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Sitientibus Série Ciências Biologicas 6 (1): 30-35. 2006.


         Aspectos dA diversidAde dA vegetAção no topo de um inselbergue no semi-árido dA
                                          bAhiA, brAsil

                              Flávio França1*, EFigênia dE MElo1 & JacquElinE Miranda gonçalvEs2

                     1
                      Professor Adjunto/ Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas.
                                     2
                                       Estudante do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UEFS
                                            *
                                              Author for correspondence: (flaviofranca@hotmail.com)

      (Aspectos da diversidade da vegetação no topo de um inselbergue no semi-árido da Bahia, Brasil) – Este trabalho
      apresenta uma avaliação da diversidade vegetal em um Inselbergue do semi-árido baiano, localizado nas coordenadas
      12o42’S e 39o46’W, com altitude variando entre 310-430 m.s.n.m. O levantamento foi realizado em quatro parcelas de
      100m2 divididas em quadrículas 4m2, montadas em diferentes regiões do ápice do inselbergue. Como resultado, registrou-
      se 34 espécies, sendo Bromeliaceae e Euphorbiaceae as famílias mais ricas. A maioria das espécies foi classificada como
      fanerófitas (c. 64%). As quatro parcelas juntas formam um grupo similar com Sorensen no valor de 0,360. A espécie mais
      freqüente e com maior densidade absoluta foi Tillandsia recurvata (Bromeliaceae). Apenas Encholirium spectabile (Bro-
      meliaceae) cobriu 80%-100% do substrato em duas quadrículas. O índice de Shannon-Wiener total foi de 2,07 nats/indiví-
      duo, com eqüitabilidade de 0,59.

      Palavras-chave: Inselbergue, semi-árido, Bahia, flora vascular.

      (Aspects of diversity of vegetation on the top of an inselberg of semi-arid of Bahia, Brazil) – This paper presents an
      evaluation of plant diversity on an Inselberg in the semi-arid region of the Bahia state (Brazil), located in 12o42’S and
      39o46’W, at an elevation of between 310 and 430 meters above sea level. The data collection was made in four plots
      (100m2) divided into 25 sub-plots (4m2), all located on the top of the Inselberg. Of the 34 species collected, the families
      Bromeliaceae and Euphorbiaceae were the richest ones. Most of species were classified as phanerophyte (c. 64%). The four
      plots together make up a similar group with Sorensen index = 0.360. Tillandsia recurvata (Bromeliaceae) was the most
      frequent and dense species. Only Encholirium spectabile (Bromeliaceae) covered 80%-100% of soil in two of the sub-plots.
      The Shannon-Wiener index for the entire sampled area was 2.07 nats/individual, with 0.59 of equitability.

      Key words: Inselberg, semi-arid, Bahia, vascular flora.


                            introdução                                 Morro do Agenor ou Morro da Madeira com uma área de
                                                                       545.300m2. A vegetação dominante no entorno do Insel-
         A grande Depressão Sertaneja Meridional, a maior              bergue é de caatinga convertida em pasto, nas encostas das
ecorregião do Bioma Caatinga, apresenta um grande número               vertentes encontra-se uma floresta semi-decídua, passando
de Inselbergues graníticos-gnáissicos, particularmente na re-          para uma vegetação mais baixa, predominantemente arbus-
gião de Milagres, uma das 57 áreas desse Bioma consideradas            tiva, nas partes mais íngremes e finalmente convertendo-se
de extrema importância biológica (vElloso et al., 2002).               em uma vegetação formada por moitas ilhadas na superfície
         O Morro do Agenor, localizado na região de Mila-              rochosa, sendo esta última o alvo do estudo aqui realizado
gres (Município de Itatim), tem sido objeto de um levanta-             (França et al., 1997).
mento florístico sem delineamento estatístico nos últimos                       Quatro parcelas de 10m x 10m foram montadas em
10 anos, de forma que sua flora é bastante conhecida e bem             pontos extremos do ápice do Inselbergue: uma no extremo
representada em herbário (França et al., 1997).                        Leste (I); outra no extremo Oeste (II); uma terceira na face
         O presente trabalho visa detectar padrões de com-             Norte (III); e a última na face Sul (IV).
posição e abundância de espécies, complementando os tra-                        A montagem das parcelas seguiu concEição (2003),
balhos realizados anteriormente na área, com a avaliação da            tendo sido cada parcela dividida em 25 quadrículas de 2m
diversidade da vegetação encontrada no topo do Inselbergue,            x 2m. Em cada parcela, cinco quadrículas foram sorteadas
permitindo a sua comparação com outros levantamentos em                para estudo, que consistiu na identificação das espécies, con-
Inselbergues que estão em andamento.                                   tagem do número de indivíduos, determinação da forma de
                                                                       vida de cada uma e estimativa da cobertura vegetal. No caso
                         mAteriAl e métodos                            de Bromeliaceae, cada roseta foi considerada como um in-
                                                                       divíduo; no caso de Poaceae, considerou-se como indivíduo
         A área de estudos está localizada no município de             cada tufo isolável.
Itatim, Bahia, nas coordenadas 12o42’40-43”S, 39o46’18-                         As classes de cobertura adotadas foram: 0%-10%;
28”W, com uma altitude variando de 385-420 m.s.n.m.                    10%-20%; 20%-40%; 40%-60%; 60%-80% e 80%-100%.
Trata-se de um Inselbergue granítico-gnáissico do tipo dor-            Em cada quadrícula a porcentagem de substrato sem cober-
so-de-baleia (PorEMbsky & barthlott, 2000), denominado                 tura de plantas vasculares também foi estimada.

                                                                  30
JanEiro-Março 2006]                      França et al. – vEgEtação do toPo dE uM insElbErguE                                              31


         As formas de vida de Raunkiaer seguem as defini-           Tabela 1. Espécies encontradas nas quatro parcelas.
ções propostas em MuEllEr-doMbois & EllEnbErg (1974).
                                                                     Família            Espécie                      Testemunho
         A coleta do material testemunho seguiu Mori et al.
(1989), tendo sido depositado no Herbário HUEFS. O siste-            Amaranthaceae Gomphrena vaga Mart.              E. Melo et al. 1481
ma de classificação adotado é o de cronquist (1981).                                 Syagrus coronata
         O cálculo do índice de Shannon-Wiener e de sua                                                              Não coletada
                                                                                     (Mart.) Becc.
equitabilidade segue Pinto-coElho (2000) e KrEbs (1989),             Arecaceae
                                                                                     Syagrus vagans
utilizando-se para o cálculo o logarítmo neperiano. A den-                                                           F. França et al. 1636
                                                                                     (Bondar) Hawk.
sidade absoluta foi calculada conforme KrEbs (1989), tendo           Asteraceae      Trixis vauthieri DC.            F. França et al. 1406
sido calculado o número de indivíduos de cada espécie divi-                          Tabebuia impetiginosa
                                                                     Bignoniaceae                                    F. França et al. 1404
dido pela área total amostrada (80m2).                                               (Mart. ex DC.) Stand.
         A similaridade entre as parcelas foi calculada utili-                       Aechmea lingulata (L.)
                                                                                                                     F. França et al. 1399
zando-se o índice de Dice (= Sorensen), com o agrupamento                            Baker
feito pelo método UPGMA, conforme rohlF (1997).                                      Encholirium spectabile
                                                                                                                     F. França et al. 1487
                                                                                     Mart. ex Schult.f.
                        resultAdos                                                   Hohenbergia
                                                                     Bromeliaceae leopoldohorstii Gross,             F. França et al. 1400
                                                                                     Rauh & Leme
          Foram coletadas 34 espécies no ápice do Inselber-
                                                                                     Tillandsia recurvata L.         E. Melo et al. 1482
gue (Tabela 1), sendo Bromeliaceae e Euphorbiaceae as
                                                                                     Tillandsia
famílias mais ricas com seis espécies (c. 16%) e com qua-                                                            E. Melo et al. 1403
                                                                                     sptreptocarpa Baker
tro espécies (c. 11%), respectivamente (Fig. 1). As parcelas
                                                                                     Tillandsia usneoides L.         E. Melo et al. 1630
apresentaram de 10 a 23 espécies, sendo que a parcela II,
                                                                                     Cactaceae indet.                Não coletada
aquela localizada na face Norte do Inselbergue, contabilizou
                                                                                     Melocactus
um total de 23 espécies, enquanto que a parcela III, locali-                                                         F. França et al. 1815
                                                                                     salvadorensis Werdern.
zada no extremo Oeste do dorso do afloramento, apresentou            Cactaceae
                                                                                     Pilosocereus gounellei
apenas 10 espécies.                                                                  (F.A.C. Weber) Byles et         F. França et al. 1489
          A maioria das espécies registradas é fanerófita (c.                        Rowley
64%), tendo sido registrado apenas quatro terófitas (c. 12%),        Celastraceae    Maytenus rigida Mart.           F. França et al. 1722
três hemicriptófitas e três epífitas (c. 9%), além de duas ca-                       Acalypha amblyodonta
                                                                                                                     Não coletada
méfitas (c. 5%), sendo estas Nanuza plicata (Velloziaceae) e                         Muell Arg.
Aosa rupestris (Loasaceae) (Fig. 2).                                                 Acalypha brasiliensis
                                                                     Euphorbiaceae                                   F. França et al. 1457
          As quatro parcelas juntas formam um grupo similar                          Muell. Arg.
com Sorensen no valor de 0,360. O par formado pelas parce-                           Croton echioides Baill.         E. Melo et al. 1483
las III-IV mostrou similaridade com o índice de Sorensen de                          Tragia volubilis L.             E. Melo et al. 1383
0,414, enquanto que o par de parcelas I-II mostrou ser o mais                        Centrosema
                                                                     Fabaceae                                        F. França et al. 1483
                                                                                     brasilianum (L.) Benth.
similar com índice de Sorensen de 0,581 (Fig. 3).
                                                                                     Goniorrhachis marginta
          As espécies mais freqüentes foram Tillandsia recur-        Caesalpiniaceae                                 F. França et al. 1855
                                                                                     Taub.
vata (Bromeliaceae), que foi registrada em sete quadrículas                          Aosa rupestris (Gard.)
(35%), e Encholirium spectabile (Bromeliaceae), registrada           Loasaceae                                       F. França et al. 1389
                                                                                     Weingend
em seis quadrículas (30%). Três espécies foram registradas           Lythraceae      Ammania sp.                     Não coletada
em quatro quadrículas (20%): Aechmaea lingulata, Tillan-                             Herissantia crispa              Não coletada
dsia streptocarpa (Bromeliaceae) e A. rupestris. As demais           Malvaceae       Sida galheirensis (L.)
                                                                                                                     F. França et al. 1460
espécies ocorreram em menos que três quadrículas, sendo                              Briz.
que 43% das espécies ocorreram em uma única quadrícula                               Schoepfia brasiliensis
                                                                     Olacaceae                                       E. Melo et al. 1582
(Tabela 2).                                                                          A. DC.
          Em termos de cobertura, 45% das quadrículas                                Poaceae sp. 1                   Não coletada
amostradas apresentaram 80%-100% do substrato sem ve-                Poaceae         Poaceae sp. 2                   Não coletada
                                                                                     Poaceae sp. 3                   Não coletada
getação vascular, sendo que em duas quadrículas 100% do
                                                                     Portulacaceae Portulaca halimoides L.           E. Melo et al. 1420
substrato estava sem vasculares. Apenas E. spectabile cobriu
                                                                                     Mitracarpus villosus
80%-100% do substrato, em duas quadrículas, apresentando             Rubiaceae                                       E. Melo et al.1594
                                                                                     Cham.
cobertura de 10%-80% em outras três quadrículas. Três es-                            Turnera calyptrocarpa
pécies apresentaram cobertura entre 40%-60%: A. lingulata                                                            E. Melo et al.1413
                                                                                     Urban
e Tabebuia impetiginosa (Bignoniaceae) em uma quadrícu-              Turneraceae
                                                                                     Turnera chamaedryfolia
                                                                                                                     E. Melo et al. 1405
la, além de Goniorrhachis marginata (Caesalpiniaceae) em                             Cambes.
duas quadrículas. A maioria das espécies cobriu apenas de                            Nanuza plicata (Mart.)
                                                                     Velloziaceae                                    E. Melo et al. 1477
0%-10% do substrato (c. 82%) (Tabela 3).                                             L.B.Smith
32                                                         sitiEntibus sériE ciências biologicas                                                      [Vol. 6

Tabela 2. Número de indivíduos por espécie por quadrícula.

                                              Parcela I                       Parcela II                  Parcela III                   Parcela IV

Espécie                              1    2      3        4    5     6    7       8        9   10   11   12   13    14   15   16       17   18   19     20
Acalypha amblyodonta                      4                                                                                                 2
Acalypha brasiliensis                                                                                                                  4         1
Aechmea lingulata                    4                                            6        7                                           1
Ammania sp.                                                                                                                    6
Aosa rupestris                                                       1                                   1                     1                         1
Cactaceae indet.                                                                                                                                 1
Centrosema brasiliana                                                                                               3                       1    1
Croton echioides                     1                                                                        1     2
Encholirium spectabilis                                   15         7    1                         10        2                                  12
Gomphrena holosericea                                                                                                                       1
Goniorrhachis marginata                          2                        1                                                            2
Herissantia crispa                                                                1
Hohenbergia leopoldohorstii                      3                                                                                     1
Maytenus ilicifolia                                                                                                                              1
Melocactus salvadorensis             2                    1
Mitracarpus villosus                      6               2          5
Nanuza plicata                                            2
Pilosocereus gounnelei                                                                              1
Poaceae sp. 1                             5                               1
Poaceae sp. 2                                                                                                       1
Poaceae sp. 3                                                                    15
Portulaca halimoides                                                                                                           66
Shoepfia brasiliensis                            1
Sida galheirensis                                                                                                   6                       2
Syagrus coronata                                                                  1
Syagrus vagans                                                                                                                                   1
Tabebuia impetiginosa                                                                               1                                            3
Tillandsia recurvata                            100            10         36               4                  11                       23        68
Tillandsia sptreptocarpa                         11                       3                                                            10        1
Tillandsia usneoides                                                      1
Tragia volubilis                                                                           1                                                1
Trixis vauthieri                                               1                           2
Turnera calyptrocarpa                                                     2
Turnera chamaedryfolia                    1                                                1                  1
Total de indivíduos/quadrícula       7    16 117 20            11   13    45     23    15      0    12   1    15    12   0    73       41   7    89      1




Fig. 1. Famílias mais ricas.                                                     Fig. 2. Espectro biológico das espécies amostradas.
JanEiro-Março 2006]                            França et al. – vEgEtação do toPo dE uM insElbErguE                                               33

Tabela 3. Classes de cobertura por espécies por quadrícula e de substrato sem vasculares: número de quadrículas em que a espécie aparece e o quanto
do substrato que ela cobria.

Espécie                                                0-10         10--20        20--40       40--60        60--80       80--100        Total

Acalypha amblyodonta                                    1             1                                                                    2
Acalypha brasiliensis                                   2                                                                                  2
Aechmea lingulata                                       1                           2             1                                        4
Ammania sp.                                             1                                                                                  1
Aosa rupestris                                          4                                                                                  4
Cactaceae indet.                                        1                                                                                  1
Centrosema brasiliana                                   3                                                                                  3
Croton echioides                                        3                                                                                  3
Encholirium spectabilis                                               1             1             1                          2             5
Gomphrena holosericea                                   1                                                                                  1
Goniorrhachis marginata                                                             1             2                                        3
Herissantia crispa                                      1                                                                                  1
Hohenbergia leopoldohorstii                                           1             1                                                      2
Maytenus ilicifolia                                     1                                                                                  1
Melocactus salvadorensis                                2                                                                                  2
Mitracarpus villosus                                    3                                                                                  3
Nanuza plicata                                          1                                                                                  1
Pilosocereus gounnelei                                  1                                                                                  1
Poaceae sp. 1                                           2                                                                                  2
Poaceae sp. 2                                                         1                                                                    1
Poaceae sp. 3                                           1                                                                                  1
Portulaca halimoides                                    1                                                                                  1
Shoepfia brasiliensis                                   1                                                                                  1
Sida galheirensis                                       2                                                                                  2
Syagrus coronata                                                      1                                                                    1
Syagrus vagans                                                                      1                                                      1
Tabebuia impetiginosa                                   1                                         1                                        2
Tillandsia recurvata                                    7                                                                                  7
Tillandsia sptreptocarpa                                4                                                                                  4
Tillandsia usneoides                                    1                                                                                  1
Tragia volubilis                                        2                                                                                  2
Trixis vauthieri                                        1             1                                                                    2
Turnera calyptrocarpa                                   1                                                                                  1
Turnera chamaedryfolia                                  3                                                                                  3
Substrato sem vasculares                                2             2             1             2             4            9            20



                                                                                      T. recurvata também foi a espécie que apresentou
                                                                             maior densidade absoluta (c. 3,15 indívíduos/m2), seguida
                                                                             por Portulaca halimoides (Portulacaceae) com 0,83 indví-
                                                                             duos/m2 e E. spectabile com c. 0,58 indivíduos/m2. A par-
                                                                             cela IV, localizada mais ao sul, foi a que apresentou maior
                                                                             densidade absoluta (c. 10,55 indivíduos/m2), enquanto que
                                                                             a parcela III, aquela mais ao oeste, foi a que apresentou me-
                                                                             nor densidade absoluta (c. 2 indivíduos/m2) (Tabela 2).
                                                                                      O índice de Shannon-Wiener em cada parcela de
                                                                             100m2 variou de 1,46-1,94 nats/indivíduo, com uma equi-
                                                                             tabilidade que variou de 0,41-0,54. Considerando o total
                                                                             amostrado, somando-se as quatro parcelas de 100m2, ob-
                                                                             teve-se o valor de Shannon-Wiener de 2,07 nats/indivíduo,
Fig. 3. Similaridade entre as parcelas.                                      com equitabilidade de 0,59.
34                                                      sitiEntibus sériE ciências biologicas                                                [Vol. 6

                             discussão                                      sptreptocarpa (SMith & Downs, 1977), A. lingulata (SMi-
                                                                            th & Downs, 1979), Centrosema brasiliana (SoloMon,
         Comparando-se a presente lista de espécies com                     2005), Gomphrena vaga (SoloMon, 2005). Espécies com
aquela apresentada por França et al. (1997), houve um                       distribuição restrita à Caatinga (c. 18%) foram: Maytenus
acréscimo de pelo menos quatro espécies à lista do Mor-                     rigida (rEissEk, 1861), G. marginata (quEiroz, 2004);
ro do Agenor: Acalypha amblyodonta (Euphorbiaceae),                         Sida galheirensis (SoloMon, 2005), Pilosocereus gounne-
Ammania sp. (Lythraceae), Goniorrhachis marginata (Ca-
                                                                            lei (taylor & zaPPi, 2004), A. rupestris (wEigEnd, 2005)
esalpiniaceae) e Herissantia crispa (Malvaceae). Porém,
                                                                            e E. spectabile (Forzza, 2001). Espécies com distribuição
no referido trabalho, foram registradas 40 espécies nos
ambientes do ápice do Inselbergue, enquanto que compa-                      restrita à Bahia (c. 12%) foram: Croton echioides (Gova-
                                                                            Erts et al., 2000), Hohenbergia leopoldo-horstii (lEME &
rando com o levantamento realizado em outro Inselbergue
localizado no município de Feira de Santana (França et al.,                 Marigo, 1993), Syagrus vagans (noblick, 1991), Melocac-
2005), foram registradas 48 espécies localizadas apenas no                  tus salvadorensis (taylor & zaPPi, 2004). Espécies tidas
afloramento rochoso.                                                        como ruderais (c. 9%) foram: H. crispa (lorEnzi I, 2000),
         Os resultados destes trabalhos sugerem que o es-                   Mitracarpus villosus (lorEnzi, 2000), Tillandsia usneoides
tudo aqui apresentado, onde foram registradas apenas 34                     (lorEnzi, 2000).
espécies, não amostrou a totalidade de espécies presentes,                            Considerando-se as formas de vida, observou-se
sendo essa avaliação prejudicada, pois os outros trabalhos                  que a grande maioria das espécies amostradas é constitu-
não foram feitos com a mesma metodologia aqui emprega-                      ída por fanerófitas (64%), incluindo epífitas e suculentas,
da, tornando impossível precisar a porcentagem do total de                  sendo que o número de espécies de outras formas de vida
espécies que foram amostradas. Considerando o trabalho                      não ultrapassou 15% das espécies amostradas. Este resul-
de França et al. (1997), que foi realizado no mesmo local                   tado corresponde ao que foi encontrado em França et al.
que o levantamento aqui apresentado, estima-se que foram
                                                                            (2005), onde 54% das espécies amostradas são fanerófitas,
amostradas c. 75%-85% do total de espécies nas parcelas.
                                                                            enquanto que as outras formas de vida não ultrapassaram
         A maioria das espécies registradas apresenta uma
                                                                            20% das espécies amostradas. Interessante notar a ausência
distribuição ampla (c. 47%), ocorrendo na Bahia e em ou-
tros estados do nordeste: Turnera calyptrocarpa, T. cha-                    de lianas, fato que diferencia do amostrado em França et
maedrifolia (Arbo, 2000); Tabebuia impetiginosa (GEn-                       al. (2005), que apresentou seis espécies de lianas.
try, 1992), Acalypha amblyodonta, A. brasiliensis, Tragia                             A alta freqüência de Fanerófitas em Inselbergues
volubilis (GovaErts et al., 2000), Trixis vauthieri (Hind,                  do semi-árido brasileiro, com amostragens apresentadas
2003), Syagrus coronata (Noblick, 1991), Portulaca ha-                      aqui e em França et al. (2005), contrastam fortemente com
limoides (OlivEira, 2001), Shoepfia brasiliensis (SlEuMEr,                  aqueles amostrados na África (cf. sEinE, 1996), onde as te-
1984), N. plicata (SMith & ayEnsu, 1976), T. recurvata, T.                  rófitas são normalmente mais numerosas.



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  • 1. Sitientibus Série Ciências Biologicas 6 (1): 30-35. 2006. Aspectos dA diversidAde dA vegetAção no topo de um inselbergue no semi-árido dA bAhiA, brAsil Flávio França1*, EFigênia dE MElo1 & JacquElinE Miranda gonçalvEs2 1 Professor Adjunto/ Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas. 2 Estudante do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UEFS * Author for correspondence: (flaviofranca@hotmail.com) (Aspectos da diversidade da vegetação no topo de um inselbergue no semi-árido da Bahia, Brasil) – Este trabalho apresenta uma avaliação da diversidade vegetal em um Inselbergue do semi-árido baiano, localizado nas coordenadas 12o42’S e 39o46’W, com altitude variando entre 310-430 m.s.n.m. O levantamento foi realizado em quatro parcelas de 100m2 divididas em quadrículas 4m2, montadas em diferentes regiões do ápice do inselbergue. Como resultado, registrou- se 34 espécies, sendo Bromeliaceae e Euphorbiaceae as famílias mais ricas. A maioria das espécies foi classificada como fanerófitas (c. 64%). As quatro parcelas juntas formam um grupo similar com Sorensen no valor de 0,360. A espécie mais freqüente e com maior densidade absoluta foi Tillandsia recurvata (Bromeliaceae). Apenas Encholirium spectabile (Bro- meliaceae) cobriu 80%-100% do substrato em duas quadrículas. O índice de Shannon-Wiener total foi de 2,07 nats/indiví- duo, com eqüitabilidade de 0,59. Palavras-chave: Inselbergue, semi-árido, Bahia, flora vascular. (Aspects of diversity of vegetation on the top of an inselberg of semi-arid of Bahia, Brazil) – This paper presents an evaluation of plant diversity on an Inselberg in the semi-arid region of the Bahia state (Brazil), located in 12o42’S and 39o46’W, at an elevation of between 310 and 430 meters above sea level. The data collection was made in four plots (100m2) divided into 25 sub-plots (4m2), all located on the top of the Inselberg. Of the 34 species collected, the families Bromeliaceae and Euphorbiaceae were the richest ones. Most of species were classified as phanerophyte (c. 64%). The four plots together make up a similar group with Sorensen index = 0.360. Tillandsia recurvata (Bromeliaceae) was the most frequent and dense species. Only Encholirium spectabile (Bromeliaceae) covered 80%-100% of soil in two of the sub-plots. The Shannon-Wiener index for the entire sampled area was 2.07 nats/individual, with 0.59 of equitability. Key words: Inselberg, semi-arid, Bahia, vascular flora. introdução Morro do Agenor ou Morro da Madeira com uma área de 545.300m2. A vegetação dominante no entorno do Insel- A grande Depressão Sertaneja Meridional, a maior bergue é de caatinga convertida em pasto, nas encostas das ecorregião do Bioma Caatinga, apresenta um grande número vertentes encontra-se uma floresta semi-decídua, passando de Inselbergues graníticos-gnáissicos, particularmente na re- para uma vegetação mais baixa, predominantemente arbus- gião de Milagres, uma das 57 áreas desse Bioma consideradas tiva, nas partes mais íngremes e finalmente convertendo-se de extrema importância biológica (vElloso et al., 2002). em uma vegetação formada por moitas ilhadas na superfície O Morro do Agenor, localizado na região de Mila- rochosa, sendo esta última o alvo do estudo aqui realizado gres (Município de Itatim), tem sido objeto de um levanta- (França et al., 1997). mento florístico sem delineamento estatístico nos últimos Quatro parcelas de 10m x 10m foram montadas em 10 anos, de forma que sua flora é bastante conhecida e bem pontos extremos do ápice do Inselbergue: uma no extremo representada em herbário (França et al., 1997). Leste (I); outra no extremo Oeste (II); uma terceira na face O presente trabalho visa detectar padrões de com- Norte (III); e a última na face Sul (IV). posição e abundância de espécies, complementando os tra- A montagem das parcelas seguiu concEição (2003), balhos realizados anteriormente na área, com a avaliação da tendo sido cada parcela dividida em 25 quadrículas de 2m diversidade da vegetação encontrada no topo do Inselbergue, x 2m. Em cada parcela, cinco quadrículas foram sorteadas permitindo a sua comparação com outros levantamentos em para estudo, que consistiu na identificação das espécies, con- Inselbergues que estão em andamento. tagem do número de indivíduos, determinação da forma de vida de cada uma e estimativa da cobertura vegetal. No caso mAteriAl e métodos de Bromeliaceae, cada roseta foi considerada como um in- divíduo; no caso de Poaceae, considerou-se como indivíduo A área de estudos está localizada no município de cada tufo isolável. Itatim, Bahia, nas coordenadas 12o42’40-43”S, 39o46’18- As classes de cobertura adotadas foram: 0%-10%; 28”W, com uma altitude variando de 385-420 m.s.n.m. 10%-20%; 20%-40%; 40%-60%; 60%-80% e 80%-100%. Trata-se de um Inselbergue granítico-gnáissico do tipo dor- Em cada quadrícula a porcentagem de substrato sem cober- so-de-baleia (PorEMbsky & barthlott, 2000), denominado tura de plantas vasculares também foi estimada. 30
  • 2. JanEiro-Março 2006] França et al. – vEgEtação do toPo dE uM insElbErguE 31 As formas de vida de Raunkiaer seguem as defini- Tabela 1. Espécies encontradas nas quatro parcelas. ções propostas em MuEllEr-doMbois & EllEnbErg (1974). Família Espécie Testemunho A coleta do material testemunho seguiu Mori et al. (1989), tendo sido depositado no Herbário HUEFS. O siste- Amaranthaceae Gomphrena vaga Mart. E. Melo et al. 1481 ma de classificação adotado é o de cronquist (1981). Syagrus coronata O cálculo do índice de Shannon-Wiener e de sua Não coletada (Mart.) Becc. equitabilidade segue Pinto-coElho (2000) e KrEbs (1989), Arecaceae Syagrus vagans utilizando-se para o cálculo o logarítmo neperiano. A den- F. França et al. 1636 (Bondar) Hawk. sidade absoluta foi calculada conforme KrEbs (1989), tendo Asteraceae Trixis vauthieri DC. F. França et al. 1406 sido calculado o número de indivíduos de cada espécie divi- Tabebuia impetiginosa Bignoniaceae F. França et al. 1404 dido pela área total amostrada (80m2). (Mart. ex DC.) Stand. A similaridade entre as parcelas foi calculada utili- Aechmea lingulata (L.) F. França et al. 1399 zando-se o índice de Dice (= Sorensen), com o agrupamento Baker feito pelo método UPGMA, conforme rohlF (1997). Encholirium spectabile F. França et al. 1487 Mart. ex Schult.f. resultAdos Hohenbergia Bromeliaceae leopoldohorstii Gross, F. França et al. 1400 Rauh & Leme Foram coletadas 34 espécies no ápice do Inselber- Tillandsia recurvata L. E. Melo et al. 1482 gue (Tabela 1), sendo Bromeliaceae e Euphorbiaceae as Tillandsia famílias mais ricas com seis espécies (c. 16%) e com qua- E. Melo et al. 1403 sptreptocarpa Baker tro espécies (c. 11%), respectivamente (Fig. 1). As parcelas Tillandsia usneoides L. E. Melo et al. 1630 apresentaram de 10 a 23 espécies, sendo que a parcela II, Cactaceae indet. Não coletada aquela localizada na face Norte do Inselbergue, contabilizou Melocactus um total de 23 espécies, enquanto que a parcela III, locali- F. França et al. 1815 salvadorensis Werdern. zada no extremo Oeste do dorso do afloramento, apresentou Cactaceae Pilosocereus gounellei apenas 10 espécies. (F.A.C. Weber) Byles et F. França et al. 1489 A maioria das espécies registradas é fanerófita (c. Rowley 64%), tendo sido registrado apenas quatro terófitas (c. 12%), Celastraceae Maytenus rigida Mart. F. França et al. 1722 três hemicriptófitas e três epífitas (c. 9%), além de duas ca- Acalypha amblyodonta Não coletada méfitas (c. 5%), sendo estas Nanuza plicata (Velloziaceae) e Muell Arg. Aosa rupestris (Loasaceae) (Fig. 2). Acalypha brasiliensis Euphorbiaceae F. França et al. 1457 As quatro parcelas juntas formam um grupo similar Muell. Arg. com Sorensen no valor de 0,360. O par formado pelas parce- Croton echioides Baill. E. Melo et al. 1483 las III-IV mostrou similaridade com o índice de Sorensen de Tragia volubilis L. E. Melo et al. 1383 0,414, enquanto que o par de parcelas I-II mostrou ser o mais Centrosema Fabaceae F. França et al. 1483 brasilianum (L.) Benth. similar com índice de Sorensen de 0,581 (Fig. 3). Goniorrhachis marginta As espécies mais freqüentes foram Tillandsia recur- Caesalpiniaceae F. França et al. 1855 Taub. vata (Bromeliaceae), que foi registrada em sete quadrículas Aosa rupestris (Gard.) (35%), e Encholirium spectabile (Bromeliaceae), registrada Loasaceae F. França et al. 1389 Weingend em seis quadrículas (30%). Três espécies foram registradas Lythraceae Ammania sp. Não coletada em quatro quadrículas (20%): Aechmaea lingulata, Tillan- Herissantia crispa Não coletada dsia streptocarpa (Bromeliaceae) e A. rupestris. As demais Malvaceae Sida galheirensis (L.) F. França et al. 1460 espécies ocorreram em menos que três quadrículas, sendo Briz. que 43% das espécies ocorreram em uma única quadrícula Schoepfia brasiliensis Olacaceae E. Melo et al. 1582 (Tabela 2). A. DC. Em termos de cobertura, 45% das quadrículas Poaceae sp. 1 Não coletada amostradas apresentaram 80%-100% do substrato sem ve- Poaceae Poaceae sp. 2 Não coletada Poaceae sp. 3 Não coletada getação vascular, sendo que em duas quadrículas 100% do Portulacaceae Portulaca halimoides L. E. Melo et al. 1420 substrato estava sem vasculares. Apenas E. spectabile cobriu Mitracarpus villosus 80%-100% do substrato, em duas quadrículas, apresentando Rubiaceae E. Melo et al.1594 Cham. cobertura de 10%-80% em outras três quadrículas. Três es- Turnera calyptrocarpa pécies apresentaram cobertura entre 40%-60%: A. lingulata E. Melo et al.1413 Urban e Tabebuia impetiginosa (Bignoniaceae) em uma quadrícu- Turneraceae Turnera chamaedryfolia E. Melo et al. 1405 la, além de Goniorrhachis marginata (Caesalpiniaceae) em Cambes. duas quadrículas. A maioria das espécies cobriu apenas de Nanuza plicata (Mart.) Velloziaceae E. Melo et al. 1477 0%-10% do substrato (c. 82%) (Tabela 3). L.B.Smith
  • 3. 32 sitiEntibus sériE ciências biologicas [Vol. 6 Tabela 2. Número de indivíduos por espécie por quadrícula. Parcela I Parcela II Parcela III Parcela IV Espécie 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Acalypha amblyodonta 4 2 Acalypha brasiliensis 4 1 Aechmea lingulata 4 6 7 1 Ammania sp. 6 Aosa rupestris 1 1 1 1 Cactaceae indet. 1 Centrosema brasiliana 3 1 1 Croton echioides 1 1 2 Encholirium spectabilis 15 7 1 10 2 12 Gomphrena holosericea 1 Goniorrhachis marginata 2 1 2 Herissantia crispa 1 Hohenbergia leopoldohorstii 3 1 Maytenus ilicifolia 1 Melocactus salvadorensis 2 1 Mitracarpus villosus 6 2 5 Nanuza plicata 2 Pilosocereus gounnelei 1 Poaceae sp. 1 5 1 Poaceae sp. 2 1 Poaceae sp. 3 15 Portulaca halimoides 66 Shoepfia brasiliensis 1 Sida galheirensis 6 2 Syagrus coronata 1 Syagrus vagans 1 Tabebuia impetiginosa 1 3 Tillandsia recurvata 100 10 36 4 11 23 68 Tillandsia sptreptocarpa 11 3 10 1 Tillandsia usneoides 1 Tragia volubilis 1 1 Trixis vauthieri 1 2 Turnera calyptrocarpa 2 Turnera chamaedryfolia 1 1 1 Total de indivíduos/quadrícula 7 16 117 20 11 13 45 23 15 0 12 1 15 12 0 73 41 7 89 1 Fig. 1. Famílias mais ricas. Fig. 2. Espectro biológico das espécies amostradas.
  • 4. JanEiro-Março 2006] França et al. – vEgEtação do toPo dE uM insElbErguE 33 Tabela 3. Classes de cobertura por espécies por quadrícula e de substrato sem vasculares: número de quadrículas em que a espécie aparece e o quanto do substrato que ela cobria. Espécie 0-10 10--20 20--40 40--60 60--80 80--100 Total Acalypha amblyodonta 1 1 2 Acalypha brasiliensis 2 2 Aechmea lingulata 1 2 1 4 Ammania sp. 1 1 Aosa rupestris 4 4 Cactaceae indet. 1 1 Centrosema brasiliana 3 3 Croton echioides 3 3 Encholirium spectabilis 1 1 1 2 5 Gomphrena holosericea 1 1 Goniorrhachis marginata 1 2 3 Herissantia crispa 1 1 Hohenbergia leopoldohorstii 1 1 2 Maytenus ilicifolia 1 1 Melocactus salvadorensis 2 2 Mitracarpus villosus 3 3 Nanuza plicata 1 1 Pilosocereus gounnelei 1 1 Poaceae sp. 1 2 2 Poaceae sp. 2 1 1 Poaceae sp. 3 1 1 Portulaca halimoides 1 1 Shoepfia brasiliensis 1 1 Sida galheirensis 2 2 Syagrus coronata 1 1 Syagrus vagans 1 1 Tabebuia impetiginosa 1 1 2 Tillandsia recurvata 7 7 Tillandsia sptreptocarpa 4 4 Tillandsia usneoides 1 1 Tragia volubilis 2 2 Trixis vauthieri 1 1 2 Turnera calyptrocarpa 1 1 Turnera chamaedryfolia 3 3 Substrato sem vasculares 2 2 1 2 4 9 20 T. recurvata também foi a espécie que apresentou maior densidade absoluta (c. 3,15 indívíduos/m2), seguida por Portulaca halimoides (Portulacaceae) com 0,83 indví- duos/m2 e E. spectabile com c. 0,58 indivíduos/m2. A par- cela IV, localizada mais ao sul, foi a que apresentou maior densidade absoluta (c. 10,55 indivíduos/m2), enquanto que a parcela III, aquela mais ao oeste, foi a que apresentou me- nor densidade absoluta (c. 2 indivíduos/m2) (Tabela 2). O índice de Shannon-Wiener em cada parcela de 100m2 variou de 1,46-1,94 nats/indivíduo, com uma equi- tabilidade que variou de 0,41-0,54. Considerando o total amostrado, somando-se as quatro parcelas de 100m2, ob- teve-se o valor de Shannon-Wiener de 2,07 nats/indivíduo, Fig. 3. Similaridade entre as parcelas. com equitabilidade de 0,59.
  • 5. 34 sitiEntibus sériE ciências biologicas [Vol. 6 discussão sptreptocarpa (SMith & Downs, 1977), A. lingulata (SMi- th & Downs, 1979), Centrosema brasiliana (SoloMon, Comparando-se a presente lista de espécies com 2005), Gomphrena vaga (SoloMon, 2005). Espécies com aquela apresentada por França et al. (1997), houve um distribuição restrita à Caatinga (c. 18%) foram: Maytenus acréscimo de pelo menos quatro espécies à lista do Mor- rigida (rEissEk, 1861), G. marginata (quEiroz, 2004); ro do Agenor: Acalypha amblyodonta (Euphorbiaceae), Sida galheirensis (SoloMon, 2005), Pilosocereus gounne- Ammania sp. (Lythraceae), Goniorrhachis marginata (Ca- lei (taylor & zaPPi, 2004), A. rupestris (wEigEnd, 2005) esalpiniaceae) e Herissantia crispa (Malvaceae). Porém, e E. spectabile (Forzza, 2001). Espécies com distribuição no referido trabalho, foram registradas 40 espécies nos ambientes do ápice do Inselbergue, enquanto que compa- restrita à Bahia (c. 12%) foram: Croton echioides (Gova- Erts et al., 2000), Hohenbergia leopoldo-horstii (lEME & rando com o levantamento realizado em outro Inselbergue localizado no município de Feira de Santana (França et al., Marigo, 1993), Syagrus vagans (noblick, 1991), Melocac- 2005), foram registradas 48 espécies localizadas apenas no tus salvadorensis (taylor & zaPPi, 2004). Espécies tidas afloramento rochoso. como ruderais (c. 9%) foram: H. crispa (lorEnzi I, 2000), Os resultados destes trabalhos sugerem que o es- Mitracarpus villosus (lorEnzi, 2000), Tillandsia usneoides tudo aqui apresentado, onde foram registradas apenas 34 (lorEnzi, 2000). espécies, não amostrou a totalidade de espécies presentes, Considerando-se as formas de vida, observou-se sendo essa avaliação prejudicada, pois os outros trabalhos que a grande maioria das espécies amostradas é constitu- não foram feitos com a mesma metodologia aqui emprega- ída por fanerófitas (64%), incluindo epífitas e suculentas, da, tornando impossível precisar a porcentagem do total de sendo que o número de espécies de outras formas de vida espécies que foram amostradas. Considerando o trabalho não ultrapassou 15% das espécies amostradas. Este resul- de França et al. (1997), que foi realizado no mesmo local tado corresponde ao que foi encontrado em França et al. que o levantamento aqui apresentado, estima-se que foram (2005), onde 54% das espécies amostradas são fanerófitas, amostradas c. 75%-85% do total de espécies nas parcelas. enquanto que as outras formas de vida não ultrapassaram A maioria das espécies registradas apresenta uma 20% das espécies amostradas. Interessante notar a ausência distribuição ampla (c. 47%), ocorrendo na Bahia e em ou- tros estados do nordeste: Turnera calyptrocarpa, T. cha- de lianas, fato que diferencia do amostrado em França et maedrifolia (Arbo, 2000); Tabebuia impetiginosa (GEn- al. (2005), que apresentou seis espécies de lianas. try, 1992), Acalypha amblyodonta, A. brasiliensis, Tragia A alta freqüência de Fanerófitas em Inselbergues volubilis (GovaErts et al., 2000), Trixis vauthieri (Hind, do semi-árido brasileiro, com amostragens apresentadas 2003), Syagrus coronata (Noblick, 1991), Portulaca ha- aqui e em França et al. (2005), contrastam fortemente com limoides (OlivEira, 2001), Shoepfia brasiliensis (SlEuMEr, aqueles amostrados na África (cf. sEinE, 1996), onde as te- 1984), N. plicata (SMith & ayEnsu, 1976), T. recurvata, T. rófitas são normalmente mais numerosas. referênciAs bibliográficAs arbo MM. 2000. Estudios sistemáticos en Turnera (Turneraceae) II. Se- don: Royal Botanic Gardens, Kew. ries Annulares, Capitatae, Microphyllae y Papilliferae. Bon- hind D. 2003. Flora de Grão-Mogol, Minas Gerais: Compositae (Astera- plandia 14: 1-82. ceae). Bol. Bot. Univ. São Paulo 21(1): 179-234. ConcEição A. 2003. 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