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Parte II - Têmpera a Vácuo Jan a Mar 2014 - www.revistalH.com.br 59
Manual do Tratamento Térmico
João Carmo Vendramim | vendramim@isoflama.com.br
tratamento térmico visa modificar as proprie-
dades mecânicas, elétricas e magnéticas de ligas
ferrosas e não ferrosas e, conforme norma ABNT
8635, definido como “processo de aquecimento,
manutenção e resfriamento”. Esta segunda parte
de processos térmicos a vácuo descreve a têmpera a vácuo de um
bloco de aço da classe trabalho a quente AISI H13, dimensões
406x406x406 mm, com termopares monitorando todas as faces
e o núcleo.
Os aços ao cromo da classe trabalho a quente têm excelentes
resistência a impacto em altas temperaturas, resistência ao amo-
lecimento durante exposição a altas temperaturas e resistência a
fadiga térmica. Essas propriedades são atendidas pelo uso de aço
médio carbono e relativa alta concentração de cromo e outros
fortes elementos formadores de carbonetos. O médio carbono
desse tipo de aço promove tenacidade, proporciona boa resistên-
cia em alta temperatura pelo revenimento com precipitação fina
e estável dispersão de carbonetos de cromo e vanádio. Os altos
teores em elementos de liga contidos proporcionam excelente
temperabilidade e permitem endurecimento de grandes seções
com a utilização de adequadas taxas de resfriamento [1]. Mui-
tos moldes e matrizes do segmento industrial de forjamento a
quente, extrusão de alumínio, injeção de alumínio e plástico são
construídos com o aço H13 em função da significativa tempera-
bilidade, boa ductilidade, resistência a quente (amolecimento) e,
em particular, resistência a fadiga térmica. O tratamento térmi-
co final de moldes e matrizes construídos em aço para trabalho
a quente como o H13, contendo normalmente 5% de Cr e signi-
ficativa quantidade de outros elementos de liga, requer experi-
ência e compreensão das mudanças de fase e tensões associadas
que ocorrem durante o aquecimento e resfriamento. A Tabela
1 apresenta a composição química do aço AISI H13 para a faixa
dos principais elementos químicos.
Tratamento Térmico
A modificação das propriedades dos aços é fundamental para o
melhor desempenho. A maioria das falhas prematuras de ferra-
mentas é resultado de um tratamento térmico incorreto [1]. Para
a têmpera do aço H13 é necessário alta temperatura de auste-
nitização para colocar todos os elementos de liga em solução
sólida que estão como carbonetos secundários na condição re-
cozido. A solubilização dos carbonetos é necessária para que os
elementos de liga, durante o revenimento ou durante o trabalho,
promovam a precipitação secundária, e a resistência a quente do
material como consequência. E quanto mais ligado o aço maior
a quantidade de carbonetos finos, que atuam como barreiras ao
crescimento de grão e, assim, permitem a utilização de maiores
temperaturas de austenitização [2].
Desenhar corretamente a rota dos parâmetros térmicos de
aquecimento, manutenção e resfriamento é de vital importância
para se obter uma completa e uniforme estrutura martensítica,
evitar a formação de bainita, precipitação de carbonetos em
contornos de grãos e reduzir a formação excessiva de tensões
no endurecimento [3]. A etapa de resfriamento deve ser con-
duzida com cuidado uma vez que responde pela qualidade dos
resultados quanto a uniformidade microestrutural, dureza e
deformação. Um equipamento como o forno a vácuo para esse
tratamento térmico deve ser capaz de programar e controlar o
resfriamento depois de concluída a etapa de austenitização. Os
modernos fornos a vácuo operam com, pelo menos, três termo-
pares, sendo um do forno (fixo) e outros dois móveis para mo-
nitorar as temperaturas de superfície e núcleo do bloco. A Fig.
1 mostra o forno a vácuo para carga de até 1000 kg, dimensões
600x600x900 mm e capacidade de resfriamento com gás nitro-
gênio sob pressão até 12 bar, utilizado para a têmpera do bloco
de aço AISI H13 neste estudo.
Os fornos a vácuo modernos permitem ainda a utilização
de um recurso técnico para realizar a operação conhecida como
O
Têmpera a Vácuo de bloco de aço AISI H13
Parte II - Têmpera a Vácuo
Fig.1.Fornoavácuo12bardepressãodenitrogênionoresfriamento[4]
Tabela 1. Composição química do aço AISI H13, at.% em peso
Cr Si Mn P max S max Cr Mo V
0,35 0,80 0,25
0,030 0,020
4,80 1,20 0,85
0,42 1,20 0,50 5,50 1,50 1,15
Parte II - Têmpera a Vácuo60 Industrial Heating - Jan a Mar 2014
Manual do Tratamento Térmico
João Carmo Vendramim | vendramim@isoflama.com.br
“martempera”. Esse recurso poderia ser utilizado naquelas situa-
ções de peças com grandes dimensões e variações de forma com
elevado risco de produzir deformações de grandes extensões,
ou mesmo trincas. A Fig. 2 ilustra a rota de martempera, ou
“isothermal quenching”, para o forno de têmpera a vácuo in-
clusive padronizada pela norma NADCA (North American Die
Casting Association, Associação Norte Americana de Fundição
Injetada) quando necessária a sua utilização.
O fluxo de gás durante o resfriamento tem uma influência
crítica na taxa de resfriamento do forno, como mostrado na par-
te I publicada nesta revista na edição Out a Dez 2013. Os bicos
injetores de gás nitrogênio dispostos 360° na retorta do forno e
em torno do bloco de aço e da porta promovem um fluxo tur-
bulento de gás com “Número Reynolds” maior que 2300 para
altos níveis de extração de calor e assegurar a mais alta taxa de
resfriamento [5].
A Fig. 3 apresenta um gráfico típico produzido para a condu-
ção do processo térmico de uma peça de aço no forno de têmpe-
ra a vácuo. Nesse caso, para um bloco de aço da classe trabalho
a quente de dimensões 300x300x300 mm.
A Têmpera a Vácuo do Bloco de Aço
Os parâmetros de tratamento térmico para aços da classe tra-
balho a quente foram selecionados como recomendados pelos
fabricantes do aço e a execução ditada por normas, tais como
NADCA [6], General Motors (GM DC-9999-1) [7] e Ford Motor
(Ford AMTD-DC2010) [8]. Essas normas estabelecem procedi-
mentos para a execução dos parâmetros de tratamento térmico
como a temperatura de austenitização; tempo à temperatura de
austenitização; taxas de aquecimento e resfriamento; diferenças
permissíveis entre a superfície e núcleo no aquecimento e res-
friamento; métodos de colocação de termopares na peça; taxa
mínima de resfriamento de 28°C/min na faixa de temperatura
1030 e 540°C; microestruturas aceitáveis ao final do processo
e métodos para ensaios mecânicos, entre outros. Enfim, a “re-
ceita” do processo é bem definida e o forno a vácuo capaz de
executar e reproduzir com sucesso esses parâmetros.
A têmpera a vácuo do bloco de aço H13 de dimensões
406x406x406 mm descrito neste texto e executada conforme
os parâmetros recomendados pela norma NADCA nas seguinte
principais condições:
• Faixa de temperatura monitorada no resfriamento: 1030
a 540°C;
• Pressão de gás nitrogênio no resfriamento: 9 bar.
Os termopares utilizados para monitorar e registrar o resfria-
mento foram localizados em todas as superfícies e no núcleo do
bloco de aço H13. A Fig. 4 apresenta duas vistas do bloco de aço
H13 montado dentro da câmara do forno a vácuo e os respecti-
vos fios de termopares colocados nas superfícies de cinco faces
(profundidade 15 mm) e no núcleo (profundidade 200 mm).
O tratamento térmico do aço H13 exige controle estrito de
todas as etapas: aquecimento, austenitização e resfriamento.
Uma vez colocado o bloco de aço no centro da câmara do forno
e todos os termopares corretamente fixados a porta do forno é
fechada para dar início ao processo térmico como descrito na
parte I de texto publicado nesta revista.
A Fig. 5 destaca as curvas obtidas no monitoramento com
seis (6) termopares ao total na faixa crítica de temperaturas de
1030 a 540°C. As duas curvas de resfriamento que se destacam
para os extremos de mínima e máxima taxa de resfriamento nes-
se processo estão localizados na base do bloco - termopar 4, cor
azul claro, face inferior do bloco – com elevada taxa de resfria-
mento alcançando ~190°C/min; e outro termopar, como seria
esperado, no núcleo alcançando a menor velocidade de resfria-
mento de ~40°C/min. Esses resultados de taxa de resfriamento
atendem às normas citadas acima que regulam o processo térmi-
co de têmpera a vácuo de blocos de aço AISI H13, confirman-
do, apesar de óbvio, que o núcleo resfria numa uma velocidade
muito menor que a superfície.
Esses resultados de monitoramento de resfriamento do blo-
co de aço na faixa de temperatura de 1030 a 540°C mostram
também que o resfriamento sob pressão de 9 bar de gás nitrogê-
nio tem “taxas de resfriamento”, para quaisquer pontos do blo-
co de aço, superiores ao mínimo recomendados pelas normas
GM9999-1 e NADCA. O resfriamento do bloco nessas condi-
ções evita a transformação perlítica, a precipitação de carbone-
tos em contornos de grãos e a formação bainítica até determina-
Fig. 2. Rota de martempera a vácuo para controlar o resfriamento [3]
Fig. 3. Gráfico de têmpera a vácuo produzido para bloco de aço [9]
Temperatura
Tempo
Resfriamento isotérmiconúcleo
câmaradeaquecimento
superfície
Ms
Parte II - Têmpera a Vácuo Jan a Mar 2014 - www.revistalH.com.br 61
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da profundidade do bloco.
A Fig. 6 apresenta as curvas de resfriamento desse mesmo
bloco de aço H13 realizadas em três diferentes tamanhos de câ-
mara de forno a vácuo e sobrepostas ao diagrama TRC – Trans-
formação em Resfriamento Contínuo – do aço H13. Observa-se
que, nesse caso, todos os tamanhos de câmara de forno a vácuo
indicados nessa Fig. 5 - de 500x600x900 até 1000x1000x1500
mm - apresentam curva de resfriamento com taxas superiores ao
recomendado pela norma NADCA, ou seja, dentro do campo à
esquerda, limitado pela curva na cor vermelha e entre as curvas
“5” e “6” de resfriamentos.
Concluindo, a seleção correta, construção e monitoramento
dos parâmetros do processo térmico mostram que o resfriamento
um bloco de aço AISI H13, dimensões 406x406x406 mm, com
têmpera a vácuo nas condições descritas acima permite obter a
desejável microestrutura na seção transversal com vistas a po-
tencializar as propriedades mecânicas interessantes à aplicação
deste aço. E, finalmente, a têmpera a vácuo desse bloco atende
às recomendações da norma NADCA. IH
Referências
[1] Tool Steels, Steel Products Manual. Iron and Steel Society, april
1988
[2] Efeito das condições de tratamento térmico na microestrutura
e propriedades mecânicas de aços ferramentas. Mesquita,R.A;
Leiva,D.R; Barbosa,C.A. Villares Metals
[3] Precision Cooling of Vacuum Heat Treated Hot Work Tool Steel is
Critical; J.Kowaleswki; Industrial Heating, p.93-95, September, 2004
[4] Foto de forno de fabricante Seco-Warwick®, Polônia,PO
[5] Grupo de Ensino de Física da Universidade Federal de Santa Maria
[6,7,8] – Norma NADCA – Recommended Procedures for H13 Tool Ste-
el; 207-1997; Norma GM 9999-1 – Heat treatment specification; Rev.
18, March 2005; Norma FORD AMTD-DC2010) – Heat treatment per-
formance requirements; Rev.J, June 200
[9] Gráfico de têmpera a vácuo, Isoflama, Indaiatuba,SP
João Carmo Vendramim é especialista em tratamentos térmicos,
formado em engenharia metalúrgica pela Escola de Engenharia de
Mauá, em São Caetano do Sul - SP, com mestrado pela Unicamp. Tra-
balhou por vários anos na Brasimet. Diretor Técnico e Comercial na
Isoflama Indústria e Comércio de Equipamentos.
Fig. 4. Fotos do bloco de aço H13 e termopares localizados nas superfícies e núcleo no interior da câmera do forno a vácuo [4]
Fig. 5. Curvas de resfriamento de pressão 9 bar do bloco de aço para
as superfícies e núcleo [3]
Fig. 6. Curvas de resfriamento para bloco de aço com resfriamento
em câmaras de forno de diferentes tamanhos [3]

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Têmpera a Vácuo de bloco de aço AISI H13

  • 1. Parte II - Têmpera a Vácuo Jan a Mar 2014 - www.revistalH.com.br 59 Manual do Tratamento Térmico João Carmo Vendramim | vendramim@isoflama.com.br tratamento térmico visa modificar as proprie- dades mecânicas, elétricas e magnéticas de ligas ferrosas e não ferrosas e, conforme norma ABNT 8635, definido como “processo de aquecimento, manutenção e resfriamento”. Esta segunda parte de processos térmicos a vácuo descreve a têmpera a vácuo de um bloco de aço da classe trabalho a quente AISI H13, dimensões 406x406x406 mm, com termopares monitorando todas as faces e o núcleo. Os aços ao cromo da classe trabalho a quente têm excelentes resistência a impacto em altas temperaturas, resistência ao amo- lecimento durante exposição a altas temperaturas e resistência a fadiga térmica. Essas propriedades são atendidas pelo uso de aço médio carbono e relativa alta concentração de cromo e outros fortes elementos formadores de carbonetos. O médio carbono desse tipo de aço promove tenacidade, proporciona boa resistên- cia em alta temperatura pelo revenimento com precipitação fina e estável dispersão de carbonetos de cromo e vanádio. Os altos teores em elementos de liga contidos proporcionam excelente temperabilidade e permitem endurecimento de grandes seções com a utilização de adequadas taxas de resfriamento [1]. Mui- tos moldes e matrizes do segmento industrial de forjamento a quente, extrusão de alumínio, injeção de alumínio e plástico são construídos com o aço H13 em função da significativa tempera- bilidade, boa ductilidade, resistência a quente (amolecimento) e, em particular, resistência a fadiga térmica. O tratamento térmi- co final de moldes e matrizes construídos em aço para trabalho a quente como o H13, contendo normalmente 5% de Cr e signi- ficativa quantidade de outros elementos de liga, requer experi- ência e compreensão das mudanças de fase e tensões associadas que ocorrem durante o aquecimento e resfriamento. A Tabela 1 apresenta a composição química do aço AISI H13 para a faixa dos principais elementos químicos. Tratamento Térmico A modificação das propriedades dos aços é fundamental para o melhor desempenho. A maioria das falhas prematuras de ferra- mentas é resultado de um tratamento térmico incorreto [1]. Para a têmpera do aço H13 é necessário alta temperatura de auste- nitização para colocar todos os elementos de liga em solução sólida que estão como carbonetos secundários na condição re- cozido. A solubilização dos carbonetos é necessária para que os elementos de liga, durante o revenimento ou durante o trabalho, promovam a precipitação secundária, e a resistência a quente do material como consequência. E quanto mais ligado o aço maior a quantidade de carbonetos finos, que atuam como barreiras ao crescimento de grão e, assim, permitem a utilização de maiores temperaturas de austenitização [2]. Desenhar corretamente a rota dos parâmetros térmicos de aquecimento, manutenção e resfriamento é de vital importância para se obter uma completa e uniforme estrutura martensítica, evitar a formação de bainita, precipitação de carbonetos em contornos de grãos e reduzir a formação excessiva de tensões no endurecimento [3]. A etapa de resfriamento deve ser con- duzida com cuidado uma vez que responde pela qualidade dos resultados quanto a uniformidade microestrutural, dureza e deformação. Um equipamento como o forno a vácuo para esse tratamento térmico deve ser capaz de programar e controlar o resfriamento depois de concluída a etapa de austenitização. Os modernos fornos a vácuo operam com, pelo menos, três termo- pares, sendo um do forno (fixo) e outros dois móveis para mo- nitorar as temperaturas de superfície e núcleo do bloco. A Fig. 1 mostra o forno a vácuo para carga de até 1000 kg, dimensões 600x600x900 mm e capacidade de resfriamento com gás nitro- gênio sob pressão até 12 bar, utilizado para a têmpera do bloco de aço AISI H13 neste estudo. Os fornos a vácuo modernos permitem ainda a utilização de um recurso técnico para realizar a operação conhecida como O Têmpera a Vácuo de bloco de aço AISI H13 Parte II - Têmpera a Vácuo Fig.1.Fornoavácuo12bardepressãodenitrogênionoresfriamento[4] Tabela 1. Composição química do aço AISI H13, at.% em peso Cr Si Mn P max S max Cr Mo V 0,35 0,80 0,25 0,030 0,020 4,80 1,20 0,85 0,42 1,20 0,50 5,50 1,50 1,15
  • 2. Parte II - Têmpera a Vácuo60 Industrial Heating - Jan a Mar 2014 Manual do Tratamento Térmico João Carmo Vendramim | vendramim@isoflama.com.br “martempera”. Esse recurso poderia ser utilizado naquelas situa- ções de peças com grandes dimensões e variações de forma com elevado risco de produzir deformações de grandes extensões, ou mesmo trincas. A Fig. 2 ilustra a rota de martempera, ou “isothermal quenching”, para o forno de têmpera a vácuo in- clusive padronizada pela norma NADCA (North American Die Casting Association, Associação Norte Americana de Fundição Injetada) quando necessária a sua utilização. O fluxo de gás durante o resfriamento tem uma influência crítica na taxa de resfriamento do forno, como mostrado na par- te I publicada nesta revista na edição Out a Dez 2013. Os bicos injetores de gás nitrogênio dispostos 360° na retorta do forno e em torno do bloco de aço e da porta promovem um fluxo tur- bulento de gás com “Número Reynolds” maior que 2300 para altos níveis de extração de calor e assegurar a mais alta taxa de resfriamento [5]. A Fig. 3 apresenta um gráfico típico produzido para a condu- ção do processo térmico de uma peça de aço no forno de têmpe- ra a vácuo. Nesse caso, para um bloco de aço da classe trabalho a quente de dimensões 300x300x300 mm. A Têmpera a Vácuo do Bloco de Aço Os parâmetros de tratamento térmico para aços da classe tra- balho a quente foram selecionados como recomendados pelos fabricantes do aço e a execução ditada por normas, tais como NADCA [6], General Motors (GM DC-9999-1) [7] e Ford Motor (Ford AMTD-DC2010) [8]. Essas normas estabelecem procedi- mentos para a execução dos parâmetros de tratamento térmico como a temperatura de austenitização; tempo à temperatura de austenitização; taxas de aquecimento e resfriamento; diferenças permissíveis entre a superfície e núcleo no aquecimento e res- friamento; métodos de colocação de termopares na peça; taxa mínima de resfriamento de 28°C/min na faixa de temperatura 1030 e 540°C; microestruturas aceitáveis ao final do processo e métodos para ensaios mecânicos, entre outros. Enfim, a “re- ceita” do processo é bem definida e o forno a vácuo capaz de executar e reproduzir com sucesso esses parâmetros. A têmpera a vácuo do bloco de aço H13 de dimensões 406x406x406 mm descrito neste texto e executada conforme os parâmetros recomendados pela norma NADCA nas seguinte principais condições: • Faixa de temperatura monitorada no resfriamento: 1030 a 540°C; • Pressão de gás nitrogênio no resfriamento: 9 bar. Os termopares utilizados para monitorar e registrar o resfria- mento foram localizados em todas as superfícies e no núcleo do bloco de aço H13. A Fig. 4 apresenta duas vistas do bloco de aço H13 montado dentro da câmara do forno a vácuo e os respecti- vos fios de termopares colocados nas superfícies de cinco faces (profundidade 15 mm) e no núcleo (profundidade 200 mm). O tratamento térmico do aço H13 exige controle estrito de todas as etapas: aquecimento, austenitização e resfriamento. Uma vez colocado o bloco de aço no centro da câmara do forno e todos os termopares corretamente fixados a porta do forno é fechada para dar início ao processo térmico como descrito na parte I de texto publicado nesta revista. A Fig. 5 destaca as curvas obtidas no monitoramento com seis (6) termopares ao total na faixa crítica de temperaturas de 1030 a 540°C. As duas curvas de resfriamento que se destacam para os extremos de mínima e máxima taxa de resfriamento nes- se processo estão localizados na base do bloco - termopar 4, cor azul claro, face inferior do bloco – com elevada taxa de resfria- mento alcançando ~190°C/min; e outro termopar, como seria esperado, no núcleo alcançando a menor velocidade de resfria- mento de ~40°C/min. Esses resultados de taxa de resfriamento atendem às normas citadas acima que regulam o processo térmi- co de têmpera a vácuo de blocos de aço AISI H13, confirman- do, apesar de óbvio, que o núcleo resfria numa uma velocidade muito menor que a superfície. Esses resultados de monitoramento de resfriamento do blo- co de aço na faixa de temperatura de 1030 a 540°C mostram também que o resfriamento sob pressão de 9 bar de gás nitrogê- nio tem “taxas de resfriamento”, para quaisquer pontos do blo- co de aço, superiores ao mínimo recomendados pelas normas GM9999-1 e NADCA. O resfriamento do bloco nessas condi- ções evita a transformação perlítica, a precipitação de carbone- tos em contornos de grãos e a formação bainítica até determina- Fig. 2. Rota de martempera a vácuo para controlar o resfriamento [3] Fig. 3. Gráfico de têmpera a vácuo produzido para bloco de aço [9] Temperatura Tempo Resfriamento isotérmiconúcleo câmaradeaquecimento superfície Ms
  • 3. Parte II - Têmpera a Vácuo Jan a Mar 2014 - www.revistalH.com.br 61 Manual do Tratamento Térmico João Carmo Vendramim | vendramim@isoflama.com.br da profundidade do bloco. A Fig. 6 apresenta as curvas de resfriamento desse mesmo bloco de aço H13 realizadas em três diferentes tamanhos de câ- mara de forno a vácuo e sobrepostas ao diagrama TRC – Trans- formação em Resfriamento Contínuo – do aço H13. Observa-se que, nesse caso, todos os tamanhos de câmara de forno a vácuo indicados nessa Fig. 5 - de 500x600x900 até 1000x1000x1500 mm - apresentam curva de resfriamento com taxas superiores ao recomendado pela norma NADCA, ou seja, dentro do campo à esquerda, limitado pela curva na cor vermelha e entre as curvas “5” e “6” de resfriamentos. Concluindo, a seleção correta, construção e monitoramento dos parâmetros do processo térmico mostram que o resfriamento um bloco de aço AISI H13, dimensões 406x406x406 mm, com têmpera a vácuo nas condições descritas acima permite obter a desejável microestrutura na seção transversal com vistas a po- tencializar as propriedades mecânicas interessantes à aplicação deste aço. E, finalmente, a têmpera a vácuo desse bloco atende às recomendações da norma NADCA. IH Referências [1] Tool Steels, Steel Products Manual. Iron and Steel Society, april 1988 [2] Efeito das condições de tratamento térmico na microestrutura e propriedades mecânicas de aços ferramentas. Mesquita,R.A; Leiva,D.R; Barbosa,C.A. Villares Metals [3] Precision Cooling of Vacuum Heat Treated Hot Work Tool Steel is Critical; J.Kowaleswki; Industrial Heating, p.93-95, September, 2004 [4] Foto de forno de fabricante Seco-Warwick®, Polônia,PO [5] Grupo de Ensino de Física da Universidade Federal de Santa Maria [6,7,8] – Norma NADCA – Recommended Procedures for H13 Tool Ste- el; 207-1997; Norma GM 9999-1 – Heat treatment specification; Rev. 18, March 2005; Norma FORD AMTD-DC2010) – Heat treatment per- formance requirements; Rev.J, June 200 [9] Gráfico de têmpera a vácuo, Isoflama, Indaiatuba,SP João Carmo Vendramim é especialista em tratamentos térmicos, formado em engenharia metalúrgica pela Escola de Engenharia de Mauá, em São Caetano do Sul - SP, com mestrado pela Unicamp. Tra- balhou por vários anos na Brasimet. Diretor Técnico e Comercial na Isoflama Indústria e Comércio de Equipamentos. Fig. 4. Fotos do bloco de aço H13 e termopares localizados nas superfícies e núcleo no interior da câmera do forno a vácuo [4] Fig. 5. Curvas de resfriamento de pressão 9 bar do bloco de aço para as superfícies e núcleo [3] Fig. 6. Curvas de resfriamento para bloco de aço com resfriamento em câmaras de forno de diferentes tamanhos [3]