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Tecnologia,Tecnologia,
Educação eEducação e
SaúdeSaúde
Introdução às práticas
docentes em saúde coletiva
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
TecnologiaTecnologia
Qual é a função da tecnologia?Qual é a função da tecnologia?
O desenvolvimento socialO desenvolvimento social
prescinde da tecnologia?prescinde da tecnologia?
Ou seja, há desenvolvimento socialOu seja, há desenvolvimento social
sem tecnologia?sem tecnologia?
O que é ?O que é ?1.
2.
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Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
São ferramentas neutras que podem utilizar-se para fazer o bem ou mal ou algo
intermediário entre ambos..
Sua função é contribuir para o desenvolvimento social e bem-estar da humanidade
(vide as inovações nos campos da medicina diagnóstica, farmacêutica,
aeroespacial, automobilística etc.
TecnologiaTecnologia
São fruto do conhecimento científico e, por isso seguem uma lógica funcional
científica /autônoma como a matemática.
a) É a tecnologia neutra ou carregada de valores?
b) Pode o efeito da tecnologia ser humanamente controlado, ou ela
opera de acordo com sua própria lógica autônoma?
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Não há algo como a tecnologia em si, com uma lógica funcional
autônoma, descolada do plano social.
A tecnologia é um elemento de disputa de poder pelo capital (Ao
mesmo tempo em que a tecnologia se universaliza e toma contato
com a vida diária dos indivíduos, ela se concentra, numa proporção
inversa, como propriedade de grandes grupos econômicos.
Não há tecnologia neutra.
TecnologiaTecnologia
Ideias - forçaIdeias - força
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Hoje se discute que o produto do trabalho não é só uma “coisa”, já que quem
a produziu foi um ser humano.
Quem está por traz da tecnologia? Quais os valores que estão por traz da
racionalidade tecnológica?.
A racionalidade da tecnologia enfoca o produto
TecnologiaTecnologia
controlecontrole Produção
de sentidos
tecnologia como racionalidade
instrumental em seu trânsito no mundo
do poder, do mercado e da democracia.
tecnologia como racionalidade
instrumental em seu trânsito no mundo
do poder, do mercado e da democracia.
Quais são códigos sociotécnicos ocultos na racionalidade funcional da
técnica?
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
intelectualistaintelectualista
2 visões2 visões
artefatualartefatual
concebe as tecnologias como simples
ferramentas ou artefatos construídos
para realizar tarefas, tendo tanto
origem no conhecimento técnico
empírico (artefatos artesanais), como
no científico (artefatos industriais).
A utilidade é o principal valor
tecnológico
A tecnologia é entendida apenas como
ciência aplicada. Assim sendo, é um
conhecimento prático que se deriva
diretamente da ciência, sendo esta
entendida como conhecimento teórico
Por conseguinte, é a partir das teorias
científicas que se derivam as
tecnologias, ainda que possam existir
teorias que não gerem tecnologias.
qualquer consideração sobre
os condicionamentos sociais do
desenvolvimento tecnológico e sobre as
alternativas que envolvem sua prática
ficam fora de questão
GONZÁLEZ GARCÍA, M; LÓPEZ CEREZO, J.A; LUJÁN, J.
Ciencia, tecnología y sociedad: Una introducción al estudio
social de la ciencia y la tecnología. Madrid: Tecnos, 1996.
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Sua questão central foi interpretar filosoficamente a tecnologia -
mais do que como um problema ético ou de validade ou verdade
(epistemológica) científica – e sim, como encarnação de
diferentes formas da vida social (culturas, subjetividades, opções
econômicas).
A Escola de FrankfurtA Escola de Frankfurt
Martin Heidegger (1889 – 1976)
Heidegger que, por meio da reflexão sobre a técnica na
contemporaneidade, resgata a dimensão essencial do ser expressa
na linguagem.
Pensar a essência da técnica implica a recusa à sua
determinação instrumental.
1923
Teoria Crítica da SociedadeTeoria Crítica da Sociedade
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Construindo uma visão crítica sobre a téchneConstruindo uma visão crítica sobre a téchne
Jürgen Habermas - 1929 Propõe um salto paradigmático da filosofia
da consciência para a racionalidade comunicativa
Seu principal eixo de discussão é a crítica ao tecnicismo e cientificismo
que, ao seu ver, reduziam todo o conhecimento humano ao domínio da
técnica e do modelo das ciências empíricas.
A teoria da ação comunicativa – a linguagem serve como garantia de democracia
A democracia, uma vez que a própria democracia pressupõe a compreensão de
interesses mútuos e alcance de consensos.
Aposta em sujeitos capazes de compartilhar, pela linguagem, de um universo
simbólico comum e interagir, buscando construir um conhecimento crítico pautado na
argumentação,se, contudo, seguir rígidos domínios científicos.
Destacam-se 3 ideias fundamentais:
Uso de regras semânticas compreensíveis (correção normativa).
Veracidade – totalidade dos fatos que podem ser verificados.
Autenticidade / sinceridade – subjetividade do locutor
1.1.
2.2.
3.3.
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
instrumentalista
determinista
substantivista
crítica da tecnologia
... quando age sobre o Outro a tecnologia nunca é
puramente técnica, sendo imediatamente prática, ética e
política
vertentes
A nova sociologia da tecnologia não oferecia uma metodologia
frutífera e argumentos fortes contra o determinismo tecnológico
que poderiam ser empregados para apoiar a ideia de mudança
democrática na esfera técnica
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
instrumentalismoinstrumentalismo
Visão moderna otimista da tecnologia
baseada no padrão da fé liberal: trajetória
única de progresso e de conhecimento
ascendente; monismo ou unitarismo
tecnológico. A tecnologia é ferramenta
para realizar necessidades.
determinismodeterminismo
Modernização: conhecimento do mundo
natural que serve ao homem para adaptar
a natureza. Tecnologia como força motriz
da história.
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
eficácia
é o modelo de fazer
ciência e tecnologia
orientadas por
valores do mercado
Bem-estar social
Modelo linear da inovação
Privilegia o uso da tecnologia aos processos de concepção
Divisão entre teoria e prática (Teoria como conhecimento puro)
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
instrumentalismoinstrumentalismo determinismodeterminismo
Regime utilitário
(mercado)
Regime cognitivo
(acadêmico)
Regime normativo
(Estado)
Regime de trânsito
(pesquisador)
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Regime utilitário
(mercado)
Regime cognitivo
(acadêmico)
Regime normativo
(Estado)
Regime de trânsito
(pesquisador)
O regime de regulação mercatório ou
utilitário adota a forma histórica do
mercado capitalista dominante – e
assim exclui as demais de base
societária ou comunitária. Opera como
arena de disputa da melhor tecnologia
e elimina todas as tecnologias
(sociais) não-capitalistas geradas
pelos demais sujeitos de saberes e
conhecimento.
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Regime utilitário
(mercado)
Regime cognitivo
(acadêmico)
Regime normativo
(Estado)
Regime de trânsito
(pesquisador)
O regime cognitivo das trocas entre
Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS)
opera com a regra de exclusão de
conhecimentos e saberes que não se
conformam à metafísica matemática e
ao racionalismo-empirismo. Outros
conhecimentos e saberes são
reticulados ou absorvidos seletivamente,
o que, vale dizer, hierarquizados com
essa linha de corte.
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Regime utilitário
(mercado)
Regime cognitivo
(acadêmico)
Regime normativo
(Estado)
Regime de trânsito
(pesquisador)
O regime das normas técnicas é o aparelho
estatal que sanciona a melhor tecnologia ao
regulamentar as normas e padrões de uso
da sociedade. Ao proceder assim, o Estado –
tal como fazia no passado, ao utilizar a
metafísica da Religião, - sanciona o
imprimatur nos medicamentos, alimentos,
matérias-primas, máquinas e técnicas.
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
Regime utilitário
(mercado)
Regime cognitivo
(acadêmico)
Regime normativo
(Estado)
Regime de trânsito
(pesquisador)
Mas conhecimentos e saberes não andam
sozinhos pela sociedade. Estão encarnados
nos pesquisadores. Os sujeitos sociais populares
de senso comum – à sua maneira – geram
conhecimento interativo e aplicado. Ambos
interagem por meio do meu/nosso trânsito na
sociedade. Quando atuo em diferentes
instituições, movimentos, demandas e exigências,
dialogo com o conhecimento e saberes de senso
comum. Este trânsito tem um regime
regulamentado cuja linha de corte é o código
profissional que impede a livre troca entre saber
popular e conhecimento sancionado pelo
imprimatur.
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
A teoria crítica de Fermberg
Vê a tecnologia enquanto construção
social que é profundamente permeada
por contradições na medida em que sua
prática não prescinde da ação social e de
uma política de conhecimento e saberes
tácitos ou implícitos pré-existentes no
cotidiano das pessoas, classes e
instituições.
produção
difusãoconsumo
interesses
processo socialmente condicionado e, por sua vez, condicionante”
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Toda opção tecnológica é também política, mas na maioria das ve-
o político permanece impensado. Assim, as implicações políticas
das opções tecnológicas são, com frequência, obscurecidas por
discursos, práticas e decisões que se apresentam fundadas em
em razões “estritamente técnicas”; como se tais opções fossem
feitas em função não do que é político, mas de necessidades “tecno-lógicas” (SANTOS, 2008, p.24).
caráter social da tecnologia
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
Disputa de poder
pelo capital
No atual contexto socioeconômico, os experts dos sistemas técnicos, os líderes militares e
corporativos, físicos e engenheiros, têm um enorme controle sobre o desenvolvimento urbano,
os sistemas de transportes, as formas de moradia, e a escolha de novas configurações
tecnológicas.
Sendo um poder, a tecnologia se insere de forma ambivalente
no atual contexto sócio-histórico. Ao mesmo tempo em que a
tecnologia se universaliza e toma contato com a vida diária dos
indivíduos, ela se concentra, numa proporção inversa, como
propriedade de grandes grupos econômicos. É nesse sentido
que Feenberg (1991; 2002) acrescenta que não basta somente
democratizar o uso das tecnologias (o que é significativo
devido às transformações que elas provocam), mas, também,
é preciso discutir a sua formatação, o seu design.
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
O próprio design da tecnologia deve ser objeto de análise, foco
da
discussão. O design tecnológico é inerentemente político (o porquê de
certas
escolhas serem feitas em detrimento de outras diz respeito a esse aspecto
sociopolítico). Por conseguinte, a coação observada na escolha do design não é fruto de uma suposta
“essência” da tecnologia, mas pode ser explicada pelo controle hegemônico do design por atores privilegiados.
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
A forma dominante da racionalidade tecnológica não é nem uma ideologia (uma expressão
discursiva dos interesses de classe), nem uma reflexão neutra das leis naturais. Ao invés
disso, fica na intersecção entre ideologia e a técnica em que as duas juntas controlam os
seres humanos e os recursos de acordo com que eu chamarei de ‘códigos técnicos’. A
teoria crítica mostra como estes códigos sedimentam invisivelmente valores e interesses
nas regras e procedimentos, instrumentos e artefatos que tornam rotineira a busca do poder
e de vantagens por uma hegemonia dominante.” ( FEENBERG, 2002, p. 14)
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
O que pode “deter” o desenvolvimentoO que pode “deter” o desenvolvimento
tecnológico?tecnológico?
O desenvolvimento tecnológico se apresenta delimitado pelos hábitos
culturais enraizados na economia, na ideologia, na religião e na tradição.
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Não há algo como a tecnologia em si, com uma lógica funcional autônoma, descolada do plano
social. Acreditar que a relação que a tecnologia guarda com a sociedade diz respeito apenas
a sua aplicabilidade, aos seus efeitos ou propósitos, é reafirmar esse tipo de visão determinista,
em que a tecnologia pode ser compreendida sem nenhuma referência à sociedade. Assim, a
tecnologia poderia se assemelhar à matemática por sua própria independência intrínseca do
mundo social. No entanto, ao contrário da matemática, a tecnologia constitui-se por meio de
relações complexas dos homens entre si e com a natureza, relações que podem ter
interferências significativas nos âmbitos social e ambiental (FEENBERG, 1991).
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
Para qualquer problema dado, pode haver uma multiplicidade de
soluções factíveis, sendo os atores sociais os responsáveis pela decisão
final acerca de qual será tomada. Quando existe mais de uma solução
técnica para um problema, a escolha por uma delas incorpora elementos
políticos, culturais, estéticos e valorativos, fazendo com que as
implicações políticas da escolha passem a ser incorporadas na tecnologia
que dela resulta.
Nesse sentido, a tecnologia não pode ser removida do seu contexto de relação com a sociedade e, portanto,
não pode ser concebida como um ente neutro. Reflete, então, não só os valores sociais, mas, também, as
contradições dessa sociedade que a engendra (BAUMGARTEN, 2006a). Sendo assim, a tecnologia será sempre
um resultado complexo de escolhas efetuadas por sujeitos sociais em condições concretas.
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
do século VI a.C. ao século VI d.C.
do século I ao século VII
razão e fé
do século XIV ao século XVI
do século XVII a meados
do século XVIII
do século VIII ao século XIV
Domínio da igreja romana (primeiras
escolas / universidades - Escolástica)
Aristóteles, Platão, Santo Agostinho
patrística grega (ligada à
Igreja de Bizâncio)
patrística latina
(ligada à Igreja de Roma)
A efervescência teórica e prática
foi alimentada com as grandes
descobertas marítimas visão
crítica da própria sociedade
Criticas à Igreja Romana Reforma Protestante
Inquisição
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
tradicional
abarca correntes pedagógicas formuladas desde a antiguidade,
tendo uma visão essencialista do homem. No século XVIII, marca
sua influência no movimento iluminista, com o objetivo de
universalizar o acesso ao conhecimento
Revolução da burquesia - defendeu a transmissão dos conteúdos cognitivos pelo
professor (figura central), tendo no aluno uma figura disciplinada, receptora dos
conhecimentos (memorização). Nesse sentido, a Pedagogia Tradicional entendia
como marginalizado o indivíduo ignorante.
nova
A ideologia do Movimento Escolanovista (séc. XIX), a educação está
centrada no aluno e a escola como espaço de respeito à individualidade, à
atividade espontânea e às necessidades da vida cotidiana dos indivíduos.
O eixo pedagógico desloca-se [...] do intelecto para as vivências; do lógico
para o psicológico; dos conteúdos para os métodos; do professor para o
aluno; do esforço para o interesse; da disciplina para a espontaneidade; da
direção do professor para a iniciativa do aluno; da quantidade para a
qualidade; de uma pedagogia de inspiração filosófica centrada na ciência
da lógica para uma pedagogia de inspiração experimental baseada na
biologia e na psicologia (SAVIANI, 2008a, p. 168).
Concepções pedagógicasConcepções pedagógicas
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Concepções pedagógicasConcepções pedagógicas
produtivista
postula que a educação é um bem de produção, com papel decisivo no
desenvolvimento econômico e que se traduziu no Brasil sob a forma de
pedagogia tecnicista a partir da década de 1950. . Refluiu a partir da década
de 1980, mas tomou novas nuances na década de 1990, quando “[...] a
organização do ensino tendeu a se pautar dominantemente pelo cognitivismo
construtivista” (SAVIANI, 2008a, p. 168).
Nessa visão o conhecimento é utilitário, o professor e o aluno tomam caráter
secundário, visto que o importante é aprender a fazer, da maneira tecnicamente mais
eficiente
Paulo Freire, que propõe uma pedagogia centrada na
vida do sujeito, aprendendo com suas experiências e
sendo responsável por guiar seu próprio destino
crítica
contra-hegemônica
especialmente o construtivismo, se apresentam nesse cenário
de 1980 como propostas pretensamente críticas de educação,
por incorporar ao discurso referências ideológicas que davam
uma imagem progressista. Na década de 1990 assistimos o
avanço do discurso neoliberal e pós-moderno, incorporado pelas
pedagogias do “aprender a aprender”
construtivista
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Grande Racionalismo
Clássico
Homem do
Conhecimento
A razão deixa de submeter-se a
dogmas religiosos ou injunções
políticas. Só a razão pode julgar
a si mesma.
Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
téchnetéchne
Moderna
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Referências BibliográficasReferências Bibliográficas
Kim JH. Cibernética, Ciborgues e Ciberespaço: Notas sobre as Origens da Cibernética e a sua
Reinvenção Cultural. Horizontes Antropológicos 2004; [acessado 2015 Nov 30]; 10, 21: 199-219.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ha/v10n21/20625.pdf
SANTOS, L. G. Infopolítica: Apresentação.
Ciência & Cultura, v.60, n.1, p.24-26, 2008.
Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
Hebert Marcuse – 1898 – 1997 - Sua questão central foi interpretar filosoficamente a tecnologia - mais do que
como um problema ético ou de validade ou verdade (epistemológica) científica – e sim, como encarnação de
diferentes formas da vida social (culturas, subjetividades, opções econômicas).
Martin Heigger - 1989 – 1976 - Heidegger considerava o seu método fenomenológico e hermenêutico.
Ambos os conceitos referem a intenção de dirigir a atenção (a circunvisão) para o trazer à luz daquilo que na
maior parte das vezes se oculta naquilo que se mostra, mas que é precisamente o que se manifesta nisso que
se mostra. Assim, o trabalho hermenêutico visa a interpretar o que se mostra pondo a lume isso que se
manifesta aí mas que, no início e na maioria das vezes, não se deixa ver.
Theodor Adorno - 1903 – 1969 (65 anos) - considerada uma das mais complexas do século XX, fundamenta-
se na perspectiva da dialética[1]
e também da psicanálise. Uma das suas importantes obras, a Dialética do
Esclarecimento, escrita em colaboração com Max Horkheimer durante a guerra, é uma crítica da razão
instrumental, conceito fundamental deste último filósofo, ou, o que seria o mesmo, uma crítica, fundada em
uma interpretação negativa do Iluminismo, de uma civilização técnica e da lógica cultural do sistema capitalista
(que Adorno chama de "indústria cultural"). Também uma crítica à sociedade de mercado que não persegue
outro fim que não o do progresso técnico.
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Extraído do Wikipedia: enciclopédia livre

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A tecnologia como construção social: uma reflexão crítica sobre o papel tecnologia

  • 2. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva TecnologiaTecnologia Qual é a função da tecnologia?Qual é a função da tecnologia? O desenvolvimento socialO desenvolvimento social prescinde da tecnologia?prescinde da tecnologia? Ou seja, há desenvolvimento socialOu seja, há desenvolvimento social sem tecnologia?sem tecnologia? O que é ?O que é ?1. 2. 3.
  • 3. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva São ferramentas neutras que podem utilizar-se para fazer o bem ou mal ou algo intermediário entre ambos.. Sua função é contribuir para o desenvolvimento social e bem-estar da humanidade (vide as inovações nos campos da medicina diagnóstica, farmacêutica, aeroespacial, automobilística etc. TecnologiaTecnologia São fruto do conhecimento científico e, por isso seguem uma lógica funcional científica /autônoma como a matemática. a) É a tecnologia neutra ou carregada de valores? b) Pode o efeito da tecnologia ser humanamente controlado, ou ela opera de acordo com sua própria lógica autônoma?
  • 4. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Não há algo como a tecnologia em si, com uma lógica funcional autônoma, descolada do plano social. A tecnologia é um elemento de disputa de poder pelo capital (Ao mesmo tempo em que a tecnologia se universaliza e toma contato com a vida diária dos indivíduos, ela se concentra, numa proporção inversa, como propriedade de grandes grupos econômicos. Não há tecnologia neutra. TecnologiaTecnologia Ideias - forçaIdeias - força
  • 5. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Hoje se discute que o produto do trabalho não é só uma “coisa”, já que quem a produziu foi um ser humano. Quem está por traz da tecnologia? Quais os valores que estão por traz da racionalidade tecnológica?. A racionalidade da tecnologia enfoca o produto TecnologiaTecnologia controlecontrole Produção de sentidos tecnologia como racionalidade instrumental em seu trânsito no mundo do poder, do mercado e da democracia. tecnologia como racionalidade instrumental em seu trânsito no mundo do poder, do mercado e da democracia. Quais são códigos sociotécnicos ocultos na racionalidade funcional da técnica?
  • 6. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva intelectualistaintelectualista 2 visões2 visões artefatualartefatual concebe as tecnologias como simples ferramentas ou artefatos construídos para realizar tarefas, tendo tanto origem no conhecimento técnico empírico (artefatos artesanais), como no científico (artefatos industriais). A utilidade é o principal valor tecnológico A tecnologia é entendida apenas como ciência aplicada. Assim sendo, é um conhecimento prático que se deriva diretamente da ciência, sendo esta entendida como conhecimento teórico Por conseguinte, é a partir das teorias científicas que se derivam as tecnologias, ainda que possam existir teorias que não gerem tecnologias. qualquer consideração sobre os condicionamentos sociais do desenvolvimento tecnológico e sobre as alternativas que envolvem sua prática ficam fora de questão GONZÁLEZ GARCÍA, M; LÓPEZ CEREZO, J.A; LUJÁN, J. Ciencia, tecnología y sociedad: Una introducción al estudio social de la ciencia y la tecnología. Madrid: Tecnos, 1996. Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
  • 7. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Sua questão central foi interpretar filosoficamente a tecnologia - mais do que como um problema ético ou de validade ou verdade (epistemológica) científica – e sim, como encarnação de diferentes formas da vida social (culturas, subjetividades, opções econômicas). A Escola de FrankfurtA Escola de Frankfurt Martin Heidegger (1889 – 1976) Heidegger que, por meio da reflexão sobre a técnica na contemporaneidade, resgata a dimensão essencial do ser expressa na linguagem. Pensar a essência da técnica implica a recusa à sua determinação instrumental. 1923 Teoria Crítica da SociedadeTeoria Crítica da Sociedade
  • 8. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Construindo uma visão crítica sobre a téchneConstruindo uma visão crítica sobre a téchne Jürgen Habermas - 1929 Propõe um salto paradigmático da filosofia da consciência para a racionalidade comunicativa Seu principal eixo de discussão é a crítica ao tecnicismo e cientificismo que, ao seu ver, reduziam todo o conhecimento humano ao domínio da técnica e do modelo das ciências empíricas. A teoria da ação comunicativa – a linguagem serve como garantia de democracia A democracia, uma vez que a própria democracia pressupõe a compreensão de interesses mútuos e alcance de consensos. Aposta em sujeitos capazes de compartilhar, pela linguagem, de um universo simbólico comum e interagir, buscando construir um conhecimento crítico pautado na argumentação,se, contudo, seguir rígidos domínios científicos. Destacam-se 3 ideias fundamentais: Uso de regras semânticas compreensíveis (correção normativa). Veracidade – totalidade dos fatos que podem ser verificados. Autenticidade / sinceridade – subjetividade do locutor 1.1. 2.2. 3.3.
  • 9. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica instrumentalista determinista substantivista crítica da tecnologia ... quando age sobre o Outro a tecnologia nunca é puramente técnica, sendo imediatamente prática, ética e política vertentes A nova sociologia da tecnologia não oferecia uma metodologia frutífera e argumentos fortes contra o determinismo tecnológico que poderiam ser empregados para apoiar a ideia de mudança democrática na esfera técnica
  • 10. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva instrumentalismoinstrumentalismo Visão moderna otimista da tecnologia baseada no padrão da fé liberal: trajetória única de progresso e de conhecimento ascendente; monismo ou unitarismo tecnológico. A tecnologia é ferramenta para realizar necessidades. determinismodeterminismo Modernização: conhecimento do mundo natural que serve ao homem para adaptar a natureza. Tecnologia como força motriz da história. Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica eficácia é o modelo de fazer ciência e tecnologia orientadas por valores do mercado Bem-estar social Modelo linear da inovação Privilegia o uso da tecnologia aos processos de concepção Divisão entre teoria e prática (Teoria como conhecimento puro)
  • 11. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva instrumentalismoinstrumentalismo determinismodeterminismo Regime utilitário (mercado) Regime cognitivo (acadêmico) Regime normativo (Estado) Regime de trânsito (pesquisador) Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
  • 12. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Regime utilitário (mercado) Regime cognitivo (acadêmico) Regime normativo (Estado) Regime de trânsito (pesquisador) O regime de regulação mercatório ou utilitário adota a forma histórica do mercado capitalista dominante – e assim exclui as demais de base societária ou comunitária. Opera como arena de disputa da melhor tecnologia e elimina todas as tecnologias (sociais) não-capitalistas geradas pelos demais sujeitos de saberes e conhecimento. Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
  • 13. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Regime utilitário (mercado) Regime cognitivo (acadêmico) Regime normativo (Estado) Regime de trânsito (pesquisador) O regime cognitivo das trocas entre Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) opera com a regra de exclusão de conhecimentos e saberes que não se conformam à metafísica matemática e ao racionalismo-empirismo. Outros conhecimentos e saberes são reticulados ou absorvidos seletivamente, o que, vale dizer, hierarquizados com essa linha de corte. Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
  • 14. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Regime utilitário (mercado) Regime cognitivo (acadêmico) Regime normativo (Estado) Regime de trânsito (pesquisador) O regime das normas técnicas é o aparelho estatal que sanciona a melhor tecnologia ao regulamentar as normas e padrões de uso da sociedade. Ao proceder assim, o Estado – tal como fazia no passado, ao utilizar a metafísica da Religião, - sanciona o imprimatur nos medicamentos, alimentos, matérias-primas, máquinas e técnicas. Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
  • 15. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica Regime utilitário (mercado) Regime cognitivo (acadêmico) Regime normativo (Estado) Regime de trânsito (pesquisador) Mas conhecimentos e saberes não andam sozinhos pela sociedade. Estão encarnados nos pesquisadores. Os sujeitos sociais populares de senso comum – à sua maneira – geram conhecimento interativo e aplicado. Ambos interagem por meio do meu/nosso trânsito na sociedade. Quando atuo em diferentes instituições, movimentos, demandas e exigências, dialogo com o conhecimento e saberes de senso comum. Este trânsito tem um regime regulamentado cuja linha de corte é o código profissional que impede a livre troca entre saber popular e conhecimento sancionado pelo imprimatur.
  • 16. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva A teoria crítica de Fermberg Vê a tecnologia enquanto construção social que é profundamente permeada por contradições na medida em que sua prática não prescinde da ação social e de uma política de conhecimento e saberes tácitos ou implícitos pré-existentes no cotidiano das pessoas, classes e instituições. produção difusãoconsumo interesses processo socialmente condicionado e, por sua vez, condicionante” Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica
  • 17. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Toda opção tecnológica é também política, mas na maioria das ve- o político permanece impensado. Assim, as implicações políticas das opções tecnológicas são, com frequência, obscurecidas por discursos, práticas e decisões que se apresentam fundadas em em razões “estritamente técnicas”; como se tais opções fossem feitas em função não do que é político, mas de necessidades “tecno-lógicas” (SANTOS, 2008, p.24). caráter social da tecnologia Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica Disputa de poder pelo capital No atual contexto socioeconômico, os experts dos sistemas técnicos, os líderes militares e corporativos, físicos e engenheiros, têm um enorme controle sobre o desenvolvimento urbano, os sistemas de transportes, as formas de moradia, e a escolha de novas configurações tecnológicas. Sendo um poder, a tecnologia se insere de forma ambivalente no atual contexto sócio-histórico. Ao mesmo tempo em que a tecnologia se universaliza e toma contato com a vida diária dos indivíduos, ela se concentra, numa proporção inversa, como propriedade de grandes grupos econômicos. É nesse sentido que Feenberg (1991; 2002) acrescenta que não basta somente democratizar o uso das tecnologias (o que é significativo devido às transformações que elas provocam), mas, também, é preciso discutir a sua formatação, o seu design.
  • 18. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva O próprio design da tecnologia deve ser objeto de análise, foco da discussão. O design tecnológico é inerentemente político (o porquê de certas escolhas serem feitas em detrimento de outras diz respeito a esse aspecto sociopolítico). Por conseguinte, a coação observada na escolha do design não é fruto de uma suposta “essência” da tecnologia, mas pode ser explicada pelo controle hegemônico do design por atores privilegiados.
  • 19. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva A forma dominante da racionalidade tecnológica não é nem uma ideologia (uma expressão discursiva dos interesses de classe), nem uma reflexão neutra das leis naturais. Ao invés disso, fica na intersecção entre ideologia e a técnica em que as duas juntas controlam os seres humanos e os recursos de acordo com que eu chamarei de ‘códigos técnicos’. A teoria crítica mostra como estes códigos sedimentam invisivelmente valores e interesses nas regras e procedimentos, instrumentos e artefatos que tornam rotineira a busca do poder e de vantagens por uma hegemonia dominante.” ( FEENBERG, 2002, p. 14) Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica O que pode “deter” o desenvolvimentoO que pode “deter” o desenvolvimento tecnológico?tecnológico? O desenvolvimento tecnológico se apresenta delimitado pelos hábitos culturais enraizados na economia, na ideologia, na religião e na tradição.
  • 20. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Não há algo como a tecnologia em si, com uma lógica funcional autônoma, descolada do plano social. Acreditar que a relação que a tecnologia guarda com a sociedade diz respeito apenas a sua aplicabilidade, aos seus efeitos ou propósitos, é reafirmar esse tipo de visão determinista, em que a tecnologia pode ser compreendida sem nenhuma referência à sociedade. Assim, a tecnologia poderia se assemelhar à matemática por sua própria independência intrínseca do mundo social. No entanto, ao contrário da matemática, a tecnologia constitui-se por meio de relações complexas dos homens entre si e com a natureza, relações que podem ter interferências significativas nos âmbitos social e ambiental (FEENBERG, 1991). Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica Para qualquer problema dado, pode haver uma multiplicidade de soluções factíveis, sendo os atores sociais os responsáveis pela decisão final acerca de qual será tomada. Quando existe mais de uma solução técnica para um problema, a escolha por uma delas incorpora elementos políticos, culturais, estéticos e valorativos, fazendo com que as implicações políticas da escolha passem a ser incorporadas na tecnologia que dela resulta. Nesse sentido, a tecnologia não pode ser removida do seu contexto de relação com a sociedade e, portanto, não pode ser concebida como um ente neutro. Reflete, então, não só os valores sociais, mas, também, as contradições dessa sociedade que a engendra (BAUMGARTEN, 2006a). Sendo assim, a tecnologia será sempre um resultado complexo de escolhas efetuadas por sujeitos sociais em condições concretas.
  • 21. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva
  • 22. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica do século VI a.C. ao século VI d.C. do século I ao século VII razão e fé do século XIV ao século XVI do século XVII a meados do século XVIII do século VIII ao século XIV Domínio da igreja romana (primeiras escolas / universidades - Escolástica) Aristóteles, Platão, Santo Agostinho patrística grega (ligada à Igreja de Bizâncio) patrística latina (ligada à Igreja de Roma) A efervescência teórica e prática foi alimentada com as grandes descobertas marítimas visão crítica da própria sociedade Criticas à Igreja Romana Reforma Protestante Inquisição
  • 23. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva tradicional abarca correntes pedagógicas formuladas desde a antiguidade, tendo uma visão essencialista do homem. No século XVIII, marca sua influência no movimento iluminista, com o objetivo de universalizar o acesso ao conhecimento Revolução da burquesia - defendeu a transmissão dos conteúdos cognitivos pelo professor (figura central), tendo no aluno uma figura disciplinada, receptora dos conhecimentos (memorização). Nesse sentido, a Pedagogia Tradicional entendia como marginalizado o indivíduo ignorante. nova A ideologia do Movimento Escolanovista (séc. XIX), a educação está centrada no aluno e a escola como espaço de respeito à individualidade, à atividade espontânea e às necessidades da vida cotidiana dos indivíduos. O eixo pedagógico desloca-se [...] do intelecto para as vivências; do lógico para o psicológico; dos conteúdos para os métodos; do professor para o aluno; do esforço para o interesse; da disciplina para a espontaneidade; da direção do professor para a iniciativa do aluno; da quantidade para a qualidade; de uma pedagogia de inspiração filosófica centrada na ciência da lógica para uma pedagogia de inspiração experimental baseada na biologia e na psicologia (SAVIANI, 2008a, p. 168). Concepções pedagógicasConcepções pedagógicas
  • 24. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Concepções pedagógicasConcepções pedagógicas produtivista postula que a educação é um bem de produção, com papel decisivo no desenvolvimento econômico e que se traduziu no Brasil sob a forma de pedagogia tecnicista a partir da década de 1950. . Refluiu a partir da década de 1980, mas tomou novas nuances na década de 1990, quando “[...] a organização do ensino tendeu a se pautar dominantemente pelo cognitivismo construtivista” (SAVIANI, 2008a, p. 168). Nessa visão o conhecimento é utilitário, o professor e o aluno tomam caráter secundário, visto que o importante é aprender a fazer, da maneira tecnicamente mais eficiente Paulo Freire, que propõe uma pedagogia centrada na vida do sujeito, aprendendo com suas experiências e sendo responsável por guiar seu próprio destino crítica contra-hegemônica especialmente o construtivismo, se apresentam nesse cenário de 1980 como propostas pretensamente críticas de educação, por incorporar ao discurso referências ideológicas que davam uma imagem progressista. Na década de 1990 assistimos o avanço do discurso neoliberal e pós-moderno, incorporado pelas pedagogias do “aprender a aprender” construtivista
  • 25. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Grande Racionalismo Clássico Homem do Conhecimento A razão deixa de submeter-se a dogmas religiosos ou injunções políticas. Só a razão pode julgar a si mesma. Construindo uma visão críticaConstruindo uma visão crítica téchnetéchne Moderna
  • 26. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Referências BibliográficasReferências Bibliográficas Kim JH. Cibernética, Ciborgues e Ciberespaço: Notas sobre as Origens da Cibernética e a sua Reinvenção Cultural. Horizontes Antropológicos 2004; [acessado 2015 Nov 30]; 10, 21: 199-219. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ha/v10n21/20625.pdf SANTOS, L. G. Infopolítica: Apresentação. Ciência & Cultura, v.60, n.1, p.24-26, 2008.
  • 27. Introdução às Práticas Docentes em Saúde ColetivaIntrodução às Práticas Docentes em Saúde Coletiva Hebert Marcuse – 1898 – 1997 - Sua questão central foi interpretar filosoficamente a tecnologia - mais do que como um problema ético ou de validade ou verdade (epistemológica) científica – e sim, como encarnação de diferentes formas da vida social (culturas, subjetividades, opções econômicas). Martin Heigger - 1989 – 1976 - Heidegger considerava o seu método fenomenológico e hermenêutico. Ambos os conceitos referem a intenção de dirigir a atenção (a circunvisão) para o trazer à luz daquilo que na maior parte das vezes se oculta naquilo que se mostra, mas que é precisamente o que se manifesta nisso que se mostra. Assim, o trabalho hermenêutico visa a interpretar o que se mostra pondo a lume isso que se manifesta aí mas que, no início e na maioria das vezes, não se deixa ver. Theodor Adorno - 1903 – 1969 (65 anos) - considerada uma das mais complexas do século XX, fundamenta- se na perspectiva da dialética[1] e também da psicanálise. Uma das suas importantes obras, a Dialética do Esclarecimento, escrita em colaboração com Max Horkheimer durante a guerra, é uma crítica da razão instrumental, conceito fundamental deste último filósofo, ou, o que seria o mesmo, uma crítica, fundada em uma interpretação negativa do Iluminismo, de uma civilização técnica e da lógica cultural do sistema capitalista (que Adorno chama de "indústria cultural"). Também uma crítica à sociedade de mercado que não persegue outro fim que não o do progresso técnico. Jürgen Habermas - 1929 pensadorespensadores Extraído do Wikipedia: enciclopédia livre