olhos, seus
olhos são vazados e é levado para a
Babilônia acorrentados (v. II Rs 25.7):
- O templo é totalmente destruído.
- Cerca de 4.600 almas são levadas para a
Babilônia ( Jr 52.30).
As três invasões
Imagem: Own work / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported, 2.5 Generic, 2.0 Generic and 1.0 Generic license.
16. Templo de Jerusalém
antes e depois da sua destruição
Imagem: Elmendorf, Dwight Lathrop / Public domain. Imagem: Francesco Hayez (1791–1882) / Public domain.
17. • Principais elementos do templo de Jerusalém
e seus respectivos significados:
Imagem: Jean Fouquet (1420–1480) / Public domain.
18. • O altar de sacrifícios – localizado
no pátio externo do templo.
• Só podiam ser abatidos animais
em perfeitas condições,
geralmente os melhores entre os
melhores dos rebanhos.
• Queimados, produziam fumaça
que subia aos céus como “cheiro
suave” ao Senhor (Êxodo 29.25),
significando estar o fiel livre dos
pecados, o que agradava a Deus.
Imagem: gugganij / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0
Unported license.
19. • A mesa dos pães –
ficava à direita de quem entrava
no Lugar Santo.
• Com doze pães ázimos,
empilhados em duas colunas de
seis, a mesa da proposição
simbolizava o alimento que vem
de Deus, bem como o alimento
espiritual de sua palavra.
Imagem: illustrators of the 1890 Holman Bible /
Public domain.
20. O menorá – grande candelabro de
ouro com sete lâmpadas a óleo.
• No grande templo de Salomão,
havia dez, em duas colunas de cinco,
ladeando o Santo Lugar (I Reis 7.49).
• Além da evidente utilidade de
iluminar o ambiente, simbolizava a
presença de Deus no local. Suas
lâmpadas eram alimentadas com
óleo, simbolizando a unção de Deus
sobre nossas vidas.
• A luz simbolizava também a própria
Palavra, a verdadeira iluminação para
a vida, orientando o caminho para o
Senhor.
Imagem: David Shankbone / Creative Commons Attribution 3.0
Unported license.
21. Altar de incenso – no altar que
ficava no fim do Santo Lugar, o
Oráculo (I Reis 7.49), eram
colocados os incensos, cujos
aromas de especiarias e outros
perfumes dominavam o cômodo.
• Ali, os sacerdotes dirigiam suas
súplicas e a de seus fiéis, já que
eram como intermediários entre
o povo e Deus.
Imagem: illustrators of the 1890 Holman Bible / Public domain.
22. O Véu era uma grande cortina com dois
querubins bordados que era a única
barreira ao Santo Lugar.
• Somente o sumo-sacerdote entrava por
ele para conversar com Deus
diretamente.
• Os sacerdotes comuns, bem como o
povo, ali não entravam. Mas, por meio
da oração que o sumo-sacerdote
levava, todos tinham seu acesso
indireto ao Pai (Marcos 15.38).
Imagem: Alexandre-François Caminade / Le mariage de la
Vierge / 1824 / Public domain.
23. “Mar de Fundição” (I Reis 7.23-40) era um
grande reservatório de água que
ficava ao lado do altar de sacrifícios.
Em sua água, eram lavados os
pecados, com um forte significado de
purificação (na forma do sangue e
qualquer outro resíduo que ficasse
nas mãos e nos pés dos sacerdotes).
• O reservatório, redondo, ficava sobre
doze bois esculpidos em bronze que,
em grupos de três, tinham suas
cabeças voltadas para os quatro
pontos cardeais.
• No mar de bronze, eram abastecidas
dez pias móveis, sobre rodas, que
eram espalhadas pelo pátio externo,
cinco de cada lado do templo.
Imagem: Jewish Encyclopedia / Public domain.
24. A Arca da Aliança - objeto sagrado
somente tocado pelos sacerdotes e nunca
por uma pessoa comum do povo.
• Dentro da Arca estavam as tábuas dos Dez
Mandamentos que Moisés recebeu de
Deus (a Palavra), um bocado do maná que
foi dado como alimento ao povo no
deserto pela primeira vez (a provisão de
Deus) e a vara de Arão que significava o
reconhecimento de Deus a autoridade
conferida a alguém.
• Sobre a Arca estava o Propiciatório, a
tampa do grande baú, com duas imagens
de querubins voltadas uma para a outra
com as asas esticadas.
Entre os anjos dourados, o sumo-sacerdote
deveria focalizar a presença de Deus, que
falava a ele (Êxodo 25.10-22).
Imagem: Suseno / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0
Unported license.
25. ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA
1º momento - viviam do pastoreio e do cultivo de
cereais;
2º momento - os líderes de famílias maiores, com o
passar do tempo, foram se apoderando dos bens
que outrora pertenciam à comunidade;
3º momento - surgimento da propriedade privada e
os grandes proprietários passaram a vender seus
excedentes agropecuários para o mercado interno
e externo.
27. A cultura hebraica
• O legado cultural hebreu foi
importante para a formação
de vários traços da cultura
ocidental.
• A produção cultural
hebraica está ligada a sua
vida religiosa.
• Salomão escreveu mais de
3000 provérbios e
cânticos.
Imagem: Beny Shlevich (Volland) / Creative Commons Attribution-Share
Alike 2.0 Generic license.
28. • Sobre a produção literária do
povo hebreu, destacam-se os
melhores textos da literatura
no Antigo Testamento – nos
seguintes livros:
• Salmos;
• Provérbios;
• Cânticos dos Cânticos;
• Jó.
• No livro de Salmos,
encontramos os mais belos
poemas que transmitem
ensinamentos religiosos.
Ex.: “Aquele que habita no
esconderijo do Altíssimo à
sombra do Todo-Poderoso
descansará. Direi do
Senhor: Ele é o meu refúgio
e a minha fortaleza, o meu
Deus em quem confio.”
(Sl 91: 1,2)
29. • O Livro de Provérbios, escrito por Salomão, filho do rei Davi,
ensina a sabedoria e a questão da disciplina.
• “ Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e guardares no
coração os meus mandamentos; se deres ouvidos à sabedoria
e inclinares o coração para o discernimento; se clamares por
entendimento e por discernimento gritares bem alto, se
procurares a sabedoria como se procura prata e buscá-la
como quem busca um tesouro escondido, então, entenderás
o que é temer o Senhor e acharás o conhecimento de Deus.”
• Provérbios 2: 1 a 4
30. • O Cânticos dos Cânticos, escrito por Salomão, são poemas de
amor com muitas imagens carregadas de sensualidade.
• “ A Amada
Ah, se ele me beijasse, se a sua boca me cobrisse de beijos...
Sim, as suas carícias são mais agradáveis que o vinho.
A fragrância dos seus perfumes é suave; o seu nome é como
perfume derramado.
Não é à toa que as jovens o amam!”
Ct 1: 1 a 3
31. • O Livro de Jó mostra a questão da reflexão filosófica, em
que Jó é o personagem principal da obra, de uma conduta
invejável que procura resposta para o seu sofrimento.
“Então Jó respondeu: “Bem sei que isso é verdade. Mas como
pode o mortal ser justo diante de Deus? Ainda que quisesse
discutir com ele, não conseguiria argumentar nem uma vez
em mil. Sua sabedoria é profunda, seu poder é imenso.
Quem tentou resisti-lo saiu ileso?”
Jó 9: 1 - 4
Imagem: William Blake (1757–1827) /
Public domain.
32. • O monoteísmo ético só se
consolidou com as mais
belas pregações dos
profetas Isaías, Oséias e
Amós.
• Além do clamor por justiça
ao órfão, defendiam as
viúvas, além de reafirmar a
crença na vinda de um
salvador para libertar os
hebreus para a vida eterna. Imagem: anonimus / Public domain.
33. • A essência do judaísmo
encontra-se na Torá, livro
sagrado dos judeus. São
os cincos primeiros livros
do Antigo Testamento.
• O judaísmo influenciou
muito o Cristianismo no
que se refere à
preocupação de uma
sociedade mais justa.
Imagem: Ferbr1 / Creative Commons Attribution-Share Alike
3.0 Unported license
34. Consequências da diáspora
A diáspora judaica é prevista na Bíblia e define a busca do povo pela terra
prometida. O Egito e a Babilônia foram os destinos dos judeus nos dois
principais movimentos de diáspora a partir do século 6 a.C.. Embora tenham
sido escravizados, o movimento permitiu a troca de informações culturais,
linguísticas e religiosas, reforçando a identidade dos povos.
A dispersão do povo judeu decorre de confrontos com outros povos e disputas
por territórios. A primeira dessas migrações é registrada no ano 586 a.C.,
quando o imperador da Babilônia Nabucodonosor II destrói o templo de
Jerusalém e deporta os judeus para a Mesopotâmia.
Os judeus estavam na região desde 722 a.C. Após a destruição do reino de
Israel pelos Assírios, que escravizaram as dez tribos de Israel, pelo menos 40
mil pessoas foram deportadas para a Babilônia. A comunidade permaneceu
na região até o início do século XX, quando os judeus emigraram do Iraque.
A segunda diáspora é registrada 70 a.C., quando os romanos destruíram
Jerusalém e os judeus partiram para a Ásia, África e Europa. Os judeus
estabelecidos no Leste Europeu são chamados de Ashkenazi e os da
Península Ibérica de Sefarditas.
35. Referências Bibliográficas
BÍBLIA SAGRADA
CARDOSO, Ciro Flamarion. Antiguidade oriental: política e religião. São Paulo: Contexto, 1990.
CHOURAQUI, André. Os homens da Bíblia. 1ª ed. São Paulo: Cia das Letras, 1990.
CHOURAQUI, André. Vida Quotidiana dos Hebreus no Tempo da Bíblia. Lisboa: Livros do Brasil.
JOSEFO, Flavio. História dos Hebreus: de Abraão à queda de Jerusalém, obra completa. São Paulo:
CPAD.
KONINGS, Johan. Hebreus: a Bíblia passo a passo. São Paulo: Loyola, 1995.LEE, Witness. Estudo-
Vida de Hebreus: Volume I. São Paulo: Árvore da Vida, 1999.
REAPSOME, James. Hebreus: corrida rumo à glória. São Paulo: Shedd, 2009.
PRINZ, Joachim. Heróis e Príncipes Hebreus. São Paulo: S. Sigal, 1954.
SZKLAROWSKY, Leon. Hebreus: história de um povo. São Paulo: Elevação.