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P A R A O T E R C E I R O S E T O R
P A R A O T E R C E I R O S E T O R
P A R A O T E R C E I R O S E T O R
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0
2
4
VIVÊNCIAS EM
COMUNICAÇÃO III
VIVÊNCIAS EM
COMUNICAÇÃO III
Índice
G
E
C
O
M
Entrevista com Maria Helena
Entrevista com Taynara Cabral
Entrevista com Tays Paulino
Entrevista com Karen Melo
Entrevista com Heliane Ferreira
Entrevista com Thiago Kuerques
Entrevista com Lívia Cristina
Entrevista com Karina Silva
Entrevista com Victor Meirelles
Entrevista com Adilson Cabral
Entrevista com Diego Sanches
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Página 49
Página 52
ECOA terceira edição do Vivências em
Comunicação para o Terceiro Setor
traz histórias inspiradoras de
profissionais, pesquisadores e
estudantes de jornalismo, relações
públicas, publicidade, audiovisual,
design gráfico, mídia social e escrita
criativa atuantes em iniciativas
sociais. As entrevistas foram
realizadas em 2023 e publicadas
mensalmente em nosso blog.
São experiências imperdíveis, dicas
práticas e exemplos de sucesso da
Comunicação no Terceiro Setor.
Uma oportunidade de aprender, se
inspirar e ampliar conhecimentos.
Agradecimentos à fotógrafa Anne
Caroline, ao jornalista e revisor Flávio
Amaral, à designer Daiana Santos e à
coordenadora de Educação Natasha
Soares. O profissionalismo de cada
um e o trabalho em equipe faz a
gente ir cada vez mais longe.
Compartilhe
experiências e amplie
conhecimentos!
Compartilhe
experiências e amplie
conhecimentos!
Sobre o Gecom
É uma iniciativa de comunicação independente com o objetivo de
incentivar, divulgar e valorizar os estudos, pesquisas e trabalhos de
estudantes, pesquisadores e profissionais de Comunicação
para o Terceiro Setor.
O Gecom oferece serviços de assessoria e consultoria na área de
Comunicação para o Terceiro Setor e mídias independentes, além de
conteúdos informativos e de qualidade para capacitar e incentivar a
melhoria dos trabalhos nessa esfera de atuação.
Para saber mais, curta as nossas redes sociais e cadastre-se para
receber o nosso blog post mensalmente.
Blog:
www.gecomterceirosetor.blogspot.com
Instagram:
@gecomterceirosetor
Facebook:
https://www.facebook.com/gecomterceirosetor/
Maria Helena
Maria Helena
Maria Helena
Maria Helena
Maria Helena
Maria Helena
“A profissionalização no
Terceiro Setor passa pela
profissionalização da
Comunicação”
Instituições do Terceiro Setor precisam atentar
para a construção e manutenção de sua imagem,
reputação e relacionamentos diante de um
cenário atualmente bastante complexo com a
proliferação de fake news, impulsionada pelas
mídias sociais. O ensino de técnicas de Relações
Públicas contribui para que estudantes de
Comunicação possam atuar de forma profissional
e competente no Terceiro Setor.
O Gecom convidou a doutora em Comunicação, Maria Helena Carmo, que
também é mestra em Comunicação e Cultura e graduada em Relações Públicas
e Letras, para explicar a importância de uma formação acadêmica em
Comunicação, que possa contribuir para a profissionalização da área no
Terceiro Setor.
Atualmente Maria Helena é professora de Gestão Empresarial e Políticas de
Comunicação, Comunicação Interna, Relacionamento com Cliente, TCC 1 e TCC 2
nas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) e professora de Planejamento
de Eventos e Cerimonial, Produção de Eventos e Assessoria de Comunicação na
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Maria Helena também é
coautora do livro "Megaeventos, Comunicação e Cidade", ao lado de Ricardo
Freitas e Flávio Lins.
Entrevista publicada em 17/01/2023
Entrevista publicada em 17/01/2023
Janeiro/2023
A importância da formação acadêmica para o
profissionalismo da Comunicação no Terceiro Setor.
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
6
Você tem funcionários, potenciais funcionários, ex-funcionários e
clientes falando sobre a organização, recomendando a organização,
criticando a organização, pressionando a organização. E o que dizer
então da opinião pública…? Você tem marcas hoje sendo questionadas:
"por que elas fazem publicidade em um veículo de comunicação que faz
campanha aberta contra atos antidemocráticos?". E questionam a
marca: "Você jura que vai continuar patrocinando, anunciando nesse
canal de TV?". Então, as marcas, as pessoas públicas, as celebridades, as
formadoras de opinião estão muito expostas. Relações Públicas está
neste lugar de pensar no relacionamento das empresas, das marcas, de
pessoas públicas, perante os seus públicos de interesse e de que forma
cuidar da imagem, a reputação dos clientes, agências de relações
públicas, profissionais de relações públicas, como ajudar a gerenciar
essas imagens e essas reputações. Ter uma faculdade de Relações
Públicas é ter um profissional mais antenado com a comunicação, que é
cada vez mais desafiadora, cada vez mais pressiona marcas, empresas
por posicionamentos.
Então, Relações Públicas fazer parte do currículo de graduação é a
possibilidade de pensar a Comunicação da forma mais ampla possível,
o que alguns autores chamam de uma comunicação mais integrada
mesmo. Um olhar que não é só de mercado, marketing, vendas, mas um
olhar institucional, também, sem jamais esquecer o público interno.
Pensar a Comunicação mais alinhada com os tempos desafiadores que
a gente vive, aglutinando os interesses e as necessidades de marketing,
jornalismo ou publicidade, sempre com foco no relacionamento.
Relações Públicas é, na sua essência, gestão de relacionamentos.
Maria Helena: A gente está vivendo há umas
duas décadas a era do relacionamento, muito
por conta do crescimento das redes sociais e
do quanto elas acabam sendo um desafio
para as organizações. Antes das redes sociais
você tinha organizações pautando o que os
clientes, os funcionários, a opinião pública
iriam saber sobre elas, sobre as marcas. Com
as redes sociais você tem o inverso disso.
A importância da formação acadêmica para o
profissionalismo da Comunicação no Terceiro Setor.
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
Gecom:
Por que é
importante ensinar
Relações Públicas
nas faculdades?
7
Sempre se pensou muito a Comunicação sendo mais profissionalizada nas
empresas privadas, em seguida uma profissionalização das empresas
públicas e o Terceiro Setor (porque é mais "jovem" que o primeiro e o
segundo setores) vem se profissionalizando nos últimos 15 ou 20 anos e os
desafios são imensos. Essa profissionalização depende de um cenário não
só internacional, mas também nacional. A gente teve um crescimento, uma
profissionalização do Terceiro Setor. Se a gente colocar um marco de
instituições voltadas para o meio ambiente, talvez o ano de 1992, com a Rio
92, tenha sido um marco para a profissionalização do Terceiro Setor, não
só no Brasil, mas também em termos mundiais. A gente teve também uma
certa pressão pela profissionalização no Terceiro Setor, fortemente na
década de 90, por causa da explosão do número de pessoas com Aids.
Então, eu lembro que tivemos um grande número de instituições voltadas
para a prevenção do HIV e apoio a esses pacientes. Na virada do século XXI,
você tem uma questão muito ligada à saúde, principalmente à saúde
infantil. Instituições do Terceiro Setor fortemente envolvidas na prevenção
de saúde, de apoio às crianças que estejam em tratamento cardíaco ou
com câncer, instituições voltadas à educação, muitas no esporte… nos
últimos anos, não só no Brasil, mas pelo mundo inteiro, teve um
determinado momento de enfraquecimento de algumas pautas no Terceiro
Setor, por causa de questões mais econômicas e políticas internacionais.
O Terceiro Setor exige muito uma parceria com a iniciativa privada, poder
público e doadores pessoa física. A questão de financiamento no Terceiro
Setor via parceria com instituições públicas, privadas e doadores pessoa
física é absolutamente fundamental. Você tem que saber fazer um projeto,
captar recursos, fazer relacionamento, fazer prestação de contas... então,
em algumas áreas do Terceiro Setor houve um enfraquecimento, seja no
esvaziamento de políticas públicas (e aí estou falando no cenário nacional
mesmo), seja pela exigência de profissionalização do Terceiro Setor, que
também foi impulsionada por uma necessidade de as empresas
financiadoras demonstrarem o impacto na sociedade dos projetos sociais
que elas apoiam ou patrocinam. Isso torna essencial a profissionalização
no Terceiro Setor, que passa pela profissionalização da comunicação. Tanto
na Uerj, quanto na FACHA há uma disciplina especificamente para pensar
esse setor, essas competências, habilidades, ferramentas necessárias para
atuar nessa área.
Maria Helena: Eu fico muito feliz em perceber na
FACHA, nos últimos seis ou sete anos talvez, um
aumento no interesse de alunos de Relações
Públicas em atuar no Terceiro Setor. Nós temos,
inclusive, uma disciplina de Comunicação no
Terceiro Setor, que é uma área muito desafiadora.
A importância da formação acadêmica para o
profissionalismo da Comunicação no Terceiro Setor.
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
Como a formação
acadêmica na área de
Relações Públicas colabora
para o profissionalismo
da comunicação no
Terceiro Setor?
Gecom:
8
Trabalhar no cenário em que as fake news são disseminadas de uma forma
algoritmica, em progressão geométrica, ter a capacidade de desmentir as
fake news, atribuir algo às fake news, é complicado. A princípio, em
Comunicação, seja nas Relações Públicas ou no Jornalismo, a gente
trabalha para sugestões de pautas que sejam positivas e as fake news
colocam por terra essa premissa. Dependendo de para qual instituição
você está trabalhando, acaba enxugando gelo. Vê uma fake news, você tem
que desmentir, dizer que é fake e, provavelmente, você não vai conseguir
alcançar a mesma velocidade, o mesmo impacto que essa informação
trouxe para um grupo para o qual ela parece ser verdadeira. As fake news
criam narrativas muito contrastantes e paralelas e fazer pontes em um
cenário radicalizado, polarizado é muito difícil para o Jornalismo e para as
Relações Públicas.
Um outro desafio, que também está muito ligado às fake news e que é
fundamental quando se pensa a Educação, é tentar equilibrar a
necessidade de dominar e conhecer as ferramentas - a cada hora surge
uma nova ferramenta ou uma nova possibilidade dentro da mesma
ferramenta - com leituras que são absolutamente essenciais para o
processo da Comunicação. Então, hoje você tem que responder muito
rapidamente às demandas externas e internas. Pensa-se muito na questão
ferramental e muitas vezes você faz sem pensar exatamente por que está
fazendo, naquele determinado momento, faz sem ter tempo para pensar
ou refletir. Ou então, seu tempo é muito curto, muito rápido. Isso exige um
planejamento e exige uma formação filosófica, sociológica, antropológica
de comunicação e consumo - se você trabalha com uma questão ligada ao
marketing, questões éticas que demandam estudo, tempo, leitura,
amadurecimento. Equilibrar uma questão de uma teoria que é
absolutamente fundamental para uma prática responsável da
Comunicação, ao mesmo tempo em que você precisa dar conta do
ferramental, eu acho que é um grande desafio da área e da educação, do
segmento da Comunicação.
Maria Helena: Um é a questão da proliferação das
fake news, que é também um desafio da
Comunicação. A gente está num cenário de disputa
por uma criação de narrativas que não são
necessariamente narrativas, são informações falsas.
É muito complicado você trabalhar. Talvez seja o
cenário mais difícil para a área de Comunicação.
A importância da formação acadêmica para o
profissionalismo da Comunicação no Terceiro Setor.
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
Quais os desafios
acadêmicos para lecionar
Relações Públicas e quais as
propostas sugeridas para
resolver essas questões?
Gecom:
9
Trabalhei, não como comunicadora, mas foi um desafio, porque eu
trabalhei para uma assessoria de uma rede de fast food, que tem uma
grande campanha voltada para a arrecadação de recursos para a
fundação que dá suporte para crianças e adolescentes em tratamento de
câncer. Durante algum tempo fiquei focada nesse projeto. E foi
interessante porque, ao mesmo tempo que fazia uma comunicação desta
rede de fast food, eu fazia de certa forma também a da fundação, e eu
procurava falar mais da fundação que leva o nome da rede, voltada para a
causa em si. Isso porque, de certa maneira, você acaba falando de uma
questão que é o marketing de causa social, a principal ação dessa rede
para captar recursos através desse planejamento de assessoria da qual eu
fazia parte. Foi muito legal trabalhar com essa questão ligada ao
marketing de causa e eu trabalhei especificamente com relação à
comunidade. Projetos sociais, projetos culturais que envolviam a
comunidade, a opinião pública e o grande evento social, que era esse dia
voltado para a arrecadação. Foi um projeto interessante, mobilizar
pessoas para participar da campanha. Mobilizar esportistas,
apresentadores de telejornal, artistas, personalidades públicas de uma
forma geral que dava conta de que essas pessoas se engajassem no dia
do evento indo a uma determinada loja, indo a um determinado
restaurante exatamente para ajudar nesse engajamento. Então, isso foi
bem legal.
Maria Helena: Já fiz alguns trabalhos voluntários
ligados a questões de crises sociais e ambientais,
momentos em que você tem desastres ambientais
no Brasil e uma mobilização para recursos
materiais ou financeiros. Já atuei com isso
especificamente.
A importância da formação acadêmica para o
profissionalismo da Comunicação no Terceiro Setor.
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
Conte como foi sua
experiência em
trabalho voluntário.
Gecom:
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Karen Melo
Karen Melo
Jornalista, social media, comunicadora
social, produtora, redatora, editora e
diretora de audiovisual com experiência em
instituições do Terceiro Setor, são algumas
das possibilidades que a formação em
Jornalismo oferece e são, também, as
experiências da jornalista e pesquisadora em
mídias digitais Karen Melo.
Com passagens pelo Voz das Comunidades; editora na Agência Lupa, Agência de
Notícias das Favelas (ANF) e na Federação de Órgãos para Assistência Social e
Educacional (Fase); assistente de Comunicação no Instituto Raízes em
Movimento; social media no Zacimbagaba; assistente de Diversidade Cultural na
Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio; e coordenadora do
Centro de Referência de Juventude do Alemão (CRJ), atualmente é assistente de
Comunicação no Coletivo Papo Reto.
Alinhando conhecimento prático e teórico, juntamente com as experiências
vivenciadas no Terceiro Setor, Karen também destaca a importância da formação
acadêmica em Jornalismo e o papel estratégico da Comunicação para as ONGs.
“Em cada projeto reprovado,
era nítida a falta de alguém
de Comunicação para
auxiliar essas pessoas a
entenderem como esses
projetos poderiam ser bem
estruturados se tivessem
uma comunicação
estratégica.”
Entrevista publicada em 20/02/2023
Entrevista publicada em 20/02/2023
Fevereiro/2023
A formação em Jornalismo como ferramenta estratégica
de Comunicação para o Terceiro Setor.
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
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Meus pais não tinham condições de bancar uma faculdade pra mim, foi
quando houve um projeto do Governo Federal, o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), que tirou algumas casas no território
em que eu morava (inclusive a minha) e, nesse local, a Praça do
Conhecimento, criaram a Nave do Conhecimento, onde ofereciam
cursos gratuitos. Fui me aventurar no universo da comunicação, e ali
viram em mim um potencial. Fiz fotografia, webdesign e audiovisual. No
final de cada curso, deveríamos entregar um projeto. Meu primeiro
projeto de fotografia falava da moda na favela, no qual fui premiada e
ganhei uma viagem para Curitiba para expor na semana de fotografia
da cidade. Meu segundo projeto, de audiovisual, foi criado por mim e
por um grupo de amigos que se chamava “Gonzagueando”, que era a
história de imigrantes nordestinos para dentro do Complexo do
Alemão. Nesse momento já estava convicta do que eu ia fazer,
participando de editais, comprando equipamentos, pegando
emprestado… o projeto se tornou Alemão em Cena. Foi tão bem
estruturado que, a partir desse, seguimos para outras favelas, até que
apresentei à FACHA meu projeto, eles acolheram e deram a bolsa de
estudos para o grupo.
Eu queria mostrar o olhar das pessoas que moravam ali, o que elas
sentiam, o que elas tinham para falar, mas em diversas situações, eram
silenciadas. Com a comunicação que já existia em mim, aliada ao
Jornalismo que me escolheu, eu consegui de alguma forma fazer a
devolutiva, mostrando a realidade das pessoas a partir da narrativa de
quem também já viveu nesses locais.
A faculdade não foi só eu, foram diversas pessoas que me
impulsionaram todos os dias para não desistir. Foi uma vontade de
ocupar espaços que meus pais não conseguiram, que para muitos foi
negado. Uma menina negra, preta e de favela conseguiu.
Karen Melo: No meu caso, tem toda uma
construção em cima de um projeto, de um
sonho. Eu sou a primeira geração da minha
família a fazer graduação e pós. Nascida e
criada no Alemão, eu sempre fui apaixonada
por imagens, textos e na favela você já nasce
comunicativo para a sobrevivência.
A formação em Jornalismo como ferramenta
estratégica de Comunicação para o Terceiro Setor.
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
Por que é importante
estudar Jornalismo
nas faculdades?
Gecom:
13
Meu papel era ler todas as documentações e o storytelling que cada
proponente enviava. Em cada projeto reprovado era nítida a falta de
alguém de Comunicação para auxiliar essas pessoas a entender como
seus projetos poderiam ser bem estruturados se tivessem uma
comunicação estratégica, não só para editais, mas para ter um portfólio
atrativo para captação de recursos diversos, uma rede atraente e
harmônica. Tudo isso precisa ser pensado e tudo isso é pesado quando
algum projeto do Terceiro Setor precisa ser visto. No projeto
Zacimbagaba eu trago, dentro da oficina de Comunicação Estratégica
para o Terceiro Setor, a reflexão do que as mulheres querem e
precisam para seus projetos: pensar desde o público-alvo até as cores
que serão usadas e que tipo de informação elas vão passar, como vão
construir a imagem desse projeto. É muito bacana porque, quando
estamos juntas, as ideias fluem, as perspectivas mudam.
Karen Melo: O Jornalismo é um leque de
possibilidades, você não precisa estar em uma
bancada em rede nacional na TV pra ser
jornalista. Na maioria das vezes, eu atuei no
Terceiro Setor e, nele, eu sou jornalista e
consigo passar o que eu aprendi, trocar,
dialogar. Trabalhei um bom tempo com editais
e me lembro que, nessa época, tinha um edital
chamado Favela Criativa.
Karen Melo: Posso dizer que, dentro do campo
onde eu atuo, o Terceiro Setor está se
consolidando na entrega de uma boa
comunicação estratégica. Temos um longo
caminho, mas tenho visto investimentos em
sites e mídias em geral para a manutenção e
resistência desses espaços. As ONGs têm
buscado trazer seus mantenedores ou
investidores mais próximos. Não é somente
doar, é trazer para perto, é fazer a prestação de
contas, dizendo “seu recurso está sendo usado
para investir nisso”, usando cada vez mais
vídeos, fotos, textos de qualidade.
A formação em Jornalismo como ferramenta
estratégica de Comunicação para o Terceiro Setor.
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
Como a formação
acadêmica na área de
Jornalismo colabora
para o profissionalismo
da comunicação no
Terceiro Setor?
Gecom:
Quais são as descobertas
que você gostaria de
compartilhar em suas
pesquisas dentro da
Comunicação no
Terceiro Setor?
Gecom:
14
Karen Melo: Eu trabalho no Coletivo Papo
Reto, que pauta direitos humanos em
diferentes frentes de atuação.
Fazemos isso pensando a educação, a comunicação, a arte e a
cultura como ferramentas que possam garantir que todas as
pessoas moradoras de favelas e periferias tenham conhecimentos
diversificados sobre garantia plena de direitos em toda a sociedade.
Hoje contamos com uma estrutura que permite ampliar o campo de
ação, com espaço de aulas, reuniões e administrativo, o que
fortalece nossas ações no campo dos direitos humanos, educação e
cidadania favelada.
A formação em Jornalismo como ferramenta
estratégica de Comunicação para o Terceiro Setor.
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
Conte como é o
trabalho na
instituição que você
está atualmente.
Gecom:
15
Thiago Kuerques
Thiago Kuerques
“N
”
unca é demais lembrar que o homem é
um ser social, que constroi a si próprio ao
mesmo tempo em que constroi, junto com os
outros homens, a sociedade e sua história.
A citação acima, do livro Gerenciando Conhecimento, de Jayme Teixeira Filho, se
encaixa perfeitamente ao perfil do jornalista, fotógrafo, escritor e professor
Thiago Kuerques.
Formado em Turismo (UFRRJ), Jornalismo (UNESA) e Letras (UFF), pós-graduado
em Turismo Sustentável (CEFET) e mestrando em Educação, Cultura e
Comunicação em Periferias (UERJ), Thiago vê em suas especializações uma
oportunidade para registrar, contar e valorizar a memória de sua cidade, Nova
Iguaçu, na Baixada Fluminense, e dos bairros que a compõem. Ele realiza
estágio na Escola Municipal Padre Agostinho Pretto como professor de
literatura e incentivo à leitura e produz oficinas de escrita sensível, escrita
criativa e escrita periférica. Thiago é assessor de imprensa na EncontrArte
Audiovisual e jornalista no Site da Baixada.
Também é autor dos livros Território (2017), A Balada do Esquecido (2018), A
Próxima Pandemia (2019), Tordesilhas (2021) e Vezenquando (2022), entre
outras antologias. Conquistou prêmios literários, entre os quais Prêmio Baixada
e Prêmio Trema 2021 e 2022.
Confira, a seguir, como a formação em Jornalismo e o mestrado estão
contribuindo para a construção de sua própria história e de sua comunidade.
“Profissionalizar a
Comunicação
especificamente no Terceiro
Setor ajuda a quebrar
estigmas, preconceitos e faz
com que mais iniciativas
possam aparecer.”
Entrevista publicada em 28/03/2023
Entrevista publicada em 28/03/2023
Março/2023
Especializações em Comunicação que contribuem para
a cultura e memória da comunidade.
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
17
Estudar a comunicação é uma das ferramentas para colaborar com o
enaltecimento e organização dessa casa ainda desorganizada. Em
outras palavras, me especializar é criar formas, conexões e inspirações
para que aqui - ou daqui - possa ser menos difícil, seja o sonho que
exista em qualquer pessoa.
Profissionalizar a comunicação especificamente no Terceiro Setor ajuda
a quebrar estigmas, preconceitos e faz com que mais iniciativas possam
aparecer. Um país com tantos talentos, tanto material e tanta arte não
pode ter tantas dificuldades como tem o Brasil.
Thiago Kuerques: Sou nascido em 1985, em
Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. É o meu
tempo e lugar no mundo. Família de classe
média com inúmeras dificuldades financeiras
e emocionais. Meu caminho é pelas artes,
pelo conhecimento e pelas relações sociais.
Thiago Kuerques: As minhas palestras em
bibliotecas comunitárias começaram lá em 2017
com a rede Baixada Literária, em Nova Iguaçu.
Através da Mônica Verdam, uma das líderes
dessa rede e grande personalidade que já
marcou a história de tanta gente, fui
apresentado a bibliotecas estabelecidas em
casas clássicas de subúrbio, todas
descentralizadas.
Bibliotecas em Vila de Cava, Santa Rita, Ponto Chic, Jardim Primavera, Morro
Agudo, Austin, Rancho Fundo e Bairro Amaral, por exemplo, habitam locais
com pouca ou nenhuma presença de equipamentos culturais. Mesmo que
minha literatura seja madura, falo com crianças e adolescentes sobre
autoestima através da arte, importância da leitura com paralelos mais
realistas que algum imaginário romântico da literatura.
Especializações em Comunicação que contribuem
para a cultura e memória da comunidade.
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
Como a formação
acadêmica na área
de Jornalismo
colabora para o
profissionalismo da
comunicação no
Terceiro Setor?
Gecom:
Como a formação
acadêmica na área
de Jornalismo
colabora para o
profissionalismo da
comunicação no
Terceiro Setor?
Gecom:
18
Livro é saúde, vida, sobrevida e oportunidade. Toda vez que visitei uma
biblioteca comunitária dando palestra ou oficina achando que estava
ensinando, acabei aprendendo muito mais. Já reencontrei gente que era
muito nova quando visitei em 2017 alguma biblioteca. Adolescente que
trilha o caminho do sonho da universidade, por exemplo. Isso se deve a
vários fatores complexos e também à existência de uma biblioteca
comunitária com livros acessíveis, múltiplos. Iniciativa privada e social.
Thiago Kuerques: Tordesilhas é meu último livro
físico, uma novela (ou romance) sobre a relação
de pai e filha com idas e vindas emocionais,
lúdicas e realistas durante uma vida inteira num
bairro sereno de Nova Iguaçu. Minha inspiração
veio da vontade de fazer prosa poética com o
tema paternidade, usando literatura, sociologia e
educação como fios condutores. É um livro
bonito, inspirador, engraçado e representa o que
é ser sonhador e apaixonado pela vida mesmo
com dificuldades naturais de ser periférico.
Escrevi recentemente o livro Vezenquando, um ensaio sobre o ano de 2022
usando estudos que faço, reflexões sobre o cotidiano e pequenas ficções.
Tudo com uma perspectiva otimista. Talvez seja um livro que eu tenha feito
para minha versão mais sombria, uma forma de me convencer de que a
depressão pode ser encarada de formas mais sensíveis e que assim é
possível seguir vivo.
Sou um escritor que tem mil histórias e muitos rios narrativos coexistindo
sempre. Talvez venha um novo romance sobre dois sujeitos de idades
muito distintas em busca de seus lugares no mundo, cada um à sua
maneira. Ou um livro de crônicas (já que escrevo para dois sites: Recorte
Lírico e ArtCult). Ou um livro de contos, gênero pelo qual sou apaixonado.
Nunca sei, nunca saberei. Quando dobrar a esquina, tem algo novo
brilhando por aí sem jamais esquecer de cada obra que me trouxe até aqui.
Especializações em Comunicação que contribuem
para a cultura e memória da comunidade.
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
Fale sobre seu último
livro, o romance
Tordesilhas. De onde
vem sua inspiração
para escrever seus
livros? Tem alguma
nova obra em mente?
Gecom:
19
Tays Paulino
Tays Paulino
o dia 28 de abril comemora-se o Dia
Mundial da Educação. Apesar de a ONU
considerar a data de 24 de janeiro como o
Dia Internacional da Educação, há 23 anos,
líderes de 164 países, incluindo o Brasil, se
reuniram no Fórum Mundial da Educação,
na cidade de Dakar, no Senegal, firmando
compromissos por meio da "Declaração de
Dakar - Educação para Todos - 2000".
N
Essa resolução se deu para garantir melhorias na educação que satisfaçam
suas necessidades básicas de aprendizagem, no melhor e mais pleno sentido
do termo, e que incluam “aprender a aprender”, a fazer, a conviver e a ser.
Ainda de acordo com o documento, uma educação que se destina a captar os
talentos e o potencial de cada pessoa e desenvolver a personalidade dos
educandos para que possam melhorar suas vidas e transformar
suas sociedades.
Nesta entrevista convidamos a estudante de Jornalismo e assistente de
secretaria no Pré-Vestibular Popular Construção, em Manguinhos, Tays Paulino,
para falar sobre a importância, os desafios e as oportunidades dos estudos
acadêmicos para uma profissionalização da Comunicação no Terceiro Setor.
Tays possui Licenciatura em Letras: Português e Árabe e é graduanda em
Jornalismo, ambos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela é,
também, estagiária do setor de marketing e comunicação na Prumo Logística.
Confira a entrevista a seguir.
“Com o Jornalismo,
entendi as estratégias de
como alcançar esse
público, trazer uma
notícia consistente.”
Entrevista publicada em 18/04/2023
Entrevista publicada em 18/04/2023
Abril/2023
Jornalismo e Educação: uma
oportunidade de aprendizagem.
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
21
Inclusive, aos 10 anos participei de um concurso de leitura na escola
e ganhei a medalha de primeiro lugar. Outra coisa de que gostava
muito era criar várias histórias na minha cabeça e, com certeza, isso
já era um sinal de proximidade com a área da comunicação.
Depois, comecei a gostar do universo do audiovisual. Passei a "cobrir
eventos", como aniversários, casamentos e, assim, fui me tornando a
pessoa responsável por isso nas festas de amigos mais próximos em
que estava presente: tirava fotos, fazia aqueles vídeos de
homenagem etc. Esses foram os sinais que se apresentaram e eu
ainda não tinha percebido. Quando entrei no Ensino Médio, fui fazer
Técnico em Administração. No começo fiquei muito atraída por esse
campo da Administração, mas depois comecei a pensar em cursar
História, Direito e, então, cheguei ao Jornalismo. Fiquei numa dúvida
cruel entre os cursos na época do vestibular, mas acabou que não
consegui nota para ingressar em uma universidade pública, que era o
meu objetivo. Então, resolvi estudar algo que fosse o mais parecido
possível e, para mim, esse curso era o de Letras. Fiz pensando no
Jornalismo e com todas as pesquisas acadêmicas voltadas para ele.
Depois que terminei (após a Licenciatura em Letras), fiz o vestibular
novamente para Jornalismo e “cá estou".
Tays Paulino: Sempre quis fazer Jornalismo e
nunca percebi claramente. Na verdade, demorei
muito tempo para saber. Lembro que, quando
era criança, adorava brincar de apresentar
programas de TV e sempre gostei muito de
escrever também, de lidar com as palavras.
Uma oportunidade de aprendizagem
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
O que a incentivou a
estudar Jornalismo?
Gecom:
22
Então, creio que pensar numa profissionalização dessa área seja algo
muito válido; ter um olhar diferenciado sobre as pessoas que trabalham
com o voluntariado, com o social, e entender que uma formação, em
qualquer meio, precisa ser valorizada, principalmente na área de
Comunicação, porque, se ela for feita de uma forma errada, pode gerar
muitos problemas. Por isso, é preciso pensar nisso com muita
responsabilidade. Inclusive, hoje a gente vive a não exigência do diploma e
isso precariza muito a área. Quando a gente fala do Terceiro Setor, talvez
precarize mais ainda, mas acredito que os gestores das áreas sociais
devem valorizar e olhar para isso não com uma ideia de exclusão, mas
com a proposta de ter uma pessoa capacitada e preparada para exercer
aquela função.
Tays Paulino: Acredito que a formação seja
essencial para qualquer área em que você vá
trabalhar com comunicação e com pessoas -
uma formação voltada para a Comunicação em
si ou Jornalismo mesmo, falando
especificamente da área, e o Terceiro Setor,
assim como os outros, é muito importante e
precisa ter a mesma relevância que os outros
setores têm.
Tays Paulino: Acredito que o maior desafio seja
ter mais pessoas dispostas a fazer trabalhos no
Terceiro Setor. E como a Comunicação, o
Jornalismo em si, está vivendo esse período de
grande desvalorização, com salários muito
baixos, creio que outros setores acabem
absorvendo mais os profissionais. Hoje temos
“mil” exigências sobre você ter que ter
habilidades de outras áreas, muitas vezes de um
designer, de um publicitário, para exercer um
único cargo, e isso acaba refletindo no Terceiro
Setor em termos de remuneração.
Uma oportunidade de aprendizagem
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
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JORNALISMO & EDUCAÇÃO
Em sua opinião,
como a formação
acadêmica na área
de Jornalismo pode
colaborar para o
profissionalismo da
comunicação no
Terceiro Setor?
Gecom:
Quais os desafios
acadêmicos você
encontra no
Jornalismo quando
se fala no Terceiro
Setor e o que sugere
para resolver essas
questões?
Gecom:
23
Em relação à graduação propriamente dita, penso que falta um olhar
maior para a questão social. Você não encontra, por exemplo,
disciplinas que falem de comunicação no Terceiro Setor, sobre
jornalismo independente, jornalismo voltado para as áreas sociais.
Você tem aquelas grades mais comuns, mas você não encontra
disciplinas um pouco mais específicas. São temas que têm
dificuldade para chegar na Academia. E, para mudar, é preciso levar
esses temas para lá. Colocar, por exemplo, matérias sobre jornalismo
comunitário. Não estou dizendo que as faculdades não oferecem,
não posso falar por todas, mas, de maneira geral, acredito que não
sejam temas tão comuns.
Na UFRJ, neste semestre, abriu uma disciplina muito interessante
sobre jornalismo de acessibilidade. Não consegui horário para fazer,
mas achei muito interessante a universidade trabalhar esse conceito
de "jornalismo para todos". Para mim, é esse o caminho. É preciso
oferecer formação. Além de, claro, o próprio profissional buscar
essas especializações alternativas.
Tays Paulino: Eu trabalho no Pré-Vestibular
Popular Construção desde maio do ano
passado e tem sido muito recompensador.
Sou ex-aluna do Pré. Em 2013, entrei no
segundo semestre e fiquei só de agosto a
dezembro. Foi uma experiência tão legal, tão
enriquecedora... senti que, apesar do pouco
tempo que fiquei, consegui aprender muito.
Os professores são muito engajados.
Um ambiente legal, mesmo. Nunca me esqueci disso. Acabei entrando no Pré,
assumindo uma vaga na secretaria para trabalhar com as questões mais
burocráticas e dando um apoio aos alunos, quase dez anos depois de ter
passado opr lá como aluna. Hoje, eu faço esse apoio aos alunos. Por exemplo,
vai ter uma prova da Uerj, vai ter inscrição, mobilizamos os alunos, olhando
documentação, explicando para eles o que tem que fazer, quais documentos
levar, vendo questões de presença, se eles estão lá ou não estão.
Uma oportunidade de aprendizagem
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
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JORNALISMO & EDUCAÇÃO
Conte sobre seu
trabalho no Pré-
Vestibular Popular
Construção, em
Manguinhos.
Gecom:
24
Já em relação à Comunicação em si, acabei assumindo as redes sociais
em maio do ano passado. Quando eu entrei, o Instagram tinha mais ou
menos 750 seguidores. Achei uma rede muito potente, que não podia
ficar parada, e aí surgiram ideias de como trabalhar e o que trabalhar
em um um pré-vestibular social. Inclusive a minha formação em Letras
me ajudou muito e minha nova formação (em Jornalismo) também - na
parte de pensar o que comunicar, como comunicar e qual a melhor
forma de engajar os alunos. Comecei a planejar temas que fossem da
realidade deles. Isso ia desde assuntos que estavam rolando nas aulas,
dicas de temas que eles viram nas disciplinas, de filmes que poderiam
ajudar e temas relacionados ao vestibular até passeios gratuitos, acesso
a museus, coisas que poderiam trazer enriquecimento cultural, porque
a sala de aula está em todos os lugares e você precisa ter uma
formação sociocultural. Inclusive, o Enem pede muito isso, uma
formação sociocultural. Como você vai ter essa formação? Acessando
lugares, conhecendo e tendo uma formação além da relação professor -
sala de aula - caderno - internet.. Expandindo. Então, trouxe esses
temas numa linguagem com a qual eles conseguissem se identificar, se
engajar e que se conecta com eles.
Com minha formação em Letras, consegui formular como iria trazer um
texto legal, forte e correto, além de conseguir pensar em como entraria
nesse universo da Educação. Já com o Jornalismo, entendi as estratégias
de como alcançar esse público, trazer uma notícia consistente.
Hoje, a nossa rede social cresceu muito. Ela tem 1.060 seguidores, só
no Instagram. Eu considero um grande número, comparando a um ano
atrás. Um grande avanço. Fico muito feliz por ter conseguido isso.
Claro, contando com o apoio de toda equipe; da minha colega que
divide a secretaria comigo. Todo mundo ajuda. Outra coisa bacana
também é a liberdade que consegui de movimentar, criar uma
identidade, fazer uma coisa de um jeito que eu achava que funcionaria -
e todo mundo comprou a ideia. O que mais gosto nisso tudo é de trazer
essa sensação de pertencimento e de engajamento do Pré. A gente está
fazendo um trabalho com educação forte, potente. O Pré tem 21 anos.
É muita história. Estamos no Instagram, no Facebook e vamos cada vez
mais longe porque a educação tem que chegar a todos os lugares
possíveis, de todas as formas. E se a rede social é uma ferramenta para
isso, por que não utilizá-la?
Uma oportunidade de aprendizagem
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
JORNALISMO & EDUCAÇÃO
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25
Taynara Cabral
Taynara Cabral
ENTREVISTA COM
Em março de 2020, a publicitária Taynara
Cabral ministrou a "Oficina Mulheres do
ontem, do hoje e do amanhã", em que as
crianças eram estimuladas a conhecer
histórias de mulheres heroínas que as
permitiram existir divididas em super
guerreiras, super escritoras, super corajosas
e as que possuem o poder da música, ao
mesmo tempo que se divertiam e
despertavam a criatividade.
Na Casa Fluminense, como coordenadora de comunicação, Taynara é
responsável pela aula "O papel da comunicação nos movimentos sociais e
projetos de mobilização", no Curso de Políticas Públicas da ONG.
Esses dois exemplos práticos mencionados ilustram o saber de uma publicidade
social, que Taynara coloca em prática em seus projetos voltados para a
representatividade de forma estratégica.
Conforme o artigo "Publicidade Social e sua tipificação: uma metodologia de
transformação social", apresentado pela doutora em Comunicação e Cultura,
Patrícia Gonçalves Saldanha.
“A formação em Publicidade
é essencial para pensar
estrategicamente formas
inovadoras e criativas de
comunicação”
Entrevista publicada em 20/06/2023
Junho/2023
Um caminho estratégico da comunicação
para o Terceiro Setor
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27
"Assim, a Publicidade Social retoma seu sentido etimológico “tornar
algo público” quando convida a sociedade civil para participar
efetivamente de todo ou de parte do processo, desde formulação
estratégica, passando pelas fases de criação e produção das campanhas
publicitárias, até a implementação das ações. Ressaltamos que a
Publicidade Social já acontecia na prática cotidiana das comunidades,
realizada por seus membros, com participação ou não de agentes
externos, mirando sempre no benefício para a própria localidade,
independentemente de validações acadêmicas", defende.
"A formação em Publicidade é essencial para pensar estrategicamente
formas inovadoras e criativas de comunicação", afirma Taynara.
Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e
Propaganda pela Universidade Federal Fluminense (UFF), cursando
Marketing Digital na Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia,
Taynara atualmente é coordenadora de comunicação da Casa
Fluminense. Como artista visual, desenvolve projetos voltados para a
representatividade no campo das artes e do design, buscando
contribuir na projeção de outras possibilidades de existência,
principalmente para corpos negros. Além de seus projetos autorais
como o calendário Insubmissas Trajetórias Negras, Heroínas Negras
para Colorir e o jogo da memória Sankofa, já desenvolveu trabalhos
para Meta, Netflix, Globo, Laboratório Fantasma, Canal Brasil, Telecine
e Avon.
Taynara Cabral reúne talento, habilidades e competências em
comunicação para o Terceiro Setor que você confere a seguir.
Um caminho estratégico da comunicação para o Terceiro Setor
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
Taynara Cabral: A publicidade é uma
ferramenta poderosa para mobilizar
pessoas. Muitas das vezes se tem uma ideia
dela restrita ao mercado, mas ela possui
várias vertentes, como a publicidade social,
que não tem como foco o lucro ou a venda,
mas a defesa de causas importantes para a
sociedade. Aplicada ao Terceiro Setor, ela
tem o poder de trazer mais pessoas para
pautas importantes, como a defesa dos
direitos humanos, a participação social e a
construção de novos imaginários.
Como a formação
acadêmica na área de
Publicidade colabora
para o profissionalismo
da comunicação no
Terceiro Setor?
Gecom:
28
Um caminho estratégico da comunicação para o Terceiro Setor
Taynara Cabral: O formato das plataformas
de comunicação hoje é um dos principais
desafios. Ao mesmo tempo em que as redes
sociais e outras plataformas possibilitaram a
democratização da produção de narrativas e
conteúdos, elas também atendem a interesses
privados. Logo, a difusão das causas nem
sempre é valorizada nesses espaços, além
também do crescimento da circulação de
conteúdos falsos e discursos de ódio.
Taynara Cabral: A Casa Fluminense é uma
organização que trabalha em diversas
frentes, como a mobilização, a informação e
a incidência. Uma das nossas principais
motivações ao comunicar é trazer mais
pessoas para fazer parte da construção
coletiva de ações e políticas públicas para
garantia de direitos, defesa da democracia e
construção de um Rio mais justo, mais
sustentável e menos desigual.
Uma das propostas é construir conteúdos que dialoguem com o
contexto em que eles estão circulando e, também, em formatos
valorizados pelas redes, como fotos e vídeos. Mobilizar pessoas da sua
rede também é importante para que esse conteúdo seja entregue para
mais pessoas.
Quais os desafios para
lecionar Comunicação
nas turmas em que
você ministra o curso e
quais as propostas
sugeridas para resolver
essas questões?
Gecom:
Conte um pouco
sobre seu trabalho
em comunicação na
Casa Fluminense.
Gecom:
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
PUBLICIDADE SOCIAL
A comunicação é ferramenta chave para que as pessoas se vejam nesse
lugar de agente de mudança para construção do futuro que tanto
sonhamos. Cada dado, pesquisa e publicação lançada tem a preocupação
de contribuir com as ações de lideranças sociais em seus territórios.
Na Casa, buscamos sempre construir uma comunicação humanizada, que
faça sentido e dialogue com a realidade das pessoas.
29
Heliane Ferreira
Heliane Ferreira
ENTREVISTA COM
“ O
”
audiovisual e a escrita criativa têm em
comum o propósito de contar histórias e de
se comunicar com o público. Quando usados
de forma inteligente e integrada, eles podem
ampliar o alcance e a profundidade das
mensagens transmitidas, tornando a
comunicação mais envolvente e impactante.
Essa afirmação é da historiadora e professora de Comunicação e Escrita
Criativa, Heliane Ferreira, licenciada em História pela Universidade Estácio
de Sá e pós-graduada em História Antiga e Medieval pelo Núcleo de Estudos
da Antiguidade na Universidade Federal do Rio de Janeiro (NEA-UERJ). Ela
atua na produção de audiovisual, roteiros e escritas criativas e narrativas
para documentário, além de ser consultora e apoiadora de causas e projetos
sociais e professora de História, Filosofia, Sociologia e Escrita Criativa nos
pré-vestibulares Solano Trindade e Projeto Social Mão Amiga em parceria
com o projeto + NÓS. Também ministra aulas de marketing digital no
Instagram sobre posicionamento pessoal e empreendedorismo na transição
de carreira.
Na entrevista a seguir, Heliane conta mais detalhes dos dois processos de
linguagem fundamentais para o sucesso da comunicação.
“O audiovisual e a escrita
criativa têm em comum o
propósito de contar
histórias e de se comunicar
com o público.”
Entrevista publicada em 25/07/2023
Julho/2023
Como o audiovisual e a escrita criativa podem
contribuir para a Comunicação no Terceiro Setor
AUDIOVISUAL
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ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
Ao criar meus próprios projetos de escrita criativa e audiovisuais, desde
vídeos caseiros até animações simples, experimentei a alegria de
entreter, inspirar e conectar com meus alunos e outras pessoas, mesmo
à distância. Essa experiência revelou o poder do audiovisual para
educar, conscientizar e unir comunidades, tornando-o mais do que
apenas entretenimento.
Também documenta suas ações ao longo do tempo, fortalecendo o trabalho
profissional e promovendo a advocacia por mudanças sociais significativas.
Sua capacidade de emocionar, informar e engajar é essencial para
impulsionar o progresso do Terceiro Setor.
Heliane Ferreira: Durante o isolamento
social, explorei diversas mídias para dar
minhas aulas online, como filmes, séries,
documentários e vídeos, descobrindo o
impacto significativo que têm em nossas
vidas. Essa percepção despertou meu
interesse de aprender sobre a arte e a
técnica por trás da produção audiovisual,
como a escrita criativa e como ela é capaz de
capturar a atenção das pessoas e transmitir
mensagens poderosas.
Heliane Ferreira: O audiovisual é uma
ferramenta valiosa no Terceiro Setor,
contribuindo de várias maneiras. Ele sensibiliza
e conscientiza o público sobre questões sociais
importantes, captando recursos por meio de
histórias impactantes. Além disso, o
audiovisual oferece educação e treinamento de
forma envolvente, mobiliza a sociedade para
ações sociais relevantes e aumenta a
visibilidade e transparência das organizações.
De que forma essa
especialização pode
contribuir para
trabalhos profissionais
no Terceiro Setor?
Gecom:
Como surgiu seu
interesse na
especialização em um
curso de audiovisual?
Gecom:
Como o audiovisual e a escrita criativa podem
contribuir para a Comunicação no Terceiro Setor
32
Como narrativa visual, as duas linguagens têm o objetivo comum de
contar histórias. No audiovisual, a narrativa é construída através de
imagens em movimento, cenas, expressões faciais e música, enquanto
na escrita criativa, é realizada através de palavras, descrições e
diálogos; no complemento e aprofundamento, quando combinados,
podem enriquecer a experiência do público. Por exemplo, um vídeo
pode ser acompanhado de legendas ou de um texto explicativo que
fornece detalhes adicionais à história, criando uma conexão mais
profunda e enriquecendo a compreensão do espectador; quanto à
criatividade e originalidade, através do uso inovador de imagens, sons,
palavras e estilos, ambas as formas de expressão buscam se destacar e
capturar a atenção do público de maneira única; na transmissão de
conceitos complexos, em alguns casos, certos conceitos podem ser mais
facilmente compreendidos através da combinação de elementos
audiovisuais e escritos. Diagramas visuais ou animações podem ser
usados para explicar ideias complexas, enquanto a escrita pode
detalhar informações técnicas ou conceituais em maior profundidade;
na interação com o público, como o uso de vídeos interativos ou
histórias em formato de jogo, pode-se envolver os espectadores de
forma ativa, enquanto narrativas escritas podem incentivar a reflexão e
a discussão entre os leitores, além do apelo emocional mais forte com a
combinação de imagens e palavras. O audiovisual pode transmitir
emoções através de música, tom de voz e expressões faciais, enquanto
a escrita criativa pode evocar sentimentos poderosos através da
escolha de palavras e descrições detalhadas.
Heliane Ferreira: O audiovisual e a escrita
criativa são duas formas distintas de
expressão, mas que podem se conectar de
maneira poderosa na comunicação.
Como o audiovisual e
a escrita criativa se
conectam na
comunicação?
Gecom:
Como o audiovisual e a escrita criativa podem
contribuir para a Comunicação no Terceiro Setor
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
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Desenvolvimento das habilidades de comunicação: as aulas de
comunicação ajudam os vestibulandos a aprimorar suas habilidades de
expressão verbal, escrita e interpessoal. Isso é essencial para que eles
possam articular suas ideias de forma clara, coesa e persuasiva nas
redações e provas discursivas dos vestibulares.
Fortalecimento da escrita criativa: a escrita criativa permite que os
estudantes explorem sua imaginação, desenvolvam sua criatividade e
expressem seus pensamentos de forma original e envolvente. Essa
habilidade não apenas beneficia suas redações, mas também pode fazer a
diferença em questões discursivas e na produção de textos acadêmicos
ao longo da vida universitária.
Preparação para a prova de redação: a prova de redação costuma ser uma
etapa decisiva nos vestibulares. Com aulas focadas em escrita, os
vestibulandos têm a oportunidade de praticar diferentes estilos de textos,
aprender técnicas de argumentação e estruturação de parágrafos,
tornando-os mais confiantes e preparados para enfrentar esse desafio.
Expressão da identidade e experiências pessoais: a escrita criativa
permite que os alunos expressem suas experiências, valores e
perspectivas únicas. Isso é valioso, pois possibilita que os vestibulandos
se destaquem entre os candidatos e ofereçam uma visão autêntica de si
mesmos, o que pode fazer diferença em processos seletivos competitivos.
Aprimoramento da leitura e interpretação: a escrita criativa muitas vezes
está conectada à leitura de obras literárias e textos diversos. Isso estimula
o hábito de leitura e aprimora a capacidade de interpretação de textos,
habilidades cruciais para responder com precisão às questões de múltipla
escolha nos vestibulares.
Heliane Ferreira: Como professora
voluntária de comunicação e escrita criativa
em um pré-vestibular comunitário, a
importância dessas aulas para os
vestibulandos é significativa e abrangente.
Destaco os seguintes pontos.
No Pré-Vestibular
Comunitário Solano
Trindade, você é
professora voluntária
de Comunicação e
Escrita Criativa. Conte
um pouco sobre a
importância dessa aula
para os vestibulandos.
Gecom:
Como o audiovisual e a escrita criativa podem
contribuir para a Comunicação no Terceiro Setor
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
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Redução do estresse e aumento da confiança: aulas de comunicação e
escrita criativa podem ajudar os vestibulandos a lidar com o estresse pré-
vestibular, proporcionando um espaço de expressão e desenvolvimento
pessoal. O aumento da confiança na escrita e na comunicação pode
refletir positivamente em todas as etapas do processo seletivo.
As aulas de comunicação e escrita criativa têm um papel fundamental na
preparação dos vestibulandos, fortalecendo suas habilidades de
comunicação, escrita e interpretação, além de promover o
desenvolvimento pessoal e a confiança necessárias para enfrentar os
desafios dos vestibulares com mais segurança e sucesso.
Como o audiovisual e a escrita criativa podem
contribuir para a Comunicação no Terceiro Setor
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL
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ENTREVISTA COM
Lívia Cristina
Lívia Cristina
De acordo com dados da pesquisa “A importância
do Terceiro Setor para o PIB no Brasil e em suas
regiões”, publicada em março deste ano, o Terceiro
Setor contribui 4,27% para o PIB brasileiro. A
geração de emprego total no Brasil é cerca de
5,88%, conforme a pesquisa. Segundo a Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os postos
de trabalhos formais e informais remunerados
gerados pelo Terceiro Setor são de 7,4% no Rio de
Janeiro, o que demonstra sua importância para a
economia brasileira. Essa contribuição só é possível
com a qualificação de profissionais dentro do setor,
sendo crucial uma aprendizagem constante, que
ultrapasse a formação acadêmica.
Lívia Cristina Nunes Teixeira, 27 anos, é formada em Comunicação Social
com habilitação em Relações Públicas, pela Faculdades Integradas Hélio
Alonso (FACHA), possui especialização em Comunicação em Crises
Organizacionais pela Universidade Anhembi Morumbi e atualmente cursa
Gestão de Projetos (MBA USP/ESALQ).
Lívia Cristina está como Analista de Relacionamento Institucional no
Instituto Dara há mais de cinco anos e compartilha, na entrevista abaixo,
suas experiências e dicas valiosas no Terceiro Setor.
“Sempre falo que o relações
públicas abre muitas portas
e no Terceiro Setor
precisamos dessas portas de
conhecimento.”
Entrevista publicada em 15/08/2023
Agosto/2023
Relações Públicas e a qualificação profissional
no Terceiro Setor
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
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RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
37
RELAÇÕES PÚBLICAS
Ter esse conhecimento de relações públicas dentro do Terceiro Setor foi
um diferencial, porque através dos conhecimentos que adquiri durante o
curso eu pude desempenhar habilidades de comunicação estratégica,
gestão de relacionamentos, que a gente utiliza muito com doadores, gestão
de crise, não que necessariamente nesta organização em que estou tenha
uma gestão de crise, mas diariamente a gente tem sempre que pensar em
mitigar danos, o que pode gerar crise, comunicação interna, onde temos
sempre que comunicar com equipes, fazer uma comunicação clara,
entender com quem você está falando, principalmente a ética e a
responsabilidade social, que deve permear todo seu processo quando se
está exercendo qualquer função dentro do Terceiro Setor, porque você vai
ser cobrado por isso. A transparência e a comunicação eficaz vão ser
cobradas rotineiramente. Também tem a gestão de projetos, que é onde eu
atuo com mais empenho, assim como na área de relacionamento
institucional, algo que o mercado pede bastante, principalmente às
empresas privadas com ESG, além do planejamento de eventos.
Corriqueiramente temos alguns eventos que fazemos e pedimos doações.
A minha formação em Relações Públicas passa por todas essas áreas e me
deu a capacidade de entender as necessidades e expectativas de diferentes
partes interessadas, doadores, colaboradores, voluntários, trabalhadores,
que são o nosso principal olhar, o que me permitiu estabelecer relações
mais eficazes e claras.
Entender qual a linguagem para cada uma dessas pessoas foi algo bem
importante. Além disso, consegui criar campanhas de conscientização,
engajamento com público interno e externo. Basicamente, é um pouquinho
disso, porque a gente lida a todo momento com desafios e esses desafios
pedem um olhar estratégico atrelado à ética que se torna crucial para um
ambiente de transparência, de confiança, fundamentais para o nosso dia a
dia dentro do Terceiro Setor.
Lívia Cristina: A minha formação em
Relações Públicas desempenhou um papel
fundamental para estar no Terceiro Setor.
Sempre falo que o relações públicas abre
muitas portas e no Terceiro Setor
precisamos dessas portas de conhecimento.
Eu brinco dizendo que o setor é como um
polvo. Cheio de tentáculos onde a gente tem
vários tipos de atuação.
Como a formação em
Relações Públicas
contribuiu para sua
profissionalização no
Terceiro Setor?
Gecom:
Relações Públicas e a qualificação profissional
no Terceiro Setor
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
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RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
38
RELAÇÕES PÚBLICAS
Trabalho na gestão de projetos escrevendo e elaborando, entre outras
atividades que realizo. Identificamos os parceiros estratégicos,
conversamos, fazemos reuniões, apresentamos o Instituto Dara, buscamos
negociações e engajamento. Em todo o processo a gente tem que estar
envolvido para trazer a sustentabilidade da organização. Muitas
organizações hoje têm essa questão de entender a captação, tanto a
pessoa física como a pessoa jurídica. Então, a negociação e o engajamento
são muito importantes, porque tem que estabelecer esses contatos. Além
disso, a gente tem o Desenvolvimento de Relacionamentos, pois
constantemente estamos desenvolvendo relacionamentos com pessoas
que vão prestar serviços com a gente, como os advogados que vão fazer
nossos contratos, balanço que vai ter da organização. Falamos com
empresas, com unidades encaminhadoras, com o serviço social. Então,
temos que estabelecer relacionamento a todo momento com qualquer
pessoa dentro e fora da organização. Isso é primordial e que faço no meu
dia a dia.
Lívia Cristina: Minha área de Relacionamento
Institucional no Instituto Dara é centrada em
cultivar e fortalecer parcerias e relacionamentos
com outras organizações que o instituto entenda
estarem alinhadas com a política de missão, visão
e valores. A gente diz muito que estabelece
conexões que vão para além de só questões
comerciais, nos preocupamos com todas as
pessoas que estão envolvidas em nosso
processo, de conversas em nosso dia a dia.
Lívia Cristina: Observo por dois vieses. Tem os
profissionais que estão saindo do meio
acadêmico muito crus para a demanda do
Terceiro Setor. Hoje, no Terceiro Setor, você
não exerce somente uma função, mas várias
funções. Você absorve alguns conhecimentos
que são de áreas não necessariamente de
comunicação, mas tem que ter o domínio,
porque são poucos profissionais. Dentro do
Terceiro Setor, geralmente são equipes muito
enxutas, então os profissionais têm que saber
um pouco de tudo.
Atualmente você
desempenha a função de
relacionamento
institucional no Instituto
Dara. Conte um pouco
sobre esse trabalho.
Gecom:
OensinodaComunicaçãono
meioacadêmicovemevoluindo,
buscandoacompanharas
novastendênciasdo
consumidoreosavançosda
mídiasdigitais.Comovocêtem
observadoessesresultadosna
entradadenovosprofissionais
deComunicaçãonomercado,
emespecialnoTerceiroSetor?
Gecom:
Relações Públicas e a qualificação profissional
no Terceiro Setor
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
RELAÇÕES PÚBLICAS
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RELAÇÕES PÚBLICAS
Eu observo isso com os estagiários que a gente tem na instituição. Alguns
estagiários estão próximos de se formar, mas ainda estão muito crus,
indecisos de como é que atua no Terceiro Setor por ser tão dinâmico e
pedir muito. Por outro lado, existem muitos profissionais que estão para se
formar, com muita bagagem de aprendizagem. Conhecem muito sobre
mídias digitais, redes sociais, contribuem com apresentações dinâmicas
com um olhar jovial, pois é isso que o Terceiro Setor precisa, dessa
renovação constante. Eles conseguem enfatizar informações, comunicações
multicanais, capacidade de transformar mensagens que precisam ser
comunicadas para os colaboradores de um forma e depois para um doador
de outra forma parecida, mas com uma outra linguagem nos meios de
comunicação. Eles conseguem se adaptar e entender essa mudança de
linguagem, de conteúdos. Eu sempre falo, “dentro do Terceiro Setor, você
tem que gostar, você tem que amar”, porque desempenhamos muitas
funções com pouco recurso. Essa é a realidade de hoje em dia.
Acho muito positivo esses profissionais com essa adaptação no mercado de
trabalho, com essa visão do ensino de Comunicação. Estar nesse processo
mercadológico é muito importante para o Terceiro Setor. Fora que não
podemos esquecer da questão da humanização. São pessoas que gostam
do Terceiro Setor e têm esse olhar mais humanizado. Uma comunicação
com ética, clareza e sempre com respeito aos beneficiários. Eles adquirem
durante o processo um olhar de comunicação estratégica. Isso, às vezes, é
bem difícil de entender. Não são todos os profissionais que têm essa
expertise, ela se adquire com o tempo. O Terceiro Setor exige muito do
profissional, mas também é uma “mãe”. Ele ensina todos os dias, constroi
esse profissional, esse indivíduo que está se consolidando.
Lívia Cristina: Para os recém-formados,
pode-se fazer uma pesquisa, conhecer como
é o Terceiro Setor, as dificuldades que a
gente tem diariamente, pode ser
fundamental para compreender a
profundidade da natureza que são os
desafios, os sabores, os dissabores e as
oportunidades que o Terceiro Setor tem para
oferecer a esses profissionais.
O que você sugere aos
profissionais de
Comunicação e aos recém-
formados que tenham
interesse em trabalhar no
Terceiro Setor?
Gecom:
Relações Públicas e a qualificação profissional
no Terceiro Setor
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40
RELAÇÕES PÚBLICAS
Antes de eu entrar na faculdade, já era voluntária. Acho que voluntariar e
estagiar são maneiras eficazes de adquirir experiência e entender como é o
dia-a-dia, as relevâncias, as estratégias, um olhar mais crítico. Você está
indo para se doar, mas é um funcionário. É preciso entender até onde vai o
meu conhecimento, até onde o Terceiro Setor pode contribuir comigo, até
onde estou mudando e impactando a vida de pessoas que estão em
vulnerabilidade social, econômica e psicológica. Tem que entender todo
esse processo.
O Terceiro Setor desenvolve e precisa de pessoas com uma comunicação
mais abrangente, com uma variedade de atividades, um profissional com
habilidades diversas. Os profissionais que eu vejo recém-formados dizem
“ah, eu gosto do Terceiro Setor”, mas não entendem que precisam ter um
olhar multissetorial. Não adianta falar só sobre saúde, mas também sobre
educação, moradia, renda, cidadania, tem que entender o mecanismo que
há por trás do Terceiro Setor, pois requer muito preparo, humanização do
processo. Além de tudo isso, tem que demonstrar paixão, porque a gente
lida com pessoas, animais, causas ambientais. Tem que ser apaixonado,
porque vai ter dias em que você vai estar sobrecarregado, dias em que vai
querer largar tudo, como em qualquer emprego, mas acaba lembrando
para quem trabalha, para quem está direcionando todos os seus esforços.
Isso muda o seu olhar, sua perspectiva e sua pretensão, seu plano de vida,
porque você está fazendo parte de uma engrenagem maior, que é a
mudança de vidas, mudança de pessoas, mudança de animais, mudança de
cuidados.
É sempre bom criar uma rede de contatos, aprender sobre
sustentabilidade financeira, que é um diferencial. Isso é um combo de uma
dica para um bom profissional que está entrando agora no Terceiro Setor.
E vá com toda a paixão do mundo, porque é isso que o Terceiro Setor
precisa. Pessoas engajadas, pessoas apaixonadas conseguem mudar o
mundo. Sempre busque o que você ama. Vá com “paixão nos olhos”, como
eu tenho há mais de cinco anos dentro do Terceiro Setor.
Relações Públicas e a qualificação profissional
no Terceiro Setor
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41
ENTREVISTA COM
Karina Silva
Karina Silva
Criatividade, dinamismo, capacidade de escutar o
outro e se colocar como um "megafone" para
outras vozes podem ser considerados os pilares de
um profissional de design que pretende trabalhar
no Terceiro Setor.
Karina Silva é designer e CEO na Agência Hey Karina Silva com formação em
Design Gráfico e Web Design pela Zion Escola de Entretenimento, em Duque
de Caxias (RJ), Empreendedorismo pela Unicesumar e High Ticket pela
Wonder Maison.
Ela nos conta como essas características podem ser úteis no dia a dia de um
designer trabalhando a comunicação no Terceiro Setor.
“Por falta de visibilidade e
conhecimento, não sabemos
que precisamos ouvir
algumas vozes e, como
designer, essa foi a minha
função, ser um megafone
para algumas vozes.”
Entrevista publicada em 19/09/2023
Setembro/2023
Design: desafios e sua importância
para o Terceiro Setor
DESIGN
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DESIGN
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DESIGN
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DESIGN
Karina Silva: A principal função do design é
solucionar um problema. Logo, a formação entra
para impulsionar e alavancar estratégias nas
atuações do Terceiro Setor. Podemos dividir o
design em algumas formas: o design gráfico, o web
design (mais voltado para sites) e o design thinking.
No contexto do Terceiro Setor conseguimos
encaixar de forma mais implacável o design
thinking. Os design thinkers produzem soluções
que geram novos significados e estimulam os
aspectos humanos, contribuem para que equipes
possam compreender e identificar as
problemáticas vivenciadas dentro da organização.
Como a formação
acadêmica na área de
design colabora para
o profissionalismo da
comunicação no
Terceiro Setor?
Gecom:
43
DESIGN
DESIGN
DESIGN
DESIGN
Acredito que o mais marcante foi um projeto contra tráfico humano e
cuidado com mulheres. Por falta de visibilidade e conhecimento, não
sabemos que precisamos ouvir algumas vozes e, como designer, essa foi a
minha função, ser um megafone para algumas vozes.
O maior desafio que enfrentei foi ter a segurança de tomar as rédeas de
um projeto, ter confiança. Apesar de saber exatamente o que deveria ser
feito, justamente por não ter tido a prática de forma mais ativa, tive medo
e, por isso, algumas grandes oportunidades foram perdidas.
Instituições, invistam na prática para seus alunos. Não ensinem apenas a
teoria, ensinem como sobreviver no mercado.
Futuros designers, olhem o mundo. Desbravem. Não tenham medo.
Criatividade não é um dom. O fato de você resolver problemas mostra que
você é criativo, ainda mais com pouco recurso. O Terceiro Setor precisa de
você. Ele conta com você. Te convido a ser um megafone para que vozes
abandonadas comecem a ser ouvidas.
Karina Silva: Por ser designer no Terceiro Setor,
tive a oportunidade de poder ficar dois anos
fazendo trabalhos voluntários de forma mais
ativa. Viajei pelos estados do Brasil conhecendo
histórias, utilizando a criatividade para
solucionar problemas, criando comunicação
visual e estruturas para ONGs e igrejas.
Karina Silva: Coloquem seus alunos em
prática. O que aprendi, a bagagem que
acumulei em dois meses de trabalho
voluntário foi muito maior do que nos anos de
graduação, apenas pelo fato de ter que
realmente fazer acontecer.
Conte sua experiência
como designer no
Terceiro Setor.
Gecom:
Em sua opinião, quais os
desafios e sugestões para as
instituições de ensino na
formação de novos
designers, principalmente
para aqueles que desejam
trabalhar no Terceiro Setor?
Gecom:
Design: desafios e sua importância
para o Terceiro Setor
DESIGN
DESIGN
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DESIGN
DESIGN
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DESIGN
DESIGN
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DESIGN
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DESIGN
44
Victor Meirelles
Victor Meirelles
“ E
”
m favor de que estudo? Em favor de quem?
Contra que estudo? Contra quem estudo?", as
indagações de Paulo Freire, patrono da Educação
no Brasil, descrita em seu livro "Pedagogia da
autonomia: saberes necessários à prática
educativa", nos fazem refletir sobre a
impossibilidade de estudar por estudar. Somos
sujeitos de nossa história, capazes de intervir na
realidade e gerar saberes.
lizadores, produtores e pesquisador da biografia "Chica Xavier, a Mãe do
Brasil", organizou os livros "Olhar Poético - Bicentenário de In
dependências" e "O Poder das Palavras - Independências Poéticas" a partir
de oficinas de escritas criativas com cegos, população de rua, mulheres,
idosos e jovens e adultos negros.
Fundou o Negócio de Impacto Social Arte Faz Parte Arte Educação e o Centro
Cultural Chica Xavier, com José Valdenir. Também teve passagens pela TV e
cinema e é coprotagonista do filme “Quando lembro de Chico”, disponível na
plataforma Amazon Prime. No mês da educação, nosso entrevistado, com
experiência na arte de educar e comunicar, seja aprendendo ou ensinando,
nos prestigia com seus conhecimentos para trabalharmos com uma
comunicação mais humanizadora, afinal todos nós somos protagonistas de
nossa própria história.
“Quando colocamos à mesa
um assunto de um paladar
tão forte, pesado e um
tanto difícil de engolir e
que pode causar sérias
congestões ao longo de
uma vida, precisamos de
um tempero e de uma mão
de arte e uma mistura de
educação afetiva.”
Outubro/2023
Entrevista publicada em 17/10/2023
Comunicação, educação e arte como
ferramentas de boas mudanças
COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE
COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE
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COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE
COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE
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COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE
Ferreira Goulart, Ana Rosa, Renato Prieto, Nicete Bruno, Dhu Moraes, Dha
Gama, Robertinho Silva, Wanderson Lemos, Fábio Deluca entre tantos em 10
anos de programa. Foi nessas ondas de rádio que fiz e faço várias parcerias
que colaboraram e colaboram com os nossos projetos.
Victor Meirelles: Apesar de nunca ter imaginado
que seria radialista, para mim foi um ótimo desafio
articulado pelo João Pedro (apresentador do
programa, na época). Estar neste veículo de
comunicação, para mim, foi mergulhar em um mar
de trocas constantes. A cada braçada e tomada de
fôlego entre as entrevistas era uma onda de
conhecimento e uma rede gigante que ia se
construindo e promovendo um arrastão de
conexões, que formavam e ainda formam
correntezas de oportunidade. E neste navegar, tive
o prazer de me banhar de vários profissionais da
comunicação, arte, educação, saúde, um
verdadeiro desaguar de todas as regiões.
Em 2008, você criou o
Arte Faz Parte Arte
Educação e Negócios de
Impacto Social e, no ano
seguinte, já era
apresentador do
Programa Rio Cultural, na
Rádio Rio de Janeiro.
Como essa experiência
na rádio contribuiu para
o seu empreendimento
social e outros projetos?
Gecom:
Comunicação, educação e arte como ferramentas de boas mudanças
Victor Meirelles: Quando colocamos à mesa
um assunto de um paladar tão forte, pesado e
um tanto difícil de engolir e que pode causar
sérias congestões ao longo de uma vida,
precisamos de um tempero e de uma mão de
arte e uma mistura de educação afetiva, para
tornar uma refeição mais leve e de sabor mais
palatável.
Uma de suas principais
ações é o combate ao
bullying nas escolas e, para
isso, você une arte, educação
e comunicação. Como essas
linguagens se conectam
neste seu propósito?
Gecom:
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COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE
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Então, o teatro, a literatura, a música e a poesia podem ser ótimos aliados
para, de forma lúdica, nos conectarmos aos alunos e discutirmos sobre
situações e assuntos que os atravessam pela trajetória educacional e que os
levam ao sofrimento. E em meio a risos e diversão falamos sobre a
importância do cuidado que devemos ter uns com os outros. Assim, por
meio de uma comunicação não violenta, da educação antirracista e da
beleza, potência e poesia, da arte em todas suas formas do fazer, em um
trabalho vivo, em ato e arte nas salas de aula, são possíveis e eficazes as
linguagens no processo de cuidado e na promoção da conscientização,
prevenção e combate ao bullying e à violência nas comunidades escolares.
Comunicação, educação e arte como ferramentas de boas mudanças
Victor Meirelles: Acredito sempre em todas as
formas de troca, capacitação, qualificação,
aprendizagem. Conhecer e estar disponível a
se relacionar com novas formas de fazer e sim,
podemos nos divertir falando de algo sério,
podemos tratar de assuntos chatos dando
boas risadas. E se lançar como uma flecha e
entender que sua trajetória pode atravessar o
tempo e percorrer outras existências e
possibilidades de promover boas mudanças.
O que você recomenda aos
profissionais de
comunicação que
trabalham ou queiram
trabalhar em ONGs com
arte e educação, para
divulgar suas causas e
fortalecer a instituição?
Gecom:
48
Adilson Cabral
Adilson Cabral
universidade pode oferecer uma excelente
oportunidade para a criação de projetos,
tornando-os produtos concretos fora do
ambiente acadêmico.
A
Em Niterói temos uma experiência com a BemTV Produções Artísticas, ONG
que forma jovens comunicadores na região, criada pelo professor do Curso
de Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense (UFF) e do
Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC-UFF) Adilson
Cabral.
Autor de livros e artigos em Políticas de Comunicação com ênfase em
Comunicação Comunitária, atuando principalmente nos temas políticas de
comunicação, democratização da comunicação, apropriação social das TICs,
comunicação comunitária e digitalização das comunicações, Adilson Cabral é
doutor e mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São
Paulo (UMESP) com pós-doutorado na Universidade Carlos III de Madrid
(UC3M).
Confira, a seguir, como isso é possível.
“Participe do que estiver ao
alcance sempre, se inspire
pelo que te motivar e
procure viabilizar formas
de fazer acontecer o que
você acredita.”
Novembro/2023
Entrevista publicada em 21/11/2023
A importância de um projeto de
comunicação na formação acadêmica
COMUNICAÇÃO SOCIAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL
Adilson Cabral: Compreender melhores
capacidades de atuação, em articulação com
setores organizados da sociedade
potencialmente mobilizadoras de expressões
cidadãs. Importante compreender o papel da
comunicação em sua expressão articuladora de
culturas e mobilizadora por políticas.
Adilson Cabral: Eu sou professor no curso de
Comunicação Social que conta atualmente com
uma única habilitação, que é a de Publicidade e
Propaganda, curso no qual me formei também
(isso no século passado). Pela proximidade com
colegas e conteúdos relacionados ao Jornalismo,
mas também pela minha atuação no campo da
Comunicação, compreendo que as dificuldades de
se lecionar Jornalismo hoje estão relacionadas à
credibilidade pela qual passam tanto o
profissional quanto sua atividade, diante tanto do
processo crônico de desinformação pelo qual
passa a sociedade atualmente, como da própria
incapacidade da indústria midiática em passar
credibilidade em seus produtos jornalísticos.
Adilson Cabral: A BemTV não foi criada como
projeto de TCC, mas de extensão, a partir de
nossa mobilização como estudantes de
comunicação vindos de uma experiência de
movimento estudantil e de contato com uma
experiência de oficina popular de comunicação
do Encontro Nacional de Estudantes, em São Luís
do Maranhão. As recomendações estão aí:
participe do que estiver ao alcance sempre, se
inspire pelo que te motivar e procure viabilizar
formas de fazer acontecer o que você acredita.
Qual a importância de
estudar temas como
política, cultura e
comunicação para as
mídias comunitárias e
independentes?
Gecom:
Quais são os desafios
acadêmicos para
lecionar Jornalismo e
quais as propostas
sugeridas para resolver
essas questões?
Gecom:
Você é o criador da BemTV
Produções Artísticas, que teve
origem na faculdade e que
hoje é uma ONG que forma
comunicadores em Niterói. O
que você recomenda aos
estudantes de Jornalismo
quando fizerem um trabalho
de conclusão de curso e
desejarem torná-lo um
projeto profissional?
Gecom:
A importância de um projeto de comunicação
na formação acadêmica
COMUNICAÇÃO SOCIAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL
COMUNICAÇÃO SOCIAL
51
Diego Sanches
Diego Sanches
ornalismo não é simplesmente uma técnica.
Tampouco é mera emissão de opiniões. Trata-se de
uma ciência, cujo ensino universitário proporciona
a formação de profissionais críticos, conscientes do
seu papel social, comprometidos com a ética e com
o entendimento acerca do poder da informação.
“J
”
A avaliação acima é dos participantes da live “PEC do Diploma: uma necessidade
para garantir a excelência na informação”, realizada pelo Sindicato dos Jornalistas
Profissionais do Estado da Paraíba (Sindjob-PB) e a Federação Nacional dos
Jornalistas (Fenaj).
Em 2009 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela não obrigatoriedade do
diploma de nível superior específico em Jornalismo para o exercício da profissão no
Brasil. No entanto, empresas de comunicação, estatais, setores privados e o
Terceiro Setor (mesmo que de forma tímida) ainda preferem contratar
profissionais formados na área.
Diego Sanches é formado em Jornalismo pela Unigranrio, possui MBA em
Marketing de Redes Sociais e atualmente é supervisor de Comunicação na Agência
do Bem, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP).
Durante a formação, teve a oportunidade de trabalhar como freelancer na página
de conteúdo geek Somos Mesclados, atuando como redator e repórter em eventos
do universo do segmento. Iniciou a carreira profissional como produtor de TV na
Rede Globo e na RIT TV, onde aprendeu a lidar com os desafios da produção
audiovisual e aprimorou habilidades de coordenação de equipe.
Atuou como produtor de podcast e social media na Lions Seminovos e,
posteriormente, como social media na Xtreme Agência. Hoje na Agência do Bem,
colabora com estratégias para promover causas sociais e gerar impacto positivo
por meio da comunicação.
“Costumo dizer que a
função do jornalista é
mudar vidas e o jornalismo
no Terceiro Setor é a
personificação dessa
mudança.”
Dezembro/2023
Entrevista publicada em 19/12/2023
Jornalismo no Terceiro Setor:
Uma experiência de sucesso
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
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JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
JORNALISMO
53
Diego Sanches: Desde pequeno eu sempre fui
obcecado em ler e falar, tanto que uma das melhores
memórias da minha infância era eu sendo narrador em
peças no colégio. A paixão pelo Jornalismo começou
quando meu pai começou a trazer para mim os jornais,
mostrando-me outro lado da comunicação que eu não
conhecia. No Ensino Fundamental, dois professores me
motivaram muito a seguir a área da Comunicação. Foi
nesse momento que me apaixonei pelo Jornalismo.
O que o motivou a
se formar em
Jornalismo?
Gecom:
Diego Sanches: A comunicação é uma ferramenta
essencial para o trabalho no Terceiro Setor e a
formação em Jornalismo proporciona uma visão mais
ampliada. Costumo dizer que a função do jornalista é
mudar vidas e o jornalismo no Terceiro Setor é a
personificação dessa mudança.
Em sua opinião, como a
formação acadêmica na
área de Jornalismo
pode colaborar para
uma comunicação mais
profissional no
Terceiro Setor?
Gecom:
Diego Sanches: Infelizmente, hoje em dia não há
mais faculdades presenciais de jornalismo em Duque
de Caxias. A última era a Unigranrio, onde me formei,
porém a portaria de comunicação foi encerrada.
Nascido e sendo morador da Baixada Fluminense,
sinto uma tristeza imensa em ver que não há mais
cursos de Jornalismo em Caxias.
Enquanto morador de
Duque de Caxias, qual a
sua análise em relação
à oferta e procura de
cursos de graduação
em Jornalismo na
Baixada Fluminense?
Gecom:
Diego Sanches: Minha relação com projetos sociais
vem desde 2015, quando entrei em um grupo
chamado Mídia Força Jovem Universal (Mídia FJU).
Neste grupo criei e produzi conteúdos para atender
jovens e adultos que lidavam com problemas de
depressão, ansiedade e pensamentos lesivos. Até
hoje faço parte desse projeto e me orgulho muito de
ser um dos mais antigos.
Na Agência do Bem tenho a oportunidade e o privilégio de trabalhar com a educação
musical para crianças e jovens de comunidades carentes do Rio de Janeiro através das
Escolas de Música e Cidadania. Também trabalho na Rede do Bem, projeto que auxilia
outros projetos sociais. Sinto muito orgulho, pois desde o início da minha caminhada
para ser um jornalista meu objetivo era mudar vidas através do meu trabalho. Hoje
posso dizer que meu objetivo está se concretizando cada dia mais.
Conte um pouco sobre
seu trabalho na área de
comunicação na
Agência do Bem.
Gecom:
Jornalismo no Terceiro Setor:
Uma experiência de sucesso
JORNALISMO
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54
GECOM
Vivências em Comunicação para o
Terceiro Setor é uma publicação
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GRUPO DE COMUNICAÇÃO PARA O
TERCEIRO SETOR (GECOM)
CNPJ: 29.898.554/0001-30
www.gecomterceirosetor.blogspot.com
EDITOR E JORNALISTA
Charles Monteiro
MTb: 34474/RJ
gecomterceirosetor@gmail.com
JORNALISTA E REVISOR
Flávio Amaral
MTb: 35308/RJ
flavio.cpamaral@gmail.com
FOTÓGRAFA
Anne Caroline
annecom2n@gmail.com
COORDENADORA DE EDUCAÇÃO
Natasha Soares
sfr.natasha@gmail.com
PROJETO GRÁFICO
DESIGNER
Daiana dos Santos
ideia.contatorj@gmail.com
Vivências em Comunicação para o Terceiro Setor3.pdf

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Vivências em Comunicação para o Terceiro Setor3.pdf

  • 1. P A R A O T E R C E I R O S E T O R P A R A O T E R C E I R O S E T O R P A R A O T E R C E I R O S E T O R 2 0 2 4 VIVÊNCIAS EM COMUNICAÇÃO III VIVÊNCIAS EM COMUNICAÇÃO III
  • 2. Índice G E C O M Entrevista com Maria Helena Entrevista com Taynara Cabral Entrevista com Tays Paulino Entrevista com Karen Melo Entrevista com Heliane Ferreira Entrevista com Thiago Kuerques Entrevista com Lívia Cristina Entrevista com Karina Silva Entrevista com Victor Meirelles Entrevista com Adilson Cabral Entrevista com Diego Sanches Página 5 Página 26 Página 20 Página 11 Página 30 Página 16 Página 36 Página 42 Página 45 Página 49 Página 52
  • 3. ECOA terceira edição do Vivências em Comunicação para o Terceiro Setor traz histórias inspiradoras de profissionais, pesquisadores e estudantes de jornalismo, relações públicas, publicidade, audiovisual, design gráfico, mídia social e escrita criativa atuantes em iniciativas sociais. As entrevistas foram realizadas em 2023 e publicadas mensalmente em nosso blog. São experiências imperdíveis, dicas práticas e exemplos de sucesso da Comunicação no Terceiro Setor. Uma oportunidade de aprender, se inspirar e ampliar conhecimentos. Agradecimentos à fotógrafa Anne Caroline, ao jornalista e revisor Flávio Amaral, à designer Daiana Santos e à coordenadora de Educação Natasha Soares. O profissionalismo de cada um e o trabalho em equipe faz a gente ir cada vez mais longe. Compartilhe experiências e amplie conhecimentos! Compartilhe experiências e amplie conhecimentos!
  • 4. Sobre o Gecom É uma iniciativa de comunicação independente com o objetivo de incentivar, divulgar e valorizar os estudos, pesquisas e trabalhos de estudantes, pesquisadores e profissionais de Comunicação para o Terceiro Setor. O Gecom oferece serviços de assessoria e consultoria na área de Comunicação para o Terceiro Setor e mídias independentes, além de conteúdos informativos e de qualidade para capacitar e incentivar a melhoria dos trabalhos nessa esfera de atuação. Para saber mais, curta as nossas redes sociais e cadastre-se para receber o nosso blog post mensalmente. Blog: www.gecomterceirosetor.blogspot.com Instagram: @gecomterceirosetor Facebook: https://www.facebook.com/gecomterceirosetor/
  • 5. Maria Helena Maria Helena Maria Helena Maria Helena Maria Helena Maria Helena
  • 6. “A profissionalização no Terceiro Setor passa pela profissionalização da Comunicação” Instituições do Terceiro Setor precisam atentar para a construção e manutenção de sua imagem, reputação e relacionamentos diante de um cenário atualmente bastante complexo com a proliferação de fake news, impulsionada pelas mídias sociais. O ensino de técnicas de Relações Públicas contribui para que estudantes de Comunicação possam atuar de forma profissional e competente no Terceiro Setor. O Gecom convidou a doutora em Comunicação, Maria Helena Carmo, que também é mestra em Comunicação e Cultura e graduada em Relações Públicas e Letras, para explicar a importância de uma formação acadêmica em Comunicação, que possa contribuir para a profissionalização da área no Terceiro Setor. Atualmente Maria Helena é professora de Gestão Empresarial e Políticas de Comunicação, Comunicação Interna, Relacionamento com Cliente, TCC 1 e TCC 2 nas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) e professora de Planejamento de Eventos e Cerimonial, Produção de Eventos e Assessoria de Comunicação na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Maria Helena também é coautora do livro "Megaeventos, Comunicação e Cidade", ao lado de Ricardo Freitas e Flávio Lins. Entrevista publicada em 17/01/2023 Entrevista publicada em 17/01/2023 Janeiro/2023 A importância da formação acadêmica para o profissionalismo da Comunicação no Terceiro Setor. RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS 6
  • 7. Você tem funcionários, potenciais funcionários, ex-funcionários e clientes falando sobre a organização, recomendando a organização, criticando a organização, pressionando a organização. E o que dizer então da opinião pública…? Você tem marcas hoje sendo questionadas: "por que elas fazem publicidade em um veículo de comunicação que faz campanha aberta contra atos antidemocráticos?". E questionam a marca: "Você jura que vai continuar patrocinando, anunciando nesse canal de TV?". Então, as marcas, as pessoas públicas, as celebridades, as formadoras de opinião estão muito expostas. Relações Públicas está neste lugar de pensar no relacionamento das empresas, das marcas, de pessoas públicas, perante os seus públicos de interesse e de que forma cuidar da imagem, a reputação dos clientes, agências de relações públicas, profissionais de relações públicas, como ajudar a gerenciar essas imagens e essas reputações. Ter uma faculdade de Relações Públicas é ter um profissional mais antenado com a comunicação, que é cada vez mais desafiadora, cada vez mais pressiona marcas, empresas por posicionamentos. Então, Relações Públicas fazer parte do currículo de graduação é a possibilidade de pensar a Comunicação da forma mais ampla possível, o que alguns autores chamam de uma comunicação mais integrada mesmo. Um olhar que não é só de mercado, marketing, vendas, mas um olhar institucional, também, sem jamais esquecer o público interno. Pensar a Comunicação mais alinhada com os tempos desafiadores que a gente vive, aglutinando os interesses e as necessidades de marketing, jornalismo ou publicidade, sempre com foco no relacionamento. Relações Públicas é, na sua essência, gestão de relacionamentos. Maria Helena: A gente está vivendo há umas duas décadas a era do relacionamento, muito por conta do crescimento das redes sociais e do quanto elas acabam sendo um desafio para as organizações. Antes das redes sociais você tinha organizações pautando o que os clientes, os funcionários, a opinião pública iriam saber sobre elas, sobre as marcas. Com as redes sociais você tem o inverso disso. A importância da formação acadêmica para o profissionalismo da Comunicação no Terceiro Setor. RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS Gecom: Por que é importante ensinar Relações Públicas nas faculdades? 7
  • 8. Sempre se pensou muito a Comunicação sendo mais profissionalizada nas empresas privadas, em seguida uma profissionalização das empresas públicas e o Terceiro Setor (porque é mais "jovem" que o primeiro e o segundo setores) vem se profissionalizando nos últimos 15 ou 20 anos e os desafios são imensos. Essa profissionalização depende de um cenário não só internacional, mas também nacional. A gente teve um crescimento, uma profissionalização do Terceiro Setor. Se a gente colocar um marco de instituições voltadas para o meio ambiente, talvez o ano de 1992, com a Rio 92, tenha sido um marco para a profissionalização do Terceiro Setor, não só no Brasil, mas também em termos mundiais. A gente teve também uma certa pressão pela profissionalização no Terceiro Setor, fortemente na década de 90, por causa da explosão do número de pessoas com Aids. Então, eu lembro que tivemos um grande número de instituições voltadas para a prevenção do HIV e apoio a esses pacientes. Na virada do século XXI, você tem uma questão muito ligada à saúde, principalmente à saúde infantil. Instituições do Terceiro Setor fortemente envolvidas na prevenção de saúde, de apoio às crianças que estejam em tratamento cardíaco ou com câncer, instituições voltadas à educação, muitas no esporte… nos últimos anos, não só no Brasil, mas pelo mundo inteiro, teve um determinado momento de enfraquecimento de algumas pautas no Terceiro Setor, por causa de questões mais econômicas e políticas internacionais. O Terceiro Setor exige muito uma parceria com a iniciativa privada, poder público e doadores pessoa física. A questão de financiamento no Terceiro Setor via parceria com instituições públicas, privadas e doadores pessoa física é absolutamente fundamental. Você tem que saber fazer um projeto, captar recursos, fazer relacionamento, fazer prestação de contas... então, em algumas áreas do Terceiro Setor houve um enfraquecimento, seja no esvaziamento de políticas públicas (e aí estou falando no cenário nacional mesmo), seja pela exigência de profissionalização do Terceiro Setor, que também foi impulsionada por uma necessidade de as empresas financiadoras demonstrarem o impacto na sociedade dos projetos sociais que elas apoiam ou patrocinam. Isso torna essencial a profissionalização no Terceiro Setor, que passa pela profissionalização da comunicação. Tanto na Uerj, quanto na FACHA há uma disciplina especificamente para pensar esse setor, essas competências, habilidades, ferramentas necessárias para atuar nessa área. Maria Helena: Eu fico muito feliz em perceber na FACHA, nos últimos seis ou sete anos talvez, um aumento no interesse de alunos de Relações Públicas em atuar no Terceiro Setor. Nós temos, inclusive, uma disciplina de Comunicação no Terceiro Setor, que é uma área muito desafiadora. A importância da formação acadêmica para o profissionalismo da Comunicação no Terceiro Setor. RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS Como a formação acadêmica na área de Relações Públicas colabora para o profissionalismo da comunicação no Terceiro Setor? Gecom: 8
  • 9. Trabalhar no cenário em que as fake news são disseminadas de uma forma algoritmica, em progressão geométrica, ter a capacidade de desmentir as fake news, atribuir algo às fake news, é complicado. A princípio, em Comunicação, seja nas Relações Públicas ou no Jornalismo, a gente trabalha para sugestões de pautas que sejam positivas e as fake news colocam por terra essa premissa. Dependendo de para qual instituição você está trabalhando, acaba enxugando gelo. Vê uma fake news, você tem que desmentir, dizer que é fake e, provavelmente, você não vai conseguir alcançar a mesma velocidade, o mesmo impacto que essa informação trouxe para um grupo para o qual ela parece ser verdadeira. As fake news criam narrativas muito contrastantes e paralelas e fazer pontes em um cenário radicalizado, polarizado é muito difícil para o Jornalismo e para as Relações Públicas. Um outro desafio, que também está muito ligado às fake news e que é fundamental quando se pensa a Educação, é tentar equilibrar a necessidade de dominar e conhecer as ferramentas - a cada hora surge uma nova ferramenta ou uma nova possibilidade dentro da mesma ferramenta - com leituras que são absolutamente essenciais para o processo da Comunicação. Então, hoje você tem que responder muito rapidamente às demandas externas e internas. Pensa-se muito na questão ferramental e muitas vezes você faz sem pensar exatamente por que está fazendo, naquele determinado momento, faz sem ter tempo para pensar ou refletir. Ou então, seu tempo é muito curto, muito rápido. Isso exige um planejamento e exige uma formação filosófica, sociológica, antropológica de comunicação e consumo - se você trabalha com uma questão ligada ao marketing, questões éticas que demandam estudo, tempo, leitura, amadurecimento. Equilibrar uma questão de uma teoria que é absolutamente fundamental para uma prática responsável da Comunicação, ao mesmo tempo em que você precisa dar conta do ferramental, eu acho que é um grande desafio da área e da educação, do segmento da Comunicação. Maria Helena: Um é a questão da proliferação das fake news, que é também um desafio da Comunicação. A gente está num cenário de disputa por uma criação de narrativas que não são necessariamente narrativas, são informações falsas. É muito complicado você trabalhar. Talvez seja o cenário mais difícil para a área de Comunicação. A importância da formação acadêmica para o profissionalismo da Comunicação no Terceiro Setor. RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS Quais os desafios acadêmicos para lecionar Relações Públicas e quais as propostas sugeridas para resolver essas questões? Gecom: 9
  • 10. Trabalhei, não como comunicadora, mas foi um desafio, porque eu trabalhei para uma assessoria de uma rede de fast food, que tem uma grande campanha voltada para a arrecadação de recursos para a fundação que dá suporte para crianças e adolescentes em tratamento de câncer. Durante algum tempo fiquei focada nesse projeto. E foi interessante porque, ao mesmo tempo que fazia uma comunicação desta rede de fast food, eu fazia de certa forma também a da fundação, e eu procurava falar mais da fundação que leva o nome da rede, voltada para a causa em si. Isso porque, de certa maneira, você acaba falando de uma questão que é o marketing de causa social, a principal ação dessa rede para captar recursos através desse planejamento de assessoria da qual eu fazia parte. Foi muito legal trabalhar com essa questão ligada ao marketing de causa e eu trabalhei especificamente com relação à comunidade. Projetos sociais, projetos culturais que envolviam a comunidade, a opinião pública e o grande evento social, que era esse dia voltado para a arrecadação. Foi um projeto interessante, mobilizar pessoas para participar da campanha. Mobilizar esportistas, apresentadores de telejornal, artistas, personalidades públicas de uma forma geral que dava conta de que essas pessoas se engajassem no dia do evento indo a uma determinada loja, indo a um determinado restaurante exatamente para ajudar nesse engajamento. Então, isso foi bem legal. Maria Helena: Já fiz alguns trabalhos voluntários ligados a questões de crises sociais e ambientais, momentos em que você tem desastres ambientais no Brasil e uma mobilização para recursos materiais ou financeiros. Já atuei com isso especificamente. A importância da formação acadêmica para o profissionalismo da Comunicação no Terceiro Setor. RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS Conte como foi sua experiência em trabalho voluntário. Gecom: 10
  • 12. Jornalista, social media, comunicadora social, produtora, redatora, editora e diretora de audiovisual com experiência em instituições do Terceiro Setor, são algumas das possibilidades que a formação em Jornalismo oferece e são, também, as experiências da jornalista e pesquisadora em mídias digitais Karen Melo. Com passagens pelo Voz das Comunidades; editora na Agência Lupa, Agência de Notícias das Favelas (ANF) e na Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase); assistente de Comunicação no Instituto Raízes em Movimento; social media no Zacimbagaba; assistente de Diversidade Cultural na Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio; e coordenadora do Centro de Referência de Juventude do Alemão (CRJ), atualmente é assistente de Comunicação no Coletivo Papo Reto. Alinhando conhecimento prático e teórico, juntamente com as experiências vivenciadas no Terceiro Setor, Karen também destaca a importância da formação acadêmica em Jornalismo e o papel estratégico da Comunicação para as ONGs. “Em cada projeto reprovado, era nítida a falta de alguém de Comunicação para auxiliar essas pessoas a entenderem como esses projetos poderiam ser bem estruturados se tivessem uma comunicação estratégica.” Entrevista publicada em 20/02/2023 Entrevista publicada em 20/02/2023 Fevereiro/2023 A formação em Jornalismo como ferramenta estratégica de Comunicação para o Terceiro Setor. JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO 12
  • 13. Meus pais não tinham condições de bancar uma faculdade pra mim, foi quando houve um projeto do Governo Federal, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que tirou algumas casas no território em que eu morava (inclusive a minha) e, nesse local, a Praça do Conhecimento, criaram a Nave do Conhecimento, onde ofereciam cursos gratuitos. Fui me aventurar no universo da comunicação, e ali viram em mim um potencial. Fiz fotografia, webdesign e audiovisual. No final de cada curso, deveríamos entregar um projeto. Meu primeiro projeto de fotografia falava da moda na favela, no qual fui premiada e ganhei uma viagem para Curitiba para expor na semana de fotografia da cidade. Meu segundo projeto, de audiovisual, foi criado por mim e por um grupo de amigos que se chamava “Gonzagueando”, que era a história de imigrantes nordestinos para dentro do Complexo do Alemão. Nesse momento já estava convicta do que eu ia fazer, participando de editais, comprando equipamentos, pegando emprestado… o projeto se tornou Alemão em Cena. Foi tão bem estruturado que, a partir desse, seguimos para outras favelas, até que apresentei à FACHA meu projeto, eles acolheram e deram a bolsa de estudos para o grupo. Eu queria mostrar o olhar das pessoas que moravam ali, o que elas sentiam, o que elas tinham para falar, mas em diversas situações, eram silenciadas. Com a comunicação que já existia em mim, aliada ao Jornalismo que me escolheu, eu consegui de alguma forma fazer a devolutiva, mostrando a realidade das pessoas a partir da narrativa de quem também já viveu nesses locais. A faculdade não foi só eu, foram diversas pessoas que me impulsionaram todos os dias para não desistir. Foi uma vontade de ocupar espaços que meus pais não conseguiram, que para muitos foi negado. Uma menina negra, preta e de favela conseguiu. Karen Melo: No meu caso, tem toda uma construção em cima de um projeto, de um sonho. Eu sou a primeira geração da minha família a fazer graduação e pós. Nascida e criada no Alemão, eu sempre fui apaixonada por imagens, textos e na favela você já nasce comunicativo para a sobrevivência. A formação em Jornalismo como ferramenta estratégica de Comunicação para o Terceiro Setor. JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO Por que é importante estudar Jornalismo nas faculdades? Gecom: 13
  • 14. Meu papel era ler todas as documentações e o storytelling que cada proponente enviava. Em cada projeto reprovado era nítida a falta de alguém de Comunicação para auxiliar essas pessoas a entender como seus projetos poderiam ser bem estruturados se tivessem uma comunicação estratégica, não só para editais, mas para ter um portfólio atrativo para captação de recursos diversos, uma rede atraente e harmônica. Tudo isso precisa ser pensado e tudo isso é pesado quando algum projeto do Terceiro Setor precisa ser visto. No projeto Zacimbagaba eu trago, dentro da oficina de Comunicação Estratégica para o Terceiro Setor, a reflexão do que as mulheres querem e precisam para seus projetos: pensar desde o público-alvo até as cores que serão usadas e que tipo de informação elas vão passar, como vão construir a imagem desse projeto. É muito bacana porque, quando estamos juntas, as ideias fluem, as perspectivas mudam. Karen Melo: O Jornalismo é um leque de possibilidades, você não precisa estar em uma bancada em rede nacional na TV pra ser jornalista. Na maioria das vezes, eu atuei no Terceiro Setor e, nele, eu sou jornalista e consigo passar o que eu aprendi, trocar, dialogar. Trabalhei um bom tempo com editais e me lembro que, nessa época, tinha um edital chamado Favela Criativa. Karen Melo: Posso dizer que, dentro do campo onde eu atuo, o Terceiro Setor está se consolidando na entrega de uma boa comunicação estratégica. Temos um longo caminho, mas tenho visto investimentos em sites e mídias em geral para a manutenção e resistência desses espaços. As ONGs têm buscado trazer seus mantenedores ou investidores mais próximos. Não é somente doar, é trazer para perto, é fazer a prestação de contas, dizendo “seu recurso está sendo usado para investir nisso”, usando cada vez mais vídeos, fotos, textos de qualidade. A formação em Jornalismo como ferramenta estratégica de Comunicação para o Terceiro Setor. JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO Como a formação acadêmica na área de Jornalismo colabora para o profissionalismo da comunicação no Terceiro Setor? Gecom: Quais são as descobertas que você gostaria de compartilhar em suas pesquisas dentro da Comunicação no Terceiro Setor? Gecom: 14
  • 15. Karen Melo: Eu trabalho no Coletivo Papo Reto, que pauta direitos humanos em diferentes frentes de atuação. Fazemos isso pensando a educação, a comunicação, a arte e a cultura como ferramentas que possam garantir que todas as pessoas moradoras de favelas e periferias tenham conhecimentos diversificados sobre garantia plena de direitos em toda a sociedade. Hoje contamos com uma estrutura que permite ampliar o campo de ação, com espaço de aulas, reuniões e administrativo, o que fortalece nossas ações no campo dos direitos humanos, educação e cidadania favelada. A formação em Jornalismo como ferramenta estratégica de Comunicação para o Terceiro Setor. JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO Conte como é o trabalho na instituição que você está atualmente. Gecom: 15
  • 17. “N ” unca é demais lembrar que o homem é um ser social, que constroi a si próprio ao mesmo tempo em que constroi, junto com os outros homens, a sociedade e sua história. A citação acima, do livro Gerenciando Conhecimento, de Jayme Teixeira Filho, se encaixa perfeitamente ao perfil do jornalista, fotógrafo, escritor e professor Thiago Kuerques. Formado em Turismo (UFRRJ), Jornalismo (UNESA) e Letras (UFF), pós-graduado em Turismo Sustentável (CEFET) e mestrando em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias (UERJ), Thiago vê em suas especializações uma oportunidade para registrar, contar e valorizar a memória de sua cidade, Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e dos bairros que a compõem. Ele realiza estágio na Escola Municipal Padre Agostinho Pretto como professor de literatura e incentivo à leitura e produz oficinas de escrita sensível, escrita criativa e escrita periférica. Thiago é assessor de imprensa na EncontrArte Audiovisual e jornalista no Site da Baixada. Também é autor dos livros Território (2017), A Balada do Esquecido (2018), A Próxima Pandemia (2019), Tordesilhas (2021) e Vezenquando (2022), entre outras antologias. Conquistou prêmios literários, entre os quais Prêmio Baixada e Prêmio Trema 2021 e 2022. Confira, a seguir, como a formação em Jornalismo e o mestrado estão contribuindo para a construção de sua própria história e de sua comunidade. “Profissionalizar a Comunicação especificamente no Terceiro Setor ajuda a quebrar estigmas, preconceitos e faz com que mais iniciativas possam aparecer.” Entrevista publicada em 28/03/2023 Entrevista publicada em 28/03/2023 Março/2023 Especializações em Comunicação que contribuem para a cultura e memória da comunidade. JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO 17
  • 18. Estudar a comunicação é uma das ferramentas para colaborar com o enaltecimento e organização dessa casa ainda desorganizada. Em outras palavras, me especializar é criar formas, conexões e inspirações para que aqui - ou daqui - possa ser menos difícil, seja o sonho que exista em qualquer pessoa. Profissionalizar a comunicação especificamente no Terceiro Setor ajuda a quebrar estigmas, preconceitos e faz com que mais iniciativas possam aparecer. Um país com tantos talentos, tanto material e tanta arte não pode ter tantas dificuldades como tem o Brasil. Thiago Kuerques: Sou nascido em 1985, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. É o meu tempo e lugar no mundo. Família de classe média com inúmeras dificuldades financeiras e emocionais. Meu caminho é pelas artes, pelo conhecimento e pelas relações sociais. Thiago Kuerques: As minhas palestras em bibliotecas comunitárias começaram lá em 2017 com a rede Baixada Literária, em Nova Iguaçu. Através da Mônica Verdam, uma das líderes dessa rede e grande personalidade que já marcou a história de tanta gente, fui apresentado a bibliotecas estabelecidas em casas clássicas de subúrbio, todas descentralizadas. Bibliotecas em Vila de Cava, Santa Rita, Ponto Chic, Jardim Primavera, Morro Agudo, Austin, Rancho Fundo e Bairro Amaral, por exemplo, habitam locais com pouca ou nenhuma presença de equipamentos culturais. Mesmo que minha literatura seja madura, falo com crianças e adolescentes sobre autoestima através da arte, importância da leitura com paralelos mais realistas que algum imaginário romântico da literatura. Especializações em Comunicação que contribuem para a cultura e memória da comunidade. JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO Como a formação acadêmica na área de Jornalismo colabora para o profissionalismo da comunicação no Terceiro Setor? Gecom: Como a formação acadêmica na área de Jornalismo colabora para o profissionalismo da comunicação no Terceiro Setor? Gecom: 18
  • 19. Livro é saúde, vida, sobrevida e oportunidade. Toda vez que visitei uma biblioteca comunitária dando palestra ou oficina achando que estava ensinando, acabei aprendendo muito mais. Já reencontrei gente que era muito nova quando visitei em 2017 alguma biblioteca. Adolescente que trilha o caminho do sonho da universidade, por exemplo. Isso se deve a vários fatores complexos e também à existência de uma biblioteca comunitária com livros acessíveis, múltiplos. Iniciativa privada e social. Thiago Kuerques: Tordesilhas é meu último livro físico, uma novela (ou romance) sobre a relação de pai e filha com idas e vindas emocionais, lúdicas e realistas durante uma vida inteira num bairro sereno de Nova Iguaçu. Minha inspiração veio da vontade de fazer prosa poética com o tema paternidade, usando literatura, sociologia e educação como fios condutores. É um livro bonito, inspirador, engraçado e representa o que é ser sonhador e apaixonado pela vida mesmo com dificuldades naturais de ser periférico. Escrevi recentemente o livro Vezenquando, um ensaio sobre o ano de 2022 usando estudos que faço, reflexões sobre o cotidiano e pequenas ficções. Tudo com uma perspectiva otimista. Talvez seja um livro que eu tenha feito para minha versão mais sombria, uma forma de me convencer de que a depressão pode ser encarada de formas mais sensíveis e que assim é possível seguir vivo. Sou um escritor que tem mil histórias e muitos rios narrativos coexistindo sempre. Talvez venha um novo romance sobre dois sujeitos de idades muito distintas em busca de seus lugares no mundo, cada um à sua maneira. Ou um livro de crônicas (já que escrevo para dois sites: Recorte Lírico e ArtCult). Ou um livro de contos, gênero pelo qual sou apaixonado. Nunca sei, nunca saberei. Quando dobrar a esquina, tem algo novo brilhando por aí sem jamais esquecer de cada obra que me trouxe até aqui. Especializações em Comunicação que contribuem para a cultura e memória da comunidade. JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO Fale sobre seu último livro, o romance Tordesilhas. De onde vem sua inspiração para escrever seus livros? Tem alguma nova obra em mente? Gecom: 19
  • 21. o dia 28 de abril comemora-se o Dia Mundial da Educação. Apesar de a ONU considerar a data de 24 de janeiro como o Dia Internacional da Educação, há 23 anos, líderes de 164 países, incluindo o Brasil, se reuniram no Fórum Mundial da Educação, na cidade de Dakar, no Senegal, firmando compromissos por meio da "Declaração de Dakar - Educação para Todos - 2000". N Essa resolução se deu para garantir melhorias na educação que satisfaçam suas necessidades básicas de aprendizagem, no melhor e mais pleno sentido do termo, e que incluam “aprender a aprender”, a fazer, a conviver e a ser. Ainda de acordo com o documento, uma educação que se destina a captar os talentos e o potencial de cada pessoa e desenvolver a personalidade dos educandos para que possam melhorar suas vidas e transformar suas sociedades. Nesta entrevista convidamos a estudante de Jornalismo e assistente de secretaria no Pré-Vestibular Popular Construção, em Manguinhos, Tays Paulino, para falar sobre a importância, os desafios e as oportunidades dos estudos acadêmicos para uma profissionalização da Comunicação no Terceiro Setor. Tays possui Licenciatura em Letras: Português e Árabe e é graduanda em Jornalismo, ambos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela é, também, estagiária do setor de marketing e comunicação na Prumo Logística. Confira a entrevista a seguir. “Com o Jornalismo, entendi as estratégias de como alcançar esse público, trazer uma notícia consistente.” Entrevista publicada em 18/04/2023 Entrevista publicada em 18/04/2023 Abril/2023 Jornalismo e Educação: uma oportunidade de aprendizagem. JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO 21
  • 22. Inclusive, aos 10 anos participei de um concurso de leitura na escola e ganhei a medalha de primeiro lugar. Outra coisa de que gostava muito era criar várias histórias na minha cabeça e, com certeza, isso já era um sinal de proximidade com a área da comunicação. Depois, comecei a gostar do universo do audiovisual. Passei a "cobrir eventos", como aniversários, casamentos e, assim, fui me tornando a pessoa responsável por isso nas festas de amigos mais próximos em que estava presente: tirava fotos, fazia aqueles vídeos de homenagem etc. Esses foram os sinais que se apresentaram e eu ainda não tinha percebido. Quando entrei no Ensino Médio, fui fazer Técnico em Administração. No começo fiquei muito atraída por esse campo da Administração, mas depois comecei a pensar em cursar História, Direito e, então, cheguei ao Jornalismo. Fiquei numa dúvida cruel entre os cursos na época do vestibular, mas acabou que não consegui nota para ingressar em uma universidade pública, que era o meu objetivo. Então, resolvi estudar algo que fosse o mais parecido possível e, para mim, esse curso era o de Letras. Fiz pensando no Jornalismo e com todas as pesquisas acadêmicas voltadas para ele. Depois que terminei (após a Licenciatura em Letras), fiz o vestibular novamente para Jornalismo e “cá estou". Tays Paulino: Sempre quis fazer Jornalismo e nunca percebi claramente. Na verdade, demorei muito tempo para saber. Lembro que, quando era criança, adorava brincar de apresentar programas de TV e sempre gostei muito de escrever também, de lidar com as palavras. Uma oportunidade de aprendizagem JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO O que a incentivou a estudar Jornalismo? Gecom: 22
  • 23. Então, creio que pensar numa profissionalização dessa área seja algo muito válido; ter um olhar diferenciado sobre as pessoas que trabalham com o voluntariado, com o social, e entender que uma formação, em qualquer meio, precisa ser valorizada, principalmente na área de Comunicação, porque, se ela for feita de uma forma errada, pode gerar muitos problemas. Por isso, é preciso pensar nisso com muita responsabilidade. Inclusive, hoje a gente vive a não exigência do diploma e isso precariza muito a área. Quando a gente fala do Terceiro Setor, talvez precarize mais ainda, mas acredito que os gestores das áreas sociais devem valorizar e olhar para isso não com uma ideia de exclusão, mas com a proposta de ter uma pessoa capacitada e preparada para exercer aquela função. Tays Paulino: Acredito que a formação seja essencial para qualquer área em que você vá trabalhar com comunicação e com pessoas - uma formação voltada para a Comunicação em si ou Jornalismo mesmo, falando especificamente da área, e o Terceiro Setor, assim como os outros, é muito importante e precisa ter a mesma relevância que os outros setores têm. Tays Paulino: Acredito que o maior desafio seja ter mais pessoas dispostas a fazer trabalhos no Terceiro Setor. E como a Comunicação, o Jornalismo em si, está vivendo esse período de grande desvalorização, com salários muito baixos, creio que outros setores acabem absorvendo mais os profissionais. Hoje temos “mil” exigências sobre você ter que ter habilidades de outras áreas, muitas vezes de um designer, de um publicitário, para exercer um único cargo, e isso acaba refletindo no Terceiro Setor em termos de remuneração. Uma oportunidade de aprendizagem JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO Em sua opinião, como a formação acadêmica na área de Jornalismo pode colaborar para o profissionalismo da comunicação no Terceiro Setor? Gecom: Quais os desafios acadêmicos você encontra no Jornalismo quando se fala no Terceiro Setor e o que sugere para resolver essas questões? Gecom: 23
  • 24. Em relação à graduação propriamente dita, penso que falta um olhar maior para a questão social. Você não encontra, por exemplo, disciplinas que falem de comunicação no Terceiro Setor, sobre jornalismo independente, jornalismo voltado para as áreas sociais. Você tem aquelas grades mais comuns, mas você não encontra disciplinas um pouco mais específicas. São temas que têm dificuldade para chegar na Academia. E, para mudar, é preciso levar esses temas para lá. Colocar, por exemplo, matérias sobre jornalismo comunitário. Não estou dizendo que as faculdades não oferecem, não posso falar por todas, mas, de maneira geral, acredito que não sejam temas tão comuns. Na UFRJ, neste semestre, abriu uma disciplina muito interessante sobre jornalismo de acessibilidade. Não consegui horário para fazer, mas achei muito interessante a universidade trabalhar esse conceito de "jornalismo para todos". Para mim, é esse o caminho. É preciso oferecer formação. Além de, claro, o próprio profissional buscar essas especializações alternativas. Tays Paulino: Eu trabalho no Pré-Vestibular Popular Construção desde maio do ano passado e tem sido muito recompensador. Sou ex-aluna do Pré. Em 2013, entrei no segundo semestre e fiquei só de agosto a dezembro. Foi uma experiência tão legal, tão enriquecedora... senti que, apesar do pouco tempo que fiquei, consegui aprender muito. Os professores são muito engajados. Um ambiente legal, mesmo. Nunca me esqueci disso. Acabei entrando no Pré, assumindo uma vaga na secretaria para trabalhar com as questões mais burocráticas e dando um apoio aos alunos, quase dez anos depois de ter passado opr lá como aluna. Hoje, eu faço esse apoio aos alunos. Por exemplo, vai ter uma prova da Uerj, vai ter inscrição, mobilizamos os alunos, olhando documentação, explicando para eles o que tem que fazer, quais documentos levar, vendo questões de presença, se eles estão lá ou não estão. Uma oportunidade de aprendizagem JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO Conte sobre seu trabalho no Pré- Vestibular Popular Construção, em Manguinhos. Gecom: 24
  • 25. Já em relação à Comunicação em si, acabei assumindo as redes sociais em maio do ano passado. Quando eu entrei, o Instagram tinha mais ou menos 750 seguidores. Achei uma rede muito potente, que não podia ficar parada, e aí surgiram ideias de como trabalhar e o que trabalhar em um um pré-vestibular social. Inclusive a minha formação em Letras me ajudou muito e minha nova formação (em Jornalismo) também - na parte de pensar o que comunicar, como comunicar e qual a melhor forma de engajar os alunos. Comecei a planejar temas que fossem da realidade deles. Isso ia desde assuntos que estavam rolando nas aulas, dicas de temas que eles viram nas disciplinas, de filmes que poderiam ajudar e temas relacionados ao vestibular até passeios gratuitos, acesso a museus, coisas que poderiam trazer enriquecimento cultural, porque a sala de aula está em todos os lugares e você precisa ter uma formação sociocultural. Inclusive, o Enem pede muito isso, uma formação sociocultural. Como você vai ter essa formação? Acessando lugares, conhecendo e tendo uma formação além da relação professor - sala de aula - caderno - internet.. Expandindo. Então, trouxe esses temas numa linguagem com a qual eles conseguissem se identificar, se engajar e que se conecta com eles. Com minha formação em Letras, consegui formular como iria trazer um texto legal, forte e correto, além de conseguir pensar em como entraria nesse universo da Educação. Já com o Jornalismo, entendi as estratégias de como alcançar esse público, trazer uma notícia consistente. Hoje, a nossa rede social cresceu muito. Ela tem 1.060 seguidores, só no Instagram. Eu considero um grande número, comparando a um ano atrás. Um grande avanço. Fico muito feliz por ter conseguido isso. Claro, contando com o apoio de toda equipe; da minha colega que divide a secretaria comigo. Todo mundo ajuda. Outra coisa bacana também é a liberdade que consegui de movimentar, criar uma identidade, fazer uma coisa de um jeito que eu achava que funcionaria - e todo mundo comprou a ideia. O que mais gosto nisso tudo é de trazer essa sensação de pertencimento e de engajamento do Pré. A gente está fazendo um trabalho com educação forte, potente. O Pré tem 21 anos. É muita história. Estamos no Instagram, no Facebook e vamos cada vez mais longe porque a educação tem que chegar a todos os lugares possíveis, de todas as formas. E se a rede social é uma ferramenta para isso, por que não utilizá-la? Uma oportunidade de aprendizagem JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO JORNALISMO & EDUCAÇÃO 25
  • 27. Em março de 2020, a publicitária Taynara Cabral ministrou a "Oficina Mulheres do ontem, do hoje e do amanhã", em que as crianças eram estimuladas a conhecer histórias de mulheres heroínas que as permitiram existir divididas em super guerreiras, super escritoras, super corajosas e as que possuem o poder da música, ao mesmo tempo que se divertiam e despertavam a criatividade. Na Casa Fluminense, como coordenadora de comunicação, Taynara é responsável pela aula "O papel da comunicação nos movimentos sociais e projetos de mobilização", no Curso de Políticas Públicas da ONG. Esses dois exemplos práticos mencionados ilustram o saber de uma publicidade social, que Taynara coloca em prática em seus projetos voltados para a representatividade de forma estratégica. Conforme o artigo "Publicidade Social e sua tipificação: uma metodologia de transformação social", apresentado pela doutora em Comunicação e Cultura, Patrícia Gonçalves Saldanha. “A formação em Publicidade é essencial para pensar estrategicamente formas inovadoras e criativas de comunicação” Entrevista publicada em 20/06/2023 Junho/2023 Um caminho estratégico da comunicação para o Terceiro Setor PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE 27
  • 28. "Assim, a Publicidade Social retoma seu sentido etimológico “tornar algo público” quando convida a sociedade civil para participar efetivamente de todo ou de parte do processo, desde formulação estratégica, passando pelas fases de criação e produção das campanhas publicitárias, até a implementação das ações. Ressaltamos que a Publicidade Social já acontecia na prática cotidiana das comunidades, realizada por seus membros, com participação ou não de agentes externos, mirando sempre no benefício para a própria localidade, independentemente de validações acadêmicas", defende. "A formação em Publicidade é essencial para pensar estrategicamente formas inovadoras e criativas de comunicação", afirma Taynara. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal Fluminense (UFF), cursando Marketing Digital na Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia, Taynara atualmente é coordenadora de comunicação da Casa Fluminense. Como artista visual, desenvolve projetos voltados para a representatividade no campo das artes e do design, buscando contribuir na projeção de outras possibilidades de existência, principalmente para corpos negros. Além de seus projetos autorais como o calendário Insubmissas Trajetórias Negras, Heroínas Negras para Colorir e o jogo da memória Sankofa, já desenvolveu trabalhos para Meta, Netflix, Globo, Laboratório Fantasma, Canal Brasil, Telecine e Avon. Taynara Cabral reúne talento, habilidades e competências em comunicação para o Terceiro Setor que você confere a seguir. Um caminho estratégico da comunicação para o Terceiro Setor PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL Taynara Cabral: A publicidade é uma ferramenta poderosa para mobilizar pessoas. Muitas das vezes se tem uma ideia dela restrita ao mercado, mas ela possui várias vertentes, como a publicidade social, que não tem como foco o lucro ou a venda, mas a defesa de causas importantes para a sociedade. Aplicada ao Terceiro Setor, ela tem o poder de trazer mais pessoas para pautas importantes, como a defesa dos direitos humanos, a participação social e a construção de novos imaginários. Como a formação acadêmica na área de Publicidade colabora para o profissionalismo da comunicação no Terceiro Setor? Gecom: 28
  • 29. Um caminho estratégico da comunicação para o Terceiro Setor Taynara Cabral: O formato das plataformas de comunicação hoje é um dos principais desafios. Ao mesmo tempo em que as redes sociais e outras plataformas possibilitaram a democratização da produção de narrativas e conteúdos, elas também atendem a interesses privados. Logo, a difusão das causas nem sempre é valorizada nesses espaços, além também do crescimento da circulação de conteúdos falsos e discursos de ódio. Taynara Cabral: A Casa Fluminense é uma organização que trabalha em diversas frentes, como a mobilização, a informação e a incidência. Uma das nossas principais motivações ao comunicar é trazer mais pessoas para fazer parte da construção coletiva de ações e políticas públicas para garantia de direitos, defesa da democracia e construção de um Rio mais justo, mais sustentável e menos desigual. Uma das propostas é construir conteúdos que dialoguem com o contexto em que eles estão circulando e, também, em formatos valorizados pelas redes, como fotos e vídeos. Mobilizar pessoas da sua rede também é importante para que esse conteúdo seja entregue para mais pessoas. Quais os desafios para lecionar Comunicação nas turmas em que você ministra o curso e quais as propostas sugeridas para resolver essas questões? Gecom: Conte um pouco sobre seu trabalho em comunicação na Casa Fluminense. Gecom: PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL PUBLICIDADE SOCIAL A comunicação é ferramenta chave para que as pessoas se vejam nesse lugar de agente de mudança para construção do futuro que tanto sonhamos. Cada dado, pesquisa e publicação lançada tem a preocupação de contribuir com as ações de lideranças sociais em seus territórios. Na Casa, buscamos sempre construir uma comunicação humanizada, que faça sentido e dialogue com a realidade das pessoas. 29
  • 31. “ O ” audiovisual e a escrita criativa têm em comum o propósito de contar histórias e de se comunicar com o público. Quando usados de forma inteligente e integrada, eles podem ampliar o alcance e a profundidade das mensagens transmitidas, tornando a comunicação mais envolvente e impactante. Essa afirmação é da historiadora e professora de Comunicação e Escrita Criativa, Heliane Ferreira, licenciada em História pela Universidade Estácio de Sá e pós-graduada em História Antiga e Medieval pelo Núcleo de Estudos da Antiguidade na Universidade Federal do Rio de Janeiro (NEA-UERJ). Ela atua na produção de audiovisual, roteiros e escritas criativas e narrativas para documentário, além de ser consultora e apoiadora de causas e projetos sociais e professora de História, Filosofia, Sociologia e Escrita Criativa nos pré-vestibulares Solano Trindade e Projeto Social Mão Amiga em parceria com o projeto + NÓS. Também ministra aulas de marketing digital no Instagram sobre posicionamento pessoal e empreendedorismo na transição de carreira. Na entrevista a seguir, Heliane conta mais detalhes dos dois processos de linguagem fundamentais para o sucesso da comunicação. “O audiovisual e a escrita criativa têm em comum o propósito de contar histórias e de se comunicar com o público.” Entrevista publicada em 25/07/2023 Julho/2023 Como o audiovisual e a escrita criativa podem contribuir para a Comunicação no Terceiro Setor AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL AUDIOVISUAL 31
  • 32. ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL Ao criar meus próprios projetos de escrita criativa e audiovisuais, desde vídeos caseiros até animações simples, experimentei a alegria de entreter, inspirar e conectar com meus alunos e outras pessoas, mesmo à distância. Essa experiência revelou o poder do audiovisual para educar, conscientizar e unir comunidades, tornando-o mais do que apenas entretenimento. Também documenta suas ações ao longo do tempo, fortalecendo o trabalho profissional e promovendo a advocacia por mudanças sociais significativas. Sua capacidade de emocionar, informar e engajar é essencial para impulsionar o progresso do Terceiro Setor. Heliane Ferreira: Durante o isolamento social, explorei diversas mídias para dar minhas aulas online, como filmes, séries, documentários e vídeos, descobrindo o impacto significativo que têm em nossas vidas. Essa percepção despertou meu interesse de aprender sobre a arte e a técnica por trás da produção audiovisual, como a escrita criativa e como ela é capaz de capturar a atenção das pessoas e transmitir mensagens poderosas. Heliane Ferreira: O audiovisual é uma ferramenta valiosa no Terceiro Setor, contribuindo de várias maneiras. Ele sensibiliza e conscientiza o público sobre questões sociais importantes, captando recursos por meio de histórias impactantes. Além disso, o audiovisual oferece educação e treinamento de forma envolvente, mobiliza a sociedade para ações sociais relevantes e aumenta a visibilidade e transparência das organizações. De que forma essa especialização pode contribuir para trabalhos profissionais no Terceiro Setor? Gecom: Como surgiu seu interesse na especialização em um curso de audiovisual? Gecom: Como o audiovisual e a escrita criativa podem contribuir para a Comunicação no Terceiro Setor 32
  • 33. Como narrativa visual, as duas linguagens têm o objetivo comum de contar histórias. No audiovisual, a narrativa é construída através de imagens em movimento, cenas, expressões faciais e música, enquanto na escrita criativa, é realizada através de palavras, descrições e diálogos; no complemento e aprofundamento, quando combinados, podem enriquecer a experiência do público. Por exemplo, um vídeo pode ser acompanhado de legendas ou de um texto explicativo que fornece detalhes adicionais à história, criando uma conexão mais profunda e enriquecendo a compreensão do espectador; quanto à criatividade e originalidade, através do uso inovador de imagens, sons, palavras e estilos, ambas as formas de expressão buscam se destacar e capturar a atenção do público de maneira única; na transmissão de conceitos complexos, em alguns casos, certos conceitos podem ser mais facilmente compreendidos através da combinação de elementos audiovisuais e escritos. Diagramas visuais ou animações podem ser usados para explicar ideias complexas, enquanto a escrita pode detalhar informações técnicas ou conceituais em maior profundidade; na interação com o público, como o uso de vídeos interativos ou histórias em formato de jogo, pode-se envolver os espectadores de forma ativa, enquanto narrativas escritas podem incentivar a reflexão e a discussão entre os leitores, além do apelo emocional mais forte com a combinação de imagens e palavras. O audiovisual pode transmitir emoções através de música, tom de voz e expressões faciais, enquanto a escrita criativa pode evocar sentimentos poderosos através da escolha de palavras e descrições detalhadas. Heliane Ferreira: O audiovisual e a escrita criativa são duas formas distintas de expressão, mas que podem se conectar de maneira poderosa na comunicação. Como o audiovisual e a escrita criativa se conectam na comunicação? Gecom: Como o audiovisual e a escrita criativa podem contribuir para a Comunicação no Terceiro Setor ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL 33
  • 34. Desenvolvimento das habilidades de comunicação: as aulas de comunicação ajudam os vestibulandos a aprimorar suas habilidades de expressão verbal, escrita e interpessoal. Isso é essencial para que eles possam articular suas ideias de forma clara, coesa e persuasiva nas redações e provas discursivas dos vestibulares. Fortalecimento da escrita criativa: a escrita criativa permite que os estudantes explorem sua imaginação, desenvolvam sua criatividade e expressem seus pensamentos de forma original e envolvente. Essa habilidade não apenas beneficia suas redações, mas também pode fazer a diferença em questões discursivas e na produção de textos acadêmicos ao longo da vida universitária. Preparação para a prova de redação: a prova de redação costuma ser uma etapa decisiva nos vestibulares. Com aulas focadas em escrita, os vestibulandos têm a oportunidade de praticar diferentes estilos de textos, aprender técnicas de argumentação e estruturação de parágrafos, tornando-os mais confiantes e preparados para enfrentar esse desafio. Expressão da identidade e experiências pessoais: a escrita criativa permite que os alunos expressem suas experiências, valores e perspectivas únicas. Isso é valioso, pois possibilita que os vestibulandos se destaquem entre os candidatos e ofereçam uma visão autêntica de si mesmos, o que pode fazer diferença em processos seletivos competitivos. Aprimoramento da leitura e interpretação: a escrita criativa muitas vezes está conectada à leitura de obras literárias e textos diversos. Isso estimula o hábito de leitura e aprimora a capacidade de interpretação de textos, habilidades cruciais para responder com precisão às questões de múltipla escolha nos vestibulares. Heliane Ferreira: Como professora voluntária de comunicação e escrita criativa em um pré-vestibular comunitário, a importância dessas aulas para os vestibulandos é significativa e abrangente. Destaco os seguintes pontos. No Pré-Vestibular Comunitário Solano Trindade, você é professora voluntária de Comunicação e Escrita Criativa. Conte um pouco sobre a importância dessa aula para os vestibulandos. Gecom: Como o audiovisual e a escrita criativa podem contribuir para a Comunicação no Terceiro Setor ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL 34
  • 35. Redução do estresse e aumento da confiança: aulas de comunicação e escrita criativa podem ajudar os vestibulandos a lidar com o estresse pré- vestibular, proporcionando um espaço de expressão e desenvolvimento pessoal. O aumento da confiança na escrita e na comunicação pode refletir positivamente em todas as etapas do processo seletivo. As aulas de comunicação e escrita criativa têm um papel fundamental na preparação dos vestibulandos, fortalecendo suas habilidades de comunicação, escrita e interpretação, além de promover o desenvolvimento pessoal e a confiança necessárias para enfrentar os desafios dos vestibulares com mais segurança e sucesso. Como o audiovisual e a escrita criativa podem contribuir para a Comunicação no Terceiro Setor ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL ESCRITA CRIATIVA E AUDIOVISUAL 35
  • 37. De acordo com dados da pesquisa “A importância do Terceiro Setor para o PIB no Brasil e em suas regiões”, publicada em março deste ano, o Terceiro Setor contribui 4,27% para o PIB brasileiro. A geração de emprego total no Brasil é cerca de 5,88%, conforme a pesquisa. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os postos de trabalhos formais e informais remunerados gerados pelo Terceiro Setor são de 7,4% no Rio de Janeiro, o que demonstra sua importância para a economia brasileira. Essa contribuição só é possível com a qualificação de profissionais dentro do setor, sendo crucial uma aprendizagem constante, que ultrapasse a formação acadêmica. Lívia Cristina Nunes Teixeira, 27 anos, é formada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), possui especialização em Comunicação em Crises Organizacionais pela Universidade Anhembi Morumbi e atualmente cursa Gestão de Projetos (MBA USP/ESALQ). Lívia Cristina está como Analista de Relacionamento Institucional no Instituto Dara há mais de cinco anos e compartilha, na entrevista abaixo, suas experiências e dicas valiosas no Terceiro Setor. “Sempre falo que o relações públicas abre muitas portas e no Terceiro Setor precisamos dessas portas de conhecimento.” Entrevista publicada em 15/08/2023 Agosto/2023 Relações Públicas e a qualificação profissional no Terceiro Setor RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS 37
  • 38. RELAÇÕES PÚBLICAS Ter esse conhecimento de relações públicas dentro do Terceiro Setor foi um diferencial, porque através dos conhecimentos que adquiri durante o curso eu pude desempenhar habilidades de comunicação estratégica, gestão de relacionamentos, que a gente utiliza muito com doadores, gestão de crise, não que necessariamente nesta organização em que estou tenha uma gestão de crise, mas diariamente a gente tem sempre que pensar em mitigar danos, o que pode gerar crise, comunicação interna, onde temos sempre que comunicar com equipes, fazer uma comunicação clara, entender com quem você está falando, principalmente a ética e a responsabilidade social, que deve permear todo seu processo quando se está exercendo qualquer função dentro do Terceiro Setor, porque você vai ser cobrado por isso. A transparência e a comunicação eficaz vão ser cobradas rotineiramente. Também tem a gestão de projetos, que é onde eu atuo com mais empenho, assim como na área de relacionamento institucional, algo que o mercado pede bastante, principalmente às empresas privadas com ESG, além do planejamento de eventos. Corriqueiramente temos alguns eventos que fazemos e pedimos doações. A minha formação em Relações Públicas passa por todas essas áreas e me deu a capacidade de entender as necessidades e expectativas de diferentes partes interessadas, doadores, colaboradores, voluntários, trabalhadores, que são o nosso principal olhar, o que me permitiu estabelecer relações mais eficazes e claras. Entender qual a linguagem para cada uma dessas pessoas foi algo bem importante. Além disso, consegui criar campanhas de conscientização, engajamento com público interno e externo. Basicamente, é um pouquinho disso, porque a gente lida a todo momento com desafios e esses desafios pedem um olhar estratégico atrelado à ética que se torna crucial para um ambiente de transparência, de confiança, fundamentais para o nosso dia a dia dentro do Terceiro Setor. Lívia Cristina: A minha formação em Relações Públicas desempenhou um papel fundamental para estar no Terceiro Setor. Sempre falo que o relações públicas abre muitas portas e no Terceiro Setor precisamos dessas portas de conhecimento. Eu brinco dizendo que o setor é como um polvo. Cheio de tentáculos onde a gente tem vários tipos de atuação. Como a formação em Relações Públicas contribuiu para sua profissionalização no Terceiro Setor? Gecom: Relações Públicas e a qualificação profissional no Terceiro Setor RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS 38
  • 39. RELAÇÕES PÚBLICAS Trabalho na gestão de projetos escrevendo e elaborando, entre outras atividades que realizo. Identificamos os parceiros estratégicos, conversamos, fazemos reuniões, apresentamos o Instituto Dara, buscamos negociações e engajamento. Em todo o processo a gente tem que estar envolvido para trazer a sustentabilidade da organização. Muitas organizações hoje têm essa questão de entender a captação, tanto a pessoa física como a pessoa jurídica. Então, a negociação e o engajamento são muito importantes, porque tem que estabelecer esses contatos. Além disso, a gente tem o Desenvolvimento de Relacionamentos, pois constantemente estamos desenvolvendo relacionamentos com pessoas que vão prestar serviços com a gente, como os advogados que vão fazer nossos contratos, balanço que vai ter da organização. Falamos com empresas, com unidades encaminhadoras, com o serviço social. Então, temos que estabelecer relacionamento a todo momento com qualquer pessoa dentro e fora da organização. Isso é primordial e que faço no meu dia a dia. Lívia Cristina: Minha área de Relacionamento Institucional no Instituto Dara é centrada em cultivar e fortalecer parcerias e relacionamentos com outras organizações que o instituto entenda estarem alinhadas com a política de missão, visão e valores. A gente diz muito que estabelece conexões que vão para além de só questões comerciais, nos preocupamos com todas as pessoas que estão envolvidas em nosso processo, de conversas em nosso dia a dia. Lívia Cristina: Observo por dois vieses. Tem os profissionais que estão saindo do meio acadêmico muito crus para a demanda do Terceiro Setor. Hoje, no Terceiro Setor, você não exerce somente uma função, mas várias funções. Você absorve alguns conhecimentos que são de áreas não necessariamente de comunicação, mas tem que ter o domínio, porque são poucos profissionais. Dentro do Terceiro Setor, geralmente são equipes muito enxutas, então os profissionais têm que saber um pouco de tudo. Atualmente você desempenha a função de relacionamento institucional no Instituto Dara. Conte um pouco sobre esse trabalho. Gecom: OensinodaComunicaçãono meioacadêmicovemevoluindo, buscandoacompanharas novastendênciasdo consumidoreosavançosda mídiasdigitais.Comovocêtem observadoessesresultadosna entradadenovosprofissionais deComunicaçãonomercado, emespecialnoTerceiroSetor? Gecom: Relações Públicas e a qualificação profissional no Terceiro Setor RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS 39
  • 40. RELAÇÕES PÚBLICAS Eu observo isso com os estagiários que a gente tem na instituição. Alguns estagiários estão próximos de se formar, mas ainda estão muito crus, indecisos de como é que atua no Terceiro Setor por ser tão dinâmico e pedir muito. Por outro lado, existem muitos profissionais que estão para se formar, com muita bagagem de aprendizagem. Conhecem muito sobre mídias digitais, redes sociais, contribuem com apresentações dinâmicas com um olhar jovial, pois é isso que o Terceiro Setor precisa, dessa renovação constante. Eles conseguem enfatizar informações, comunicações multicanais, capacidade de transformar mensagens que precisam ser comunicadas para os colaboradores de um forma e depois para um doador de outra forma parecida, mas com uma outra linguagem nos meios de comunicação. Eles conseguem se adaptar e entender essa mudança de linguagem, de conteúdos. Eu sempre falo, “dentro do Terceiro Setor, você tem que gostar, você tem que amar”, porque desempenhamos muitas funções com pouco recurso. Essa é a realidade de hoje em dia. Acho muito positivo esses profissionais com essa adaptação no mercado de trabalho, com essa visão do ensino de Comunicação. Estar nesse processo mercadológico é muito importante para o Terceiro Setor. Fora que não podemos esquecer da questão da humanização. São pessoas que gostam do Terceiro Setor e têm esse olhar mais humanizado. Uma comunicação com ética, clareza e sempre com respeito aos beneficiários. Eles adquirem durante o processo um olhar de comunicação estratégica. Isso, às vezes, é bem difícil de entender. Não são todos os profissionais que têm essa expertise, ela se adquire com o tempo. O Terceiro Setor exige muito do profissional, mas também é uma “mãe”. Ele ensina todos os dias, constroi esse profissional, esse indivíduo que está se consolidando. Lívia Cristina: Para os recém-formados, pode-se fazer uma pesquisa, conhecer como é o Terceiro Setor, as dificuldades que a gente tem diariamente, pode ser fundamental para compreender a profundidade da natureza que são os desafios, os sabores, os dissabores e as oportunidades que o Terceiro Setor tem para oferecer a esses profissionais. O que você sugere aos profissionais de Comunicação e aos recém- formados que tenham interesse em trabalhar no Terceiro Setor? Gecom: Relações Públicas e a qualificação profissional no Terceiro Setor RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS 40
  • 41. RELAÇÕES PÚBLICAS Antes de eu entrar na faculdade, já era voluntária. Acho que voluntariar e estagiar são maneiras eficazes de adquirir experiência e entender como é o dia-a-dia, as relevâncias, as estratégias, um olhar mais crítico. Você está indo para se doar, mas é um funcionário. É preciso entender até onde vai o meu conhecimento, até onde o Terceiro Setor pode contribuir comigo, até onde estou mudando e impactando a vida de pessoas que estão em vulnerabilidade social, econômica e psicológica. Tem que entender todo esse processo. O Terceiro Setor desenvolve e precisa de pessoas com uma comunicação mais abrangente, com uma variedade de atividades, um profissional com habilidades diversas. Os profissionais que eu vejo recém-formados dizem “ah, eu gosto do Terceiro Setor”, mas não entendem que precisam ter um olhar multissetorial. Não adianta falar só sobre saúde, mas também sobre educação, moradia, renda, cidadania, tem que entender o mecanismo que há por trás do Terceiro Setor, pois requer muito preparo, humanização do processo. Além de tudo isso, tem que demonstrar paixão, porque a gente lida com pessoas, animais, causas ambientais. Tem que ser apaixonado, porque vai ter dias em que você vai estar sobrecarregado, dias em que vai querer largar tudo, como em qualquer emprego, mas acaba lembrando para quem trabalha, para quem está direcionando todos os seus esforços. Isso muda o seu olhar, sua perspectiva e sua pretensão, seu plano de vida, porque você está fazendo parte de uma engrenagem maior, que é a mudança de vidas, mudança de pessoas, mudança de animais, mudança de cuidados. É sempre bom criar uma rede de contatos, aprender sobre sustentabilidade financeira, que é um diferencial. Isso é um combo de uma dica para um bom profissional que está entrando agora no Terceiro Setor. E vá com toda a paixão do mundo, porque é isso que o Terceiro Setor precisa. Pessoas engajadas, pessoas apaixonadas conseguem mudar o mundo. Sempre busque o que você ama. Vá com “paixão nos olhos”, como eu tenho há mais de cinco anos dentro do Terceiro Setor. Relações Públicas e a qualificação profissional no Terceiro Setor RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS 41
  • 43. Criatividade, dinamismo, capacidade de escutar o outro e se colocar como um "megafone" para outras vozes podem ser considerados os pilares de um profissional de design que pretende trabalhar no Terceiro Setor. Karina Silva é designer e CEO na Agência Hey Karina Silva com formação em Design Gráfico e Web Design pela Zion Escola de Entretenimento, em Duque de Caxias (RJ), Empreendedorismo pela Unicesumar e High Ticket pela Wonder Maison. Ela nos conta como essas características podem ser úteis no dia a dia de um designer trabalhando a comunicação no Terceiro Setor. “Por falta de visibilidade e conhecimento, não sabemos que precisamos ouvir algumas vozes e, como designer, essa foi a minha função, ser um megafone para algumas vozes.” Entrevista publicada em 19/09/2023 Setembro/2023 Design: desafios e sua importância para o Terceiro Setor DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN Karina Silva: A principal função do design é solucionar um problema. Logo, a formação entra para impulsionar e alavancar estratégias nas atuações do Terceiro Setor. Podemos dividir o design em algumas formas: o design gráfico, o web design (mais voltado para sites) e o design thinking. No contexto do Terceiro Setor conseguimos encaixar de forma mais implacável o design thinking. Os design thinkers produzem soluções que geram novos significados e estimulam os aspectos humanos, contribuem para que equipes possam compreender e identificar as problemáticas vivenciadas dentro da organização. Como a formação acadêmica na área de design colabora para o profissionalismo da comunicação no Terceiro Setor? Gecom: 43
  • 44. DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN Acredito que o mais marcante foi um projeto contra tráfico humano e cuidado com mulheres. Por falta de visibilidade e conhecimento, não sabemos que precisamos ouvir algumas vozes e, como designer, essa foi a minha função, ser um megafone para algumas vozes. O maior desafio que enfrentei foi ter a segurança de tomar as rédeas de um projeto, ter confiança. Apesar de saber exatamente o que deveria ser feito, justamente por não ter tido a prática de forma mais ativa, tive medo e, por isso, algumas grandes oportunidades foram perdidas. Instituições, invistam na prática para seus alunos. Não ensinem apenas a teoria, ensinem como sobreviver no mercado. Futuros designers, olhem o mundo. Desbravem. Não tenham medo. Criatividade não é um dom. O fato de você resolver problemas mostra que você é criativo, ainda mais com pouco recurso. O Terceiro Setor precisa de você. Ele conta com você. Te convido a ser um megafone para que vozes abandonadas comecem a ser ouvidas. Karina Silva: Por ser designer no Terceiro Setor, tive a oportunidade de poder ficar dois anos fazendo trabalhos voluntários de forma mais ativa. Viajei pelos estados do Brasil conhecendo histórias, utilizando a criatividade para solucionar problemas, criando comunicação visual e estruturas para ONGs e igrejas. Karina Silva: Coloquem seus alunos em prática. O que aprendi, a bagagem que acumulei em dois meses de trabalho voluntário foi muito maior do que nos anos de graduação, apenas pelo fato de ter que realmente fazer acontecer. Conte sua experiência como designer no Terceiro Setor. Gecom: Em sua opinião, quais os desafios e sugestões para as instituições de ensino na formação de novos designers, principalmente para aqueles que desejam trabalhar no Terceiro Setor? Gecom: Design: desafios e sua importância para o Terceiro Setor DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN DESIGN 44
  • 46. “ E ” m favor de que estudo? Em favor de quem? Contra que estudo? Contra quem estudo?", as indagações de Paulo Freire, patrono da Educação no Brasil, descrita em seu livro "Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa", nos fazem refletir sobre a impossibilidade de estudar por estudar. Somos sujeitos de nossa história, capazes de intervir na realidade e gerar saberes. lizadores, produtores e pesquisador da biografia "Chica Xavier, a Mãe do Brasil", organizou os livros "Olhar Poético - Bicentenário de In dependências" e "O Poder das Palavras - Independências Poéticas" a partir de oficinas de escritas criativas com cegos, população de rua, mulheres, idosos e jovens e adultos negros. Fundou o Negócio de Impacto Social Arte Faz Parte Arte Educação e o Centro Cultural Chica Xavier, com José Valdenir. Também teve passagens pela TV e cinema e é coprotagonista do filme “Quando lembro de Chico”, disponível na plataforma Amazon Prime. No mês da educação, nosso entrevistado, com experiência na arte de educar e comunicar, seja aprendendo ou ensinando, nos prestigia com seus conhecimentos para trabalharmos com uma comunicação mais humanizadora, afinal todos nós somos protagonistas de nossa própria história. “Quando colocamos à mesa um assunto de um paladar tão forte, pesado e um tanto difícil de engolir e que pode causar sérias congestões ao longo de uma vida, precisamos de um tempero e de uma mão de arte e uma mistura de educação afetiva.” Outubro/2023 Entrevista publicada em 17/10/2023 Comunicação, educação e arte como ferramentas de boas mudanças COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE 46
  • 47. COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE Ferreira Goulart, Ana Rosa, Renato Prieto, Nicete Bruno, Dhu Moraes, Dha Gama, Robertinho Silva, Wanderson Lemos, Fábio Deluca entre tantos em 10 anos de programa. Foi nessas ondas de rádio que fiz e faço várias parcerias que colaboraram e colaboram com os nossos projetos. Victor Meirelles: Apesar de nunca ter imaginado que seria radialista, para mim foi um ótimo desafio articulado pelo João Pedro (apresentador do programa, na época). Estar neste veículo de comunicação, para mim, foi mergulhar em um mar de trocas constantes. A cada braçada e tomada de fôlego entre as entrevistas era uma onda de conhecimento e uma rede gigante que ia se construindo e promovendo um arrastão de conexões, que formavam e ainda formam correntezas de oportunidade. E neste navegar, tive o prazer de me banhar de vários profissionais da comunicação, arte, educação, saúde, um verdadeiro desaguar de todas as regiões. Em 2008, você criou o Arte Faz Parte Arte Educação e Negócios de Impacto Social e, no ano seguinte, já era apresentador do Programa Rio Cultural, na Rádio Rio de Janeiro. Como essa experiência na rádio contribuiu para o seu empreendimento social e outros projetos? Gecom: Comunicação, educação e arte como ferramentas de boas mudanças Victor Meirelles: Quando colocamos à mesa um assunto de um paladar tão forte, pesado e um tanto difícil de engolir e que pode causar sérias congestões ao longo de uma vida, precisamos de um tempero e de uma mão de arte e uma mistura de educação afetiva, para tornar uma refeição mais leve e de sabor mais palatável. Uma de suas principais ações é o combate ao bullying nas escolas e, para isso, você une arte, educação e comunicação. Como essas linguagens se conectam neste seu propósito? Gecom: 47
  • 48. COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO & ARTE Então, o teatro, a literatura, a música e a poesia podem ser ótimos aliados para, de forma lúdica, nos conectarmos aos alunos e discutirmos sobre situações e assuntos que os atravessam pela trajetória educacional e que os levam ao sofrimento. E em meio a risos e diversão falamos sobre a importância do cuidado que devemos ter uns com os outros. Assim, por meio de uma comunicação não violenta, da educação antirracista e da beleza, potência e poesia, da arte em todas suas formas do fazer, em um trabalho vivo, em ato e arte nas salas de aula, são possíveis e eficazes as linguagens no processo de cuidado e na promoção da conscientização, prevenção e combate ao bullying e à violência nas comunidades escolares. Comunicação, educação e arte como ferramentas de boas mudanças Victor Meirelles: Acredito sempre em todas as formas de troca, capacitação, qualificação, aprendizagem. Conhecer e estar disponível a se relacionar com novas formas de fazer e sim, podemos nos divertir falando de algo sério, podemos tratar de assuntos chatos dando boas risadas. E se lançar como uma flecha e entender que sua trajetória pode atravessar o tempo e percorrer outras existências e possibilidades de promover boas mudanças. O que você recomenda aos profissionais de comunicação que trabalham ou queiram trabalhar em ONGs com arte e educação, para divulgar suas causas e fortalecer a instituição? Gecom: 48
  • 50. universidade pode oferecer uma excelente oportunidade para a criação de projetos, tornando-os produtos concretos fora do ambiente acadêmico. A Em Niterói temos uma experiência com a BemTV Produções Artísticas, ONG que forma jovens comunicadores na região, criada pelo professor do Curso de Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC-UFF) Adilson Cabral. Autor de livros e artigos em Políticas de Comunicação com ênfase em Comunicação Comunitária, atuando principalmente nos temas políticas de comunicação, democratização da comunicação, apropriação social das TICs, comunicação comunitária e digitalização das comunicações, Adilson Cabral é doutor e mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) com pós-doutorado na Universidade Carlos III de Madrid (UC3M). Confira, a seguir, como isso é possível. “Participe do que estiver ao alcance sempre, se inspire pelo que te motivar e procure viabilizar formas de fazer acontecer o que você acredita.” Novembro/2023 Entrevista publicada em 21/11/2023 A importância de um projeto de comunicação na formação acadêmica COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL 50
  • 51. COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL Adilson Cabral: Compreender melhores capacidades de atuação, em articulação com setores organizados da sociedade potencialmente mobilizadoras de expressões cidadãs. Importante compreender o papel da comunicação em sua expressão articuladora de culturas e mobilizadora por políticas. Adilson Cabral: Eu sou professor no curso de Comunicação Social que conta atualmente com uma única habilitação, que é a de Publicidade e Propaganda, curso no qual me formei também (isso no século passado). Pela proximidade com colegas e conteúdos relacionados ao Jornalismo, mas também pela minha atuação no campo da Comunicação, compreendo que as dificuldades de se lecionar Jornalismo hoje estão relacionadas à credibilidade pela qual passam tanto o profissional quanto sua atividade, diante tanto do processo crônico de desinformação pelo qual passa a sociedade atualmente, como da própria incapacidade da indústria midiática em passar credibilidade em seus produtos jornalísticos. Adilson Cabral: A BemTV não foi criada como projeto de TCC, mas de extensão, a partir de nossa mobilização como estudantes de comunicação vindos de uma experiência de movimento estudantil e de contato com uma experiência de oficina popular de comunicação do Encontro Nacional de Estudantes, em São Luís do Maranhão. As recomendações estão aí: participe do que estiver ao alcance sempre, se inspire pelo que te motivar e procure viabilizar formas de fazer acontecer o que você acredita. Qual a importância de estudar temas como política, cultura e comunicação para as mídias comunitárias e independentes? Gecom: Quais são os desafios acadêmicos para lecionar Jornalismo e quais as propostas sugeridas para resolver essas questões? Gecom: Você é o criador da BemTV Produções Artísticas, que teve origem na faculdade e que hoje é uma ONG que forma comunicadores em Niterói. O que você recomenda aos estudantes de Jornalismo quando fizerem um trabalho de conclusão de curso e desejarem torná-lo um projeto profissional? Gecom: A importância de um projeto de comunicação na formação acadêmica COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO SOCIAL 51
  • 53. ornalismo não é simplesmente uma técnica. Tampouco é mera emissão de opiniões. Trata-se de uma ciência, cujo ensino universitário proporciona a formação de profissionais críticos, conscientes do seu papel social, comprometidos com a ética e com o entendimento acerca do poder da informação. “J ” A avaliação acima é dos participantes da live “PEC do Diploma: uma necessidade para garantir a excelência na informação”, realizada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba (Sindjob-PB) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Em 2009 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela não obrigatoriedade do diploma de nível superior específico em Jornalismo para o exercício da profissão no Brasil. No entanto, empresas de comunicação, estatais, setores privados e o Terceiro Setor (mesmo que de forma tímida) ainda preferem contratar profissionais formados na área. Diego Sanches é formado em Jornalismo pela Unigranrio, possui MBA em Marketing de Redes Sociais e atualmente é supervisor de Comunicação na Agência do Bem, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP). Durante a formação, teve a oportunidade de trabalhar como freelancer na página de conteúdo geek Somos Mesclados, atuando como redator e repórter em eventos do universo do segmento. Iniciou a carreira profissional como produtor de TV na Rede Globo e na RIT TV, onde aprendeu a lidar com os desafios da produção audiovisual e aprimorou habilidades de coordenação de equipe. Atuou como produtor de podcast e social media na Lions Seminovos e, posteriormente, como social media na Xtreme Agência. Hoje na Agência do Bem, colabora com estratégias para promover causas sociais e gerar impacto positivo por meio da comunicação. “Costumo dizer que a função do jornalista é mudar vidas e o jornalismo no Terceiro Setor é a personificação dessa mudança.” Dezembro/2023 Entrevista publicada em 19/12/2023 Jornalismo no Terceiro Setor: Uma experiência de sucesso JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO 53
  • 54. Diego Sanches: Desde pequeno eu sempre fui obcecado em ler e falar, tanto que uma das melhores memórias da minha infância era eu sendo narrador em peças no colégio. A paixão pelo Jornalismo começou quando meu pai começou a trazer para mim os jornais, mostrando-me outro lado da comunicação que eu não conhecia. No Ensino Fundamental, dois professores me motivaram muito a seguir a área da Comunicação. Foi nesse momento que me apaixonei pelo Jornalismo. O que o motivou a se formar em Jornalismo? Gecom: Diego Sanches: A comunicação é uma ferramenta essencial para o trabalho no Terceiro Setor e a formação em Jornalismo proporciona uma visão mais ampliada. Costumo dizer que a função do jornalista é mudar vidas e o jornalismo no Terceiro Setor é a personificação dessa mudança. Em sua opinião, como a formação acadêmica na área de Jornalismo pode colaborar para uma comunicação mais profissional no Terceiro Setor? Gecom: Diego Sanches: Infelizmente, hoje em dia não há mais faculdades presenciais de jornalismo em Duque de Caxias. A última era a Unigranrio, onde me formei, porém a portaria de comunicação foi encerrada. Nascido e sendo morador da Baixada Fluminense, sinto uma tristeza imensa em ver que não há mais cursos de Jornalismo em Caxias. Enquanto morador de Duque de Caxias, qual a sua análise em relação à oferta e procura de cursos de graduação em Jornalismo na Baixada Fluminense? Gecom: Diego Sanches: Minha relação com projetos sociais vem desde 2015, quando entrei em um grupo chamado Mídia Força Jovem Universal (Mídia FJU). Neste grupo criei e produzi conteúdos para atender jovens e adultos que lidavam com problemas de depressão, ansiedade e pensamentos lesivos. Até hoje faço parte desse projeto e me orgulho muito de ser um dos mais antigos. Na Agência do Bem tenho a oportunidade e o privilégio de trabalhar com a educação musical para crianças e jovens de comunidades carentes do Rio de Janeiro através das Escolas de Música e Cidadania. Também trabalho na Rede do Bem, projeto que auxilia outros projetos sociais. Sinto muito orgulho, pois desde o início da minha caminhada para ser um jornalista meu objetivo era mudar vidas através do meu trabalho. Hoje posso dizer que meu objetivo está se concretizando cada dia mais. Conte um pouco sobre seu trabalho na área de comunicação na Agência do Bem. Gecom: Jornalismo no Terceiro Setor: Uma experiência de sucesso JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO JORNALISMO 54
  • 55. GECOM Vivências em Comunicação para o Terceiro Setor é uma publicação gratuita do Gecom. Todos os direitos reservados. É proibida a total ou parcial reprodução dos textos e imagens para fins comerciais. Em caso de citações em outros meios, mencionar a devida fonte. Vivências em Comunicação para o Terceiro Setor é uma publicação gratuita do Gecom. Todos os direitos reservados. É proibida a total ou parcial reprodução dos textos e imagens para fins comerciais. Em caso de citações em outros meios, mencionar a devida fonte. Vivências em Comunicação para o Terceiro Setor é uma publicação gratuita do Gecom. Todos os direitos reservados. É proibida a total ou parcial reprodução dos textos e imagens para fins comerciais. Em caso de citações em outros meios, mencionar a devida fonte. Vivências em Comunicação para o Terceiro Setor é uma publicação gratuita do Gecom. Todos os direitos reservados. É proibida a total ou parcial reprodução dos textos e imagens para fins comerciais. Em caso de citações em outros meios, mencionar a devida fonte. GRUPO DE COMUNICAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR (GECOM) CNPJ: 29.898.554/0001-30 www.gecomterceirosetor.blogspot.com EDITOR E JORNALISTA Charles Monteiro MTb: 34474/RJ gecomterceirosetor@gmail.com JORNALISTA E REVISOR Flávio Amaral MTb: 35308/RJ flavio.cpamaral@gmail.com FOTÓGRAFA Anne Caroline annecom2n@gmail.com COORDENADORA DE EDUCAÇÃO Natasha Soares sfr.natasha@gmail.com PROJETO GRÁFICO DESIGNER Daiana dos Santos ideia.contatorj@gmail.com