SlideShare uma empresa Scribd logo
HENRIQUE SANTOS
Henrique Santos
Educador de Infância
Agrupamento de Escolas Professor Armando de Lucena
(Rede Pública)
HENRIQUE SANTOS
A escola portuguesa, tem observado, desde há cerca de
cinquenta anos, uma evolução constante em todos os seus
setores.
Da formação de docentes, à melhoria qualitativa e quantitativa
de espaços escolares, passando pelo constante
desenvolvimento curricular, técnico e pedagógico, serão
poucos os países europeus onde as mudanças educativas são
tão evidentes e tão contínuas.
HENRIQUE SANTOS
ideia eminentemente
assistencialista da escola
VS.
construção mais técnica e
racionalista
HENRIQUE SANTOS
Não obstante, porque não tem existido um
“plano global”, devidamente refletido e
incorporado nas práticas, têm sido muitas
as alterações que não encontram, de facto,
consistência na investigação científica nem
na observação empírica.
Nesse particular, a escola tem “esquecido”:
a cultura familiar e local, os hábitos
alimentares, os hábitos de Sono, as
tradições e ecologia dos lugares…
HENRIQUE SANTOS
falta de reflexão, análise e
experiência continuada (e
devidamente avaliada)
ou inconsistência na forma como
abordam questões relativas à função
da escola, (nomeadamente no
âmbito das questões do bem-estar
dos seus atores).
HENRIQUE SANTOS
Em 1995, uma Circular Interna da então Direção Geral da
Educação, vem recomendar aos profissionais de educação que
abandonem práticas como a ”picotagem”, a “escovagem de
dentes”, os períodos de sono no jardim-de-infância ou mesmo
a utilização de instrumentos de sopro.
Vivia-se, então sob o impacto das informações cada vez mais
intensas sobre a SIDA e outras doenças transmissíveis e esta
medida é também “reconhecida” no Despacho Conjunto n.º
268/97, de 25 de Agosto, que, entre outras ações, deixa de
referir os espaços de/para sono.
HENRIQUE SANTOS
Nos diversos níveis de ensino existe alguma liberdade pedagógica e
podemos observar algumas práticas “inovadoras” com integração de
dinâmicas específicas.
Contudo, o peso das orientações ditas “académicas”, os tempos (ou a
falta deles) e exigência técnica da lecionação de conteúdos retira,
estamos em crer, vontade, dinâmica (e até saber) às escolhas das
escolas e dos professores.
As “questões” associadas ao bem-estar têm vindo a assumir, agora (e
também por motivo da pandemia COVID), alguma centralidade,
entrando no discurso docente com “maior normalidade”.
HENRIQUE SANTOS
Reconhecendo:
A necessidade das crianças pequenas terem tempos e espaços de
descanso e de pausa nas atividades letivas;
Que as crianças enfrentam períodos de permanência na escola que
vão com alguma frequência até 9 horas;
Que a formação académica incide (apenas) nos conhecimentos
técnicos;
Que as famílias, imersas nas suas múltiplas atividades, não dispõem
de “tempo útil” e
Que os modelos sociais se têm alterado…
HENRIQUE SANTOS
…encontrar estratégias diversas, como a participação de
docentes e famílias, em momentos recorrentes de informação
e reflexão conjunta,
…disponibilizar espaços, equipamentos e materiais específicos
que contribuam para a promoção de hábitos saudáveis,
…promover o diálogo (e a formação) intersetorial,
e, sobretudo, a disseminação de informação pertinente.
HENRIQUE SANTOS
UMA EXPERIÊNCIA DE
SONO NO JARDIM DE
INFÂNCIA
HENRIQUE SANTOS
Como...
“Na sala de jardim-de-infância, o pós almoço é sempre uma “zona de
descanso”.
Depois de regressarmos à sala, e depois da rotina da escovagem de dentes,
inicia-se o tempo de calma. Baixam-se os estores, liga-se a música
ambiente (normalmente uma música de relaxamento, música de “chill
out”…) e começa o tempo de relaxamento.
Tiramos os sapatos, pegamos nas nossas almofadas e instalamo-nos
confortavelmente pelo chão da sala (ultimamente com recurso a esteiras de
ioga).
Às vezes, “acampamos” debaixo das mesas ou esticamo-nos no tapete das
histórias…”
HENRIQUE SANTOS
“Umas vezes escolhemos o Ioga, outras a Meditação, a maior parte
das vezes, é uma história contada pelo Henrique, mas o que
gostamos mesmo é o Jogo da Pena ou o Jogo do Carrinho. No Jogo
da Pena, fazemo-nos (uns aos outros) “cócegas boas”: na cabeça,
nas mãos, na cara…
No Jogo dos Carrinhos, que também é a pares, fazemos do nosso
corpo auto-estradas que são ótimas massagens para acalmar…
Com todo o ambiente a chamar por nós, é raro que não
dediquemos 30 ou 40 minutos a um sono reparador. E quando
acordamos, temos ainda mais vontade de brincar. E estamos
muito menos irritados. E é tão bom!”
HENRIQUE SANTOS
No que concerne aos índices de acidentes e situações de risco,
a escola onde se desenvolveu o projeto apresenta os melhores
resultados concelhios e, em relação ao Agrupamento onde se
insere, apresenta valores diminutos de acionamento do seguro
escolar para situações de emergência médica.
Na perspetiva micro, constatamos uma redução do absentismo
escolar (por doença), uma maior disponibilidade para a
aprendizagem e também uma crescente procura da escola por
famílias de fora da zona de incidência escolar.
HENRIQUE SANTOS
Podemos afirmar que as crianças apresentam maior
disponibilidade para a aprendizagem e aumentam
consideravelmente os tempos de atenção, diminuíram
substancialmente as situações de conflituosidade e, na
informação que vamos obtendo das famílias, tornou-se visível
uma mudança comportamental evidente: as viagens da escola
para casa, o tempo de “estar” com as famílias e até as
atividades extracurriculares apresentam “novas” dinâmicas -
mais calmas, mais concentradas e com maior disponibilidade -.
HENRIQUE SANTOS
A par destas observações inferidas e registadas, também a
dinâmica familiar se foi alterando, com muitas famílias a
compreenderem e a aceitarem a necessidade de tempos
regulados de sono e descanso.
Não obstante, e por razões atrás apontadas, mantém-se
alguma dificuldade em ”justificar”, interna e superiormente,
algumas das opções feitas, o que tem, de alguma forma,
enfraquecido o alcance e a sustentabilidade de algumas das
alterações que tiveram lugar.
HENRIQUE SANTOS
a ver...
HENRIQUE SANTOS
OBRIGADO
HENRIQUE SANTOS
Henrique Santos
henriquehsantos@gmail.com
www.facebook.com/henriquehsantos
https://henriquehsantos.wixsite.com/2017/

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a SONO NA ESCOLA (ESSCVP_Nov22)

campos-experiencias-direitos-aprendizagens-educacao-infantil-infografico.pdf
campos-experiencias-direitos-aprendizagens-educacao-infantil-infografico.pdfcampos-experiencias-direitos-aprendizagens-educacao-infantil-infografico.pdf
campos-experiencias-direitos-aprendizagens-educacao-infantil-infografico.pdf
SANDRAPAULAMEIRA
 
Pauta -3º Encontro com Coordenadores Pedagógicos da Educação Infantil
Pauta -3º Encontro com Coordenadores Pedagógicos da Educação InfantilPauta -3º Encontro com Coordenadores Pedagógicos da Educação Infantil
Pauta -3º Encontro com Coordenadores Pedagógicos da Educação Infantiladridaleffi121212
 
Proposta curricular 2005-1
Proposta curricular 2005-1Proposta curricular 2005-1
Proposta curricular 2005-1Escola Jovem
 
Pedagogia de Projetos na Ed. Infantil
Pedagogia de Projetos na Ed. InfantilPedagogia de Projetos na Ed. Infantil
Pedagogia de Projetos na Ed. Infantil
Vania Duarte
 
Pnaic mat educ incl_pg001-096
Pnaic mat educ incl_pg001-096Pnaic mat educ incl_pg001-096
Pnaic mat educ incl_pg001-096weleslima
 
XI Encontro em HP - Resumos de Trabalhos
XI Encontro em HP - Resumos de TrabalhosXI Encontro em HP - Resumos de Trabalhos
XI Encontro em HP - Resumos de Trabalhosencontrohp
 
Referencial curricular nacional educação infantil vol3
Referencial curricular nacional educação infantil vol3Referencial curricular nacional educação infantil vol3
Referencial curricular nacional educação infantil vol3pedagogiaveracruz
 
Referencial curricular nacional educação infantil vol1
Referencial curricular nacional educação infantil vol1Referencial curricular nacional educação infantil vol1
Referencial curricular nacional educação infantil vol1pedagogiaveracruz
 
Centrinho 2014 » Folder Digital
Centrinho 2014 » Folder DigitalCentrinho 2014 » Folder Digital
Centrinho 2014 » Folder Digital
Centrinho Niterói
 
Referencial curricular nacional para ed. infantil vol 1
Referencial curricular nacional para ed. infantil vol 1Referencial curricular nacional para ed. infantil vol 1
Referencial curricular nacional para ed. infantil vol 1Maria Galdino
 
Referencial curricular nacional para a educação infantil vol 1-rcnei vol1-
Referencial curricular nacional para a educação infantil  vol 1-rcnei vol1-Referencial curricular nacional para a educação infantil  vol 1-rcnei vol1-
Referencial curricular nacional para a educação infantil vol 1-rcnei vol1-Mira Benvenuto
 
Projecto da Componente de Apoio a Familia JI VG
Projecto da Componente de Apoio a Familia JI VGProjecto da Componente de Apoio a Familia JI VG
Projecto da Componente de Apoio a Familia JI VGAna Barroca
 
Sobe manual oral_b_final
Sobe manual oral_b_finalSobe manual oral_b_final
Sobe manual oral_b_final
Risoleta Montez
 
Livro modernidade impresso_finalizado_isbn
Livro modernidade impresso_finalizado_isbnLivro modernidade impresso_finalizado_isbn
Livro modernidade impresso_finalizado_isbn
Évelyn Machado
 
Entrevista a sampaio da nóvoa 1
Entrevista a sampaio da nóvoa 1Entrevista a sampaio da nóvoa 1
Entrevista a sampaio da nóvoa 1
Isabel Cunha
 

Semelhante a SONO NA ESCOLA (ESSCVP_Nov22) (20)

campos-experiencias-direitos-aprendizagens-educacao-infantil-infografico.pdf
campos-experiencias-direitos-aprendizagens-educacao-infantil-infografico.pdfcampos-experiencias-direitos-aprendizagens-educacao-infantil-infografico.pdf
campos-experiencias-direitos-aprendizagens-educacao-infantil-infografico.pdf
 
Pauta -3º Encontro com Coordenadores Pedagógicos da Educação Infantil
Pauta -3º Encontro com Coordenadores Pedagógicos da Educação InfantilPauta -3º Encontro com Coordenadores Pedagógicos da Educação Infantil
Pauta -3º Encontro com Coordenadores Pedagógicos da Educação Infantil
 
Proposta curricular 2005-1
Proposta curricular 2005-1Proposta curricular 2005-1
Proposta curricular 2005-1
 
Pedagogia de Projetos na Ed. Infantil
Pedagogia de Projetos na Ed. InfantilPedagogia de Projetos na Ed. Infantil
Pedagogia de Projetos na Ed. Infantil
 
Pnaic mat educ incl_pg001-096
Pnaic mat educ incl_pg001-096Pnaic mat educ incl_pg001-096
Pnaic mat educ incl_pg001-096
 
XI Encontro em HP - Resumos de Trabalhos
XI Encontro em HP - Resumos de TrabalhosXI Encontro em HP - Resumos de Trabalhos
XI Encontro em HP - Resumos de Trabalhos
 
Referencial curricular nacional educação infantil vol3
Referencial curricular nacional educação infantil vol3Referencial curricular nacional educação infantil vol3
Referencial curricular nacional educação infantil vol3
 
Referencial curricular nacional educação infantil vol1
Referencial curricular nacional educação infantil vol1Referencial curricular nacional educação infantil vol1
Referencial curricular nacional educação infantil vol1
 
Centrinho 2014 » Folder Digital
Centrinho 2014 » Folder DigitalCentrinho 2014 » Folder Digital
Centrinho 2014 » Folder Digital
 
Teofanis eja
Teofanis ejaTeofanis eja
Teofanis eja
 
Referencial curricular nacional para ed. infantil vol 1
Referencial curricular nacional para ed. infantil vol 1Referencial curricular nacional para ed. infantil vol 1
Referencial curricular nacional para ed. infantil vol 1
 
Rcnei vol1
Rcnei vol1Rcnei vol1
Rcnei vol1
 
Rcnei vol1
Rcnei vol1Rcnei vol1
Rcnei vol1
 
Referencial curricular nacional para a educação infantil vol 1-rcnei vol1-
Referencial curricular nacional para a educação infantil  vol 1-rcnei vol1-Referencial curricular nacional para a educação infantil  vol 1-rcnei vol1-
Referencial curricular nacional para a educação infantil vol 1-rcnei vol1-
 
Rcnei
RcneiRcnei
Rcnei
 
Projecto da Componente de Apoio a Familia JI VG
Projecto da Componente de Apoio a Familia JI VGProjecto da Componente de Apoio a Familia JI VG
Projecto da Componente de Apoio a Familia JI VG
 
Sobe manual oral_b_final
Sobe manual oral_b_finalSobe manual oral_b_final
Sobe manual oral_b_final
 
Livro modernidade impresso_finalizado_isbn
Livro modernidade impresso_finalizado_isbnLivro modernidade impresso_finalizado_isbn
Livro modernidade impresso_finalizado_isbn
 
Entrevista a sampaio da nóvoa 1
Entrevista a sampaio da nóvoa 1Entrevista a sampaio da nóvoa 1
Entrevista a sampaio da nóvoa 1
 
Relatório danilo okkk
Relatório danilo okkkRelatório danilo okkk
Relatório danilo okkk
 

Último

História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco LeiteHistória Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
profesfrancleite
 
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptxFato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
MariaFatima425285
 
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
Escola Municipal Jesus Cristo
 
Sinais de pontuação
Sinais de pontuaçãoSinais de pontuação
Sinais de pontuação
Mary Alvarenga
 
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
RafaelNeves651350
 
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.pptPROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
betokg
 
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e ZCaça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
Mary Alvarenga
 
EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdfEJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
Escola Municipal Jesus Cristo
 
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdfCADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
NatySousa3
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
analuisasesso
 
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
goncalopecurto
 
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manualUFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
Manuais Formação
 
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptxApresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
JulianeMelo17
 
Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023
MatildeBrites
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Letras Mágicas
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
IsabelPereira2010
 
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e MateusAtividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
Mary Alvarenga
 
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Luana Neres
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Mary Alvarenga
 
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco LeiteHistória Do Assaré - Prof. Francisco Leite
História Do Assaré - Prof. Francisco Leite
 
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptxFato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
Fato X Opinião (Língua Portuguesa 9º Ano).pptx
 
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
 
Sinais de pontuação
Sinais de pontuaçãoSinais de pontuação
Sinais de pontuação
 
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
Manejo de feridas - Classificação e cuidados.
 
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.pptPROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
PROVA FINAL Filosofia e Educação Cristã.ppt
 
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e ZCaça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
 
EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdfEJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
EJA -livro para professor -dos anos iniciais letramento e alfabetização.pdf
 
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdfCADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
 
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
 
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manualUFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
 
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptxApresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
Apresentação_Primeira_Guerra_Mundial 9 ANO-1.pptx
 
Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023Memorial do convento slides- português 2023
Memorial do convento slides- português 2023
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
 
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
 
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e MateusAtividade - Letra da música "Tem Que Sorrir"  - Jorge e Mateus
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e Mateus
 
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
 
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
 

SONO NA ESCOLA (ESSCVP_Nov22)

  • 1. HENRIQUE SANTOS Henrique Santos Educador de Infância Agrupamento de Escolas Professor Armando de Lucena (Rede Pública)
  • 2. HENRIQUE SANTOS A escola portuguesa, tem observado, desde há cerca de cinquenta anos, uma evolução constante em todos os seus setores. Da formação de docentes, à melhoria qualitativa e quantitativa de espaços escolares, passando pelo constante desenvolvimento curricular, técnico e pedagógico, serão poucos os países europeus onde as mudanças educativas são tão evidentes e tão contínuas.
  • 3. HENRIQUE SANTOS ideia eminentemente assistencialista da escola VS. construção mais técnica e racionalista
  • 4. HENRIQUE SANTOS Não obstante, porque não tem existido um “plano global”, devidamente refletido e incorporado nas práticas, têm sido muitas as alterações que não encontram, de facto, consistência na investigação científica nem na observação empírica. Nesse particular, a escola tem “esquecido”: a cultura familiar e local, os hábitos alimentares, os hábitos de Sono, as tradições e ecologia dos lugares…
  • 5. HENRIQUE SANTOS falta de reflexão, análise e experiência continuada (e devidamente avaliada) ou inconsistência na forma como abordam questões relativas à função da escola, (nomeadamente no âmbito das questões do bem-estar dos seus atores).
  • 6. HENRIQUE SANTOS Em 1995, uma Circular Interna da então Direção Geral da Educação, vem recomendar aos profissionais de educação que abandonem práticas como a ”picotagem”, a “escovagem de dentes”, os períodos de sono no jardim-de-infância ou mesmo a utilização de instrumentos de sopro. Vivia-se, então sob o impacto das informações cada vez mais intensas sobre a SIDA e outras doenças transmissíveis e esta medida é também “reconhecida” no Despacho Conjunto n.º 268/97, de 25 de Agosto, que, entre outras ações, deixa de referir os espaços de/para sono.
  • 7. HENRIQUE SANTOS Nos diversos níveis de ensino existe alguma liberdade pedagógica e podemos observar algumas práticas “inovadoras” com integração de dinâmicas específicas. Contudo, o peso das orientações ditas “académicas”, os tempos (ou a falta deles) e exigência técnica da lecionação de conteúdos retira, estamos em crer, vontade, dinâmica (e até saber) às escolhas das escolas e dos professores. As “questões” associadas ao bem-estar têm vindo a assumir, agora (e também por motivo da pandemia COVID), alguma centralidade, entrando no discurso docente com “maior normalidade”.
  • 8. HENRIQUE SANTOS Reconhecendo: A necessidade das crianças pequenas terem tempos e espaços de descanso e de pausa nas atividades letivas; Que as crianças enfrentam períodos de permanência na escola que vão com alguma frequência até 9 horas; Que a formação académica incide (apenas) nos conhecimentos técnicos; Que as famílias, imersas nas suas múltiplas atividades, não dispõem de “tempo útil” e Que os modelos sociais se têm alterado…
  • 9. HENRIQUE SANTOS …encontrar estratégias diversas, como a participação de docentes e famílias, em momentos recorrentes de informação e reflexão conjunta, …disponibilizar espaços, equipamentos e materiais específicos que contribuam para a promoção de hábitos saudáveis, …promover o diálogo (e a formação) intersetorial, e, sobretudo, a disseminação de informação pertinente.
  • 10. HENRIQUE SANTOS UMA EXPERIÊNCIA DE SONO NO JARDIM DE INFÂNCIA
  • 11. HENRIQUE SANTOS Como... “Na sala de jardim-de-infância, o pós almoço é sempre uma “zona de descanso”. Depois de regressarmos à sala, e depois da rotina da escovagem de dentes, inicia-se o tempo de calma. Baixam-se os estores, liga-se a música ambiente (normalmente uma música de relaxamento, música de “chill out”…) e começa o tempo de relaxamento. Tiramos os sapatos, pegamos nas nossas almofadas e instalamo-nos confortavelmente pelo chão da sala (ultimamente com recurso a esteiras de ioga). Às vezes, “acampamos” debaixo das mesas ou esticamo-nos no tapete das histórias…”
  • 12. HENRIQUE SANTOS “Umas vezes escolhemos o Ioga, outras a Meditação, a maior parte das vezes, é uma história contada pelo Henrique, mas o que gostamos mesmo é o Jogo da Pena ou o Jogo do Carrinho. No Jogo da Pena, fazemo-nos (uns aos outros) “cócegas boas”: na cabeça, nas mãos, na cara… No Jogo dos Carrinhos, que também é a pares, fazemos do nosso corpo auto-estradas que são ótimas massagens para acalmar… Com todo o ambiente a chamar por nós, é raro que não dediquemos 30 ou 40 minutos a um sono reparador. E quando acordamos, temos ainda mais vontade de brincar. E estamos muito menos irritados. E é tão bom!”
  • 13. HENRIQUE SANTOS No que concerne aos índices de acidentes e situações de risco, a escola onde se desenvolveu o projeto apresenta os melhores resultados concelhios e, em relação ao Agrupamento onde se insere, apresenta valores diminutos de acionamento do seguro escolar para situações de emergência médica. Na perspetiva micro, constatamos uma redução do absentismo escolar (por doença), uma maior disponibilidade para a aprendizagem e também uma crescente procura da escola por famílias de fora da zona de incidência escolar.
  • 14. HENRIQUE SANTOS Podemos afirmar que as crianças apresentam maior disponibilidade para a aprendizagem e aumentam consideravelmente os tempos de atenção, diminuíram substancialmente as situações de conflituosidade e, na informação que vamos obtendo das famílias, tornou-se visível uma mudança comportamental evidente: as viagens da escola para casa, o tempo de “estar” com as famílias e até as atividades extracurriculares apresentam “novas” dinâmicas - mais calmas, mais concentradas e com maior disponibilidade -.
  • 15. HENRIQUE SANTOS A par destas observações inferidas e registadas, também a dinâmica familiar se foi alterando, com muitas famílias a compreenderem e a aceitarem a necessidade de tempos regulados de sono e descanso. Não obstante, e por razões atrás apontadas, mantém-se alguma dificuldade em ”justificar”, interna e superiormente, algumas das opções feitas, o que tem, de alguma forma, enfraquecido o alcance e a sustentabilidade de algumas das alterações que tiveram lugar.