A Umbanda é uma religião monoteísta e afro-brasileira, surgida em 1908, fundada por Zélio Fernandino de Moraes. Baseia-se em três 3 conceitos fundamentais: Luz, Caridade e Amor. A palavra "umbanda" pertence ao vocabulário quimbundo, de Angola, e quer dizer "arte de curar".
2. CURSO ESSENCIAL DE UMBANDA
LOCAL: TUCABEM – Tenda de Umbanda Caminheiros do Bem
Coordenação e Aulas: CLAUDIOMAR FEITOSA
Período: 1º MÓDULO – Abril a Julho de 2016. SEGUNDO MÓDULO – Agosto a novembro de 2016.
Carga Horária: 16 aulas – 32 horas aulas.
Dias: Primeiro e Terceiro Sábados de cada mês, das 09:00hs às 11:00 hs.
Curso Presencial. Freqüência e Certificado – 72 horas aulas. 60%
3. Conteúdo Programático:
MÓDULO PRIMEIRO – 08 aulas – 16 horas aulas
O que é Umbanda?
Afinal, o que é Umbanda?
A religião Umbandista
A História e os elementos formadores da Umbanda
Diferença entre Umbanda, Kardecismo e Candomblé.
A Escravidão no Brasil do século XV ao XIX.
A religião umbandista
A Umbanda e as religiões mentalistas
4. Conteúdo Programático:
MÓDULO SEGUNDO – 08 aulas – 16 horas aulas.
Os Orixás na Umbanda – Teogonia de Umbanda
A irradiação divina da fé (Linha cristalina)
A irradiação divina do amor (Linha mineral)
A irradiação divina do conhecimento (Linha vegetal)
A irradiação divina da Justiça (Linha Ígnea)
A irradiação divina da Lei (Linha eólica)
A irradiação divina da evolução (Linha telúrica)
A irradiação divina da geração (Linha aquática)
Oferendas e pontos de força
Os guias de lei de Umbanda
Caboclos (Índios)
Pretos Velhos
5. Crianças da Umbanda (Erês); Baianos; Boiadeiros; Marinheiros; Sereias; Ciganos; Os Guardiões da esquerda: Exus e
Pombas Gira.; A reformulação interior; Ritualista de Umbanda; A cachaça (Marafo); O fumo; A defumação; Os banhos;
Hierarquia dentro do terreiro; Amamos vocês!
6. O QUE É UMBANDA?
Definir o que é religião não é tarefa fácil, definir o que é a Umbanda é muito mais complexo. Existe uma
dificuldade em entender uma religião ainda em formação, na qual os elementos oriundos de outras culturas
são ainda muito vivos e perceptíveis, o que faz parecer uma simples mistura de fatores diversos. No entanto,
como diria Arthur Barros “não existe religião pura” nem a essência nem na forma, nenhuma outra teve
origem diferente “ nada nasce do nada”, ou melhor “ nada se cria, tudo se transforma".
Novas religiões nascem da necessidade de atribuir novos significados a antigos símbolos, trazendo valores
que possam dar um novo sentido a nossas vidas. Símbolos são um patrimônio da humanidade, que
transcendem nossas visões individuais e limitados, exercendo influência subjetiva em quem crê ou não nas
mesmas, independentemente das mais variadas interpretações.
7. A Umbanda está em constante construção,
transformação e adaptação e esse entendimento
é profundamente necessário
para uma melhor compreensão da mesma.
Não podemos fugir de sua unidade-essência,
já há muito definida e codificada pelo
astral, pois em todas as formas diversas
de explicá-la é possível encontrar sua integridade
uma e única.
Falar de Umbanda é falar dos mistérios que
nos cercam, pois o ser humano
é um ser uno e diverso.
9. “Umbanda é a manifestação do
espírito para a prática da caridade”
(Caboclo das Sete Encruzilhada, por
intermédio de seu médium Zélio
Fernandino de Moraes, em 15 de
novembro de 1908)
“ Umbanda é Amor e Caridade”
( Mãe Zilméia de Moraes em seus vários
depoimentos para a Revista Espiritual de
Umbanda, nas comemorações
dos 97 anos de Umbanda. Foi essa definição
que ela sempre deu para Umbanda).
10. A RELIGIÃO UMBANDISTA
O Brasil é um estado laico, o que vale dizer que
todas as formas de religião são permitidas, desde
que respeitem a constituição do país.
Segundo o Censo Demográfico de 2010, realizado
pelo IBGE, temos 64,6% da população cristã,
sendo a sua maior parte católica romana,
certamente pela herança de nossa colonização
portuguesa, quando o Catolicismo era a religião
oficial do Estado até a constituição republicana de
1891, quando obtivemos a liberdade religiosa da
nação brasileira.
11. Os principais resultados relativos à questão “religião”, que foram ressaltados pela mídia, são:
A diminuição da porcentagem doas católicos, de 83,8% (1991) foi para 73,8% (2000) e reduziu-se para 64,6% ( 2010);
O aumento da porcentagem dos evangélicos, de 9,05% (1991) indo para 15,45% ( 2000), e atingindo 22,2% ( 2010);
O aumento dos que se declaram “sem religião”, que passaram de 4,8% da população ( 1991) para 7,3% ( 2000),
indo para 8% ( 2010);
Somos o maior país espírita do mundo, certamente pelo brilhante trabalho
realizado pelo médium Francisco Cândido Xavier e outros grandes nomes;
Outro dado interessante é o percentual da população que se declarou adepta d
Candomblé e da Umbanda, manteve-se estável entre 2000 e 2010, sendo que a maior
Representatividade de pretos foi verificada exatamente na Umbanda e Candomblé 21,1%.
0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
70.00%
80.00%
90.00%
1991 2000 2010
Censo Demográfico de 2010 - IBGE
católico Evang S/Religião
12. E por que isto?
Porque muitos ainda sentem o preconceito de
se declararem umbandista ou candomblecista, e
serem olhado como “bruxos” ou coisa parecida.
Muitos dos nossos assistidos freqüentam a
Umbanda de 2ª a 6ª feira, e nos finais de
semana vão às igrejas católicas.
13. A HISTÓRIA E OS ELEMENTOS DA UMBANDA.
Brasil, 1908.
Fazia apenas nove anos que o país deixou de ser monarquia e passou a ser uma Republica Federativa, e há 20
anos a escravidão foi abolida. Surgem novos pensamentos religiosos na Europa e nos Estados Unidos, como o
Kardecismo e a doutrina secreta, para citar apenas alguns. O meio político na Europa está pesado.
No meio de tudo isto, um jovem de apenas 17 anos estuda para prestar o concurso para seguir a carreira militar.
Seu nome: Zélio Fernandino de Moraes, é o grande início da História.
Daquele dia em diante, em vários estados brasileiros, aconteceram várias manifestações como estas, em que
entidades incorporavam em seus médiuns e anunciavam a chegada de uma nova religião, a Umbanda.
Vemos que inicialmente a religião de umbanda nasceu de uma necessidade dos guias manifestarem-se para
trabalhar pelo próximo; porém, eram impedidos nos centros Kardecistas, e negados pelo culto de nações ou
Candomblé.
14. Há divergências sobre a origem da palavra
Umbanda..
Quando o Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou a
nova religião, alguns historiadores informam que
algumas pessoas que estavam no local, ouviram a
palavra ALABANDA (Ala, Deus e Banda, todos nós)
depois com as pesquisas, informaram que após, foi a
mesma modificada para “AUMBANDA” (Um conjunto
das leis de Deus) da antiga Lamúria, portanto a
Umbanda teria raízes ancestrais; enquanto outros
igualmente notáveis autores afirmam que, como na
África “ Umbanda” significa sacerdote, Umbanda é o
sacerdócio, o curador dos males espirituais e físicos,
aquele que guia, que une ao Alto.
ALABANDA
- Ala =Deus e Banda = Todos nós.
AUMBANDA
- Um conjunto das leis de DEUS.
UMBANDA
- Sacerdote
15. No diálogo travado entre um dos presentes e o Caboclo
das Sete Encruzilhadas, ocorrido na casa de Zélio no dia 16
de novembro daquele ano, no qual o primeiro indaga o
segundo sobre o nome do novo culto:
————–
Um dos presentes: “- Qual será o nome desse novo culto?”
Caboclo das Sete Encruzilhadas: “- O novo culto se
chamará Alabanda.”
Como era a primeira vez que ouviam esse nome, um deles
indagou:
Um dos presentes: “- O que que dizer Alabanda?”
Caboclo das Sete Encruzilhadas: “- Alabanda quer dizer
Deus ao nosso lado.”
16. “Umbanda ou Doutrina da Luz é uma palavra de
origem africana que serve para designar uma
forma peculiar de espiritismo religioso”
Roger Feraudy, voltado ao Hinduísmo apresenta
uma definição muito próxima da AUMBANDHÃ,
afirmando que a palavra Umbanda vem:
AUMBRAM – Deus em manifestação – que deu
como corruptela Aumbam, Aumbanda e,
finalmente Umbanda.
17. Seja qual for a origem real do termo, a religião
umbandista teve sua origem no Kardecismo,
mas logo depois começou a receber influência
do culto de nações ou Candomblé, surge o
Sincretismo Religioso ou elementos ou
vertentes formadores da Umbanda.
19. DIFERENÇAS ENTRE UMBANDA, KARDECISMO E CULTO DE NAÇÕES (Candomblé)
Assim como um filho reúne as características de seu pai e de sua mãe, porém, não é igual
a eles, a Umbanda reúne elementos de várias outras religiões, mas é diferente delas.
20. Umbanda e kardecismo:
Semelhanças:
a) são monoteístas, só existe um único Criador;
b) admitem a vida após a morte, bem como a possibilidade de
comunicação entre o plano material e espiritual;
c) acreditam na reencarnação como forma de aprimoramento moral
e espiritual de nossos espíritos;
d) chamam para a proteção de suas casas, legiões de espíritos desencarnados,
que na Umbanda denominamos de Exus, pomba giras e exus mirim;
e no Kardecismo são conhecidos como protetores e guardiões espirituais;
e) Os terreiros de Umbanda têm procurado fazer um trabalho de assistência
à comunidade (creches, asilos, orfanatos... assim como o Kardecismo).
21. Umbanda e kardecismo:
Diferenças:
a) na Umbanda existem altares, cerimônias (casamento, batizado, funeral
(...) rituais, iniciações, e no Kardecismo, não;
b) a Umbanda usa elementos materiais em seus cultos, o Kardecismo, não;
exceto a água fluidificada, cujo magnetismo é ativado, e oferecida para os seus
assistidos tomarem, a fim de absorverem as vibrações regeneradoras;
c) Na Umbanda há sacerdotes ( Pai e Mãe de Santo), que dirigem os terreiros, alguns eleitos,
considerados presidente, através de seus estatutos, e são responsáveis pelo desenvolvimento
da mediunidade de seus filhos de santo; prestam assistência espiritual a eles e aos assistidos, e são os
responsáveis pelo bom, andamento dos seus terreiros.
Ao passo que no Kardecismo, há dirigentes que são eleitos conforme os estatutos dos centros espíritas,
sendo responsáveis pela direção e bom andamento do centro;
22. Umbanda e kardecismo:
Diferenças:
d) O Kardecismo foi codificado por Allan Kardec em seus cinco livros básicos
(O Livro dos espíritos, O evangelho segundo o Espiritismo, O céu e o Inferno,
A Gênese e O Livro dos Médiuns);
Na Umbanda ainda não há consenso sobre uma codificação, lembrando assim
os primeiros cristãos, quando ainda careciam de uma base doutrinária unificada;
e) Nos terreiros de Umbanda são usados uniformes ritualísticos, além de outros
paramentos, e no Kardecismo eles não são usados;
f) Na Umbanda as orações são cantadas, e no Kardecismo as preces são entoadas, como no Catolicismo;
g) na Umbanda os guias de lei dão consultas diretamente aos assistidos, incorporados em seus médiuns, já
no Kardecismo as consultas são feitas por um grupo mediúnico, e depois os resultados são passados aos
assistidos pelos responsáveis pela recepção fraterna;
h) Na Umbanda usa-se música cantada, vibrante, e na maioria dos terreiros ela é ritmada pelos atabaques,
para ajudar a chamar os Orixás e os guias de lei; já no Kardecismo usa-se música suave e nenhum
instrumento de percussão.
23. Umbanda e Cultos de Nações:
Semelhanças:
a) são monoteístas, só existe um único criador;
b) cultuam os sagrados e divinos Orixás;
c) têm altares, cerimônias (casamento, batizado, funeral..)
rituais e iniciações;
d) usam uniformes ritualísticos;
e) oram cantando as suas preces;
f) usam músicas vibrantes, a maioria ao som de atabaques;
g) trabalham com elementos materiais (velas, imagens, fotos, pinturas, terços, guias (...);
h) têm sacerdote, responsáveis pelas suas casas e pela orientação e desenvolvimento religioso de
seus filhos de santo.
24. Umbanda e Cultos de Nações:
Diferenças:
a) A Umbanda cultua em média 14 Orixás, sendo que alguns terreiros
admitem apenas 12 Orixás, e outros trabalham com uma
quantidade ainda menor deles.
No culto de nações (Candomblé) existem mais de 300 Orixás;
b) Os Orixás do culto de nações (Candomblé) foram reanalisados e reinterpretados pela
Umbanda, ou seja, a forma de entender os Orixás e as formas de atuação são diferentes;
c) Na Umbanda não há camarinha ou a necessidade do filho de santo ser isolado para
poder receber todo o axé do seu Orixá de cabeça, como no culto de nações (Candomblé).
Na Umbanda procura-se passar o filho de santo bastante conhecimento, no menor intervalo de
tempo possível, já no Candomblé, leva-se um período de até sete anos para tal;
d) a Umbanda não utiliza comida salgada em suas oferendas, usando somente flores, bebidas,
velas e outros elementos, já o culto de nações (Candomblé) usa comidas salgadas;
25. Umbanda e Cultos de Nações:
Diferenças:
e) Na Umbanda as consultas são feitas pelos guias de lei,
que, incorporados em seus médiuns, dão consultas
diretamente aos assistidos.
No culto de nações ( Candomblé) as consultas são feitas pelo pai ou mãe de santo,
por meio de jogo dos búzios ou ifá, não aceitando a comunicação dos
espíritos (eguns), ou seja, a incorporação dos espíritos é proibida;
f) A Umbanda não sacrifica animais, no culto de nações (Candomblé) há sacrifício.
26. A ESCRAVIDÃO NO BRASIL
Os negros eram vendidos como escravos
na África, sendo capturados nas guerras
entre as diversas nações, ou por
verdadeiras caçadas humanas.
Eram batizados para se retirar deles o
“pecado” de terem seguido uma religião
de culto pagão ou “ diabólica”, e a partir
deste momento, como “católicos” eram
embarcados em navios negreiros,
onde muitos morriam em função
de maus-tratos, doenças, privações,
depressão...
27. A ESCRAVIDÃO NO BRASIL
Como eram capturados em vários “países” diferentes, chegava ao Brasil cada
um falando a língua de sua nação, cultuando suas religiões, cujas divindades
diferiam pelo menos em nome uns dos outros.
28. A ESCRAVIDÃO NO BRASIL
A fim de evitar que eles se unissem e fugissem
das fazendas onde trabalhavam escravizados,
os senhores de escravos procuravam comprar
escravos de nações que se odiassem,
e os colocavam todos juntos, de forma que
o ódio entre eles os distanciasse de um ideal
comum, principalmente do sonho de um dia
poderem se unir para buscar uma vida livre.
29. A ESCRAVIDÃO NO BRASIL
Porém a dor, o sofrimento
coletivo, a necessidade de
sobrevivência, fizeram com
que eles acabassem se unindo,
principalmente no aspecto
religioso, de modo que
decidiram cada um aceitar
a forma de cultuar um do outro.
30. Conforme a região do Brasil, houve predominância de escravos de uma
mesma região africana, que estabeleceram seus cultos, como na África:
assim temos:
Estado: Bahia.
Religião: Candomblé.
Cultura: Nagô.
Língua: Yorubá.
Divindade: Orixá.
Deus: Olorum ou
Olodumare.
31. Conforme a região do Brasil, houve predominância de escravos de uma
mesma região africana, que estabeleceram seus cultos, como na África:
assim temos:
Estado:Maranhão.
Religião: Tambor de Mina.
Cultura: Jêje.
Língua: Fon.
Divindade: Vodum.
Deus: Manu.
32. Conforme a região do Brasil, houve predominância de escravos de uma
mesma região africana, que estabeleceram seus cultos, como na África:
assim temos:
Estado: Rio de janeiro.
Religião: Macumba.
Cultura: Angola.
Língua: Quimbundo.
Divindade: Inquice.
Deus: Zambi.
Na cultura Congo,
tínhamos o Deus
Zampiapungo.
33. O ritual que prevaleceu entre os
afros- brasileiro foi o nagô, que para cá vieram
em maior quantidade, daí o nome Orixá ser
mais conhecido; porem, vodum
e inquice são seus sinônimos.
No culto de nações (Candomblé)
é proibida a vinda de espíritos
desencarnados no “chão dos Orixás” que
são afastados logo no início dos trabalhos.
No culto de nações estes espíritos
são chamados de eguns, e na Umbanda,
nós os chamamos de guias de lei de
Umbanda (são os nossos queridos
caboclos, pretos velhos, baianos,
boiadeiros, marinheiros, erês, exus de lei,
pomba giras de lei, exus mirins de lei,
pomba giras de lei, pomba giras mirins de lei.
34. Na Umbanda:
Eguns - são espíritos não bem-vindos e
vagantes;
Quiumbas são espíritos conscientes de seu
estado de desencarnados, que querem fazer o
mal e se vingar.
Já no culto de nações:
Egum – espírito, na língua yoruba (cultura
nagô)
Quiumba - espírito, na língua quimbundo
(Cultura Angola)
Nas senzalas, os senhores de engenho
colocavam imagens de santos católicos para
que os escravos as cultuassem, e não mais
venerassem as suas divindades, como na
África.
Egum – Quiumbas ( Umbanda)
Egum – Quiumbas (Candoblé)
35. Com o tempo os escravos perceberam que havia características semelhantes entre alguns santos
católicos e os Orixás; por exemplo, Oxalá e Jesus, cujo sentimento de intensa fé irradia em todos
que a eles se ligam, por isso fizeram a associação (Sincretismo), ou seja, aos olhos do senhor de
engenho, a imagem era a de Jesus, porém, aos olhos dos escravos, era a de Oxalá. Com isto, nos
terreiros de Umbanda, até hoje temos em nossos congas (altares) a imagem de Oxalá, o regente
masculino do trono da fé.
36. Para ressaltar ainda mais esta associação de
idéias, os escravos faziam um cerimonial, em
que um deles incorporava um Orixá, por
exemplo, Oxalá, e no meio da noite* escura
saia incorporado, trazendo uma pequena
pedra (“otá”), que era então consagrada pelo
Orixá, escondida numa pequena cavidade
aberta embaixo da imagem do santo católico (
aqui nesse caso, na de Jesus), e tampada com
madeira e cera de abelha.
A partir deste momento, os escravos
reverenciavam a pequena pedra (“Otá” ), que
os remetia a Oxalá.
37. Com o tempo, os senhores de engenho
descobriram o artifício, e daí surgiu o “santo
de pau oco”, com o qual os portugueses
mandavam dinheiro, ouro e jóias ilegais ( sem
pagar impostos) para Portugal, dentro das
imagens de santos católicos esculpidos em
madeira, com a cavidade aberta debaixo da
imagem, tampada com madeira e cara de
abelha.
38. A religião Umbandista
Religião vem do lati religio, religionis,
significando o conjunto de crenças,
de dogmas (ponto fundamental e
indiscutível numa religião). Religião é a
nossa religação com o Criador. Quando
estamos afastados de uma religião,
sentimos um grande vazio em nossas
vidas, ficamos desmotivados, deprimidos,
colocando grande ênfase em coisas que
não nos levam a nada; daí vem os vícios,
as brigas com os filhos, desentendimento
em família, separações, drogas (que se
fossem boas não teria este nome).
39. Umbanda e as Religiões mentalistas.
Religiões mentalistas são aquelas que pregam a devoção às suas divindades
apenas pelo uso da mente, abolindo e proibindo qualquer forma de culto em
que sejam usados elementos materiais (velas, imagens, pinturas, terços,
guias..), Jesus de Nazaré é um exemplo a ser seguido por qualquer um de nós,
mas assim como cristo é o filho de Deus, todos nós também somos.
Não foi Jesus quem disse: “vós sois Deuses? (Salmos, 82;6). Ele disse também:
“ Os milagres que hoje faço, vocês também poderão fazer, mais e melhor, desde
que tenham fé.”
( João, 14:12)
Fim do 1º Módulo