1. GADO DE CORTE
Bubalinocultura
presente na região do
Vale do Ribeira - SP
O crescente interesse dos bubalinocultores, aliado ao aumento dos
rebanhos, fez com que a espécie bubalina tornasse uma fonte viável de
produção de proteínas de origem animal. Isto devido à fácil adaptação dos
búfalos a diferentes regiões do mundo. A população bubalina mundial
cresceu 21,4% nos últimos dez anos e,
atualmente, é estimada em aproximadamente 195 milhões de cabeças, das
quais 113 milhões encontram-se na
Índia. No Brasil, no mesmo período, a
população bubalina aumentou 12,4%,
o que demonstra a adaptabilidade da
espécie às nossas condições e as pos-
Acima - Novilhas Búfalo
Ao lado - Pasto rotacionado
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NOTICIÁRIOTORTUGA
sibilidades futuras da bubalinocultura
como atividade emergente no país.
Estima-se que o rebanho nacional
seja constituído por três milhões de animais e que parte desses búfalos, aproximadamente 23 mil cabeças, encontra-se
no Vale do Ribeira, o maior rebanho
bubalino do estado de São Paulo.
A eficiência da espécie em nosso
meio tem sido demonstrada por diversos grupos de pesquisa e, em diferentes sistemas de criação, o búfalo
tem apresentado ótimo desempenho.
Além disso, a aceitação da carne dessa espécie pelo mercado consumidor
está aumentando, e o leite de búfala
desperta interesse nos laticínios.
Somente na região do Vale do Ribeira existem três laticínios especializados em derivados lácteos de búfala,
que pagam, em média, R$ 1,50 pelo
litro de leite. Nessa região, a produção de leite de búfala destaca-se como
uma das principais atividades.
No Km 435 da Rodovia Régis Bittencourt (BR 116), no município de
Registro, fica a sede da Unidade de
Pesquisa e Desenvolvimento (UPD),
da Agência Paulista de Tecnologia
dos Agronegócios (APTA). Com uma
área de 380 ha, a fazenda atua no desenvolvimento de pesquisas e tecno-
Suplementação mineral de recria
logias aplicadas à bubalinocultura.
Essa UPD, intitulada até o ano de
2002 como Estação Experimental de
Zootecnia, é a única unidade de pesquisa do país voltada exclusivamente
para a espécie bubalina. Essa unidade
possui atualmente um rebanho com
115 cabeças de búfalos, destinado a
pesquisas científicas.
Dentre os estudos conduzidos na
UPD, destaca-se o “Projeto de Nutrição, Controle Produtivo, Sanitário
e Reprodutivo de Búfalas Leiteiras”,
que apresenta como um dos objetivos
aumentar a produtividade do rebanho
destinado à pesquisa e, desta forma,
servir como modelo de produção para
a região do Vale do Ribeira. Por meio
deste projeto, que teve início no ano
de 2007, foi possível aumentar em
26,5% a produção média de leite; em
20,3% o período de lactação; e em
11,1% a produção total de leite por
búfala em lactação.
Atualmente, a UPD de Registro
possui 25 búfalas submetidas a uma
ordenha diária, com produção total
de 145 litros/dia, mantidas em pi-
Vacas Búfalo em lactação
quetes rotacionados de Brachiaria
Brizantha Xaraés. Diariamente, após
as ordenhas, as fêmeas em lactação
recebem suplementação de volumoso
(cana-de-açúcar triturada) mais ração
comercial (energético/proteica) e mineral (Novo Bovigold® Tortuga). As
búfalas são ordenhadas com o bezerro ao pé, os quais, após a ordenha de
suas mães, também recebem a mesma
suplementação de volumoso, mais ração comercial e mineral (Fosbovinho
Proteico ADE® Tortuga). Com relação
aos animais desmamados, estes são
mantidos em piquetes rotacionados de
Brachiária Brizantha MG5 e recebem
suplementação mineral ad libitum
(Bovipasto® Tortuga).
Na UPD, durante todos os meses do ano, realiza-se a Inseminação
Artificial em Tempo Fixo (IATF) em
cem por cento das búfalas do rebanho,
adultas e novilhas. O procedimento é
realizado por no máximo três vezes
e, após isso, é utilizado um touro
PO para fazer o repasse das búfalas
que porventura continuarem vazias.
Como a taxa de prenhez por meio da
ESTIMA-SE QUE O REBANHO NACIONAL SEJA
CONSTITUÍDO POR TRÊS MILHÕES DE ANIMAIS E
QUE PARTE DESSES BÚFALOS, APROXIMADAMENTE
23 MIL CABEÇAS, ENCONTRA-SE NO VALE DO RIBEIRA,
O MAIOR REBANHO BUBALINO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
IATF é de 50% em média, ao final de
três inseminações, obtém-se 87,5% de
prenhez, restando então, no máximo,
12,5% de fêmeas não gestantes para o
repasse do touro. Os produtos oriundos dos acasalamentos são todos registrados. Destes, as fêmeas são mantidas no rebanho para reposição e os
machos são vendidos para criadores
da região. Alguns criadores relatam
que compram estes animais, pois sabem que a genética é boa.
Nesta Unidade de Pesquisa da
APTA, entre os anos de 2007 e 2012,
foram gerados mais de 60 artigos
oriundos de estudos desenvolvidos
em colaboração com universidades,
centros de pesquisa nacionais e internacionais, e com a iniciativa privada.
Além disso, a Associação Brasileira
de Criadores de Búfalos (ABCB), e a
Associação de Criadores de Búfalos do
Vale do Ribeira (ACRIBUVAR) estão
empenhadas em colaborar com a administração da UPD para a implantação
de melhorias que possam torná-la Unidade Modelo e Difusora de Tecnologia
para a região e o restante do país.
NÉLCIO ANTÔNIO TONIZZA DE CARVALHO
Médico Veterinário - CRMV-SP 10975
Pesquisador da APTA Vale do Ribeira
DIOGO CASAGRANDE
Médico Veterinário - CRMV/MG 7358
Supervisor de Vendas da Tortuga-SP
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