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CULTURA TAPUIA
É precário e limitado o conhecimento que temos sobre a cultura dos Tapuias. A
bem da verdade, muito pouco sabemos sobres os indígenas que habitavam o
território brasileiro antes da chegada dos portugueses.
No Brasil, a presença humana está documentada no período entre 11 e 12 mil anos
atrás, ou seja, tempo demais para os poucos conhecimentos que temos sobre esses
agrupamentos humanos.
Recentemente, a população indígena estimada em 1500 era de mais de três milhões
de pessoas, povoando o litoral e interior.
Pouco se comparada ao número de habitantes que nosso país tem atualmente - cerca
de 200 milhões - mas, numerosa, se comparada à população de Portugal, naquele
mesmo ano, que não chegava a 1,2 milhões.
Ao contrário dos potiguaras, que eram tupis e habitavam o litoral, os tapuias
viviam no interior.
Alguns tapuias que habitavam o interior do Rio Grande do Norte e Paraíba eram
chamados "tarairu", termo pejorativo que significava espinha de traíra (peixe).
Assim como nem todas as tribos do litoral eram tupis, nem todas as do interior
eram tapuias, pois no decorrer dos séculos, devido ao processo migratório, uma
tribo podia se deslocar mais do que outra, atingindo domínios antes ocupados por
outra tribo.
Essa sucessão de tribos no mesmo lugar, mas em épocas distintas, ocorreu com
certa frequência o que dificulta ainda mais o estudo de certas nações indígenas.
Além disso não podemos esquecer que ao longo do tempo ocorreu uma miscigenação
que confunde ainda mais qualquer pesquisador.
Até hoje desconhecemos os nomes de muitas nações. Das que temos notícias, existe
uma verdadeira confusão, já que os nomes que sobreviveram aos dias atuais podem
ser apenas alcunhas que, de forma pejorativa, lhe impunham vizinhos ou inimigos.
Entretanto, apesar desses fatos, reconhecemos uma semelhança de costumes e
características que nos dá indício de que os indígenas tinham uma mesma origem,
embora tenham ao longo do tempo ramificações distintas.
São tapuias os Caicós, Curemas, Paiacus, Janduís, Pegas, Sucurus e Canindés.
Tinham como características físicas o rosto largo, cabelos lisos e pretos. De
estatura superior aos tupis, pés e mãos pequenos.
Os homens faziam buracos nas orelhas e no lábio inferior onde inseriam ossos ou
madeira.
Cortavam o cabelo em forma de cuia, e os homens usavam penas amarradas com
embira na cabeça.
Pintavam o corpo com tinta de urucum, jenipapo ou carvão.
Eram pescadores, mas não usavam o anzol mas o arco e flecha e armadilhas feitas
com cestaria.
Os arcos eram grandes, de madeira flexível, sendo que era utilizado o "pau
d'arco", nome popular de várias árvores de ipê (roxo, amarelo e branco). Também
usavam lanças.
Suas habitações eram precárias, feitas de paus amarrados com embira (folha da
palmeira) e cobertas de folhas.
Mantinham sempre, dia e noite, uma fogueira acessa, pois como faziam fogo por
fricção entre duas madeiras era mais fácil manter alguma brasa acessa do que
criar uma.
A caça, ao lado da pescaria, era sua principal fonte de proteína. Por tal motivo
eram hábeis caçadores.
Só os homens pescavam e caçavam, todo o resto do serviço era feito pelas
mulheres, que se ocupavam de coletar frutos silvestres, raízes, ovos de
pássaros. Além disso, cabia as mulheres os trabalhos de cestaria, do preparo das
comidas, dos cuidados com as crianças e armazenamento da água.
Além do arco e flecha, faziam machados de pedras e machadinhas que podiam ser
feitas de qualquer material cortante.
As cuias eram obtidas principalmente das cabaças, mas também da pouca cerâmica
que fabricavam com barro cozido, que abandonavam quando migravam para outro
sítio, já que o peso obrigava a isto.
Eram hábeis na confecção de cestaria. Usavam fibras de caroá, que tingiam com o
umbu, jenipapo e outros.
Gostavam de festas, de música e de dança. Faziam bebidas com a fermentação de
frutos.
O sal era desconhecido.
Em relação aos mortos, há grande diferença entre as tribos. Umas comiam os
corpos de seus mortos. Outras os enterravam em grandes vasos de barro.
Homens e mulheres usavam pulseiras e tornozeleiras
As uniões eram seladas cedo, mulheres após os 11 anos de idade, e homens após os
13.
Não tinham prole grande, e muitas crianças morriam cedo. Mulheres morriam de
parto com frequência o que em parte justificava a poligamia dos homens.
Eram guerreiros e, apesar do grande desconhecimento que temos, a grande maioria
dos nordestinos descende deles, e conservam o jeito simples, alegre e divertido
daquele povo.

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Tapuias

  • 1. CULTURA TAPUIA É precário e limitado o conhecimento que temos sobre a cultura dos Tapuias. A bem da verdade, muito pouco sabemos sobres os indígenas que habitavam o território brasileiro antes da chegada dos portugueses. No Brasil, a presença humana está documentada no período entre 11 e 12 mil anos atrás, ou seja, tempo demais para os poucos conhecimentos que temos sobre esses agrupamentos humanos. Recentemente, a população indígena estimada em 1500 era de mais de três milhões de pessoas, povoando o litoral e interior. Pouco se comparada ao número de habitantes que nosso país tem atualmente - cerca de 200 milhões - mas, numerosa, se comparada à população de Portugal, naquele mesmo ano, que não chegava a 1,2 milhões. Ao contrário dos potiguaras, que eram tupis e habitavam o litoral, os tapuias viviam no interior. Alguns tapuias que habitavam o interior do Rio Grande do Norte e Paraíba eram chamados "tarairu", termo pejorativo que significava espinha de traíra (peixe). Assim como nem todas as tribos do litoral eram tupis, nem todas as do interior eram tapuias, pois no decorrer dos séculos, devido ao processo migratório, uma tribo podia se deslocar mais do que outra, atingindo domínios antes ocupados por outra tribo. Essa sucessão de tribos no mesmo lugar, mas em épocas distintas, ocorreu com certa frequência o que dificulta ainda mais o estudo de certas nações indígenas. Além disso não podemos esquecer que ao longo do tempo ocorreu uma miscigenação que confunde ainda mais qualquer pesquisador. Até hoje desconhecemos os nomes de muitas nações. Das que temos notícias, existe uma verdadeira confusão, já que os nomes que sobreviveram aos dias atuais podem ser apenas alcunhas que, de forma pejorativa, lhe impunham vizinhos ou inimigos. Entretanto, apesar desses fatos, reconhecemos uma semelhança de costumes e características que nos dá indício de que os indígenas tinham uma mesma origem, embora tenham ao longo do tempo ramificações distintas. São tapuias os Caicós, Curemas, Paiacus, Janduís, Pegas, Sucurus e Canindés. Tinham como características físicas o rosto largo, cabelos lisos e pretos. De estatura superior aos tupis, pés e mãos pequenos. Os homens faziam buracos nas orelhas e no lábio inferior onde inseriam ossos ou madeira. Cortavam o cabelo em forma de cuia, e os homens usavam penas amarradas com embira na cabeça. Pintavam o corpo com tinta de urucum, jenipapo ou carvão. Eram pescadores, mas não usavam o anzol mas o arco e flecha e armadilhas feitas com cestaria. Os arcos eram grandes, de madeira flexível, sendo que era utilizado o "pau d'arco", nome popular de várias árvores de ipê (roxo, amarelo e branco). Também usavam lanças. Suas habitações eram precárias, feitas de paus amarrados com embira (folha da palmeira) e cobertas de folhas. Mantinham sempre, dia e noite, uma fogueira acessa, pois como faziam fogo por fricção entre duas madeiras era mais fácil manter alguma brasa acessa do que criar uma. A caça, ao lado da pescaria, era sua principal fonte de proteína. Por tal motivo eram hábeis caçadores. Só os homens pescavam e caçavam, todo o resto do serviço era feito pelas mulheres, que se ocupavam de coletar frutos silvestres, raízes, ovos de pássaros. Além disso, cabia as mulheres os trabalhos de cestaria, do preparo das comidas, dos cuidados com as crianças e armazenamento da água. Além do arco e flecha, faziam machados de pedras e machadinhas que podiam ser feitas de qualquer material cortante. As cuias eram obtidas principalmente das cabaças, mas também da pouca cerâmica que fabricavam com barro cozido, que abandonavam quando migravam para outro sítio, já que o peso obrigava a isto. Eram hábeis na confecção de cestaria. Usavam fibras de caroá, que tingiam com o umbu, jenipapo e outros. Gostavam de festas, de música e de dança. Faziam bebidas com a fermentação de frutos. O sal era desconhecido.
  • 2. Em relação aos mortos, há grande diferença entre as tribos. Umas comiam os corpos de seus mortos. Outras os enterravam em grandes vasos de barro. Homens e mulheres usavam pulseiras e tornozeleiras As uniões eram seladas cedo, mulheres após os 11 anos de idade, e homens após os 13. Não tinham prole grande, e muitas crianças morriam cedo. Mulheres morriam de parto com frequência o que em parte justificava a poligamia dos homens. Eram guerreiros e, apesar do grande desconhecimento que temos, a grande maioria dos nordestinos descende deles, e conservam o jeito simples, alegre e divertido daquele povo.