Seminário ANCP 2018 - Calibração e validação de DEPs genômicas (Clarified Nel...
Comparação do-ganho-genético-artigo
1. Comparação do Ganho Genético Sob Diferentes Cenários de Seleção E Acasalamento
Autores: Raysildo Barbosa Lôbo, Luís Gustavo Girardi Figueiredo, ANCP, Ribeirão Preto - SP,
Email:raysildo@ancp.org.br, pesquisa@ancp.org.br , www.ancp.org.br
Resumo: Os objetivos deste trabalho é apresentar o efeito da seleção e acasalamentos eficientes sobre a evolução genética do rebanho. Para análise dos efeitos da seleção e da estratégia de acasalamentos empregadas comparou-se média dos MGTs dos pais utilizados nos acasalamentos e seu efeito na a evolução genética do rebanho segundo as médias do MGT das progênies nascidas da safra 2004 a 2013. Foram criados quatro grupos com populações que realizam diferentes estratégias de seleção e acasalamentos. Observou-se que todas as populações apresentaram ganho genético para o MGT, mas este ganho ocorreu de forma efetiva para as populações P1 (0,80 u.d.p.g/ano) e P3 (1,27 u.d.p.g/ano).
Introdução
A exigência do mercado de reprodutores em relação à qualidade genética de touros e matrizes tem aumentado a cada ano. Para que seja possível disponibilizar estes animais, que atendam esta demanda é preciso, que o processo de melhoramento genético seja contínuo e eficiente.
A evolução genética de um rebanho tem como base a utilização de reprodutores de alto potencial genético, a realização de acasalamentos dirigidos, a redução do intervalo de gerações e a intensidade de seleção aplicada ao rebanho, mas muitas vezes, alguns ou vários, destes fatores são negligenciados durante o processo de melhoramento do rebanho, causando perdas de ganho genético ou/e ineficiência na identificação e produção de animais de alto potencial genético.
Os objetivos deste trabalho é apresentar o efeito da seleção e acasalamentos eficientes sobre a evolução genética do rebanho.
Material e Métodos
O conjunto de dados contendo os méritos genéticos totais (MGT) e as respectivas acurácias utilizadas nesse estudo pertence à Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), onde se analisou o cenário seletivo aplicado nos animais destinados à reprodução e a estratégia de acasalamentos empregada e seus efeitos a sobre a evolução genética do Mérito Genético Total (MGT), índice arbitrário expresso em unidades de desvio padrão genético (u.d.p.g) (LÔBO et al., 2014).
2. Para análise dos efeitos da seleção e da estratégia de acasalamentos empregadas comparou-se média das DEPs dos pais utilizados nos acasalamentos e seu efeito na a evolução genética do rebanho segundo as médias do MGT das progênies nascidas da safra 2004 a 2013. Foram criados quatro grupos com populações que realizam diferentes estratégias de seleção e acasalamentos, que apresentam níveis médios de endogamia estáveis em torno de 5%.
As tendências genéticas foram estimadas pela regressão dos valores genéticos médios sobre unidade de tempo, ao longo dos anos de nascimento. As tendências médias correspondem ao ganho genético, estimados a partir dos coeficientes de regressão.
O banco de dados foi formado por 24.661 progênies de 457 touros com 7.788 matrizes, como média 8,95 u.d.p.g para MGT.
Resultados e Discussão
As médias dos valores genéticos do MGT para as quatro populações são 12,85u.d.p.g; 0,46u.d.p.g; 5,17u.d.p.g e 8,96u.d.p.g respectivamente para P1, P2, P3 e P4 onde se pode verificar o efeito de diferentes cenários de seleção, pois estas populações se encontram em momentos diferentes do processo seletivo.
As médias dos MGT dos reprodutores utilizados para a formação destas populações em um período de 10 anos (Figura 1), onde é possível verificar que estas populações utilizam sistemas e critérios diferentes no momento dos acasalamentos.
Figura 1 – Média dos valores genéticos do MGT dos reprodutores utilizados nas safras 2004 a 2013 para as quatro populações.
A média de MGT dos reprodutores utilizados foram 15,91u.d.p.g; 1,17u.d.p.g; 10,29u.d.p.g; 14,70u.d.p.g para touros e 9,82u.d.p.g; -0,24u.d.p.g; 0,04u.d.p.g; 3,16u.d.p.g para matrizes respectivamente para as populações P1, P2, P3 e P4, tais resultados sugerem que a população P2 apresenta menor ganho genéticos e que a população P1 apresentam um maior ganho que as demais, o que não confirmado, após as análises tendências genéticas destas populações (Figura 2).
-5,00
0,00
5,00
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2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
MGT (u.d.p.g.)
Safra
P1
P2
P3
P4
3. Figura 2 – Evolução genética do MGT, das quatro populações para as progênies nascidas nas safras 2004 a 2013.
Os ganhos genéticos obtidos pelas populações forma 0,80 u.d.p.g/ano; 0,27 u.d.p.g/ano; 1,27 u.d.p.g/ano; 0,52 u.d.p.g/ano respectivamente para P1, P2, P3 e P4, demonstrando que a seleção foi mais efetiva nas populações P1 e P3, do que nas P2 e P4.
A população P2 apresentou ganho genético de pequena magnitude, que foi determinado, pela baixa qualidade genética dos reprodutores utilizados. No caso da população P4, apesar de utilizar reprodutores que apresentam MGTs superiores aos utilizados por P2 e P3, não apresentou ganho genético esperado, devido a um sistema de acasalamento inadequado.
Conclusão
A união do processo de seleção a sistema que maximize os acasalamentos propicia um eficiente ganho genético à população como no caso das populações P1 e P3. Este estudo demonstrou que quando se utiliza reprodutores de alto potencial genético, mas um sistema de acasalamento inadequado, o ganho genético obtido não é maximizado, como visto na população P4, desta forma o potencial genético dos reprodutores não é aproveitando, da mesma forma quando se utiliza reprodutores de baixo potencial genético, situação encontrada na população P2.
Referencia Bibliográfica
LÔBO, R. B. et al. Sumário de Touros Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã: Edição Abril de 2014. Ribeirão Preto: ANCP, 2014. 96 p.
9,16
9,54
10,31
10,57
11,30
12,34
13,68
14,52
14,54
16,47
0,12
-1,33
-1,17
0,50
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0,01
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1,95
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4,55
4,49
6,25
8,13
10,34
11,65
8,04
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12,12
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18,00
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
MGT (u.d.p.g.)
Safra
P1
P2
P3
P4
Linear (P1)
Linear (P2)
Linear (P3)
Linear (P4)