Este documento discute a integração das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na educação pré-escolar e no 1o ciclo do ensino básico em Portugal. Apresenta estudos sobre as vantagens e limitações do uso de TIC por crianças pequenas e o papel dos professores. Também examina a formação de educadores e professores em TIC e boas práticas identificadas. Finalmente, relata experiências de como TIC têm sido usadas em salas de aula.
1. A Formação para a Integração das TIC na Educação Pré-
Escolar e no 1º Ciclo do Ensino Básico
João Pedro da Ponte (org.)
Porto Editora
INAFOP
Integrado na série Cadernos da Formação de Professores (Nº
6), o extinto INAFOP lançou em 2002 uma nova publicação
onde João Pedro da Ponte reúne e organiza um conjunto de
textos preparados para um colóquio que se realizou na
Universidade de Aveiro, em Novembro de 2001, “cujo
objectivo era dar a conhecer experiências bem sucedidas de
utilização das TIC com crianças do ensino básico e do jardim-
de-infância, bem como as perspectivas dos professores que as
conduziram. Pretendia-se, igualmente, analisar o que é a prática actual de formação em TIC
dos cursos de formação inicial de educadores e professores para estes níveis de ensino e os
caminhos que se poderão seguir neste campo”.
O texto “Crianças e Tecnologia, tecnologia e crianças” de António Moreira do Departamento
de Didáctica e Tecnologia Educativa da Universidade de Aveiro, dá-nos conta dos resultados
de alguns estudos sobre as vantagens e limitações do uso das tecnologias por crianças em
idade pré-escolar e nos primeiros anos do ensino básico, equacionando os novos papéis que os
professores são chamados a desempenhar e os obstáculos que têm de tornear. Como refere,
“se se pretende que os professores utilizem tecnologias de modo consequente com os seus
alunos, então também se requer que detenham capacidades de concepção de actividades
curriculares com componente tecnológica, de seleccionar e adaptar software, de organizar
projectos que se socorram de tecnologias, de conduzir os alunos na utilização de recursos de
base tecnológica e de avaliar as aprendizagens dos mesmos em trabalhos de projecto que
impliquem o recurso a tecnologias (Means & Olson, 1997)”. O artigo termina com uma pequena
ilustração do lugar que a tecnologia ocupa nos currículos de formação em Educação de Infância
e Ensino Básico da respectiva Universidade.
O artigo, “As TIC no início da escolaridade – Perspectivas para a formação inicial de
professores” de João Pedro da Ponte da Faculdade de Ciências de Lisboa, começa com uma
revisão breve do papel das TIC na escola, enquanto constituinte do ambiente de aprendizagem,
para seguidamente indicar alguns objectivos da formação de professores daí decorrentes ao
nível das atitudes e como instrumento de trabalho pessoal e profissional. Depois de alguns
dados estatísticos sobre a situação das TIC na formação inicial de educadores e professores
do 1º ciclo quando comparados com outros cursos, identifica um conjunto de boas práticas de
formação em TIC nas diferentes componentes curriculares que enformam os cursos de
formação de professores.
Mário Maia e Isabel Catalão da Escola Superior de Educação de Lisboa, apresentam-nos a
experiência da sua instituição no que respeita à formação de educadores e professores do 1º
ciclo na sua componente de TIC, após uma breve análise das diferentes modalidades de
utilização e do seu papel na sociedade e, em particular, na escola.
Finalmente, José Duarte, da Escola Superior de Educação de Setúbal, apresenta-nos um texto
que resulta de três comunicações apresentadas num Painel que moderou e onde estiveram
presentes Teresa Marques, António Tomás e Maria Ilda Pereira, educadores e professores do
1º ciclo que testemunham um conjunto de actividades e reflexões sobre experiências do
terreno.
José Duarte