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NOME: DARLENE GONÇALVES TEIXEIRA 
PROFESSORA: ADRIANA BARROS 
SERIE: 2º ANO A Nº: 09 DATA: 11/08/2014
No plano do debate político é frequente a oposição de modelos alternativos de 
cuidados de saúde apresentadas como capazes de superar os problemas de sustentabilidade 
financeira, de eficiência e de equidade e qualidade do sistema. Este tipo de mudanças políticas 
é descrito como mudanças big bang que, alterando a equação que define as responsabilidades 
públicas no financiamento, propriedade e prestação dos cuidados de saúde, solucionariam os 
principais pontos críticos. 
Porém, o peso da dependência de percurso (Pierson, 1995) e os custos de transição 
contribuem para que a mudança nas políticas tenda a ser feita dentro do modelo existente em 
cada país, assentando em políticas incrementais. Por outro lado, o trabalho comparativo de 
sistemas de saúde desenvolvido pelas organizações internacionais contribuiu não só para que as 
decisões políticas sejam mais baseadas em evidências e opções concretizáveis, como para a 
crescente convicção de que não existe um modelo de sistema de saúde isento de problemas de 
sustentabilidade, equidade ou qualidade, capaz de que superar os desafios com que os diversos 
países se deparam.
No entanto, esta mudança não parece ter ocorrido no debate público. As tensões no debate 
político muitas vezes decorrem no plano da discussão em torno de modelos teóricos 
alternativos e não no plano das escolhas políticas possíveis nos quadros institucionais e políticos 
existentes. Estas disputas, que pela sua natureza tendem a ser extremadas, diminuem o espaço 
para a produção de consensos, ao mesmo tempo que retiram legitimidade ao sistema (sob 
crítica) e às próprias mudanças (que, incrementais, nunca correspondem na totalidade às 
expectativas criadas). 
O contraste entre os termos do debate político e as possibilidades reais de reforma, que aliás 
poderia constituir, por si, um obstáculo a superar (embora de tipo diferente dos acima 
desenvolvidos) é mais um elemento demonstrativo da importância do estudo e da investigação 
em políticas públicas. Para uma compreensão complexo, convido ler este deste, é uma reflexão 
feito pelo Dr. Dráuzio Varella
REFLEXÕES SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 
Dráuzio Varella 
Os saudosistas que me desculpem, mas a Saúde Pública no país melhorou muito. Antes que 
você, leitor, fique revoltado, vou contar um caso pessoal. 
Em 1950, um dia, acordei com os olhos inchados. Aos seis anos de idade, foi minha primeira 
visita ao pediatra. Morávamos no Brás, povoado por imigrantes italianos, portugueses, 
espanhóis e árabes que fugiam da fome e das guerras, atraídos pelas fábricas espalhadas pelo 
bairro cinzento. 
Criar filhos sem pediatra não era privilégio do Brás, mas a dura realidade dos bairros operários. 
Quando ouço louvarem o tempo dos médicos de família que visitavam doentes em casa e 
tomavam cafezinho na sala, imagino que deve ter sido ótimo para as famílias com poder 
aquisitivo para pagá-los. No lugar em que nasci, quando aparecia um homem com maleta de 
médico no portão das casas coletivas, a molecada na rua sabia que alguém estava à beira da 
morte.
Se assim era a vida a quinze minutos da Praça de Sé, numa época em que apenas 30% dos 
brasileiros moravam nas cidades, como seria a assistência médica nos confins do mundo rural? 
O Brasil de hoje é outro. A população mais do que triplicou e migrou para o espaço urbano. 
Apesar de tudo, a assistência médica se disseminou pelo país. Precária, perdulária, desigual, mal 
organizada, alvo de manipulação a serviço de interesses políticos e de administradores 
corruptos, dirá você. Concordo, mas jamais tantos tiveram acesso a ela. 
Até em pontos distantes do território e em cidades com milhões de habitantes, a maioria das 
mães consegue levar os filhos ao médico. Muitas vezes, precisam acordar de madrugada e 
esperar horas pelo atendimento, mas eles não passam a infância sem pediatra, como antes. 
Mesmo os hospitais públicos, em grande parte administrados precariamente, apresentam ilhas 
de excelência em alguns serviços oferecidos a pessoas que jamais poderiam sonhar em pagar 
por eles.
O Programa de Vacinações, por exemplo, é um dos maiores programas gratuitos do mundo; 
cobre a quase totalidade de nossas crianças e se torna cada vez mais completo. Estamos bem 
perto de vacinar 100% dos que nascerem no país. 
Nosso Programa de Tratamento da Aids é referência mundial. A distribuição gratuita de antivirais 
mudou o panorama da doença não apenas no Brasil, mas serve de modelo para os países 
africanos e asiáticos mais assolados pela epidemia. 
Em contrapartida, por que continuamos a ver hospitais sucateados, filas enormes às portas de 
prontos-socorros, macas nos corredores, mau atendimento e desrespeito aos usuários?
Em parte, por um mal entendido que persiste há mais de meio século: o de que hospitais e 
unidades de saúde devem ser administrados pelo Estado. A administração pública é antes de 
tudo burocrática e incompetente – para não dizer corrupta -; de fato, é obrigação do Estado 
oferecer serviços de saúde aos que não podem pagar por eles (e somente a eles), mas não a de 
geri-los. Instituições sem fins lucrativos como as Santas Casas, espalhadas pelo país há séculos, 
representam modelos alternativos de gestão comprovadamente mais ágil e que atende melhor 
às necessidades dos usuários e também porque políticas públicas de saúde destinadas apenas à 
população de baixa renda sempre funcionam precariamente. 
Por que motivo os programas de vacinação e de tratamento da Aids deram certo? Porque 
servem a pobres e ricos. Quando faltam antivirais ou vacinas no Posto de Atendimento, as 
pessoas gritam e os jornais noticiam. 
Quando faltam anticoncepcionais ou quando é negado o acesso a vasectomias e laqueaduras a 
mulheres e homens que têm o direito a elas garantido por lei, ignomínia social que condena 
gente pobre à miséria irreversível, quem noticia? Quem abre processo contra as autoridades 
que não cumprem a lei?
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  • 1. NOME: DARLENE GONÇALVES TEIXEIRA PROFESSORA: ADRIANA BARROS SERIE: 2º ANO A Nº: 09 DATA: 11/08/2014
  • 2.
  • 3. No plano do debate político é frequente a oposição de modelos alternativos de cuidados de saúde apresentadas como capazes de superar os problemas de sustentabilidade financeira, de eficiência e de equidade e qualidade do sistema. Este tipo de mudanças políticas é descrito como mudanças big bang que, alterando a equação que define as responsabilidades públicas no financiamento, propriedade e prestação dos cuidados de saúde, solucionariam os principais pontos críticos. Porém, o peso da dependência de percurso (Pierson, 1995) e os custos de transição contribuem para que a mudança nas políticas tenda a ser feita dentro do modelo existente em cada país, assentando em políticas incrementais. Por outro lado, o trabalho comparativo de sistemas de saúde desenvolvido pelas organizações internacionais contribuiu não só para que as decisões políticas sejam mais baseadas em evidências e opções concretizáveis, como para a crescente convicção de que não existe um modelo de sistema de saúde isento de problemas de sustentabilidade, equidade ou qualidade, capaz de que superar os desafios com que os diversos países se deparam.
  • 4. No entanto, esta mudança não parece ter ocorrido no debate público. As tensões no debate político muitas vezes decorrem no plano da discussão em torno de modelos teóricos alternativos e não no plano das escolhas políticas possíveis nos quadros institucionais e políticos existentes. Estas disputas, que pela sua natureza tendem a ser extremadas, diminuem o espaço para a produção de consensos, ao mesmo tempo que retiram legitimidade ao sistema (sob crítica) e às próprias mudanças (que, incrementais, nunca correspondem na totalidade às expectativas criadas). O contraste entre os termos do debate político e as possibilidades reais de reforma, que aliás poderia constituir, por si, um obstáculo a superar (embora de tipo diferente dos acima desenvolvidos) é mais um elemento demonstrativo da importância do estudo e da investigação em políticas públicas. Para uma compreensão complexo, convido ler este deste, é uma reflexão feito pelo Dr. Dráuzio Varella
  • 5. REFLEXÕES SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE Dráuzio Varella Os saudosistas que me desculpem, mas a Saúde Pública no país melhorou muito. Antes que você, leitor, fique revoltado, vou contar um caso pessoal. Em 1950, um dia, acordei com os olhos inchados. Aos seis anos de idade, foi minha primeira visita ao pediatra. Morávamos no Brás, povoado por imigrantes italianos, portugueses, espanhóis e árabes que fugiam da fome e das guerras, atraídos pelas fábricas espalhadas pelo bairro cinzento. Criar filhos sem pediatra não era privilégio do Brás, mas a dura realidade dos bairros operários. Quando ouço louvarem o tempo dos médicos de família que visitavam doentes em casa e tomavam cafezinho na sala, imagino que deve ter sido ótimo para as famílias com poder aquisitivo para pagá-los. No lugar em que nasci, quando aparecia um homem com maleta de médico no portão das casas coletivas, a molecada na rua sabia que alguém estava à beira da morte.
  • 6. Se assim era a vida a quinze minutos da Praça de Sé, numa época em que apenas 30% dos brasileiros moravam nas cidades, como seria a assistência médica nos confins do mundo rural? O Brasil de hoje é outro. A população mais do que triplicou e migrou para o espaço urbano. Apesar de tudo, a assistência médica se disseminou pelo país. Precária, perdulária, desigual, mal organizada, alvo de manipulação a serviço de interesses políticos e de administradores corruptos, dirá você. Concordo, mas jamais tantos tiveram acesso a ela. Até em pontos distantes do território e em cidades com milhões de habitantes, a maioria das mães consegue levar os filhos ao médico. Muitas vezes, precisam acordar de madrugada e esperar horas pelo atendimento, mas eles não passam a infância sem pediatra, como antes. Mesmo os hospitais públicos, em grande parte administrados precariamente, apresentam ilhas de excelência em alguns serviços oferecidos a pessoas que jamais poderiam sonhar em pagar por eles.
  • 7. O Programa de Vacinações, por exemplo, é um dos maiores programas gratuitos do mundo; cobre a quase totalidade de nossas crianças e se torna cada vez mais completo. Estamos bem perto de vacinar 100% dos que nascerem no país. Nosso Programa de Tratamento da Aids é referência mundial. A distribuição gratuita de antivirais mudou o panorama da doença não apenas no Brasil, mas serve de modelo para os países africanos e asiáticos mais assolados pela epidemia. Em contrapartida, por que continuamos a ver hospitais sucateados, filas enormes às portas de prontos-socorros, macas nos corredores, mau atendimento e desrespeito aos usuários?
  • 8. Em parte, por um mal entendido que persiste há mais de meio século: o de que hospitais e unidades de saúde devem ser administrados pelo Estado. A administração pública é antes de tudo burocrática e incompetente – para não dizer corrupta -; de fato, é obrigação do Estado oferecer serviços de saúde aos que não podem pagar por eles (e somente a eles), mas não a de geri-los. Instituições sem fins lucrativos como as Santas Casas, espalhadas pelo país há séculos, representam modelos alternativos de gestão comprovadamente mais ágil e que atende melhor às necessidades dos usuários e também porque políticas públicas de saúde destinadas apenas à população de baixa renda sempre funcionam precariamente. Por que motivo os programas de vacinação e de tratamento da Aids deram certo? Porque servem a pobres e ricos. Quando faltam antivirais ou vacinas no Posto de Atendimento, as pessoas gritam e os jornais noticiam. Quando faltam anticoncepcionais ou quando é negado o acesso a vasectomias e laqueaduras a mulheres e homens que têm o direito a elas garantido por lei, ignomínia social que condena gente pobre à miséria irreversível, quem noticia? Quem abre processo contra as autoridades que não cumprem a lei?