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Cristina Regadas Maranhão e
Bric-à-Brac
convidam para exposição
A LUZ DA ALMA do pintor

com curadoria de Socorrinho Lamenha
homenagem ao pintor Fernando Lopes
A LUZ DA ALMA
Socorrinho Lamenha

Se existe algo de que não se pode acusar o pintor
Eduardo Xavier é de ser incoerente. Pintor. Pintor, sim!!
Não artista plástico, multimeios, multimídias ou
quaisquer outras denominações tão a gosto da
contemporaneidade. Pintor, fiel ao ofício secular e
avesso a modismos e neologismos.
Sua obra vem de muito focando gente. Tipos
populares na maioria das vezes invisíveis aos nossos
olhos. Já foram os vigias noturnos e os catadores de
papel, sombras esgueirando-se pelas ruelas e becos da
cidade adormecida e sustentando-se de seus restos. Já
foram os ciclistas, não os atletas, mas os trabalhadores
usuários do mais singelo meio de transporte,
desconsiderados no trânsito desobediente das leis.
Todos eles sobreviventes, teimando em existir, apesar
da invisibilidade.
Sua obra é, no fim, o exercício da alteridade,
coerente com sua formação em Psicologia e com sua
vivência nos palcos.
Nesta exposição Eduardo Xavier nos
apresenta aos feirantes do Mercado Público de sua
cidade natal, São Miguel dos Campos, Alagoas. Ilustres
desconhecidos, camaleonicamente metamorfoseados
na miscelânea de cores, sabores e cheiros dos produtos
dos quais tiram seu sustento e que nos alimentam.
Estes são seres diurnos, cuja labuta começa
invariavelmente antes do nascer do sol. Sol que nos
Nesta mostra, mais uma vez no antiquário Bric-àBrac, em uma ironia não tão sutil, eles estão feericamente
iluminados por lustres de cristal, exibidos em uma ambiente
com mobiliário e acessórios clássicos, trazendo o povo para a
luz do reconhecimento através de referências aos nobres
salões da aristocracia.
E mais uma vez fiel ao gosto pela cor, Eduardo
esmera-se na utilização das relações complementares,
obtendo contrastes que evidenciam e reforçam a
personalidade dos retratados, colocados sob a lente de um
observador atento às nuances psicológicas de suas
personalidades.
Nas palavras do próprio artista: “ Essa exposição em
particular é uma observação psicológica dos meus personagens,
o gosto em que tenho de ver expressões de gente simples,
perscrutar suas almas, mesmo que endurecida pelo labor
pesado. Tem retratado aí que, de costas, fala mais do que se
estivesse de frente, imagine isso! ”
Os retratos são absolutamente expressivos e
realistas, mesmo que em alguns não consigamos ver seus
rostos. Eles se escondem de nós ou nós os ignoramos? A
visão de peles gretadas, mãos calejadas ou roupas rotas não
são exatamente um deleite para muitos.
E continuamos fingindo não enxergá-los. São parte de uma
engrenagem que nos abastece, peças de facílima reposição,
substituíveis.
Agora destacados pela ambiência, cercados de
bom gosto e esplendidamente iluminados , finalmente tornamse visíveis, propiciando-nos a coragem de olhá-los de frente e
penetrar suas almas.
Eduardo Xavier devota no seu ofício de pintor
o amor pela figura humana e se debruça na figura, no
traço e se envolve na cor. Nessa mostra, três
aparentemente insólitas naturezas-mortas compõem o
conjunto de óleos. Qual a intenção do pintor? Enigma,
charada ou provocação? Mordaz e dotado de irrequieto
bom humor, o pintor pode querer dizer algo disso, tudo
isso ou nada disso. Pode ser apenas pintura!
Autoditada, Eduardo Xavier nasceu em São Miguel dos Campos,
Alagoas, em 1958. Começou a pintar ainda criança copiando cenas religiosas do
seu livro de catecismo no Educandário Rosal Infantil. Frequentou a partir de
1970 o atelier do pintor Roberto Lopes, ainda em São Miguel e em 1975 travou
conhecimento e amizade com o pintor Fernando Lopes de quem recebeu sólidas
informações sobre Arte. Em noturnas, acaloradas e miguelenses reuniões,
vários amigos capitaneados por FL se juntavam para opinar sobres temas que
versavam ora sobre Proust, Mário de Sá-Carneiro, Guimarães Rosa ou Cecília
Meireles, ora sobre Mozart, Brahms e as Sonatas para piano de Beethoven,
Lupicínio Rodrigues, Tom Jobim, Maria Bethânia ou Ella Fritzgerald, ora sobre
Bauhaus, Tapiès, Botticelli ou Cèzanne. Foi através de Fernando que Eduardo
Xavier foi apresentado ao público, tendo exposto pela primeira vez em 1977,
numa coletiva realizada na Aliança Francesa, em Maceió. Expôs individualmente
pela primeira vez em 1983 na extinta Graffitti Galeria e no Antiquáario Bric-àBrac em 1995. Tem em seu currículo dezenas de exposições, entre coletivas e
individuais, inúmeros trabalhos para cenários e figurinos teatrais, ilustração de
livros e está citado nos mais importantes compêndios sobre a pintura em
Alagoas. Tem premiações nas áreas da Pintura, Teatro e Música já que transita
por algumas dessas formas de expressão artística.
Abertura/05 de Dezembro de 2013
Hora/17:00 às 21:00
Encerramento/20 de dezembro de 2013

Rua Sá e Albuquerque, 28/Jaraguá
Maceió/Alagoas
CEP/57025-180
Fone/(82) 3327.6922
E-mail/ contato@bricabracmaceio.com.br

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  • 1. Cristina Regadas Maranhão e Bric-à-Brac convidam para exposição A LUZ DA ALMA do pintor com curadoria de Socorrinho Lamenha homenagem ao pintor Fernando Lopes
  • 2. A LUZ DA ALMA Socorrinho Lamenha Se existe algo de que não se pode acusar o pintor Eduardo Xavier é de ser incoerente. Pintor. Pintor, sim!! Não artista plástico, multimeios, multimídias ou quaisquer outras denominações tão a gosto da contemporaneidade. Pintor, fiel ao ofício secular e avesso a modismos e neologismos. Sua obra vem de muito focando gente. Tipos populares na maioria das vezes invisíveis aos nossos olhos. Já foram os vigias noturnos e os catadores de papel, sombras esgueirando-se pelas ruelas e becos da cidade adormecida e sustentando-se de seus restos. Já foram os ciclistas, não os atletas, mas os trabalhadores usuários do mais singelo meio de transporte, desconsiderados no trânsito desobediente das leis. Todos eles sobreviventes, teimando em existir, apesar da invisibilidade. Sua obra é, no fim, o exercício da alteridade, coerente com sua formação em Psicologia e com sua vivência nos palcos. Nesta exposição Eduardo Xavier nos apresenta aos feirantes do Mercado Público de sua cidade natal, São Miguel dos Campos, Alagoas. Ilustres desconhecidos, camaleonicamente metamorfoseados na miscelânea de cores, sabores e cheiros dos produtos dos quais tiram seu sustento e que nos alimentam. Estes são seres diurnos, cuja labuta começa invariavelmente antes do nascer do sol. Sol que nos
  • 3. Nesta mostra, mais uma vez no antiquário Bric-àBrac, em uma ironia não tão sutil, eles estão feericamente iluminados por lustres de cristal, exibidos em uma ambiente com mobiliário e acessórios clássicos, trazendo o povo para a luz do reconhecimento através de referências aos nobres salões da aristocracia. E mais uma vez fiel ao gosto pela cor, Eduardo esmera-se na utilização das relações complementares, obtendo contrastes que evidenciam e reforçam a personalidade dos retratados, colocados sob a lente de um observador atento às nuances psicológicas de suas personalidades. Nas palavras do próprio artista: “ Essa exposição em particular é uma observação psicológica dos meus personagens, o gosto em que tenho de ver expressões de gente simples, perscrutar suas almas, mesmo que endurecida pelo labor pesado. Tem retratado aí que, de costas, fala mais do que se estivesse de frente, imagine isso! ” Os retratos são absolutamente expressivos e realistas, mesmo que em alguns não consigamos ver seus rostos. Eles se escondem de nós ou nós os ignoramos? A visão de peles gretadas, mãos calejadas ou roupas rotas não são exatamente um deleite para muitos. E continuamos fingindo não enxergá-los. São parte de uma engrenagem que nos abastece, peças de facílima reposição, substituíveis. Agora destacados pela ambiência, cercados de bom gosto e esplendidamente iluminados , finalmente tornamse visíveis, propiciando-nos a coragem de olhá-los de frente e penetrar suas almas.
  • 4. Eduardo Xavier devota no seu ofício de pintor o amor pela figura humana e se debruça na figura, no traço e se envolve na cor. Nessa mostra, três aparentemente insólitas naturezas-mortas compõem o conjunto de óleos. Qual a intenção do pintor? Enigma, charada ou provocação? Mordaz e dotado de irrequieto bom humor, o pintor pode querer dizer algo disso, tudo isso ou nada disso. Pode ser apenas pintura!
  • 5. Autoditada, Eduardo Xavier nasceu em São Miguel dos Campos, Alagoas, em 1958. Começou a pintar ainda criança copiando cenas religiosas do seu livro de catecismo no Educandário Rosal Infantil. Frequentou a partir de 1970 o atelier do pintor Roberto Lopes, ainda em São Miguel e em 1975 travou conhecimento e amizade com o pintor Fernando Lopes de quem recebeu sólidas informações sobre Arte. Em noturnas, acaloradas e miguelenses reuniões, vários amigos capitaneados por FL se juntavam para opinar sobres temas que versavam ora sobre Proust, Mário de Sá-Carneiro, Guimarães Rosa ou Cecília Meireles, ora sobre Mozart, Brahms e as Sonatas para piano de Beethoven, Lupicínio Rodrigues, Tom Jobim, Maria Bethânia ou Ella Fritzgerald, ora sobre Bauhaus, Tapiès, Botticelli ou Cèzanne. Foi através de Fernando que Eduardo Xavier foi apresentado ao público, tendo exposto pela primeira vez em 1977, numa coletiva realizada na Aliança Francesa, em Maceió. Expôs individualmente pela primeira vez em 1983 na extinta Graffitti Galeria e no Antiquáario Bric-àBrac em 1995. Tem em seu currículo dezenas de exposições, entre coletivas e individuais, inúmeros trabalhos para cenários e figurinos teatrais, ilustração de livros e está citado nos mais importantes compêndios sobre a pintura em Alagoas. Tem premiações nas áreas da Pintura, Teatro e Música já que transita por algumas dessas formas de expressão artística.
  • 6. Abertura/05 de Dezembro de 2013 Hora/17:00 às 21:00 Encerramento/20 de dezembro de 2013 Rua Sá e Albuquerque, 28/Jaraguá Maceió/Alagoas CEP/57025-180 Fone/(82) 3327.6922 E-mail/ contato@bricabracmaceio.com.br