O documento discute os desafios da educação a distância no Brasil durante a pandemia, destacando a desigualdade social que limita o acesso à internet de qualidade e equipamentos. A maioria das escolas públicas e professores também não está preparada para ensino remoto. Melhorar programas sociais e oferecer formação de professores pode ajudar a promover mais equidade no acesso à educação.
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1. Ensino virtual: desafios da educação a distância no Brasil
Desde o início da pandemia, devido a necessidade de se estabelecer o isolamento social para evitar a
propagação do novo coronavírus, a modalidade de ensino, no Brasil e no mundo, precisou ser repensada.
Dessa forma, necessitou-se ampliar o acesso à educação a distância, modalidade utilizada, principalmente,
no ensino superior e técnico. Surgiram, contudo, inúmeros desafios para os sistemas de ensino, os
profissionais da educação e, sobretudo, para os alunos.
Em primeira análise, podemos destacar, o alto nível de desigualdade social no Brasil, que faz com que
nem todas as pessoas tenham acesso à internet de qualidade, ou mesmo a possibilidade de adquirir um
computador ou celular com recursos que favoreçam a realização das atividades propostas. Uma pesquisa
divulgada em 2019 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, (CGI.br), aponta que 58% dos domicílios no
Brasil não têm acesso a computadores e 33% não dispõem de internet. Entre as classes mais baixas o acesso
é ainda mais restrito. Outra pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, em
janeiro de 2020, diz que a população negra e de baixa renda tem menos acesso a oportunidades de trabalho,
saúde e educação.
Ademais, a maioria das escolas públicas não dispõem de infraestrutura adequada para trabalhar com
a educação a distância, tão pouco os professores têm formação específica para atuarem nesse tipo de ensino.
Os fatores ora apresentados, mostram-se como determinantes que dificultam a aplicação dessa modalidade
de ensino. E ainda demonstram que, embora o uso de meios virtuais seja positivo para um melhor
aproveitamento do processo de ensino-aprendizagem, o objetivo primordial da escola vai além de apenas
repassar conteúdos acadêmicos, mas se caracteriza pela possibilidade da interação social, fator fundamental
para a formação do indivíduo.
Portanto, os governantes devem, urgentemente, melhorarem os programas de transferência de
renda às famílias em situação de vulnerabilidade social e promover a criação de empregos a fim de minimizar
as desigualdades sociais no país, bem como ampliar a oferta de internet de qualidade para 100% da
população brasileira e ofertar aos professores cursos de formação continuada na área das tecnologias da
informação. Dessa forma, poderíamos vislumbrar um futuro com escolas públicas oferecendo um ensino
com equidade buscando cumprir o que a Constituição Federal estabelece em seu artigo 206, inciso 1: A
igualdade de condições para acesso e permanência na escola.