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Peryn Crussyn - Paranoia
“Dedicamos esta obra a todos os integrantes do grupo de amigos que realmente
foram a razão para que este trabalho pudesse ser projetado e produzido”.
Anilo Matheus Anunciato Oliveira
Diego da Silva Mello
João Vitor Goes
I
O começo
HospitalBom samaritano, Los Angeles,anode 1450.
Meu nome é John Pierre Junior, nasci em Londres no ano de 1364, morei com
meus pais até meus 26 anos de idade, ano em que um acontecimento mudou
totalmente minha vida. Agora aos 96 anos de idade vejo que minha vida não foi
o que se pode dizer “um mar de rosas”. Você deve estar se perguntando o que
há de interessante na história de um homem velho e sem forças nem mesmo
para lembrar de seu passado.
Mas irei lhes contar o porquê minha vida foi tão sofrida, cheia de perdas e de
medo.
1380/10 Los Angeles
Eu estava no último ano da faculdade, e as expectativas do que fazer depois
da formatura cresciam exuberantemente. E um de meus melhores amigos,
Matheus, havia guardado uma grande surpresa. Matheus não costumava ser
muito emotivo, era em geral um rapaz de boa índole, mas que não costumava
se expressar com as palavras.
HotelHOUSEWINS, 6 horas da manhã:
O relógio acabou de despertar, e eu rapidamente me levantei, afinal era o
grande dia, minha formatura. Mesmo assim não fugi de minha rotina, que não
era muito diferente da dos outros jovens, a única diferença, é que eu já tinha
histórico profissional, mesmo antes de sair da faculdade. Fui logo vestindo a
camisa, que estava em cima da cabeceira da cama camisa e o terno que
ganhei de meu pai, quando fomos ao casamento de minha irmã, a Mellyssa.
Meu pai John Pierre, morreu no ano seguinte, foi mesmo uma grande perca,
ele era o tipo de pai que apoiava o filho mesmo que estivesse fazendo a maior
burrada de sua vida. Agora eu estava morando em um apartamento no andar
de cima da casa de minha mãe. Depois de me vestir, desci as longas escadas
do hotel HOUSE WINS. Era um caminho longo e o meu tempo era curto, então
decidi correr.
Minha família em geral não era muito grande, da parte do meu pai eram o tio
Jhony, Joe, Júlio, Jeferson e o Tio Ted. Da parte da minha mãe, eram a tia
Megan, Morgan, Marge e a tia Betânia, que eu chamava de tia Bet. Eram todos
sem dúvida, bem humorados, viviam discutindo, mas sempre reconciliando.
Cheguei a universidade, e entrei pelas portas com expressão cansada e rosto
pálido. Era esperado que eu estivesse mais empolgado para a minha
formatura, mas não foi assim, a verdade é que a todo instante, o que estava
em minha mente era que não veria alguns amigos por meses e outros por
anos, isso se nunca mais.
O sinal bateu, e voltei minha atenção para os acontecimentos atuais. Matheus
entrava pelas portas da faculdade correndo, algo que não era comum. Matheus
era de origem humilde, mas sem dúvidas uma mente brilhante, poderia ser um
novo Einstein, mais encontrou na Psicologia a sua motivação.
Ele sabia que eu o esperava, e já fazia algum tempo, já me conhecia tempo o
bastante para perceber minha inquietação.
- Onde você estava? Perguntei direcionando-o a uma escadaria longa e lotada.
- O ônibus atrasou e.... O interrompi, pois estava ansioso e eufórico. - Você tem
ideia do que está acontecendo? Hoje é o grande dia! Adivinha quem está aqui?
Perguntei. Matheus olhou em frente, era Mayra, era sem dúvidas uma bela
jovem, pela qual Matheus havia se apaixonado no primeiro ano da faculdade,
quando Mayra ingressou com uma bolça de estudos para Educação Física. E
isso não é tudo, eles até haviam se relacionado no segundo ano, mas até o
presente momento, não se sabia o real motivo de romper a relação.
-Olha, não tem mais nada entre agente John, ela nem deve e lembrar de mim?
Disse Matheus olhando para o lado percebi que estiva chateado com alguma
coisa. Era difícil ver Matheus demonstrar algum sentimento, mas neste
momento vi claramente que algo havia acontecido. Desejei ajuda-lo
perguntando sobre o assunto, mas não demorou muito para que ouvisse a voz
de Mayra com uma alegria visivelmente maior do que a de Matheus:
- Matheus? E você mesmo? Disse ela como se não soubesse a resposta.
Me retirei, pois me sentia um intruso na conversa dos dois que a tanto tempo
não se viam.
- Olá, Mayra, como vai você? Perguntou Matheus, que por alguma razão, não
parecia preocupado com uma resposta.
- Bem e você? Disse Mayra, mexendo em seus cabelos negros e brilhosos,
buscando prolongar a conversa.
- Bem... Salvo pelo professor de álgebra, que estava ofegante com a
organização, e os últimos ajustes para a formatura. Matheus foi logo se
despedindo enquanto seguia em passos rápidos.
- Tenho que ir! Tchau.
Observei ao entrar no salão de festas da Faculdade, que haviam não só alunos
e professores, mas também, empresas com seus grandes slides de
propaganda, algo que alguns respeitosamente se dirigiam como revolucionário.
- Isto é uma pegadinha? Perguntou Matheus enquanto andava pelo corredor de
formandos, com os olhos saltados para fora da fossa ocular.
- Sorria Matheus, eles são patrocinadores, e esta pode ser uma grande
oportunidade para todos nós. Aconselhei-o colocando minhas mãos em seus
ombros e sorrindo com um esforço cansativo para as câmeras e fleches.
Quando olhei para o palco, onde iriamos ficar, notei a presença de João, que
normalmente se atrasava em seus compromissos, mas seu novo
relacionamento estava mudando este tão inesperado acontecimento. Ele
acenou para que nos aproximássemos dele, ele havia guardado nossos
lugares.
- Vocês demoraram, achei que haviam se esquecido que dia é hoje. Disse João
se sentando e nos indicando nossos lugares.
-Não tinha como nos esquecer Joao, foi muito tempo, e muito esforço para
chegar aqui. Disse a ele sorrindo e olhando para Matheus que acenava com a
cabeça para cima e para baixo, em sinal de concordância.
Não demorou muito e o diretor começou a se pronunciar, e realizar o protocolo
padrão.
- Este é um Grande dia. O dia em que vocês se tornam profissionais
respeitáveis e que no futuro possivelmente estarão no governo de nosso pais.
Disse o Diretor, que não parecia muito feliz ao realizar mais uma vez o
protocolo.
A noite prosseguiu totalmente comum, a não ser pelo fato de que Matheus nos
chamou para um rodizio de pizza na New York Pizza. Eram cerca de 11:35
horas quando nós saímos da pizzaria, e todos nos ajuntamos para a última foto
da turma.
Estávamos todos reunidos. Rodrigo, Douglas, Matheus, João, Mayra, Vitor,
Katherine, Ana Julia, Jessica e eu.
- Vai galera! Todo mundo pronto? Última foto juntos. Disse Matheus tendo
várias crises de risos, e prosseguiu:
- Xis... Gritou eufórico e evidentemente escondendo algo. E continuou:
-Olha galera, sinto muito mais esta não será nossa última foto juntos - Todos
olhavam entusiasmados, esperando uma grande surpresa - Vamos pra uma
casa na colina de PERYN CRUSSYN, meus pais conseguiram esta casa para
passarmos uma semana, todo mundo de acordo? Perguntou Matheus ansioso
por um sim do grupo.
Era estranho, mas ao ouvir Matheus dizer que esta seria nossa última foto
juntos, algo em mim causou uma sensação ruim, mas não acredito em
premonições. Fomos todos para nossas casas nesta noite, afinal, no dia
seguinte estaríamos em uma grande festa.
II
A casa dos Crussyn
Eram 2 horas da madrugada e eu ainda não havia dormido, nem se quer
fechado os olhos. Estava arrumando minhas coisas, e enquanto isso, comia
alguns biscoitos de chocolate, mas as 3 horas não aguentei, senti minhas
pernas tremulas, e acabei por cair sobre meus joelhos, e dormir ali mesmo.
10 horas da manhã:
O Celular não parava de tocar, e já estava cheia minha caixa de mensagens
com várias ligações perdidas:
- Alo? Disse com muito sono, enquanto coçava os olhos procurando enxergar
algo.
- Cadê você cara? Gritou Douglas com um tom que agrediu meus tímpanos.
Enquanto eu procurava o despertador, Douglas continuava:
- Estamos te esperando fazem duas horas, onde você esta? Por que está
demorando tanto? Resolveu ficar mais enrolado que mulher? Gritava Douglas
que aparentava ser o autor das ligações registradas. Tentei acalma-lo:
- Calma cara, acabei de acordar... fui interrompido por Matheus que tomava o
celular de Douglas para fazer sua parte de RESPONSAVEL:
- Eu acordei 5 Horas da manhã, abasteci a VAN, me arrumei, arrumei minhas
coisas, liguei pra galera, e deixei você por último, porque pensei que era o mais
responsável. Descarregou Matheus, suas opiniões e regras, expondo suas
diferenças comparado a mim.
-Olha eu vou desligar e já chego ai beleza? Nem mesmo esperei que me
respondesse e desliguei o celular, estava com enxaqueca e não era causada
por ninguém mais, ninguém menos que Matheus.
Corri com meus afazeres, e me dirigi finalmente ao local cominado. Ao chegar
ao local, observei de longe que estavam todos realmente prontos, então me
desculpei, afinal, não sabia que era tão importante para eles a festa:
- Me desculpem gente, não foi minha intenção fazê-los passar por esta
situação. Disse com a cabeça baixa e ofegante pelo trajeto percorrido.
- Entra logo, e vamos lá! Todos gritaram, ansiosos pela tal casa.
Percorremos o caminho com calma, e sem muitos imprevistos, a não ser Vitor,
que em meio quilometro teve náusea, e colocou todo o café da manhã para
nossa vista. A Sorte, é que as garotas estavam lá atrás, e não foram atingidas
pelo jato liberado por Vitor com muita pressão. Dó mesmo senti de Douglas
que acabou atingido pelo jato, e teve de aguentar o mal cheiro a viajem toda.
Chegamos a colina as 14:45 horas, um tanto fora do previsto. Perdidos,
paramos para pedir informação a um senhor estranho, ele era velho, e tinha
uma cicatriz intrigante, parecia ter sido causada por uma faca, que fora
passada com ideia de tortura, mas não era só isso, tinha uma tatuagem
apagada, parecia muito antiga, empunhava em mãos uma escopeta, mesmo
assim Matheus desceu da VAN, e se aproximou do velho homem, que o
encarou levantando-se, parecia manco e sua voz era um tanto roca.
- O que as crianças fazem por aqui? Não sabem que lugar é este? Perguntou o
velho ranzinza.
- Não queremos incomodar senhor, apenas queremos informações. O senhor
sabe onde fica a colina PERYN CRUSSYN? Me disseram que é por aqui. Disse
Matheus tentando ser o mais breve possível, era desagradável estar perto de
um desconhecido, que empunhava uma escopeta.
O Velho deixou escapar um sorriso de canto e perguntou ironicamente:
-Vocês tem certeza que é pra este inferno que vocês desejam ir? Perguntou o
homem cuspindo no chão.
- Senhor, por favor, nós só queremos a informação. Disse Matheus tentando
não se irritar com o velho Senhor.
Foi quando João abriu o vidro da VAN:
- Vamos velhote, diga-nos logo se este é o caminho!! Disse João
agressivamente que já estava irritado com a situação.
O Velho cuspiu novamente no chão:
- 32 quilômetros, é só seguir reto. Disse o velho, e sussurrou:
- E o diabo que os carregue.
Seguimos tensos a partir daquele momento, não é um bom início para uma
festa, encontrar com um homem armado.
Finalmente chegamos a colina PERYN CRUSSYN, era um local notável, e bem
na entrada havia uma placa, que dizia:
“Bem Vindo a residência dos Crussyn”, algo que nos deu um alivio apesar de
ser apenas uma placa.
De longe observamos a casa, era grande, tinha piscina, e uma coisa era certa,
seria uma festa inesquecível.
Era de tarde e todos estavam exaustos com a viajem, mas isso não foi motivo
para se abalarem:
- Enfim chegamos galera, e esta casa... hum, melhor do que esperava. Disse
eu enquanto olhava para todos os lados, observando cada centímetro da casa.
Todos estavam surpresos com a casa, era sem dúvidas uma bela casa, parecia
ter sido construída no fim do século 15, e por ingleses de muito bom gosto, a
casa era toda moldurada a gesso, e as paredes de madeira antigas, deram um
aspecto de classe insubstituíveis.
- Essa casa é incrível, tem piscina, churrasqueira, hidromassagem...
interrompido por Matheus, Rodrigo começou a subir a escada instigante.
- E ainda tem uma Cachoeira, segundo o dono da casa. Se gabou Matheus ao
ver a expressão de surpresa.
Katherine, Ana Julia, Mayra e Jessica, estavam lá em cima, foram logo vestir
seus biquínis, afinal o sol era de 35°C, e o dia estava lindo, a piscina dava de
frente para o sol e o rio, uma paisagem sem dúvida, magnifica.
- João... vem aqui! Disse Vitor como se tivesse encontrado algo fora do
comum.
Joao correu para a sala de jogos, onde Vitor estava esperando.
- O que é? Disse João com tom de indiferença.
- Olha isso cara! É o S-U-P-E-R M-A-R-I-O do Nintendo. Esse é o momento
mais incrível da minha vida miserável e fútil. Disse Vitor, enquanto isso, João
olhava para ele, se perguntando do por que dar ouvidos a Vitor? Afinal, era o
Vitor...
As meninas se trocavam, e eu estava no quarto ao lado, podia ouvir claramente
as risadas e comentários uma das outras, era algo que eu não acostumava
ouvir, mas ri desta situação.
Então ouvi o barulho de seus passos no corredor, eu estava vestindo o calçam
neste momento, e Juliana me chamou por de traz da porta:
- John, nós estamos indo para a piscina, você vem? Perguntou Katherine que
esperou minha resposta em silencio.
- Está bem, já desço, encontro vocês na piscina. Respondi sem muitas
delongas.
Terminei de me trocar e quando olhei para o relógio empoeirado no quarto,
eram 16:13 horas.
Senti algo estranho ao descer as escadas, parecia um calafrio, um sentimento
de desespero tomou meu interior, eu procurava uma razão para aquilo, mas
procurei esquecer, era uma festa, e eu queria muito me divertir.
A porta da cozinha dava para a piscina, e enquanto caminhava, mais uma vez,
mas agora era diferente, foi mais forte do que a primeira vez. Minhas pernas
estremeceram, e tenho certeza de que ouvi uma voz sussurrando. Era a voz de
uma mulher, mas não consegui entender o que dizia.
Me segurei na mesa de madeira, estava zonzo, e sem saber o que estava
acontecendo, ignorei a sensação sobrenatural.
Comecei a imaginar se o que estava acontecendo era fruto de minha
imaginação, algo que me fugiu a atenção quando ouvi a voz de Ana Julia.
- Você está bem? Perguntou Ana Julia que havia percebido minha expressão.
- Estou... respondi querendo tranquiliza-la, mas a verdade é que tentava me
acalmar.
- Então vamos lá! Disse ela empolgada.
- Lá aonde? Disse eu sem ter a mínima noção do que estava se passando.
Lembro me que perdi a sensibilidade das pernas e tudo começou a girar e
escurecer. O mais próximo de real que ouvi foi a voz de Ana Julia que
procurava me reanimar.
III
Um pesadelo real
Acordei no quarto, Katherine estava à beira da cama, ela lia seu livro, “o morro
dos ventos uivantes”. Sempre admirei Katherine por sua paixão por livros, mas
nunca tive a chance de dizer:
- É um bom livro. Disse eu com uma voz roca e enrolada.
- O que? A sim, é mesmo. O que está sentindo? Algum incomodo, dor? Disse
Katherine, que com seu jeito meigo e sincero só realizava sua profissão sem
nem mesmo perceber.
Olhei para ela com a visão ainda turva, mas jamais conseguiria confundir
aqueles lindos olhos castanhos, que brilhavam enquanto me olhavam.
- Na medida do possível, sim! Disse eu enquanto passava a mão em minha
nuca.
- Ana Julia! Gritou Katherine, que parecia preocupada, mas eu não entendia a
razão. Tentei me levantar, mas frustrado, não movi nem sequer meu dedinho
do pé.
- não grita não... sussurrei com grande dor em na parte superior do cérebro.
Ela me olhou com olhar desesperado. Então senti algo escorrendo nos olhos, é
como se eu estivesse chorando, esfreguei meu olhos procurando entender o
que estava acontecendo, mas em segundos minha visão se avermelhou, e tudo
começou a escurecer, gritei por ajuda, eu gritava:
- Katherine, o que está acontecendo? Me ajude! Eu gritava, enquanto se
tornava mais difícil enxergar através da vermelhidão.
Acabou, agora eu só ouvia Katherine, ela estava ao meu lado, chamava por
Ana Julia, tive certeza de que ouvi passos rápidos nas escadas, pude ouvir
cada um dos que estavam na casa perguntando o que estava acontecendo.
Alguns diziam:
- Meu Deus, o que houve?
E outros:
- Que coisa horrível, o que aconteceu?
A última coisa que me lembro de ouvir, foi Ana Julia, que agora segurava meu
pulso, e dizia com toda clareza do mundo:
- Está tudo bem, apenas peguem algumas toalhas, algodoes, agua e álcool!
Vai ficar tudo bem John, se acalme, e me... Eu apaguei depois disso, era como
se tudo o que havia no mundo tivesse se calado.
Então, no meio da densa escuridão, eu vi uma porta, era cinza, bem clara, e
pelo que calculei, estava a 3 metros dela. Olhava para traz, e só via trevas,
olhava para o lado, e só via trevas. Decidi que o mais sensato era seguir por
aquela porta estranha e cinzenta.
Entrei de vagar, queria saber o que acontecia. Pude ouvir o som do meu
coração a bater, e num piscar de olhos, olhei para traz e a porta não estava
mais lá.
Comecei a imaginar o “por que desta sala?” “Espere”, pensei. Algo estranho
estava acontecendo, a sala é a mesma da casa dos CRUSSYN.
Comecei a ficar ofegante, e senti minhas mãos esfriarem, elas suavam frio,
algo que pra mim, não era normal. Sou formado em Educação física e
Bioquímica, fiz grandes pesquisas, e tive participação laboratorial em
pesquisas cientificas da faculdade, mas nunca apresentei nenhum tipo de
sensação como essa.
Olhei em redor, e quando me cansei de olhar, perambulei pela casa. Passei
pelo quarto, sala de jogos, cozinha e um quarto que não havia percebido na
casa, estava no lugar da geladeira. Foi quando ouvi um choro, era de uma
mulher, ela estava de bruços, com o rosto sobre os braços, tentei chamá-la,
mas ela parecia não me ouvir.
- Ei, está tudo bem? Por que está chorando? Perguntei procurando acalmá-la e
obter respostas. Mas ela continuou a chorar, e enquanto a observava ouvi um
barulho, parecia a de uma porta sendo derrubada, eu olhei em direção da
porta, assustado me levantei e olhei para o homem que portava em suas mãos
um machado, estava coberto de sangue, me coloquei a frente da mulher. Por
alguma razão, eu sabia que ele estava atrás dela, então eu gritei:
- Saia daqui seu monstro maldito, você não fara mal a moça! Gritei com todas
as minhas forças.
Ele atravessou por mim, me senti inútil, senti como se não tivesse razão para
viver, e minha única reação, foi me virar, e observar enquanto ele a atacava
com o machado, golpeando-a várias vezes. Ela gritava, e mesmo depois de
golpeada 6 vezes, ainda gritava. Mas o pior, o que me frustrava mais, é que ela
me olhava, e parecia que agora podia me ver. Estava acabado, o homem se
virava agora para mim, eu não suportava mais aquela sensação, me ajoelhei
perante ele, que olhava para o chão, e ria. Implorei pela morte, então ele puxou
fundo o ar, levantou o machado, por um momento pensei que me tiraria a vida,
mas ele se ajoelhou. Agora o homem sorridente, aquele monstro, que ria
incessantemente, chorava. Ele soluçava, parecia que estava sendo destruído
por dentro, ele se virou, e se deitou ao lado da mulher. Eu observei-o por um
bom tempo, ele parecia esperar por algo ou alguém.
Alguns minutos de silencio, e então ouvi:
- Olha o que você fez, é sua culpa, você causou isso, você matou-a. Era a
mesma voz que ouvi na cozinha, a mesma que sussurrou, a que me causou
espanto. Era um homem, não consegui observar seu rosto, mas algo me
chamou a atenção, havia uma criança no quarto, ela estava debaixo da cama,
e mesmo com aquela cena horrível, ela sussurrou para mim:
- Vá embora. Agora eu era levado por um fluxo temporal, e todas as luzes
haviam se apagado. No meio do escuridão, meu único desejo é que não
estivesse sozinho, o que parecia uma certeza para mim.
Em algum momento, me vi correndo por um longo corredor. “Afinal, eu havia
morrido?” Pensei enquanto continuava meu caminho. Me lembro de sentir-me
sufocado, e como o despertar da morte, me levantei de minha cama, e em
desespero clamei em alta voz:
-Socorro!
Iv
De volta para o terror
“Milagre?” Não sei, sabia apenas que agora podia ver. Katherine estava aos
pés da cama, e Matheus na cama ao lado. Ele acordou com meu grito e
assustado exclamou:
- Que diabos está acontecendo aqui? Se levantou de súbito, ofegante e
desesperado.
- Me desculpe. Disse eu que me segurava para não dar gargalhadas, e acabar
acordando Katherine.
Me levantei devagar, coloquei Katherine sobre a cama, que de tão exausta
nem percebeu o que fiz. Matheus e eu, descemos as escadas e nos
direcionamos a cozinha, eu estava absurdamente esfomeado. Então o
indaguei:
- A quanto tempo estou enfermo naquela cama? Disse enquanto enxia minha
boca com bolachas e leite.
Matheus me olhou com olhar estranho, parecia não entender a pergunta.
- Como assim? Chegamos hoje! Disse ele com tom de estranhamento. E eu
que acabara de acordar de um pesadelo, engoli tudo em minha boca, a seco.
- Mas... disse eu, porem me calei, e disse:
- Já é tarde, vou me deitar. Sussurrei.
Porém, por alguma razão me lembrei do quarto em meu sonho, o qual se
localizava por e traz da geladeira. Decidi dar uma olhada. Andei lentamente
pela cozinha, que agora parecia uma grande sala, com grandes obstáculos,
senti minhas mãos transpirarem, minha respiração ficou ofegante, parecia que
eu encontraria um grande monstro. E quando puxei a geladeira, um vento frio e
aterrorizante me fez arrepiar desde meus pés, até meu último fio de cabelo.
Tenho praticamente certeza de ouvi alguém chamar eu nome. Continuei a
puxar a geladeira, e me decepcionei ao ver que lá havia apenas uma parede.
Sei que se houvesse um quarto ali, poderia ser confirmado que meu sonho,
não se tratara de um sonho, mas de uma visão, e confesso que esperava que
isso acontecesse.
Matheus estava me observando enquanto empurrava a geladeira no lugar,
então perguntou:
- O que foi John? Perguntou.
Olhei para ele, e dando um suspiro.
- Não é nada. Só estou muito cansado. Disse eu enquanto ia para as escadas.
Me deitei ao lado de Katherine, ela acordou, abriu os olhos e perguntou:
- Está tudo bem? Eu apenas a olhei, e em um suspiro a respondi.
- Esta sim. Volte a dormir, amanhã será um dia e tanto.
Ela acenou com a cabeça, e sorriu. Então fechei seus olhos com minha mão, e
ela adormeceu.
Alguns minutos depois e Luzes como as de holofotes pareciam clarear minha
cabeça como se eu estivesse em uma cena de crime, senti que lutava para
acordar, e então eu ouvi:
- Foi sua culpa!!! Uma voz gritou.
Acordei desesperado, a procura de alguém que poderia ter feito a brincadeira.
Mas minha busca foi em vão, não havia ninguém no quarto além de mim, e me
senti aliviado por isso. Decidi ir a procura dos outros pela casa, tudo estava
muito silencioso. O que é impossível se Douglas e Vitor estavam na mesma
casa.
Depois de abrir a porta, a única coisa que fiz, foi me abaixar, foi o que deu
tempo de fazer. Douglas e Vitor me esperava do lado de fora com baldes de
água gelada.
Os dois atingiram um ao outro, estavam ensopados e minha única reação foi rir
daquela situação constrangedora, para eles neste caso. Desci as escadas com
cuidado, pois agora estavam inundadas com a brincadeira.
- Puxem essa agua daqui engraçadinhos. Disse eu zombando deles. Encontrei
Katherine na sala, ela estava conversando com Jessica.
- Você acha melhor agente comprar mais de 20 quilos, ou só 10 quilos é o
suficiente? Disse Jessica que estava de costas para mim, e planejando
compras para a festa.
- Acho que... Katherine olhou de maneira estranha para mim, e de repente se
levantou
- Depois a gente conversa. Disse Katherine enquanto saia da sala sem
explicação óbvia.
Ela parecia chateada com alguma coisa, e aparentemente, era comigo. Então a
segui, e disso ela sabia, pois se virou rapidamente e se expressou:
- Qual é o seu problema? Você acha engraçado brincar desta forma com as
pessoas?
- Não sei do que você está falando, na verdade, não sei de nada do que você
fala, você não fala comigo!
Katherine estava realmente revoltada com alguma coisa, parecia ser
evidentemente, que eu o havia feito
- Você não é o mesmo! Quer saber, acho que nem te conhecia. Gritou como se
eu necessitasse despertar de um grande pesadelo.
Na realidade, depois dos sonhos que tive, nem tenho noção do que é um
pesadelo. Me virei de costas, coçando os olhos e a cabeça com muita força,
não conseguia entender o que estava acontecendo.
- Olha, acho que você deveria pensar melhor no que está falando, porque eu
não faço a mínima ideia. Frisei, enquanto ia para a piscina. Ela tentou dizer
algo, mas quando começou a falar, já estava longe o bastante para não a ouvir.
Não gosto de pensar que Katherine está chateada comigo, mas não fazia a
mínima ideia do que ela estava falando, e eu não seria culpado por algo que
não fiz.
v
Uma grande ideia
O dia continuou extremamente tenso, mas isso não foi razão para que não nos
divertíssemos, Douglas e João conversavam no sofá da sala neste momento.
- Eu estava pensando em fazer uma surpresa para a galera, o que você acha?
Disse Douglas olhando fixamente para João. Interrompi a conversa com minha
opinião.
- É uma ótima ideia Douglas! Esta casa está precisando de um animo. Disse
olhando para Katherine que agora estava encostada na mesa conversando
com Jessica. Percebi que ela ouvia nossa conversa, pois olhou para mim de
imediato. Podia ver em seus olhos um grande desprezo.
Desde de aquela nossa discussão, Katherine relutava não falar comigo, mas eu
não entendia o porquê. A única coisa que eu queria neste momento, era
entender o que estava acontecendo.
Rodrigo estava na piscina, e entrando pela cozinha chamou Matheus e as
meninas.
- Olha galera, não sei o que vocês estão planejando, mas devemos ter um dia
de diversão completa! Disse animando a todos da casa.
Matheus se manifestou de imediato:
- Eu topo!! Disse sorrindo e causando entusiasmo nos demais.
Mayra se aproximou por de traz dele e o abraçou dizendo:
- Se você está dentro, eu também estou nessa! Sorriu Mayra olhando para nós
e em seguida para Matheus, que agora a olhava não mais de maneira
apreensiva, mas afetiva.
- Tudo bem galera, todos estamos aqui fazendo planos, mas aonde está o
Vitor? Comentei enquanto todos olhavam fixamente para o aparentemente
novo casal da casa.
- É mesmo, onde está o Vitor? Disse Ana Julia, olhando em todas as direções
procurando por ele.
- Ele me disse que iria ao mercado, iria comprar uma surpresa para todos.
Justificou João.
Todos ficarão impressionados, pois em momento algum haviam percebido seu
desaparecimento.
Me levantei para buscar uma bebida, e mais uma vez senti aquela sensação.
Era o maldito sentimento de medo, misturado com angustia e cede de
vingança. Cambaleei e me segurei no sofá, fiquei ali por algum tempo e por fim
segui para a cozinha.
Apesar do dia tenso, aquele sentimento me angustiava muito, mas não quis me
manifestar sobre a sensação, afinal ninguém havia sentido nada.
Parecia que tudo estava normal, mas quando olhei para a geladeira, lá estava
a cozinha de meu sonho, tenho certeza de que a vi.
A criança ainda estava debaixo da cama, naquele momento parecia tudo bem,
ela estava segura, porem, por um instante a criança apontou algo atrás de
mim.
Era o homem estranho que eu havia visto na noite anterior, mas agora pude
ver seu sorriso aterrorizador. Ele tinha dentes afiados como os de um lobo,
mas suas gengivas não eram comuns, elas eram vermelhas como sangue,
pude ver também suas roupas. Eram roupas antigas, como as de uma guerra,
estavam imundas e rasgada, haviam marcas de tiro e facadas. Desta vez ele
se aproximou de mim, e me olhou nos olhos, eu olhei para trás, a criança
estava com os olhos cheios de lagrimas, e portava uma faca em suas mãos.
Olhei para o estranho, e ele continuava a me encarar. Ele sorriu e disse
sussurrando, com sua voz roca, uma voz que por algum motivo eu reconheci.
- O que você vai fazer? Eles estão mortos, e é tudo culpa sua... Ele sorriu
novamente, e desta vez foi tão real, que pude sentir sua respiração.
Ele deu um passo ao lado e foi em direção a criança, não queria ver o que iria
acontecer, eu estava com medo.
Até que por um instante ouvi a voz de Katherine que agora colocava suas
mãos sobre meus ombros, e dizia:
- Está tudo bem? Perguntou preocupada em observar a maneira estranha
como olhava para a geladeira, ela percebeu em minha respiração pausada que
algo estava acontecendo.
- Esta... está tudo bem sim. Disse pausada mente, enquanto a imagem do
homem se desfazia como cinzas ao vento.
Era muito fácil perceber quando eu não estava bem, pois minha reação era
partir a um período de reflexão e solidão.
- Tem certeza? Você quer conversar? Perguntou outra vez Katherine que me
seguia com os olhos enquanto eu ia a geladeira procurar uma bebida.
- Sim. Vai ficar tudo bem, assim que eu beber. Respondi pausadamente.
Olhando para a geladeira. Não encontrei nada agradável, então me virei e fui
em direção da sala, perguntando-a:
- Você vem? Perguntei enquanto olhava para a mesa de centro da sala onde
todos estavam as gargalhadas. João e Jessica, estavam sentados no sofá
próximos a lareira, no outro lado, Douglas e Rodrigo e no sofá de fronte para a
lareira, estavam Matheus e Mayra. Ana Julia estava no telefone, na sala de
jogos, pela conversa, estava falando com seu namorado russo.
Cumprimentei a todos e peguei uma das garrafas e dois copos, apesar de toda
aquela tensão, eu precisava conversar, mas eu sabia que não seria fácil, por
isso peguei a garrafa mais atraente, era do ano de 1789, um whisky escocês,
fabricado na região de Lawlands, ao meu ver era exatamente o que eu
precisava.
Peguei Katherine pela mão e a levei para varanda, onde não havia ninguém, e
poderíamos conversar sem interrupções.
Nos sentamos e ela logo me perguntou:
- O que está acontecendo com você?
Eu a olhei nos olhos, e respirando fundo, coloquei os copos sobre a mesa, e
servi uma dose, e bebi. Ela me olhou e perguntou novamente:
- O que está acontecendo com você?
Depois de beber a segunda dose, olhei para ela e respirei o mais fundo.
- Você sabe o que é interessante nesta festa? Disse enquanto olhava para ela
de baixo para cima, servindo me mais uma dose.
Ela me olhou nos olhos, e disse:
- Não sei. Esperava que você me dissesse. Disse coçando a cabeça, e
apanhando seu copo.
Eu continuei olhando para ela, estava tomando coragem, mesmo estando
alcoolizado, ainda era difícil para mim me expressar.
- Estou com problemas, e ninguém percebe. Disse eu enquanto passava o
dedo indicador sobre a borda do copo. Meus olhos começaram a lacrimejar, e
antes que qualquer lagrima rolasse, bebi mais uma dose. Parecia que o whisky
não queimava mais, e meu coração batia mais rápido que as cilindradas de um
conversível.
Me sentei ao lado de Katherine, e voltei a falar:
- Você sabe o que está acontecendo? Você tem ideia do que está
acontecendo? Disse pausadamente, olhando para ela.
Ela estava com o copo em suas mãos, e realmente estava muito frio, então
peguei minha jaqueta, e a dei para que ela se esquentasse. Ela agradeceu e
disse:
- Você é fechado e não deixa que as pessoas se aproximem realmente de
você! Disse ela, com aquele jeito meigo e carinhoso, olhando para mim, e
sorrindo ao terminar a frase.
Me aproximei a um espaço de centímetros de seu rosto, e com todo cuidado,
passei minha mão em seu cabelo longo e escuro dizendo:
- Me diga o que aconteceu. O porquê me tratou daquela maneira de manhã.
Disse a com máxima concentração.
Um vento frio como a morte congelou meus membros inferiores, e me fez parar
de falar.
- Eu não quero falar sobre isso John, agora eu sei que não foi você, não
consegue ao menos sorrir.
Eu entendi sua expressão, mas não me ofendi, apenas abaixei minha cabeça.
- Esta tarde, acho que é melhor eu subir. Disse eu pegando mais uma dose de
whisky.
Realmente estava muito tarde, mas por não estar acostumada a vida alcoólica,
me respondeu.
- Não me deixa sozinha, pelo menos fique mais um pouco. Disse ela com voz
cansada e manhosa.
Peguei uma manta para ela, e me sentei ao seu lado, ouvindo suas frases, e
cantorias.
No dia seguinte, eu estava deitado na cama ao lado a de Katherine, não me
lembrava de como havia ido me deitar. Me levantei devagar e sai do quarto.
Quando cheguei a sala, todos estavam dormindo, cada um em uma canto da
sala. Zombei de Rodrigo e Douglas, que por dormirem no sofá, estavam todo
tortos e com seus rostos marcados.
VI
A HISTÓRIA DE MEU SONHO
Enquanto andava pela sala cuidadosamente, ouvi um barulho na cozinha, e
como estavam todos dormindo, presumi que era um invasor. Corri para a
cozinha, e com um taco de beisebol, e acertei o invasor. Por asar era Vitor, que
realmente havia trazido uma surpresa para os garotos, eram três belas jovens,
uma delas me atingiu com pratos, o que me deixou com o pé atrás com ela o
dia todo.
- Que isso rapaz pra que agredir? Disse Vitor com a mão na cabeça. O ajudei a
levantar, mas com o barulho dos pratos todos acordaram assustados, e vieram
investigar o que estava acontecendo.
- Me desculpe galera, eu pensei que fosse um ladrão mas no fim era o Vitor.
Disse eu um pouco envergonhado com a situação.
Passos rápidos na escada, e Katherine estava na porta da cozinha, dizendo:
- Bom dia galerinha!! Disse Katherine enquanto ia na direção da geladeira –
Quem foi que quebrou a pia do banheiro? Perguntou enquanto preparava o
Café.
Todos estavam olhando para mim com uma expressão de “foi você né!”
- O que foi? Não fui eu não. Respondi aos olhares impiedosos.
Douglas e Rodrigo vieram após Katherine, e logo se empolgaram com a
presença inesperada das meninas.
- Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo? Disse Douglas
- E aparece bem acompanhado! Comentou Rodrigo, que olhou dos pés à
cabeça as garotas.
Vitor balançou a cabeça zombando dos dois, e dizendo:
- Estas aqui são Fernanda, Graziele e minha namorada Denise.
Todos agora olhavam para a tal Denise e começavam a imaginar, aonde ela
havia o conhecido.
- Muito prazer garotas, mas eu vou indo. Disse eu me retirando rapidamente.
Era um belo dia, e eu queria muito sair por ai.
- Prazer em conhecer vocês! Ai John... Me espera. Disse Katherine enquanto
me seguia para fora da casa.
Cruzamos com Jessica e João na porta da cozinha, eles haviam acabado de
acordar.
- Bom dia casal. Disse eu para João e Jessica. Que me olharam e já rebateram
a provocação
- Bom dia casal 20! Disseram os dois.
Katherine riu, e correu para a porta.
Chegamos a varanda, onde começamos a conversar.
- Você tá mesmo achando que vai conseguir me vencer em uma corrida? Disse
ela amarrando os tênis.
- E você acha que vai me vencer? Indaguei-a enquanto alongava as pernas e
braços.
- Sim. Disse ela olhando em meus olhos convicta de sua vitória – E que vença
o Melhor. Disse ela me empurrando e correndo.
- Ei, isso não vale. Corri atrás dela segurando-a pelos braços e passando a sua
frente sorrindo.
Corremos por aproximadamente 38 quilômetros, por uma estada de terra que
rodeava a casa. Eu já estava cansado, mas Katherine era uma competidora e
tanto, me oferecendo-me uma última corrida. Nos preparamos e finalmente
disparei, corri tão rápido que perdi Katherine de vista. Cansado parei perto de
um rio, respirei profundamente e olhei em meu derredor. Tudo estava girando,
e minha visão tornou a ficar turva. Vi porem, do outro lado do rio, um homem,
ele estava me olhando, e por um instante juro, era o velho ranzinza. “Mas o que
estaria fazendo ali?” Pensei.
Pouco tempo depois Katherine chegou, me virei para vela, e quando voltei
minha visão para o Velho, ele não estava lá.
Voltamos para a casa, e todos estavam na sala. Nos sentamos com eles,
estavam contando suas histórias assustadoras. Era muito sem sentido, então
decidi só observa-los e ouvi-los falar.
- Havia uma família, que morava longe da cidade, eles eram muito discretos e
não gostavam de aparecer a eventos. Eles tinham um filho, de
aproximadamente 8 anos, era uma criança sadia e feliz, o que sem sombra de
dúvidas fazia esta família muito feliz. Certo dia, esta criança estava no
bosque...
- e apareceu o lobo mal. Brincou Rodrigo rindo e contagiando os outros.
- tudo bem, volte a contar... Disse Douglas.
- Um dia está criança estava no bosque, e um homem parou para conversar
com esta criança, pedindo que fosse a seu pai, porque precisava de
hospedagem. A criança foi até seu pai, e disse exatamente o que o homem lhe
havia dito. O pai desta criança, como era um homem de bem, decidiu hospeda-
lo....
- Vai demorar muito? Disse Rodrigo.
- Cale a boca. Disse Douglas.
- Depois de algum tempo, esse homem começou a trazer problemas a esta
casa. O pai do menino que era bom, agora bebia, e espancava a esposa, o
filho que era saudável, agora vivia doente a esposa que se cuidava, começava
a deixar de lado até mesmo seus afazeres domésticos. Um certo dia, o Pai do
menino bebeu acima da conta, e o homem que estava hospedado na casa
deles o disse que sua esposa o havia traído. Este homem, conta a história,
voltou para sua casa furioso, e sua esposa percebendo seu estado, disse a seu
filho que se escondesse debaixo de sua cama...
Quando ouvi esta parte da história, meus membros inferiores começaram a
estremecer e minhas mãos a suarem frio, meus olhos se fecharam, e meus
ouvidos se atentaram a história.
- a criança fez como sua mãe lhe havia ordenado, e se escondeu. Nesta noite,
o Pai do menino havia perdido sua chave, e sem resposta da esposa, acreditou
no que o estranho havia dito. Dizem, que o pai do menino bateu por várias e
várias vezes na porta, mas o que nenhum deles sabiam era que o homem o
qual eles hospedaram havia roubado as chaves e trancado a porta. O Pai do
menino, bateu tantas vezes na porta que a derrubou, ao observar sua mulher
que descia as escadas desesperada, pegou um machado que estava perto da
porta (porque este era lenhador). Atingiu-a inúmeras vezes, e quando acabou
de matá-la, se tocou do que havia feito. O Homem o qual havia hospedado
chegou depois, e disse-lhe várias vezes: Olha o que você fez, é sua culpa,
você causou isso, você matou-a.
Lembrei-me do sonho e agora estava horrorizado, não se tratava apenas de
um sonho, mas agora poderia ser realidade. Aquela cena aterrorizante poderia
mesmo ter acontecido. Katherine que estava sentada ao meu lado percebeu
minha situação de pânico.
- Ei, o que foi? Perguntou ela.
Olhei para ela, e disse:
- Não foi nada. Então ela pegou em minha mão e colocou sua cabeça em meu
peito.
Continuamos ouvindo.
- Uns dizem que a criança não foi encontrada, outros dizem que o homem
hospedado criou a criança, e ensinou-o a matar. Mas até hoje não se sabe qual
a versão verdadeira.
Olhei para Katherine, que prestava atenção na história fascinada, então sorri,
pois enquanto eu estava a me descabelar com meus sonhos, ela estava
interessada a saber o fim da história.
- E depois? O que aconteceu? Perguntou Mayra que estava ao seu lado.
Matheus olhando para ela diz:
- E eu que sei mulher! Disse ele dando boas gargalhadas, e abraçando-a.
Como estava tenso, fui para fora, precisava respirar um pouco.
Katherine me seguiu.
Estava um dia estranho, pois mesmo sendo de tarde, estava tudo escuro. Me
aproximei do corrimão, e olhei para o céu. E antes mesmo que Katherine me
perguntasse qualquer coisa eu a disse:
- Sabe ontem não te contei nada, mas eu estou com medo. Esta história, essa
que o Matheus acaba de contar? Disse com calma, tentando contar o que
estava se passando.
- O que tem? É só uma história! Disse ela zombando de mim.
Eu a interrompi antes que começasse a dizer mais alguma coisa.
- O problema é que ando tendo sonhos, e esta criança, ela está no sonho, essa
família, eu vejo ela morrendo, na minha frente. Falei enquanto coçava meu
rosto incessantemente.
Katherine percebeu que não era uma brincadeira, percebeu que eu estava
realmente assustado.
- Olha, está tudo bem! Eu vou te ajudar. Disse ela tentando me acalmar.
Mas eu não me acalmava, porque o pior ainda não havia dito. A Casa a qual a
história se refere, é a casa dos CRUSSYN.
A essa altura, pirar era pouco, então eu a abracei.
- Eu só queria ir embora! Disse a ela com meu rosto em seu ombro.
Ela me olhou, e pude perceber que havia algo errado
Vi
A revelação
- John, acho que tenho uma coisa pra te contar. Disse ela com suspense que
me levava a inúmeros pensamentos
- Fala! Disse enquanto levantava a cabeça e olhava nos olhos dela.
Ela olhou para baixo, respirou fundo, e me disse:
- Eu vou embora. Disse ela com os olhos lacrimejando. Eu olhava para ela e
me levantando disse.
- Como assim? Vai embora? Pra onde? Por que? Perguntei.
Era a pior sensação que já havia sentido. Olhei outra vez para ela, e me
levantando, agi como sempre, golpeei a parede com socos e ponta pés.
- Volta aqui John! Gritou Katherine.
Andando em direção ao carro gritei:
- Me deixa!! Tudo tinha mudado, eu pensei que podia contar com Katherine,
mas no final, não podia.
Peguei o carro e sai por ai, sem saber pra onde ia. A única coisa que pensava,
era em “por que ela não me contou?”
Dirigir em alta velocidade não é uma boa opção quando se está chateado.
Você sempre acaba encontrando o lugar errado, no meu caso, um bar.
Entrei e observei que estava praticamente vazio, tinha um nome esquisito,
RUSSYN Bar, mas isto não me incomodava, o que eu precisava era de tempo
para pensar. Sentei e pedi uma dose de whisky, eles tinham algo chamado
GARAPA DEL DIABLO, e como precisava refletir, pedi este mesmo. Estava
sentado ao lado de um senhor de chapéu, ele era meio estranho, não se
comunicava nem mesmo com o dono do estabelecimento, mas bebia como um
Ford Schelb 2.5, ou simplesmente como um homem cheio de vontade de fazer
burrada. Não sorria, não chorava, apenas bebia, uma após a outra.
Quando finalmente decidiu ir embora, entregou o dinheiro e se foi, e como fui
embora depois dele, vi perfeitamente, que sumiu em meio a nevoa.
Mas não era hora de me preocupar com esse mistério, tinha que voltar para
casa, e o caminho era longo, ainda mais no estado em que eu estava.
Com muita dificuldade, consegui chegar a casa.
Entrei com muito cuidado pela porta da sala, observei que todos estavam
dormindo.
Me deitei na sala, mas não tenho certeza se no sofá, meus olhos estão quase
se fechando.
Naquela noite, um grande barulho me fez despertar mas como estava muito
atordoado, fiquei apenas deitado observando. Em algum momento, ouvi passos
pela casa, era a cozinha. Me levantei devagar, quase a cair, me apoiando no
sofá e nas paredes.
Enquanto andava pela sala, para chegar até a cozinha, vi pelo chão marcas de
sapatos, estava chovendo e isso explica a lama.
Quando me apoiei na parede da cozinha, vi o homem que me aterrorizava a
dias, ele estava em frente a geladeira, olhando fixamente, ele passava as mãos
na geladeira, em sinal de que não entendia a presença desta.
Voltei-me para a sala, e a beira da escada vi a mulher do sonho, ela me olhava
desesperada. Eu me distanciei da cozinha, e fui até a mulher. Ela me olhou no
fundo dos olhos, e disse:
- Ele está aqui! Sussurrou baixinho.
Eu continuei a olhando, e questionei.
- Quem está aqui?
A mulher apontou por de traz de mim, o homem estava na porta da cozinha, ele
a observava com expressão de ódio. Quando olhei para a mulher, ela não
estava ali.
Então olhei para o homem, e mas ele não estava lá, agora eu não entendo o
que aconteceu, tenho certeza de que ele esteve aqui.
Subi até o quarto de Katherine, ela estava dormindo. Pelo menos foi o que eu
pensei, pois quando ia fechando a porta, me chamou.
- John, é você?
Entrei devagar, pois Ana Julia estava no mesmo quarto.
- Diga Katherine. Sussurrei
Ela me pediu que me sentasse ao seu lado, mas eu não entendi o porquê.
- John, lembra o dia em que chegamos a casa? Disse Katherine me olhando
nos olhos com expressão de pânico. Eu podia ver claramente em seus olhos
que estava com medo, e que escondia algo de mim
- É claro que sim, foi um dia bem agitado, e você sabe bem o porquê! Enquanto
terminava de falar, um clarão nos deixou mais tensos naquele instante.
- Bem... na mesma noite em que chegamos, eu acordei com o choro de uma
criança. Me levantei e assustada chamei por Ana Julia, mas ela não estava no
quarto... a interrompi dizendo.
- Foi um sonho, e nada mais, volte a dormir. Me levantei da cama, mas antes
que desce um passo se quer, Katherine me puxou pelas mãos, e disse.
- não foi um sonho!! Gritou em sinal de tensão. Nunca havia visto Katherine
naquele estado, foi uma surpresa. Me sentei e continuei ouvindo sua história.
- Eu vi um homem de capa preta na porta do quarto, pensei eu fosse um de
vocês tentando pregar uma peça em mim, e por isso acendi a lâmpada, ao me
virar, ele não estava mais lá.
- Tudo bem Katherine, o que você quer me dizer com isso, que tem um
monstro no seu armário? Perguntei ironizando, mas a verdade, é que eu sabia
que isso poderia de fato ter acontecido. Katherine continuou.
- Na noite em que conversamos na varanda? Disse Katherine olhando
fixamente para mim.
- Sim, é claro que sim. Respondi enquanto procurava entender o que ela
estava tentando dizer.
- Tenho certeza de que não voltei para a cama andando. E não foi você quem
me levou, pois você esteve ao meu lado a noite toda.
Naquele instante, a única coisa que pensava, era e tentar fingir que nada
estava acontecendo. Mas eu por outro lado, tinha a certeza de que ela sabia o
que estava acontecendo ali. Como ela sabia eu não sei, mas esse era só mais
um mistério que eu teria de solucionar.
- Tudo bem, mas e se foi um dos rapazes que te levou pra dentro? Criei uma
suposição para o ocorrido, algo que explicasse a situação.
- Impossível, eu falei com todo mundo, e me deram a garantia de que nós
fomos os últimos a ir deitar.
Katherine alimentava mais e mais o meu fascínio e ao mesmo tempo, meu
medo do que estava acontecendo.
- Acho melhor eu ir me deitar. Foi uma noite longa e cheia de indagações.
Sussurrei aos ouvidos de Katherine que já estava com olheiras por
preocupação.
Antes de sair pela porta, Katherine sussurrou, de modo que apenas eu ouvisse.
- Tem algo errado aqui John, e você sabe disso!
Eu apenas me virei e fui para meu quarto. Matheus estava dormindo, como
sempre com livros de Psicologia sobre seu rosto.
Me deitei e pude logo sentir que a escuridão do quarto me invadia após
apagar-se a luz do abajur.
Meus pensamentos se escureceram, e eu pude sentir o frio da morte, ele me
consumiu, mas não por completo. Oque mantinha minha Fé, era acreditar que
aquilo não era uma paranoia, mas que algo estranha estava acontecendo, e
algo pior estava para acontecer.

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Peryn Crussyn - Paranoia: A Casa na Colina

  • 1. Peryn Crussyn - Paranoia
  • 2. “Dedicamos esta obra a todos os integrantes do grupo de amigos que realmente foram a razão para que este trabalho pudesse ser projetado e produzido”. Anilo Matheus Anunciato Oliveira Diego da Silva Mello João Vitor Goes
  • 3. I O começo HospitalBom samaritano, Los Angeles,anode 1450. Meu nome é John Pierre Junior, nasci em Londres no ano de 1364, morei com meus pais até meus 26 anos de idade, ano em que um acontecimento mudou totalmente minha vida. Agora aos 96 anos de idade vejo que minha vida não foi o que se pode dizer “um mar de rosas”. Você deve estar se perguntando o que há de interessante na história de um homem velho e sem forças nem mesmo para lembrar de seu passado. Mas irei lhes contar o porquê minha vida foi tão sofrida, cheia de perdas e de medo. 1380/10 Los Angeles Eu estava no último ano da faculdade, e as expectativas do que fazer depois da formatura cresciam exuberantemente. E um de meus melhores amigos, Matheus, havia guardado uma grande surpresa. Matheus não costumava ser muito emotivo, era em geral um rapaz de boa índole, mas que não costumava se expressar com as palavras. HotelHOUSEWINS, 6 horas da manhã: O relógio acabou de despertar, e eu rapidamente me levantei, afinal era o grande dia, minha formatura. Mesmo assim não fugi de minha rotina, que não era muito diferente da dos outros jovens, a única diferença, é que eu já tinha histórico profissional, mesmo antes de sair da faculdade. Fui logo vestindo a camisa, que estava em cima da cabeceira da cama camisa e o terno que ganhei de meu pai, quando fomos ao casamento de minha irmã, a Mellyssa. Meu pai John Pierre, morreu no ano seguinte, foi mesmo uma grande perca, ele era o tipo de pai que apoiava o filho mesmo que estivesse fazendo a maior
  • 4. burrada de sua vida. Agora eu estava morando em um apartamento no andar de cima da casa de minha mãe. Depois de me vestir, desci as longas escadas do hotel HOUSE WINS. Era um caminho longo e o meu tempo era curto, então decidi correr. Minha família em geral não era muito grande, da parte do meu pai eram o tio Jhony, Joe, Júlio, Jeferson e o Tio Ted. Da parte da minha mãe, eram a tia Megan, Morgan, Marge e a tia Betânia, que eu chamava de tia Bet. Eram todos sem dúvida, bem humorados, viviam discutindo, mas sempre reconciliando. Cheguei a universidade, e entrei pelas portas com expressão cansada e rosto pálido. Era esperado que eu estivesse mais empolgado para a minha formatura, mas não foi assim, a verdade é que a todo instante, o que estava em minha mente era que não veria alguns amigos por meses e outros por anos, isso se nunca mais. O sinal bateu, e voltei minha atenção para os acontecimentos atuais. Matheus entrava pelas portas da faculdade correndo, algo que não era comum. Matheus era de origem humilde, mas sem dúvidas uma mente brilhante, poderia ser um novo Einstein, mais encontrou na Psicologia a sua motivação. Ele sabia que eu o esperava, e já fazia algum tempo, já me conhecia tempo o bastante para perceber minha inquietação. - Onde você estava? Perguntei direcionando-o a uma escadaria longa e lotada. - O ônibus atrasou e.... O interrompi, pois estava ansioso e eufórico. - Você tem ideia do que está acontecendo? Hoje é o grande dia! Adivinha quem está aqui? Perguntei. Matheus olhou em frente, era Mayra, era sem dúvidas uma bela jovem, pela qual Matheus havia se apaixonado no primeiro ano da faculdade, quando Mayra ingressou com uma bolça de estudos para Educação Física. E isso não é tudo, eles até haviam se relacionado no segundo ano, mas até o presente momento, não se sabia o real motivo de romper a relação. -Olha, não tem mais nada entre agente John, ela nem deve e lembrar de mim? Disse Matheus olhando para o lado percebi que estiva chateado com alguma coisa. Era difícil ver Matheus demonstrar algum sentimento, mas neste momento vi claramente que algo havia acontecido. Desejei ajuda-lo
  • 5. perguntando sobre o assunto, mas não demorou muito para que ouvisse a voz de Mayra com uma alegria visivelmente maior do que a de Matheus: - Matheus? E você mesmo? Disse ela como se não soubesse a resposta. Me retirei, pois me sentia um intruso na conversa dos dois que a tanto tempo não se viam. - Olá, Mayra, como vai você? Perguntou Matheus, que por alguma razão, não parecia preocupado com uma resposta. - Bem e você? Disse Mayra, mexendo em seus cabelos negros e brilhosos, buscando prolongar a conversa. - Bem... Salvo pelo professor de álgebra, que estava ofegante com a organização, e os últimos ajustes para a formatura. Matheus foi logo se despedindo enquanto seguia em passos rápidos. - Tenho que ir! Tchau. Observei ao entrar no salão de festas da Faculdade, que haviam não só alunos e professores, mas também, empresas com seus grandes slides de propaganda, algo que alguns respeitosamente se dirigiam como revolucionário. - Isto é uma pegadinha? Perguntou Matheus enquanto andava pelo corredor de formandos, com os olhos saltados para fora da fossa ocular. - Sorria Matheus, eles são patrocinadores, e esta pode ser uma grande oportunidade para todos nós. Aconselhei-o colocando minhas mãos em seus ombros e sorrindo com um esforço cansativo para as câmeras e fleches. Quando olhei para o palco, onde iriamos ficar, notei a presença de João, que normalmente se atrasava em seus compromissos, mas seu novo relacionamento estava mudando este tão inesperado acontecimento. Ele acenou para que nos aproximássemos dele, ele havia guardado nossos lugares. - Vocês demoraram, achei que haviam se esquecido que dia é hoje. Disse João se sentando e nos indicando nossos lugares.
  • 6. -Não tinha como nos esquecer Joao, foi muito tempo, e muito esforço para chegar aqui. Disse a ele sorrindo e olhando para Matheus que acenava com a cabeça para cima e para baixo, em sinal de concordância. Não demorou muito e o diretor começou a se pronunciar, e realizar o protocolo padrão. - Este é um Grande dia. O dia em que vocês se tornam profissionais respeitáveis e que no futuro possivelmente estarão no governo de nosso pais. Disse o Diretor, que não parecia muito feliz ao realizar mais uma vez o protocolo. A noite prosseguiu totalmente comum, a não ser pelo fato de que Matheus nos chamou para um rodizio de pizza na New York Pizza. Eram cerca de 11:35 horas quando nós saímos da pizzaria, e todos nos ajuntamos para a última foto da turma. Estávamos todos reunidos. Rodrigo, Douglas, Matheus, João, Mayra, Vitor, Katherine, Ana Julia, Jessica e eu. - Vai galera! Todo mundo pronto? Última foto juntos. Disse Matheus tendo várias crises de risos, e prosseguiu: - Xis... Gritou eufórico e evidentemente escondendo algo. E continuou: -Olha galera, sinto muito mais esta não será nossa última foto juntos - Todos olhavam entusiasmados, esperando uma grande surpresa - Vamos pra uma casa na colina de PERYN CRUSSYN, meus pais conseguiram esta casa para passarmos uma semana, todo mundo de acordo? Perguntou Matheus ansioso por um sim do grupo. Era estranho, mas ao ouvir Matheus dizer que esta seria nossa última foto juntos, algo em mim causou uma sensação ruim, mas não acredito em premonições. Fomos todos para nossas casas nesta noite, afinal, no dia seguinte estaríamos em uma grande festa.
  • 7. II A casa dos Crussyn Eram 2 horas da madrugada e eu ainda não havia dormido, nem se quer fechado os olhos. Estava arrumando minhas coisas, e enquanto isso, comia alguns biscoitos de chocolate, mas as 3 horas não aguentei, senti minhas pernas tremulas, e acabei por cair sobre meus joelhos, e dormir ali mesmo. 10 horas da manhã: O Celular não parava de tocar, e já estava cheia minha caixa de mensagens com várias ligações perdidas: - Alo? Disse com muito sono, enquanto coçava os olhos procurando enxergar algo. - Cadê você cara? Gritou Douglas com um tom que agrediu meus tímpanos. Enquanto eu procurava o despertador, Douglas continuava: - Estamos te esperando fazem duas horas, onde você esta? Por que está demorando tanto? Resolveu ficar mais enrolado que mulher? Gritava Douglas que aparentava ser o autor das ligações registradas. Tentei acalma-lo: - Calma cara, acabei de acordar... fui interrompido por Matheus que tomava o celular de Douglas para fazer sua parte de RESPONSAVEL: - Eu acordei 5 Horas da manhã, abasteci a VAN, me arrumei, arrumei minhas coisas, liguei pra galera, e deixei você por último, porque pensei que era o mais responsável. Descarregou Matheus, suas opiniões e regras, expondo suas diferenças comparado a mim. -Olha eu vou desligar e já chego ai beleza? Nem mesmo esperei que me respondesse e desliguei o celular, estava com enxaqueca e não era causada por ninguém mais, ninguém menos que Matheus. Corri com meus afazeres, e me dirigi finalmente ao local cominado. Ao chegar ao local, observei de longe que estavam todos realmente prontos, então me desculpei, afinal, não sabia que era tão importante para eles a festa:
  • 8. - Me desculpem gente, não foi minha intenção fazê-los passar por esta situação. Disse com a cabeça baixa e ofegante pelo trajeto percorrido. - Entra logo, e vamos lá! Todos gritaram, ansiosos pela tal casa. Percorremos o caminho com calma, e sem muitos imprevistos, a não ser Vitor, que em meio quilometro teve náusea, e colocou todo o café da manhã para nossa vista. A Sorte, é que as garotas estavam lá atrás, e não foram atingidas pelo jato liberado por Vitor com muita pressão. Dó mesmo senti de Douglas que acabou atingido pelo jato, e teve de aguentar o mal cheiro a viajem toda. Chegamos a colina as 14:45 horas, um tanto fora do previsto. Perdidos, paramos para pedir informação a um senhor estranho, ele era velho, e tinha uma cicatriz intrigante, parecia ter sido causada por uma faca, que fora passada com ideia de tortura, mas não era só isso, tinha uma tatuagem apagada, parecia muito antiga, empunhava em mãos uma escopeta, mesmo assim Matheus desceu da VAN, e se aproximou do velho homem, que o encarou levantando-se, parecia manco e sua voz era um tanto roca. - O que as crianças fazem por aqui? Não sabem que lugar é este? Perguntou o velho ranzinza. - Não queremos incomodar senhor, apenas queremos informações. O senhor sabe onde fica a colina PERYN CRUSSYN? Me disseram que é por aqui. Disse Matheus tentando ser o mais breve possível, era desagradável estar perto de um desconhecido, que empunhava uma escopeta. O Velho deixou escapar um sorriso de canto e perguntou ironicamente: -Vocês tem certeza que é pra este inferno que vocês desejam ir? Perguntou o homem cuspindo no chão. - Senhor, por favor, nós só queremos a informação. Disse Matheus tentando não se irritar com o velho Senhor. Foi quando João abriu o vidro da VAN: - Vamos velhote, diga-nos logo se este é o caminho!! Disse João agressivamente que já estava irritado com a situação.
  • 9. O Velho cuspiu novamente no chão: - 32 quilômetros, é só seguir reto. Disse o velho, e sussurrou: - E o diabo que os carregue. Seguimos tensos a partir daquele momento, não é um bom início para uma festa, encontrar com um homem armado. Finalmente chegamos a colina PERYN CRUSSYN, era um local notável, e bem na entrada havia uma placa, que dizia: “Bem Vindo a residência dos Crussyn”, algo que nos deu um alivio apesar de ser apenas uma placa. De longe observamos a casa, era grande, tinha piscina, e uma coisa era certa, seria uma festa inesquecível. Era de tarde e todos estavam exaustos com a viajem, mas isso não foi motivo para se abalarem: - Enfim chegamos galera, e esta casa... hum, melhor do que esperava. Disse eu enquanto olhava para todos os lados, observando cada centímetro da casa. Todos estavam surpresos com a casa, era sem dúvidas uma bela casa, parecia ter sido construída no fim do século 15, e por ingleses de muito bom gosto, a casa era toda moldurada a gesso, e as paredes de madeira antigas, deram um aspecto de classe insubstituíveis. - Essa casa é incrível, tem piscina, churrasqueira, hidromassagem... interrompido por Matheus, Rodrigo começou a subir a escada instigante. - E ainda tem uma Cachoeira, segundo o dono da casa. Se gabou Matheus ao ver a expressão de surpresa. Katherine, Ana Julia, Mayra e Jessica, estavam lá em cima, foram logo vestir seus biquínis, afinal o sol era de 35°C, e o dia estava lindo, a piscina dava de frente para o sol e o rio, uma paisagem sem dúvida, magnifica. - João... vem aqui! Disse Vitor como se tivesse encontrado algo fora do comum.
  • 10. Joao correu para a sala de jogos, onde Vitor estava esperando. - O que é? Disse João com tom de indiferença. - Olha isso cara! É o S-U-P-E-R M-A-R-I-O do Nintendo. Esse é o momento mais incrível da minha vida miserável e fútil. Disse Vitor, enquanto isso, João olhava para ele, se perguntando do por que dar ouvidos a Vitor? Afinal, era o Vitor... As meninas se trocavam, e eu estava no quarto ao lado, podia ouvir claramente as risadas e comentários uma das outras, era algo que eu não acostumava ouvir, mas ri desta situação. Então ouvi o barulho de seus passos no corredor, eu estava vestindo o calçam neste momento, e Juliana me chamou por de traz da porta: - John, nós estamos indo para a piscina, você vem? Perguntou Katherine que esperou minha resposta em silencio. - Está bem, já desço, encontro vocês na piscina. Respondi sem muitas delongas. Terminei de me trocar e quando olhei para o relógio empoeirado no quarto, eram 16:13 horas. Senti algo estranho ao descer as escadas, parecia um calafrio, um sentimento de desespero tomou meu interior, eu procurava uma razão para aquilo, mas procurei esquecer, era uma festa, e eu queria muito me divertir. A porta da cozinha dava para a piscina, e enquanto caminhava, mais uma vez, mas agora era diferente, foi mais forte do que a primeira vez. Minhas pernas estremeceram, e tenho certeza de que ouvi uma voz sussurrando. Era a voz de uma mulher, mas não consegui entender o que dizia. Me segurei na mesa de madeira, estava zonzo, e sem saber o que estava acontecendo, ignorei a sensação sobrenatural. Comecei a imaginar se o que estava acontecendo era fruto de minha imaginação, algo que me fugiu a atenção quando ouvi a voz de Ana Julia.
  • 11. - Você está bem? Perguntou Ana Julia que havia percebido minha expressão. - Estou... respondi querendo tranquiliza-la, mas a verdade é que tentava me acalmar. - Então vamos lá! Disse ela empolgada. - Lá aonde? Disse eu sem ter a mínima noção do que estava se passando. Lembro me que perdi a sensibilidade das pernas e tudo começou a girar e escurecer. O mais próximo de real que ouvi foi a voz de Ana Julia que procurava me reanimar. III
  • 12. Um pesadelo real Acordei no quarto, Katherine estava à beira da cama, ela lia seu livro, “o morro dos ventos uivantes”. Sempre admirei Katherine por sua paixão por livros, mas nunca tive a chance de dizer: - É um bom livro. Disse eu com uma voz roca e enrolada. - O que? A sim, é mesmo. O que está sentindo? Algum incomodo, dor? Disse Katherine, que com seu jeito meigo e sincero só realizava sua profissão sem nem mesmo perceber. Olhei para ela com a visão ainda turva, mas jamais conseguiria confundir aqueles lindos olhos castanhos, que brilhavam enquanto me olhavam. - Na medida do possível, sim! Disse eu enquanto passava a mão em minha nuca. - Ana Julia! Gritou Katherine, que parecia preocupada, mas eu não entendia a razão. Tentei me levantar, mas frustrado, não movi nem sequer meu dedinho do pé. - não grita não... sussurrei com grande dor em na parte superior do cérebro. Ela me olhou com olhar desesperado. Então senti algo escorrendo nos olhos, é como se eu estivesse chorando, esfreguei meu olhos procurando entender o que estava acontecendo, mas em segundos minha visão se avermelhou, e tudo começou a escurecer, gritei por ajuda, eu gritava: - Katherine, o que está acontecendo? Me ajude! Eu gritava, enquanto se tornava mais difícil enxergar através da vermelhidão. Acabou, agora eu só ouvia Katherine, ela estava ao meu lado, chamava por Ana Julia, tive certeza de que ouvi passos rápidos nas escadas, pude ouvir cada um dos que estavam na casa perguntando o que estava acontecendo. Alguns diziam: - Meu Deus, o que houve? E outros:
  • 13. - Que coisa horrível, o que aconteceu? A última coisa que me lembro de ouvir, foi Ana Julia, que agora segurava meu pulso, e dizia com toda clareza do mundo: - Está tudo bem, apenas peguem algumas toalhas, algodoes, agua e álcool! Vai ficar tudo bem John, se acalme, e me... Eu apaguei depois disso, era como se tudo o que havia no mundo tivesse se calado. Então, no meio da densa escuridão, eu vi uma porta, era cinza, bem clara, e pelo que calculei, estava a 3 metros dela. Olhava para traz, e só via trevas, olhava para o lado, e só via trevas. Decidi que o mais sensato era seguir por aquela porta estranha e cinzenta. Entrei de vagar, queria saber o que acontecia. Pude ouvir o som do meu coração a bater, e num piscar de olhos, olhei para traz e a porta não estava mais lá. Comecei a imaginar o “por que desta sala?” “Espere”, pensei. Algo estranho estava acontecendo, a sala é a mesma da casa dos CRUSSYN. Comecei a ficar ofegante, e senti minhas mãos esfriarem, elas suavam frio, algo que pra mim, não era normal. Sou formado em Educação física e Bioquímica, fiz grandes pesquisas, e tive participação laboratorial em pesquisas cientificas da faculdade, mas nunca apresentei nenhum tipo de sensação como essa. Olhei em redor, e quando me cansei de olhar, perambulei pela casa. Passei pelo quarto, sala de jogos, cozinha e um quarto que não havia percebido na casa, estava no lugar da geladeira. Foi quando ouvi um choro, era de uma mulher, ela estava de bruços, com o rosto sobre os braços, tentei chamá-la, mas ela parecia não me ouvir. - Ei, está tudo bem? Por que está chorando? Perguntei procurando acalmá-la e obter respostas. Mas ela continuou a chorar, e enquanto a observava ouvi um barulho, parecia a de uma porta sendo derrubada, eu olhei em direção da porta, assustado me levantei e olhei para o homem que portava em suas mãos um machado, estava coberto de sangue, me coloquei a frente da mulher. Por alguma razão, eu sabia que ele estava atrás dela, então eu gritei:
  • 14. - Saia daqui seu monstro maldito, você não fara mal a moça! Gritei com todas as minhas forças. Ele atravessou por mim, me senti inútil, senti como se não tivesse razão para viver, e minha única reação, foi me virar, e observar enquanto ele a atacava com o machado, golpeando-a várias vezes. Ela gritava, e mesmo depois de golpeada 6 vezes, ainda gritava. Mas o pior, o que me frustrava mais, é que ela me olhava, e parecia que agora podia me ver. Estava acabado, o homem se virava agora para mim, eu não suportava mais aquela sensação, me ajoelhei perante ele, que olhava para o chão, e ria. Implorei pela morte, então ele puxou fundo o ar, levantou o machado, por um momento pensei que me tiraria a vida, mas ele se ajoelhou. Agora o homem sorridente, aquele monstro, que ria incessantemente, chorava. Ele soluçava, parecia que estava sendo destruído por dentro, ele se virou, e se deitou ao lado da mulher. Eu observei-o por um bom tempo, ele parecia esperar por algo ou alguém. Alguns minutos de silencio, e então ouvi: - Olha o que você fez, é sua culpa, você causou isso, você matou-a. Era a mesma voz que ouvi na cozinha, a mesma que sussurrou, a que me causou espanto. Era um homem, não consegui observar seu rosto, mas algo me chamou a atenção, havia uma criança no quarto, ela estava debaixo da cama, e mesmo com aquela cena horrível, ela sussurrou para mim: - Vá embora. Agora eu era levado por um fluxo temporal, e todas as luzes haviam se apagado. No meio do escuridão, meu único desejo é que não estivesse sozinho, o que parecia uma certeza para mim. Em algum momento, me vi correndo por um longo corredor. “Afinal, eu havia morrido?” Pensei enquanto continuava meu caminho. Me lembro de sentir-me sufocado, e como o despertar da morte, me levantei de minha cama, e em desespero clamei em alta voz: -Socorro! Iv De volta para o terror
  • 15. “Milagre?” Não sei, sabia apenas que agora podia ver. Katherine estava aos pés da cama, e Matheus na cama ao lado. Ele acordou com meu grito e assustado exclamou: - Que diabos está acontecendo aqui? Se levantou de súbito, ofegante e desesperado. - Me desculpe. Disse eu que me segurava para não dar gargalhadas, e acabar acordando Katherine. Me levantei devagar, coloquei Katherine sobre a cama, que de tão exausta nem percebeu o que fiz. Matheus e eu, descemos as escadas e nos direcionamos a cozinha, eu estava absurdamente esfomeado. Então o indaguei: - A quanto tempo estou enfermo naquela cama? Disse enquanto enxia minha boca com bolachas e leite. Matheus me olhou com olhar estranho, parecia não entender a pergunta. - Como assim? Chegamos hoje! Disse ele com tom de estranhamento. E eu que acabara de acordar de um pesadelo, engoli tudo em minha boca, a seco. - Mas... disse eu, porem me calei, e disse: - Já é tarde, vou me deitar. Sussurrei. Porém, por alguma razão me lembrei do quarto em meu sonho, o qual se localizava por e traz da geladeira. Decidi dar uma olhada. Andei lentamente pela cozinha, que agora parecia uma grande sala, com grandes obstáculos, senti minhas mãos transpirarem, minha respiração ficou ofegante, parecia que eu encontraria um grande monstro. E quando puxei a geladeira, um vento frio e aterrorizante me fez arrepiar desde meus pés, até meu último fio de cabelo. Tenho praticamente certeza de ouvi alguém chamar eu nome. Continuei a puxar a geladeira, e me decepcionei ao ver que lá havia apenas uma parede. Sei que se houvesse um quarto ali, poderia ser confirmado que meu sonho, não se tratara de um sonho, mas de uma visão, e confesso que esperava que isso acontecesse.
  • 16. Matheus estava me observando enquanto empurrava a geladeira no lugar, então perguntou: - O que foi John? Perguntou. Olhei para ele, e dando um suspiro. - Não é nada. Só estou muito cansado. Disse eu enquanto ia para as escadas. Me deitei ao lado de Katherine, ela acordou, abriu os olhos e perguntou: - Está tudo bem? Eu apenas a olhei, e em um suspiro a respondi. - Esta sim. Volte a dormir, amanhã será um dia e tanto. Ela acenou com a cabeça, e sorriu. Então fechei seus olhos com minha mão, e ela adormeceu. Alguns minutos depois e Luzes como as de holofotes pareciam clarear minha cabeça como se eu estivesse em uma cena de crime, senti que lutava para acordar, e então eu ouvi: - Foi sua culpa!!! Uma voz gritou. Acordei desesperado, a procura de alguém que poderia ter feito a brincadeira. Mas minha busca foi em vão, não havia ninguém no quarto além de mim, e me senti aliviado por isso. Decidi ir a procura dos outros pela casa, tudo estava muito silencioso. O que é impossível se Douglas e Vitor estavam na mesma casa. Depois de abrir a porta, a única coisa que fiz, foi me abaixar, foi o que deu tempo de fazer. Douglas e Vitor me esperava do lado de fora com baldes de água gelada. Os dois atingiram um ao outro, estavam ensopados e minha única reação foi rir daquela situação constrangedora, para eles neste caso. Desci as escadas com cuidado, pois agora estavam inundadas com a brincadeira. - Puxem essa agua daqui engraçadinhos. Disse eu zombando deles. Encontrei Katherine na sala, ela estava conversando com Jessica.
  • 17. - Você acha melhor agente comprar mais de 20 quilos, ou só 10 quilos é o suficiente? Disse Jessica que estava de costas para mim, e planejando compras para a festa. - Acho que... Katherine olhou de maneira estranha para mim, e de repente se levantou - Depois a gente conversa. Disse Katherine enquanto saia da sala sem explicação óbvia. Ela parecia chateada com alguma coisa, e aparentemente, era comigo. Então a segui, e disso ela sabia, pois se virou rapidamente e se expressou: - Qual é o seu problema? Você acha engraçado brincar desta forma com as pessoas? - Não sei do que você está falando, na verdade, não sei de nada do que você fala, você não fala comigo! Katherine estava realmente revoltada com alguma coisa, parecia ser evidentemente, que eu o havia feito - Você não é o mesmo! Quer saber, acho que nem te conhecia. Gritou como se eu necessitasse despertar de um grande pesadelo. Na realidade, depois dos sonhos que tive, nem tenho noção do que é um pesadelo. Me virei de costas, coçando os olhos e a cabeça com muita força, não conseguia entender o que estava acontecendo. - Olha, acho que você deveria pensar melhor no que está falando, porque eu não faço a mínima ideia. Frisei, enquanto ia para a piscina. Ela tentou dizer algo, mas quando começou a falar, já estava longe o bastante para não a ouvir. Não gosto de pensar que Katherine está chateada comigo, mas não fazia a mínima ideia do que ela estava falando, e eu não seria culpado por algo que não fiz. v Uma grande ideia
  • 18. O dia continuou extremamente tenso, mas isso não foi razão para que não nos divertíssemos, Douglas e João conversavam no sofá da sala neste momento. - Eu estava pensando em fazer uma surpresa para a galera, o que você acha? Disse Douglas olhando fixamente para João. Interrompi a conversa com minha opinião. - É uma ótima ideia Douglas! Esta casa está precisando de um animo. Disse olhando para Katherine que agora estava encostada na mesa conversando com Jessica. Percebi que ela ouvia nossa conversa, pois olhou para mim de imediato. Podia ver em seus olhos um grande desprezo. Desde de aquela nossa discussão, Katherine relutava não falar comigo, mas eu não entendia o porquê. A única coisa que eu queria neste momento, era entender o que estava acontecendo. Rodrigo estava na piscina, e entrando pela cozinha chamou Matheus e as meninas. - Olha galera, não sei o que vocês estão planejando, mas devemos ter um dia de diversão completa! Disse animando a todos da casa. Matheus se manifestou de imediato: - Eu topo!! Disse sorrindo e causando entusiasmo nos demais. Mayra se aproximou por de traz dele e o abraçou dizendo: - Se você está dentro, eu também estou nessa! Sorriu Mayra olhando para nós e em seguida para Matheus, que agora a olhava não mais de maneira apreensiva, mas afetiva. - Tudo bem galera, todos estamos aqui fazendo planos, mas aonde está o Vitor? Comentei enquanto todos olhavam fixamente para o aparentemente novo casal da casa. - É mesmo, onde está o Vitor? Disse Ana Julia, olhando em todas as direções procurando por ele.
  • 19. - Ele me disse que iria ao mercado, iria comprar uma surpresa para todos. Justificou João. Todos ficarão impressionados, pois em momento algum haviam percebido seu desaparecimento. Me levantei para buscar uma bebida, e mais uma vez senti aquela sensação. Era o maldito sentimento de medo, misturado com angustia e cede de vingança. Cambaleei e me segurei no sofá, fiquei ali por algum tempo e por fim segui para a cozinha. Apesar do dia tenso, aquele sentimento me angustiava muito, mas não quis me manifestar sobre a sensação, afinal ninguém havia sentido nada. Parecia que tudo estava normal, mas quando olhei para a geladeira, lá estava a cozinha de meu sonho, tenho certeza de que a vi. A criança ainda estava debaixo da cama, naquele momento parecia tudo bem, ela estava segura, porem, por um instante a criança apontou algo atrás de mim. Era o homem estranho que eu havia visto na noite anterior, mas agora pude ver seu sorriso aterrorizador. Ele tinha dentes afiados como os de um lobo, mas suas gengivas não eram comuns, elas eram vermelhas como sangue, pude ver também suas roupas. Eram roupas antigas, como as de uma guerra, estavam imundas e rasgada, haviam marcas de tiro e facadas. Desta vez ele se aproximou de mim, e me olhou nos olhos, eu olhei para trás, a criança estava com os olhos cheios de lagrimas, e portava uma faca em suas mãos. Olhei para o estranho, e ele continuava a me encarar. Ele sorriu e disse sussurrando, com sua voz roca, uma voz que por algum motivo eu reconheci. - O que você vai fazer? Eles estão mortos, e é tudo culpa sua... Ele sorriu novamente, e desta vez foi tão real, que pude sentir sua respiração. Ele deu um passo ao lado e foi em direção a criança, não queria ver o que iria acontecer, eu estava com medo. Até que por um instante ouvi a voz de Katherine que agora colocava suas mãos sobre meus ombros, e dizia:
  • 20. - Está tudo bem? Perguntou preocupada em observar a maneira estranha como olhava para a geladeira, ela percebeu em minha respiração pausada que algo estava acontecendo. - Esta... está tudo bem sim. Disse pausada mente, enquanto a imagem do homem se desfazia como cinzas ao vento. Era muito fácil perceber quando eu não estava bem, pois minha reação era partir a um período de reflexão e solidão. - Tem certeza? Você quer conversar? Perguntou outra vez Katherine que me seguia com os olhos enquanto eu ia a geladeira procurar uma bebida. - Sim. Vai ficar tudo bem, assim que eu beber. Respondi pausadamente. Olhando para a geladeira. Não encontrei nada agradável, então me virei e fui em direção da sala, perguntando-a: - Você vem? Perguntei enquanto olhava para a mesa de centro da sala onde todos estavam as gargalhadas. João e Jessica, estavam sentados no sofá próximos a lareira, no outro lado, Douglas e Rodrigo e no sofá de fronte para a lareira, estavam Matheus e Mayra. Ana Julia estava no telefone, na sala de jogos, pela conversa, estava falando com seu namorado russo. Cumprimentei a todos e peguei uma das garrafas e dois copos, apesar de toda aquela tensão, eu precisava conversar, mas eu sabia que não seria fácil, por isso peguei a garrafa mais atraente, era do ano de 1789, um whisky escocês, fabricado na região de Lawlands, ao meu ver era exatamente o que eu precisava. Peguei Katherine pela mão e a levei para varanda, onde não havia ninguém, e poderíamos conversar sem interrupções. Nos sentamos e ela logo me perguntou: - O que está acontecendo com você? Eu a olhei nos olhos, e respirando fundo, coloquei os copos sobre a mesa, e servi uma dose, e bebi. Ela me olhou e perguntou novamente: - O que está acontecendo com você? Depois de beber a segunda dose, olhei para ela e respirei o mais fundo.
  • 21. - Você sabe o que é interessante nesta festa? Disse enquanto olhava para ela de baixo para cima, servindo me mais uma dose. Ela me olhou nos olhos, e disse: - Não sei. Esperava que você me dissesse. Disse coçando a cabeça, e apanhando seu copo. Eu continuei olhando para ela, estava tomando coragem, mesmo estando alcoolizado, ainda era difícil para mim me expressar. - Estou com problemas, e ninguém percebe. Disse eu enquanto passava o dedo indicador sobre a borda do copo. Meus olhos começaram a lacrimejar, e antes que qualquer lagrima rolasse, bebi mais uma dose. Parecia que o whisky não queimava mais, e meu coração batia mais rápido que as cilindradas de um conversível. Me sentei ao lado de Katherine, e voltei a falar: - Você sabe o que está acontecendo? Você tem ideia do que está acontecendo? Disse pausadamente, olhando para ela. Ela estava com o copo em suas mãos, e realmente estava muito frio, então peguei minha jaqueta, e a dei para que ela se esquentasse. Ela agradeceu e disse: - Você é fechado e não deixa que as pessoas se aproximem realmente de você! Disse ela, com aquele jeito meigo e carinhoso, olhando para mim, e sorrindo ao terminar a frase. Me aproximei a um espaço de centímetros de seu rosto, e com todo cuidado, passei minha mão em seu cabelo longo e escuro dizendo: - Me diga o que aconteceu. O porquê me tratou daquela maneira de manhã. Disse a com máxima concentração. Um vento frio como a morte congelou meus membros inferiores, e me fez parar de falar. - Eu não quero falar sobre isso John, agora eu sei que não foi você, não consegue ao menos sorrir.
  • 22. Eu entendi sua expressão, mas não me ofendi, apenas abaixei minha cabeça. - Esta tarde, acho que é melhor eu subir. Disse eu pegando mais uma dose de whisky. Realmente estava muito tarde, mas por não estar acostumada a vida alcoólica, me respondeu. - Não me deixa sozinha, pelo menos fique mais um pouco. Disse ela com voz cansada e manhosa. Peguei uma manta para ela, e me sentei ao seu lado, ouvindo suas frases, e cantorias. No dia seguinte, eu estava deitado na cama ao lado a de Katherine, não me lembrava de como havia ido me deitar. Me levantei devagar e sai do quarto. Quando cheguei a sala, todos estavam dormindo, cada um em uma canto da sala. Zombei de Rodrigo e Douglas, que por dormirem no sofá, estavam todo tortos e com seus rostos marcados. VI
  • 23. A HISTÓRIA DE MEU SONHO Enquanto andava pela sala cuidadosamente, ouvi um barulho na cozinha, e como estavam todos dormindo, presumi que era um invasor. Corri para a cozinha, e com um taco de beisebol, e acertei o invasor. Por asar era Vitor, que realmente havia trazido uma surpresa para os garotos, eram três belas jovens, uma delas me atingiu com pratos, o que me deixou com o pé atrás com ela o dia todo. - Que isso rapaz pra que agredir? Disse Vitor com a mão na cabeça. O ajudei a levantar, mas com o barulho dos pratos todos acordaram assustados, e vieram investigar o que estava acontecendo. - Me desculpe galera, eu pensei que fosse um ladrão mas no fim era o Vitor. Disse eu um pouco envergonhado com a situação. Passos rápidos na escada, e Katherine estava na porta da cozinha, dizendo: - Bom dia galerinha!! Disse Katherine enquanto ia na direção da geladeira – Quem foi que quebrou a pia do banheiro? Perguntou enquanto preparava o Café. Todos estavam olhando para mim com uma expressão de “foi você né!” - O que foi? Não fui eu não. Respondi aos olhares impiedosos. Douglas e Rodrigo vieram após Katherine, e logo se empolgaram com a presença inesperada das meninas. - Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo? Disse Douglas - E aparece bem acompanhado! Comentou Rodrigo, que olhou dos pés à cabeça as garotas. Vitor balançou a cabeça zombando dos dois, e dizendo: - Estas aqui são Fernanda, Graziele e minha namorada Denise. Todos agora olhavam para a tal Denise e começavam a imaginar, aonde ela havia o conhecido.
  • 24. - Muito prazer garotas, mas eu vou indo. Disse eu me retirando rapidamente. Era um belo dia, e eu queria muito sair por ai. - Prazer em conhecer vocês! Ai John... Me espera. Disse Katherine enquanto me seguia para fora da casa. Cruzamos com Jessica e João na porta da cozinha, eles haviam acabado de acordar. - Bom dia casal. Disse eu para João e Jessica. Que me olharam e já rebateram a provocação - Bom dia casal 20! Disseram os dois. Katherine riu, e correu para a porta. Chegamos a varanda, onde começamos a conversar. - Você tá mesmo achando que vai conseguir me vencer em uma corrida? Disse ela amarrando os tênis. - E você acha que vai me vencer? Indaguei-a enquanto alongava as pernas e braços. - Sim. Disse ela olhando em meus olhos convicta de sua vitória – E que vença o Melhor. Disse ela me empurrando e correndo. - Ei, isso não vale. Corri atrás dela segurando-a pelos braços e passando a sua frente sorrindo. Corremos por aproximadamente 38 quilômetros, por uma estada de terra que rodeava a casa. Eu já estava cansado, mas Katherine era uma competidora e tanto, me oferecendo-me uma última corrida. Nos preparamos e finalmente disparei, corri tão rápido que perdi Katherine de vista. Cansado parei perto de um rio, respirei profundamente e olhei em meu derredor. Tudo estava girando, e minha visão tornou a ficar turva. Vi porem, do outro lado do rio, um homem, ele estava me olhando, e por um instante juro, era o velho ranzinza. “Mas o que estaria fazendo ali?” Pensei. Pouco tempo depois Katherine chegou, me virei para vela, e quando voltei minha visão para o Velho, ele não estava lá.
  • 25. Voltamos para a casa, e todos estavam na sala. Nos sentamos com eles, estavam contando suas histórias assustadoras. Era muito sem sentido, então decidi só observa-los e ouvi-los falar. - Havia uma família, que morava longe da cidade, eles eram muito discretos e não gostavam de aparecer a eventos. Eles tinham um filho, de aproximadamente 8 anos, era uma criança sadia e feliz, o que sem sombra de dúvidas fazia esta família muito feliz. Certo dia, esta criança estava no bosque... - e apareceu o lobo mal. Brincou Rodrigo rindo e contagiando os outros. - tudo bem, volte a contar... Disse Douglas. - Um dia está criança estava no bosque, e um homem parou para conversar com esta criança, pedindo que fosse a seu pai, porque precisava de hospedagem. A criança foi até seu pai, e disse exatamente o que o homem lhe havia dito. O pai desta criança, como era um homem de bem, decidiu hospeda- lo.... - Vai demorar muito? Disse Rodrigo. - Cale a boca. Disse Douglas. - Depois de algum tempo, esse homem começou a trazer problemas a esta casa. O pai do menino que era bom, agora bebia, e espancava a esposa, o filho que era saudável, agora vivia doente a esposa que se cuidava, começava a deixar de lado até mesmo seus afazeres domésticos. Um certo dia, o Pai do menino bebeu acima da conta, e o homem que estava hospedado na casa deles o disse que sua esposa o havia traído. Este homem, conta a história, voltou para sua casa furioso, e sua esposa percebendo seu estado, disse a seu filho que se escondesse debaixo de sua cama... Quando ouvi esta parte da história, meus membros inferiores começaram a estremecer e minhas mãos a suarem frio, meus olhos se fecharam, e meus ouvidos se atentaram a história. - a criança fez como sua mãe lhe havia ordenado, e se escondeu. Nesta noite, o Pai do menino havia perdido sua chave, e sem resposta da esposa, acreditou
  • 26. no que o estranho havia dito. Dizem, que o pai do menino bateu por várias e várias vezes na porta, mas o que nenhum deles sabiam era que o homem o qual eles hospedaram havia roubado as chaves e trancado a porta. O Pai do menino, bateu tantas vezes na porta que a derrubou, ao observar sua mulher que descia as escadas desesperada, pegou um machado que estava perto da porta (porque este era lenhador). Atingiu-a inúmeras vezes, e quando acabou de matá-la, se tocou do que havia feito. O Homem o qual havia hospedado chegou depois, e disse-lhe várias vezes: Olha o que você fez, é sua culpa, você causou isso, você matou-a. Lembrei-me do sonho e agora estava horrorizado, não se tratava apenas de um sonho, mas agora poderia ser realidade. Aquela cena aterrorizante poderia mesmo ter acontecido. Katherine que estava sentada ao meu lado percebeu minha situação de pânico. - Ei, o que foi? Perguntou ela. Olhei para ela, e disse: - Não foi nada. Então ela pegou em minha mão e colocou sua cabeça em meu peito. Continuamos ouvindo. - Uns dizem que a criança não foi encontrada, outros dizem que o homem hospedado criou a criança, e ensinou-o a matar. Mas até hoje não se sabe qual a versão verdadeira. Olhei para Katherine, que prestava atenção na história fascinada, então sorri, pois enquanto eu estava a me descabelar com meus sonhos, ela estava interessada a saber o fim da história. - E depois? O que aconteceu? Perguntou Mayra que estava ao seu lado. Matheus olhando para ela diz: - E eu que sei mulher! Disse ele dando boas gargalhadas, e abraçando-a. Como estava tenso, fui para fora, precisava respirar um pouco. Katherine me seguiu.
  • 27. Estava um dia estranho, pois mesmo sendo de tarde, estava tudo escuro. Me aproximei do corrimão, e olhei para o céu. E antes mesmo que Katherine me perguntasse qualquer coisa eu a disse: - Sabe ontem não te contei nada, mas eu estou com medo. Esta história, essa que o Matheus acaba de contar? Disse com calma, tentando contar o que estava se passando. - O que tem? É só uma história! Disse ela zombando de mim. Eu a interrompi antes que começasse a dizer mais alguma coisa. - O problema é que ando tendo sonhos, e esta criança, ela está no sonho, essa família, eu vejo ela morrendo, na minha frente. Falei enquanto coçava meu rosto incessantemente. Katherine percebeu que não era uma brincadeira, percebeu que eu estava realmente assustado. - Olha, está tudo bem! Eu vou te ajudar. Disse ela tentando me acalmar. Mas eu não me acalmava, porque o pior ainda não havia dito. A Casa a qual a história se refere, é a casa dos CRUSSYN. A essa altura, pirar era pouco, então eu a abracei. - Eu só queria ir embora! Disse a ela com meu rosto em seu ombro. Ela me olhou, e pude perceber que havia algo errado Vi A revelação
  • 28. - John, acho que tenho uma coisa pra te contar. Disse ela com suspense que me levava a inúmeros pensamentos - Fala! Disse enquanto levantava a cabeça e olhava nos olhos dela. Ela olhou para baixo, respirou fundo, e me disse: - Eu vou embora. Disse ela com os olhos lacrimejando. Eu olhava para ela e me levantando disse. - Como assim? Vai embora? Pra onde? Por que? Perguntei. Era a pior sensação que já havia sentido. Olhei outra vez para ela, e me levantando, agi como sempre, golpeei a parede com socos e ponta pés. - Volta aqui John! Gritou Katherine. Andando em direção ao carro gritei: - Me deixa!! Tudo tinha mudado, eu pensei que podia contar com Katherine, mas no final, não podia. Peguei o carro e sai por ai, sem saber pra onde ia. A única coisa que pensava, era em “por que ela não me contou?” Dirigir em alta velocidade não é uma boa opção quando se está chateado. Você sempre acaba encontrando o lugar errado, no meu caso, um bar. Entrei e observei que estava praticamente vazio, tinha um nome esquisito, RUSSYN Bar, mas isto não me incomodava, o que eu precisava era de tempo para pensar. Sentei e pedi uma dose de whisky, eles tinham algo chamado GARAPA DEL DIABLO, e como precisava refletir, pedi este mesmo. Estava sentado ao lado de um senhor de chapéu, ele era meio estranho, não se comunicava nem mesmo com o dono do estabelecimento, mas bebia como um Ford Schelb 2.5, ou simplesmente como um homem cheio de vontade de fazer burrada. Não sorria, não chorava, apenas bebia, uma após a outra. Quando finalmente decidiu ir embora, entregou o dinheiro e se foi, e como fui embora depois dele, vi perfeitamente, que sumiu em meio a nevoa.
  • 29. Mas não era hora de me preocupar com esse mistério, tinha que voltar para casa, e o caminho era longo, ainda mais no estado em que eu estava. Com muita dificuldade, consegui chegar a casa. Entrei com muito cuidado pela porta da sala, observei que todos estavam dormindo. Me deitei na sala, mas não tenho certeza se no sofá, meus olhos estão quase se fechando. Naquela noite, um grande barulho me fez despertar mas como estava muito atordoado, fiquei apenas deitado observando. Em algum momento, ouvi passos pela casa, era a cozinha. Me levantei devagar, quase a cair, me apoiando no sofá e nas paredes. Enquanto andava pela sala, para chegar até a cozinha, vi pelo chão marcas de sapatos, estava chovendo e isso explica a lama. Quando me apoiei na parede da cozinha, vi o homem que me aterrorizava a dias, ele estava em frente a geladeira, olhando fixamente, ele passava as mãos na geladeira, em sinal de que não entendia a presença desta. Voltei-me para a sala, e a beira da escada vi a mulher do sonho, ela me olhava desesperada. Eu me distanciei da cozinha, e fui até a mulher. Ela me olhou no fundo dos olhos, e disse: - Ele está aqui! Sussurrou baixinho. Eu continuei a olhando, e questionei. - Quem está aqui? A mulher apontou por de traz de mim, o homem estava na porta da cozinha, ele a observava com expressão de ódio. Quando olhei para a mulher, ela não estava ali. Então olhei para o homem, e mas ele não estava lá, agora eu não entendo o que aconteceu, tenho certeza de que ele esteve aqui. Subi até o quarto de Katherine, ela estava dormindo. Pelo menos foi o que eu pensei, pois quando ia fechando a porta, me chamou.
  • 30. - John, é você? Entrei devagar, pois Ana Julia estava no mesmo quarto. - Diga Katherine. Sussurrei Ela me pediu que me sentasse ao seu lado, mas eu não entendi o porquê. - John, lembra o dia em que chegamos a casa? Disse Katherine me olhando nos olhos com expressão de pânico. Eu podia ver claramente em seus olhos que estava com medo, e que escondia algo de mim - É claro que sim, foi um dia bem agitado, e você sabe bem o porquê! Enquanto terminava de falar, um clarão nos deixou mais tensos naquele instante. - Bem... na mesma noite em que chegamos, eu acordei com o choro de uma criança. Me levantei e assustada chamei por Ana Julia, mas ela não estava no quarto... a interrompi dizendo. - Foi um sonho, e nada mais, volte a dormir. Me levantei da cama, mas antes que desce um passo se quer, Katherine me puxou pelas mãos, e disse. - não foi um sonho!! Gritou em sinal de tensão. Nunca havia visto Katherine naquele estado, foi uma surpresa. Me sentei e continuei ouvindo sua história. - Eu vi um homem de capa preta na porta do quarto, pensei eu fosse um de vocês tentando pregar uma peça em mim, e por isso acendi a lâmpada, ao me virar, ele não estava mais lá. - Tudo bem Katherine, o que você quer me dizer com isso, que tem um monstro no seu armário? Perguntei ironizando, mas a verdade, é que eu sabia que isso poderia de fato ter acontecido. Katherine continuou. - Na noite em que conversamos na varanda? Disse Katherine olhando fixamente para mim. - Sim, é claro que sim. Respondi enquanto procurava entender o que ela estava tentando dizer. - Tenho certeza de que não voltei para a cama andando. E não foi você quem me levou, pois você esteve ao meu lado a noite toda.
  • 31. Naquele instante, a única coisa que pensava, era e tentar fingir que nada estava acontecendo. Mas eu por outro lado, tinha a certeza de que ela sabia o que estava acontecendo ali. Como ela sabia eu não sei, mas esse era só mais um mistério que eu teria de solucionar. - Tudo bem, mas e se foi um dos rapazes que te levou pra dentro? Criei uma suposição para o ocorrido, algo que explicasse a situação. - Impossível, eu falei com todo mundo, e me deram a garantia de que nós fomos os últimos a ir deitar. Katherine alimentava mais e mais o meu fascínio e ao mesmo tempo, meu medo do que estava acontecendo. - Acho melhor eu ir me deitar. Foi uma noite longa e cheia de indagações. Sussurrei aos ouvidos de Katherine que já estava com olheiras por preocupação. Antes de sair pela porta, Katherine sussurrou, de modo que apenas eu ouvisse. - Tem algo errado aqui John, e você sabe disso! Eu apenas me virei e fui para meu quarto. Matheus estava dormindo, como sempre com livros de Psicologia sobre seu rosto. Me deitei e pude logo sentir que a escuridão do quarto me invadia após apagar-se a luz do abajur. Meus pensamentos se escureceram, e eu pude sentir o frio da morte, ele me consumiu, mas não por completo. Oque mantinha minha Fé, era acreditar que aquilo não era uma paranoia, mas que algo estranha estava acontecendo, e algo pior estava para acontecer.