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Analisando um dos pilares da Reforma Protestante

PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA




                 Introdução histórica
Um dos pilares da Reforma Protestante, ocorrida a
 partir de 31 de outubro de 1517, quando Martinho
 Lutero afixou 95 teses à porta do Castelo de
 Wittenberg, foi o estabelecimento do livre exame
 das Escrituras.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA




Até então, a Igreja Católica, preponderante, dizia
  que somente os padres poderiam examinar as
  Escrituras. Até mesmo portar uma Bíblia era
  proibido. Tê-la em casa, impensável. As missas
  eram rezadas em latim, a língua da Vulgata.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Devemos relembrar que não havia uma
  preocupação dos governos em alfabetizar o
  povo. Somente juristas, clérigos e
  funcionários públicos de alto escalão tinham
  acesso aos estudos formais.
A isto se juntava o fato de que a geração de
  riquezas estava ligada à agricultura, sendo
  relativamente dispensável que o povão
  soubesse ler e escrever.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA




Registremos que esta versão (A Vulgata Latina)
  havia sido traduzida por Jerônimo (347-420 d.C.),
  com a intenção de popularizar o estudo bíblico.
  Outras iniciativas nas décadas posteriores
  obtiveram êxito em divulgar o texto sagrado para
  todas as pessoas. Mas...
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA




...em 1199, o papa Inocêncio III lançou-se contra os
   leigos, que "em reuniões secretas chamaram para si o
   direito de expor os escritos e pregar uns aos outros“.
Em 1229, o Concilio de Toulouse, convocado no sul da
   França, proibiu que alguém possuísse e lesse a Bíblia,
   especialmente aquela em língua vulgar, com exceção
   dos Salmos e dos passos contidos nos breviários
   autorizados!
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA




Por volta de 1439, a Alemanha fervilhava em
  suas universidades, quando foi
  revolucionada pela invenção da imprensa de
  tipos móveis. O autor, Johannes Gutenberg,
  viria a imprimir como primeiro livro
  justamente a... Bíblia!
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA




Daí à Reforma, em 1517, foi só um passo. Lutero
  lançou a pá de cal na pretensão papal, ao
  traduzir as Escrituras para o alemão comum. Em
  setembro de 1522, esta Bíblia foi lançada em
  parte e impulsionou a Reforma de maneira
  maravilhosa. Sendo completada em 1534.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA




A preocupação papal em restringir o acesso, a
  leitura e a interpretação bíblica era que não
  houvesse desvios doutrinários. O que, de fato,
  aconteceu. Mas haviam outras razões, como os
  questionamentos que os leitores começaram a
  fazer diante dos próprios desmandos
  doutrinários romanos.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
O Livro Negro da História do Cristianismo, um
  livro crítico da atuação da Igreja Católica ao
  longo dos séculos, nos informa que quando
  Lutero começou a traduzir a Bíblia em alemão,
  uma comissão de prelados enviou ao Papa, o
  seguinte relatório, em 1533:
  É preciso fazer todos os esforços possíveis para que a
       leitura do Evangelho seja permitida o mínimo
  possível... O pouco que se lê na missa já basta, que ler
    mais do que aquilo não seja permitido a quem quer
    que seja. Enquanto os homens se contentaram com
      aquele pouco, os interesses de Vossa Santidade
  prosperaram, mas quando se quis ler mais, começaram
                    a ficar prejudicados.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
O mesmo livro informa outras iniciativas tiveram
  efeito, nos anos pré e pós-Reforma.
Em 1492, os reis católicos espanhóis proibiram a
  tradução da Bíblia em língua popular.
Em 1526, o Parlamento francês ordenou o
  recolhimento de todas as Bíblias e a proibição
  de sua impressão.
Em 1558, o inquisidor de Veneza proibiu que os
  tipógrafos da cidade imprimissem traduções
  da Bíblia em língua vulgar. Em seguida, as
  Bíblias foram queimadas!
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Distante das preocupações humanas, a própria
  Bíblia reclama sua leitura. O que dizer da
  recomendação de Jesus: Examinai as
  Escrituras (João 5:39)? Da ordem paulina:
  Persiste em ler (I Timóteo 4:13)?
O próprio Salmos 1, permitido aos cristãos em
  Toulouse, registrava: Antes tem o seu prazer
  na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e
  de noite (Salmos 1:2)!?
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA




Donde concluímos que a leitura e a meditação
 bíblica sejam elementos fundamentais para o
 crescimento espiritual do crente. Alie-se a
 isto a correta interpretação afim de que não
 sejamos levados pelos ventos de doutrinas
 (Efésios 4:14).
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
          Introdução à interpretação
É fato que nem todos os leitores da Bíblia
  conseguem compreendê-la. Há capítulos,
  versículos e termos cujo significado
  verdadeiro ainda está por ser descoberto.
  Passagens inteiras desafiam os melhores
  estudiosos. O que dizer, por exemplo, de I
  Coríntios 11:10: “Portanto, a mulher deve
  ter sobre a cabeça um sinal de autoridade,
  por causa dos anjos”?
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           Introdução à interpretação
Resta evidente, e é ponto pacífico entre os
  estudiosos, que JAMAIS compreenderemos
  toda a Bíblia. Porém, isto não é motivo para
  que não a leiamos, nem a estudemos,
  especialmente, quando sabemos das
  inúmeras investidas de intérpretes das mais
  variadas intenções. É uma obrigação do salvo
  conhecer a Palavra de Deus para resistir a
  tais ataques (I Pedro 3:15).
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
          Introdução à interpretação
Por outro lado, neófitos na fé distorcem
  termos, criam falácias, fundamentam
  doutrinas vazias. Às vezes por má fé, noutras
  por desconhecimento do vernáculo, noutras
  por inchaço carnal e jactância. O bom
  intérprete não é aquele que sabe de tudo,
  mas o que busca aprofundar-se, pesquisando
  o que é correto e adequado.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
  1º Princípio - Iluminação do Espírito Santo
A Bíblia é compreendida através da fé. O
  homem carnal não pode entender as coisas
  de Deus (I Coríntios 2:14).

A Bíblia foi plenamente inspirada por Deus (II
  Pedro 1:21). Mas apesar de falar a todos os
  homens, somente o Espírito Santo é capaz de
  transmitir suas verdades ao espírito humano
  (João 16:8).
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
  1º Princípio - Iluminação do Espírito Santo
A fé significa o conteúdo bíblico. Sem ela resta
  apenas um livro cheio de boas histórias e
  ensinamentos úteis. Com fé as palavras
  saltam e tomam vida no cotidiano.
A Bíblia é único livro do mundo cujo autor tem
  presença garantida ao lado do leitor. Quando
  a lemos com fé, buscando entendê-la
  espiritualmente, o Espírito Santo se acerca
  de nós!
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            2º Princípio - Unidade
A Bíblia é una. Seu Antigo e Novo Testamento
  se interligam em um só livro, não obstante
  princípios específicos de Israel.

O Velho Testamento não pode ser desprezado.
  Como se a importância do Novo o
  suplantasse. Eles são complementares
  (Mateus 5:17; II Coríntios 3:14).
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            2º Princípio - Unidade
A Bíblia não se contradiz. Embora passagens
  debatidas possam sugerir o contrário, um
  exame mais acurado eliminará a dúvida.

O arrependimento de Deus é um exemplo
  excelente de contradição aparente. I Samuel
  15:29, termina assim: ...porquanto não é um
  homem para que se arrependa.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            2º Princípio - Unidade
Já em Gênesis 6:6, diz que Deus arrependeu-se
  de ter feito o homem. Como conciliar as duas
  citações?

A questão é que por diversas vezes o escritor
  sagrado quer transmitir figuradamente uma
  determinada ocorrência, para harmonizá-la
  com a realidade do leitor.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
             2º Princípio - Unidade
Na passagem de Gênesis 6:6, ele usa um
 recurso chamado antropopatia, que é
 atribuir a Deus um sentimento humano.

Os sites céticos se especializaram em catalogar
 passagens assim. Estudando e pesquisando
 chegamos a compreender o sentido real do
 texto.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            2º Princípio - Unidade
Ao longo da história, diversos intérpretes
 tentaram suprimir determinados livros, por
 preferirem uns aos outros.

Um intérprete sério deve ser um estudioso
 panorâmico da Bíblia. As pregações devem
 levar em conta tanto o Velho quanto o Novo
 Testamento.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
       3º Princípio – Autoridade divina
A base deste princípio é que a Bíblia é a
  Palavra de Deus, através da qual ele se revela
  ao homem, sendo a autoridade espiritual
  suprema. Deus é seu autor!
Não é preciso endeusar a Bíblia para
 compreender isto. Basta-nos entender que a
 Bíblia é a mensagem de Deus para o homem,
 a carta mais elevada enviada à alma humana.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
        3º Princípio – Autoridade divina
Mas, como ter certeza de que a Bíblia que
  temos é a mesma dos tempos da Igreja
  Primitiva?
Não temos os textos autográfos, ou seja,
 aqueles que foram escritos pessoalmente
 pelos escritores. Entretanto, a Bíblia é o livro
 antigo do qual temos mais fragmentos.
 Fragmentos estes que corroboram o texto
 que possuímos.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
        3º Princípio – Autoridade divina
Somente do NT há 24.000 fragmentos. O livro
  antigo que chega mais perto disso é a Ilíada,
  de Homero, com 500 fragmentos!?
Sem contar que a diferença entre a última
  cópia e o original da Ilíada é de 500 anos. Já
  a Bíblia tem apenas 450 anos de diferença
  entre os fragmentos de manuscritos. O que
  nos leva a concluir que a Bíblia tem, de
  longe, o maior atestado de conteúdo.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
      3º Princípio – Autoridade divina
Em 1947, nas cavernas de Qumram, foram
 encontrados manuscritos do texto hebraico
 que remontam ao tempo de Jesus. Mais de
 1800 anos à época!
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
       3º Princípio – Autoridade divina
Ainda hoje os estudiosos se debruçam sobre
  tais manuscritos, descobrindo coisas novas e
  maravilhosas sobre o texto bíblico.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
       3º Princípio – Autoridade divina
O princípio da autoridade divina coloca a
  Bíblia acima dos enunciados de qualquer
  ciência, posto que são expressão do
  pensamento humano, falível, sofismável e
  sujeito a correções e variações.
Interpretar a Bíblia descrendo da autoridade
  divina é fechar os olhos para o sopro do
  Espírito de Deus sobre aqueles que a
  escreveram – Theopneustos (II Pedro 1:21)
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
         4º Princípio – Estilo literário
Consiste em levar em conta o estilo no qual
  determinada passagem foi escrito, sob pena
  de interpretar erroneamente uma passagem.
  A Bíblia é rica em alegorias, profecias,
  símbolos e dos mais variados estilos.
Porém, nada do livro sagrado foi escrito para
  confundir, a Bíblia não é um livro para
  iniciados, mas para ser compreendido e lido.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
         4º Princípio – Estilo literário
Não faria sentido Deus criar uma carta que
  somente pessoas de determinado grau
  intelectual pudessem ler. Mas assim como
  um texto qualquer há leituras diversas numa
  só porção
O que dizer, por exemplo, da parábola de Jotão
  (Juízes 9:8-15) ou de Salmos 18:10?
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
         4º Princípio – Estilo literário
Concluímos que um bom intérprete deve ser
  ater não apenas a tais estilos, mas, quando
  possível, aos termos linguísticos típicos da
  língua hebraica e grega
Exemplos:
Santíssimo, em Isaías 6
Em verdade, em verdade (João 6:47)
Sobe, calvo (II Reis 2:23)
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
              4º Princípio – Estilo literário
Há na Bíblia, entre outros:
1)    A epopéia nacionalista de Abraão, Davi e Gedeão;
2)    A poesia dos Salmos e Jó
3)    As leis do Levítico
4)    As narrativas dos evangelhos
5)    Os ditos sapienciais de Eclesiastes
6)    Os provérbios
7)    As profecias dos profetas maiores e do Apocalipse
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Diz o ditado popular: um texto fora do
  contexto é um pretexto! Ou seja, isolar
  versículos, tentando embasar uma doutrina,
  é uma das práticas mais reprováveis a um
  intérprete da Bíblia.
Há dois tipos de contexto: o imediato e o
 remoto. O contexto imediato diz respeito aos
 versículos que circundam uma determinada
 passagem bíblica.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            5º Princípio – Contexto
Exemplo 1: A letra mata, mas o Espírito vivifica
  (II Coríntios 3:6). Podemos concluir, a partir
  do versículo, que é errado estudar teologia?
Lendo o contexto de II Coríntios 3,
  entendemos que Paulo está falando da letra
  da Lei, à qual não trazia vida para quem
  seguia, apenas servia de apoio para conduzir
  à revelação proporcionada por Cristo.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            5º Princípio – Contexto
Exemplo 2: Médico, cura-te a ti mesmo (Lucas
  4:23). Jesus condenou a medicina?

Lendo Lucas 4, entendemos que Jesus estava
  prevenindo uma colocação que seria feita
  pelos escribas e fariseus. Ele seria cobrado
  por fazer milagres na Galiléia e não em
  Jerusalém.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Exemplo 3: Tudo posso naquele que me
  fortalece (Filipenses 4:13). Podemos tudo
  mesmo?
Lendo Filipenses 4, entendemos que Paulo
  havia aprendido, por meio das provações,
  que em Cristo ele podia permanecer firme
  em qualquer situação, seja de abundância ou
  de privação.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Exemplo 4: O pecado contra o Espírito Santo
  (Mateus 12:31-32). Será que o cometemos?

O versículo trata do cuidado que devemos ter
  para não nos fazermos surdos à voz de Deus.
  Quem aborrece o Espírito Santo e peca
  contra ele se torna apático ao perdão! Se
  alguém está arrependido, esse sentimento
  vem de Deus (João 16:8)
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            5º Princípio – Contexto
Exemplo 5: I Coríntios 13:8 As línguas
  cessaram?

O versículo ressalta que quando vier o que é
  perfeito todas as coisas transitórias cessarão
  quais sejam línguas, profecias e
  conhecimento
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Exemplo 6: A Rosa de Sarom de Cantares 2:1 é
  Jesus?

No contexto entendemos que se fala de uma
 mulher, que alguns associam à Igreja. Logo, a
 Rosa de Saron não é Jesus!
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Quando o contexto é remoto, devemos
  pesquisar em diversas passagens da Bíblia
  para basear nossa interpretação.
É o caso das passagens proféticas. Elas devem
  ser analisadas em consonância com as
  demais profecias relativas àquele momento.
  Se é Milênio, o que diz Apocalipse, Daniel,
  Isaías e demais passagens correlatas? E daí
  por diante.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Algumas passagens proféticas, por exemplo,
  são restritas a pessoas e nações. Não podem
  ser estendidas à Igreja (Deuteronômio 28).
Aplicar, por exemplo, Salmos 33:12 aos
  contextos eleitorais de nosso tempo é uma
  tentativa grosseira de distorcer a promessa
  de Deus a Israel, o único povo que se chama
  pelo nome de Deus!
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Noutros casos há passagens que possuem um
cumprimento imediato e outro remoto. É o
caso de Mateus 24:15, 19. Daí a importância de
estudarmos panoramicamente a Bíblia.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            5º Princípio – Contexto
Há outros perigos em termos de contexto. O
  primeiro é isolar frases de um versículo, veja
  o caso de Não há Deus, no Salmo 14:1
O segundo perigo é não ler corretamente o
  que está escrito e forçar outra interpretação.
  Geralmente, se faz isto ao não usar os verbos
  nos tempos corretos ou esquecer as normas
  de concordância nominal ou verbo-nominal
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Exemplo 1: O dinheiro é a raiz de todos os
  males (I Timóteo 6:9-10)

Muitos leitores esquecem a palavra amor, que
 existe no texto. É o amor ao dinheiro que
 traz problemas.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Exemplo 2:
Ler como ouviram, se não há quem pregue, ao
  invés de como ouvirão...
Ler mas, como mais, e vice-versa
Ler sobre (acima) tua Palavra lançaremos a
  rede, ao invés de sob (debaixo)
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            5º Princípio – Contexto
E o terceiro é inserir coisas que não estão
  escritas na Bíblia, tanto palavras como frases.
  Muitas destas frases até possuem conceito
  correto, baseadas na sabedoria popular, mas
  não estão na Bíblia!
Exemplos: Em verdade te digo: Hoje [mesmo]
  estarás comigo no Paraíso (Lucas 23:43). Elias
  foi levado num redemoinho e não num carro
  de fogo (II Reis 2:11)
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Exemplos de frases que não são versículos:
1. A assinatura de Deus ninguém apaga
2. Deus ajuda quem cedo madruga
3. Faz por ti que eu te ajudarei
4. O cair é do homem, o levantar é de Deus
5. Dê um passo para Deus que Ele dá dois pra
   você
6. A voz do povo é a voz de Deus
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Exemplos de frases que não são versículos:
7. Deus cegou o entendimento dos incrédulos
8. Jesus é o médicos dos médicos
9. Mente vazia é oficina do Diabo
10. Não cai uma folha de uma árvore sem a
    permissão de Deus (Mateus 10:29)
11. Quem não vem pelo amor, vem pela dor
12. Quem tem promessa de Deus não morre
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Em quarto lugar, por vezes é preciso conhecer
  o contexto histórico da passagem, para
  interpretar o que está escrito.
Exemplo 1: Atos 4:13. Pedro e João não eram
  analfabetos, mas iletrados na Lei. Toda
  criança conhecia os mandamentos para
  poder fazer o Bar-Mitzvá, uma cerimônia
  realizada aos treze anos, quando o menino
  era declarado homem. Leia João 7:15.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Exemplo 2: Mateus 8:21-22. O que é enterrar
  do ponto de vista dos costumes do NT? Jesus
  mandou o homem matar seus pais.
Significa que o filho não poderia se ausentar
  de perto dos pais, até que falecessem. Nem
  o homem estava com os pais mortos, muito
  menos Jesus mandou matá-los!
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            5º Princípio – Contexto
Por vezes é necessário interpretar as figuras de
  linguagem de um texto. Em Marcos 10:25,
  por exemplo, Jesus usou uma hipérbole.
  Muitos intérpretes procuram uma porta por
  onde um camelo não passaria, mas ela não
  existe em Jerusalém!
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Não é raro ter que tomar uma característica
 como adjetivo qualificativo, ao invés de
 generalizar o conteúdo! É o caso de Daniel
 3:1. A estátua, provavelmente, não era de
 ouro, maciço, mas revestida de ouro. Tal
 característica é tomada no texto como
 generalizada.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Noutros casos o escritor quis traduzir o que
 estava vendo ou enxergando, e aí utiliza de
 recursos linguísticos que precisam ser
 compreendidos adequadamente. Apocalipse
 4:6 é um caso clássico. O mar não era de
 vidro, mas parecia, por sua transparência, ser
 deste material.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            5º Princípio – Contexto
Outro perigo é na falta de entendimento das
 línguas originais tomar emprestado citações
 de outras pessoas. Quem já não ouviu dizer
 que eros não é o amor de Deus, como se o
 Criador não houvesse feito o sexo? Outro
 caso clássico é Salmos 68:4. Já, no texto, é a
 abreviatura de Jeová. E não sinônimo de
 rápido!
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
            5º Princípio – Contexto
Noutras vezes a acepção de palavras mudaram
 com o tempo. Batizar hoje significa também
 colocar o nome de uma criança. Bode
 expiatório, é a pessoa culpada de tudo de
 ruim que outros fazem. Palavras do
 português arcaico ainda desafiam muitos
 leitores: debalde, esquife, cercania, aleivoso,
 tímido, pavês, broquel, concupiscência...
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Por fim, inúmeras informações que estão
  radicadas no inconsciente coletivo não
  possuem base bíblica. Anjos com auréolas e
  harpas, crentes anjos, Deus velhinho, Diabo
  com chifres, Maria Madalena prostituta,
  maçã ou sexo como o fruto proibido, Pedro
  como porteiro do Céu, etc. É preciso fugir
  destes lugares comuns para alcançar o
  correto entendimento de um texto.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
           5º Princípio – Contexto
Finalizamos este tópico enfatizando que não é
  necessário repreender o irmão todas as
  vezes que o virmos falando algo errado. O
  conhecimento é algo contagioso, mas vamos
  adquirindo de maneira gradual. Sempre
  teremos crentes infantis e maduros em
  nossas igrejas. Devemos, com amor, buscar
  harmonizar os diversos níveis afim de que o
  corpo todo cresça uniformemente.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
                            Bibliografia
 1.     Soares, Márcio. Princípios de Interpretação da Bíblia. E-
                          book disponível em
      http://www.seradorador.com.br/Docs/Principios_Interpret
                        acao_Biblia_E-book.pdf
 2.     O Livro Negro do Cristianismo, Jacopo Fo, Sérgio Tomat,
                            Laura Malucelli
3.     Downing, David C. O que você sabe pode não estar certo.
                              Editora Vida

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Princípios da interpretação bíblica

  • 1. Analisando um dos pilares da Reforma Protestante PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
  • 2. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Introdução histórica Um dos pilares da Reforma Protestante, ocorrida a partir de 31 de outubro de 1517, quando Martinho Lutero afixou 95 teses à porta do Castelo de Wittenberg, foi o estabelecimento do livre exame das Escrituras.
  • 3. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Até então, a Igreja Católica, preponderante, dizia que somente os padres poderiam examinar as Escrituras. Até mesmo portar uma Bíblia era proibido. Tê-la em casa, impensável. As missas eram rezadas em latim, a língua da Vulgata.
  • 4. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Devemos relembrar que não havia uma preocupação dos governos em alfabetizar o povo. Somente juristas, clérigos e funcionários públicos de alto escalão tinham acesso aos estudos formais. A isto se juntava o fato de que a geração de riquezas estava ligada à agricultura, sendo relativamente dispensável que o povão soubesse ler e escrever.
  • 5. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Registremos que esta versão (A Vulgata Latina) havia sido traduzida por Jerônimo (347-420 d.C.), com a intenção de popularizar o estudo bíblico. Outras iniciativas nas décadas posteriores obtiveram êxito em divulgar o texto sagrado para todas as pessoas. Mas...
  • 6. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA ...em 1199, o papa Inocêncio III lançou-se contra os leigos, que "em reuniões secretas chamaram para si o direito de expor os escritos e pregar uns aos outros“. Em 1229, o Concilio de Toulouse, convocado no sul da França, proibiu que alguém possuísse e lesse a Bíblia, especialmente aquela em língua vulgar, com exceção dos Salmos e dos passos contidos nos breviários autorizados!
  • 7. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Por volta de 1439, a Alemanha fervilhava em suas universidades, quando foi revolucionada pela invenção da imprensa de tipos móveis. O autor, Johannes Gutenberg, viria a imprimir como primeiro livro justamente a... Bíblia!
  • 8. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Daí à Reforma, em 1517, foi só um passo. Lutero lançou a pá de cal na pretensão papal, ao traduzir as Escrituras para o alemão comum. Em setembro de 1522, esta Bíblia foi lançada em parte e impulsionou a Reforma de maneira maravilhosa. Sendo completada em 1534.
  • 9. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA A preocupação papal em restringir o acesso, a leitura e a interpretação bíblica era que não houvesse desvios doutrinários. O que, de fato, aconteceu. Mas haviam outras razões, como os questionamentos que os leitores começaram a fazer diante dos próprios desmandos doutrinários romanos.
  • 10. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA O Livro Negro da História do Cristianismo, um livro crítico da atuação da Igreja Católica ao longo dos séculos, nos informa que quando Lutero começou a traduzir a Bíblia em alemão, uma comissão de prelados enviou ao Papa, o seguinte relatório, em 1533: É preciso fazer todos os esforços possíveis para que a leitura do Evangelho seja permitida o mínimo possível... O pouco que se lê na missa já basta, que ler mais do que aquilo não seja permitido a quem quer que seja. Enquanto os homens se contentaram com aquele pouco, os interesses de Vossa Santidade prosperaram, mas quando se quis ler mais, começaram a ficar prejudicados.
  • 11. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA O mesmo livro informa outras iniciativas tiveram efeito, nos anos pré e pós-Reforma. Em 1492, os reis católicos espanhóis proibiram a tradução da Bíblia em língua popular. Em 1526, o Parlamento francês ordenou o recolhimento de todas as Bíblias e a proibição de sua impressão. Em 1558, o inquisidor de Veneza proibiu que os tipógrafos da cidade imprimissem traduções da Bíblia em língua vulgar. Em seguida, as Bíblias foram queimadas!
  • 12. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Distante das preocupações humanas, a própria Bíblia reclama sua leitura. O que dizer da recomendação de Jesus: Examinai as Escrituras (João 5:39)? Da ordem paulina: Persiste em ler (I Timóteo 4:13)? O próprio Salmos 1, permitido aos cristãos em Toulouse, registrava: Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite (Salmos 1:2)!?
  • 13. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Donde concluímos que a leitura e a meditação bíblica sejam elementos fundamentais para o crescimento espiritual do crente. Alie-se a isto a correta interpretação afim de que não sejamos levados pelos ventos de doutrinas (Efésios 4:14).
  • 14. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Introdução à interpretação É fato que nem todos os leitores da Bíblia conseguem compreendê-la. Há capítulos, versículos e termos cujo significado verdadeiro ainda está por ser descoberto. Passagens inteiras desafiam os melhores estudiosos. O que dizer, por exemplo, de I Coríntios 11:10: “Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade, por causa dos anjos”?
  • 15. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Introdução à interpretação Resta evidente, e é ponto pacífico entre os estudiosos, que JAMAIS compreenderemos toda a Bíblia. Porém, isto não é motivo para que não a leiamos, nem a estudemos, especialmente, quando sabemos das inúmeras investidas de intérpretes das mais variadas intenções. É uma obrigação do salvo conhecer a Palavra de Deus para resistir a tais ataques (I Pedro 3:15).
  • 16. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Introdução à interpretação Por outro lado, neófitos na fé distorcem termos, criam falácias, fundamentam doutrinas vazias. Às vezes por má fé, noutras por desconhecimento do vernáculo, noutras por inchaço carnal e jactância. O bom intérprete não é aquele que sabe de tudo, mas o que busca aprofundar-se, pesquisando o que é correto e adequado.
  • 17. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 1º Princípio - Iluminação do Espírito Santo A Bíblia é compreendida através da fé. O homem carnal não pode entender as coisas de Deus (I Coríntios 2:14). A Bíblia foi plenamente inspirada por Deus (II Pedro 1:21). Mas apesar de falar a todos os homens, somente o Espírito Santo é capaz de transmitir suas verdades ao espírito humano (João 16:8).
  • 18. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 1º Princípio - Iluminação do Espírito Santo A fé significa o conteúdo bíblico. Sem ela resta apenas um livro cheio de boas histórias e ensinamentos úteis. Com fé as palavras saltam e tomam vida no cotidiano. A Bíblia é único livro do mundo cujo autor tem presença garantida ao lado do leitor. Quando a lemos com fé, buscando entendê-la espiritualmente, o Espírito Santo se acerca de nós!
  • 19. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 2º Princípio - Unidade A Bíblia é una. Seu Antigo e Novo Testamento se interligam em um só livro, não obstante princípios específicos de Israel. O Velho Testamento não pode ser desprezado. Como se a importância do Novo o suplantasse. Eles são complementares (Mateus 5:17; II Coríntios 3:14).
  • 20. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 2º Princípio - Unidade A Bíblia não se contradiz. Embora passagens debatidas possam sugerir o contrário, um exame mais acurado eliminará a dúvida. O arrependimento de Deus é um exemplo excelente de contradição aparente. I Samuel 15:29, termina assim: ...porquanto não é um homem para que se arrependa.
  • 21. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 2º Princípio - Unidade Já em Gênesis 6:6, diz que Deus arrependeu-se de ter feito o homem. Como conciliar as duas citações? A questão é que por diversas vezes o escritor sagrado quer transmitir figuradamente uma determinada ocorrência, para harmonizá-la com a realidade do leitor.
  • 22. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 2º Princípio - Unidade Na passagem de Gênesis 6:6, ele usa um recurso chamado antropopatia, que é atribuir a Deus um sentimento humano. Os sites céticos se especializaram em catalogar passagens assim. Estudando e pesquisando chegamos a compreender o sentido real do texto.
  • 23. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 2º Princípio - Unidade Ao longo da história, diversos intérpretes tentaram suprimir determinados livros, por preferirem uns aos outros. Um intérprete sério deve ser um estudioso panorâmico da Bíblia. As pregações devem levar em conta tanto o Velho quanto o Novo Testamento.
  • 24. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 3º Princípio – Autoridade divina A base deste princípio é que a Bíblia é a Palavra de Deus, através da qual ele se revela ao homem, sendo a autoridade espiritual suprema. Deus é seu autor! Não é preciso endeusar a Bíblia para compreender isto. Basta-nos entender que a Bíblia é a mensagem de Deus para o homem, a carta mais elevada enviada à alma humana.
  • 25. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 3º Princípio – Autoridade divina Mas, como ter certeza de que a Bíblia que temos é a mesma dos tempos da Igreja Primitiva? Não temos os textos autográfos, ou seja, aqueles que foram escritos pessoalmente pelos escritores. Entretanto, a Bíblia é o livro antigo do qual temos mais fragmentos. Fragmentos estes que corroboram o texto que possuímos.
  • 26. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 3º Princípio – Autoridade divina Somente do NT há 24.000 fragmentos. O livro antigo que chega mais perto disso é a Ilíada, de Homero, com 500 fragmentos!? Sem contar que a diferença entre a última cópia e o original da Ilíada é de 500 anos. Já a Bíblia tem apenas 450 anos de diferença entre os fragmentos de manuscritos. O que nos leva a concluir que a Bíblia tem, de longe, o maior atestado de conteúdo.
  • 27. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 3º Princípio – Autoridade divina Em 1947, nas cavernas de Qumram, foram encontrados manuscritos do texto hebraico que remontam ao tempo de Jesus. Mais de 1800 anos à época!
  • 28. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 3º Princípio – Autoridade divina Ainda hoje os estudiosos se debruçam sobre tais manuscritos, descobrindo coisas novas e maravilhosas sobre o texto bíblico.
  • 29. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 3º Princípio – Autoridade divina O princípio da autoridade divina coloca a Bíblia acima dos enunciados de qualquer ciência, posto que são expressão do pensamento humano, falível, sofismável e sujeito a correções e variações. Interpretar a Bíblia descrendo da autoridade divina é fechar os olhos para o sopro do Espírito de Deus sobre aqueles que a escreveram – Theopneustos (II Pedro 1:21)
  • 30. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 4º Princípio – Estilo literário Consiste em levar em conta o estilo no qual determinada passagem foi escrito, sob pena de interpretar erroneamente uma passagem. A Bíblia é rica em alegorias, profecias, símbolos e dos mais variados estilos. Porém, nada do livro sagrado foi escrito para confundir, a Bíblia não é um livro para iniciados, mas para ser compreendido e lido.
  • 31. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 4º Princípio – Estilo literário Não faria sentido Deus criar uma carta que somente pessoas de determinado grau intelectual pudessem ler. Mas assim como um texto qualquer há leituras diversas numa só porção O que dizer, por exemplo, da parábola de Jotão (Juízes 9:8-15) ou de Salmos 18:10?
  • 32. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 4º Princípio – Estilo literário Concluímos que um bom intérprete deve ser ater não apenas a tais estilos, mas, quando possível, aos termos linguísticos típicos da língua hebraica e grega Exemplos: Santíssimo, em Isaías 6 Em verdade, em verdade (João 6:47) Sobe, calvo (II Reis 2:23)
  • 33. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 4º Princípio – Estilo literário Há na Bíblia, entre outros: 1) A epopéia nacionalista de Abraão, Davi e Gedeão; 2) A poesia dos Salmos e Jó 3) As leis do Levítico 4) As narrativas dos evangelhos 5) Os ditos sapienciais de Eclesiastes 6) Os provérbios 7) As profecias dos profetas maiores e do Apocalipse
  • 34. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Diz o ditado popular: um texto fora do contexto é um pretexto! Ou seja, isolar versículos, tentando embasar uma doutrina, é uma das práticas mais reprováveis a um intérprete da Bíblia. Há dois tipos de contexto: o imediato e o remoto. O contexto imediato diz respeito aos versículos que circundam uma determinada passagem bíblica.
  • 35. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplo 1: A letra mata, mas o Espírito vivifica (II Coríntios 3:6). Podemos concluir, a partir do versículo, que é errado estudar teologia? Lendo o contexto de II Coríntios 3, entendemos que Paulo está falando da letra da Lei, à qual não trazia vida para quem seguia, apenas servia de apoio para conduzir à revelação proporcionada por Cristo.
  • 36. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplo 2: Médico, cura-te a ti mesmo (Lucas 4:23). Jesus condenou a medicina? Lendo Lucas 4, entendemos que Jesus estava prevenindo uma colocação que seria feita pelos escribas e fariseus. Ele seria cobrado por fazer milagres na Galiléia e não em Jerusalém.
  • 37. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplo 3: Tudo posso naquele que me fortalece (Filipenses 4:13). Podemos tudo mesmo? Lendo Filipenses 4, entendemos que Paulo havia aprendido, por meio das provações, que em Cristo ele podia permanecer firme em qualquer situação, seja de abundância ou de privação.
  • 38. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplo 4: O pecado contra o Espírito Santo (Mateus 12:31-32). Será que o cometemos? O versículo trata do cuidado que devemos ter para não nos fazermos surdos à voz de Deus. Quem aborrece o Espírito Santo e peca contra ele se torna apático ao perdão! Se alguém está arrependido, esse sentimento vem de Deus (João 16:8)
  • 39. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplo 5: I Coríntios 13:8 As línguas cessaram? O versículo ressalta que quando vier o que é perfeito todas as coisas transitórias cessarão quais sejam línguas, profecias e conhecimento
  • 40. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplo 6: A Rosa de Sarom de Cantares 2:1 é Jesus? No contexto entendemos que se fala de uma mulher, que alguns associam à Igreja. Logo, a Rosa de Saron não é Jesus!
  • 41. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Quando o contexto é remoto, devemos pesquisar em diversas passagens da Bíblia para basear nossa interpretação. É o caso das passagens proféticas. Elas devem ser analisadas em consonância com as demais profecias relativas àquele momento. Se é Milênio, o que diz Apocalipse, Daniel, Isaías e demais passagens correlatas? E daí por diante.
  • 42. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Algumas passagens proféticas, por exemplo, são restritas a pessoas e nações. Não podem ser estendidas à Igreja (Deuteronômio 28). Aplicar, por exemplo, Salmos 33:12 aos contextos eleitorais de nosso tempo é uma tentativa grosseira de distorcer a promessa de Deus a Israel, o único povo que se chama pelo nome de Deus!
  • 43. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Noutros casos há passagens que possuem um cumprimento imediato e outro remoto. É o caso de Mateus 24:15, 19. Daí a importância de estudarmos panoramicamente a Bíblia.
  • 44. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Há outros perigos em termos de contexto. O primeiro é isolar frases de um versículo, veja o caso de Não há Deus, no Salmo 14:1 O segundo perigo é não ler corretamente o que está escrito e forçar outra interpretação. Geralmente, se faz isto ao não usar os verbos nos tempos corretos ou esquecer as normas de concordância nominal ou verbo-nominal
  • 45. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplo 1: O dinheiro é a raiz de todos os males (I Timóteo 6:9-10) Muitos leitores esquecem a palavra amor, que existe no texto. É o amor ao dinheiro que traz problemas.
  • 46. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplo 2: Ler como ouviram, se não há quem pregue, ao invés de como ouvirão... Ler mas, como mais, e vice-versa Ler sobre (acima) tua Palavra lançaremos a rede, ao invés de sob (debaixo)
  • 47. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto E o terceiro é inserir coisas que não estão escritas na Bíblia, tanto palavras como frases. Muitas destas frases até possuem conceito correto, baseadas na sabedoria popular, mas não estão na Bíblia! Exemplos: Em verdade te digo: Hoje [mesmo] estarás comigo no Paraíso (Lucas 23:43). Elias foi levado num redemoinho e não num carro de fogo (II Reis 2:11)
  • 48. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplos de frases que não são versículos: 1. A assinatura de Deus ninguém apaga 2. Deus ajuda quem cedo madruga 3. Faz por ti que eu te ajudarei 4. O cair é do homem, o levantar é de Deus 5. Dê um passo para Deus que Ele dá dois pra você 6. A voz do povo é a voz de Deus
  • 49. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplos de frases que não são versículos: 7. Deus cegou o entendimento dos incrédulos 8. Jesus é o médicos dos médicos 9. Mente vazia é oficina do Diabo 10. Não cai uma folha de uma árvore sem a permissão de Deus (Mateus 10:29) 11. Quem não vem pelo amor, vem pela dor 12. Quem tem promessa de Deus não morre
  • 50. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Em quarto lugar, por vezes é preciso conhecer o contexto histórico da passagem, para interpretar o que está escrito. Exemplo 1: Atos 4:13. Pedro e João não eram analfabetos, mas iletrados na Lei. Toda criança conhecia os mandamentos para poder fazer o Bar-Mitzvá, uma cerimônia realizada aos treze anos, quando o menino era declarado homem. Leia João 7:15.
  • 51. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Exemplo 2: Mateus 8:21-22. O que é enterrar do ponto de vista dos costumes do NT? Jesus mandou o homem matar seus pais. Significa que o filho não poderia se ausentar de perto dos pais, até que falecessem. Nem o homem estava com os pais mortos, muito menos Jesus mandou matá-los!
  • 52. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Por vezes é necessário interpretar as figuras de linguagem de um texto. Em Marcos 10:25, por exemplo, Jesus usou uma hipérbole. Muitos intérpretes procuram uma porta por onde um camelo não passaria, mas ela não existe em Jerusalém!
  • 53. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Não é raro ter que tomar uma característica como adjetivo qualificativo, ao invés de generalizar o conteúdo! É o caso de Daniel 3:1. A estátua, provavelmente, não era de ouro, maciço, mas revestida de ouro. Tal característica é tomada no texto como generalizada.
  • 54. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Noutros casos o escritor quis traduzir o que estava vendo ou enxergando, e aí utiliza de recursos linguísticos que precisam ser compreendidos adequadamente. Apocalipse 4:6 é um caso clássico. O mar não era de vidro, mas parecia, por sua transparência, ser deste material.
  • 55. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Outro perigo é na falta de entendimento das línguas originais tomar emprestado citações de outras pessoas. Quem já não ouviu dizer que eros não é o amor de Deus, como se o Criador não houvesse feito o sexo? Outro caso clássico é Salmos 68:4. Já, no texto, é a abreviatura de Jeová. E não sinônimo de rápido!
  • 56. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Noutras vezes a acepção de palavras mudaram com o tempo. Batizar hoje significa também colocar o nome de uma criança. Bode expiatório, é a pessoa culpada de tudo de ruim que outros fazem. Palavras do português arcaico ainda desafiam muitos leitores: debalde, esquife, cercania, aleivoso, tímido, pavês, broquel, concupiscência...
  • 57. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Por fim, inúmeras informações que estão radicadas no inconsciente coletivo não possuem base bíblica. Anjos com auréolas e harpas, crentes anjos, Deus velhinho, Diabo com chifres, Maria Madalena prostituta, maçã ou sexo como o fruto proibido, Pedro como porteiro do Céu, etc. É preciso fugir destes lugares comuns para alcançar o correto entendimento de um texto.
  • 58. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA 5º Princípio – Contexto Finalizamos este tópico enfatizando que não é necessário repreender o irmão todas as vezes que o virmos falando algo errado. O conhecimento é algo contagioso, mas vamos adquirindo de maneira gradual. Sempre teremos crentes infantis e maduros em nossas igrejas. Devemos, com amor, buscar harmonizar os diversos níveis afim de que o corpo todo cresça uniformemente.
  • 59. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Bibliografia 1. Soares, Márcio. Princípios de Interpretação da Bíblia. E- book disponível em http://www.seradorador.com.br/Docs/Principios_Interpret acao_Biblia_E-book.pdf 2. O Livro Negro do Cristianismo, Jacopo Fo, Sérgio Tomat, Laura Malucelli 3. Downing, David C. O que você sabe pode não estar certo. Editora Vida