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ADVOCACIA 01
2ª Subseção da OAB/ES - Ed. 06, ANO IV, 2022
ADVOCACIA
Um bom
começo
Ritmo intenso
marca início da gestão
ADVOCACIA 02
ADVOCACIA 03
ADVOCACIA 04
ADVOCACIA 05
ADVOCACIA 06
SUMÁRIO
10 - Editorial
12 - Simbolismo
Gestão renovada com paridade
14 - Recomeço
Propostas de trabalho indicam cenário animador
16 - Entrevista
Presidente quer ouvir mais a advocacia
18 - Proteção
Comissão amplia atenção ao meio ambiente
20 - Prevenção
Crescem ações em defesa da saúde dos advogados
25 -Planejamento
TED pretende criar turmas especializadas
26 – Especial
Atividades são opção para crescimento profissional
29 - Orientação
Perda de prazos pode acarretar sanções
31 - Estudo
Clube de leitura tornou-se um sucesso
33 - Investimento
OAB assegura condições de trabalho no CDP-CI
34 - Prerrogativas
Plantão garante atendimento 24 horas por dia
35 - Legislação
Divorcio extrajudicial com menor é admissível
38 - Artigo
Guarda responsável e castração para o bem-estar animal
39 - Norma
Tutor negligente pode ser enquadrado em crime de maus tratos
41 - Opinião
Valorização da advocacia previdenciária
43 - Convênios
Subseção amplia benefícios à advocacia regional
47 - Oportunidade
Cursos e palestras asseguram capacitação
49 – Registro
Fatos, pessoas e eventos
50 - Ensaio
Aposentadoria da “dona de casa”
16
18
39
ADVOCACIA 08
ADVOCACIA 09
ADVOCACIA 10
Editorial
Superados os primeiros meses, revela-se oportuno fazer adequada aná-
lise sobre as ações que marcaram, até agora, o início da atual gestão. O
retrospecto provavelmente parecerá ao leitor bastante positivo. Não fo-
ram poucos os projetos colocados em prática neste primeiro momento
de 2022. Trata-se, na verdade, de necessária continuidade ao trabalho
iniciado no triênio anterior. Para realizá-lo, a 2ª Subseção da OAB/ES tem
contado com o mesmo zelo, empenho e dedicação de toda sua Diretoria,
Conselho, Comissões, funcionários e colaboradores.
Cito como exemplo a retomada das atividades presenciais. Desde o iní-
cio do ano a programação de palestras e cursos foi restabelecida ao ritmo
anterior a pandemia. Adaptados aos novos tempos, contudo, conciliamos
de modo equânime a oferta, assegurando não somente a presença do
público interessado em nosso auditório, mas outorgando também alter-
nativas nas modalidades on-line e híbrida.
Para além, pode-se afirmar que os objetivos traçados, assim como os
compromissos pactuados estão sendo cumpridos à risca. Senão, vejamos.
Os serviços de apoio e atendimento aos advogados e advogadas de nossa
região encontram-se em pleno funcionamento; recomeçamos as visitas
à advocacia nos municípios de nossa área de abrangência para estreitar
o diálogo com a classe; o acesso aos fóruns das Justiças Estadual e Fede-
ral, bem como ao Ministério Público, encontra-se restabelecido; a realiza-
ção do Baile da Advocacia, festividade tradicional e importante de nossa
agenda, está em fase de organização; definimos número recorde de even-
tos de capacitação profissional e de integração da classe; e, não menos
importante, temos mantido a participação ativa da Ordem nas discussões
de interesse da sociedade em conjunto com outras entidades.
Trata-se de um retrospecto feliz, por assim dizer. Não temos poupado
esforços para representar de forma objetiva, dinâmica e transparente os
interesses da advocacia de nossa região. Ao fazê-lo por meio de uma ges-
tão democrática, pautada em ouvir a classe e garantir a defesa dos valores
caros aos mais de 1.600 advogados e advogadas inscritos, asseguramos a
construção de um novo ciclo de realizações. Boa leitura!
Adílio Domingos dos Santos Neto
Presidente 2ª Subseção OAB/ES
Publicação editada e autofinanciada através
de parcerias com a iniciativa privada e a so-
ciedade capixaba, com o objetivo de divulgar
as atividades desenvolvidas pela 2ª Subseção
da OAB-ES, bem como matérias pertinentes
da área jurídica. Artigos assinados são de res-
ponsabilidade do respectivo autor. A publica-
ção não se responsabiliza pelas informações,
conceitos ou opiniões emitidas em artigos
assinados, bem como pelo teor dos anún-
cios publicados nesta edição. Não é permiti-
da a reprodução sem autorização expressa.
Adílio Domingos dos Santos Neto
Presidente
Jefferson Barbosa Pereira
Vice-Presidente
Sebastião Renaldo Silva Hora Junior
Secretário-Geral
Fernanda Ribeiro Campos Michalsky
Secretária-Geral Adjunta
Kenia Pacifico de Arruda
Tesoureira
Av. Monte Castelo, 96, Independência,
Cachoeiro de Itapemirim-ES
ADVOCACIA
Direção Geral
Carla Zanardi
carlazanardi1@gmail.com
Editor e Jornalista Responsável
Wellington Cacemiro
Registro Profissional: nº 0002604/ES
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Designer Gráfico
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Para Anunciar
Tel.: (28) 3015-1800
revista.advocacia@gmail.com
2ª Subseção da OAB/ES - Ed. 06, ANO IV, 2022
ADVOCACIA
Um bom
começo
Ritmo intenso
marca início da gestão
Dr. Adílio e Dra. Samantha Mion Matias dos Santos
ADVOCACIA 11
ADVOCACIA 12
Cerimônia de posse da atual Diretoria e Conselho da 2ª Subseção da
OAB/ES: número paritário de homens e mulheres eleitos e muita dispo-
sição para enfrentar os desafios impostos pela atividade da advocacia
ADVOCACIA 13
MARCO MEMORÁVEL
Gestão renovada tem paridade e compromisso em ampliar atendimento à advocacia
A cerimônia de posse da atual Diretoria e Conselho
para o triênio 2022/2024 pode ser descrita como um
dos momentos importantes da história recente da 2ª
Subseção da OAB/ES. Realizada no final de fevereiro,
a solenidade contou com a presença dos presidentes
José Carlos Rizk Filho (OAB/ES) e Ben-Hur Brenner Dan
Farina (CAAES), além de outras autoridades públicas,
conselheiros estaduais, advogados e familiares.
Para além do inegável simbolismo de empossar os
membros de uma chapa reeleita com mais de 80%
dos votos válidos, o evento permitiu perenizar, pela
primeira vez, a imagem de uma Diretoria e Conselho
com número paritário de homens e mulheres eleitos,
o que, reconheça-se, torna a atual gestão diferente de
todas que a precederam.
Neste sentido, como observa a advogada Kenia Pa-
cifico de Arruda, tesoureira da OAB Cachoeiro, a atual
composição é bem heterogênea, com mais presença
feminina, mas também jovens advogados. “É um gru-
po muito ativo. Estamos confiantes de que as mulhe-
res ocuparão definitivamente e cada vez mais as ca-
deiras nos quadros da Ordem”, comenta.
Sua opinião é complementada por outra, da advo-
gada Fernanda Ribeiro Campos Michalsky, procura-
dora do município de Cachoeiro de Itapemirim e se-
cretária-geral adjunta da OAB Cachoeiro. Para esta,
os membros eleitos para o presente triênio formam
um staff cheio de disposição, competente e dispos-
to a enfrentar os desafios impostos pela atividade da
advocacia. Como consequência, espera-se o mesmo
comprometimento e empenho na busca por outras
melhorias e avanços para a classe.
“A 2ª Subseção procura atender toda solicitação
dos advogados e advogadas, das mais simples às mais
complexas. Há um atendimento presencial diário de
estagiário e das secretárias no prédio, mas também,
dado o avanço das informações e a necessidade de
respondermos de maneira mais célere questões de
cotidiano, o grupo, como um todo, responde dúvidas
e se coloca à disposição em grupos de WhatsApp for-
mados pela advocacia local”, relata Fernanda.
As responsabilidades e atribuições são, igualmen-
te, ponto que merece nota. Como estabelecido em
regramento próprio, aos diretores compete a função
de administrar a subseção, bem como gerenciar o seu
funcionamento, adotar medidas tendentes a garantir
a defesa das prerrogativas do advogado e represen-
tar a OAB junto aos órgãos públicos. Os conselheiros,
por sua vez, são responsáveis por analisar as condu-
tas dos profissionais envolvidos em processos éticos,
mas também têm papel importante na formação de
opinião para concretização de ações, na construção
de um projeto e no empenho para a realização dos
festejos necessários à socialização da classe.
“A nossa gestão tem uma característica de atender
rapidamente as demandas do dia a dia do advogado.
O presidente Adílio Domingos dos Santos Neto sem-
pre teve enfoque de priorizar as demandas diárias,
bem como dar apoio incondicional às prerrogativas”,
explica Kenia.
Esta metodologia, importante reconhecer, funcio-
nou muito bem até aqui, é verdade. Até por isso, não
é incorreto esperar que continue dando certo ao lon-
go dos próximos três anos.
Dra. Fernanda Ribeiro Campos Michalsky
Dra. Kenia Pacifico de Arruda
ADVOCACIA 14
UM ANO PARA ENTRAR NA HISTÓRIA
Em tempos de recuperação da pandemia, as propostas de trabalho da OAB Cachoeiro indicam
um cenário animador para a advocacia regional
Dono de um currículo respeitável, o advogado
criminalista Nestor Távora é uma espécie de refe-
rência para estudiosos do Direito Processual Penal
brasileiro. Ex-defensor público e autor de diversas
obras jurídicas, as palestras que ministra costu-
mam ser disputadas. Não por acaso sua vinda à
Cachoeiro de Itapemirim era aguardada com entu-
siasmo até o fechamento da presente edição.
Programado para o dia 09 de junho, o even-
to, com vagas limitadas, faz parte da “Caravana
da Advocacia”, iniciativa organizada pela Ordem
dos Advogados do Brasil Seccional Espírito Santo
(OAB-ES). Sua realização acontecerá no auditório
da Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemi-
rim (FDCI) e contempla o público das Subseções
com sede em Cachoeiro, Castelo, Alegre, Guaçuí e
Itapemirim.
A iniciativa marca também um ciclo de investi-
mentos importantes em eventos de conhecimento
e qualificação profissional. Desde o início de 2022,
a 2ª Subseção da OAB/ES tem trabalhado intensa-
mente para transformar o período pós-pandêmico
em oportunidades para a advocacia regional. Só
nos primeiros cinco meses do ano foram ao menos
seis cursos e palestras, segundo informou o presi-
dente Adílio Domingos dos Santos Neto. Tenciona-
-se que este número seja significativamente maior
até dezembro.
“Basicamente retomamos as atividades presen-
ciais de forma integral. Voltamos com bastante pro-
gramação”, comemora Adílio.
Necessário que se diga que a retomada veio
acompanhada da normalização em outras rotinas.
O acesso aos fóruns das Justiças Estadual e Fede-
ral, por exemplo, bem como ao Ministério Público,
também foi restabelecido. “As audiências continu-
am em boa parte no ambiente virtual, mas como o
funcionamento da vida neste universo jurídico das
instituições está normalizado, a OAB Cachoeiro ago-
ra segue com sua pauta”, explicou.
Seguir com a pauta pode ser lido como recupe-
rar práticas e iniciativas relevantes que, por conta
da pandemia de covid-19, foram pausadas até um
momento mais oportuno, de abrandamento da cri-
se sanitária mundial. Exemplifica a visita do presi-
dente aos municípios da região para dialogar com
a advocacia de Atílio Vivácqua, Vargem Alta, Muqui
e Mimoso do Sul. O projeto havia sido implantado
com êxito bem antes do Sars-CoV-2 aportar em solo
brasileiro e ganhará força novamente neste segundo
ADVOCACIA 15
semestre de 2022.
“Nossa previsão é de fazermos pelo menos um en-
contro com os advogados de cada município ainda
este ano”, revela Adílio.
Outra iniciativa que será restabelecida é a realiza-
ção do Baile da Advocacia, evento tradicional reali-
zado pela OAB Cachoeiro todos os anos no mês de
agosto até a eclosão da pandemia. A edição de 2022
marcará a retomada da festividade após o período
de forçoso distanciamento social. Sinalizará também
que, passado um dos momentos mais críticos da
presente geração, e embora o problema ainda não
tenha terminado, é hora de virar a página e manter
o foco no trabalho. Não faltam na Ordem, como de-
monstrado, determinação e muito otimismo.
Foto:
Divulgação
Dr. Nestor Távora: preleção aguardada com entusiasmo pela advocacia
ADVOCACIA 16
GESTÃO APROVADA
Primeira mulher eleita e reeleita para a presidência da
4ª Subseção da OAB/ES quer ouvir ainda mais a advocacia
A advogada Mônica Silva Ferreira Goulart tem um dado
extraordinário na biografia: foi a primeira mulher eleita, em
2018, para ocupar o cargo de presidente da 4ª Subseção da
OAB/ES, cuja área de abrangência corresponde aos muni-
cípios de Guarapari, Anchieta e Alfredo Chaves. Para com-
preender tamanho simbolismo é necessário rememorar que
antes da paridade de gênero ser instituída por força da Re-
solução nº 5/2020 apenas três advogadas ocupavam a presi-
dência de uma das 19 Subseções existentes no Espírito Santo.
Com a eleição de 2021 este número subiu para cinco, sendo
que, dentre as eleitas, Mônica foi reconduzida ao cargo. “Fico
feliz e honrada em poder sedimentar o caminho para que ou-
tras mulheres possam, igualmente, chegar à presidência da
4ª Subseção ou onde almejarem, afinal, a participação femi-
nina no sistema OAB tem sido cada vez mais forte”, defende.
Professora universitária e advogada atuante, com passagens
pela Comissão Estadual de Direito das Famílias e Sucessões
e pela Ouvidora da 4ª Subseção, ela comentou na entrevista
abaixo sobre a reeleição e os desafios do novo mandato.
Ter sido reeleita aumenta a responsabilidade?
Certamente. A reeleição significa que a advocacia aprovou
o trabalho no primeiro triênio, mesmo diante de uma ines-
perada pandemia causada pela covid-19. Manter os projetos
e trabalhos realizados naquelas condições é ainda mais desa-
fiador e exigirá, com certeza, mais responsabilidade.
Qual foi o maior trunfo de sua campanha?
Foram quase três anos de trabalho em prol da advocacia
da 4ª Subseção e 45 dias de caminhada prestando contas e
apresentando a cada advogado e a cada advogada de Guara-
pari, Anchieta e Alfredo Chaves o resultado da confiança que
nos foi depositada. A partir disso, percebo que nosso maior
trunfo foi o trabalho, feito sempre com seriedade, responsa-
bilidade e transparência. Mesmo com todos os desafios, com
apoio da Seccional e da CAAES, entregamos uma nova sede,
com amplo auditório, com capacidade para 100 advogados,
escritórios-modelo equipados e preparados para realização
de audiências e atendimentos por videoconferência, acessi-
bilidade em todos os seus ambientes, salas de reuniões da di-
retoria e conselho e também das comissões. Além disto, es-
tendemos o horário de atendimento na sede da 4ª Subseção
em Guarapari, antes de 12h às 18h, agora de 9h às 18h. Re-
vitalizamos também as salas de apoio da OAB mantidas nos
Fóruns da Justiça Estadual de Guarapari e Anchieta; criamos
seis comissões temáticas; conseguimos implementar a van
interfóruns; obtivemos vagas no estacionamento do Fórum
da Justiça Estadual de Guarapari para a advogada gestante e
o(a) advogado(a) deficiente físico; e executamos vários pro-
jetos sociais em prol da sociedade; além de estreitar a comu-
nicação com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Aprimoramento dos canais digitais e sala exclusiva para au-
diências virtuais, além da criação do projeto “SOS Processo
Eletrônico”, de novas comissões temáticas e do fomento
a práticas esportivas foram algumas das propostas para o
novo triênio. Como a senhora pretende efetivá-las?
Todos estes projetos estão sendo planejados e/ou executa-
dos já neste primeiro semestre de gestão. Inicialmente, além
de renovar as sete comissões existentes (OAB Jovem, Comis-
são da Mulher Advogada, Comissão de Direito das Famílias,
Sucessões, Crianças e Adolescentes, Comissão de Direito do
Consumidor, Comissão de Direito Imobiliário e Urbanístico,
Comissão de Direito Previdenciário e Comissão de Advo-
gados Dativos), sendo seis constituídas no triênio anterior,
após ouvir a advocacia em formulário próprio, constituímos
as Comissões de Direito do Trabalho e de Direito Criminal e
Políticas Penitenciárias, estando em curso o planejamento de
outras. Em parceria com a CAAES já foi implementada a práti-
ca de atividades esportivas e hoje a advocacia da 4ª Subseção
é contemplada com treinos de funcional na praia e corrida em
Guarapari, além de estarmos trabalhando para levar a prática
de atividades esportivas para os demais municípios que com-
põe a 4ª Subseção, caso haja interesse e adesão da advoca-
cia daquelas localidades. Quanto ao projeto “SOS Processo
Eletrônico”, inicialmente pretendemos abordar o assunto em
parceria com a ESA e, posteriormente, instituir um grupo de
trabalho composto por advogados e advogadas aptos a dar
orientação àqueles que tiverem dificuldades com o processo
eletrônico, além do próprio suporte técnico disponibilizado
pela CAAES.
Quais sãos as prioridades para este primeiro ano desta se-
gunda gestão?
Inicialmente, a prioridade é reorganizar e constituir comis-
sões para ampliar o trabalho já desenvolvido, além de buscar,
por intermédio do diálogo, facilitar o exercício da advocacia
junto ao Poderes e demais órgãos públicos. Além disto, por in-
termédio de audiências públicas, já com datas agendadas para
os três municípios que compõe a 4ª Subseção, pretendemos
ouvir ainda mais a advocacia a fim de traçarmos planos de
ações que atendam às demandas que nos forem submetidas.
Ocorrerão mudanças em relação à anterior?
Sim. Acreditamos sempre na renovação e na oxigenação.
E pensando nisto, visando possibilitar a participação de um
maior número de advogados e advogadas, neste segundo triê-
nio novos membros foram inseridos na gestão. Esta renovação
necessária se deu, ainda, para garantir pluralidade, conforme
as novas diretrizes do Conselho Federal. Registrando que bus-
camos prestigiar a advocacia de todos os municípios que com-
põem a 4ª Subseção com representatividade na nova forma-
ção da Diretoria e Conselho, além de participação de membro
da jovem advocacia, que após a quebra da cláusula de barrei-
ra que impedia advogados e advogadas com menos de cinco
anos de participarem da gestão, conquistaram este direito, o
que considero um ganho para todos.
A advocacia do interior sofre mais com os desafios impostos
por este momento pós-pandêmico?
Acredito que a advocacia como um todo vem enfrentando
desafios na profissão após este longo período de pandemia.
Contudo, para aqueles que exercem seu labor primordial-
mente no interior, de fato, alguns desafios são ainda maiores,
tendo em vista a morosidade dos atos processuais em razão
da escassez de servidores nos fóruns e equipamentos apro-
priados e eficientes para a consecução dos trabalhos após a
implantação do sistema PJe. Outra dificuldade é a digitalização
de processos físicos que está sendo imposta à advocacia em
razão da ausência de servidores e equipamentos para este fim.
A união da classe é importante?
Os desafios são muitos e diários, especialmente para nós,
mulheres advogadas, mas desistir dos objetivos nunca fez par-
te de meus planos. Foi com muito trabalho e apoio da Direto-
ria e Conselho, bem como das comissões constituídas, que a
4ª Subseção conquistou inúmeros benefícios e trouxe tantas
outras melhorias, todas dignas da envergadura da advocacia
local. Acredito que a união da classe foi primordial para al-
cançarmos o sucesso de nossa gestão e isto se reafirmou a
partir da expressividade dos resultados obtidos nos processos
eleitorais, tanto no primeiro triênio, quanto para a reeleição,
sendo vetor de que estamos no caminho certo, afinal, juntos
somos mais fortes e podemos muito mais.
ADVOCACIA 18
O NECESSÁRIO RETORNO
Meio ambiente urbano e áreas de proteção permanente ganham ainda mais
atenção com regresso de comissão especializada
Pouco depois da solenidade realizada em fe-
vereiro para marcar a posse da atual Diretoria e
Conselho, a presidência da 2ª Subseção da OAB/ES
oficializou, junto com a nomeação dos novos coor-
denadores de comissões, a recriação da Comissão
de Direito Ambiental. A medida sinaliza, dentre
outras, a preocupação da Ordem em acompanhar
com atenção as discussões sobre o meio ambien-
te ecologicamente equilibrado nos municípios da
região, segundo informou o presidente Adílio Do-
mingos dos Santos Neto.
“A matéria ambiental afeta nossas vidas de ma-
neira impactante. Cachoeiro de Itapemirim, por
exemplo, tem um problema sério com a questão
do desenvolvimento sustentável. Tivemos recen-
temente a edição do novo Plano Diretor Municipal
(PDM) e temos um crescimento significativo do
município que, se não controlado, irá impactar a
qualidade de vida de todos”, adverte Adílio.
Com a decisão tomada após o recesso foi extin-
ta a então Comissão de Direito Urbanístico, Mo-
bilidade Urbana e Meio Ambiente e recriada a de
Direito Ambiental. O advogado Nilton Costa Filho,
nomeado coordenador, tem ampla experiência com
o tema. Ele esteve presente, por exemplo, em quase
todas as composições anteriores da comissão – seja
como advogado, membro, coordenador ou auxiliar
da Diretoria –, tendo inclusive sido escolhido pela 2ª
Subseção como representante da Ordem nos Conse-
lhos Municipais do Plano Diretor Municipal (CPDM)
e no de Meio Ambiente (COMAMCI).
“A comissão sempre foi parceira dos setores pú-
blicos e privados, atuando na defesa do meio am-
biente, seja por meio de sugestões, votos, debates,
ações e demais demandas que regem e protegem o
meio ambiente ecologicamente sustentável, tentan-
do ao máximo balizar desenvolvimento econômico
com sustentabilidade. Essa atitude se estende aos
demais municípios, quando qualquer cidadão ou ór-
gão nos aciona”, revela Nilton.
Como explica o coordenador, o papel do grupo
é de fazer cumprir o que determina a Constituição
Federal. Em outras palavras, é a defesa do meio am-
biente ecologicamente equilibrado, bem de uso co-
mum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
principalmente da população de Cachoeiro de Ita-
Dr. Nilton Costa Filho: oportunidade de vivenciar na prática o que preconiza a legislação ambiental
ADVOCACIA 19
pemirim e região. “Não pode haver qualquer interesse
particular, mas sim a defesa de interesses difusos, cole-
tivos, das minorias, dos mais carentes e daqueles que
por vezes não conhecem ou não têm acesso ao direito
ambiental e a sua relevância para a sobrevivência das
presentes e futuras gerações”, esclarece.
O Direito Ambiental, importante que se diga, é, como
bem lembra Nilton Costa Filho, uma das poucas searas
do Direito que permite ao profissional sair das quatro
paredes do escritório e estar junto à sociedade civil or-
ganizada, ao trabalhador, ao empresário, ao povo, ao
meio, enfim, ao ambiente; sendo por vezes possibilita-
do aos que realmente gostam deixar de lado o forma-
lismo teórico para vivenciar na prática o que preconiza
a legislação sobre o tema.
Essa flexibilidade somada a relevância das discussões
costuma atrair muitos interessados. A Comissão conta
atualmente com um quadro qualificado, dos mais di-
versos advogados ligados às áreas e setores ambientais,
seja da Administração Pública, da iniciativa privada, so-
ciedade civil organizada, bem como também iniciantes.
Estes são em sua maioria de Cachoeiro de Itapemirim,
mas participam ainda membros dos demais municípios
de abrangência da 2ª Subseção e mesmo convidados
de outros Estados.
As reuniões, por sua vez, são ordinariamente bimes-
trais, de forma presencial ou híbrida, dependendo da
condição sanitária, e designadas na última sexta-feira
do mês, das 9h às 11h. “Neste ano estamos resgatando
e convidando os membros que sempre estiveram nas
comissões, havendo também uma parceria com a Jo-
vem Advocacia para trazer advogados interessados a
compor esta nova gestão, pela Comissão entender a
necessidade constante de agregar novos conhecimen-
tos e participantes”, informa o coordenador.
Cabe destacar ainda que qualquer pessoa da comuni-
dade, não somente os membros inscritos na OAB, pode
participar da Comissão de Direito Ambiental. O critério
exigido é gostar do meio ambiente. Apenas as delibera-
ções ficam restritas aos inscritos na Ordem, mas sem-
pre respeitando a voz da comunidade. “Nossa atuação
não é exclusivamente jurídica, sendo primordial para o
sucesso dos trabalhos agregar outras áreas de conhe-
cimento, tendo em vista que o meio ambiente é multi-
verso”, explica Nilton.
Para 2022, os projetos da Comissão de Direito Am-
biental estão voltados ao meio ambiente urbano, à dis-
cussão e proteção das áreas consideradas relevantes
ambientalmente ao município de Cachoeiro, às áreas
de proteção permanente urbana, recentemente anali-
sadas pela Superior Tribunal de Justiça (STJ), e o sempre
e necessário debate do PDM, instrumento importantís-
simo para reger o desenvolvimento urbano e ambiental
da cidade, há pouco revisado e publicado após partici-
pação assídua da OAB.
ADVOCACIA 20
UMA CONQUISTA IMPORTANTE
Crescem ações da 2ª Subseção em defesa da saúde dos advogados da região
Em matéria de cuidados com a saúde da advocacia
regional, a 2ª Subseção da OAB/ES mantém o hon-
roso compromisso de instituição engajada. Os dados
expressam-se por si mesmos. Somente nos primeiros
meses de 2022, por exemplo, foram várias as iniciati-
vas de prevenção e mesmo proteção ao bem-estar dos
advogados e advogadas dos municípios de Cachoeiro
de Itapemirim, Atílio Vivácqua, Vargem Alta, Muqui e
Mimoso do Sul.
Tome-se como referência a campanha de vacina-
ção contra a gripe, realizada anualmente pela Caixa de
Assistência dos Advogados do Espírito Santo (CAAES)
em parceria com a Ordem. A edição deste ano imuni-
zou cerca de 200 profissionais no início de maio. Outra
etapa para contemplar novo grupo não está descarta-
da, como confirmou o presidente Adílio Domingos dos
Santos Neto.
“Foi uma iniciativa importante. Teremos provavel-
mente a segunda fase. Este é um compromisso que
a OAB Cachoeiro, por meio da CAAES, cumpre todo
ano”, diz Adílio. A parceria com a Caixa de Assistência
oferece ainda atendimento psicológico e nutricional
de forma remota.
Para além, a 2ª Subseção também ampliou conside-
ravelmente nos últimos meses o número de convênios
e parcerias com estabelecimentos da área de saúde.
Um destes, como informa o advogado Maycon Lucena
Paulo, Coordenador da Comissão de Direito Sanitário,
foi firmado com uma clínica de vacinas que, além de
imunização, também oferece atendimento em espe-
cialidades médicas.
“A partir de então não só o colega advogado e ad-
vogada, mas também seus familiares terão acesso
facilitado à vacina contra a gripe, além de outras que
devem ser aplicadas em crianças nos primeiros anos
de vida”, comenta Maycon.
Como observa o coordenador, a pandemia trouxe
maior interesse no cuidado com a saúde. “E quando se
fala no assunto, não se trata somente da procura por
assistência médica, mas também a prática de ativida-
des físicas e a preocupação com a saúde mental. Cada
vez vemos mais advogados envolvidos em eventos es-
portivos e buscando qualidade de vida”, explica.
No campo das consultas e atendimentos médicos,
merece destaque ainda a negociação da OAB Cacho-
eiro com um plano de saúde local. Como antecipou o
presidente Adílio, o negócio não estava finalizado até
o final de maio, mas tenciona-se com o convênio am-
pliar a assistência à advocacia regional com planos a
preços mais acessíveis. “Fora isto, outros convênios
com mais clínicas médicas estão por vir”, confirmou.
Seguramente trata-se de excelente e oportuna notícia.
Dr. Adílio e Dr. Maycon Lucena Paulo: ampliação dos convênios com estabelecimentos da área de saúde
ADVOCACIA 21
ADVOCACIA 22
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ADVOCACIA 25
TED PRETENDE CRIAR
TURMAS ESPECIALIZADAS
Iniciativa tenciona assegurar mais lisura e segurança às deliberações do Tribunal
Decisões do Tribunal de Ética e Disciplina (TED),
órgão integrante da Ordem dos Advogados do Brasil
Seccional Espírito Santo (OAB/ES), costumam exigir
cautela por lidar com questões sensíveis aos interes-
ses pessoais e profissionais de partes e advogados.
Sua função precípua é, como se sabe, o julgamento,
em primeiro grau, de processos ético-disciplinares.
Devido a esta finalidade de zelar pelo cumprimento
do Estatuto da Advocacia (EAOAB) e do Código de Éti-
ca (CED) são sempre muito bem-vindas novas delibe-
rações que contribuam para ampliar a transparência
dos trabalhos, bem como aprimorar o levantamento
de dados. Uma, em particular, foi estabelecida como
meta para os próximos três anos, segundo informa
o presidente do tribunal, o advogado Luiz Henrique
Abaurre Bastos da Silva.
“Desde o último triênio, o TED-OAB/ES veio adotan-
do medidas para cada vez mais ter o aprimoramento
do levantamento de dados. Todavia, em razão de li-
mitação sistêmica, não é possível aferir a natureza de
parte das informações fornecidas pelo sistema. Dito
isto, nossa missão no presente triênio é criar turmas
especializadas, como forma de trazer mais lisura e se-
gurança às nossas decisões, originando novas discus-
sões e, inclusive, adentrando mais na matéria”, confir-
ma Luiz Henrique.
Para conhecimento, cabe informar que o Tribunal
de Ética e Disciplina disponibiliza, no site da Ordem,
conforme previsão regimental, relatórios anuais dos
trabalhos desenvolvidos. Estes, mediante gráficos,
oferecem transparência e indicadores métricos rele-
vantes.
Além de sua atribuição fundamental, compete ao
TED, igualmente, responder consultas formuladas
sobre matéria ético-disciplinar; suspender, preventi-
vamente, acusados em caso de condutas que podem
acarretar repercussão prejudicial à advocacia; promo-
ver e ministrar cursos, palestras, seminários e outros
eventos da mesma natureza acerca da ética profissio-
nal do advogado, de forma a sempre colaborar com a
classe; dentre outras funções.
Como avalia o presidente do tribunal, “cabe ao TED-
-OAB/ES contribuir para a dignidade e a credibilidade
da advocacia, considerada atividade essencial à admi-
nistração da justiça”. Esta responsabilidade reflete-se,
por exemplo, em situações práticas como a hipotética
perda de prazo e suas consequências disciplinares ou
nos excessos que ultrapassem os limites previstos no
Provimento 205/2021, sobre o impulsionamento em
redes sociais.
“A cautela com a atividade profissional é algo de-
mandado em todas as profissões. Ocorre que, em
algumas situações, a falta de zelo pode ocasionar con-
sequências irreparáveis. É o caso, por exemplo, de perda
de prazo em um processo. A função do Tribunal de Ética,
como já dito, é lidar com essas questões sensíveis aos in-
teresses pessoais e profissionais de partes e advogados”,
reitera Luiz Henrique.
Segundo explica, o advogado que perde prazos judi-
ciais deve ser responsabilizado pela sua falha, desde que,
provado o dano ao seu cliente, e que seja comprovada a
relação causal entre a omissão e o dano.
Já no que se refere à publicidade profissional na ad-
vocacia, esta é permitida, conquanto se respeite a regula-
mentação contida no CED, no EAOAB (Lei nº 8.906/94) e,
ainda, no Provimento nº 205/2021, do CFOAB. Segundo
tais mecanismos de regulamentação, a publicidade na ad-
vocacia deve sempre primar pela discrição e moderação,
tendo caráter meramente informativo, no intuito de coi-
bir a utilização de mecanismos que visem à captação de-
liberada de clientela e/ ou mercantilização da profissão.
Dr. Luiz Henrique Abaurre Bastos da Silva
Se tudo ocorrer como planejado será realizada no
mês de outubro, ainda no segundo semestre deste
ano, a primeira edição do “Simpósio da Jovem Advo-
cacia” da 2ª Subseção OAB/ES. O projeto encontra-se
em fase de planejamento e organização, mas o tema
já foi definido. O evento tratará dos “desafios da ad-
vocacia no pós-pandemia” e será híbrido, com opção
de participação e palestras presenciais e também vir-
tuais, segundo informou a advogada Rachel Pereira
Dias Calegario, coordenadora da Comissão da Jovem
Advocacia da OAB Cachoeiro.
A temática, diga-se, não poderia ser mais oportuna.
Passado o momento mais agudo da grave crise sani-
tária mundial, discutem-se agora suas consequências
para os mais diversos segmentos econômicos. Como
observa o presidente Adílio Domingos dos Santos
Neto, o advento da Covid-19 afetou advogados e ad-
vogadas em todo o país, mas seus reflexos são espe-
cialmente sentidos entre aqueles que estão iniciando
ou iniciaram há pouco a carreira.
“A jovem advocacia acaba sendo uma espécie de
para-raios deste momento. Temos problemas sérios
no Brasil. Caminhamos para mais de um milhão e tre-
zentos mil inscritos na Ordem. É um número alto de
profissionais e isto afeta o jovem advogado que está
chegando agora no mercado, não tem nome constitu-
ído, não é conhecido”, explica Adílio.
O presidente da 2ª Subseção lembra, no entanto,
que a estrutura disponibilizada pela OAB em ser-
viços e formação é um recurso poderoso de apoio
aos que estão começando, especialmente neste
momento de adaptação ao pós-pandemia. Dentre
as iniciativas destaca projetos como o “Meu Escritó-
rio”. Inaugurado no ano passado, o espaço oferece
infraestrutura ao advogado que necessita de um lo-
cal para o atendimento ao cliente.
“Temos salas com computador e internet. Des-
tinam-se a toda a advocacia, mas é um ‘plus’ para
quem está começando, já que este profissional não
vai precisar pagar o aluguel, por exemplo”, diz Adí-
lio.
A coordenadora da Comissão da Jovem Advoca-
cia da OAB Cachoeiro acrescenta ainda a esta obser-
vação a importância da extensa série de cursos de
formação continuada, tanto na modalidade presen-
cial quanto on-line. Estes, como se sabe, auxiliam
os advogados nas mais variadas áreas do direito no
que tange a mercado, inovação, empreendedoris-
mo e atualização.
“Qualificação é fundamental, principalmente
para o jovem advogado. Todo o conhecimento ad-
quirido na universidade e para Exame de Ordem são
ADVOCACIA 26
CAMINHOS PARA UM BOM COMEÇO
Atividades propostas para jovem advocacia são opção para crescimento profissional
Dra. Elcinéia Roza Macedo
Dr. Samuel Brito Caldeira
ADVOCACIA 27
elementares, porém não te
qualificam para o mercado de
trabalho”, pondera Rachel.
Para suprir esta lacuna, a comissão
investe maciçamente em cursos, eventos e pales-
tras. Outra preocupação é com a disponibilidade e
a flexibilidade de horários. Tanto que as atividades
planejadas se dividem em categorias como pre-
senciais, on-lines e híbridas.
“Percebemos, por exemplo, que o melhor horá-
rio para conseguirmos um bom número de parti-
cipantes em nossas reuniões ordinárias é o turno
noturno, entre 19h e 20h. Portanto, essas reuni-
ões, que também possuem caráter de estudo e
formação continuada, estão ocorrendo através da
plataforma Zoom”, informa Rachel.
Para ilustrar o quanto a flexibilidade entre pre-
sencial e virtual é importante, a coordenadora cita
ainda o curso sobre “E-Doc”, o sistema utilizado
pela Procuradoria Estadual (PGE) para o paga-
mento de advogados dativos. Realizado no mês de
abril, este contou com 80 inscritos.
“Desses 100% participaram. O ambiente on-
-line possibilita essa realidade. Presencialmente
atingiríamos um número muito menor, e nossos
convidados ficariam restritos àqueles que estão
em nossa localidade. No virtual contamos inclu-
sive com professores que estão no exterior e são
peças-chave para o desenvolvimento do projeto”,
comenta.
É preciso registrar, além disso, que todas estas
iniciativas são
recepcionadas
com entusiasmo por
seu público alvo. Que o diga a advo-
gada Elcinéia Roza Macedo. Pós-graduada em Direito
Penal e Processo Penal, ela tem buscado se especiali-
zar também nas áreas de inventário e família (divórcio,
alimentos e guarda). Tanto que se tornou participante
diligente dos cursos, seminários e palestras ofertados à
jovem advocacia pela OAB Cachoeiro.
“A 2ª Subseção oferece vários cursos com excelentes
profissionais, abordando temas de forma plena, objeti-
va e com atualizações. Atualmente estou participando
do Clube de Direito e Literatura”, comenta.
Outro profissional a manifestar entusiasmo pelas ati-
vidades, é o advogado Samuel Brito Caldeira. Pós-gra-
duado em Direito Processual Civil e Direito Processual
Penal, ele defende que existem muitas habilidades que
um jovem advogado deve aperfeiçoar para ter uma boa
carreira.
“Iniciar na advocacia por si só já é um grande de-
safio, mas a pandemia intensificou todos eles. Contu-
do, também foi um período em que toda a advocacia
precisou reinventar-se e isso me trouxe grande apren-
dizado. Posso dizer que contar com a ajuda dos colegas
mais antigos de profissão fez toda a diferença para que,
dentro de pouco tempo, pudesse ter mais confiança”,
explica Samuel.
Para ele, acima de tudo, o advogado deve ser um
excelente estudante. “Se eu pudesse aconselhar os que
acabaram de chegar, diria para participarem das ativi-
dades propostas pela Subseção. O crescimento é inevi-
tável”, orienta.
Dra. Rachel Pereira Dias Calegario
ADVOCACIA 28
ADVOCACIA 28
Cachoeiro de Itapemirim
Vitória
Nova Brasília : Rua Joaquim Aquino Xavier, 10
Enseada do Suá: Av. Nossa Sra. dos Navegantes, 755 - Sl 509
• TRABALHISTA
PREVIDENCIÁRIO
•
ADMINISTRATIVO E JUDICIAL
CÁLCULOS TRABALHISTAS e
•
PREVIDENCIÁRIOS
CÍVEL
•
CONSUMIDOR
•
ADVOCACIA 29
O RISCO DA PERDA DE PRAZOS
Iniciativa da 2ª Subseção busca orientar sobre consequências disciplinares
Está em tramitação no Congresso Nacional o
projeto de lei nº 646/2022 que, se aprovado, irá
inserir novas medidas no ordenamento jurídico pá-
trio, estabelecendo sanções para a perda de prazos
processuais por advogados. A proposta aguardava
para ser analisada em caráter conclusivo pela Co-
missão de Constituição e Justiça e de Cidadania da
Câmara dos Deputados até o final do mês de maio.
Suas implicações, contudo, chamam atenção para
um tema caro à advocacia.
Cumprir prazos, como se sabe, é uma preocupa-
ção recorrente dos advogados. Perdê-los pode sig-
nificar gerar prejuízos ao cliente. Pode representar
também responsabilização em eventual processo
disciplinar, como adverte o advogado Homero Fer-
reira da Silva Junior Coutinho, conselheiro titular
da 2ª Subseção da OAB/ES.
“Com a adoção do ‘Juízo 100% Digital’ por força
da Resolução CNJ 345/2020, as mudanças em rela-
ção aos prazos processuais passaram a exigir ainda
mais atenção dos profissionais do direito, em espe-
cial dos advogados”, explica Homero.
O conselheiro da OAB Cachoeiro esclarece que
o texto do PL nº 646/22 insere novas medidas pu-
nitivas no Código de Processo Civil (CPC), além da
possibilidade de instauração de procedimento éti-
co-disciplinar e/ou imposição de multa pela pró-
pria Ordem.
“Deve-se observar com cautela as prescrições
da Lei nº 11.419/2006 (lei do processo judicial ele-
trônico), visto que, o art. 5º, §3º, da referida nor-
ma de regência permite a intimação automática do
advogado no prazo de 10 dias corridos contados da
data do registro da intimação no sistema. A publi-
cação das decisões e despachos durante o proces-
so eletrônico, via de regra, não são mais publica-
das no Diário de Justiça eletrônico – como ocorre
nos processos físicos”, orienta. Ou seja, deixar de
acompanhar diariamente os processos junto ao
PJe, certamente gerará sérias dores de cabeça para
o profissional do direito.
O presidente Adílio Domingos dos Santos Neto
faz ainda outra advertência importante. “A perda
de um prazo pode ensejar em uma atuação culpo-
sa ou mesmo dolosa. É preciso que os advogados
fiquem atentos. O profissional está sendo negli-
gente, imprudente, imperito? Em que está erran-
do? Como pode resultar em responsabilização éti-
ca isto acarretaria em mais um processo disciplinar
instaurado junto à 2ª Subseção”, diz.
Adílio lembra que em um passado não tão dis-
tante alguns profissionais andaram perdendo o
prazo por não estarem familiarizados com as pres-
crições da Lei 11.419/2006. Hoje estes episódios
tornaram-se mais raros, o que não diminui a pre-
ocupação da OAB Cachoeiro em orientar sobre o
tema. Tanto que os prazos processuais e os diver-
sos sistemas existentes do processo judicial eletrôni-
co serão objeto de capítulo próprio da 2ª edição do
Curso de Iniciação à Jovem Advocacia, evento jurídico
que será realizado pela 2ª Subseção no segundo se-
mestre deste ano.
“O advogado que tem dúvidas pode e deve par-
ticipar. Será uma oportunidade única. Trataremos do
processo eletrônico, da postura em audiência, dentre
outros pontos pertinentes”, incentiva o presidente.
Apesar de ser um curso voltado à jovem advocacia,
não haverá restrições a advogados com mais tempo
de atuação. Estuda-se ainda permitir a participação
de acadêmicos do último ano do curso de Direito.
“Os advogados não têm escolha, ou aprendem a
utilizar todos os sistemas disponíveis, ou, certamen-
te, ficarão limitados e profissionalmente ultrapassa-
dos, circunstância que resulta na perda de clientela
e consequente redução do mercado de trabalho”,
recomenda Homero. É um bom conselho, com cer-
teza. Considerando todas as iniciativas educativas, é
possível afirmar que a OAB está no caminho certo ao
proporcionar à advocacia regional aprender a utilizar
cada uma das ferramentas existentes.
Dr. Homero Ferreira da Silva Junior Coutinho
ADVOCACIA 30
ADVOCACIA 31
EM BUSCA DE NOVOS CONHECIMENTOS
Clube do livro da advocacia viabiliza estudos que ajudam a desenvolver a argumentação jurídica
Aos olhos de hoje, já é um eloquente sucesso o “Clu-
be de Leitura Direito & Literatura” instituído e executado
como projeto para o ano de 2022 pela Comissão da Jo-
vem Advocacia da 2ª Subseção da OAB/ES. Em seu quarto
mês, a iniciativa reúne até o momento 110 inscritos, gru-
po plural composto por jovens advogados, advogados de
carreira, professores de cursos de direito com mestrado e
doutorado, e ainda alunos finalistas do curso de direito (9º
e 10º período) do Centro Universitário São Camilo Espírito
Santo e da Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemi-
rim (FDCI).
Segundo explicou a advogada Rachel Pereira Dias Cale-
gario, coordenadora da comissão, a ideia é viabilizar estu-
dos que desenvolvam a argumentação jurídica e ampliem
a visão de direito da jovem advocacia por meio da análise
e discussão de leituras com temas variados, atuais e ne-
cessários, sejam estas de cunho literário, filosófico, políti-
co ou sociológico.
“Tem sido fantástico! O nível de profundidade dos estu-
dos e debates está muito acima do esperado”, comemora
Rachel.
De acordo com seu relato, os encontros funcionam atra-
vés da plataforma virtual Zoom e possuem uma agenda
estabelecida que é disponibilizada todo o mês, relativa a
uma obra em específico. Nesta primeira edição do projeto
estão em estudo obras contemporâneas e clássicos como
“Justiça: o que é fazer a coisa certa (Michael J. Sandel)”,
Fahrenheit 451 (Rey Bradbury)”, “Raízes do Brasil (Sérgio
Buarque de Holanda)”, “O Cortiço (Aluísio Azevedo)”, “O
último dia de um condenado (Victor Hugo)”, “Crime e Cas-
tigo (Fiódor Dostoiévski)” e “Memórias Póstumas de Brás
Cubas (Machado de Assis)”.
“Nossa proposta é a discussão de uma obra, seja de
cunho literário, filosófico, sociológico ou político, mas que
faça uma conexão com o mundo jurídico. Postamos no iní-
cio de cada mês as datas dos encontros. Não trabalhamos
com cronograma de leitura, mas sim de discussão e de-
bates”, esclarece a coordenadora. Significa dizer que cada
participante pode ler a obra no seu ritmo, sabendo que
em cada encontro o todo ou partes do livro serão traba-
lhados.
Outro cuidado para democratizar os debates tem sido
o de gravar os encontros e depois postá-los no grupo do
clube. Trata-se, como informa, de medida importante já
que nem sempre todos os integrantes podem estar dis-
poníveis para participarem no dia e horário proposto. Nos
dias de reunião geralmente também são partilhados ma-
teriais que contribuam com o aprofundamento do estudo
das obras, conforme descreve Rachel.
“Fazemos ainda um encontro final para uma discussão
geral do livro selecionado e sempre convidamos um advo-
gado que tenha conhecimento em Direito e Literatura, e
outro da área jurídica específica”, diz.
O resultado vistoso de tamanho empenho pode ser
mensurado pela frequência dos inscritos, mas, igualmen-
te, pelas participações de professores do curso de direito
das mais variadas instituições superiores de todo o ter-
ritório nacional, tais como a PUC-SP, PUC-MG, PUC-RJ,
PUC-RS, FDV, UNINTER, UNC, UFPI, UESB, UFRN, FDCI e
São Camilo-ES. Também merece destaque a presença de
membros não somente da 2ª Subseção, mas também da
OAB/ES, além de outras seccionais do país, como da OAB/
SP, OAB/BA, OAB/PI, OAB/PR, OAB/MG, OAB/RS, OAB/SC,
OAB/RJ, OAB/PE, OAB/PA, OAB/DF e OAB/CE.
“Contamos ainda com o apoio da Rede de Direito e Lite-
ratura (RDL) que nos ajuda nas divulgações e disponibiliza
cursos na área do Direito e da Literatura, além do Núcleo
de Estudos e Pesquisas em Direito e Literatura da Univer-
sidade de Uberaba (NEPEDILL)”, confirma a coordenadora.
Os encontros se estenderão até novembro e ocorrem
sempre a noite. Qualquer profissional inscrito nos qua-
dros da Ordem pode participar e, apesar do período ofi-
cial de inscrições já ter sido encerrado, novos interessados
podem entrar em contato através do direct do Instagram
da Comissão da Jovem Advocacia (@jovemadvocacia.ca-
choeiro) para serem inseridos no projeto.
Prof. Rodrigo Pardal em um dos encontros do Clube de Leitura Direito & Literatura da 2ª Subseção da OAB/ES
ADVOCACIA 32
Temos vocação para cuidar das pessoas.
Somos médicos, somos uma marca de médicos.
Mais do que conhecimento para curar, temos
comprometimento com a vida, com as pessoas, com o mundo.
Fazemos o melhor porque nascemos e
Somos uma cooperativa de médicos.
ADVOCACIA 33
TRABALHO COM DIGNIDADE
Graças à intervenção da OAB, CDP conta agora com novos intercomunicadores, melhoria na
climatização e parlatório para utilização prioritária pela advocacia
No meritório propósito de primar pela melhoria nas
condições de trabalho da advocacia regional, a 2ª Sub-
seção da OAB/ES coleciona alguns resultados notáveis.
Um dos mais recentes contempla a atenção dispensa-
da aos advogados e advogadas que prestam assistência
jurídica aos internos do Centro de Detenção Provisória
de Cachoeiro de Itapemirim (CDP-CI).
No primeiro trimestre do ano, a Ordem fez a entre-
ga de sete novos intercomunicadores para serem ins-
talados nos parlatórios da unidade prisional. Também
foram instalados três condicionadores de ar e assegu-
rado, junto à direção da instituição, o compromisso de
utilização prioritária pela advocacia do parlatório “A”,
reativado com o apoio da OAB.
“É um grande avanço nas condições de trabalho para
a advocacia, e, que ainda reflete na sociedade, pois, no
caso dos presos provisórios, os parlatórios são a úni-
ca ponte de comunicação entre internos e familiares”,
esclarece o Secretário-geral da 2ª Subseção, Sebastião
Renaldo Silva Hora Junior.
Os parlatórios são espaços utilizados predominan-
temente por advogados e advogadas. O CDP-CI conta
com quatro, cada um com cinco cabines e um inter-
comunicador por cabine. Há pouco tempo o parlatório
“A” estava desativado e, das quinze cabines restantes,
apenas nove intercomunicadores estavam funcionan-
do (alguns, precariamente).
Para pior o cenário que já não era bom, nenhum
parlatório contava com climatização, muito embora a
unidade encontre-se instalada em um local extrema-
mente quente. “Como além da advocacia, familiares,
oficiais de justiça, dentre outros, também necessitam
utilizar os parlatórios para contato com os internos, o
resultado era esperado: congestionamento, longo tem-
po de espera, atendimento precário e muito calor”, re-
memora Sebastião.
Na busca por resolver o problema e oferecer me-
lhores condições de trabalho para a advocacia, a Or-
dem contou com a parceria dos próprios servidores e
da direção do CDP, bem como da Comissão da Advo-
cacia Criminal e Política Penitenciária da OAB/ES, das
Comissões da Advocacia Criminal e de Direitos e Prer-
rogativas da 2ª Subseção e também da Diretoria e do
Conselho da OAB Cachoeiro.
“Em primeiro, resolvemos aquilo que mais afligia a
advocacia. O calor! Atualmente, somente um parlató-
rio não dispõe de climatização. Instalamos o terceiro
ar condicionado há poucos dias. Já os sete intercomu-
nicadores foram entregues no primeiro trimestre. Com
outros dois adquiridos pelos servidores e a manuten-
ção dos demais existentes, foi o suficiente para colocar
todas as vinte cabines novamente em funcionamen-
to”, explica Sebastião Hora Junior.
Há que se registrar ainda que a atuação da 2ª Sub-
seção, por meio de constantes inspeções nas unidades
prisionais locais, permitiu a constatação do problema.
Por serem visitas que objetivam o encontro de even-
tuais falhas, estas não têm calendário definido. Ao
contrário, caso chegue ao conhecimento da Ordem
qualquer dificuldade ou faça tempo entre a última, são
feitas novas inspeções nas unidades.
“Nossa aguerrida advocacia não tem tempo para
reclamar. Por vezes, acabamos não tomando conheci-
mento imediato de graves falhas estruturais como as
relacionadas. Mas, seja por intermédio de algum cole-
ga, ou verificado por qualquer das atuantes comissões
que auxiliam neste trabalho, conseguimos localizar e
buscamos reparar a dificuldade no tempo mais breve
possível”, diz o Secretário-geral.
ADVOCACIA 34
EM DEFESA DAS PRERROGATIVAS
Na Comissão Estadual o atendimento às denúncias ocorre 24
horas por dia, 365 dias por ano
O comportamento dos advogados e advogadas
surpreendidos no exercício profissional por eventual
violação das prerrogativas pode seguir dois hipotéti-
cos caminhos: deixam-se intimidar e silenciam sobre
o fato, fragilizando em última análise toda a categoria
e a própria sociedade; ou, mais importante e acerta-
do, acionam imediatamente o canal disponibilizado
pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Espí-
rito Santo (OAB-ES) por meio do telefone (27) 99946-
3254. O “plantão de prerrogativas” é um serviço man-
tido 24 horas por dia, 365 dias por ano, pela Comissão
Estadual de Direitos e Prerrogativas.
Para assegurar seu pleno funcionamento 49 ad-
vogados voluntários, além de mais três contratados e
um estagiário, revezam-se na tarefa de atender às de-
núncias encaminhadas pela advocacia estadual. Não
são poucas, como revela o advogado Rodrigo Carlos
de Souza, Conselheiro Seccional e Diretor de Prerro-
gativas da OAB/ES.
“Infelizmente temos reclamações de violações de
prerrogativas da categoria com relativa frequência,
mas a Ordem sempre que toma conhecimento age
imediatamente e exige que estas sejam observadas,
seja administrativa ou judicialmente”, informa Rodri-
go.
Para ilustrar o comprometimento da OAB com o
tema, basta rememorar que ainda no primeiro semes-
tre de 2022 o presidente José Carlos Rizk Filho repre-
sentou contra uma chefe de cartório de Vitória e, mais
recente, contra uma juíza, também da capital, por ter
tratado um advogado com absoluta falta de urbani-
dade.
“A OAB-ES não transige com as prerrogativas da
advocacia. A Ordem tem várias atribuições e todas são
muito importantes, entretanto, a Comissão de Prer-
rogativas tem o papel de lidar com a atividade fim da
OAB, com o que há de mais caro para a advocacia e
por consequência para a sociedade, que é a preser-
vação dos direitos e prerrogativas da nossa catego-
ria profissional, cujo real destinatário é a sociedade,
afinal, o advogado intimidado, com seus direitos e
prerrogativas violados, inevitavelmente terá a defesa
de seu constituinte comprometida e daí este ser um
tema caro também para a sociedade e não somente
para a advocacia”, comenta o Diretor de Prerrogativas.
Os direitos e prerrogativas da advocacia, de uma
forma geral, estão previstos nos artigos 6º e 7º, da Lei
nº 8.906/94, enquanto que o art. 7º-A, do mesmo di-
ploma normativo, prevê direitos específicos das advo-
gadas. Todos são de grande relevo e intransigíveis.
O art. 6º, por exemplo, estabelece não haver hie-
rarquia nem subordinação entre advogados, magistra-
dos e membros do Ministério Público, devendo todos
tratar-se com consideração e respeito recíprocos. Sig-
nifica dizer que autoridades, servidores públicos e os
serventuários da Justiça devem dispensar ao advoga-
do, no exercício da profissão, tratamento com-
patível com a dignidade da advocacia e condi-
ções adequadas a seu desempenho.
“O advogado vítima de violação de prerroga-
tiva não deve se quedar silente, pois ele pode
ter sido o veículo de violação, mas a vítima des-
ta é uma massa de aproximadamente um mi-
lhão e trezentos mil advogados brasileiros. Se
cada violação não for prontamente combatida,
toda a categoria poderá ficar fragilizada”, defen-
de Rodrigo Carlos de Souza.
Ele explica ainda que na área da 2ª Subseção,
que abrange as comarcas de Cachoeiro, Mimo-
so do Sul, Vargem Alta, Atílio Vivácqua e Muqui,
os casos de violações não são tão expressivos,
mas, quando ocorrem, a presidência da OAB
Cachoeiro se mostra muito atuante, ajudando
a Comissão.
“Não é incomum que os advogados liguem
direto para nós. Em todos os casos damos um
tratamento pessoal às situações de violação de
prerrogativas que surgem”, comenta o presi-
dente Adílio Domingos dos Santos Neto.
Como ambos recomendam, o advogado ou
advogada que entender que teve alguma das
prerrogativas violada, por menor que seja a
intempérie, não deve negligenciar o fato. Pelo
contrário. Deve entrar em contato imediata-
mente com o plantão de prerrogativas. A Lei Federal nº. 11.441/2007 passou a possibilitar à reali-
zação de inventário, partilha, bem como separação e divórcio
consensuais pela via administrativa. Pouco mais de três meses
depois, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) regulamentou,
com a Resolução nº. 35/2007, disciplinando a lavratura dos
atos notariais abarcados pela lei e, de lá para cá, os cartórios,
em evoluída cooperação com o Poder Judiciário, têm recebido
a maioria dos atos elencados pelo legislador.
Somos conhecedores dos requisitos para divórcio extrajudi-
cial: o ato precisa ser (ou se tornar) consensual, não pode ha-
ver filhos menores ou incapazes, inexistência de gestação
e, de extrema relevância, a assistência técnica por advogado
ou advogada. Isto já é sabido. A questão é: podemos lavrar es-
crituras públicas de divórcio em que exista menor? A resposta
é sim, podendo ser concretizado de duas formas.
A primeira delas é acionando o Judiciário para resolução de
todas às questões referentes à guarda, à visitação e a alimen-
tos do menor e, ato seguinte, busca-se a Tabeliã ou Tabelião de
Notas de confiança, para materialização do divórcio em si, por
meio de escritura pública, que deverá constar no corpo de
seu texto todos os pontos resolvidos judicialmente (art.
675 do Código de Normas - CGJ/ES). Este formato não funcio-
nou muito bem na prática, pois as partes acabam acionando o
Judiciário para resolução de 100% das questões que envolvem
o divórcio.
O segundo formato é interessante, porém, pouco explora-
do pela advocacia. É possível divórcio extrajudicial com menor,
desde que ele seja emancipado. Este entendimento foi firma-
do pelo CNJ, em meados de 2016, no julgamento do Pedido
de Providência (PP 0000409-15.2014.2.00.0000) convertido
em Consulta durante a 15ª Sessão Virtual e abarcou todos os
atos da lei, inclusive os inventários. O entendimento, unânime,
se deu no sentido de não ser necessária alteração da resolu-
ção exarada pelo Conselho, pois a interpretação sistemática da
norma abarca menores emancipados.
Assim, o sistema notarial e registral continua em constante
cooperação com o Poder Judiciário para a melhor prestação
do serviço público delegado, e tem ampliado sua colaboração
para garantir uma advocacia segura e eficiente.
DIVÓRCIO EXTRAJUDICIAL
COM MENOR É ADMISSÍVEL
Tabeliã de Notas e Registradora Civil; 2ª Vice-Presidente do Sindicato dos
Notários e Registradores; Mestranda em Sociologia Política; Mediadora
Extrajudicial; Membra da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Ju-
rídica (ABMCJ/ES) que integra a Federação Internacional das Mulheres de
Carreira Jurídica (FIFCJ).
Nelisa Galante
Dr. Rodrigo Carlos de Souza
ADVOCACIA 36
ADVOCACIA 37
/CorpusSaneamento
@corpus_saneamento
www.corpus.com.br
Desenvolvimento
de CachoeirodeItapemirim
Contribuindoparao
CONHEÇANOSSOSSERVIÇOSNACIDADE:
Limpezadevalas Lavagemdevias
Coletadevolumosos
Coletadeentulho Capina Coletaseletiva
Varrição
ADVOCACIA 38
E
pisódio recente, acompanhado
pela Comissão de Proteção e Cui-
dado aos Animais da 2ª Subseção
da OAB/ES, ajuda a ilustrar as im-
plicações legais do não cumprimento
dos deveres inerentes a guarda de um
animal. Depois de receber um pedido de
ajuda para um cachorro trancado por seu
tutor em um terreno murado, sem comi-
da, água ou abrigo do sol, os voluntários
solicitaram o auxílio da Polícia Civil. Esta
adentrou o imóvel para resgatá-lo e la-
vrar o boletim unificado (BU) da Secreta-
ria de Segurança Pública e Defesa Social
do Espírito Santo (SESP). Como explica a
coordenadora da comissão, a advogada
Thuane Correa Goltara, se o tutor esti-
vesse no local no momento da ocorrência
teria sido conduzido à delegacia e detido
em flagrante.
“O cachorro não estava apanhando
ou sendo mutilado, mas estava sofrendo
abuso por ter sido deixado sem comida
ou água e em ambiente inapropriado. O
crime de maus tratos vai muita além de
atos de violência contra o animal”, escla-
Estima-se que, no Brasil, cerca de 30 milhões de cães e gatos vivam
nas ruas. Esse número representa um risco enorme para a saúde hu-
mana e dos animais, podendo agravar doenças zoonóticas (transmi-
tidas do animal para o ser humano), como a raiva e a leishmaniose.
Sensibilizadas pela situação, muitas pessoas acabam levando esses
animais para casa sem saber ao certo a melhor maneira de ajudá-los.
Esse problema está relacionado, normalmente, a falta de informa-
ção da população ou a negligência dos tutores – já que nem sempre
há uma preocupação com o bem-estar do animal. Nesse caso, a ci-
rurgia de castração seria uma das práticas mais recomendadas para
o controle populacional e, consequentemente, dessas doenças.
A castração de animais surgiu nos EUA, nos anos 70, como uma so-
lução à superlotação de cães e gatos nos abrigos e nas ruas, sem que
tivessem que encaminhá-los à eutanásia. Mas quando falamos nisso,
a primeira coisa da qual lembramos é a prevenção de filhotes, certo?
Porém, a importância desse procedimento não se limita a isso.
Essa cirurgia também reduz problemas de agressividade nos ani-
mais, diminui a prevalência de tumores de mama e patologias de
próstata, diminui o hábito de marcar território, reduz índices de pa-
tologias reprodutivas e evita a proliferação de doenças sexualmente
transmissíveis entre os animais, como o TVT (Tumor Venéril Trans-
missível), dentre vários outros benefícios.
É importante ressaltar que somente a cirurgia de castração não é
suficiente para uma mudança considerável desse cenário. É necessá-
rio que haja a promoção de ações de educação ambiental e serviços
voltados para vigilância, prevenção e controle de zoonoses; a reali-
zação de medidas profiláticas e educativas nos municípios de maior
incidência de doenças (vacinação, palestras, visitas domiciliares, es-
tratégias de controle sanitário) e, principalmente, a conscientização
da população sobre o que é a guarda responsável de animais.
Ao adotar um bichinho deve-se ter em mente que, além de dar
amor e carinho, o tutor terá uma responsabilidade enorme com sua
saúde e bem-estar.
Para ajudar, sugerimos algumas medidas primordiais que devem
ser tomadas:
1. Verificar se toda família está de acordo com a adoção;
2. Assegurar se haverá recursos financeiros para manter o animal e
se a casa tem espaço suficiente para ele;
3. Oferecer uma alimentação equilibrada, de boa qualidade, água
fresca e um ambiente limpo;
4. Manter a vacinação e a vermifugação do pet em dia;
5. Passar e brincar diariamente;
6. Fazer visitas regulares ao médico veterinário para check-ups ge-
rais;
7. Identificar o animal na placa de identificação presa à coleira ou
através de microchips;
8. Castrar felino e canino.
Juntamente, a guarda responsável e a castração evitam o aban-
dono, mantêm o controle populacional e de doenças, levando ao
equilíbrio ambiental e fazem os bichinhos mais felizes. Cuidar de um
cachorro ou gato é um compromisso para toda a vida do animal.
Faça sua parte.
ABANDONO DE ANIMAIS NO
BRASIL E SAÚDE PÚBLICA
Dr. Marcos Lesqueves
Médico Veterinário – CRMV-ES 1999
Entenda por que a guarda responsável e a castração são tão
importantes para o bem-estar animal
Dra. Fabíola Peixoto Lesqueves
Médica Veterinária – CRMV-ES 1356
Dra. Thuane Correa Goltara e o cachorro resgatado graças à
intervenção da Comissão de Proteção e Cuidado aos Animais
ADVOCACIA 39
O PROBLEMA MERECE ATENÇÃO
Tutor que não cuidar de animal pode ser enquadrado em crime de maus tratos
rece Thuane.
O fato narrado permite lançar luz sobre um
tema que aos poucos vem ganhando maior aten-
ção da sociedade sul capixaba. A nominada guar-
da responsável é uma obrigação legal, uma vez
que o guardião/tutor que não cuidar do animal
pode ser enquadrado na previsão normativa do
art. 32, da Lei nº 9.605/1998. Cabe anotar ainda
que, por força da Lei nº 14.064/2020, que alte-
rou o citado dispositivo legal, o crime de maus
tratos deixou de ser de menor potencial ofensi-
vo, passando a ter pena máxima de até 5 anos de
reclusão.
Para a coordenadora da Comissão de Proteção
e Cuidado aos Animais da OAB Cachoeiro as pes-
soas precisam se conscientizar que animais de
estimação demandam tempo, carinho, atenção
e dinheiro. “Não são objetos dos quais se des-
cartam quando não servem mais. Quem faz isso
está cometendo crime”, adverte Thuane.
Não se trata, igualmente, apenas de alimentar
e dar vacina, mas de agir com responsabilidade.
“Cachorros vivem, em média, 10 anos. Vamos
combinar que não é muito tempo. Se alguém
que se propõe a comprar/adotar um animal não
puder se responsabilizar por ele por este tempo,
nem deve fazê-lo”, orienta a advogada.
A Comissão de Proteção e Cuidados aos Ani-
mais tem por finalidade impulsionar políticas
públicas relacionadas ao tema, orientar a popu-
lação e fiscalizar o cumprimento das determina-
ções já existentes. Cabe a sua coordenadora, por
exemplo, representar a Ordem no Conselho Mu-
nicipal de Meio Ambiente de Cachoeiro de Ita-
pemirim, onde estuda a viabilidade de projetos para
implantação de uma política de castração dentro do
município.
“Podemos dizer que a Comissão está aqui para
auxiliar a população no que for necessário e possí-
vel em termos de orientação e de fazer cumprir a lei,
bem como para fomentar políticas públicas e ações
relacionadas a causa, seja diretamente com o poder
público ou por parcerias com a iniciativa privada”, ex-
plica Thuane. O tema, sem dúvida, merece atenção.
ADVOCACIA 40
ADVOCACIA 41
UM CHAMADO À VALORIZAÇÃO DA
ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA
Em 2022 completo 20 anos da minha graduação
no curso de Direito e 19 de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil. Tenho desde então buscado dia-
riamente cumprir o juramento assumido de acreditar
no direito como a melhor forma para a convivência
humana, de defender a liberdade e a justiça, de pro-
mover a paz e lutar pela dignidade da pessoa huma-
na, pelo Estado Democrático de Direito. Muito mais
que compromisso, tenho como objetivo, pois acredito
que sem isso não há direito que sobreviva e, como
consequência, não haverá paz.
E para alcançar esse propósito, escolhi advogar e
atuar na área dos Direitos Sociais, mormente o traba-
lhista e o previdenciário. E nesses quase 20 anos de
muito trabalho, muita dedicação, muitos tropeços e
acertos, compartilho com os colegas de profissão que
não há luta sem ferimentos, não há vitória sem que-
das e não há melhor sentimento que a concretização
do direito de um cliente.
Na advocacia previdenciária esse sentimento de
conquista é ainda mais gratificante. Basta entender
a importância desse direito e da imprescindibilidade
da Previdência Social, que é um instituto de proteção
que ampara os segurados e outros assistidos, com o
objetivo primordial de prestar assistência financeira
quando o trabalhador se encontra em situação de
incapacidade, possibilitando-o conseguir se manter
dignamente até o restabelecimento de sua saúde e
capacidade laborativa. Ou quando um segurado, após
anos de manutenção do sistema previdenciário atra-
vés do seu labor busca sua tão sonhada aposentado-
ria. A mãe que poderá usufruir da sua licença mater-
nidade e com tranquilidade fazer valer o direito do
seu filho a amamentação. O viúvo, viúva e os filhos
que poderão ter um pouco de dignidade recebendo
pensão por morte. E entender como isso pode im-
pactar toda sociedade e seus sistemas econômico, de
saúde, educacional, cultural, laboral.
O papel da advocacia nesse processo é de extrema
relevância e devemos praticá-lo com ética.
Partindo do início da minha trajetória – quando a
matéria Direito Previdenciário era optativa nas facul-
dades, havia poucos cursos de especialização na área
e constantes alterações legislativas – a um cenário
atual de ofertas indevidas de serviços, promessas en-
ganosas a segurados e assistidos, e uma invasão nas
mídias e redes sociais de forma indiscriminada, exces-
siva e abusiva; o esforço da advocacia em preservar
a ética, praticar a advocacia dentro da legalidade e
dos princípios que norteiam essa tão nobre profissão,
deve ser ainda mais enérgico. Não podemos deixar
que violem as nossas prerrogativas.
Advogados previdenciaristas, nós somos respon-
sáveis pela vida do cliente! Um pedido de aposenta-
doria bem feito, deferido na forma mais vantajosa vai
impactar de forma positiva e para sempre a vida des-
se segurado e da sua família.
Infelizmente temos presenciado segurados e assis-
tidos sendo ludibriados a acreditar, por exemplo, que
Benefício Assistencial, o conhecido BPC do LOAS, é
uma “aposentadoria” e a mentir sobre seu estado ci-
vil ou de miserabilidade para obter indevidamente
o benefício. Ora, um pedido mal feito ou fundamen-
tado na mentira, em provas fraudadas, compromete
a vida do cliente e toda a sociedade. Compromete
o Sistema da Seguridade Social e o direito de quem
realmente deveria usufruir do benefício.
Além de ferir o sistema, transgride também os
princípios que norteiam a Carta Magna Brasileira e
os da Seguridade Social. E, evidentemente, causam
aviltante retrocesso social, ferindo a dignidade da
pessoa humana, levando o segurado e o assistido,
que se encontra em estado sensível e vulnerável, a
uma desigualdade ainda maior.
Advogados previdenciaristas que se empenham,
trabalham, lutam, estudam incessantemente, se
dedicam incansavelmente na busca do direito do
cliente, da justiça e da paz social, que norteiam sua
conduta profissional na ética, na lealdade, na boa-
-fé, na fidelidade à verdade: não deixemos que esse
cenário afronte a nossa profissão!
Devemos somar forças para mostrar o nosso
valor e o quão honrosa é a nossa profissão; que
merecemos respeito e que somos indispensáveis à
administração da Justiça.
Priscilla Thomaz de Oliveira
Advogada trabalhista e previdenciarista
Coordenadora da Comissão de D. Sociais da 2ª subseção OAB/ES
Membro da Comissão Estadual de D. Previdenciário da Seccional OAB/ES
Membro da Comissão Municipal da Pessoa com Deficiência (COMDPEDE)
de Cachoeiro de Itapemirim
ADVOCACIA 42
ADVOCACIA 43
A HORA CERTA DE EXPANDIR
Com nova política, 2ª Subseção amplia serviços e benefícios à advocacia regional
No momento em que a presente edição chegar às mãos
dos leitores é possível que já tenha sido efetivada com
sucesso uma aguardada, visível e significativa mudança
no site da OAB Cachoeiro. Parte da atenção especial dis-
pensada aos convênios desde o início da atual gestão,
a página dedicada a estes será toda remodelada, como
informou em maio o advogado Sebastião Renaldo Silva
Hora Junior, Secretário-geral da 2ª Subseção da OAB-ES.
“Sentimos a necessidade de uma plataforma ainda mais
atualizada e adequada ao nosso momento de evolução
digital”, explicou. Por consequência, a nova seção trará
mais intuitividade e objetividade no acesso, permitindo
ao interessado efetuar buscas e categorizar os convênios
firmados pela Ordem por município, ramo de atividade e
percentual de desconto, dentre outros.
“Com isso, ampliaremos também a janela de divulga-
ção dos conveniados para que se criem ainda mais bons
negócios”, disse Sebastião Hora Junior. Ele confirmou
ainda que o endereço eletrônico, apesar das mudanças,
permanecerá o mesmo (https://www.oabcachoeiro.
com.br/novo/convenios.php).
Importante que se diga que, mais do que simples-
mente aprimorar os mecanismos de divulgação, a atual
política de expansão dos convênios firmados contempla,
igualmente, uma necessária e bem-vinda retomada à
ampliação dos contratos em favor da advocacia regional.
Para compreender melhor o que isto significa, basta dizer
que somente nos últimos meses foram firmados convê-
nios da OAB Cachoeiro com empresas no setor de lim-
peza de estofados, elétrica automotiva e fornecimento
de baterias automotivas, laboratório de análises clínicas,
clínica de vacinas, instituição de ensino, acessórios e rou-
pas femininas, móveis e materiais de escritório, e uma
steak house/bar temático.
“Não possuímos qualquer limitação à natureza da
atividade econômica do pretenso conveniado. Pelo con-
trário, nosso interesse é de absorver todas as atividades
as quais um advogado(a) necessita utilizar em sua vida
profissional e pessoal”, confirma o Secretário-geral da 2ª
Subseção.
Também não há, igualmente, restrição de fronteiras
para os benefícios. Exemplo emblemático disto foi o con-
vênio firmado com o bar e steak house temático na re-
gião de Pedra Azul, no município de Domingos Martins,
há aproximadamente 80km da sede da Subseção.
Por outro lado, alguns benefícios chamam a atenção
pela explícita vantagem que oferecem aos cerca de 1.600
advogados e advogadas inscritos na OAB Cachoeiro. Exis-
tem empresas conveniadas que concedem à advocacia,
por exemplo, até 50% de desconto para o pagamento à
vista no fornecimento de produtos e serviços. “Felizmen-
te, há um grande interesse de fornecedores dos mais va-
riados ramos de atividade em conveniar com a 2ª Subse-
ção”, diz Sebastião.
Ele destaca também o fato de que o processo para
fazer o convênio com a Ordem é extremamente simples,
contemplando tanto pessoas físicas e jurídicas, como for-
necedores de produtos e/ou serviços.
“O pretenso conveniado mantém contato diretamente
comigo, ou, caso alguém me repasse o contato, eu man-
tenho contato. Questiono quais benefícios serão ofe-
recidos aos advogados e advogadas inscritos, analiso a
viabilidade sobre os descontos/benefícios concedidos e
o ramo de atuação, e, estando em acordo, solicito infor-
mações referentes a empresa/pessoa física responsável
para formalizar a minuta do termo”, esclarece.
Outro ponto que merece nota é que os convênios
são firmados diretamente com a 2ª Subseção da OAB/
ES, assim, por relação de legitimidade, só abrangem a
advocacia inscrita na OAB Cachoeiro. O que não impe-
de, claro, que os conveniados estendam os benefícios
à toda a advocacia. No formato padrão do instrumento
de convênio adotado pela Ordem, os familiares dos ad-
vogados também podem desfrutar dos convênios, salvo
quando o próprio conveniado solicita que seja removi-
da tal disposição. Os benefícios também são estendidos,
obrigatoriamente, aos estagiários inscritos na OAB e aos
colaboradores da Subseção.
Dr. Sebastião Renaldo Silva Hora Junior e os novos conveniados
ADVOCACIA 44
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ADVOCACIA 47
OPORTUNIDADES PARA TODOS
Cursos e palestras presenciais além de ofertar ensino permitem reaproximar advocacia
Fazer investimentos na qualificação e formação
continuada da advocacia regional sempre foi um
dos projetos prioritários da atual gestão da 2ª
Subseção da OAB/ES. Foi assim ao longo do triê-
nio anterior mesmo com o advento da pandemia
de Covid-19, o dis-
tanciamento social
obrigatório e parte
das preleções ocor-
rendo em ambiente
virtual. Permanecerá
sendo, igualmente,
ser for levado em
consideração o ritmo
intenso de eventos
realizados somente
nos primeiros meses
de 2022.
Só para se ter
ideia, apenas no úl-
timo mês de maio a
OAB Cachoeiro realizou três cursos temáticos.
Nos meses anteriores foram outros seis. Todos
com foco em oportunizar aos advogados e advo-
gadas atualização e aprofundamento em temas
pertinentes e contemporâneos.
“Nossa meta é não parar de capacitar, de ofertar
qualificação. Creio ser um dos papéis primordiais
da Ordem em relação à advocacia”, esclarece o
presidente Adílio Domingos dos Santos Neto.
Ele lembra que um diferencial das preleções
que estão ocorrendo neste ano é que, por conta
do avanço no controle da crise sanitária, foram
retomados os encontros e atividades presenciais.
Outro é procurar contemplar o maior número de
ramos do Direito. “São muitos cursos. Só fica para-
do hoje quem quer”, explica Adílio.
Para a advogada Fernanda Ribeiro Campos Mi-
chalsky, secretária-geral adjunta da OAB Cachoei-
ro, merece atenção
também o fato de
que, como a Direto-
ria e o Conselho são
formados por advo-
gados que atuam em
diferentes áreas, tor-
na-se mais fácil com-
preender um pou-
co do universo de
cada segmento, bem
como as dificulda-
des encontradas nos
setores envolvidos.
Essa experiência re-
flete-se, por exem-
plo, na escolha de temas. Permite ainda aproximar
a advocacia da região.
“A OAB é a nossa casa, o lugar onde encontramos
apoio para o exercício profissional. A 2ª Subseção
ao promover seus eventos, além de contribuir
para o crescimento profissional, também aproxi-
ma os advogados uns dos outros e, com isso, nós
nos reconhecemos como verdadeiros colegas de
profissão”, pondera Fernanda.
Para um público ansioso por encontros pre-
senciais depois de um longo período de restrições,
convenhamos, não há melhor argumento do que
esse
ADVOCACIA 48
primeiro oficio
REGISTRO
Cumprimentos especiais da coluna para os advogados Bráulyo Lima Daver e
Renata Ribeiro Bernardo Lima. A pequena Alice Bernardo Lima completa
quatro meses de vida nesta primeira quinzena de junho. Felicidades à família!
A competente Leda Crissna Valennm contagia a
todos com seu profissionalismo, simpaaa e amizade.
Funcionária da secretaria da 2ª Subseção, ela
assegura, com muito talento, o atendimento eficiente
à advocacia regional.
Depois da atuação brilhante à frente da Comissão de Direitos Sociais da 2ª
Subseção, o advogado Valber Cruz Cereza, que na imagem aparece ladeado
pela esposa, a também advogada Lauriane Real Cereza, assumiu a
presidência da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/ES. Desejamos
sucesso nesta nova jornada!
A OAB pressgiou, no final de maio, a cerimônia de homenagem ao juiz
George Luiz Silva Figueira, então tular da 2ª Vara Cível da Comarca de
Cachoeiro de Itapemirim. A solenidade ocorreu no salão do júri do
fórum. Dr. George se aposentou, mas leva consigo o respeito e a
admiração da advocacia regional.
ADVOCACIA 50
APOSENTADORIA DA “DONA DE CASA”
Pessoas que cuidam exclusivamente da família e
dos afazeres domésticos, sem exercer atividade re-
munerada, também podem ter direito a se aposen-
tar por idade e receber 13º salário. Para ter direito
à aposentadoria essas pessoas, em regra “donas de
casa” devem fazer contribuição previdenciária – que,
nesse caso, é facultativa.
Importante destacar que essa possibilidade, embo-
ra seja comumente divulgada para as donas de casa,
é definida para qualquer pessoa, seja homem, seja
mulher, desde que não possua renda própria. Caso
tenha qualquer tipo de atividade remunerada, essa
pessoa se torna segurado obrigatório, saindo da po-
sição de contribuinte facultativo.
As “donas de casa” devem entrar em contato
com a Previdência Social pelo telefone 135, pelo site
da Previdência Social, ou pelo aplicativo de celular
MEUINSS, preencher a GPS (Guia da Previdência So-
cial), que está disponível na internet ou em papela-
rias (carnê amarelo) e recolher as contribuições efe-
tuando o pagamento até o dia 15 de cada mês.
Mulheres ou homens que cuidam da casa e da
família e não exercem atividade remunerada podem
contribuir com 11% do salário-mínimo vigente, ou
com uma porcentagem especial reduzida de 5% do
salário-mínimo vigente se estiverem cadastrados no
CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do
Governo Federal).
Para se inscrever no CadÚnico é preciso com-
provar que a família tem renda mensal de até dois
salários-mínimos. A inscrição pode ser feita nas uni-
dades do Centro de Referência em Assistência Social
(CRAS) de cada município.
Pelas regras atuais da Previdência Social, para ter
direito à aposentadoria para “donas de casa”, mulhe-
res e homens devem contribuir no mínimo durante
15 anos e ter 61 anos e 06 meses de idade (mulheres)
e 65 anos (homens). O valor do benefício será de um
salário-mínimo.
Destaca-se que sempre se aconselha a não parar
de pagar a GPS por mais de seis meses, caso contrá-
rio o vínculo com o INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) é quebrado, ocasionando a perda da filiação.
Sempre se aconselha que o segurado acompanhe
de perto os procedimentos de sua aposentadoria, ou
busque auxílio profissional para não deixar passar a
data necessária para se fazer o pedido. O acompa-
nhamento do procedimento de aposentadoria por
um profissional especializado também resulta em
melhores resultados, pois documentações, exigên-
cias e requerimentos são executados de forma simul-
tânea e de acordo com as regras vigentes da própria
Autarquia.
A aposentadoria para as “donas de casa” só será
concedida a quem fez as contribuições ao longo dos
anos. Não contribuir com a Previdência Social deixa
desprotegido o segurado em caso de acidente ou do-
ença. Se o segurado não tiver condições de efetuar o
pagamento das contribuições pelo período mínimo
exigido, aos 65 anos de idade (homem ou mulher), se
estiver inserido em uma família de extrema pobreza
(com renda familiar inferior a ¼ do salário-mínimo
por pessoa) poderá fazer jus a um benefício assisten-
cial (LOAS).
Cássia Bertassone da Silva
Advogada Especialista em Direito e Processo do Trabalho; Especialis-
ta em Direito Previdenciário; Especialista em Compliance Trabalhista
e Previdenciário para Empresas; Especialista em Direito Previdenciário
Empresarial e Gestão de Afastados; Especialista em Regime Próprio de
Previdência Social e Previdência Complementar; Gestora do Escritório
Bertassone Advogados, atuante na área de Direito do Trabalho / Previ-
denciário, Previdenciário Empresarial, Servidores Públicos, Previdência
Complementar e Gestão de Afastados
ADVOCACIA 51
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Ritmo intenso marca início da gestão da OAB Cachoeiro

  • 1. ADVOCACIA 01 2ª Subseção da OAB/ES - Ed. 06, ANO IV, 2022 ADVOCACIA Um bom começo Ritmo intenso marca início da gestão
  • 7. SUMÁRIO 10 - Editorial 12 - Simbolismo Gestão renovada com paridade 14 - Recomeço Propostas de trabalho indicam cenário animador 16 - Entrevista Presidente quer ouvir mais a advocacia 18 - Proteção Comissão amplia atenção ao meio ambiente 20 - Prevenção Crescem ações em defesa da saúde dos advogados 25 -Planejamento TED pretende criar turmas especializadas 26 – Especial Atividades são opção para crescimento profissional 29 - Orientação Perda de prazos pode acarretar sanções 31 - Estudo Clube de leitura tornou-se um sucesso 33 - Investimento OAB assegura condições de trabalho no CDP-CI 34 - Prerrogativas Plantão garante atendimento 24 horas por dia 35 - Legislação Divorcio extrajudicial com menor é admissível 38 - Artigo Guarda responsável e castração para o bem-estar animal 39 - Norma Tutor negligente pode ser enquadrado em crime de maus tratos 41 - Opinião Valorização da advocacia previdenciária 43 - Convênios Subseção amplia benefícios à advocacia regional 47 - Oportunidade Cursos e palestras asseguram capacitação 49 – Registro Fatos, pessoas e eventos 50 - Ensaio Aposentadoria da “dona de casa” 16 18 39
  • 10. ADVOCACIA 10 Editorial Superados os primeiros meses, revela-se oportuno fazer adequada aná- lise sobre as ações que marcaram, até agora, o início da atual gestão. O retrospecto provavelmente parecerá ao leitor bastante positivo. Não fo- ram poucos os projetos colocados em prática neste primeiro momento de 2022. Trata-se, na verdade, de necessária continuidade ao trabalho iniciado no triênio anterior. Para realizá-lo, a 2ª Subseção da OAB/ES tem contado com o mesmo zelo, empenho e dedicação de toda sua Diretoria, Conselho, Comissões, funcionários e colaboradores. Cito como exemplo a retomada das atividades presenciais. Desde o iní- cio do ano a programação de palestras e cursos foi restabelecida ao ritmo anterior a pandemia. Adaptados aos novos tempos, contudo, conciliamos de modo equânime a oferta, assegurando não somente a presença do público interessado em nosso auditório, mas outorgando também alter- nativas nas modalidades on-line e híbrida. Para além, pode-se afirmar que os objetivos traçados, assim como os compromissos pactuados estão sendo cumpridos à risca. Senão, vejamos. Os serviços de apoio e atendimento aos advogados e advogadas de nossa região encontram-se em pleno funcionamento; recomeçamos as visitas à advocacia nos municípios de nossa área de abrangência para estreitar o diálogo com a classe; o acesso aos fóruns das Justiças Estadual e Fede- ral, bem como ao Ministério Público, encontra-se restabelecido; a realiza- ção do Baile da Advocacia, festividade tradicional e importante de nossa agenda, está em fase de organização; definimos número recorde de even- tos de capacitação profissional e de integração da classe; e, não menos importante, temos mantido a participação ativa da Ordem nas discussões de interesse da sociedade em conjunto com outras entidades. Trata-se de um retrospecto feliz, por assim dizer. Não temos poupado esforços para representar de forma objetiva, dinâmica e transparente os interesses da advocacia de nossa região. Ao fazê-lo por meio de uma ges- tão democrática, pautada em ouvir a classe e garantir a defesa dos valores caros aos mais de 1.600 advogados e advogadas inscritos, asseguramos a construção de um novo ciclo de realizações. Boa leitura! Adílio Domingos dos Santos Neto Presidente 2ª Subseção OAB/ES Publicação editada e autofinanciada através de parcerias com a iniciativa privada e a so- ciedade capixaba, com o objetivo de divulgar as atividades desenvolvidas pela 2ª Subseção da OAB-ES, bem como matérias pertinentes da área jurídica. Artigos assinados são de res- ponsabilidade do respectivo autor. A publica- ção não se responsabiliza pelas informações, conceitos ou opiniões emitidas em artigos assinados, bem como pelo teor dos anún- cios publicados nesta edição. Não é permiti- da a reprodução sem autorização expressa. Adílio Domingos dos Santos Neto Presidente Jefferson Barbosa Pereira Vice-Presidente Sebastião Renaldo Silva Hora Junior Secretário-Geral Fernanda Ribeiro Campos Michalsky Secretária-Geral Adjunta Kenia Pacifico de Arruda Tesoureira Av. Monte Castelo, 96, Independência, Cachoeiro de Itapemirim-ES ADVOCACIA Direção Geral Carla Zanardi carlazanardi1@gmail.com Editor e Jornalista Responsável Wellington Cacemiro Registro Profissional: nº 0002604/ES wellington.cacemiro@gmail.com Designer Gráfico Wellington Filho Para Anunciar Tel.: (28) 3015-1800 revista.advocacia@gmail.com 2ª Subseção da OAB/ES - Ed. 06, ANO IV, 2022 ADVOCACIA Um bom começo Ritmo intenso marca início da gestão Dr. Adílio e Dra. Samantha Mion Matias dos Santos
  • 12. ADVOCACIA 12 Cerimônia de posse da atual Diretoria e Conselho da 2ª Subseção da OAB/ES: número paritário de homens e mulheres eleitos e muita dispo- sição para enfrentar os desafios impostos pela atividade da advocacia
  • 13. ADVOCACIA 13 MARCO MEMORÁVEL Gestão renovada tem paridade e compromisso em ampliar atendimento à advocacia A cerimônia de posse da atual Diretoria e Conselho para o triênio 2022/2024 pode ser descrita como um dos momentos importantes da história recente da 2ª Subseção da OAB/ES. Realizada no final de fevereiro, a solenidade contou com a presença dos presidentes José Carlos Rizk Filho (OAB/ES) e Ben-Hur Brenner Dan Farina (CAAES), além de outras autoridades públicas, conselheiros estaduais, advogados e familiares. Para além do inegável simbolismo de empossar os membros de uma chapa reeleita com mais de 80% dos votos válidos, o evento permitiu perenizar, pela primeira vez, a imagem de uma Diretoria e Conselho com número paritário de homens e mulheres eleitos, o que, reconheça-se, torna a atual gestão diferente de todas que a precederam. Neste sentido, como observa a advogada Kenia Pa- cifico de Arruda, tesoureira da OAB Cachoeiro, a atual composição é bem heterogênea, com mais presença feminina, mas também jovens advogados. “É um gru- po muito ativo. Estamos confiantes de que as mulhe- res ocuparão definitivamente e cada vez mais as ca- deiras nos quadros da Ordem”, comenta. Sua opinião é complementada por outra, da advo- gada Fernanda Ribeiro Campos Michalsky, procura- dora do município de Cachoeiro de Itapemirim e se- cretária-geral adjunta da OAB Cachoeiro. Para esta, os membros eleitos para o presente triênio formam um staff cheio de disposição, competente e dispos- to a enfrentar os desafios impostos pela atividade da advocacia. Como consequência, espera-se o mesmo comprometimento e empenho na busca por outras melhorias e avanços para a classe. “A 2ª Subseção procura atender toda solicitação dos advogados e advogadas, das mais simples às mais complexas. Há um atendimento presencial diário de estagiário e das secretárias no prédio, mas também, dado o avanço das informações e a necessidade de respondermos de maneira mais célere questões de cotidiano, o grupo, como um todo, responde dúvidas e se coloca à disposição em grupos de WhatsApp for- mados pela advocacia local”, relata Fernanda. As responsabilidades e atribuições são, igualmen- te, ponto que merece nota. Como estabelecido em regramento próprio, aos diretores compete a função de administrar a subseção, bem como gerenciar o seu funcionamento, adotar medidas tendentes a garantir a defesa das prerrogativas do advogado e represen- tar a OAB junto aos órgãos públicos. Os conselheiros, por sua vez, são responsáveis por analisar as condu- tas dos profissionais envolvidos em processos éticos, mas também têm papel importante na formação de opinião para concretização de ações, na construção de um projeto e no empenho para a realização dos festejos necessários à socialização da classe. “A nossa gestão tem uma característica de atender rapidamente as demandas do dia a dia do advogado. O presidente Adílio Domingos dos Santos Neto sem- pre teve enfoque de priorizar as demandas diárias, bem como dar apoio incondicional às prerrogativas”, explica Kenia. Esta metodologia, importante reconhecer, funcio- nou muito bem até aqui, é verdade. Até por isso, não é incorreto esperar que continue dando certo ao lon- go dos próximos três anos. Dra. Fernanda Ribeiro Campos Michalsky Dra. Kenia Pacifico de Arruda
  • 14. ADVOCACIA 14 UM ANO PARA ENTRAR NA HISTÓRIA Em tempos de recuperação da pandemia, as propostas de trabalho da OAB Cachoeiro indicam um cenário animador para a advocacia regional Dono de um currículo respeitável, o advogado criminalista Nestor Távora é uma espécie de refe- rência para estudiosos do Direito Processual Penal brasileiro. Ex-defensor público e autor de diversas obras jurídicas, as palestras que ministra costu- mam ser disputadas. Não por acaso sua vinda à Cachoeiro de Itapemirim era aguardada com entu- siasmo até o fechamento da presente edição. Programado para o dia 09 de junho, o even- to, com vagas limitadas, faz parte da “Caravana da Advocacia”, iniciativa organizada pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Espírito Santo (OAB-ES). Sua realização acontecerá no auditório da Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemi- rim (FDCI) e contempla o público das Subseções com sede em Cachoeiro, Castelo, Alegre, Guaçuí e Itapemirim. A iniciativa marca também um ciclo de investi- mentos importantes em eventos de conhecimento e qualificação profissional. Desde o início de 2022, a 2ª Subseção da OAB/ES tem trabalhado intensa- mente para transformar o período pós-pandêmico em oportunidades para a advocacia regional. Só nos primeiros cinco meses do ano foram ao menos seis cursos e palestras, segundo informou o presi- dente Adílio Domingos dos Santos Neto. Tenciona- -se que este número seja significativamente maior até dezembro. “Basicamente retomamos as atividades presen- ciais de forma integral. Voltamos com bastante pro- gramação”, comemora Adílio. Necessário que se diga que a retomada veio acompanhada da normalização em outras rotinas. O acesso aos fóruns das Justiças Estadual e Fede- ral, por exemplo, bem como ao Ministério Público, também foi restabelecido. “As audiências continu- am em boa parte no ambiente virtual, mas como o funcionamento da vida neste universo jurídico das instituições está normalizado, a OAB Cachoeiro ago- ra segue com sua pauta”, explicou. Seguir com a pauta pode ser lido como recupe- rar práticas e iniciativas relevantes que, por conta da pandemia de covid-19, foram pausadas até um momento mais oportuno, de abrandamento da cri- se sanitária mundial. Exemplifica a visita do presi- dente aos municípios da região para dialogar com a advocacia de Atílio Vivácqua, Vargem Alta, Muqui e Mimoso do Sul. O projeto havia sido implantado com êxito bem antes do Sars-CoV-2 aportar em solo brasileiro e ganhará força novamente neste segundo
  • 15. ADVOCACIA 15 semestre de 2022. “Nossa previsão é de fazermos pelo menos um en- contro com os advogados de cada município ainda este ano”, revela Adílio. Outra iniciativa que será restabelecida é a realiza- ção do Baile da Advocacia, evento tradicional reali- zado pela OAB Cachoeiro todos os anos no mês de agosto até a eclosão da pandemia. A edição de 2022 marcará a retomada da festividade após o período de forçoso distanciamento social. Sinalizará também que, passado um dos momentos mais críticos da presente geração, e embora o problema ainda não tenha terminado, é hora de virar a página e manter o foco no trabalho. Não faltam na Ordem, como de- monstrado, determinação e muito otimismo. Foto: Divulgação Dr. Nestor Távora: preleção aguardada com entusiasmo pela advocacia
  • 17. GESTÃO APROVADA Primeira mulher eleita e reeleita para a presidência da 4ª Subseção da OAB/ES quer ouvir ainda mais a advocacia A advogada Mônica Silva Ferreira Goulart tem um dado extraordinário na biografia: foi a primeira mulher eleita, em 2018, para ocupar o cargo de presidente da 4ª Subseção da OAB/ES, cuja área de abrangência corresponde aos muni- cípios de Guarapari, Anchieta e Alfredo Chaves. Para com- preender tamanho simbolismo é necessário rememorar que antes da paridade de gênero ser instituída por força da Re- solução nº 5/2020 apenas três advogadas ocupavam a presi- dência de uma das 19 Subseções existentes no Espírito Santo. Com a eleição de 2021 este número subiu para cinco, sendo que, dentre as eleitas, Mônica foi reconduzida ao cargo. “Fico feliz e honrada em poder sedimentar o caminho para que ou- tras mulheres possam, igualmente, chegar à presidência da 4ª Subseção ou onde almejarem, afinal, a participação femi- nina no sistema OAB tem sido cada vez mais forte”, defende. Professora universitária e advogada atuante, com passagens pela Comissão Estadual de Direito das Famílias e Sucessões e pela Ouvidora da 4ª Subseção, ela comentou na entrevista abaixo sobre a reeleição e os desafios do novo mandato. Ter sido reeleita aumenta a responsabilidade? Certamente. A reeleição significa que a advocacia aprovou o trabalho no primeiro triênio, mesmo diante de uma ines- perada pandemia causada pela covid-19. Manter os projetos e trabalhos realizados naquelas condições é ainda mais desa- fiador e exigirá, com certeza, mais responsabilidade. Qual foi o maior trunfo de sua campanha? Foram quase três anos de trabalho em prol da advocacia da 4ª Subseção e 45 dias de caminhada prestando contas e apresentando a cada advogado e a cada advogada de Guara- pari, Anchieta e Alfredo Chaves o resultado da confiança que nos foi depositada. A partir disso, percebo que nosso maior trunfo foi o trabalho, feito sempre com seriedade, responsa- bilidade e transparência. Mesmo com todos os desafios, com apoio da Seccional e da CAAES, entregamos uma nova sede, com amplo auditório, com capacidade para 100 advogados, escritórios-modelo equipados e preparados para realização de audiências e atendimentos por videoconferência, acessi- bilidade em todos os seus ambientes, salas de reuniões da di- retoria e conselho e também das comissões. Além disto, es- tendemos o horário de atendimento na sede da 4ª Subseção em Guarapari, antes de 12h às 18h, agora de 9h às 18h. Re- vitalizamos também as salas de apoio da OAB mantidas nos Fóruns da Justiça Estadual de Guarapari e Anchieta; criamos seis comissões temáticas; conseguimos implementar a van interfóruns; obtivemos vagas no estacionamento do Fórum da Justiça Estadual de Guarapari para a advogada gestante e o(a) advogado(a) deficiente físico; e executamos vários pro- jetos sociais em prol da sociedade; além de estreitar a comu- nicação com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Aprimoramento dos canais digitais e sala exclusiva para au- diências virtuais, além da criação do projeto “SOS Processo Eletrônico”, de novas comissões temáticas e do fomento a práticas esportivas foram algumas das propostas para o novo triênio. Como a senhora pretende efetivá-las? Todos estes projetos estão sendo planejados e/ou executa- dos já neste primeiro semestre de gestão. Inicialmente, além de renovar as sete comissões existentes (OAB Jovem, Comis- são da Mulher Advogada, Comissão de Direito das Famílias, Sucessões, Crianças e Adolescentes, Comissão de Direito do Consumidor, Comissão de Direito Imobiliário e Urbanístico, Comissão de Direito Previdenciário e Comissão de Advo- gados Dativos), sendo seis constituídas no triênio anterior, após ouvir a advocacia em formulário próprio, constituímos as Comissões de Direito do Trabalho e de Direito Criminal e Políticas Penitenciárias, estando em curso o planejamento de outras. Em parceria com a CAAES já foi implementada a práti- ca de atividades esportivas e hoje a advocacia da 4ª Subseção é contemplada com treinos de funcional na praia e corrida em Guarapari, além de estarmos trabalhando para levar a prática de atividades esportivas para os demais municípios que com- põe a 4ª Subseção, caso haja interesse e adesão da advoca- cia daquelas localidades. Quanto ao projeto “SOS Processo Eletrônico”, inicialmente pretendemos abordar o assunto em parceria com a ESA e, posteriormente, instituir um grupo de trabalho composto por advogados e advogadas aptos a dar orientação àqueles que tiverem dificuldades com o processo eletrônico, além do próprio suporte técnico disponibilizado pela CAAES. Quais sãos as prioridades para este primeiro ano desta se- gunda gestão? Inicialmente, a prioridade é reorganizar e constituir comis- sões para ampliar o trabalho já desenvolvido, além de buscar, por intermédio do diálogo, facilitar o exercício da advocacia junto ao Poderes e demais órgãos públicos. Além disto, por in- termédio de audiências públicas, já com datas agendadas para os três municípios que compõe a 4ª Subseção, pretendemos ouvir ainda mais a advocacia a fim de traçarmos planos de ações que atendam às demandas que nos forem submetidas. Ocorrerão mudanças em relação à anterior? Sim. Acreditamos sempre na renovação e na oxigenação. E pensando nisto, visando possibilitar a participação de um maior número de advogados e advogadas, neste segundo triê- nio novos membros foram inseridos na gestão. Esta renovação necessária se deu, ainda, para garantir pluralidade, conforme as novas diretrizes do Conselho Federal. Registrando que bus- camos prestigiar a advocacia de todos os municípios que com- põem a 4ª Subseção com representatividade na nova forma- ção da Diretoria e Conselho, além de participação de membro da jovem advocacia, que após a quebra da cláusula de barrei- ra que impedia advogados e advogadas com menos de cinco anos de participarem da gestão, conquistaram este direito, o que considero um ganho para todos. A advocacia do interior sofre mais com os desafios impostos por este momento pós-pandêmico? Acredito que a advocacia como um todo vem enfrentando desafios na profissão após este longo período de pandemia. Contudo, para aqueles que exercem seu labor primordial- mente no interior, de fato, alguns desafios são ainda maiores, tendo em vista a morosidade dos atos processuais em razão da escassez de servidores nos fóruns e equipamentos apro- priados e eficientes para a consecução dos trabalhos após a implantação do sistema PJe. Outra dificuldade é a digitalização de processos físicos que está sendo imposta à advocacia em razão da ausência de servidores e equipamentos para este fim. A união da classe é importante? Os desafios são muitos e diários, especialmente para nós, mulheres advogadas, mas desistir dos objetivos nunca fez par- te de meus planos. Foi com muito trabalho e apoio da Direto- ria e Conselho, bem como das comissões constituídas, que a 4ª Subseção conquistou inúmeros benefícios e trouxe tantas outras melhorias, todas dignas da envergadura da advocacia local. Acredito que a união da classe foi primordial para al- cançarmos o sucesso de nossa gestão e isto se reafirmou a partir da expressividade dos resultados obtidos nos processos eleitorais, tanto no primeiro triênio, quanto para a reeleição, sendo vetor de que estamos no caminho certo, afinal, juntos somos mais fortes e podemos muito mais.
  • 18. ADVOCACIA 18 O NECESSÁRIO RETORNO Meio ambiente urbano e áreas de proteção permanente ganham ainda mais atenção com regresso de comissão especializada Pouco depois da solenidade realizada em fe- vereiro para marcar a posse da atual Diretoria e Conselho, a presidência da 2ª Subseção da OAB/ES oficializou, junto com a nomeação dos novos coor- denadores de comissões, a recriação da Comissão de Direito Ambiental. A medida sinaliza, dentre outras, a preocupação da Ordem em acompanhar com atenção as discussões sobre o meio ambien- te ecologicamente equilibrado nos municípios da região, segundo informou o presidente Adílio Do- mingos dos Santos Neto. “A matéria ambiental afeta nossas vidas de ma- neira impactante. Cachoeiro de Itapemirim, por exemplo, tem um problema sério com a questão do desenvolvimento sustentável. Tivemos recen- temente a edição do novo Plano Diretor Municipal (PDM) e temos um crescimento significativo do município que, se não controlado, irá impactar a qualidade de vida de todos”, adverte Adílio. Com a decisão tomada após o recesso foi extin- ta a então Comissão de Direito Urbanístico, Mo- bilidade Urbana e Meio Ambiente e recriada a de Direito Ambiental. O advogado Nilton Costa Filho, nomeado coordenador, tem ampla experiência com o tema. Ele esteve presente, por exemplo, em quase todas as composições anteriores da comissão – seja como advogado, membro, coordenador ou auxiliar da Diretoria –, tendo inclusive sido escolhido pela 2ª Subseção como representante da Ordem nos Conse- lhos Municipais do Plano Diretor Municipal (CPDM) e no de Meio Ambiente (COMAMCI). “A comissão sempre foi parceira dos setores pú- blicos e privados, atuando na defesa do meio am- biente, seja por meio de sugestões, votos, debates, ações e demais demandas que regem e protegem o meio ambiente ecologicamente sustentável, tentan- do ao máximo balizar desenvolvimento econômico com sustentabilidade. Essa atitude se estende aos demais municípios, quando qualquer cidadão ou ór- gão nos aciona”, revela Nilton. Como explica o coordenador, o papel do grupo é de fazer cumprir o que determina a Constituição Federal. Em outras palavras, é a defesa do meio am- biente ecologicamente equilibrado, bem de uso co- mum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, principalmente da população de Cachoeiro de Ita- Dr. Nilton Costa Filho: oportunidade de vivenciar na prática o que preconiza a legislação ambiental
  • 19. ADVOCACIA 19 pemirim e região. “Não pode haver qualquer interesse particular, mas sim a defesa de interesses difusos, cole- tivos, das minorias, dos mais carentes e daqueles que por vezes não conhecem ou não têm acesso ao direito ambiental e a sua relevância para a sobrevivência das presentes e futuras gerações”, esclarece. O Direito Ambiental, importante que se diga, é, como bem lembra Nilton Costa Filho, uma das poucas searas do Direito que permite ao profissional sair das quatro paredes do escritório e estar junto à sociedade civil or- ganizada, ao trabalhador, ao empresário, ao povo, ao meio, enfim, ao ambiente; sendo por vezes possibilita- do aos que realmente gostam deixar de lado o forma- lismo teórico para vivenciar na prática o que preconiza a legislação sobre o tema. Essa flexibilidade somada a relevância das discussões costuma atrair muitos interessados. A Comissão conta atualmente com um quadro qualificado, dos mais di- versos advogados ligados às áreas e setores ambientais, seja da Administração Pública, da iniciativa privada, so- ciedade civil organizada, bem como também iniciantes. Estes são em sua maioria de Cachoeiro de Itapemirim, mas participam ainda membros dos demais municípios de abrangência da 2ª Subseção e mesmo convidados de outros Estados. As reuniões, por sua vez, são ordinariamente bimes- trais, de forma presencial ou híbrida, dependendo da condição sanitária, e designadas na última sexta-feira do mês, das 9h às 11h. “Neste ano estamos resgatando e convidando os membros que sempre estiveram nas comissões, havendo também uma parceria com a Jo- vem Advocacia para trazer advogados interessados a compor esta nova gestão, pela Comissão entender a necessidade constante de agregar novos conhecimen- tos e participantes”, informa o coordenador. Cabe destacar ainda que qualquer pessoa da comuni- dade, não somente os membros inscritos na OAB, pode participar da Comissão de Direito Ambiental. O critério exigido é gostar do meio ambiente. Apenas as delibera- ções ficam restritas aos inscritos na Ordem, mas sem- pre respeitando a voz da comunidade. “Nossa atuação não é exclusivamente jurídica, sendo primordial para o sucesso dos trabalhos agregar outras áreas de conhe- cimento, tendo em vista que o meio ambiente é multi- verso”, explica Nilton. Para 2022, os projetos da Comissão de Direito Am- biental estão voltados ao meio ambiente urbano, à dis- cussão e proteção das áreas consideradas relevantes ambientalmente ao município de Cachoeiro, às áreas de proteção permanente urbana, recentemente anali- sadas pela Superior Tribunal de Justiça (STJ), e o sempre e necessário debate do PDM, instrumento importantís- simo para reger o desenvolvimento urbano e ambiental da cidade, há pouco revisado e publicado após partici- pação assídua da OAB.
  • 20. ADVOCACIA 20 UMA CONQUISTA IMPORTANTE Crescem ações da 2ª Subseção em defesa da saúde dos advogados da região Em matéria de cuidados com a saúde da advocacia regional, a 2ª Subseção da OAB/ES mantém o hon- roso compromisso de instituição engajada. Os dados expressam-se por si mesmos. Somente nos primeiros meses de 2022, por exemplo, foram várias as iniciati- vas de prevenção e mesmo proteção ao bem-estar dos advogados e advogadas dos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Atílio Vivácqua, Vargem Alta, Muqui e Mimoso do Sul. Tome-se como referência a campanha de vacina- ção contra a gripe, realizada anualmente pela Caixa de Assistência dos Advogados do Espírito Santo (CAAES) em parceria com a Ordem. A edição deste ano imuni- zou cerca de 200 profissionais no início de maio. Outra etapa para contemplar novo grupo não está descarta- da, como confirmou o presidente Adílio Domingos dos Santos Neto. “Foi uma iniciativa importante. Teremos provavel- mente a segunda fase. Este é um compromisso que a OAB Cachoeiro, por meio da CAAES, cumpre todo ano”, diz Adílio. A parceria com a Caixa de Assistência oferece ainda atendimento psicológico e nutricional de forma remota. Para além, a 2ª Subseção também ampliou conside- ravelmente nos últimos meses o número de convênios e parcerias com estabelecimentos da área de saúde. Um destes, como informa o advogado Maycon Lucena Paulo, Coordenador da Comissão de Direito Sanitário, foi firmado com uma clínica de vacinas que, além de imunização, também oferece atendimento em espe- cialidades médicas. “A partir de então não só o colega advogado e ad- vogada, mas também seus familiares terão acesso facilitado à vacina contra a gripe, além de outras que devem ser aplicadas em crianças nos primeiros anos de vida”, comenta Maycon. Como observa o coordenador, a pandemia trouxe maior interesse no cuidado com a saúde. “E quando se fala no assunto, não se trata somente da procura por assistência médica, mas também a prática de ativida- des físicas e a preocupação com a saúde mental. Cada vez vemos mais advogados envolvidos em eventos es- portivos e buscando qualidade de vida”, explica. No campo das consultas e atendimentos médicos, merece destaque ainda a negociação da OAB Cacho- eiro com um plano de saúde local. Como antecipou o presidente Adílio, o negócio não estava finalizado até o final de maio, mas tenciona-se com o convênio am- pliar a assistência à advocacia regional com planos a preços mais acessíveis. “Fora isto, outros convênios com mais clínicas médicas estão por vir”, confirmou. Seguramente trata-se de excelente e oportuna notícia. Dr. Adílio e Dr. Maycon Lucena Paulo: ampliação dos convênios com estabelecimentos da área de saúde
  • 25. ADVOCACIA 25 TED PRETENDE CRIAR TURMAS ESPECIALIZADAS Iniciativa tenciona assegurar mais lisura e segurança às deliberações do Tribunal Decisões do Tribunal de Ética e Disciplina (TED), órgão integrante da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Espírito Santo (OAB/ES), costumam exigir cautela por lidar com questões sensíveis aos interes- ses pessoais e profissionais de partes e advogados. Sua função precípua é, como se sabe, o julgamento, em primeiro grau, de processos ético-disciplinares. Devido a esta finalidade de zelar pelo cumprimento do Estatuto da Advocacia (EAOAB) e do Código de Éti- ca (CED) são sempre muito bem-vindas novas delibe- rações que contribuam para ampliar a transparência dos trabalhos, bem como aprimorar o levantamento de dados. Uma, em particular, foi estabelecida como meta para os próximos três anos, segundo informa o presidente do tribunal, o advogado Luiz Henrique Abaurre Bastos da Silva. “Desde o último triênio, o TED-OAB/ES veio adotan- do medidas para cada vez mais ter o aprimoramento do levantamento de dados. Todavia, em razão de li- mitação sistêmica, não é possível aferir a natureza de parte das informações fornecidas pelo sistema. Dito isto, nossa missão no presente triênio é criar turmas especializadas, como forma de trazer mais lisura e se- gurança às nossas decisões, originando novas discus- sões e, inclusive, adentrando mais na matéria”, confir- ma Luiz Henrique. Para conhecimento, cabe informar que o Tribunal de Ética e Disciplina disponibiliza, no site da Ordem, conforme previsão regimental, relatórios anuais dos trabalhos desenvolvidos. Estes, mediante gráficos, oferecem transparência e indicadores métricos rele- vantes. Além de sua atribuição fundamental, compete ao TED, igualmente, responder consultas formuladas sobre matéria ético-disciplinar; suspender, preventi- vamente, acusados em caso de condutas que podem acarretar repercussão prejudicial à advocacia; promo- ver e ministrar cursos, palestras, seminários e outros eventos da mesma natureza acerca da ética profissio- nal do advogado, de forma a sempre colaborar com a classe; dentre outras funções. Como avalia o presidente do tribunal, “cabe ao TED- -OAB/ES contribuir para a dignidade e a credibilidade da advocacia, considerada atividade essencial à admi- nistração da justiça”. Esta responsabilidade reflete-se, por exemplo, em situações práticas como a hipotética perda de prazo e suas consequências disciplinares ou nos excessos que ultrapassem os limites previstos no Provimento 205/2021, sobre o impulsionamento em redes sociais. “A cautela com a atividade profissional é algo de- mandado em todas as profissões. Ocorre que, em algumas situações, a falta de zelo pode ocasionar con- sequências irreparáveis. É o caso, por exemplo, de perda de prazo em um processo. A função do Tribunal de Ética, como já dito, é lidar com essas questões sensíveis aos in- teresses pessoais e profissionais de partes e advogados”, reitera Luiz Henrique. Segundo explica, o advogado que perde prazos judi- ciais deve ser responsabilizado pela sua falha, desde que, provado o dano ao seu cliente, e que seja comprovada a relação causal entre a omissão e o dano. Já no que se refere à publicidade profissional na ad- vocacia, esta é permitida, conquanto se respeite a regula- mentação contida no CED, no EAOAB (Lei nº 8.906/94) e, ainda, no Provimento nº 205/2021, do CFOAB. Segundo tais mecanismos de regulamentação, a publicidade na ad- vocacia deve sempre primar pela discrição e moderação, tendo caráter meramente informativo, no intuito de coi- bir a utilização de mecanismos que visem à captação de- liberada de clientela e/ ou mercantilização da profissão. Dr. Luiz Henrique Abaurre Bastos da Silva
  • 26. Se tudo ocorrer como planejado será realizada no mês de outubro, ainda no segundo semestre deste ano, a primeira edição do “Simpósio da Jovem Advo- cacia” da 2ª Subseção OAB/ES. O projeto encontra-se em fase de planejamento e organização, mas o tema já foi definido. O evento tratará dos “desafios da ad- vocacia no pós-pandemia” e será híbrido, com opção de participação e palestras presenciais e também vir- tuais, segundo informou a advogada Rachel Pereira Dias Calegario, coordenadora da Comissão da Jovem Advocacia da OAB Cachoeiro. A temática, diga-se, não poderia ser mais oportuna. Passado o momento mais agudo da grave crise sani- tária mundial, discutem-se agora suas consequências para os mais diversos segmentos econômicos. Como observa o presidente Adílio Domingos dos Santos Neto, o advento da Covid-19 afetou advogados e ad- vogadas em todo o país, mas seus reflexos são espe- cialmente sentidos entre aqueles que estão iniciando ou iniciaram há pouco a carreira. “A jovem advocacia acaba sendo uma espécie de para-raios deste momento. Temos problemas sérios no Brasil. Caminhamos para mais de um milhão e tre- zentos mil inscritos na Ordem. É um número alto de profissionais e isto afeta o jovem advogado que está chegando agora no mercado, não tem nome constitu- ído, não é conhecido”, explica Adílio. O presidente da 2ª Subseção lembra, no entanto, que a estrutura disponibilizada pela OAB em ser- viços e formação é um recurso poderoso de apoio aos que estão começando, especialmente neste momento de adaptação ao pós-pandemia. Dentre as iniciativas destaca projetos como o “Meu Escritó- rio”. Inaugurado no ano passado, o espaço oferece infraestrutura ao advogado que necessita de um lo- cal para o atendimento ao cliente. “Temos salas com computador e internet. Des- tinam-se a toda a advocacia, mas é um ‘plus’ para quem está começando, já que este profissional não vai precisar pagar o aluguel, por exemplo”, diz Adí- lio. A coordenadora da Comissão da Jovem Advoca- cia da OAB Cachoeiro acrescenta ainda a esta obser- vação a importância da extensa série de cursos de formação continuada, tanto na modalidade presen- cial quanto on-line. Estes, como se sabe, auxiliam os advogados nas mais variadas áreas do direito no que tange a mercado, inovação, empreendedoris- mo e atualização. “Qualificação é fundamental, principalmente para o jovem advogado. Todo o conhecimento ad- quirido na universidade e para Exame de Ordem são ADVOCACIA 26 CAMINHOS PARA UM BOM COMEÇO Atividades propostas para jovem advocacia são opção para crescimento profissional Dra. Elcinéia Roza Macedo Dr. Samuel Brito Caldeira
  • 27. ADVOCACIA 27 elementares, porém não te qualificam para o mercado de trabalho”, pondera Rachel. Para suprir esta lacuna, a comissão investe maciçamente em cursos, eventos e pales- tras. Outra preocupação é com a disponibilidade e a flexibilidade de horários. Tanto que as atividades planejadas se dividem em categorias como pre- senciais, on-lines e híbridas. “Percebemos, por exemplo, que o melhor horá- rio para conseguirmos um bom número de parti- cipantes em nossas reuniões ordinárias é o turno noturno, entre 19h e 20h. Portanto, essas reuni- ões, que também possuem caráter de estudo e formação continuada, estão ocorrendo através da plataforma Zoom”, informa Rachel. Para ilustrar o quanto a flexibilidade entre pre- sencial e virtual é importante, a coordenadora cita ainda o curso sobre “E-Doc”, o sistema utilizado pela Procuradoria Estadual (PGE) para o paga- mento de advogados dativos. Realizado no mês de abril, este contou com 80 inscritos. “Desses 100% participaram. O ambiente on- -line possibilita essa realidade. Presencialmente atingiríamos um número muito menor, e nossos convidados ficariam restritos àqueles que estão em nossa localidade. No virtual contamos inclu- sive com professores que estão no exterior e são peças-chave para o desenvolvimento do projeto”, comenta. É preciso registrar, além disso, que todas estas iniciativas são recepcionadas com entusiasmo por seu público alvo. Que o diga a advo- gada Elcinéia Roza Macedo. Pós-graduada em Direito Penal e Processo Penal, ela tem buscado se especiali- zar também nas áreas de inventário e família (divórcio, alimentos e guarda). Tanto que se tornou participante diligente dos cursos, seminários e palestras ofertados à jovem advocacia pela OAB Cachoeiro. “A 2ª Subseção oferece vários cursos com excelentes profissionais, abordando temas de forma plena, objeti- va e com atualizações. Atualmente estou participando do Clube de Direito e Literatura”, comenta. Outro profissional a manifestar entusiasmo pelas ati- vidades, é o advogado Samuel Brito Caldeira. Pós-gra- duado em Direito Processual Civil e Direito Processual Penal, ele defende que existem muitas habilidades que um jovem advogado deve aperfeiçoar para ter uma boa carreira. “Iniciar na advocacia por si só já é um grande de- safio, mas a pandemia intensificou todos eles. Contu- do, também foi um período em que toda a advocacia precisou reinventar-se e isso me trouxe grande apren- dizado. Posso dizer que contar com a ajuda dos colegas mais antigos de profissão fez toda a diferença para que, dentro de pouco tempo, pudesse ter mais confiança”, explica Samuel. Para ele, acima de tudo, o advogado deve ser um excelente estudante. “Se eu pudesse aconselhar os que acabaram de chegar, diria para participarem das ativi- dades propostas pela Subseção. O crescimento é inevi- tável”, orienta. Dra. Rachel Pereira Dias Calegario
  • 28. ADVOCACIA 28 ADVOCACIA 28 Cachoeiro de Itapemirim Vitória Nova Brasília : Rua Joaquim Aquino Xavier, 10 Enseada do Suá: Av. Nossa Sra. dos Navegantes, 755 - Sl 509 • TRABALHISTA PREVIDENCIÁRIO • ADMINISTRATIVO E JUDICIAL CÁLCULOS TRABALHISTAS e • PREVIDENCIÁRIOS CÍVEL • CONSUMIDOR •
  • 29. ADVOCACIA 29 O RISCO DA PERDA DE PRAZOS Iniciativa da 2ª Subseção busca orientar sobre consequências disciplinares Está em tramitação no Congresso Nacional o projeto de lei nº 646/2022 que, se aprovado, irá inserir novas medidas no ordenamento jurídico pá- trio, estabelecendo sanções para a perda de prazos processuais por advogados. A proposta aguardava para ser analisada em caráter conclusivo pela Co- missão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados até o final do mês de maio. Suas implicações, contudo, chamam atenção para um tema caro à advocacia. Cumprir prazos, como se sabe, é uma preocupa- ção recorrente dos advogados. Perdê-los pode sig- nificar gerar prejuízos ao cliente. Pode representar também responsabilização em eventual processo disciplinar, como adverte o advogado Homero Fer- reira da Silva Junior Coutinho, conselheiro titular da 2ª Subseção da OAB/ES. “Com a adoção do ‘Juízo 100% Digital’ por força da Resolução CNJ 345/2020, as mudanças em rela- ção aos prazos processuais passaram a exigir ainda mais atenção dos profissionais do direito, em espe- cial dos advogados”, explica Homero. O conselheiro da OAB Cachoeiro esclarece que o texto do PL nº 646/22 insere novas medidas pu- nitivas no Código de Processo Civil (CPC), além da possibilidade de instauração de procedimento éti- co-disciplinar e/ou imposição de multa pela pró- pria Ordem. “Deve-se observar com cautela as prescrições da Lei nº 11.419/2006 (lei do processo judicial ele- trônico), visto que, o art. 5º, §3º, da referida nor- ma de regência permite a intimação automática do advogado no prazo de 10 dias corridos contados da data do registro da intimação no sistema. A publi- cação das decisões e despachos durante o proces- so eletrônico, via de regra, não são mais publica- das no Diário de Justiça eletrônico – como ocorre nos processos físicos”, orienta. Ou seja, deixar de acompanhar diariamente os processos junto ao PJe, certamente gerará sérias dores de cabeça para o profissional do direito. O presidente Adílio Domingos dos Santos Neto faz ainda outra advertência importante. “A perda de um prazo pode ensejar em uma atuação culpo- sa ou mesmo dolosa. É preciso que os advogados fiquem atentos. O profissional está sendo negli- gente, imprudente, imperito? Em que está erran- do? Como pode resultar em responsabilização éti- ca isto acarretaria em mais um processo disciplinar instaurado junto à 2ª Subseção”, diz. Adílio lembra que em um passado não tão dis- tante alguns profissionais andaram perdendo o prazo por não estarem familiarizados com as pres- crições da Lei 11.419/2006. Hoje estes episódios tornaram-se mais raros, o que não diminui a pre- ocupação da OAB Cachoeiro em orientar sobre o tema. Tanto que os prazos processuais e os diver- sos sistemas existentes do processo judicial eletrôni- co serão objeto de capítulo próprio da 2ª edição do Curso de Iniciação à Jovem Advocacia, evento jurídico que será realizado pela 2ª Subseção no segundo se- mestre deste ano. “O advogado que tem dúvidas pode e deve par- ticipar. Será uma oportunidade única. Trataremos do processo eletrônico, da postura em audiência, dentre outros pontos pertinentes”, incentiva o presidente. Apesar de ser um curso voltado à jovem advocacia, não haverá restrições a advogados com mais tempo de atuação. Estuda-se ainda permitir a participação de acadêmicos do último ano do curso de Direito. “Os advogados não têm escolha, ou aprendem a utilizar todos os sistemas disponíveis, ou, certamen- te, ficarão limitados e profissionalmente ultrapassa- dos, circunstância que resulta na perda de clientela e consequente redução do mercado de trabalho”, recomenda Homero. É um bom conselho, com cer- teza. Considerando todas as iniciativas educativas, é possível afirmar que a OAB está no caminho certo ao proporcionar à advocacia regional aprender a utilizar cada uma das ferramentas existentes. Dr. Homero Ferreira da Silva Junior Coutinho
  • 31. ADVOCACIA 31 EM BUSCA DE NOVOS CONHECIMENTOS Clube do livro da advocacia viabiliza estudos que ajudam a desenvolver a argumentação jurídica Aos olhos de hoje, já é um eloquente sucesso o “Clu- be de Leitura Direito & Literatura” instituído e executado como projeto para o ano de 2022 pela Comissão da Jo- vem Advocacia da 2ª Subseção da OAB/ES. Em seu quarto mês, a iniciativa reúne até o momento 110 inscritos, gru- po plural composto por jovens advogados, advogados de carreira, professores de cursos de direito com mestrado e doutorado, e ainda alunos finalistas do curso de direito (9º e 10º período) do Centro Universitário São Camilo Espírito Santo e da Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemi- rim (FDCI). Segundo explicou a advogada Rachel Pereira Dias Cale- gario, coordenadora da comissão, a ideia é viabilizar estu- dos que desenvolvam a argumentação jurídica e ampliem a visão de direito da jovem advocacia por meio da análise e discussão de leituras com temas variados, atuais e ne- cessários, sejam estas de cunho literário, filosófico, políti- co ou sociológico. “Tem sido fantástico! O nível de profundidade dos estu- dos e debates está muito acima do esperado”, comemora Rachel. De acordo com seu relato, os encontros funcionam atra- vés da plataforma virtual Zoom e possuem uma agenda estabelecida que é disponibilizada todo o mês, relativa a uma obra em específico. Nesta primeira edição do projeto estão em estudo obras contemporâneas e clássicos como “Justiça: o que é fazer a coisa certa (Michael J. Sandel)”, Fahrenheit 451 (Rey Bradbury)”, “Raízes do Brasil (Sérgio Buarque de Holanda)”, “O Cortiço (Aluísio Azevedo)”, “O último dia de um condenado (Victor Hugo)”, “Crime e Cas- tigo (Fiódor Dostoiévski)” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)”. “Nossa proposta é a discussão de uma obra, seja de cunho literário, filosófico, sociológico ou político, mas que faça uma conexão com o mundo jurídico. Postamos no iní- cio de cada mês as datas dos encontros. Não trabalhamos com cronograma de leitura, mas sim de discussão e de- bates”, esclarece a coordenadora. Significa dizer que cada participante pode ler a obra no seu ritmo, sabendo que em cada encontro o todo ou partes do livro serão traba- lhados. Outro cuidado para democratizar os debates tem sido o de gravar os encontros e depois postá-los no grupo do clube. Trata-se, como informa, de medida importante já que nem sempre todos os integrantes podem estar dis- poníveis para participarem no dia e horário proposto. Nos dias de reunião geralmente também são partilhados ma- teriais que contribuam com o aprofundamento do estudo das obras, conforme descreve Rachel. “Fazemos ainda um encontro final para uma discussão geral do livro selecionado e sempre convidamos um advo- gado que tenha conhecimento em Direito e Literatura, e outro da área jurídica específica”, diz. O resultado vistoso de tamanho empenho pode ser mensurado pela frequência dos inscritos, mas, igualmen- te, pelas participações de professores do curso de direito das mais variadas instituições superiores de todo o ter- ritório nacional, tais como a PUC-SP, PUC-MG, PUC-RJ, PUC-RS, FDV, UNINTER, UNC, UFPI, UESB, UFRN, FDCI e São Camilo-ES. Também merece destaque a presença de membros não somente da 2ª Subseção, mas também da OAB/ES, além de outras seccionais do país, como da OAB/ SP, OAB/BA, OAB/PI, OAB/PR, OAB/MG, OAB/RS, OAB/SC, OAB/RJ, OAB/PE, OAB/PA, OAB/DF e OAB/CE. “Contamos ainda com o apoio da Rede de Direito e Lite- ratura (RDL) que nos ajuda nas divulgações e disponibiliza cursos na área do Direito e da Literatura, além do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Direito e Literatura da Univer- sidade de Uberaba (NEPEDILL)”, confirma a coordenadora. Os encontros se estenderão até novembro e ocorrem sempre a noite. Qualquer profissional inscrito nos qua- dros da Ordem pode participar e, apesar do período ofi- cial de inscrições já ter sido encerrado, novos interessados podem entrar em contato através do direct do Instagram da Comissão da Jovem Advocacia (@jovemadvocacia.ca- choeiro) para serem inseridos no projeto. Prof. Rodrigo Pardal em um dos encontros do Clube de Leitura Direito & Literatura da 2ª Subseção da OAB/ES
  • 32. ADVOCACIA 32 Temos vocação para cuidar das pessoas. Somos médicos, somos uma marca de médicos. Mais do que conhecimento para curar, temos comprometimento com a vida, com as pessoas, com o mundo. Fazemos o melhor porque nascemos e Somos uma cooperativa de médicos.
  • 33. ADVOCACIA 33 TRABALHO COM DIGNIDADE Graças à intervenção da OAB, CDP conta agora com novos intercomunicadores, melhoria na climatização e parlatório para utilização prioritária pela advocacia No meritório propósito de primar pela melhoria nas condições de trabalho da advocacia regional, a 2ª Sub- seção da OAB/ES coleciona alguns resultados notáveis. Um dos mais recentes contempla a atenção dispensa- da aos advogados e advogadas que prestam assistência jurídica aos internos do Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim (CDP-CI). No primeiro trimestre do ano, a Ordem fez a entre- ga de sete novos intercomunicadores para serem ins- talados nos parlatórios da unidade prisional. Também foram instalados três condicionadores de ar e assegu- rado, junto à direção da instituição, o compromisso de utilização prioritária pela advocacia do parlatório “A”, reativado com o apoio da OAB. “É um grande avanço nas condições de trabalho para a advocacia, e, que ainda reflete na sociedade, pois, no caso dos presos provisórios, os parlatórios são a úni- ca ponte de comunicação entre internos e familiares”, esclarece o Secretário-geral da 2ª Subseção, Sebastião Renaldo Silva Hora Junior. Os parlatórios são espaços utilizados predominan- temente por advogados e advogadas. O CDP-CI conta com quatro, cada um com cinco cabines e um inter- comunicador por cabine. Há pouco tempo o parlatório “A” estava desativado e, das quinze cabines restantes, apenas nove intercomunicadores estavam funcionan- do (alguns, precariamente). Para pior o cenário que já não era bom, nenhum parlatório contava com climatização, muito embora a unidade encontre-se instalada em um local extrema- mente quente. “Como além da advocacia, familiares, oficiais de justiça, dentre outros, também necessitam utilizar os parlatórios para contato com os internos, o resultado era esperado: congestionamento, longo tem- po de espera, atendimento precário e muito calor”, re- memora Sebastião. Na busca por resolver o problema e oferecer me- lhores condições de trabalho para a advocacia, a Or- dem contou com a parceria dos próprios servidores e da direção do CDP, bem como da Comissão da Advo- cacia Criminal e Política Penitenciária da OAB/ES, das Comissões da Advocacia Criminal e de Direitos e Prer- rogativas da 2ª Subseção e também da Diretoria e do Conselho da OAB Cachoeiro. “Em primeiro, resolvemos aquilo que mais afligia a advocacia. O calor! Atualmente, somente um parlató- rio não dispõe de climatização. Instalamos o terceiro ar condicionado há poucos dias. Já os sete intercomu- nicadores foram entregues no primeiro trimestre. Com outros dois adquiridos pelos servidores e a manuten- ção dos demais existentes, foi o suficiente para colocar todas as vinte cabines novamente em funcionamen- to”, explica Sebastião Hora Junior. Há que se registrar ainda que a atuação da 2ª Sub- seção, por meio de constantes inspeções nas unidades prisionais locais, permitiu a constatação do problema. Por serem visitas que objetivam o encontro de even- tuais falhas, estas não têm calendário definido. Ao contrário, caso chegue ao conhecimento da Ordem qualquer dificuldade ou faça tempo entre a última, são feitas novas inspeções nas unidades. “Nossa aguerrida advocacia não tem tempo para reclamar. Por vezes, acabamos não tomando conheci- mento imediato de graves falhas estruturais como as relacionadas. Mas, seja por intermédio de algum cole- ga, ou verificado por qualquer das atuantes comissões que auxiliam neste trabalho, conseguimos localizar e buscamos reparar a dificuldade no tempo mais breve possível”, diz o Secretário-geral.
  • 34. ADVOCACIA 34 EM DEFESA DAS PRERROGATIVAS Na Comissão Estadual o atendimento às denúncias ocorre 24 horas por dia, 365 dias por ano O comportamento dos advogados e advogadas surpreendidos no exercício profissional por eventual violação das prerrogativas pode seguir dois hipotéti- cos caminhos: deixam-se intimidar e silenciam sobre o fato, fragilizando em última análise toda a categoria e a própria sociedade; ou, mais importante e acerta- do, acionam imediatamente o canal disponibilizado pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Espí- rito Santo (OAB-ES) por meio do telefone (27) 99946- 3254. O “plantão de prerrogativas” é um serviço man- tido 24 horas por dia, 365 dias por ano, pela Comissão Estadual de Direitos e Prerrogativas. Para assegurar seu pleno funcionamento 49 ad- vogados voluntários, além de mais três contratados e um estagiário, revezam-se na tarefa de atender às de- núncias encaminhadas pela advocacia estadual. Não são poucas, como revela o advogado Rodrigo Carlos de Souza, Conselheiro Seccional e Diretor de Prerro- gativas da OAB/ES. “Infelizmente temos reclamações de violações de prerrogativas da categoria com relativa frequência, mas a Ordem sempre que toma conhecimento age imediatamente e exige que estas sejam observadas, seja administrativa ou judicialmente”, informa Rodri- go. Para ilustrar o comprometimento da OAB com o tema, basta rememorar que ainda no primeiro semes- tre de 2022 o presidente José Carlos Rizk Filho repre- sentou contra uma chefe de cartório de Vitória e, mais recente, contra uma juíza, também da capital, por ter tratado um advogado com absoluta falta de urbani- dade. “A OAB-ES não transige com as prerrogativas da advocacia. A Ordem tem várias atribuições e todas são muito importantes, entretanto, a Comissão de Prer- rogativas tem o papel de lidar com a atividade fim da OAB, com o que há de mais caro para a advocacia e por consequência para a sociedade, que é a preser- vação dos direitos e prerrogativas da nossa catego- ria profissional, cujo real destinatário é a sociedade, afinal, o advogado intimidado, com seus direitos e prerrogativas violados, inevitavelmente terá a defesa de seu constituinte comprometida e daí este ser um tema caro também para a sociedade e não somente para a advocacia”, comenta o Diretor de Prerrogativas. Os direitos e prerrogativas da advocacia, de uma forma geral, estão previstos nos artigos 6º e 7º, da Lei nº 8.906/94, enquanto que o art. 7º-A, do mesmo di- ploma normativo, prevê direitos específicos das advo- gadas. Todos são de grande relevo e intransigíveis. O art. 6º, por exemplo, estabelece não haver hie- rarquia nem subordinação entre advogados, magistra- dos e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. Sig- nifica dizer que autoridades, servidores públicos e os serventuários da Justiça devem dispensar ao advoga-
  • 35. do, no exercício da profissão, tratamento com- patível com a dignidade da advocacia e condi- ções adequadas a seu desempenho. “O advogado vítima de violação de prerroga- tiva não deve se quedar silente, pois ele pode ter sido o veículo de violação, mas a vítima des- ta é uma massa de aproximadamente um mi- lhão e trezentos mil advogados brasileiros. Se cada violação não for prontamente combatida, toda a categoria poderá ficar fragilizada”, defen- de Rodrigo Carlos de Souza. Ele explica ainda que na área da 2ª Subseção, que abrange as comarcas de Cachoeiro, Mimo- so do Sul, Vargem Alta, Atílio Vivácqua e Muqui, os casos de violações não são tão expressivos, mas, quando ocorrem, a presidência da OAB Cachoeiro se mostra muito atuante, ajudando a Comissão. “Não é incomum que os advogados liguem direto para nós. Em todos os casos damos um tratamento pessoal às situações de violação de prerrogativas que surgem”, comenta o presi- dente Adílio Domingos dos Santos Neto. Como ambos recomendam, o advogado ou advogada que entender que teve alguma das prerrogativas violada, por menor que seja a intempérie, não deve negligenciar o fato. Pelo contrário. Deve entrar em contato imediata- mente com o plantão de prerrogativas. A Lei Federal nº. 11.441/2007 passou a possibilitar à reali- zação de inventário, partilha, bem como separação e divórcio consensuais pela via administrativa. Pouco mais de três meses depois, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) regulamentou, com a Resolução nº. 35/2007, disciplinando a lavratura dos atos notariais abarcados pela lei e, de lá para cá, os cartórios, em evoluída cooperação com o Poder Judiciário, têm recebido a maioria dos atos elencados pelo legislador. Somos conhecedores dos requisitos para divórcio extrajudi- cial: o ato precisa ser (ou se tornar) consensual, não pode ha- ver filhos menores ou incapazes, inexistência de gestação e, de extrema relevância, a assistência técnica por advogado ou advogada. Isto já é sabido. A questão é: podemos lavrar es- crituras públicas de divórcio em que exista menor? A resposta é sim, podendo ser concretizado de duas formas. A primeira delas é acionando o Judiciário para resolução de todas às questões referentes à guarda, à visitação e a alimen- tos do menor e, ato seguinte, busca-se a Tabeliã ou Tabelião de Notas de confiança, para materialização do divórcio em si, por meio de escritura pública, que deverá constar no corpo de seu texto todos os pontos resolvidos judicialmente (art. 675 do Código de Normas - CGJ/ES). Este formato não funcio- nou muito bem na prática, pois as partes acabam acionando o Judiciário para resolução de 100% das questões que envolvem o divórcio. O segundo formato é interessante, porém, pouco explora- do pela advocacia. É possível divórcio extrajudicial com menor, desde que ele seja emancipado. Este entendimento foi firma- do pelo CNJ, em meados de 2016, no julgamento do Pedido de Providência (PP 0000409-15.2014.2.00.0000) convertido em Consulta durante a 15ª Sessão Virtual e abarcou todos os atos da lei, inclusive os inventários. O entendimento, unânime, se deu no sentido de não ser necessária alteração da resolu- ção exarada pelo Conselho, pois a interpretação sistemática da norma abarca menores emancipados. Assim, o sistema notarial e registral continua em constante cooperação com o Poder Judiciário para a melhor prestação do serviço público delegado, e tem ampliado sua colaboração para garantir uma advocacia segura e eficiente. DIVÓRCIO EXTRAJUDICIAL COM MENOR É ADMISSÍVEL Tabeliã de Notas e Registradora Civil; 2ª Vice-Presidente do Sindicato dos Notários e Registradores; Mestranda em Sociologia Política; Mediadora Extrajudicial; Membra da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Ju- rídica (ABMCJ/ES) que integra a Federação Internacional das Mulheres de Carreira Jurídica (FIFCJ). Nelisa Galante Dr. Rodrigo Carlos de Souza
  • 38. ADVOCACIA 38 E pisódio recente, acompanhado pela Comissão de Proteção e Cui- dado aos Animais da 2ª Subseção da OAB/ES, ajuda a ilustrar as im- plicações legais do não cumprimento dos deveres inerentes a guarda de um animal. Depois de receber um pedido de ajuda para um cachorro trancado por seu tutor em um terreno murado, sem comi- da, água ou abrigo do sol, os voluntários solicitaram o auxílio da Polícia Civil. Esta adentrou o imóvel para resgatá-lo e la- vrar o boletim unificado (BU) da Secreta- ria de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo (SESP). Como explica a coordenadora da comissão, a advogada Thuane Correa Goltara, se o tutor esti- vesse no local no momento da ocorrência teria sido conduzido à delegacia e detido em flagrante. “O cachorro não estava apanhando ou sendo mutilado, mas estava sofrendo abuso por ter sido deixado sem comida ou água e em ambiente inapropriado. O crime de maus tratos vai muita além de atos de violência contra o animal”, escla- Estima-se que, no Brasil, cerca de 30 milhões de cães e gatos vivam nas ruas. Esse número representa um risco enorme para a saúde hu- mana e dos animais, podendo agravar doenças zoonóticas (transmi- tidas do animal para o ser humano), como a raiva e a leishmaniose. Sensibilizadas pela situação, muitas pessoas acabam levando esses animais para casa sem saber ao certo a melhor maneira de ajudá-los. Esse problema está relacionado, normalmente, a falta de informa- ção da população ou a negligência dos tutores – já que nem sempre há uma preocupação com o bem-estar do animal. Nesse caso, a ci- rurgia de castração seria uma das práticas mais recomendadas para o controle populacional e, consequentemente, dessas doenças. A castração de animais surgiu nos EUA, nos anos 70, como uma so- lução à superlotação de cães e gatos nos abrigos e nas ruas, sem que tivessem que encaminhá-los à eutanásia. Mas quando falamos nisso, a primeira coisa da qual lembramos é a prevenção de filhotes, certo? Porém, a importância desse procedimento não se limita a isso. Essa cirurgia também reduz problemas de agressividade nos ani- mais, diminui a prevalência de tumores de mama e patologias de próstata, diminui o hábito de marcar território, reduz índices de pa- tologias reprodutivas e evita a proliferação de doenças sexualmente transmissíveis entre os animais, como o TVT (Tumor Venéril Trans- missível), dentre vários outros benefícios. É importante ressaltar que somente a cirurgia de castração não é suficiente para uma mudança considerável desse cenário. É necessá- rio que haja a promoção de ações de educação ambiental e serviços voltados para vigilância, prevenção e controle de zoonoses; a reali- zação de medidas profiláticas e educativas nos municípios de maior incidência de doenças (vacinação, palestras, visitas domiciliares, es- tratégias de controle sanitário) e, principalmente, a conscientização da população sobre o que é a guarda responsável de animais. Ao adotar um bichinho deve-se ter em mente que, além de dar amor e carinho, o tutor terá uma responsabilidade enorme com sua saúde e bem-estar. Para ajudar, sugerimos algumas medidas primordiais que devem ser tomadas: 1. Verificar se toda família está de acordo com a adoção; 2. Assegurar se haverá recursos financeiros para manter o animal e se a casa tem espaço suficiente para ele; 3. Oferecer uma alimentação equilibrada, de boa qualidade, água fresca e um ambiente limpo; 4. Manter a vacinação e a vermifugação do pet em dia; 5. Passar e brincar diariamente; 6. Fazer visitas regulares ao médico veterinário para check-ups ge- rais; 7. Identificar o animal na placa de identificação presa à coleira ou através de microchips; 8. Castrar felino e canino. Juntamente, a guarda responsável e a castração evitam o aban- dono, mantêm o controle populacional e de doenças, levando ao equilíbrio ambiental e fazem os bichinhos mais felizes. Cuidar de um cachorro ou gato é um compromisso para toda a vida do animal. Faça sua parte. ABANDONO DE ANIMAIS NO BRASIL E SAÚDE PÚBLICA Dr. Marcos Lesqueves Médico Veterinário – CRMV-ES 1999 Entenda por que a guarda responsável e a castração são tão importantes para o bem-estar animal Dra. Fabíola Peixoto Lesqueves Médica Veterinária – CRMV-ES 1356 Dra. Thuane Correa Goltara e o cachorro resgatado graças à intervenção da Comissão de Proteção e Cuidado aos Animais
  • 39. ADVOCACIA 39 O PROBLEMA MERECE ATENÇÃO Tutor que não cuidar de animal pode ser enquadrado em crime de maus tratos rece Thuane. O fato narrado permite lançar luz sobre um tema que aos poucos vem ganhando maior aten- ção da sociedade sul capixaba. A nominada guar- da responsável é uma obrigação legal, uma vez que o guardião/tutor que não cuidar do animal pode ser enquadrado na previsão normativa do art. 32, da Lei nº 9.605/1998. Cabe anotar ainda que, por força da Lei nº 14.064/2020, que alte- rou o citado dispositivo legal, o crime de maus tratos deixou de ser de menor potencial ofensi- vo, passando a ter pena máxima de até 5 anos de reclusão. Para a coordenadora da Comissão de Proteção e Cuidado aos Animais da OAB Cachoeiro as pes- soas precisam se conscientizar que animais de estimação demandam tempo, carinho, atenção e dinheiro. “Não são objetos dos quais se des- cartam quando não servem mais. Quem faz isso está cometendo crime”, adverte Thuane. Não se trata, igualmente, apenas de alimentar e dar vacina, mas de agir com responsabilidade. “Cachorros vivem, em média, 10 anos. Vamos combinar que não é muito tempo. Se alguém que se propõe a comprar/adotar um animal não puder se responsabilizar por ele por este tempo, nem deve fazê-lo”, orienta a advogada. A Comissão de Proteção e Cuidados aos Ani- mais tem por finalidade impulsionar políticas públicas relacionadas ao tema, orientar a popu- lação e fiscalizar o cumprimento das determina- ções já existentes. Cabe a sua coordenadora, por exemplo, representar a Ordem no Conselho Mu- nicipal de Meio Ambiente de Cachoeiro de Ita- pemirim, onde estuda a viabilidade de projetos para implantação de uma política de castração dentro do município. “Podemos dizer que a Comissão está aqui para auxiliar a população no que for necessário e possí- vel em termos de orientação e de fazer cumprir a lei, bem como para fomentar políticas públicas e ações relacionadas a causa, seja diretamente com o poder público ou por parcerias com a iniciativa privada”, ex- plica Thuane. O tema, sem dúvida, merece atenção.
  • 41. ADVOCACIA 41 UM CHAMADO À VALORIZAÇÃO DA ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA Em 2022 completo 20 anos da minha graduação no curso de Direito e 19 de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. Tenho desde então buscado dia- riamente cumprir o juramento assumido de acreditar no direito como a melhor forma para a convivência humana, de defender a liberdade e a justiça, de pro- mover a paz e lutar pela dignidade da pessoa huma- na, pelo Estado Democrático de Direito. Muito mais que compromisso, tenho como objetivo, pois acredito que sem isso não há direito que sobreviva e, como consequência, não haverá paz. E para alcançar esse propósito, escolhi advogar e atuar na área dos Direitos Sociais, mormente o traba- lhista e o previdenciário. E nesses quase 20 anos de muito trabalho, muita dedicação, muitos tropeços e acertos, compartilho com os colegas de profissão que não há luta sem ferimentos, não há vitória sem que- das e não há melhor sentimento que a concretização do direito de um cliente. Na advocacia previdenciária esse sentimento de conquista é ainda mais gratificante. Basta entender a importância desse direito e da imprescindibilidade da Previdência Social, que é um instituto de proteção que ampara os segurados e outros assistidos, com o objetivo primordial de prestar assistência financeira quando o trabalhador se encontra em situação de incapacidade, possibilitando-o conseguir se manter dignamente até o restabelecimento de sua saúde e capacidade laborativa. Ou quando um segurado, após anos de manutenção do sistema previdenciário atra- vés do seu labor busca sua tão sonhada aposentado- ria. A mãe que poderá usufruir da sua licença mater- nidade e com tranquilidade fazer valer o direito do seu filho a amamentação. O viúvo, viúva e os filhos que poderão ter um pouco de dignidade recebendo pensão por morte. E entender como isso pode im- pactar toda sociedade e seus sistemas econômico, de saúde, educacional, cultural, laboral. O papel da advocacia nesse processo é de extrema relevância e devemos praticá-lo com ética. Partindo do início da minha trajetória – quando a matéria Direito Previdenciário era optativa nas facul- dades, havia poucos cursos de especialização na área e constantes alterações legislativas – a um cenário atual de ofertas indevidas de serviços, promessas en- ganosas a segurados e assistidos, e uma invasão nas mídias e redes sociais de forma indiscriminada, exces- siva e abusiva; o esforço da advocacia em preservar a ética, praticar a advocacia dentro da legalidade e dos princípios que norteiam essa tão nobre profissão, deve ser ainda mais enérgico. Não podemos deixar que violem as nossas prerrogativas. Advogados previdenciaristas, nós somos respon- sáveis pela vida do cliente! Um pedido de aposenta- doria bem feito, deferido na forma mais vantajosa vai impactar de forma positiva e para sempre a vida des- se segurado e da sua família. Infelizmente temos presenciado segurados e assis- tidos sendo ludibriados a acreditar, por exemplo, que Benefício Assistencial, o conhecido BPC do LOAS, é uma “aposentadoria” e a mentir sobre seu estado ci- vil ou de miserabilidade para obter indevidamente o benefício. Ora, um pedido mal feito ou fundamen- tado na mentira, em provas fraudadas, compromete a vida do cliente e toda a sociedade. Compromete o Sistema da Seguridade Social e o direito de quem realmente deveria usufruir do benefício. Além de ferir o sistema, transgride também os princípios que norteiam a Carta Magna Brasileira e os da Seguridade Social. E, evidentemente, causam aviltante retrocesso social, ferindo a dignidade da pessoa humana, levando o segurado e o assistido, que se encontra em estado sensível e vulnerável, a uma desigualdade ainda maior. Advogados previdenciaristas que se empenham, trabalham, lutam, estudam incessantemente, se dedicam incansavelmente na busca do direito do cliente, da justiça e da paz social, que norteiam sua conduta profissional na ética, na lealdade, na boa- -fé, na fidelidade à verdade: não deixemos que esse cenário afronte a nossa profissão! Devemos somar forças para mostrar o nosso valor e o quão honrosa é a nossa profissão; que merecemos respeito e que somos indispensáveis à administração da Justiça. Priscilla Thomaz de Oliveira Advogada trabalhista e previdenciarista Coordenadora da Comissão de D. Sociais da 2ª subseção OAB/ES Membro da Comissão Estadual de D. Previdenciário da Seccional OAB/ES Membro da Comissão Municipal da Pessoa com Deficiência (COMDPEDE) de Cachoeiro de Itapemirim
  • 43. ADVOCACIA 43 A HORA CERTA DE EXPANDIR Com nova política, 2ª Subseção amplia serviços e benefícios à advocacia regional No momento em que a presente edição chegar às mãos dos leitores é possível que já tenha sido efetivada com sucesso uma aguardada, visível e significativa mudança no site da OAB Cachoeiro. Parte da atenção especial dis- pensada aos convênios desde o início da atual gestão, a página dedicada a estes será toda remodelada, como informou em maio o advogado Sebastião Renaldo Silva Hora Junior, Secretário-geral da 2ª Subseção da OAB-ES. “Sentimos a necessidade de uma plataforma ainda mais atualizada e adequada ao nosso momento de evolução digital”, explicou. Por consequência, a nova seção trará mais intuitividade e objetividade no acesso, permitindo ao interessado efetuar buscas e categorizar os convênios firmados pela Ordem por município, ramo de atividade e percentual de desconto, dentre outros. “Com isso, ampliaremos também a janela de divulga- ção dos conveniados para que se criem ainda mais bons negócios”, disse Sebastião Hora Junior. Ele confirmou ainda que o endereço eletrônico, apesar das mudanças, permanecerá o mesmo (https://www.oabcachoeiro. com.br/novo/convenios.php). Importante que se diga que, mais do que simples- mente aprimorar os mecanismos de divulgação, a atual política de expansão dos convênios firmados contempla, igualmente, uma necessária e bem-vinda retomada à ampliação dos contratos em favor da advocacia regional. Para compreender melhor o que isto significa, basta dizer que somente nos últimos meses foram firmados convê- nios da OAB Cachoeiro com empresas no setor de lim- peza de estofados, elétrica automotiva e fornecimento de baterias automotivas, laboratório de análises clínicas, clínica de vacinas, instituição de ensino, acessórios e rou- pas femininas, móveis e materiais de escritório, e uma steak house/bar temático. “Não possuímos qualquer limitação à natureza da atividade econômica do pretenso conveniado. Pelo con- trário, nosso interesse é de absorver todas as atividades as quais um advogado(a) necessita utilizar em sua vida profissional e pessoal”, confirma o Secretário-geral da 2ª Subseção. Também não há, igualmente, restrição de fronteiras para os benefícios. Exemplo emblemático disto foi o con- vênio firmado com o bar e steak house temático na re- gião de Pedra Azul, no município de Domingos Martins, há aproximadamente 80km da sede da Subseção. Por outro lado, alguns benefícios chamam a atenção pela explícita vantagem que oferecem aos cerca de 1.600 advogados e advogadas inscritos na OAB Cachoeiro. Exis- tem empresas conveniadas que concedem à advocacia, por exemplo, até 50% de desconto para o pagamento à vista no fornecimento de produtos e serviços. “Felizmen- te, há um grande interesse de fornecedores dos mais va- riados ramos de atividade em conveniar com a 2ª Subse- ção”, diz Sebastião. Ele destaca também o fato de que o processo para fazer o convênio com a Ordem é extremamente simples, contemplando tanto pessoas físicas e jurídicas, como for- necedores de produtos e/ou serviços. “O pretenso conveniado mantém contato diretamente comigo, ou, caso alguém me repasse o contato, eu man- tenho contato. Questiono quais benefícios serão ofe- recidos aos advogados e advogadas inscritos, analiso a viabilidade sobre os descontos/benefícios concedidos e o ramo de atuação, e, estando em acordo, solicito infor- mações referentes a empresa/pessoa física responsável para formalizar a minuta do termo”, esclarece. Outro ponto que merece nota é que os convênios são firmados diretamente com a 2ª Subseção da OAB/ ES, assim, por relação de legitimidade, só abrangem a advocacia inscrita na OAB Cachoeiro. O que não impe- de, claro, que os conveniados estendam os benefícios à toda a advocacia. No formato padrão do instrumento de convênio adotado pela Ordem, os familiares dos ad- vogados também podem desfrutar dos convênios, salvo quando o próprio conveniado solicita que seja removi- da tal disposição. Os benefícios também são estendidos, obrigatoriamente, aos estagiários inscritos na OAB e aos colaboradores da Subseção. Dr. Sebastião Renaldo Silva Hora Junior e os novos conveniados
  • 46. ADVOCACIA 46 (28) 99941-7593 @bertassone.advogados Rua José Lourenzo Solino, 01 - Apto 101 - Amarelo Cachoeiro de Itapemirim - ES. CEP 29304-440 Conquiste o melhor benefício para a sua aposentadoria através do Planejamento Previdenciário
  • 47. ADVOCACIA 47 OPORTUNIDADES PARA TODOS Cursos e palestras presenciais além de ofertar ensino permitem reaproximar advocacia Fazer investimentos na qualificação e formação continuada da advocacia regional sempre foi um dos projetos prioritários da atual gestão da 2ª Subseção da OAB/ES. Foi assim ao longo do triê- nio anterior mesmo com o advento da pandemia de Covid-19, o dis- tanciamento social obrigatório e parte das preleções ocor- rendo em ambiente virtual. Permanecerá sendo, igualmente, ser for levado em consideração o ritmo intenso de eventos realizados somente nos primeiros meses de 2022. Só para se ter ideia, apenas no úl- timo mês de maio a OAB Cachoeiro realizou três cursos temáticos. Nos meses anteriores foram outros seis. Todos com foco em oportunizar aos advogados e advo- gadas atualização e aprofundamento em temas pertinentes e contemporâneos. “Nossa meta é não parar de capacitar, de ofertar qualificação. Creio ser um dos papéis primordiais da Ordem em relação à advocacia”, esclarece o presidente Adílio Domingos dos Santos Neto. Ele lembra que um diferencial das preleções que estão ocorrendo neste ano é que, por conta do avanço no controle da crise sanitária, foram retomados os encontros e atividades presenciais. Outro é procurar contemplar o maior número de ramos do Direito. “São muitos cursos. Só fica para- do hoje quem quer”, explica Adílio. Para a advogada Fernanda Ribeiro Campos Mi- chalsky, secretária-geral adjunta da OAB Cachoei- ro, merece atenção também o fato de que, como a Direto- ria e o Conselho são formados por advo- gados que atuam em diferentes áreas, tor- na-se mais fácil com- preender um pou- co do universo de cada segmento, bem como as dificulda- des encontradas nos setores envolvidos. Essa experiência re- flete-se, por exem- plo, na escolha de temas. Permite ainda aproximar a advocacia da região. “A OAB é a nossa casa, o lugar onde encontramos apoio para o exercício profissional. A 2ª Subseção ao promover seus eventos, além de contribuir para o crescimento profissional, também aproxi- ma os advogados uns dos outros e, com isso, nós nos reconhecemos como verdadeiros colegas de profissão”, pondera Fernanda. Para um público ansioso por encontros pre- senciais depois de um longo período de restrições, convenhamos, não há melhor argumento do que esse
  • 49. REGISTRO Cumprimentos especiais da coluna para os advogados Bráulyo Lima Daver e Renata Ribeiro Bernardo Lima. A pequena Alice Bernardo Lima completa quatro meses de vida nesta primeira quinzena de junho. Felicidades à família! A competente Leda Crissna Valennm contagia a todos com seu profissionalismo, simpaaa e amizade. Funcionária da secretaria da 2ª Subseção, ela assegura, com muito talento, o atendimento eficiente à advocacia regional. Depois da atuação brilhante à frente da Comissão de Direitos Sociais da 2ª Subseção, o advogado Valber Cruz Cereza, que na imagem aparece ladeado pela esposa, a também advogada Lauriane Real Cereza, assumiu a presidência da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/ES. Desejamos sucesso nesta nova jornada! A OAB pressgiou, no final de maio, a cerimônia de homenagem ao juiz George Luiz Silva Figueira, então tular da 2ª Vara Cível da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim. A solenidade ocorreu no salão do júri do fórum. Dr. George se aposentou, mas leva consigo o respeito e a admiração da advocacia regional.
  • 50. ADVOCACIA 50 APOSENTADORIA DA “DONA DE CASA” Pessoas que cuidam exclusivamente da família e dos afazeres domésticos, sem exercer atividade re- munerada, também podem ter direito a se aposen- tar por idade e receber 13º salário. Para ter direito à aposentadoria essas pessoas, em regra “donas de casa” devem fazer contribuição previdenciária – que, nesse caso, é facultativa. Importante destacar que essa possibilidade, embo- ra seja comumente divulgada para as donas de casa, é definida para qualquer pessoa, seja homem, seja mulher, desde que não possua renda própria. Caso tenha qualquer tipo de atividade remunerada, essa pessoa se torna segurado obrigatório, saindo da po- sição de contribuinte facultativo. As “donas de casa” devem entrar em contato com a Previdência Social pelo telefone 135, pelo site da Previdência Social, ou pelo aplicativo de celular MEUINSS, preencher a GPS (Guia da Previdência So- cial), que está disponível na internet ou em papela- rias (carnê amarelo) e recolher as contribuições efe- tuando o pagamento até o dia 15 de cada mês. Mulheres ou homens que cuidam da casa e da família e não exercem atividade remunerada podem contribuir com 11% do salário-mínimo vigente, ou com uma porcentagem especial reduzida de 5% do salário-mínimo vigente se estiverem cadastrados no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal). Para se inscrever no CadÚnico é preciso com- provar que a família tem renda mensal de até dois salários-mínimos. A inscrição pode ser feita nas uni- dades do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) de cada município. Pelas regras atuais da Previdência Social, para ter direito à aposentadoria para “donas de casa”, mulhe- res e homens devem contribuir no mínimo durante 15 anos e ter 61 anos e 06 meses de idade (mulheres) e 65 anos (homens). O valor do benefício será de um salário-mínimo. Destaca-se que sempre se aconselha a não parar de pagar a GPS por mais de seis meses, caso contrá- rio o vínculo com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é quebrado, ocasionando a perda da filiação. Sempre se aconselha que o segurado acompanhe de perto os procedimentos de sua aposentadoria, ou busque auxílio profissional para não deixar passar a data necessária para se fazer o pedido. O acompa- nhamento do procedimento de aposentadoria por um profissional especializado também resulta em melhores resultados, pois documentações, exigên- cias e requerimentos são executados de forma simul- tânea e de acordo com as regras vigentes da própria Autarquia. A aposentadoria para as “donas de casa” só será concedida a quem fez as contribuições ao longo dos anos. Não contribuir com a Previdência Social deixa desprotegido o segurado em caso de acidente ou do- ença. Se o segurado não tiver condições de efetuar o pagamento das contribuições pelo período mínimo exigido, aos 65 anos de idade (homem ou mulher), se estiver inserido em uma família de extrema pobreza (com renda familiar inferior a ¼ do salário-mínimo por pessoa) poderá fazer jus a um benefício assisten- cial (LOAS). Cássia Bertassone da Silva Advogada Especialista em Direito e Processo do Trabalho; Especialis- ta em Direito Previdenciário; Especialista em Compliance Trabalhista e Previdenciário para Empresas; Especialista em Direito Previdenciário Empresarial e Gestão de Afastados; Especialista em Regime Próprio de Previdência Social e Previdência Complementar; Gestora do Escritório Bertassone Advogados, atuante na área de Direito do Trabalho / Previ- denciário, Previdenciário Empresarial, Servidores Públicos, Previdência Complementar e Gestão de Afastados