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Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 1
Reflexões
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Testemunhos
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Relatos
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Meditações
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Fábulas
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Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 2
Metáforas
Metáforas
Metáforas
Metáforas
Ilustrações
Ilustrações
Ilustrações
Ilustrações
Jesus...euteamo!
Jesus...euteamo!
Jesus...euteamo!
Jesus...euteamo!
Esta obra é carinhosamente dedicada a católicos, espíritas,
evangélicos, religiosos e àqueles que não confessam
nenhuma religião. É a realização de um sonho. Alguém já
disse que “Um homem se realiza quando planta uma árvore,
tem um filho e escreve um livro”. Eu acrescentaria: Um
homem realmente se realiza quando ele se converte de todo
coração ao Evangelho do Senhor Jesus.
Muito embora tenha aprendido certas regras de bem-viver,
aparentemente um pouco tarde, passei a colocar em prática
todos os ensinamentos da Palavra que procede da boca de
Deus, imediatamente após ter concluído que valia muito
mais a pena proceder com ética e dignidade, vivenciando
assim uma verdadeira conversão de caráter.
Este volume, como outros, é resultado da seleção de vários
textos extraídos na Internet, enviados por diversas pessoas
até então desconhecidas e anônimas.
São mensagens de encorajamento, que procuram transmitir
uma visão positiva da vida. Contem muitos ensinamentos
úteis e a mensagem que transmitem realmente nos faz sentir
bem.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 3
Esta coleção, é claro, nunca ficará completa. A minha
intenção é constantemente agregar novas mensagens.
Colaborações são bem-vindas.
Neste volume foram acrescidos, a pedido, alguns contos
infantis, inteiramente dedicados à primeira infância.
Quem desejar pode enviar as colaborações diretamente para
email.escritor@gmail.com
Uma das grandes vantagens que a Internet nos traz é a
possibilidade do trabalho cooperativo. Tenho certeza de que
em breve esses livros estarão muito melhores,
principalmente, porque já contarão com a sua participação.
No tocante às colaborações, peço que não me enviem
material que seja protegido por direito autoral. A Internet
contem uma quantidade enorme de material que pode ser
usado livremente e eu certamente não tenho a intenção de
atrair a ira de ninguém por distribuição indevida de material
protegido.
Tentei não incluir nenhum material protegido por direito
autoral. A maioria das mensagens que recebi pela Internet
não continha nenhuma atribuição de autoria. Daí o porquê
de algumas duplicidades. Perdão pelas omissões. Caso haja
alguma falha de minha parte, com inclusão indevida de
material, por favor, me avisem que farei a remoção imediata
dos originais.
Segue-se pequena explanação do real entendimento que
tenho sobre Contos Populares.
O conto é um tipo de narrativa que se opõe, pela extensão,
quer à novela, quer ao romance. Historieta mais ou menos
longa, que ilustra uma lição de sabedoria e cuja moralidade é
expressa como conclusão. De fato, é sempre uma narrativa
pouco extensa e a sua brevidade tem implicações estruturais:
reduzido número de personagens; concentração do espaço e
do tempo, ação simples e decorrendo de forma mais ou
menos linear.
Embora o conto seja hoje uma forma literária reconhecida e
utilizada por inúmeros escritores, a sua origem é muito mais
humilde. Na verdade, nasceu entre o povo anônimo.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 4
Começou por ser um relato simples e despretensioso de
situações imaginárias, destinado a ocupar os momentos de
lazer. Um contador de histórias narra a um auditório
reduzido e familiar um episódio considerado interessante. Os
constrangimentos de tempo, a simplicidade da assembléia e
as limitações da memória impõem que a "história" seja
curta. Essas mesmas circunstâncias determinam, como já
vimos, a limitação do número de personagens, a sua
caracterização vaga e estereotipada, a redução e imprecisão
das referências espaciais e temporais, bem como a
simplificação da ação.
Dada a sua origem popular, o conto de que falamos aqui não
tem propriamente um autor, entendido como um ser humano
determinado, ainda que desconhecido. Na realidade ele
constitui uma criação coletiva, dado que cada "contador" lhe
introduz inevitavelmente pequenas alterações ("Quem conta
um conto, acrescenta um ponto.").
E é por essa razão que convém esclarecer que nenhum livro
substitui a Bíblia Sagrada, muito menos este. Não tenho essa
pretensão. Da mesma forma que não espero que ele se torne
um livro de auto-ajuda. Nem mesmo ditar regras ou normas
de comportamento. Meu único objetivo é fazer com que o
leitor reflita, baseado nos exemplos citados.
Entretanto, confio que muitas das mensagens contidas nas
páginas seguintes, possam vir a ser um bom instrumento de
evangelização. Mas, não se incomode. Não se trata de
nenhum convite pra você “vir” pra essa ou àquela igreja. Os
próprios textos de todas as mensagens se encarregam de lhe
convidar a refletir. Meditar. Tirar suas próprias conclusões.
De modo que o autor somente lhe incita a abrir o seu
coração para o que está, principalmente, nas entrelinhas.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 5
De modo que com plena confiança digamos: O Senhor é
quem me ajuda, não temerei; que me fará o homem?
(Hebreus 13:6)
Antes, porém, um breve relato sobre a Bíblia.
A Bíblia,
é o livro vivo que dá testemunho das obras de Deus desde a
criação até o fim dos tempos. Nela os servos de Deus podem
encontrar as respostas e confirmações que sustentam, não
apenas seus atos de fé, mas, a verdade que o homem busca
em seu íntimo ainda que não saiba disso.
O termo Bíblia vem do grego “Biblos” e, seu uso se dá a
partir de 200 dC. Movidos pelo Espírito de Deus, escribas,
sacerdotes, reis, profetas e poetas (2º Tm 3.16; 2º Pe
1.20,21) a escreveram, o período de sua elaboração é de
aproximadamente 1.500 anos, mais de 40 pessoas
registraram os fatos e mensagens de seus dias, e para dias
vindouros, sob a ordem e direção do próprio Deus, e
percebe-se facilmente a mão de Deus na sua unidade. Seus
ensinamentos são plenos e não necessitam da interferência
humana, pois a Bíblia é auto-suficiente, não se contradiz, é
com ela o Espírito de Deus caminha junto, pois este
confirma através dos sinais que o testemunho que ela dá de
Deus é verdadeiro.
Mas, segundo a própria Bíblia, deve-se receber esta Palavra
misturada com fé, ou será vista apenas como um livro
grosso, no qual se achará contradições que nós mesmos
buscamos. Isto se tentarmos encontrar explicações às
dúvidas da nossa mente vã, cheia das tradições e
ensinamentos mundanos, guiada pelo espírito materialista e
egoísta que domina entre os homens perdidos, que apesar de
toda a confirmação, clara e evidente, da Palavra, nos nossos
dias, preferem permanecer na obscuridade, sem Deus.
Por isso a Palavra diz:
“Porque também a nós foram pregadas as boas novas,
assim como a eles; mas a palavra da pregação nada lhes
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 6
aproveitou, porquanto não chegou a ser unida com a fé,
naqueles que a ouviram“ (Hebreus 4: 2).
A Legitimidade da Palavra ao longo dos anos
Seus textos foram escritos e reescritos, por várias gerações,
e em diversos idiomas, como: Hebraico, Aramaico e grego;
até nossos dias, e nossas línguas.
Está comprovado, por estudiosos que 99% dos textos
mantêm-se fiel aos originais, é certamente uma obra divina,
levando em consideração os milhares de anos entre a escrita
e nossos dias. As partes mais antigas das Escrituras
encontradas são um pergaminho de Isaías em hebraico do
segundo século aC, descoberto em 1947 nas cavernas do
Mar Morto e um pequeno papiro contendo parte do Livro de
João 18.31-33,37,38 datados do segundo século dC.
A Bíblia em sua forma original é desprovida das divisões de
capítulos e versículos. Para facilitar sua leitura e localização
de “citações” o Prof. Stephen Langton, no ano de 1227 dC a
dividiu em capítulos. Até o ano de 1551 dC não existia a
divisão denominada versículo. Neste ano o Sr. Robert
Stephanus chegou a conclusão da necessidade de uma
subdivisão e agrupou os texto em versículos.
Até a invenção da gráfica por Gutenberg, a Bíblia era um
livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos
artesanalmente (manuscritos) e poucos tinham acesso às
Escrituras.
O povo de língua portuguesa só começou a ter acesso à
Bíblia de uma forma mais econômica a partir do ano de
1748 dC, quando foi impressa a primeira Bíblia em
português, uma tradução feita a partir da “Vulgata Latina”.
É composta de 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos,
mais de 773.000 palavras e aproximadamente 3.600.000
letras. Se gasta em média 50 horas (38 VT e 12 NT) para lê-
la ininterruptamente ou pode-se lê-la em um ano seguindo
estas orientações: 3,5 capítulos diariamente ou 23 por
semana ou ainda, 100 por mês em média.
Encontra-se traduzida em mais de 1000 línguas e dialetos, o
equivalente a 50% das línguas faladas no mundo. Há uma
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 7
estimativa que já foi comercializado no planeta milhões de
exemplares entre a versão integral e o NT. Mais de 500
milhões de livros isolados já foram comercializados.
Afirmam ainda que a cada minuto 50 Bíblias são vendidas,
perfazendo um total diário de aproximadamente 72 mil
exemplares!
§
Porém, antes de dar início às ilustrações: - Que fique bem
claro que reconhecemos a existência de pessoas de caráter
ilibadíssimo, fora das igrejas, sem compromisso com Deus,
mas que procedem decentemente, sendo dignas de serem
apresentadas como exemplo, pelas suas atitudes. Muito
embora, NÃO possa ver nelas a presença do Espírito Santo
de Deus, pois acredito que as fariam bem mais felizes...
As ilustrações que você desfrutará á seguir, foram escolhidas
com um único e grande propósito: o de abençoar a sua vida.
Muitas dessas reflexões, que aqui figuram, me foram
enviadas, acompanhadas de um testemunho do que Deus
operou na vida daqueles que realmente se sentiram
exortados, advertidos pelo próprio Deus. Daí há acreditar
que essas poucas páginas sejam realmente um instrumento
de evangelização.
É isso que espero, que Ele fale ao seu coração, através
desses contos. Que venham a ser na verdade, mensagens
enviadas diretamente ao seu coração.
§...........§
Existem quatro coisas na vida que não se recuperam:
a pedra, depois de atirada;
- a palavra, depois de proferida;
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 8
- a ocasião, depois de perdida;
- e o tempo, depois de passado".
§§§§§§
Que as mensagens a seguir lhe abençoem, de fato. Que
cada uma delas venha representar, verdadeiramente, um
grande livramento e/ou um MILAGRE também na sua
vida.
..............
Muitos de nós, às vezes, pensamos que nunca tivemos
experiências dignas de serem testemunhadas.
Às vezes ouvimos falar de um milagre, ou de uma benção
que uma pessoa recebeu e pensamos:
"- Será que nunca vai acontecer comigo?"
Mas no dia-a-dia, acontecem inúmeros "pequenos milagres",
coisas que ao nossos olhos são tão pequenas que
praticamente passam desapercebidas.
Mas, que em uma reflexão mais cuidadosa, revela-se um
"pequeno milagre".
A vida está cheia desses acontecimentos... pequenos
tropeços que te fazem parar e ver, que, por pouco você se
machucaria, ou seria atropelado.
Uma sombra, que chama sua atenção e dá asas a sua
imaginação...
Um amigo ia toda quinta-feira à noite a uma piscina coberta.
Sempre via ali um homem que lhe chamava atenção: ele
tinha o costume de correr até a água e molhar só o dedão do
pé. Depois subia no trampolim mais alto e com um
esplêndido salto mergulhava na água. Era um excelente
nadador.
Não era de estranhar, pois, que meu amigo ficasse intrigado
com esse costume de molhar o dedão antes de saltar na água.
Um dia tomou coragem e perguntou
a razão daquele hábito. O homem sorriu e respondeu:
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 9
- Sim, eu tenho um motivo para fazer isso. Há alguns anos,
eu era professor de natação de um grupo de homens. Meu
trabalho era ensiná-los a nadar e a saltar de trampolim. Certa
noite não conseguia dormir e fui a piscina para nadar um
pouco.
Sendo o professor de natação, eu tinha uma chave para
entrar no clube. Não acendi a luz porque conhecia bem o
lugar. A luz da lua brilhava através do teto de vidro. Quando
estava sobre o trampolim, vi minha sombra na parede em
frente.
Com os braços abertos, minha silhueta formava uma
magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado,
contemplando aquela imagem.
O professor de natação continuou:
- Nesse momento, pensei na cruz de Cristo e em seu
significado. Eu não era um cristão, mas quando criança,
aprendi um cântico cujas palavras me vieram a mente e me
fizeram recordar que Jesus tinha morrido para nos salvar por
meio de seu precioso sangue... Não sei quanto tempo fiquei
parado sobre o trampolim com os braços estendidos e nem
compreendo por que não pulei na água.
Finalmente voltei, desci do trampolim e fui até a escada para
mergulhar na água. Desci a escada e meus pés tocaram o
piso duro e liso... na noite anterior haviam esvaziado a
piscina e eu não tinha percebido...
Após uma longa pausa, ele continuou:
- Tremi todo e senti um calafrio na espinha. Se tivesse
saltado, seria o meu último salto. Naquela noite, a imagem
da cruz na parede salvou a minha vida.
Fiquei tão agradecido a Deus, que em Sua graça me permitiu
continuar vivo, que me ajoelhei na beira da piscina. Tomei
consciência de que não somente a minha vida, mas minha
alma também precisava ser salva.
Para que isso acontecesse, foi necessária outra cruz, aquela
na qual Jesus morreu para nos salvar.
Ele me salvou quando confessei os meus pecados e me
entreguei a Ele.
Naquela noite fui salvo duas vezes. Agora tenho um corpo
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 10
sadio porém, o mais importante é que sou eternamente salvo.
Talvez agora você compreenda porque molho o dedão antes
de saltar na água...
Às vezes, os milagres acontecem em nossas vidas, mas, não
como nós esperávamos.
Deus tem uma forma maravilhosa de agir, Ele não faz
barulho, não chama a atenção! Mas nem por isso torna-se
ineficiente.
Abramos nossos olhos e estejamos bem acordados,
testemunhemos do amor de nosso Salvador, com fervor e
alegria, pois as pequenas coisas que o mundo ocultou, serão
as grandes maravilhas que Deus revelará!!!
I Coríntios 1:18 “Porque a palavra da cruz é deveras loucura
para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o
poder de Deus”.
Hebreus 12:2 “fitando os olhos em Jesus, autor e
consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está
proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está
assentado à direita do trono de Deus”.
...................................................
Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia
pescar no cais próximo do chalé da família, numa ilha que
ficava no meio de um lago. A temporada de pesca só
começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da
tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava
autorizada. O menino amarrou uma isca e começou a
praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na
água. Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua
nascendo sobre o lago. Quando o caniço envergou, ele soube
que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava
com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito
cuidado, erguia o peixe exausto da água. Era o maior que já
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 11
tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.
O garoto e o pai olharam para o peixe tão bonito, as guelras
movendo para trás e para frente. O pai, então, acendeu um
fósforo e olhou para o relógio. Pouco mais de dez da noite...
Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da
temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o
menino, dizendo:
Tens que devolvê-lo, filho!
Mas, pai, reclamou o menino.
Vai aparecer outro, insistiu o pai.
Não tão grande quanto este, choramingou a criança.
O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores
ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o
pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza da
sua voz, que a decisão era inegociável. Devagar, tirou o
anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.
O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.
Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais
pegaria um peixe tão grande quanto aquele.
Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um
arquiteto bem sucedido. O chalé continua lá, na ilha no meio
do lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.
Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar
um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém,
sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com
uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é
simplesmente uma questão de certo e errado. Agir
corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa.
A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém
está vendo. Essa conduta só é possível quando, desde
criança, aprende-se a devolver o peixe à água. A boa
educação é como uma moeda de ouro: Tem Valor Em Toda
Parte. - James P. Lenfestey
"O caráter é aquilo que você é no escuro." "E também o que
você é de dia, quando acha que ninguém está olhando."
I Coríntios I
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 12
11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas,
logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de
menino.
12 “Porque agora vemos como por espelho, em enigma,
mas então veremos face a face; agora conheço em parte,
mas então conhecerei plenamente, como também sou
plenamente conhecido”.
13 “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor,
estes três; mas o maior destes é o amor”...
.................
Era uma vez um tempo em que as árvores decidiram que
elegeriam para si um rei. Se no reino dos homens e também
no dos animais havia rei, achavam que seria próprio que
igualmente no reino vegetal existisse um rei Árvore.
A primeira árvore convidada a reinar foi a oliveira, já que
ela produz o óleo com o qual são ungidos os profetas e reis.
Com seu óleo, acendem-se as lâmpadas que iluminam as
trevas e dão direção ao viajante durante a noite. Ele mistura,
ainda, a massa do pão e dá beleza aos cabelos dos homens.
Diz a Palavra de Deus que Absalão, filho do rei Davi,
banhava seus longos cabelos louros no óleo da oliveira e os
salpicava com pó de ouro, com um gesto de extrema
vaidade, e ia cavalgar contra o vento, no alto do morro,
fazendo com que o sol reluzisse o ouro e o óleo de sua
cabeleira esvoaçante.
Tinha ele verdadeira adoração por seus próprios cabelos. Por
causa deles, acabou morrendo, pois ficaram enganchados
nos galhos de uma pequena árvore, sob a qual passou
montado em um burro quando fugia de uma batalha.
Pendurado pelos cabelos, foi atingido no coração pelo dardo
de seu perseguidor e, ali mesmo, morreu.
Voltando à nossa fábula, a oliveira respondeu ás demais
árvores: “Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os
homens prezam, e iria labutar em favor das outras espécies?
Não, amigos, procurais vós outra árvore”.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 13
Foram então as outras árvores à procura da figueira, e lhe
pediram: “Vem tu e reina sobre nós”. A figueira, porém,
respondeu: Deixaria eu a minha doçura e o meu bom fruto, e
iria labutar sobre as árvores? Não, absolutamente não!”. E,
assim, igualmente desprezou o convite”.
As árvores não desistiram e foram conversar com a videira:
“Vem tu e reina sobre nós”, imploraram. A jovem e alegre
videira respondeu: “Deixaria eu meu mosto, que Deus e os
homens prezam, e ia lutar em beneficio das outras árvores?
Não, eu não”. E, assim , declinou do convite.
Então, todas as árvores, sem opção, lembraram do
espinheiro, e foram até ele: “Vem tu e reina sobre nós”,
clamaram, já sem esperança. O espinheiro, que não tinha
nada a perder, aceitou o encargo, tornou-se o rei das árvores.
Ora, esta fábula, escrita para lá de três mil anos, é bem
curiosa. É Impressionante como encontramos, por todo o
mundo e em todos os tempos, espinheiros reinando,
governando e tomando decisões. Eles nada têm para dar;
apenas assumem o comando porque as boas árvores não
querem se envolver com os problemas relativos ao ato de
reinar.
Nos países da África, esses governantes espinheiros têm
mantido nações sob os ferros dos seus espinhos, levando
seus povos à falência e às guerras.
Costumam só deixar o poder depois de mortos ou depostos
por uma revolução.
Oremos, amados irmãos, para que as oliveiras, videiras e
figueiras deixem de pensar tanto em si próprias e aceitem o
peso do governar com responsabilidade, para o bem de todas
as árvores, e para que os espinheiros fiquem quietos em seus
cantos!
....................
Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas
notas e o comportamento eram uma decepção para seus pais
que sonhavam em vê-lo formado e bem sucedido. Um belo
dia, o bom pai lhe propôs um acordo: - Se você, meu filho,
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 14
mudar o comportamento, se dedicar aos estudos e conseguir
ser aprovado no vestibular para a Faculdade lhe darei então
um carro de presente.
Por causa do carro, o rapaz mudou da água para o vinho.
Passou a estudar como nunca e a ter um comportamento
exemplar.
O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação. Sabia que a
mudança do rapaz não era fruto de uma conversão sincera,
mas apenas do interesse em obter o automóvel. Isso era mau.
O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus
esforços.
Assim, o grande dia chegou.
Fora aprovado pra o curso que almejava.
Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos
para uma festa de comemoração.
O rapaz tinha por certo que na festa o pai lhe daria o
automóvel.
Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido
pelo filho e lhe passou às mãos uma caixa de presente.
Crendo que ali estavam as chaves do carro.
O rapaz abriu emocionado o pacote.
Para sua surpresa, o presente era uma Bíblia.
O rapaz ficou visivelmente decepcionado e nada disse.
A partir daquele dia, o silêncio e distância separavam pai e
filho.
O jovem se sentia traído, e agora, lutava por ser
independente.
Deixou a casa dos pais e foi morar no Campus da
Universidade.
Raramente mandava notícias à família.
O tempo passou, ele se formou, conseguiu um emprego em
um bom hospital e se esqueceu completamente do pai.
Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão.
Até que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu
e não resistiu. Faleceu.
No enterro, a mãe falou-lhe da Bíblia que tinha sido o último
presente do pai.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 15
De volta à sua casa, o rapaz, que nunca perdoara o pai,
quando finalmente abriu o livro, notou que havia um
envelope dentro dele.
Ao abri-lo, encontrou uma carta e um cheque. A carta dizia:
“Meu querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro.
Eu prometi e aqui está o cheque para você, escolha aquele
que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de lhe dar um
presente ainda melhor: A Bíblia Sagrada! Nela aprenderás o
Amor de Deus e a fazer o bem, não pelo prazer de
recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência.”
Corroído de remorso, o filho caiu em profundo pranto.
Como é triste a vida dos que não sabem perdoar. Isto leva a
erros terríveis e a um fim ainda pior.
Antes que seja tarde, perdoe aquele a quem você pensa ter
lhe feito mal.
Talvez se olhar com cuidado, vai ver que há também um
cheque escondido em todas as adversidades da vida.
..............................
Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um
coelhinho para os filhos. Os filhos do outro vizinho pediram
um bicho para o pai. O homem comprou um pastor alemão.
Papo de vizinho:
- Mas ele vai comer o meu coelho.
- De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão
crescer juntos, pegar amizade. Entendo de bicho. Problema
nenhum.
E parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos
cresceram e amigos ficaram.
Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa.
As crianças, felizes.
Eis que o dono do coelho foi passar o final de semana na
praia com a família e o coelho ficou sozinho. Isso na sexta-
feira.
No domingo, de tardinha, o dono do cachorro e a família
tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na
cozinha.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 16
Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado,
sujo de terra e, claro, morto. Quase mataram o cachorro.
O vizinho estava certo. E agora?
- E agora eu quero ver!
A primeira providência foi bater no cachorro, escorraçar o
animal, para ver se ele aprendia um mínimo de civilidade e
boa vizinhança. Claro, só podia dar nisso.
Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora?
Todos se olhavam.
O cachorro chorando lá fora, lambendo as pancadas.
- Já pensaram como vão ficar as crianças?
- Cala a boca!
Não se sabe exatamente de quem foi a idéia, mas era
infalível.
Vamos dar um banho no coelho, deixar ele bem limpinho,
depois a gente seca com o secador da sua mãe e colocamos
na casinha dele no quintal. Como o coelho não
estava muito estraçalhado, assim o fizeram. Até perfume
colocaram no falecido. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as
crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas,
como convém a um coelho cardíaco. Umas três horas depois
eles ouvem a vizinhança chegar.
Notam os gritos das crianças, Descobriram! Não deram
cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta. Branco,
assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.
- O que foi? Que cara é essa?
- O coelho...o coelho....
- O que tem o coelho?
- Morreu!
Todos:
- Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem..
- Morreu na sexta-feira!
- Na sexta?
- Foi. Antes de a gente viajar, as crianças o enterraram no
fundo do quintal!
A história termina aqui. O que aconteceu depois não
importa. Nem ninguém sabe. Mas o personagem que mais
cativa nesta história toda, o protagonista da história, é o
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 17
cachorro.
Imagine o pobre do cachorro que, desde sexta-feira,
procurava em vão pelo amigo de infância, o coelho. Depois
de muito farejar descobre o corpo. Morto. Enterrado. O que
faz ele? Com o coração partido, desenterra o pobrezinho e
vai mostrar para os seus donos.
Provavelmente estivesse até chorando, quando começou a
levar pancada de tudo quanto era lado. O cachorro é o herói.
O bandido é o dono do cachorro. O ser humano.
O homem continua achando que um banho, um secador de
cabelos e um perfume disfarçam a hipocrisia, o animal
desconfiado que tem dentro dele.
Julga os outros pela aparência, mesmo que tenha que deixar
esta aparência como melhor lhe convier. Maquiada.
Coitado do cachorro. Coitado do dono do cachorro. Coitados
de nós, animais racionais , que muitas vezes não passamos
de completos irracionais...
Qual o seu perfume ? Será este simplesmente um véu para a
hipocrisia ou é aquele que realmente exala as virtudes de um
verdadeiro servo , de um verdadeiro filho , de um(a)
verdadeiro(a) Homem ou Mulher (sim ., com H ou M
maiúsculo)
de Deus . Procure em oração verificar como Jesus Cristo te
vê , se Ele te olha com um sorriso como se falasse : valeu à
pena morrer por você ou com tristeza...
.................................
Era uma vez uma família muito pobre, cujo filho se
encontrava terrivelmente doente. Seus pais já haviam
tentado de tudo para lhe salvar a vida, mas o menino piorava
a cada dia. Naquela casa humilde, a alegria havia murchado,
como uma flor sem chuva.
Aquela criança, com sua ternura e inocência, era a luz que
brilhava e encantava o coração de sua mãe, trazendo ao rosto
cansado do pai, após uma longa jornada de trabalho, o
sorriso de quem via no filho a recompensa de seus esforços.
Para aquela família a vida parecia injusta e o destino severo
demais. Por que coisas tão terríveis acontecem com pessoas
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 18
tão boas? Era impossível achar uma explicação, muito
menos consolar o coração daquela mãe aflita, que sem
dúvida, era a mais diretamente envolvida naquele drama.
Em momentos assim é comum que as pessoas assumam
culpas que não têm. A mãe, que sempre havia sido dedicada
e zelosa, achava que de alguma maneira poderia ter cuidado
melhor do menino. O pai por sua vez, pensava que tudo
poderia ter diferente se tivesse um emprego melhor, com um
salário mais digno. Obviamente eles não tinham culpa de
nada. Ninguém tem culpa de ser pobre, de nunca ter tido
uma oportunidade de melhorar na vida. Essas coisas,
infelizmente, não estão ligadas ao esforço pessoal ou à
honestidade e moral. O Brasil é um país de imensas
desigualdades, as quais se refletem no abismo que separa
ricos e pobres, e que se chama injustiça social.
O menino, magrinho, deitado sobre a cama, era de dar dó.
Que mal ele havia feito a Deus para receber tal castigo?
Criança não tem pecado. Ou tem? E Deus? Será que ouve a
oração aflita de uma família sofrida, ou será Ele tão distante,
que nem sabe do que se passa aqui na Terra, principalmente
com gente pobre, lá da roça?
Alguns dizem que essas coisas acontecem para Deus nos
ensinar a paciência. Para que venhamos a nos resignar e
obedecer, sofrendo calados em última instância.
Muitos pensamentos conflitantes passavam na cabeça
daquela família triste. Um dia, quando parecia que o fim se
aproximava, o pai, de joelhos, ao lado da cama da criança,
exclamou com lágrimas nos olhos: “Agora, só um milagre
pode salvar meu filho!”
O irmão mais novo do menino, que assistia tudo sem
entender bem a situação, saiu de casa correndo e foi em
direção á cidadezinha, que ficava uns trinta minutos estrada
abaixo.
Correu o tempo todo, sem parar. Na cidade, foi direto à
farmácia, onde chegou ainda ofegante, e pediu: “Por favor,
moço! Eu preciso de um milagre! Meu irmão está muito
doente, e meu pai disse que só um milagre pode salvá-lo. O
senhor tem esse remédio aí?”
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 19
O farmacêutico se surpreendeu com a pergunta e com o
amor que o menino trazia nos olhos pelo irmão enfermo.
Naquele momento, entretanto, um médico da capital, de
passagem pela cidade, estava na farmácia e ouviu a
conversa.
Comovido, não pôde deixar de intervir. Sabia do que se
tratava: uma epidemia que varria a região, e para qual ele
tinha o remédio certo.
“Eis aqui, meu filho, o remédio que vai salvar seu irmão”,
disse o médico.
“E quanto custa? Eu só tenho uma moeda de 10 centavos!”,
disse o pequenino.
“Tudo bem”, disse o médico. “Este é o preço que lhe
cobrarei”, completou ele.
O menino correu de volta para casa e deu o remédio a seus
pais, contado o que o médico lhe dissera. Assim, que o
irmão começou a tomá-lo, a febre baixou e ele, rapidamente,
foi se recuperando.
Que lição maravilhosa aquele pequenino nos deixou! Em
meio às dúvidas do coração, aos questionamentos da mente,
aos assaltos do medo e da incredulidade, o preço do milagre
continua sendo apenas 10 centavos, mais a fé de uma
criança!
.......................................
Conta-se que por volta do ano 250 a.c, na China antiga, um
príncipe da região norte do país, estava às vésperas de ser
coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se
casar.
Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as
moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua
proposta. No dia seguinte, o príncipe anunciou que
receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e
lançaria um desafio.
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos,
ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma
leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um
sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 20
Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao
saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula :
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as
mais belas ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da
cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o
sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu :
- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos
louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é
minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos
perto do príncipe, isto já me torna feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato,
todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as
mais belas jóias e com as mais determinadas intenções.
Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio :
- Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que,
dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será
escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições
daquele povo, que valorizava muito a especialidade de
"cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos
etc...
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita
habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita
paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza
da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não
precisava se
preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara,
usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia
nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o
seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim,
os seis meses haviam passado e nada havia brotado.
Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a
sua mãe que,independente das circunstâncias retornaria ao
palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada
além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 21
Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como
todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais
bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela
estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa
cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção.
Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e
indica a bela jovem como sua futura esposa.
As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações.
Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido
justamente aquela que nada havia cultivado.
Então, calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se
tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as
sementes que entreguei eram estéreis.
A honestidade é como uma flor tecida em fios de luz, que
ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor
- Que esta nos sirva de lição e independente de tudo e todas
as situações vergonhosas que nos rodeiam , possamos ser luz
para aqueles que nos cercam .
Aproveitem e leiam : Ef 5.9 ( pois o fruto da luz está ....) e
Mt 5.16 (Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens,
para ...)
..........................
Parado ao sol, o escorpião olhava ao redor da montanha
onde morava.
"Positivamente, tenho de me mudar daqui" - pensou.
Esperou a madrugada chegar, lançou-se por caminhos
empoeirados até atingir a floresta. Escalou rochedos, cruzou
bosques e, finalmente, chegou às margens do rio largo e
caudaloso.
"Que imensidão de águas! A outra margem parece tão
convidativa... Se eu soubesse nadar..."
Subiu longo trecho da margem, desceu novamente, olhou
para trás. Aquele rio certamente não teria medo de
escorpião. A travessia era impossível.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 22
"Não vai dar. Tenho de reconsiderar minha decisão" -
lamentou.
Estava quase desistindo quando viu a rã sobre a relva, bem
próxima à correnteza. Os olhos do escorpião brilharam:
"Ora, ora... Acho que encontrei a solução!" - pensou rápido.
- Olá, rãzinha! Me diga uma coisa: você é capaz de
atravessar este rio?
- Ih, já fiz essa travessia muitas vezes até a outra margem.
Mas por que você pergunta? - disse a rã, desconfiada.
- Ah, deve ser tão agradável do outro lado - disse - pena eu
não saber nadar.
A rã já estava com os olhos arregalados: "será que ele vai
me pedir...?"
- Se eu pedisse um favor, você me faria? - disse o escorpião
mansamente.
- Que favor? - murmurou a rã.
- Bem - o tom da voz era mais brando ainda - bem, você me
carregaria nas costas até a outra margem?
A rã hesitou:
- Como é que eu vou ter certeza de que você não vai me
matar?
- Ora, não tenha medo. Evidentemente, se eu matar você,
também morrerei - argumentou o escorpião.
- Mas... e se quando estivermos saindo daqui você me matar
e pular de volta para a margem?
- Nesse caso eu não cruzaria o rio nem atingiria meu destino
- replicou o escorpião.
- E como vou saber se você não vai me matar quando
atingirmos a outra margem? - perguntou a rã.
- Ora, ora... quando chegarmos ao outro lado eu estarei tão
agradecido pela sua ajuda que não vou pagar essa gentileza
com a morte.
Os argumentos do escorpião eram muito lógicos. A rã
ponderou, ponderou e, afinal, convenceu-se. O escorpião
acomodou-se nas costas macias da agora companheira de
viagem e começaram a travessia. A rã nadava suavemente e
o escorpião quase chegou a cochilar. Perdeu-se em
pensamentos e planos futuros, olhando a extensão enorme
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 23
do rio.
De repente se deu conta de que estava dependendo de
alguém, de que ficaria devendo um favor para a rãzinha.
Reagiu, ergueu o ferrão.
"Antes a morte que tal sorte" - pensou.
A rã sentiu uma violenta dor nas costas e, com o rabo do
olho, viu o escorpião recolher o ferrão. Um torpor cada vez
mais acentuado começava a invadir-Ihe o corpo.
- Seu tolo - gritou a rã - agora nós dois vamos morrer! Por
que fez isso?
O escorpião deu uma risadinha sarcástica e sacudiu o corpo.
- Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza.
Entretanto a sua “natureza” pode ser perfeitamente
modificada... e pra melhor...
.......................
Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes,
ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele
carregava atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha
uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre
chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço
e a casa do chefe; o pote rachado chegava apenas pela
metade. Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador
entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe.
Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações.
Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua
imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de
realizar apenas a metade do que ele havia sido designado a
fazer.
Após perceber que por dois anos havia sido uma falha
amarga, o pote falou para o homem um dia à beira do poço.
"Estou envergonhado, e quero pedir-lhe desculpas."
"Por quê?" Perguntou o homem.
"De que você está envergonhado?"
"Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas a metade
da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com
que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 24
Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse
trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços,"
disse o pote.
O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com
compaixão falou:
"Quando retornarmos para a casa de meu senhor, quero que
percebas as flores ao longo do caminho."
De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote
rachado notou as flores selvagens ao lado do caminho, e isto
lhe deu certo ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote ainda se
sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu
desculpas ao homem por sua falha.
Disse o homem ao pote:
“Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado.
Eu ao conhecer o seu defeito, tirei vantagem dele. E lancei
sementes de flores no seu lado do caminho, e cada dia
enquanto voltávamos do poço, você as regava. Por dois anos
eu pude colher estas lindas flores para ornamentar a mesa de
meu senhor.”
Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter esta
beleza para dar graça à sua casa.
Cada um de nós tem nossos próprios e únicos defeitos.
Todos nós somos potes rachados. Porém, se permitirmos, o
Senhor vai usar estes nossos defeitos para embelezar a mesa
de seu Pai. Na grandiosa economia de Deus, nada se perde.
Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Se os
reconhecermos, eles poderão ser transformados por Deus
para causar beleza. Nas nossas fraquezas o Senhor diz que
seremos fortes, portanto vamos deixá-Lo agir com liberdade
em nossas vidas para sermos sim transformados a Sua
REAL imagem e semelhança .
Deus te abençoe e capacite...
.........................
Conta-se que um rei que viveu num país além-mar, há
muito tempo atrás, era muito sábio e não poupava esforços
para ensinar bons hábitos a seu povo.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 25
Freqüentemente fazia coisas que pareciam estranhas e
inúteis; mas tudo que fazia era para ensinar o povo a ser
trabalhador e cauteloso.
Nada de bom pode vir a uma nação - dizia ele - cujo povo
reclama e espera que outros resolvam seus problemas.
Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os
problemas por conta própria.
Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme
pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois foi se
esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que
acontecia.
Primeiro veio um fazendeiro com uma carroça carregada
de sementes que levava para a moagem na usina.
Quem já viu tamanho descuido? Disse ele contrariado,
enquanto desviava sua carroça e contornava a pedra.
Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra
da estrada?
E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas
sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra.
Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela
estrada. A longa pluma de seu quepe ondulava na brisa, e
uma espada reluzente pendia da sua cintura.
Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na
guerra e não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou
no chão poeirento.
Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e
enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente
haviam largado aquela pedra imensa na estrada.
Então, ele também se afastou sem pensar uma única vez
que ele próprio poderia retirar a pedra.
E assim correu o dia...
Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam
por causa da pedra no meio da estrada, mas ninguém a
tocava.
Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro por lá
passou. Era muito trabalhadora e estava cansada, pois
desde cedo andava ocupada no moinho, mas disse a si
mesma:
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 26
Já está escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra e se
ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho. E tentou arrastar
dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e
empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la
do lugar.
Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra.
Ergueu-a. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa.
Havia na tampa os seguintes dizeres: "esta caixa pertence
a quem retirar a pedra".
Ela a abriu e descobriu que estava cheia de ouro.
O rei então apareceu e disse com carinho:
Minha filha, com freqüência encontramos obstáculos e
fardos no caminho.
Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos
desviamos deles, se assim preferimos, ou podemos erguê-
los e descobrir o que eles significam.
A decepção, normalmente, é o preço da preguiça.
Então, o sábio rei montou em seu cavalo e, com um
delicado boa noite, retirou-se.
...............................
Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos
pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida
inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.
Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o
melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca
imaginamos: a dor.
Pode ser fogo de fora:
perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o
emprego ou ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro:
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 27
pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas
causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo!
Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade
da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela,
lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou:
vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma,
ela não pode imaginar um destino diferente para si.
Não pode imaginar a transformação que está sendo
preparada para ela.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande
transformação acontece:
BUM!
E ela aparece como uma outra coisa completamente
diferente,
algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que
se recusa a estourar.
São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo
esquente, se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do
que o jeito delas serem.
A presunção e o medo são a dura casca do milho que não
estoura.
No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a
vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.
Não vão dar alegria para ninguém.
...........................
Conta-se que um dia um homem parou na frente do
pequeno bar, tirou do bolso um metro, mediu a porta e
falou em voz alta: dois metros de altura por oitenta
centímetros de largura.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 28
Admirado mediu-a de novo.
Como se duvidasse das medidas que obteve, mediu-a pela
terceira vez. E assim tornou a medi-la várias vezes.
Curiosas, as pessoas que por ali passavam começaram a
parar.
Primeiro um pequeno grupo, depois um grupo maior, por
fim uma multidão.
Voltando-se para os curiosos o homem exclamou,
visivelmente impressionado: "parece mentira!" esta porta
mede apenas dois metros de altura e oitenta centímetros de
largura, no entanto, por ela passou todo o meu dinheiro,
meu carro, o pão dos meus filhos; passaram os meus
móveis, a minha casa com terreno.
E não foram só os bens materiais. Por ela também passou
a minha saúde, passaram as esperanças da minha esposa,
passou toda a felicidade do meu lar...
Além disso, passou também a minha dignidade, a minha
honra, os meus sonhos, meus planos...
Sim, senhores, todos os meus planos de construir uma
família feliz, passaram por esta porta, dia após dia... gole
por gole.
Hoje eu não tenho mais nada... Nem família, nem saúde,
nem esperança.
Mas quando passo pela frente desta porta, ainda ouço o
chamado daquela que é a responsável pela minha
desgraça...
Ela ainda me chama insistentemente...
Só mais um trago! Só hoje! Uma dose, apenas!
Ainda escuto suas sugestões em tom de zombaria: "você
bebe socialmente, lembra-se?"
Sim, essa era a senha. Essa era a isca. Esse era o engodo.
E mais uma vez eu caía na armadilha dizendo comigo
mesmo: "quando eu quiser, eu paro".
Isso é o que muita gente pensa, mas só pensa...
Eu comecei com um cálice, mas hoje a bebida me
dominou por completo.
Hoje eu sou um trapo humano... E a bebida, bem, a bebida
continua fazendo as suas vítimas.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 29
Por isso é que eu lhes digo, senhores: esta porta é a porta
mais larga do mundo! Ela tem enganado muita gente...
Por esta porta, que pode ser chamada de porta do vício, de
aparência tão estreita, pode passar tudo o que se tem de
mais caro na vida.
Hoje eu sei dos malefícios do álcool, mas muita gente
ainda não sabe. Ou, se sabe, finge que não, para não
admitir que está sob o jugo da bebida.
E o que é pior, têm esse maldito veneno, destruidor de
vidas, dentro do próprio lar, à disposição dos filhos.
Ah, se os senhores soubessem o inferno que é ter a vida
destruída pelo vício, certamente passariam longe dele e
protegeriam sua família contra suas ameaças.
Visivelmente amargurado, aquele homem se afastou, a
passos lentos, deixando a cada uma das pessoas que o
ouviram, motivos de profundas reflexões.
...................................
Era uma vez um caçador que contratou um feiticeiro para
ajudá-lo a conseguir alguma coisa que pudesse facilitar seu
trabalho nas caçadas. Depois de alguns dias, o feiticeiro
entregou-lhe uma flauta mágica que, ao ser tocada,
enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar.
Entusiasmado com o instrumento, o caçador organizou uma
caravana com destino à África, convidando dois outros
amigos. Logo no primeiro dia de caçada, o grupo se deparou
com um feroz tigre. De imediato, o caçador pôs-se a tocar a
flauta e, milagrosamente, o tigre começou a dançar. Foi
fuzilado à queima roupa.
Horas depois, um sobressalto. A caravana foi atacada por
um leopardo que saltava de uma árvore. Ao som da flauta,
contudo, o animal transformou-se: de agressivo, ficou manso
e dançou. Os caçadores não hesitaram: mataram-no com
vários tiros.
E foi assim até o final do dia, quando o grupo encontrou um
leão faminto. A flauta soou, mas o leão não dançou, mas
atacou um dos amigos do caçador flautista, devorando-o.
Logo depois, devorou o segundo. O tocador de flauta,
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 30
desesperadamente, fazia soar as notas musicais, mas sem
resultado algum. O leão não dançava. E enquanto tocava e
tocava, o caçador foi devorado. Dois macacos, em cima de
uma árvore próxima, a tudo assistiam. Um deles observou
com sabedoria:
Eu sabia que eles iam se dar mal quando encontrassem um
surdinho...
Não confie cegamente nos métodos que sempre deram certo,
pois um dia podem não dar. Tenha sempre planos de
contingência, prepare alternativas para as situações
imprevistas, analise as possibilidades de erro. Esteja atento
às mudanças e não espere as dificuldades para agir.
Cuidado com o leão surdo.
..................................
Era uma vez uma família de classe média alta, que vivia em
São Paulo. O pai, homem sério e competente, galgava postos
cada vez mais importantes na empresa em que trabalhava.
Saindo cedo e voltando tarde, esforçava-se com afinco na
carreira profissional e nada deixava faltar para sua família.
A mãe havia montado uma loja de roupas que também, a
despeito de toda crise econômica, ia muito bem. Sua
presença constante à frente dos negócios, aumentava os
lucros, mês a mês.
O pai sonhava chegar a presidente da empresa; a mãe em
abrir uma filial da sua loja.
Em casa, o único filho do casal crescia sob a supervisão
amorosa de uma babá, que junto com outras empregadas –
uma cozinheira e uma arrumadeira – cuidava de tudo.
Assim foram se passando os anos. O pai foi nomeado vice-
presidente da empresa e passou a ter de viajar
constantemente pelos estados do Brasil.
A mãe realizou seu sonho e abriu um filial enorme em uma
das ruas mais chiques de São Paulo, que, a pedido das
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 31
clientes, passou a funcionar das 10 às 22h, inclusive aos
sábados.
O filho crescia com as melhores roupas, os brinquedos mais
caros, TV a cabo, computador... E nas férias ia em excursão
para a Disneyworld. Tinha professor particular e motorista,
que o levava para escola e para o clube, e no final de semana
para uma eventual festa na casa de algum coleguinha.
Parecia ser uma família feliz e próspera, um lar onde não
havia brigas, dívidas, ou vícios. Um lar onde as pessoas
eram boas, educadas e inteligentes e, acima de tudo,
trabalhadoras.
Finalmente o pai realizou seu sonho: merecidamente, depois
de quase 20 anos de trabalho, foi nomeado presidente da
companhia.
Havia dedicado toda sua vida àquele objetivo e se sentia
perfeitamente realizado. Era o típico exemplo de que, com
trabalho e dedicação, a gente chega lá.
A noticia de sua posse foi capa de jornal. A festa saiu em
detalhes nas colunas sociais. Como prêmio recebeu da
empresa uma viagem para Londres, capital inglesa.
Pela primeira vez em muitos anos, ele, a esposa e o filho,
agora um adolescente de 17 anos, tinham a oportunidade de
ficarem juntos como passageiros na primeira classe daquele
avião.
Quando chegaram ao hotel, o rapaz pediu ao pai alguns
dólares, para comprar um tênis que havia visto numa loja. O
pai e a mãe subiram para o quarto e foram descansar daquele
longo vôo.
À noite ficaram esperando rapaz no lobby – salão – do -
hotel, onde haviam combinado de se encontrar para jantarem
juntos.
Como ele não descia, ligaram para o quarto, mas ninguém
respondeu. Estranho, porque o porteiro havia visto o menino
voltar da rua, e a chave do apartamento não estava na
portaria.
Com a ajuda do gerente, subiram para acordar o rapaz, que,
certamente, cansado da viagem, devia ter caído num sono
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 32
pesado. Horrorizados, encontraram-no desmaiado no
banheiro, e sobre a pia uma carreirinha de pó branco.
Era a maldita droga. Cocaína pura. O rapaz estava
acostumado com a mesma quantidade no Brasil, mas é que
aqui ela é misturada. Lá, era pura e foi demais para ele.
Hoje, dez anos depois, o rapaz continua em coma num
hospital de São Paulo. E o pai muito triste, pergunta-se: onde
foi que eu errei?
Diz a Palavra de Deus: “Ensina a criança no caminho em
que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará
dele” (Provérbios 22.6).
..........................................
A estação de trem estava bem movimentada naquela
manhã cinzenta, na cidade de Salvador.
A chuva caía, insistente e fria, e as pessoas indo e vindo,
apressadas, nem percebiam o doloroso drama que ali se
desenrolava.
Afinal, cada criatura se detinha nas suas próprias
preocupações, sem tempo para olhar ao redor.
Mas, para as frágeis forças do pequeno Fábio, o
sofrimento se fazia quase insuportável.
Ele estava diante do seu ídolo, do seu herói, do seu
protetor, para dizer adeus...
Seu pai o estava abandonando... E ele, no auge dos seus
cinco anos de idade, não conseguia entender o porquê,
nem a necessidade daquela separação que lhe fora
imposta.
Sabia que a providência tinha sido tomada por sua mãe,
mas não compreendia a razão que o forçaria a viver longe
do seu amado pai.
O trem iria partir em breve. A mãe o apressava. Mas seus
pequenos braços se esforçavam para reter o pai, num
abraço demorado...
Eu o amo, papai! Dizia baixinho, entre soluços. Não
entendo por que, papai... Por que tenho que me separar de
você a quem tanto amo?
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 33
O pai permanecia calado. Afinal, não tinha uma resposta
convincente para aliviar a dor daquela separação.
Sua amargura não se pode mensurar, pois estava perdendo
seu filho por causa do álcool.
Ele era alcoólatra, e a mãe desejava preservar o filho da
convivência infeliz, para oferecer a ele um futuro digno.
É bem possível que o pai tenha sentido a amargura
daquele momento, mas sua vontade não era bastante firme
para renunciar ao vício... Preferiu renunciar ao filho, a
quem dizia amar.
Aquela triste experiência abalou profundamente o coração
do pequeno Fábio.
Aquele dia deixou marcas indeléveis em sua alma infantil.
As gotas de chuva, que se confundiam com suas lágrimas
quentes, foram testemunhas silenciosas do seu drama de
menino.
O trem partiu... O pai ficou na plataforma, observando o
filho desaparecer ao longe...
O tempo passou... Hoje Fábio já conta com mais de vinte e
cinco primaveras, mas em sua retina ainda ecoa o ruído de
seu coração aflito daquela manhã chuvosa de despedida e
dor.
Seu pai ainda não largou o vício. E Fábio, mesmo não
sendo mais um garotinho, ainda sente que cada gole que o
pai ingere é como se desferisse uma punhalada em seu
peito sensível.
A história é verdadeira e, infelizmente, não é um caso
isolado.
Há muitos filhos de pais alcoólatras amargando a triste
sina de presenciar ou de sofrer a violência por parte
daquele que assumiu a responsabilidade de proteger e
educar.
Indefesas, essas crianças têm que se submeter a todo tipo
de constrangimento provocado no lar por pais
desequilibrados sob o vício do álcool.
Outras tantas, embora permaneçam debaixo do mesmo
teto, amargam a indiferença que aniquila e mata a
esperança.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 34
E quantas crianças que, como nosso pequeno Fábio,
tiveram que se distanciar de pais aos quais amavam e de
quem desejavam proteção?
Importante que se pense com seriedade a esse respeito.
Importante, ainda, que o pai ou a mãe consciente possa
preservar os filhos dessas tragédias conseqüentes do
alcoolismo.
As lesões causadas nos corações infantis são de difícil
cura.
Quantos dramas, quantas fobias, quantos desequilíbrios
podem surgir de uma lesão afetiva provocada na infância,
e seguir o indivíduo por toda uma existência!
Por essa razão, vale a pena tratar essa questão com muito
carinho e atenção.
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Há alguns anos, num reinado distante, havia um rei muito
rico e orgulhoso, que achava que sabia tudo. Para ele,
ninguém tinha importância: desprezava a todos. Um dia,
passeando pela cidade em sua carruagem, ouviu um homem
gritar: “Uma esmola, pelo amor de Deus!” Indignado com
aquele que ousara perturbar seu passeio, mandou que o
cocheiro parasse a carruagem. Ao olhar pela janela, avistou
o pobre homem, sentado à beira do caminho.
O semblante humilde e necessitado daquele cidadão, ao
invés de comover, irou ainda mais o rei.
Quem é você que ousa me dirigir a palavra?
Sou apenas um pobre homem que lhe implora uma esmola.
E por que eu lhe daria alguma coisa? Você é um miserável.
Certamente não terá nada para me dar em troca.
Embora eu seja muito pobre, já andei por muitos lugares e
aprendi muita coisa nesta vida. Sei que poderia dar algo ao
rei.
Você acha, seu infeliz, que meus olhos já não viram tudo o
que há para ser visto, e que já não provei de tudo o que
pudesse ser provado?
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 35
Pois eu digo que posso mostrar-lhe algo que vossa majestade
nunca viu. Sou capaz fazer um burro falar.
Como? Dizes a verdade?
Certamente que sim, meu rei. Em troca da esmola, darei ao
rei a rara oportunidade de ver um burro falar.
Tudo bem. Se é assim como dizes, darei dez mil moedas de
ouro. Se, no entanto, não fizeres o burro falar, serás
enforcado. Tua fama de mentiroso percorrerá todo este reino
e como tal serás lembrado para sempre.
Majestade, tenho tanta certeza que posso fazer um burro
falar que aceito vossas condições.
O rei, então, mandou chamar seus ministros e todos os
nobres da corte, e mandou que lhe trouxessem também um
burro. O pobre mendigo estava agora numa situação difícil.
Reuni meus ministros para serem testemunhas do negócio
que faço com este miserável. Por dez mil moedas ele disse
ser capaz de fazer um burro falar. Se não o fizer, morrerá
enforcado - afirmou o rei, já mandando um de seus soldados
preparar a forca.
Imediatamente, o pobre homem pediu a palavra:
Vossa majestade! Antes que assine este contrato, devo dizer
que o método de ensino infalível que aprendi para fazer o
burro falar toma um certo tempo.
Como este burro já não é jovem, precisarei de dez anos para
que ele possa estar falando perfeitamente, sem sequer
gaguejar.
Nem em dez nem em mil anos farás o que prometes. Eis
aqui o dinheiro e o burro, e lembra-te que se não cumprires o
que prometeste, morrerás.
Assim, aquele homem deixou o palácio, puxando o burrinho
e carregando o saco de dinheiro nas costas. Ao atravessar o
portão, um amigo se aproximou desesperado e disse:
És louco? É impossível fazer um burro falar! Assinastes hoje
tua sentença de morte!
Eu sei, mas daqui a dez anos, das três uma: ou morri eu, ou
morreu o rei, ou morreu o burro, que também já não é
jovem!
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 36
Assim, o homem aplicou uma grande lição no rei: ganhou
um burrinho e dez mil moedas de ouro para viver com
fartura pelo menos pelos próximos dez anos.
Essa história mostra muito claramente a importância da
humildade diante da soberba, e o orgulho de quem pensa ser
mais que os outros. No final das contas, acaba prevalecendo
aquele versículo da Bíblia: “Quem a si mesmo se exaltar
será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será
exaltado’. (Mateus 23.12)
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Linda tinha 7 anos quando ouviu sua mãe comentar com
uma de suas amigas que, no dia seguinte, faria 30 anos.
Jamais Linda soubera que sua mãe fazia aniversário.
Também nunca a vira ganhar um presente.
Por isso, foi até seu cofrinho, juntou todas as moedas e se
dirigiu à loja da esquina.
Procurou um presente que pudesse se encaixar naquele
preço. Havia bibelôs, mas ela pensou que sua mãe teria
que espaná-los todos os dias.
Havia caixinhas de doces, mas sua mãe era diabética.
Finalmente, conseguiu comprar um pacote de grampos de
cabelo.
Os cabelos de sua mãe eram longos e escuros. Ela os
enrolava duas vezes na semana e, quando os soltava,
ficava parecendo uma artista de cinema.
Em casa, Linda embrulhou os grampos em uma página de
histórias em quadrinhos do jornal, porque não sobrou
dinheiro para papel de presente.
Na manhã seguinte, à mesa do café, entregou o pacote à
sua mãe e disse: "Feliz aniversário, mamãe!"
Em silêncio, entre lágrimas, a mãe abriu o pacote. Já
soluçando de emoção, mostrou ao marido, aos outros
filhos: "Sabe que é o primeiro presente de aniversário que
recebo na vida?"
Beijou a filha no rosto, agradecendo e foi para o banheiro
lavar e enrolar os cabelos, usando os grampos novos.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 37
Quando a mãe saiu da sala, o pai aproximou-se de Linda e
confidenciou: “Linda, quando eu era menino, lá no sertão,
não nos preocupávamos em dar presentes de aniversário
para adultos. Só para as crianças”.
E, na família de sua mãe, eles eram tão pobres que nem
isso faziam. Mas você me fez ver, hoje, que isso precisa
mudar. Você inaugurou uma nova fase em nossa vida."
Depois desse dia, a mãe de Linda ganhou presentes em
todos os seus aniversários.
Os filhos cresceram. As condições da família melhoraram.
Então, quando a mãe de Linda completou 50 anos, os
filhos todos se reuniram e lhe compraram um anel com
uma pérola rodeada de brilhantes.
Programaram uma festa e o filho mais velho foi quem, em
nome dos irmãos, entregou o anel.
Ela admirou o presente e mostrou a todos os convidados.
"Não tenho filhos maravilhosos?" Ficava repetindo de um
em um.
Depois que todos os convidados se retiraram, Linda foi
ajudar na arrumação.
Estava lavando a louça na cozinha, quando ouviu seus pais
conversando na sala.
"Bem", dizia o pai. "que lindo anel seus filhos lhe deram.
Acho que foi o melhor presente de aniversário de sua
vida."
Depois de um breve silêncio, Linda ouviu a voz de sua
mãe responder docemente: "Sabe, Ted, é claro que este
anel é maravilhoso. Mas o melhor presente que ganhei, em
toda minha vida, foi aquela caixa de grampos. Aquele
presente foi inesquecível."
Os atos que colocam colorido especial nas vidas são
pequenos, silenciosos, e podem se manifestar a qualquer
tempo.
É suficiente querer, usar a imaginação e deixar extravasar
o coração.
Se nunca brindamos alguém com flores, com um cartão
escrito de próprio punho;
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 38
Se nunca surpreendemos alguém com uma festa surpresa,
um presente inesperado, tentemos hoje.
Hoje é sempre o melhor tempo para começar o que é bom,
novo e portador de felicidade.
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A chuva caía fina e gélida na tarde quieta. Longe, na
estrada, um carro parou. Era pequeno e meio velho.
Um rapaz saltou, levantou o capô e se pôs a mexer em
tudo que viu.
O fazendeiro, de onde estava, pensou: "Coitado! Pelo
jeito, não entende de mecânica."
Vestiu sua capa de chuva e caminhou até a estrada. O
jovem estava muito nervoso, mexia no carro, voltava,
tentava dar a partida, passava as mãos pelos cabelos.
"Quer ajuda?"
O rapaz parecia preste a chorar.
"É a bobina." - diagnosticou o fazendeiro, depois de uma
boa olhada.
Buscou seu cavalo, rebocou o carro até o seu celeiro e com
seu próprio carro, foi à cidade comprar uma bobina nova.
Estranhou que, ao chegar à loja, o rapaz não quisesse
entrar.
Deu-lhe o dinheiro necessário e disse que tinha vergonha,
por estar molhado.
Algum tempo depois com o carro funcionando, pronto
para partir, a esposa do fazendeiro insiste para que fique
para o jantar.
Não era hábito convidar estranhos para adentrar a casa.
Contudo, aquele rapaz parecia aflito, meio perdido.
Poderia, talvez ser seu filho.
Ele quase não comeu. Continuava preocupado, ansioso. A
chuva se fez mais forte. O casal preparou o quarto de
hóspedes e pediu que ficasse.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 39
Na manhã seguinte, suas roupas estavam secas e passadas.
Ele se mostrava menos inquieto. Alimentou-se bem e
despediu-se.
Quando pegou a estrada, aconteceu uma coisa estranha.
Ele tomou a direção oposta da que seguia na noite
anterior. Isto é, voltou para a capital.
O casal concluiu que ele se confundira na estrada.
O tempo passou. Os dias se transformaram em semanas,
meses e anos. Então, chegou uma carta endereçada ao
fazendeiro:
"Sr. Mcdonald,
Não imagino que o senhor se lembre do jovem a quem
ajudou, anos atrás, quando o carro dele quebrou.
Imagine que, naquela noite, eu estava fugindo. Eu tinha no
carro uma grande soma de dinheiro que roubara de meu
patrão.
Sabia que tinha cometido um erro terrível, esquecendo os
bons ensinamentos de meus pais.
Mas o senhor e sua mulher foram muito bons para mim.
Naquela noite, em sua casa, comecei a ver como estava
errado.
Antes de amanhecer, tomei uma decisão. No dia seguinte,
voltei ao meu emprego e confessei o que fizera.
Devolvi todo o dinheiro ao meu patrão e lhe implorei
perdão.
Ele podia ter me mandado para a prisão. Mas, por ser um
homem bom, me devolveu o emprego. Nunca mais me
desviei do bom caminho.
Estou casado. Tenho uma esposa adorável e duas lindas
crianças.
Trabalhei bastante.
Não sou rico, mas estou numa boa situação.
Poderia lhe recompensar generosamente pelo que o senhor
fez por mim naquela noite. Mas não acredito que o senhor
queira isso.
Então resolvi criar um fundo para ajudar outras pessoas
que cometeram o mesmo erro que eu. Desta forma,
acredito poder pagar pelo meu erro.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 40
Que Deus o abençoe, senhor, e a sua bondosa esposa, que
me ajudou ainda mais do que o senhor sabia."
Enquanto o casal lia, os olhos se encheram de lágrimas.
Quando acabaram, a esposa colocou a carta sobre a mesa e
citou versículos do capítulo 25 do Evangelho de Mateus:
(35) porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me
destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes;
(36) estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava
na prisão e fostes ver-me.
(37) Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te
vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te
demos de beber?
(38) Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te
vestimos?
(39) Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos
visitar-te?
(40) E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que,
sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos
mais pequeninos, a mim o fizestes.
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Quando falou que se alguém nos batesse numa face,
deveríamos oferecer a outra, Jesus expressou um
grandioso ensinamento que, se levado em conta, teríamos
a solução para todas as situações desagradáveis que
surgissem em nossa vida.
Oferecer a outra face não quer dizer dar o rosto para bater.
É uma metáfora que sugere que se a situação nos chega de
forma desagradável, devemos mostrar a face oposta.
Dar a outra face é mudar a paisagem, é uma ação positiva
diante de uma negativa.
Assim, quando todos atiram pedras, ofereça uma flor.
Quando todos caminham para o lado errado, mostre o
passo certo.
Se tudo estiver escuro, se nada puder ser visto, acenda
você uma luz, ilumine as trevas com uma pequena
lâmpada.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 41
Quando todos estiverem chorando, dê o primeiro sorriso;
não com lábios sorridentes, mas com um coração que
compreenda, com braços que confortem.
Quando ninguém souber coisa alguma, e você souber um
pouquinho, ensine, começando por aprender, corrigindo-se
a si mesmo.
Quando alguém estiver angustiado, mostre-lhe a face do
conforto.
Se encontrar alguém em desespero, acene com a
esperança, mesmo que isso seja um desafio para você
mesmo.
Quando a terra dos corações estiver seca, que sua mão
possa regá-las.
Quando a flor do afeto estiver sufocada pelos espinhos da
incompreensão, que sua mão saiba arrancar a praga, afagar
a pétala, acariciar a flor.
Onde haja portas fechadas para o entendimento, leve a
chave da concórdia e da compreensão.
Onde o vento sopra, frio, enregelando corações, que o
calor de sua alma seja proteção e abrigo.
Se alguém caminha sem rumo, mostre-lhe as pegadas que
conduzem a um porto seguro.
Onde a crítica azeda for o assunto principal, ofereça uma
palavra de otimismo, um raio de esperança, uma luz que
rompe as trevas e clareia o ambiente mental.
Quando todos parecerem perdidos, mostre o caminho de
volta.
Quando a face da solidão se mostrar como única
alternativa na vida de alguém, seja uma presença que
conforta, ainda que uma presença silenciosa.
Onde o manto escuro da morte se apresenta como um beco
sem saída, fale da vida exuberante que aguarda os seres
que fazem a passagem pela porta estreita do túmulo.
Seja você a oferecer a face sorridente e otimista da vida,
onde a tristeza e o pessimismo marcam presença.
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Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 42
Pedro, um lenhador, após um grande trabalho em uma área
de desmatamento, se viu desempregado. Após tanto tempo
cortando árvores, entrou no corte! A madeireira precisou
reduzir custos...
Saiu, então, à procura de nova oportunidade de trabalho. Seu
tipo físico, porém, muito franzino, fugia completamente do
biotipo de um lenhador. Além disso, o machado que
carregava era desproporcional ao seu tamanho. Aqueles que
conheciam Pedro, entretanto, julgavam-no um ótimo
profissional.
Em suas andanças, Pedro chegou a uma área reflorestada
que estava começando a ser desmatada. Apresentou-se ao
capataz da madeireira como um lenhador experiente. E ele o
era! O capataz, após um breve olhar ao tipo miúdo do Pedro
e, com aquele semblante de selecionador implacável, foi
dizendo que precisava de pessoas capazes de derrubar
grandes árvores, e não de "catadores de gravetos".
Pedro, necessitando do emprego, insistiu. Pediu que lhe
fosse dada uma oportunidade para demonstrar sua
capacidade. Afinal, ele era um profissional experiente! Com
relutância, o capataz resolveu levar Pedro à área de
desmatamento. E só fez isso pensando que Pedro fosse servir
de chacota aos demais lenhadores. Afinal, ele era um
fracote...
Sob os olhares dos demais lenhadores, Pedro se postou
frente a uma árvore de grande porte e, com o grito de
"madeira", deu uma machadada tão violenta que a árvore
caiu logo no primeiro golpe. Todos ficaram atônitos!
Como era possível tão grande habilidade e que força
descomunal era essa, que conseguira derrubar aquela grande
árvore numa só machadada? Logicamente, Pedro foi
admitido na madeireira. Seu trabalho era elogiado por todos,
principalmente pelo patrão, que via em Pedro uma fonte
adicional de receita.
O tempo foi passando e, gradativamente, Pedro foi
reduzindo a quantidade de árvores que derrubava. O fato era
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 43
incompreensível, uma vez que Pedro estava se esforçando
cada vez mais.
Um dia, Pedro se nivelou aos demais. Dias depois,
encontrava-se entre os lenhadores que menos produziam... O
capataz que, apesar da sua rudeza, era um homem vivido,
chamou Pedro e o questionou sobre o que estava ocorrendo.
"Não sei", respondeu Pedro, "nunca me esforcei tanto e,
apesar disso, minha produção está decaindo".
O capataz pediu, então, que Pedro lhe mostrasse o seu
machado. Quando o recebeu, notando que ele estava cheio
de "dentes" e sem o "fio de corte", perguntou ao Pedro: "Por
que você não afiou o machado?".
Pedro, surpreso, respondeu que estava trabalhando muito e
por isso não tinha tido tempo de afiar a sua ferramenta de
trabalho. O capataz ordenou que Pedro ficasse no
acampamento e amolasse seu machado. Só depois disso ele
poderia voltar ao trabalho. Pedro fez o que lhe foi mandado.
Quando retornou à floresta, percebeu que tinha voltado à
forma antiga conseguia derrubar as árvores com uma só
machadada.
A lição que Pedro recebeu cai como uma luva sobre muitos
de nós, preocupados em executar nosso trabalho ou, pior
ainda, julgando que já sabemos tudo o que é preciso,
deixamos de "amolar o nosso machado", ou seja, deixamos
de atualizar nossos conhecimentos.
Sem saber por que, vamos perdendo posições em nossas
empresas ou nos deixando superar pelos outros. Em outras
palavras, perdemos a nossa potencialidade.
Muitos avaliam a experiência que possuem pelos anos em
que se dedicam àquilo que fazem. Se isso fosse verdade,
aquele funcionário que aprendeu, em 15 minutos, a carimbar
os documentos que lhe chegam às mãos, depois de 10 anos
na mesma atividade poderia dizer que tem 10 anos de
experiência. Na realidade, tem 15 minutos de experiência
repetida durante dez anos.
A experiência não é a repetição monótona do mesmo
trabalho, e sim a busca incessante de novas soluções, tendo
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 44
coragem de correr riscos que possam surgir. É "perder
tempo" para afiar o nosso machado.
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O pobre homem chegara ao fundo do poço e resolveu
procurar seu pastor para pedir conselhos.
- Amado Pastor! - clamou ele. - As coisas estão indo mal
comigo, e piorando a cada momento! Somos pobres, tão
pobres, que minha esposa, meus seis filhos, meus sogros e
eu temos que viver num casebre de um só cômodo. Estamos
sempre no caminho uns dos outros e com os nervos à flor da
pele por causa de todas as nossas desgraças. Não paramos de
brigar e discutir. Acredite: meu lar é um inferno e eu
preferiria morrer a continuar vivendo assim!
O pastor ponderou a questão gravemente.
- Meu filho - disse por fim, - prometa que fará exatamente
como eu lhe disser e sua condição irá melhorar.
- Eu prometo, pastor - respondeu o homem atormentado. -
Farei tudo e qualquer coisa que me pedir.
- Diga-me, então, que animais ainda possui?
- Tenho uma vaca, uma cabra e algumas galinhas.
- Ótimo! Volte para sua família e coloque as galinhas dentro
de casa para morar com vocês.
O pobre homem ficou estupefato, mas, como havia
prometido ao pastor, voltou para casa e levou as galinhas
para morar com a família dentro de casa.
Alguns dias depois, porém, retornou ao pastor e lamentou-
se:
- Pastor! Fiz como você havia dito e levei as galinhas para
dentro de casa. Mas o que aconteceu? Uma desgraça, pastor,
uma desgraça. As coisas estão piores do que nunca! Minha
vida está um verdadeiro inferno. A casa está agora cheia de
penas e titica de galinha! Salva-me, pastor, salva-me, por
favor!
- Meu filho - respondeu o pastor com serenidade. - Não se
desespere. Volte para casa e coloque a cabra dentro de casa
para morar com vocês. Deus irá ajudá-lo!
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 45
O pobre homem achou que ia enlouquecer, mas voltou para
casa e levou a cabra para dentro de casa. Mas não demorou
até que voltasse correndo até o pastor.
- Santo Pastor! - lamuriou-se. - Ajude-me, salve-me! A
cabra está destruindo tudo dentro de casa: está
transformando a minha vida num pesadelo. O cheiro está
insuportável e ninguém agüenta mais a sujeira.
- Meu filho - condoeu-se o pastor. - Não se desespere. Deus
irá ajudá-lo. Volte para casa e traga também a vaca para
morar com vocês.
O pobre homem achou que ia enlouquecer, mas voltou para
casa e levou a vaca para morar com a família dentro de casa.
Logo no dia seguinte, porém, voltou desesperado ao pastor.
- Pastor, Pastor! Seus conselhos só estão nos trazendo
desgraças! As coisas não param de piorar. A vaca
transformou minha casa num curral e agora estamos vivendo
de fato no meio do esterco. Como pode um ser humano
dividir o seu espaço com um animal? É um inferno, pastor,
um inferno!
- Meu filho, você tem razão. Volte e tire todos os bichos de
dentro de casa.
No mesmo dia o homem correu para procurar o pastor.
- Pastor! Pastor! - gritou ele com o rosto resplandecente. -
Minha vida voltou a ser um paraíso. A casa está limpa,
sossegada e vazia como não se via há muito tempo. É um
prazer viver nela.
A que conclusão chegamos? R.:
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O pai de família chegou em casa após o dia de trabalho e
encontrou a mesa do jantar já posta à sua espera.
Quando todos os familiares tomaram seus lugares para
compartilhar daquele momento que deveria ser de
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 46
tranqüilidade, o pai começou a contar sobre um incêndio
criminoso ocorrido na cidade.
Referiu-se à esperteza do malfeitor que o provocou.
Explicou, nos mínimos detalhes, todos os passos do
criminoso para atingir seu objetivo. Descreveu cenas
emocionantes.
Contava tudo gesticulando como se estivesse fazendo a
reconstituição da cena. Enumerou todos os materiais que o
rapaz usara para desencadear o incêndio.
Depois que acabou sua refeição, ausentou-se, em
companhia da esposa, para suas atividades costumeiras no
templo religioso.
Entretanto, não havia passado uma hora quando foi
chamado às pressas para que voltasse ao lar.
De retorno, pôde perceber, ao longe, que sua casa estava
em chamas.
As labaredas consumiam com voracidade o lar que até
bem pouco tempo abrigava a família tranqüila.
Imediatamente o pai de família começou a praguejar
contra tudo e contra todos, tentando achar o responsável
pela desgraça.
Pensava, consigo mesmo, que isso só poderia ser obra de
um louco.
Em poucos minutos vários pensamentos passaram por sua
mente em busca de algo que justificasse aquele ataque
misterioso.
Não tinha inimigos declarados. Não se lembrava de ter
dívidas com ninguém.
Por fim, admitiu que o incêndio só poderia ser fruto de um
acidente. Sim, teria que ser um mero acidente.
Preocupado com os filhos, buscou-os imediatamente em
meio à fumaça e os encontrou protegidos em baixo de uma
das árvores do quintal.
Notou, todavia, que o seu garoto de oito anos se escondia
por trás dos demais, temendo reprimendas.
Aproximou-se, para ficar sabendo que fora o próprio filho
a atear fogo na casa, copiando todos os pormenores da
descrição do incêndio criminoso feita pelo pai.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 47
Nunca nos esqueçamos da cautela que devemos ter em
nossos comentários sobre acontecimentos menos felizes.
Quem nutre conversação inconveniente, pode estar
colaborando com a divulgação do mal dentro do próprio
lar.
Devemos considerar que o mal não merece comentários
em momento algum, a menos que seja para ser corrigido.
Quando você quiser que uma notícia ou idéia seja
esquecida, não a comente.
Foi combatendo as doutrinas e idéias consideradas
maléficas que a humanidade as popularizou e tornou
conhecidas. Assim, a melhor maneira de se combater o
mal é dar-lhe total esquecimento.
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Numa aula de filosofia , o professor quis demonstrar um
conceito aos seus alunos. Ele pegou um vidro de boca larga,
e dentro colocou pedras grandes. E perguntou à classe:
— Este vaso está cheio?
Vendo o vaso repleto de pedregulhos, os alunos
responderam:
— Sim!
Imediatamente, o professor pegou um balde de britas e virou
dentro do vaso.
Os pequenos pedregulhos ocuparam os espaços entre as
pedras grandes. Então, ele perguntou aos alunos:
— E agora?
Desta vez, alguns emudeceram, mas a maioria respondeu:
— Agora está cheio!
O professor, então, levantou uma lata de areia e a derramou
dentro do vaso. A areia preencheu os espaços entre as
pequeninas pedras e pedregulhos. E, pela terceira vez, o
professor perguntou:
— Respondam-me: deu para encher?
A essa altura, os alunos estavam receosos, mas novamente,
alguns responderam:
— Sim!
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 48
Finalmente, o mestre pegou um jarro com água e despejou o
líquido dentro do vaso. A água encharcou e saturou a areia,
tomando todo o vaso.
Neste ponto, o professor perguntou para a classe:
— Qual é o objetivo desta demonstração?
O melhor aluno da classe levantou a mão e respondeu:
— Não importa quanto a vida de alguém esteja saturada, ele
sempre conseguirá espremer dentro algo mais!
— Não exatamente! – respondeu o professor:
— O ponto é o seguinte: a menos que você, em primeiro
lugar, coloque as pedras grandes dentro do vaso, nunca mais
conseguirá colocá-las lá dentro. Vamos! Experimente – disse
o professor ao aluno, entregando-lhe outro vaso igual ao
primeiro, com a mesma quantidade de pedras grandes, de
pedregulhos, de areia e de água.
O aluno começou a experiência, colocando primeiramente a
água, depois a areia, depois os pedregulhos e, por último,
tentou colocar as pedras grandes. Verificou, surpreso, que
elas não couberam no vaso, que já estava repleto com as
coisas menores. Então, o mestre explicou para o rapaz:
— As pedras grandes são as coisas realmente importantes de
sua vida: seu crescimento espiritual.
Quando você dá prioridade a isso e se mantém aberto para
Deus, as demais coisas se ajustarão por si só: seu
relacionamento pessoal (família, amigos), suas obrigações
(profissão, afazeres), seus bens e todas as demais coisas
menores que completam a vida. Mas, se você preencher sua
vida somente com as coisas insignificantes (pequenas), então
aquelas que são realmente importantes, nunca terão espaço
em sua vida. Esvazie seu vaso (coração) e comece a
preenchê-lo com as pedras grandes (rocha que é o Senhor
Jesus).
“Buscai, pois em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça,
e todas as cousas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33).
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Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 49
A família, constituída do pai e um filho menor era pobre,
vivendo com os poucos recursos financeiros que o pai
ganhava no trabalho de vigilância noturna.
Certo dia o pai adoeceu, ficando acamado por tempo mais
longo do que podiam suportar suas economias.
Com falta do que comer em casa, o filho pequeno saiu às
ruas pedindo comida para ele e para o pai doente.
Escondendo as lágrimas pela tristeza e pela preocupação,
passou o primeiro dia sem nada conseguir.
No segundo dia, quase ao anoitecer, enquanto revirava um
saco com lixo residencial em frente a uma loja que estava
encerrando o expediente, viu se aproximar um senhor de
meia idade, sorridente, com ar bondoso, que trazia nas
mãos um marmitex, bem quentinho, que lhe ofereceu.
Meio receoso, o menino segurou a marmita ouvindo a
recomendação do seu benfeitor: "Coma enquanto está
quente!"
"Muito obrigado, senhor, mas gostaria de ir comê-la em
casa, para repartir com meu pai." Disse o menino.
Sorridente e paternal, o lojista perguntou-lhe: "o que o seu
pai faz em casa, enquanto você sai por aí procurando o que
comer? Ele não trabalha?"
"Trabalha sim, e muito. Mas, há dias está acamado. Como
acabou o dinheiro para comprar comida, fui obrigado a
sair pedindo um pedaço de pão. Só que não tenho recebido
quase nada." Respondeu o pequeno andarilho.
"Você mora muito longe daqui?" Continuou o bom
senhor.
"Não, não. Em pouco tempo eu chego lá. E sei que a
comida ainda estará bem quentinha." Apressou-se em
dizer o menino, com olhos um pouco mais alegres.
"Quer saber, meu pequeno, eu vou até lá com você, se
você deixar. Assim, aprendo onde você mora e aproveito
para conhecer seu pai. Que tal?" Acrescentou o jovem
senhor.
O menino concordou e lá se foram os dois.
O quadro com que se deparou o dadivoso lojista, ao entrar
no barraco, era de lastimar.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 50
No entanto, pai e filho sorriam diante do alimento, que o
menino rapidamente dividiu em dois pratos e serviu logo
ao chegar em casa.
Depois que os dois terminaram a rápida refeição, a
primeira nos últimos dois dias, o nobre comerciante
despediu-se e retornou ao seu lar, prometendo voltar em
breve.
Alguns dias se passaram, quando, também num final de
tarde, entram na loja o menino e seu pai, este um pouco
mais disposto, procurando pelo dono.
Vieram para agradecer, disseram à jovem senhora que
estava atendendo no balcão, ao tempo que queriam saber o
que poderiam fazer para retribuir a dádiva da comida
limpa e quentinha, que haviam recebido dele.
Enquanto seu pai falava com a atendente, o menino
começou a juntar pedaços de papel que estavam no chão,
quando chegou o dono da loja, marido da senhora que os
atendia.
Alegria, abraços e boa conversa.
Ao se despedirem, o lojista olha demoradamente para o
menino e lhe diz: "meu pequeno, você não tem o que me
agradecer, eu apenas fiz o que faria por um filho meu.
Fico feliz de ter podido ajudar. No entanto, se você quiser,
poderá vir trabalhar comigo, ajudando-me na loja, assim,
não será preciso você sair por aí pedindo comida, caso o
seu pai volte a adoecer. Que tal?"
O menino timidamente olhou para o seu pai, como a
perguntar com o olhar: "e aí, o que eu digo?"
O pai, discretamente lhe fez um sinal afirmativo com a
cabeça, sem nada falar.
A partir daí, o menino começou trabalhar. Passado um
tempo, voltou para a escola, e continuou trabalhando.
Cresceu, tornou-se adulto e, na loja continuava a trabalhar.
Sempre com muita seriedade, responsabilidade e espírito
de gratidão.
Seu pai veio a falecer, por causa da idade avançada.
O casal de lojistas não tinha filhos. Com o tempo, chegou
a velhice dos dois. Logo mais a esposa faleceu.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 51
E aquele menino, agora já um homem, foi quem ficou
cuidando da loja e do bondoso lojista, amparando-o na
velhice, auxiliando-o na enfermidade, acompanhando-o no
dia-a-dia, como devotado filho.
E pensar que tudo começou com um prato de comida!
Uma pequena dádiva, modificando destinos.
Um sorriso, um gesto de carinho, um telefonema, um e-
mail, um abraço, um beijo, uma palavra de apoio e de
incentivo, uma flor, um bilhete, um cartão postal, um
aceno, um bombom, um copo com água, um pedaço de
pão.
Nós podemos fazer muito, com tão pouco...
.......................
O jovem de dezenove anos, internado em um hospital de
grande capital do nosso país, aguardava a morte, em seu
leito de dor.
Instalado em uma enfermaria, junto a outros doentes, tão
graves quanto ele, olhou para os lados e se sentiu
terrivelmente só.
Os familiares o viriam visitar, logo mais. Mas, ele ficou a
pensar que talvez eles não chegassem a tempo de
encontrá-lo ainda com olhos abertos para este mundo.
Alongou o braço até a mesinha próxima, tomou de um
pedaço de papel, um lápis e com muito esforço, escreveu:
Pai, sinto muito. Sinto muito mesmo, mas está em tempo
do senhor saber a verdade que nunca nem desconfiou.
Vou ser breve e claro, bastante objetivo.
Travei conhecimento com meu assassino aos 15 ou 16
anos. É horrível, não é, pai? Sabe como nos conhecemos?
Através de um cidadão elegante, muito bem vestido e bem
falante. Ele nos apresentou.
De início, tentei recusar o que me era oferecido. Contudo,
o cidadão mexeu com os meus brios. Falou que eu não era
homem. Não é preciso dizer mais nada, não é, pai?
Ingressei no mundo do tóxico, o meu assassino.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 52
No começo passava mal. Depois vinha o devaneio e a
seguir, a escuridão. Não fazia nada sem o tóxico estar
presente. Logo veio a falta de ar, os medos, as alucinações.
Mas, em seguida, a euforia do pico.
Eu me sentia mais gente do que as outras pessoas. O meu
amigo inseparável, o tóxico, sorria. Sorria...
Sabe, pai, quando a gente começa acha tudo ridículo e
muito engraçado. Até Deus eu achava ridículo. Hoje, no
leito do hospital, reconheço que Deus é o mais importante
de tudo no mundo. Tenho certeza de que, sem a ajuda
dele, eu não estaria tendo forças para escrever esta carta.
Pai, tenho só 19 anos. Sei que não tenho a menor chance
de viver. É muito tarde para mim. Entretanto, tenho um
último pedido a fazer para o senhor.
Diga a todos os jovens que o senhor conhece o que me
aconteceu. Diga a eles que em cada porta de escola, em
cada cursinho de faculdade, em qualquer lugar há sempre
alguém que poderá lhes mostrar o seu futuro assassino e
destruidor de suas vidas: o tóxico.
Por favor, papai, faça isso, antes que seja tarde demais
para eles.
Perdoe-me pelo que estou lhe fazendo sofrer. Perdoe-me
por fazê-lo sofrer pelas minhas loucuras. Eu mesmo já
sofri demais.
Adeus, meu pai.
Ele acabou de escrever a carta, com dificuldade a colocou
sobre a mesinha. Tentou respirar mas já não conseguiu. O
lápis escorregou da mão para o chão. Pendeu a cabeça
para o lado e morreu.
Ser feliz é uma escolha. A vida se renova a cada momento.
Ninguém está destinado ao sofrimento. Ele é
simplesmente o resultado da ação negativa. Não a sua
causa.
Importante que o ser se envolva com o programa divino e
se conscientize de que é senhor do seu destino.
Quem se desvaloriza e se desmerece, quem se entrega à
ociosidade, traça para si mesmo caminhos de infelicidade.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 53
Como pais e educadores, cerquemos os nossos jovens, as
nossas crianças com o algodão do afeto, a gaze protetora
da educação e o veludo insubstituível da crença em Deus,
que alimenta as vidas e as enriquece.
(Carta de Adeus de um jovem de 19 anos, autor
desconhecido)
....................
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo
e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava
dias em seu laboratório em busca de respostas para suas
dúvidas...
Certo dia, seu filho, de sete anos, invadiu o seu "santuário"
decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela
interrupção, tentou fazer com que o filho fosse brincar em
outro lugar.
Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo
que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair
sua atenção. De repente, deparou-se com o mapa do mundo
e alegrou-se, pois era exatamente o que procurava! Com o
auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços
e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho
dizendo:
"Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo
para consertar... Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se
consegue consertá-lo bem direitinho, mas não se esqueça:
faça tudo sozinho!"
Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa.
Algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava
calmamente:
"Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!"
A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria
impossível, na sua idade, ter conseguido recompor um mapa
que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os
olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho
digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 54
completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos
devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia
sido capaz? Perguntou-se o cientista e resolveu averiguar
com o filho como ele tinha conseguido tal feito:
"Você não sabia como era o mundo, meu filho, como
conseguiu?"
"Pai , eu não sabia como era o mundo, mas, quando você
tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado
havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo
para consertar, eu tentei... mas não consegui. Foi aí que me
lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o
homem, que eu sabia como era. Quando consegui consertar
o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo!"
...............................
Em determinada passagem do evangelho, o apóstolo Paulo
afirma: "Pois aquilo que o homem semear, isto também
ceifará".
Habitualmente se entende que somente após a vida
terrestre faremos um balanço de nossas ações, recebendo a
justa recompensa, seja paz ou desequilíbrio.
Ocorre que não é necessário morrer para perceber a
atuação da lei das compensações.
Reparemos o cenário da luta vulgar na terra.
Há homens que são indiferentes às dores do próximo.
Por seu turno, eles também recebem a indiferença quanto
às dores que experimentam.
Muitos optam pelo afastamento do convívio social.
Para esses a solidão deprimente é a resposta ao mundo.
Alguns se permitem utilizar extrema severidade no trato
com o semelhante.
Mas também são julgados pelos outros com rigor e
aspereza.
Há quem pratique, em sociedade ou em família, a
hostilidade e a aversão.
Naturalmente encontra entre vizinhos e parentes
primordialmente antipatia e desconfiança.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 55
Entretanto, muitos optam por demonstrar carinho e
respeito, mesmo por desconhecidos.
Esses gestos amigos granjeiam o concurso fraterno até de
grupos anônimos que a todos cercam.
Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas
fontes de alegria.
O trabalho bem vivido produz o tesouro da competência.
Atitudes de compreensão e gentileza estabelecem
solidariedade e respeito, junto a nós.
Otimismo e esperança, nobreza de caráter e puras
intenções atraem preciosas oportunidades de serviço, em
nosso favor.
Todo dia é tempo de semear.
Todo dia é tempo de colher.
Não é necessário atravessar as portas do túmulo para
encontrar a justiça, face a face.
A justiça revela-se no cotidiano, nos princípios de causa e
efeito, em todos os instantes de nossa vida.
A justiça divina é, em última instância, uma lei de
harmonia.
Deus criou o mundo com base em leis perfeitas, que
regem a vida e a evolução das criaturas.
A energia que lançamos no mundo, seja de paz ou de
desarmonia, nos pertence.
Ela até pode afetar momentaneamente os outros, mas
sempre volta à origem, para quem a emitiu.
Esse raciocínio evidencia o equívoco de pretender que
Deus castiga suas criaturas.
É inconcebível imaginar Deus no papel de carrasco,
sondando os atos de cada um de seus filhos, para puni-los
ao menor desvio.
Ele nos dá livre-arbítrio, a fim de que cresçamos em
experiência, discernimento e compreensão.
Mas também nos dá responsabilidade por nossos atos,
permitindo que experimentemos as conseqüências de
todos eles.
Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 56
Assim, se causamos desequilíbrio no universo, fazendo
mal a um semelhante, devemos restabelecer o equilíbrio
original, reparando as conseqüências.
Nesse contexto, está inteiramente em nossas mãos optar
pela paz ou pela discórdia, pela saúde ou pela doença.
Se tudo o que ofertamos ao mundo a nós retorna, é questão
de bom senso adotarmos um padrão de conduta generoso e
nobre.
A sementeira de ontem já foi lançada e hoje colhemos os
seus frutos.
Não há como retornar sobre os próprios passos e desfazer
o passado.
Mas o amanhã está inteiro por construir.
Optemos firmemente pelo bem, seguindo os exemplos do
cristo.
Bem rápido a vida nos dará frutos de paz e amor.
Afinal, como disse o apóstolo, "aquilo que o homem
semear, isto também ceifará".
.............................
Um homem foi chamado à praia para pintar um barco.
Trouxe com ele tinta e pincéis, e começou a pintar o barco
de um vermelho brilhante, como fora contratado para fazer.
Enquanto pintava, viu que a tinta estava passando pelo fundo
do barco. Percebeu que havia um vazamento e decidiu
consertá-lo. Quando terminou a pintura, recebeu seu
dinheiro e se foi.
No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e
presenteou-o com um belo cheque. O pintor ficou surpreso:
O senhor já me pagou pela pintura do barco! - disse ele.
Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado
o vazamento do barco.
Ah!, mas foi um serviço tão pequeno... Certamente, não está
me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante!
Meu caro amigo, você não compreende. Deixe-me contar-
lhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o
barco, esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco
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  • 1. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 1 Reflexões Reflexões Reflexões Reflexões Testemunhos Testemunhos Testemunhos Testemunhos Relatos Relatos Relatos Relatos Meditações Meditações Meditações Meditações Fábulas Fábulas Fábulas Fábulas Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 2 Metáforas Metáforas Metáforas Metáforas Ilustrações Ilustrações Ilustrações Ilustrações Jesus...euteamo! Jesus...euteamo! Jesus...euteamo! Jesus...euteamo! Esta obra é carinhosamente dedicada a católicos, espíritas, evangélicos, religiosos e àqueles que não confessam nenhuma religião. É a realização de um sonho. Alguém já disse que “Um homem se realiza quando planta uma árvore, tem um filho e escreve um livro”. Eu acrescentaria: Um homem realmente se realiza quando ele se converte de todo coração ao Evangelho do Senhor Jesus. Muito embora tenha aprendido certas regras de bem-viver, aparentemente um pouco tarde, passei a colocar em prática todos os ensinamentos da Palavra que procede da boca de Deus, imediatamente após ter concluído que valia muito mais a pena proceder com ética e dignidade, vivenciando assim uma verdadeira conversão de caráter. Este volume, como outros, é resultado da seleção de vários textos extraídos na Internet, enviados por diversas pessoas até então desconhecidas e anônimas. São mensagens de encorajamento, que procuram transmitir uma visão positiva da vida. Contem muitos ensinamentos úteis e a mensagem que transmitem realmente nos faz sentir bem.
  • 2. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 3 Esta coleção, é claro, nunca ficará completa. A minha intenção é constantemente agregar novas mensagens. Colaborações são bem-vindas. Neste volume foram acrescidos, a pedido, alguns contos infantis, inteiramente dedicados à primeira infância. Quem desejar pode enviar as colaborações diretamente para email.escritor@gmail.com Uma das grandes vantagens que a Internet nos traz é a possibilidade do trabalho cooperativo. Tenho certeza de que em breve esses livros estarão muito melhores, principalmente, porque já contarão com a sua participação. No tocante às colaborações, peço que não me enviem material que seja protegido por direito autoral. A Internet contem uma quantidade enorme de material que pode ser usado livremente e eu certamente não tenho a intenção de atrair a ira de ninguém por distribuição indevida de material protegido. Tentei não incluir nenhum material protegido por direito autoral. A maioria das mensagens que recebi pela Internet não continha nenhuma atribuição de autoria. Daí o porquê de algumas duplicidades. Perdão pelas omissões. Caso haja alguma falha de minha parte, com inclusão indevida de material, por favor, me avisem que farei a remoção imediata dos originais. Segue-se pequena explanação do real entendimento que tenho sobre Contos Populares. O conto é um tipo de narrativa que se opõe, pela extensão, quer à novela, quer ao romance. Historieta mais ou menos longa, que ilustra uma lição de sabedoria e cuja moralidade é expressa como conclusão. De fato, é sempre uma narrativa pouco extensa e a sua brevidade tem implicações estruturais: reduzido número de personagens; concentração do espaço e do tempo, ação simples e decorrendo de forma mais ou menos linear. Embora o conto seja hoje uma forma literária reconhecida e utilizada por inúmeros escritores, a sua origem é muito mais humilde. Na verdade, nasceu entre o povo anônimo. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 4 Começou por ser um relato simples e despretensioso de situações imaginárias, destinado a ocupar os momentos de lazer. Um contador de histórias narra a um auditório reduzido e familiar um episódio considerado interessante. Os constrangimentos de tempo, a simplicidade da assembléia e as limitações da memória impõem que a "história" seja curta. Essas mesmas circunstâncias determinam, como já vimos, a limitação do número de personagens, a sua caracterização vaga e estereotipada, a redução e imprecisão das referências espaciais e temporais, bem como a simplificação da ação. Dada a sua origem popular, o conto de que falamos aqui não tem propriamente um autor, entendido como um ser humano determinado, ainda que desconhecido. Na realidade ele constitui uma criação coletiva, dado que cada "contador" lhe introduz inevitavelmente pequenas alterações ("Quem conta um conto, acrescenta um ponto."). E é por essa razão que convém esclarecer que nenhum livro substitui a Bíblia Sagrada, muito menos este. Não tenho essa pretensão. Da mesma forma que não espero que ele se torne um livro de auto-ajuda. Nem mesmo ditar regras ou normas de comportamento. Meu único objetivo é fazer com que o leitor reflita, baseado nos exemplos citados. Entretanto, confio que muitas das mensagens contidas nas páginas seguintes, possam vir a ser um bom instrumento de evangelização. Mas, não se incomode. Não se trata de nenhum convite pra você “vir” pra essa ou àquela igreja. Os próprios textos de todas as mensagens se encarregam de lhe convidar a refletir. Meditar. Tirar suas próprias conclusões. De modo que o autor somente lhe incita a abrir o seu coração para o que está, principalmente, nas entrelinhas.
  • 3. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 5 De modo que com plena confiança digamos: O Senhor é quem me ajuda, não temerei; que me fará o homem? (Hebreus 13:6) Antes, porém, um breve relato sobre a Bíblia. A Bíblia, é o livro vivo que dá testemunho das obras de Deus desde a criação até o fim dos tempos. Nela os servos de Deus podem encontrar as respostas e confirmações que sustentam, não apenas seus atos de fé, mas, a verdade que o homem busca em seu íntimo ainda que não saiba disso. O termo Bíblia vem do grego “Biblos” e, seu uso se dá a partir de 200 dC. Movidos pelo Espírito de Deus, escribas, sacerdotes, reis, profetas e poetas (2º Tm 3.16; 2º Pe 1.20,21) a escreveram, o período de sua elaboração é de aproximadamente 1.500 anos, mais de 40 pessoas registraram os fatos e mensagens de seus dias, e para dias vindouros, sob a ordem e direção do próprio Deus, e percebe-se facilmente a mão de Deus na sua unidade. Seus ensinamentos são plenos e não necessitam da interferência humana, pois a Bíblia é auto-suficiente, não se contradiz, é com ela o Espírito de Deus caminha junto, pois este confirma através dos sinais que o testemunho que ela dá de Deus é verdadeiro. Mas, segundo a própria Bíblia, deve-se receber esta Palavra misturada com fé, ou será vista apenas como um livro grosso, no qual se achará contradições que nós mesmos buscamos. Isto se tentarmos encontrar explicações às dúvidas da nossa mente vã, cheia das tradições e ensinamentos mundanos, guiada pelo espírito materialista e egoísta que domina entre os homens perdidos, que apesar de toda a confirmação, clara e evidente, da Palavra, nos nossos dias, preferem permanecer na obscuridade, sem Deus. Por isso a Palavra diz: “Porque também a nós foram pregadas as boas novas, assim como a eles; mas a palavra da pregação nada lhes Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 6 aproveitou, porquanto não chegou a ser unida com a fé, naqueles que a ouviram“ (Hebreus 4: 2). A Legitimidade da Palavra ao longo dos anos Seus textos foram escritos e reescritos, por várias gerações, e em diversos idiomas, como: Hebraico, Aramaico e grego; até nossos dias, e nossas línguas. Está comprovado, por estudiosos que 99% dos textos mantêm-se fiel aos originais, é certamente uma obra divina, levando em consideração os milhares de anos entre a escrita e nossos dias. As partes mais antigas das Escrituras encontradas são um pergaminho de Isaías em hebraico do segundo século aC, descoberto em 1947 nas cavernas do Mar Morto e um pequeno papiro contendo parte do Livro de João 18.31-33,37,38 datados do segundo século dC. A Bíblia em sua forma original é desprovida das divisões de capítulos e versículos. Para facilitar sua leitura e localização de “citações” o Prof. Stephen Langton, no ano de 1227 dC a dividiu em capítulos. Até o ano de 1551 dC não existia a divisão denominada versículo. Neste ano o Sr. Robert Stephanus chegou a conclusão da necessidade de uma subdivisão e agrupou os texto em versículos. Até a invenção da gráfica por Gutenberg, a Bíblia era um livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos artesanalmente (manuscritos) e poucos tinham acesso às Escrituras. O povo de língua portuguesa só começou a ter acesso à Bíblia de uma forma mais econômica a partir do ano de 1748 dC, quando foi impressa a primeira Bíblia em português, uma tradução feita a partir da “Vulgata Latina”. É composta de 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, mais de 773.000 palavras e aproximadamente 3.600.000 letras. Se gasta em média 50 horas (38 VT e 12 NT) para lê- la ininterruptamente ou pode-se lê-la em um ano seguindo estas orientações: 3,5 capítulos diariamente ou 23 por semana ou ainda, 100 por mês em média. Encontra-se traduzida em mais de 1000 línguas e dialetos, o equivalente a 50% das línguas faladas no mundo. Há uma
  • 4. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 7 estimativa que já foi comercializado no planeta milhões de exemplares entre a versão integral e o NT. Mais de 500 milhões de livros isolados já foram comercializados. Afirmam ainda que a cada minuto 50 Bíblias são vendidas, perfazendo um total diário de aproximadamente 72 mil exemplares! § Porém, antes de dar início às ilustrações: - Que fique bem claro que reconhecemos a existência de pessoas de caráter ilibadíssimo, fora das igrejas, sem compromisso com Deus, mas que procedem decentemente, sendo dignas de serem apresentadas como exemplo, pelas suas atitudes. Muito embora, NÃO possa ver nelas a presença do Espírito Santo de Deus, pois acredito que as fariam bem mais felizes... As ilustrações que você desfrutará á seguir, foram escolhidas com um único e grande propósito: o de abençoar a sua vida. Muitas dessas reflexões, que aqui figuram, me foram enviadas, acompanhadas de um testemunho do que Deus operou na vida daqueles que realmente se sentiram exortados, advertidos pelo próprio Deus. Daí há acreditar que essas poucas páginas sejam realmente um instrumento de evangelização. É isso que espero, que Ele fale ao seu coração, através desses contos. Que venham a ser na verdade, mensagens enviadas diretamente ao seu coração. §...........§ Existem quatro coisas na vida que não se recuperam: a pedra, depois de atirada; - a palavra, depois de proferida; Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 8 - a ocasião, depois de perdida; - e o tempo, depois de passado". §§§§§§ Que as mensagens a seguir lhe abençoem, de fato. Que cada uma delas venha representar, verdadeiramente, um grande livramento e/ou um MILAGRE também na sua vida. .............. Muitos de nós, às vezes, pensamos que nunca tivemos experiências dignas de serem testemunhadas. Às vezes ouvimos falar de um milagre, ou de uma benção que uma pessoa recebeu e pensamos: "- Será que nunca vai acontecer comigo?" Mas no dia-a-dia, acontecem inúmeros "pequenos milagres", coisas que ao nossos olhos são tão pequenas que praticamente passam desapercebidas. Mas, que em uma reflexão mais cuidadosa, revela-se um "pequeno milagre". A vida está cheia desses acontecimentos... pequenos tropeços que te fazem parar e ver, que, por pouco você se machucaria, ou seria atropelado. Uma sombra, que chama sua atenção e dá asas a sua imaginação... Um amigo ia toda quinta-feira à noite a uma piscina coberta. Sempre via ali um homem que lhe chamava atenção: ele tinha o costume de correr até a água e molhar só o dedão do pé. Depois subia no trampolim mais alto e com um esplêndido salto mergulhava na água. Era um excelente nadador. Não era de estranhar, pois, que meu amigo ficasse intrigado com esse costume de molhar o dedão antes de saltar na água. Um dia tomou coragem e perguntou a razão daquele hábito. O homem sorriu e respondeu:
  • 5. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 9 - Sim, eu tenho um motivo para fazer isso. Há alguns anos, eu era professor de natação de um grupo de homens. Meu trabalho era ensiná-los a nadar e a saltar de trampolim. Certa noite não conseguia dormir e fui a piscina para nadar um pouco. Sendo o professor de natação, eu tinha uma chave para entrar no clube. Não acendi a luz porque conhecia bem o lugar. A luz da lua brilhava através do teto de vidro. Quando estava sobre o trampolim, vi minha sombra na parede em frente. Com os braços abertos, minha silhueta formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando aquela imagem. O professor de natação continuou: - Nesse momento, pensei na cruz de Cristo e em seu significado. Eu não era um cristão, mas quando criança, aprendi um cântico cujas palavras me vieram a mente e me fizeram recordar que Jesus tinha morrido para nos salvar por meio de seu precioso sangue... Não sei quanto tempo fiquei parado sobre o trampolim com os braços estendidos e nem compreendo por que não pulei na água. Finalmente voltei, desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água. Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso... na noite anterior haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido... Após uma longa pausa, ele continuou: - Tremi todo e senti um calafrio na espinha. Se tivesse saltado, seria o meu último salto. Naquela noite, a imagem da cruz na parede salvou a minha vida. Fiquei tão agradecido a Deus, que em Sua graça me permitiu continuar vivo, que me ajoelhei na beira da piscina. Tomei consciência de que não somente a minha vida, mas minha alma também precisava ser salva. Para que isso acontecesse, foi necessária outra cruz, aquela na qual Jesus morreu para nos salvar. Ele me salvou quando confessei os meus pecados e me entreguei a Ele. Naquela noite fui salvo duas vezes. Agora tenho um corpo Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 10 sadio porém, o mais importante é que sou eternamente salvo. Talvez agora você compreenda porque molho o dedão antes de saltar na água... Às vezes, os milagres acontecem em nossas vidas, mas, não como nós esperávamos. Deus tem uma forma maravilhosa de agir, Ele não faz barulho, não chama a atenção! Mas nem por isso torna-se ineficiente. Abramos nossos olhos e estejamos bem acordados, testemunhemos do amor de nosso Salvador, com fervor e alegria, pois as pequenas coisas que o mundo ocultou, serão as grandes maravilhas que Deus revelará!!! I Coríntios 1:18 “Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”. Hebreus 12:2 “fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus”. ................................................... Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo do chalé da família, numa ilha que ficava no meio de um lago. A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava autorizada. O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago. Quando o caniço envergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água. Era o maior que já
  • 6. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 11 tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada. O garoto e o pai olharam para o peixe tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente. O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Pouco mais de dez da noite... Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo: Tens que devolvê-lo, filho! Mas, pai, reclamou o menino. Vai aparecer outro, insistiu o pai. Não tão grande quanto este, choramingou a criança. O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza da sua voz, que a decisão era inegociável. Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele. Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem sucedido. O chalé continua lá, na ilha no meio do lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais. Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo e errado. Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está vendo. Essa conduta só é possível quando, desde criança, aprende-se a devolver o peixe à água. A boa educação é como uma moeda de ouro: Tem Valor Em Toda Parte. - James P. Lenfestey "O caráter é aquilo que você é no escuro." "E também o que você é de dia, quando acha que ninguém está olhando." I Coríntios I Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 12 11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 12 “Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido”. 13 “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor”... ................. Era uma vez um tempo em que as árvores decidiram que elegeriam para si um rei. Se no reino dos homens e também no dos animais havia rei, achavam que seria próprio que igualmente no reino vegetal existisse um rei Árvore. A primeira árvore convidada a reinar foi a oliveira, já que ela produz o óleo com o qual são ungidos os profetas e reis. Com seu óleo, acendem-se as lâmpadas que iluminam as trevas e dão direção ao viajante durante a noite. Ele mistura, ainda, a massa do pão e dá beleza aos cabelos dos homens. Diz a Palavra de Deus que Absalão, filho do rei Davi, banhava seus longos cabelos louros no óleo da oliveira e os salpicava com pó de ouro, com um gesto de extrema vaidade, e ia cavalgar contra o vento, no alto do morro, fazendo com que o sol reluzisse o ouro e o óleo de sua cabeleira esvoaçante. Tinha ele verdadeira adoração por seus próprios cabelos. Por causa deles, acabou morrendo, pois ficaram enganchados nos galhos de uma pequena árvore, sob a qual passou montado em um burro quando fugia de uma batalha. Pendurado pelos cabelos, foi atingido no coração pelo dardo de seu perseguidor e, ali mesmo, morreu. Voltando à nossa fábula, a oliveira respondeu ás demais árvores: “Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens prezam, e iria labutar em favor das outras espécies? Não, amigos, procurais vós outra árvore”.
  • 7. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 13 Foram então as outras árvores à procura da figueira, e lhe pediram: “Vem tu e reina sobre nós”. A figueira, porém, respondeu: Deixaria eu a minha doçura e o meu bom fruto, e iria labutar sobre as árvores? Não, absolutamente não!”. E, assim, igualmente desprezou o convite”. As árvores não desistiram e foram conversar com a videira: “Vem tu e reina sobre nós”, imploraram. A jovem e alegre videira respondeu: “Deixaria eu meu mosto, que Deus e os homens prezam, e ia lutar em beneficio das outras árvores? Não, eu não”. E, assim , declinou do convite. Então, todas as árvores, sem opção, lembraram do espinheiro, e foram até ele: “Vem tu e reina sobre nós”, clamaram, já sem esperança. O espinheiro, que não tinha nada a perder, aceitou o encargo, tornou-se o rei das árvores. Ora, esta fábula, escrita para lá de três mil anos, é bem curiosa. É Impressionante como encontramos, por todo o mundo e em todos os tempos, espinheiros reinando, governando e tomando decisões. Eles nada têm para dar; apenas assumem o comando porque as boas árvores não querem se envolver com os problemas relativos ao ato de reinar. Nos países da África, esses governantes espinheiros têm mantido nações sob os ferros dos seus espinhos, levando seus povos à falência e às guerras. Costumam só deixar o poder depois de mortos ou depostos por uma revolução. Oremos, amados irmãos, para que as oliveiras, videiras e figueiras deixem de pensar tanto em si próprias e aceitem o peso do governar com responsabilidade, para o bem de todas as árvores, e para que os espinheiros fiquem quietos em seus cantos! .................... Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas notas e o comportamento eram uma decepção para seus pais que sonhavam em vê-lo formado e bem sucedido. Um belo dia, o bom pai lhe propôs um acordo: - Se você, meu filho, Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 14 mudar o comportamento, se dedicar aos estudos e conseguir ser aprovado no vestibular para a Faculdade lhe darei então um carro de presente. Por causa do carro, o rapaz mudou da água para o vinho. Passou a estudar como nunca e a ter um comportamento exemplar. O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação. Sabia que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversão sincera, mas apenas do interesse em obter o automóvel. Isso era mau. O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus esforços. Assim, o grande dia chegou. Fora aprovado pra o curso que almejava. Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração. O rapaz tinha por certo que na festa o pai lhe daria o automóvel. Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e lhe passou às mãos uma caixa de presente. Crendo que ali estavam as chaves do carro. O rapaz abriu emocionado o pacote. Para sua surpresa, o presente era uma Bíblia. O rapaz ficou visivelmente decepcionado e nada disse. A partir daquele dia, o silêncio e distância separavam pai e filho. O jovem se sentia traído, e agora, lutava por ser independente. Deixou a casa dos pais e foi morar no Campus da Universidade. Raramente mandava notícias à família. O tempo passou, ele se formou, conseguiu um emprego em um bom hospital e se esqueceu completamente do pai. Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão. Até que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu. Faleceu. No enterro, a mãe falou-lhe da Bíblia que tinha sido o último presente do pai.
  • 8. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 15 De volta à sua casa, o rapaz, que nunca perdoara o pai, quando finalmente abriu o livro, notou que havia um envelope dentro dele. Ao abri-lo, encontrou uma carta e um cheque. A carta dizia: “Meu querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro. Eu prometi e aqui está o cheque para você, escolha aquele que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de lhe dar um presente ainda melhor: A Bíblia Sagrada! Nela aprenderás o Amor de Deus e a fazer o bem, não pelo prazer de recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência.” Corroído de remorso, o filho caiu em profundo pranto. Como é triste a vida dos que não sabem perdoar. Isto leva a erros terríveis e a um fim ainda pior. Antes que seja tarde, perdoe aquele a quem você pensa ter lhe feito mal. Talvez se olhar com cuidado, vai ver que há também um cheque escondido em todas as adversidades da vida. .............................. Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelhinho para os filhos. Os filhos do outro vizinho pediram um bicho para o pai. O homem comprou um pastor alemão. Papo de vizinho: - Mas ele vai comer o meu coelho. - De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, pegar amizade. Entendo de bicho. Problema nenhum. E parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e amigos ficaram. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes. Eis que o dono do coelho foi passar o final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho. Isso na sexta- feira. No domingo, de tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 16 Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de terra e, claro, morto. Quase mataram o cachorro. O vizinho estava certo. E agora? - E agora eu quero ver! A primeira providência foi bater no cachorro, escorraçar o animal, para ver se ele aprendia um mínimo de civilidade e boa vizinhança. Claro, só podia dar nisso. Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora? Todos se olhavam. O cachorro chorando lá fora, lambendo as pancadas. - Já pensaram como vão ficar as crianças? - Cala a boca! Não se sabe exatamente de quem foi a idéia, mas era infalível. Vamos dar um banho no coelho, deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador da sua mãe e colocamos na casinha dele no quintal. Como o coelho não estava muito estraçalhado, assim o fizeram. Até perfume colocaram no falecido. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um coelho cardíaco. Umas três horas depois eles ouvem a vizinhança chegar. Notam os gritos das crianças, Descobriram! Não deram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta. Branco, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma. - O que foi? Que cara é essa? - O coelho...o coelho.... - O que tem o coelho? - Morreu! Todos: - Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.. - Morreu na sexta-feira! - Na sexta? - Foi. Antes de a gente viajar, as crianças o enterraram no fundo do quintal! A história termina aqui. O que aconteceu depois não importa. Nem ninguém sabe. Mas o personagem que mais cativa nesta história toda, o protagonista da história, é o
  • 9. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 17 cachorro. Imagine o pobre do cachorro que, desde sexta-feira, procurava em vão pelo amigo de infância, o coelho. Depois de muito farejar descobre o corpo. Morto. Enterrado. O que faz ele? Com o coração partido, desenterra o pobrezinho e vai mostrar para os seus donos. Provavelmente estivesse até chorando, quando começou a levar pancada de tudo quanto era lado. O cachorro é o herói. O bandido é o dono do cachorro. O ser humano. O homem continua achando que um banho, um secador de cabelos e um perfume disfarçam a hipocrisia, o animal desconfiado que tem dentro dele. Julga os outros pela aparência, mesmo que tenha que deixar esta aparência como melhor lhe convier. Maquiada. Coitado do cachorro. Coitado do dono do cachorro. Coitados de nós, animais racionais , que muitas vezes não passamos de completos irracionais... Qual o seu perfume ? Será este simplesmente um véu para a hipocrisia ou é aquele que realmente exala as virtudes de um verdadeiro servo , de um verdadeiro filho , de um(a) verdadeiro(a) Homem ou Mulher (sim ., com H ou M maiúsculo) de Deus . Procure em oração verificar como Jesus Cristo te vê , se Ele te olha com um sorriso como se falasse : valeu à pena morrer por você ou com tristeza... ................................. Era uma vez uma família muito pobre, cujo filho se encontrava terrivelmente doente. Seus pais já haviam tentado de tudo para lhe salvar a vida, mas o menino piorava a cada dia. Naquela casa humilde, a alegria havia murchado, como uma flor sem chuva. Aquela criança, com sua ternura e inocência, era a luz que brilhava e encantava o coração de sua mãe, trazendo ao rosto cansado do pai, após uma longa jornada de trabalho, o sorriso de quem via no filho a recompensa de seus esforços. Para aquela família a vida parecia injusta e o destino severo demais. Por que coisas tão terríveis acontecem com pessoas Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 18 tão boas? Era impossível achar uma explicação, muito menos consolar o coração daquela mãe aflita, que sem dúvida, era a mais diretamente envolvida naquele drama. Em momentos assim é comum que as pessoas assumam culpas que não têm. A mãe, que sempre havia sido dedicada e zelosa, achava que de alguma maneira poderia ter cuidado melhor do menino. O pai por sua vez, pensava que tudo poderia ter diferente se tivesse um emprego melhor, com um salário mais digno. Obviamente eles não tinham culpa de nada. Ninguém tem culpa de ser pobre, de nunca ter tido uma oportunidade de melhorar na vida. Essas coisas, infelizmente, não estão ligadas ao esforço pessoal ou à honestidade e moral. O Brasil é um país de imensas desigualdades, as quais se refletem no abismo que separa ricos e pobres, e que se chama injustiça social. O menino, magrinho, deitado sobre a cama, era de dar dó. Que mal ele havia feito a Deus para receber tal castigo? Criança não tem pecado. Ou tem? E Deus? Será que ouve a oração aflita de uma família sofrida, ou será Ele tão distante, que nem sabe do que se passa aqui na Terra, principalmente com gente pobre, lá da roça? Alguns dizem que essas coisas acontecem para Deus nos ensinar a paciência. Para que venhamos a nos resignar e obedecer, sofrendo calados em última instância. Muitos pensamentos conflitantes passavam na cabeça daquela família triste. Um dia, quando parecia que o fim se aproximava, o pai, de joelhos, ao lado da cama da criança, exclamou com lágrimas nos olhos: “Agora, só um milagre pode salvar meu filho!” O irmão mais novo do menino, que assistia tudo sem entender bem a situação, saiu de casa correndo e foi em direção á cidadezinha, que ficava uns trinta minutos estrada abaixo. Correu o tempo todo, sem parar. Na cidade, foi direto à farmácia, onde chegou ainda ofegante, e pediu: “Por favor, moço! Eu preciso de um milagre! Meu irmão está muito doente, e meu pai disse que só um milagre pode salvá-lo. O senhor tem esse remédio aí?”
  • 10. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 19 O farmacêutico se surpreendeu com a pergunta e com o amor que o menino trazia nos olhos pelo irmão enfermo. Naquele momento, entretanto, um médico da capital, de passagem pela cidade, estava na farmácia e ouviu a conversa. Comovido, não pôde deixar de intervir. Sabia do que se tratava: uma epidemia que varria a região, e para qual ele tinha o remédio certo. “Eis aqui, meu filho, o remédio que vai salvar seu irmão”, disse o médico. “E quanto custa? Eu só tenho uma moeda de 10 centavos!”, disse o pequenino. “Tudo bem”, disse o médico. “Este é o preço que lhe cobrarei”, completou ele. O menino correu de volta para casa e deu o remédio a seus pais, contado o que o médico lhe dissera. Assim, que o irmão começou a tomá-lo, a febre baixou e ele, rapidamente, foi se recuperando. Que lição maravilhosa aquele pequenino nos deixou! Em meio às dúvidas do coração, aos questionamentos da mente, aos assaltos do medo e da incredulidade, o preço do milagre continua sendo apenas 10 centavos, mais a fé de uma criança! ....................................... Conta-se que por volta do ano 250 a.c, na China antiga, um príncipe da região norte do país, estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 20 Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula : - Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura. E a filha respondeu : - Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz. À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio : - Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China. A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos etc... O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que,independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
  • 11. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 21 Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena. Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu: - Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis. A honestidade é como uma flor tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor - Que esta nos sirva de lição e independente de tudo e todas as situações vergonhosas que nos rodeiam , possamos ser luz para aqueles que nos cercam . Aproveitem e leiam : Ef 5.9 ( pois o fruto da luz está ....) e Mt 5.16 (Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para ...) .......................... Parado ao sol, o escorpião olhava ao redor da montanha onde morava. "Positivamente, tenho de me mudar daqui" - pensou. Esperou a madrugada chegar, lançou-se por caminhos empoeirados até atingir a floresta. Escalou rochedos, cruzou bosques e, finalmente, chegou às margens do rio largo e caudaloso. "Que imensidão de águas! A outra margem parece tão convidativa... Se eu soubesse nadar..." Subiu longo trecho da margem, desceu novamente, olhou para trás. Aquele rio certamente não teria medo de escorpião. A travessia era impossível. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 22 "Não vai dar. Tenho de reconsiderar minha decisão" - lamentou. Estava quase desistindo quando viu a rã sobre a relva, bem próxima à correnteza. Os olhos do escorpião brilharam: "Ora, ora... Acho que encontrei a solução!" - pensou rápido. - Olá, rãzinha! Me diga uma coisa: você é capaz de atravessar este rio? - Ih, já fiz essa travessia muitas vezes até a outra margem. Mas por que você pergunta? - disse a rã, desconfiada. - Ah, deve ser tão agradável do outro lado - disse - pena eu não saber nadar. A rã já estava com os olhos arregalados: "será que ele vai me pedir...?" - Se eu pedisse um favor, você me faria? - disse o escorpião mansamente. - Que favor? - murmurou a rã. - Bem - o tom da voz era mais brando ainda - bem, você me carregaria nas costas até a outra margem? A rã hesitou: - Como é que eu vou ter certeza de que você não vai me matar? - Ora, não tenha medo. Evidentemente, se eu matar você, também morrerei - argumentou o escorpião. - Mas... e se quando estivermos saindo daqui você me matar e pular de volta para a margem? - Nesse caso eu não cruzaria o rio nem atingiria meu destino - replicou o escorpião. - E como vou saber se você não vai me matar quando atingirmos a outra margem? - perguntou a rã. - Ora, ora... quando chegarmos ao outro lado eu estarei tão agradecido pela sua ajuda que não vou pagar essa gentileza com a morte. Os argumentos do escorpião eram muito lógicos. A rã ponderou, ponderou e, afinal, convenceu-se. O escorpião acomodou-se nas costas macias da agora companheira de viagem e começaram a travessia. A rã nadava suavemente e o escorpião quase chegou a cochilar. Perdeu-se em pensamentos e planos futuros, olhando a extensão enorme
  • 12. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 23 do rio. De repente se deu conta de que estava dependendo de alguém, de que ficaria devendo um favor para a rãzinha. Reagiu, ergueu o ferrão. "Antes a morte que tal sorte" - pensou. A rã sentiu uma violenta dor nas costas e, com o rabo do olho, viu o escorpião recolher o ferrão. Um torpor cada vez mais acentuado começava a invadir-Ihe o corpo. - Seu tolo - gritou a rã - agora nós dois vamos morrer! Por que fez isso? O escorpião deu uma risadinha sarcástica e sacudiu o corpo. - Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza. Entretanto a sua “natureza” pode ser perfeitamente modificada... e pra melhor... ....................... Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe; o pote rachado chegava apenas pela metade. Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que ele havia sido designado a fazer. Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia à beira do poço. "Estou envergonhado, e quero pedir-lhe desculpas." "Por quê?" Perguntou o homem. "De que você está envergonhado?" "Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas a metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 24 Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços," disse o pote. O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou: "Quando retornarmos para a casa de meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho." De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou as flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu certo ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha. Disse o homem ao pote: “Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado. Eu ao conhecer o seu defeito, tirei vantagem dele. E lancei sementes de flores no seu lado do caminho, e cada dia enquanto voltávamos do poço, você as regava. Por dois anos eu pude colher estas lindas flores para ornamentar a mesa de meu senhor.” Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter esta beleza para dar graça à sua casa. Cada um de nós tem nossos próprios e únicos defeitos. Todos nós somos potes rachados. Porém, se permitirmos, o Senhor vai usar estes nossos defeitos para embelezar a mesa de seu Pai. Na grandiosa economia de Deus, nada se perde. Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Se os reconhecermos, eles poderão ser transformados por Deus para causar beleza. Nas nossas fraquezas o Senhor diz que seremos fortes, portanto vamos deixá-Lo agir com liberdade em nossas vidas para sermos sim transformados a Sua REAL imagem e semelhança . Deus te abençoe e capacite... ......................... Conta-se que um rei que viveu num país além-mar, há muito tempo atrás, era muito sábio e não poupava esforços para ensinar bons hábitos a seu povo.
  • 13. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 25 Freqüentemente fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo que fazia era para ensinar o povo a ser trabalhador e cauteloso. Nada de bom pode vir a uma nação - dizia ele - cujo povo reclama e espera que outros resolvam seus problemas. Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os problemas por conta própria. Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois foi se esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que acontecia. Primeiro veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que levava para a moagem na usina. Quem já viu tamanho descuido? Disse ele contrariado, enquanto desviava sua carroça e contornava a pedra. Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada? E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra. Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela estrada. A longa pluma de seu quepe ondulava na brisa, e uma espada reluzente pendia da sua cintura. Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na guerra e não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou no chão poeirento. Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente haviam largado aquela pedra imensa na estrada. Então, ele também se afastou sem pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra. E assim correu o dia... Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra no meio da estrada, mas ninguém a tocava. Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro por lá passou. Era muito trabalhadora e estava cansada, pois desde cedo andava ocupada no moinho, mas disse a si mesma: Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 26 Já está escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho. E tentou arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar. Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra. Ergueu-a. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres: "esta caixa pertence a quem retirar a pedra". Ela a abriu e descobriu que estava cheia de ouro. O rei então apareceu e disse com carinho: Minha filha, com freqüência encontramos obstáculos e fardos no caminho. Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles, se assim preferimos, ou podemos erguê- los e descobrir o que eles significam. A decepção, normalmente, é o preço da preguiça. Então, o sábio rei montou em seu cavalo e, com um delicado boa noite, retirou-se. ............................... Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro:
  • 14. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 27 pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém. ........................... Conta-se que um dia um homem parou na frente do pequeno bar, tirou do bolso um metro, mediu a porta e falou em voz alta: dois metros de altura por oitenta centímetros de largura. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 28 Admirado mediu-a de novo. Como se duvidasse das medidas que obteve, mediu-a pela terceira vez. E assim tornou a medi-la várias vezes. Curiosas, as pessoas que por ali passavam começaram a parar. Primeiro um pequeno grupo, depois um grupo maior, por fim uma multidão. Voltando-se para os curiosos o homem exclamou, visivelmente impressionado: "parece mentira!" esta porta mede apenas dois metros de altura e oitenta centímetros de largura, no entanto, por ela passou todo o meu dinheiro, meu carro, o pão dos meus filhos; passaram os meus móveis, a minha casa com terreno. E não foram só os bens materiais. Por ela também passou a minha saúde, passaram as esperanças da minha esposa, passou toda a felicidade do meu lar... Além disso, passou também a minha dignidade, a minha honra, os meus sonhos, meus planos... Sim, senhores, todos os meus planos de construir uma família feliz, passaram por esta porta, dia após dia... gole por gole. Hoje eu não tenho mais nada... Nem família, nem saúde, nem esperança. Mas quando passo pela frente desta porta, ainda ouço o chamado daquela que é a responsável pela minha desgraça... Ela ainda me chama insistentemente... Só mais um trago! Só hoje! Uma dose, apenas! Ainda escuto suas sugestões em tom de zombaria: "você bebe socialmente, lembra-se?" Sim, essa era a senha. Essa era a isca. Esse era o engodo. E mais uma vez eu caía na armadilha dizendo comigo mesmo: "quando eu quiser, eu paro". Isso é o que muita gente pensa, mas só pensa... Eu comecei com um cálice, mas hoje a bebida me dominou por completo. Hoje eu sou um trapo humano... E a bebida, bem, a bebida continua fazendo as suas vítimas.
  • 15. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 29 Por isso é que eu lhes digo, senhores: esta porta é a porta mais larga do mundo! Ela tem enganado muita gente... Por esta porta, que pode ser chamada de porta do vício, de aparência tão estreita, pode passar tudo o que se tem de mais caro na vida. Hoje eu sei dos malefícios do álcool, mas muita gente ainda não sabe. Ou, se sabe, finge que não, para não admitir que está sob o jugo da bebida. E o que é pior, têm esse maldito veneno, destruidor de vidas, dentro do próprio lar, à disposição dos filhos. Ah, se os senhores soubessem o inferno que é ter a vida destruída pelo vício, certamente passariam longe dele e protegeriam sua família contra suas ameaças. Visivelmente amargurado, aquele homem se afastou, a passos lentos, deixando a cada uma das pessoas que o ouviram, motivos de profundas reflexões. ................................... Era uma vez um caçador que contratou um feiticeiro para ajudá-lo a conseguir alguma coisa que pudesse facilitar seu trabalho nas caçadas. Depois de alguns dias, o feiticeiro entregou-lhe uma flauta mágica que, ao ser tocada, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar. Entusiasmado com o instrumento, o caçador organizou uma caravana com destino à África, convidando dois outros amigos. Logo no primeiro dia de caçada, o grupo se deparou com um feroz tigre. De imediato, o caçador pôs-se a tocar a flauta e, milagrosamente, o tigre começou a dançar. Foi fuzilado à queima roupa. Horas depois, um sobressalto. A caravana foi atacada por um leopardo que saltava de uma árvore. Ao som da flauta, contudo, o animal transformou-se: de agressivo, ficou manso e dançou. Os caçadores não hesitaram: mataram-no com vários tiros. E foi assim até o final do dia, quando o grupo encontrou um leão faminto. A flauta soou, mas o leão não dançou, mas atacou um dos amigos do caçador flautista, devorando-o. Logo depois, devorou o segundo. O tocador de flauta, Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 30 desesperadamente, fazia soar as notas musicais, mas sem resultado algum. O leão não dançava. E enquanto tocava e tocava, o caçador foi devorado. Dois macacos, em cima de uma árvore próxima, a tudo assistiam. Um deles observou com sabedoria: Eu sabia que eles iam se dar mal quando encontrassem um surdinho... Não confie cegamente nos métodos que sempre deram certo, pois um dia podem não dar. Tenha sempre planos de contingência, prepare alternativas para as situações imprevistas, analise as possibilidades de erro. Esteja atento às mudanças e não espere as dificuldades para agir. Cuidado com o leão surdo. .................................. Era uma vez uma família de classe média alta, que vivia em São Paulo. O pai, homem sério e competente, galgava postos cada vez mais importantes na empresa em que trabalhava. Saindo cedo e voltando tarde, esforçava-se com afinco na carreira profissional e nada deixava faltar para sua família. A mãe havia montado uma loja de roupas que também, a despeito de toda crise econômica, ia muito bem. Sua presença constante à frente dos negócios, aumentava os lucros, mês a mês. O pai sonhava chegar a presidente da empresa; a mãe em abrir uma filial da sua loja. Em casa, o único filho do casal crescia sob a supervisão amorosa de uma babá, que junto com outras empregadas – uma cozinheira e uma arrumadeira – cuidava de tudo. Assim foram se passando os anos. O pai foi nomeado vice- presidente da empresa e passou a ter de viajar constantemente pelos estados do Brasil. A mãe realizou seu sonho e abriu um filial enorme em uma das ruas mais chiques de São Paulo, que, a pedido das
  • 16. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 31 clientes, passou a funcionar das 10 às 22h, inclusive aos sábados. O filho crescia com as melhores roupas, os brinquedos mais caros, TV a cabo, computador... E nas férias ia em excursão para a Disneyworld. Tinha professor particular e motorista, que o levava para escola e para o clube, e no final de semana para uma eventual festa na casa de algum coleguinha. Parecia ser uma família feliz e próspera, um lar onde não havia brigas, dívidas, ou vícios. Um lar onde as pessoas eram boas, educadas e inteligentes e, acima de tudo, trabalhadoras. Finalmente o pai realizou seu sonho: merecidamente, depois de quase 20 anos de trabalho, foi nomeado presidente da companhia. Havia dedicado toda sua vida àquele objetivo e se sentia perfeitamente realizado. Era o típico exemplo de que, com trabalho e dedicação, a gente chega lá. A noticia de sua posse foi capa de jornal. A festa saiu em detalhes nas colunas sociais. Como prêmio recebeu da empresa uma viagem para Londres, capital inglesa. Pela primeira vez em muitos anos, ele, a esposa e o filho, agora um adolescente de 17 anos, tinham a oportunidade de ficarem juntos como passageiros na primeira classe daquele avião. Quando chegaram ao hotel, o rapaz pediu ao pai alguns dólares, para comprar um tênis que havia visto numa loja. O pai e a mãe subiram para o quarto e foram descansar daquele longo vôo. À noite ficaram esperando rapaz no lobby – salão – do - hotel, onde haviam combinado de se encontrar para jantarem juntos. Como ele não descia, ligaram para o quarto, mas ninguém respondeu. Estranho, porque o porteiro havia visto o menino voltar da rua, e a chave do apartamento não estava na portaria. Com a ajuda do gerente, subiram para acordar o rapaz, que, certamente, cansado da viagem, devia ter caído num sono Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 32 pesado. Horrorizados, encontraram-no desmaiado no banheiro, e sobre a pia uma carreirinha de pó branco. Era a maldita droga. Cocaína pura. O rapaz estava acostumado com a mesma quantidade no Brasil, mas é que aqui ela é misturada. Lá, era pura e foi demais para ele. Hoje, dez anos depois, o rapaz continua em coma num hospital de São Paulo. E o pai muito triste, pergunta-se: onde foi que eu errei? Diz a Palavra de Deus: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22.6). .......................................... A estação de trem estava bem movimentada naquela manhã cinzenta, na cidade de Salvador. A chuva caía, insistente e fria, e as pessoas indo e vindo, apressadas, nem percebiam o doloroso drama que ali se desenrolava. Afinal, cada criatura se detinha nas suas próprias preocupações, sem tempo para olhar ao redor. Mas, para as frágeis forças do pequeno Fábio, o sofrimento se fazia quase insuportável. Ele estava diante do seu ídolo, do seu herói, do seu protetor, para dizer adeus... Seu pai o estava abandonando... E ele, no auge dos seus cinco anos de idade, não conseguia entender o porquê, nem a necessidade daquela separação que lhe fora imposta. Sabia que a providência tinha sido tomada por sua mãe, mas não compreendia a razão que o forçaria a viver longe do seu amado pai. O trem iria partir em breve. A mãe o apressava. Mas seus pequenos braços se esforçavam para reter o pai, num abraço demorado... Eu o amo, papai! Dizia baixinho, entre soluços. Não entendo por que, papai... Por que tenho que me separar de você a quem tanto amo?
  • 17. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 33 O pai permanecia calado. Afinal, não tinha uma resposta convincente para aliviar a dor daquela separação. Sua amargura não se pode mensurar, pois estava perdendo seu filho por causa do álcool. Ele era alcoólatra, e a mãe desejava preservar o filho da convivência infeliz, para oferecer a ele um futuro digno. É bem possível que o pai tenha sentido a amargura daquele momento, mas sua vontade não era bastante firme para renunciar ao vício... Preferiu renunciar ao filho, a quem dizia amar. Aquela triste experiência abalou profundamente o coração do pequeno Fábio. Aquele dia deixou marcas indeléveis em sua alma infantil. As gotas de chuva, que se confundiam com suas lágrimas quentes, foram testemunhas silenciosas do seu drama de menino. O trem partiu... O pai ficou na plataforma, observando o filho desaparecer ao longe... O tempo passou... Hoje Fábio já conta com mais de vinte e cinco primaveras, mas em sua retina ainda ecoa o ruído de seu coração aflito daquela manhã chuvosa de despedida e dor. Seu pai ainda não largou o vício. E Fábio, mesmo não sendo mais um garotinho, ainda sente que cada gole que o pai ingere é como se desferisse uma punhalada em seu peito sensível. A história é verdadeira e, infelizmente, não é um caso isolado. Há muitos filhos de pais alcoólatras amargando a triste sina de presenciar ou de sofrer a violência por parte daquele que assumiu a responsabilidade de proteger e educar. Indefesas, essas crianças têm que se submeter a todo tipo de constrangimento provocado no lar por pais desequilibrados sob o vício do álcool. Outras tantas, embora permaneçam debaixo do mesmo teto, amargam a indiferença que aniquila e mata a esperança. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 34 E quantas crianças que, como nosso pequeno Fábio, tiveram que se distanciar de pais aos quais amavam e de quem desejavam proteção? Importante que se pense com seriedade a esse respeito. Importante, ainda, que o pai ou a mãe consciente possa preservar os filhos dessas tragédias conseqüentes do alcoolismo. As lesões causadas nos corações infantis são de difícil cura. Quantos dramas, quantas fobias, quantos desequilíbrios podem surgir de uma lesão afetiva provocada na infância, e seguir o indivíduo por toda uma existência! Por essa razão, vale a pena tratar essa questão com muito carinho e atenção. ..................................... Há alguns anos, num reinado distante, havia um rei muito rico e orgulhoso, que achava que sabia tudo. Para ele, ninguém tinha importância: desprezava a todos. Um dia, passeando pela cidade em sua carruagem, ouviu um homem gritar: “Uma esmola, pelo amor de Deus!” Indignado com aquele que ousara perturbar seu passeio, mandou que o cocheiro parasse a carruagem. Ao olhar pela janela, avistou o pobre homem, sentado à beira do caminho. O semblante humilde e necessitado daquele cidadão, ao invés de comover, irou ainda mais o rei. Quem é você que ousa me dirigir a palavra? Sou apenas um pobre homem que lhe implora uma esmola. E por que eu lhe daria alguma coisa? Você é um miserável. Certamente não terá nada para me dar em troca. Embora eu seja muito pobre, já andei por muitos lugares e aprendi muita coisa nesta vida. Sei que poderia dar algo ao rei. Você acha, seu infeliz, que meus olhos já não viram tudo o que há para ser visto, e que já não provei de tudo o que pudesse ser provado?
  • 18. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 35 Pois eu digo que posso mostrar-lhe algo que vossa majestade nunca viu. Sou capaz fazer um burro falar. Como? Dizes a verdade? Certamente que sim, meu rei. Em troca da esmola, darei ao rei a rara oportunidade de ver um burro falar. Tudo bem. Se é assim como dizes, darei dez mil moedas de ouro. Se, no entanto, não fizeres o burro falar, serás enforcado. Tua fama de mentiroso percorrerá todo este reino e como tal serás lembrado para sempre. Majestade, tenho tanta certeza que posso fazer um burro falar que aceito vossas condições. O rei, então, mandou chamar seus ministros e todos os nobres da corte, e mandou que lhe trouxessem também um burro. O pobre mendigo estava agora numa situação difícil. Reuni meus ministros para serem testemunhas do negócio que faço com este miserável. Por dez mil moedas ele disse ser capaz de fazer um burro falar. Se não o fizer, morrerá enforcado - afirmou o rei, já mandando um de seus soldados preparar a forca. Imediatamente, o pobre homem pediu a palavra: Vossa majestade! Antes que assine este contrato, devo dizer que o método de ensino infalível que aprendi para fazer o burro falar toma um certo tempo. Como este burro já não é jovem, precisarei de dez anos para que ele possa estar falando perfeitamente, sem sequer gaguejar. Nem em dez nem em mil anos farás o que prometes. Eis aqui o dinheiro e o burro, e lembra-te que se não cumprires o que prometeste, morrerás. Assim, aquele homem deixou o palácio, puxando o burrinho e carregando o saco de dinheiro nas costas. Ao atravessar o portão, um amigo se aproximou desesperado e disse: És louco? É impossível fazer um burro falar! Assinastes hoje tua sentença de morte! Eu sei, mas daqui a dez anos, das três uma: ou morri eu, ou morreu o rei, ou morreu o burro, que também já não é jovem! Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 36 Assim, o homem aplicou uma grande lição no rei: ganhou um burrinho e dez mil moedas de ouro para viver com fartura pelo menos pelos próximos dez anos. Essa história mostra muito claramente a importância da humildade diante da soberba, e o orgulho de quem pensa ser mais que os outros. No final das contas, acaba prevalecendo aquele versículo da Bíblia: “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado’. (Mateus 23.12) ................................ Linda tinha 7 anos quando ouviu sua mãe comentar com uma de suas amigas que, no dia seguinte, faria 30 anos. Jamais Linda soubera que sua mãe fazia aniversário. Também nunca a vira ganhar um presente. Por isso, foi até seu cofrinho, juntou todas as moedas e se dirigiu à loja da esquina. Procurou um presente que pudesse se encaixar naquele preço. Havia bibelôs, mas ela pensou que sua mãe teria que espaná-los todos os dias. Havia caixinhas de doces, mas sua mãe era diabética. Finalmente, conseguiu comprar um pacote de grampos de cabelo. Os cabelos de sua mãe eram longos e escuros. Ela os enrolava duas vezes na semana e, quando os soltava, ficava parecendo uma artista de cinema. Em casa, Linda embrulhou os grampos em uma página de histórias em quadrinhos do jornal, porque não sobrou dinheiro para papel de presente. Na manhã seguinte, à mesa do café, entregou o pacote à sua mãe e disse: "Feliz aniversário, mamãe!" Em silêncio, entre lágrimas, a mãe abriu o pacote. Já soluçando de emoção, mostrou ao marido, aos outros filhos: "Sabe que é o primeiro presente de aniversário que recebo na vida?" Beijou a filha no rosto, agradecendo e foi para o banheiro lavar e enrolar os cabelos, usando os grampos novos.
  • 19. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 37 Quando a mãe saiu da sala, o pai aproximou-se de Linda e confidenciou: “Linda, quando eu era menino, lá no sertão, não nos preocupávamos em dar presentes de aniversário para adultos. Só para as crianças”. E, na família de sua mãe, eles eram tão pobres que nem isso faziam. Mas você me fez ver, hoje, que isso precisa mudar. Você inaugurou uma nova fase em nossa vida." Depois desse dia, a mãe de Linda ganhou presentes em todos os seus aniversários. Os filhos cresceram. As condições da família melhoraram. Então, quando a mãe de Linda completou 50 anos, os filhos todos se reuniram e lhe compraram um anel com uma pérola rodeada de brilhantes. Programaram uma festa e o filho mais velho foi quem, em nome dos irmãos, entregou o anel. Ela admirou o presente e mostrou a todos os convidados. "Não tenho filhos maravilhosos?" Ficava repetindo de um em um. Depois que todos os convidados se retiraram, Linda foi ajudar na arrumação. Estava lavando a louça na cozinha, quando ouviu seus pais conversando na sala. "Bem", dizia o pai. "que lindo anel seus filhos lhe deram. Acho que foi o melhor presente de aniversário de sua vida." Depois de um breve silêncio, Linda ouviu a voz de sua mãe responder docemente: "Sabe, Ted, é claro que este anel é maravilhoso. Mas o melhor presente que ganhei, em toda minha vida, foi aquela caixa de grampos. Aquele presente foi inesquecível." Os atos que colocam colorido especial nas vidas são pequenos, silenciosos, e podem se manifestar a qualquer tempo. É suficiente querer, usar a imaginação e deixar extravasar o coração. Se nunca brindamos alguém com flores, com um cartão escrito de próprio punho; Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 38 Se nunca surpreendemos alguém com uma festa surpresa, um presente inesperado, tentemos hoje. Hoje é sempre o melhor tempo para começar o que é bom, novo e portador de felicidade. ........................ A chuva caía fina e gélida na tarde quieta. Longe, na estrada, um carro parou. Era pequeno e meio velho. Um rapaz saltou, levantou o capô e se pôs a mexer em tudo que viu. O fazendeiro, de onde estava, pensou: "Coitado! Pelo jeito, não entende de mecânica." Vestiu sua capa de chuva e caminhou até a estrada. O jovem estava muito nervoso, mexia no carro, voltava, tentava dar a partida, passava as mãos pelos cabelos. "Quer ajuda?" O rapaz parecia preste a chorar. "É a bobina." - diagnosticou o fazendeiro, depois de uma boa olhada. Buscou seu cavalo, rebocou o carro até o seu celeiro e com seu próprio carro, foi à cidade comprar uma bobina nova. Estranhou que, ao chegar à loja, o rapaz não quisesse entrar. Deu-lhe o dinheiro necessário e disse que tinha vergonha, por estar molhado. Algum tempo depois com o carro funcionando, pronto para partir, a esposa do fazendeiro insiste para que fique para o jantar. Não era hábito convidar estranhos para adentrar a casa. Contudo, aquele rapaz parecia aflito, meio perdido. Poderia, talvez ser seu filho. Ele quase não comeu. Continuava preocupado, ansioso. A chuva se fez mais forte. O casal preparou o quarto de hóspedes e pediu que ficasse.
  • 20. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 39 Na manhã seguinte, suas roupas estavam secas e passadas. Ele se mostrava menos inquieto. Alimentou-se bem e despediu-se. Quando pegou a estrada, aconteceu uma coisa estranha. Ele tomou a direção oposta da que seguia na noite anterior. Isto é, voltou para a capital. O casal concluiu que ele se confundira na estrada. O tempo passou. Os dias se transformaram em semanas, meses e anos. Então, chegou uma carta endereçada ao fazendeiro: "Sr. Mcdonald, Não imagino que o senhor se lembre do jovem a quem ajudou, anos atrás, quando o carro dele quebrou. Imagine que, naquela noite, eu estava fugindo. Eu tinha no carro uma grande soma de dinheiro que roubara de meu patrão. Sabia que tinha cometido um erro terrível, esquecendo os bons ensinamentos de meus pais. Mas o senhor e sua mulher foram muito bons para mim. Naquela noite, em sua casa, comecei a ver como estava errado. Antes de amanhecer, tomei uma decisão. No dia seguinte, voltei ao meu emprego e confessei o que fizera. Devolvi todo o dinheiro ao meu patrão e lhe implorei perdão. Ele podia ter me mandado para a prisão. Mas, por ser um homem bom, me devolveu o emprego. Nunca mais me desviei do bom caminho. Estou casado. Tenho uma esposa adorável e duas lindas crianças. Trabalhei bastante. Não sou rico, mas estou numa boa situação. Poderia lhe recompensar generosamente pelo que o senhor fez por mim naquela noite. Mas não acredito que o senhor queira isso. Então resolvi criar um fundo para ajudar outras pessoas que cometeram o mesmo erro que eu. Desta forma, acredito poder pagar pelo meu erro. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 40 Que Deus o abençoe, senhor, e a sua bondosa esposa, que me ajudou ainda mais do que o senhor sabia." Enquanto o casal lia, os olhos se encheram de lágrimas. Quando acabaram, a esposa colocou a carta sobre a mesa e citou versículos do capítulo 25 do Evangelho de Mateus: (35) porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; (36) estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. (37) Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? (38) Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? (39) Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? (40) E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. ........................... Quando falou que se alguém nos batesse numa face, deveríamos oferecer a outra, Jesus expressou um grandioso ensinamento que, se levado em conta, teríamos a solução para todas as situações desagradáveis que surgissem em nossa vida. Oferecer a outra face não quer dizer dar o rosto para bater. É uma metáfora que sugere que se a situação nos chega de forma desagradável, devemos mostrar a face oposta. Dar a outra face é mudar a paisagem, é uma ação positiva diante de uma negativa. Assim, quando todos atiram pedras, ofereça uma flor. Quando todos caminham para o lado errado, mostre o passo certo. Se tudo estiver escuro, se nada puder ser visto, acenda você uma luz, ilumine as trevas com uma pequena lâmpada.
  • 21. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 41 Quando todos estiverem chorando, dê o primeiro sorriso; não com lábios sorridentes, mas com um coração que compreenda, com braços que confortem. Quando ninguém souber coisa alguma, e você souber um pouquinho, ensine, começando por aprender, corrigindo-se a si mesmo. Quando alguém estiver angustiado, mostre-lhe a face do conforto. Se encontrar alguém em desespero, acene com a esperança, mesmo que isso seja um desafio para você mesmo. Quando a terra dos corações estiver seca, que sua mão possa regá-las. Quando a flor do afeto estiver sufocada pelos espinhos da incompreensão, que sua mão saiba arrancar a praga, afagar a pétala, acariciar a flor. Onde haja portas fechadas para o entendimento, leve a chave da concórdia e da compreensão. Onde o vento sopra, frio, enregelando corações, que o calor de sua alma seja proteção e abrigo. Se alguém caminha sem rumo, mostre-lhe as pegadas que conduzem a um porto seguro. Onde a crítica azeda for o assunto principal, ofereça uma palavra de otimismo, um raio de esperança, uma luz que rompe as trevas e clareia o ambiente mental. Quando todos parecerem perdidos, mostre o caminho de volta. Quando a face da solidão se mostrar como única alternativa na vida de alguém, seja uma presença que conforta, ainda que uma presença silenciosa. Onde o manto escuro da morte se apresenta como um beco sem saída, fale da vida exuberante que aguarda os seres que fazem a passagem pela porta estreita do túmulo. Seja você a oferecer a face sorridente e otimista da vida, onde a tristeza e o pessimismo marcam presença. ............................. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 42 Pedro, um lenhador, após um grande trabalho em uma área de desmatamento, se viu desempregado. Após tanto tempo cortando árvores, entrou no corte! A madeireira precisou reduzir custos... Saiu, então, à procura de nova oportunidade de trabalho. Seu tipo físico, porém, muito franzino, fugia completamente do biotipo de um lenhador. Além disso, o machado que carregava era desproporcional ao seu tamanho. Aqueles que conheciam Pedro, entretanto, julgavam-no um ótimo profissional. Em suas andanças, Pedro chegou a uma área reflorestada que estava começando a ser desmatada. Apresentou-se ao capataz da madeireira como um lenhador experiente. E ele o era! O capataz, após um breve olhar ao tipo miúdo do Pedro e, com aquele semblante de selecionador implacável, foi dizendo que precisava de pessoas capazes de derrubar grandes árvores, e não de "catadores de gravetos". Pedro, necessitando do emprego, insistiu. Pediu que lhe fosse dada uma oportunidade para demonstrar sua capacidade. Afinal, ele era um profissional experiente! Com relutância, o capataz resolveu levar Pedro à área de desmatamento. E só fez isso pensando que Pedro fosse servir de chacota aos demais lenhadores. Afinal, ele era um fracote... Sob os olhares dos demais lenhadores, Pedro se postou frente a uma árvore de grande porte e, com o grito de "madeira", deu uma machadada tão violenta que a árvore caiu logo no primeiro golpe. Todos ficaram atônitos! Como era possível tão grande habilidade e que força descomunal era essa, que conseguira derrubar aquela grande árvore numa só machadada? Logicamente, Pedro foi admitido na madeireira. Seu trabalho era elogiado por todos, principalmente pelo patrão, que via em Pedro uma fonte adicional de receita. O tempo foi passando e, gradativamente, Pedro foi reduzindo a quantidade de árvores que derrubava. O fato era
  • 22. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 43 incompreensível, uma vez que Pedro estava se esforçando cada vez mais. Um dia, Pedro se nivelou aos demais. Dias depois, encontrava-se entre os lenhadores que menos produziam... O capataz que, apesar da sua rudeza, era um homem vivido, chamou Pedro e o questionou sobre o que estava ocorrendo. "Não sei", respondeu Pedro, "nunca me esforcei tanto e, apesar disso, minha produção está decaindo". O capataz pediu, então, que Pedro lhe mostrasse o seu machado. Quando o recebeu, notando que ele estava cheio de "dentes" e sem o "fio de corte", perguntou ao Pedro: "Por que você não afiou o machado?". Pedro, surpreso, respondeu que estava trabalhando muito e por isso não tinha tido tempo de afiar a sua ferramenta de trabalho. O capataz ordenou que Pedro ficasse no acampamento e amolasse seu machado. Só depois disso ele poderia voltar ao trabalho. Pedro fez o que lhe foi mandado. Quando retornou à floresta, percebeu que tinha voltado à forma antiga conseguia derrubar as árvores com uma só machadada. A lição que Pedro recebeu cai como uma luva sobre muitos de nós, preocupados em executar nosso trabalho ou, pior ainda, julgando que já sabemos tudo o que é preciso, deixamos de "amolar o nosso machado", ou seja, deixamos de atualizar nossos conhecimentos. Sem saber por que, vamos perdendo posições em nossas empresas ou nos deixando superar pelos outros. Em outras palavras, perdemos a nossa potencialidade. Muitos avaliam a experiência que possuem pelos anos em que se dedicam àquilo que fazem. Se isso fosse verdade, aquele funcionário que aprendeu, em 15 minutos, a carimbar os documentos que lhe chegam às mãos, depois de 10 anos na mesma atividade poderia dizer que tem 10 anos de experiência. Na realidade, tem 15 minutos de experiência repetida durante dez anos. A experiência não é a repetição monótona do mesmo trabalho, e sim a busca incessante de novas soluções, tendo Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 44 coragem de correr riscos que possam surgir. É "perder tempo" para afiar o nosso machado. .................. O pobre homem chegara ao fundo do poço e resolveu procurar seu pastor para pedir conselhos. - Amado Pastor! - clamou ele. - As coisas estão indo mal comigo, e piorando a cada momento! Somos pobres, tão pobres, que minha esposa, meus seis filhos, meus sogros e eu temos que viver num casebre de um só cômodo. Estamos sempre no caminho uns dos outros e com os nervos à flor da pele por causa de todas as nossas desgraças. Não paramos de brigar e discutir. Acredite: meu lar é um inferno e eu preferiria morrer a continuar vivendo assim! O pastor ponderou a questão gravemente. - Meu filho - disse por fim, - prometa que fará exatamente como eu lhe disser e sua condição irá melhorar. - Eu prometo, pastor - respondeu o homem atormentado. - Farei tudo e qualquer coisa que me pedir. - Diga-me, então, que animais ainda possui? - Tenho uma vaca, uma cabra e algumas galinhas. - Ótimo! Volte para sua família e coloque as galinhas dentro de casa para morar com vocês. O pobre homem ficou estupefato, mas, como havia prometido ao pastor, voltou para casa e levou as galinhas para morar com a família dentro de casa. Alguns dias depois, porém, retornou ao pastor e lamentou- se: - Pastor! Fiz como você havia dito e levei as galinhas para dentro de casa. Mas o que aconteceu? Uma desgraça, pastor, uma desgraça. As coisas estão piores do que nunca! Minha vida está um verdadeiro inferno. A casa está agora cheia de penas e titica de galinha! Salva-me, pastor, salva-me, por favor! - Meu filho - respondeu o pastor com serenidade. - Não se desespere. Volte para casa e coloque a cabra dentro de casa para morar com vocês. Deus irá ajudá-lo!
  • 23. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 45 O pobre homem achou que ia enlouquecer, mas voltou para casa e levou a cabra para dentro de casa. Mas não demorou até que voltasse correndo até o pastor. - Santo Pastor! - lamuriou-se. - Ajude-me, salve-me! A cabra está destruindo tudo dentro de casa: está transformando a minha vida num pesadelo. O cheiro está insuportável e ninguém agüenta mais a sujeira. - Meu filho - condoeu-se o pastor. - Não se desespere. Deus irá ajudá-lo. Volte para casa e traga também a vaca para morar com vocês. O pobre homem achou que ia enlouquecer, mas voltou para casa e levou a vaca para morar com a família dentro de casa. Logo no dia seguinte, porém, voltou desesperado ao pastor. - Pastor, Pastor! Seus conselhos só estão nos trazendo desgraças! As coisas não param de piorar. A vaca transformou minha casa num curral e agora estamos vivendo de fato no meio do esterco. Como pode um ser humano dividir o seu espaço com um animal? É um inferno, pastor, um inferno! - Meu filho, você tem razão. Volte e tire todos os bichos de dentro de casa. No mesmo dia o homem correu para procurar o pastor. - Pastor! Pastor! - gritou ele com o rosto resplandecente. - Minha vida voltou a ser um paraíso. A casa está limpa, sossegada e vazia como não se via há muito tempo. É um prazer viver nela. A que conclusão chegamos? R.: ................................................................................. ........................................ O pai de família chegou em casa após o dia de trabalho e encontrou a mesa do jantar já posta à sua espera. Quando todos os familiares tomaram seus lugares para compartilhar daquele momento que deveria ser de Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 46 tranqüilidade, o pai começou a contar sobre um incêndio criminoso ocorrido na cidade. Referiu-se à esperteza do malfeitor que o provocou. Explicou, nos mínimos detalhes, todos os passos do criminoso para atingir seu objetivo. Descreveu cenas emocionantes. Contava tudo gesticulando como se estivesse fazendo a reconstituição da cena. Enumerou todos os materiais que o rapaz usara para desencadear o incêndio. Depois que acabou sua refeição, ausentou-se, em companhia da esposa, para suas atividades costumeiras no templo religioso. Entretanto, não havia passado uma hora quando foi chamado às pressas para que voltasse ao lar. De retorno, pôde perceber, ao longe, que sua casa estava em chamas. As labaredas consumiam com voracidade o lar que até bem pouco tempo abrigava a família tranqüila. Imediatamente o pai de família começou a praguejar contra tudo e contra todos, tentando achar o responsável pela desgraça. Pensava, consigo mesmo, que isso só poderia ser obra de um louco. Em poucos minutos vários pensamentos passaram por sua mente em busca de algo que justificasse aquele ataque misterioso. Não tinha inimigos declarados. Não se lembrava de ter dívidas com ninguém. Por fim, admitiu que o incêndio só poderia ser fruto de um acidente. Sim, teria que ser um mero acidente. Preocupado com os filhos, buscou-os imediatamente em meio à fumaça e os encontrou protegidos em baixo de uma das árvores do quintal. Notou, todavia, que o seu garoto de oito anos se escondia por trás dos demais, temendo reprimendas. Aproximou-se, para ficar sabendo que fora o próprio filho a atear fogo na casa, copiando todos os pormenores da descrição do incêndio criminoso feita pelo pai.
  • 24. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 47 Nunca nos esqueçamos da cautela que devemos ter em nossos comentários sobre acontecimentos menos felizes. Quem nutre conversação inconveniente, pode estar colaborando com a divulgação do mal dentro do próprio lar. Devemos considerar que o mal não merece comentários em momento algum, a menos que seja para ser corrigido. Quando você quiser que uma notícia ou idéia seja esquecida, não a comente. Foi combatendo as doutrinas e idéias consideradas maléficas que a humanidade as popularizou e tornou conhecidas. Assim, a melhor maneira de se combater o mal é dar-lhe total esquecimento. .................................. Numa aula de filosofia , o professor quis demonstrar um conceito aos seus alunos. Ele pegou um vidro de boca larga, e dentro colocou pedras grandes. E perguntou à classe: — Este vaso está cheio? Vendo o vaso repleto de pedregulhos, os alunos responderam: — Sim! Imediatamente, o professor pegou um balde de britas e virou dentro do vaso. Os pequenos pedregulhos ocuparam os espaços entre as pedras grandes. Então, ele perguntou aos alunos: — E agora? Desta vez, alguns emudeceram, mas a maioria respondeu: — Agora está cheio! O professor, então, levantou uma lata de areia e a derramou dentro do vaso. A areia preencheu os espaços entre as pequeninas pedras e pedregulhos. E, pela terceira vez, o professor perguntou: — Respondam-me: deu para encher? A essa altura, os alunos estavam receosos, mas novamente, alguns responderam: — Sim! Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 48 Finalmente, o mestre pegou um jarro com água e despejou o líquido dentro do vaso. A água encharcou e saturou a areia, tomando todo o vaso. Neste ponto, o professor perguntou para a classe: — Qual é o objetivo desta demonstração? O melhor aluno da classe levantou a mão e respondeu: — Não importa quanto a vida de alguém esteja saturada, ele sempre conseguirá espremer dentro algo mais! — Não exatamente! – respondeu o professor: — O ponto é o seguinte: a menos que você, em primeiro lugar, coloque as pedras grandes dentro do vaso, nunca mais conseguirá colocá-las lá dentro. Vamos! Experimente – disse o professor ao aluno, entregando-lhe outro vaso igual ao primeiro, com a mesma quantidade de pedras grandes, de pedregulhos, de areia e de água. O aluno começou a experiência, colocando primeiramente a água, depois a areia, depois os pedregulhos e, por último, tentou colocar as pedras grandes. Verificou, surpreso, que elas não couberam no vaso, que já estava repleto com as coisas menores. Então, o mestre explicou para o rapaz: — As pedras grandes são as coisas realmente importantes de sua vida: seu crescimento espiritual. Quando você dá prioridade a isso e se mantém aberto para Deus, as demais coisas se ajustarão por si só: seu relacionamento pessoal (família, amigos), suas obrigações (profissão, afazeres), seus bens e todas as demais coisas menores que completam a vida. Mas, se você preencher sua vida somente com as coisas insignificantes (pequenas), então aquelas que são realmente importantes, nunca terão espaço em sua vida. Esvazie seu vaso (coração) e comece a preenchê-lo com as pedras grandes (rocha que é o Senhor Jesus). “Buscai, pois em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas as cousas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33). ....................
  • 25. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 49 A família, constituída do pai e um filho menor era pobre, vivendo com os poucos recursos financeiros que o pai ganhava no trabalho de vigilância noturna. Certo dia o pai adoeceu, ficando acamado por tempo mais longo do que podiam suportar suas economias. Com falta do que comer em casa, o filho pequeno saiu às ruas pedindo comida para ele e para o pai doente. Escondendo as lágrimas pela tristeza e pela preocupação, passou o primeiro dia sem nada conseguir. No segundo dia, quase ao anoitecer, enquanto revirava um saco com lixo residencial em frente a uma loja que estava encerrando o expediente, viu se aproximar um senhor de meia idade, sorridente, com ar bondoso, que trazia nas mãos um marmitex, bem quentinho, que lhe ofereceu. Meio receoso, o menino segurou a marmita ouvindo a recomendação do seu benfeitor: "Coma enquanto está quente!" "Muito obrigado, senhor, mas gostaria de ir comê-la em casa, para repartir com meu pai." Disse o menino. Sorridente e paternal, o lojista perguntou-lhe: "o que o seu pai faz em casa, enquanto você sai por aí procurando o que comer? Ele não trabalha?" "Trabalha sim, e muito. Mas, há dias está acamado. Como acabou o dinheiro para comprar comida, fui obrigado a sair pedindo um pedaço de pão. Só que não tenho recebido quase nada." Respondeu o pequeno andarilho. "Você mora muito longe daqui?" Continuou o bom senhor. "Não, não. Em pouco tempo eu chego lá. E sei que a comida ainda estará bem quentinha." Apressou-se em dizer o menino, com olhos um pouco mais alegres. "Quer saber, meu pequeno, eu vou até lá com você, se você deixar. Assim, aprendo onde você mora e aproveito para conhecer seu pai. Que tal?" Acrescentou o jovem senhor. O menino concordou e lá se foram os dois. O quadro com que se deparou o dadivoso lojista, ao entrar no barraco, era de lastimar. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 50 No entanto, pai e filho sorriam diante do alimento, que o menino rapidamente dividiu em dois pratos e serviu logo ao chegar em casa. Depois que os dois terminaram a rápida refeição, a primeira nos últimos dois dias, o nobre comerciante despediu-se e retornou ao seu lar, prometendo voltar em breve. Alguns dias se passaram, quando, também num final de tarde, entram na loja o menino e seu pai, este um pouco mais disposto, procurando pelo dono. Vieram para agradecer, disseram à jovem senhora que estava atendendo no balcão, ao tempo que queriam saber o que poderiam fazer para retribuir a dádiva da comida limpa e quentinha, que haviam recebido dele. Enquanto seu pai falava com a atendente, o menino começou a juntar pedaços de papel que estavam no chão, quando chegou o dono da loja, marido da senhora que os atendia. Alegria, abraços e boa conversa. Ao se despedirem, o lojista olha demoradamente para o menino e lhe diz: "meu pequeno, você não tem o que me agradecer, eu apenas fiz o que faria por um filho meu. Fico feliz de ter podido ajudar. No entanto, se você quiser, poderá vir trabalhar comigo, ajudando-me na loja, assim, não será preciso você sair por aí pedindo comida, caso o seu pai volte a adoecer. Que tal?" O menino timidamente olhou para o seu pai, como a perguntar com o olhar: "e aí, o que eu digo?" O pai, discretamente lhe fez um sinal afirmativo com a cabeça, sem nada falar. A partir daí, o menino começou trabalhar. Passado um tempo, voltou para a escola, e continuou trabalhando. Cresceu, tornou-se adulto e, na loja continuava a trabalhar. Sempre com muita seriedade, responsabilidade e espírito de gratidão. Seu pai veio a falecer, por causa da idade avançada. O casal de lojistas não tinha filhos. Com o tempo, chegou a velhice dos dois. Logo mais a esposa faleceu.
  • 26. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 51 E aquele menino, agora já um homem, foi quem ficou cuidando da loja e do bondoso lojista, amparando-o na velhice, auxiliando-o na enfermidade, acompanhando-o no dia-a-dia, como devotado filho. E pensar que tudo começou com um prato de comida! Uma pequena dádiva, modificando destinos. Um sorriso, um gesto de carinho, um telefonema, um e- mail, um abraço, um beijo, uma palavra de apoio e de incentivo, uma flor, um bilhete, um cartão postal, um aceno, um bombom, um copo com água, um pedaço de pão. Nós podemos fazer muito, com tão pouco... ....................... O jovem de dezenove anos, internado em um hospital de grande capital do nosso país, aguardava a morte, em seu leito de dor. Instalado em uma enfermaria, junto a outros doentes, tão graves quanto ele, olhou para os lados e se sentiu terrivelmente só. Os familiares o viriam visitar, logo mais. Mas, ele ficou a pensar que talvez eles não chegassem a tempo de encontrá-lo ainda com olhos abertos para este mundo. Alongou o braço até a mesinha próxima, tomou de um pedaço de papel, um lápis e com muito esforço, escreveu: Pai, sinto muito. Sinto muito mesmo, mas está em tempo do senhor saber a verdade que nunca nem desconfiou. Vou ser breve e claro, bastante objetivo. Travei conhecimento com meu assassino aos 15 ou 16 anos. É horrível, não é, pai? Sabe como nos conhecemos? Através de um cidadão elegante, muito bem vestido e bem falante. Ele nos apresentou. De início, tentei recusar o que me era oferecido. Contudo, o cidadão mexeu com os meus brios. Falou que eu não era homem. Não é preciso dizer mais nada, não é, pai? Ingressei no mundo do tóxico, o meu assassino. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 52 No começo passava mal. Depois vinha o devaneio e a seguir, a escuridão. Não fazia nada sem o tóxico estar presente. Logo veio a falta de ar, os medos, as alucinações. Mas, em seguida, a euforia do pico. Eu me sentia mais gente do que as outras pessoas. O meu amigo inseparável, o tóxico, sorria. Sorria... Sabe, pai, quando a gente começa acha tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava ridículo. Hoje, no leito do hospital, reconheço que Deus é o mais importante de tudo no mundo. Tenho certeza de que, sem a ajuda dele, eu não estaria tendo forças para escrever esta carta. Pai, tenho só 19 anos. Sei que não tenho a menor chance de viver. É muito tarde para mim. Entretanto, tenho um último pedido a fazer para o senhor. Diga a todos os jovens que o senhor conhece o que me aconteceu. Diga a eles que em cada porta de escola, em cada cursinho de faculdade, em qualquer lugar há sempre alguém que poderá lhes mostrar o seu futuro assassino e destruidor de suas vidas: o tóxico. Por favor, papai, faça isso, antes que seja tarde demais para eles. Perdoe-me pelo que estou lhe fazendo sofrer. Perdoe-me por fazê-lo sofrer pelas minhas loucuras. Eu mesmo já sofri demais. Adeus, meu pai. Ele acabou de escrever a carta, com dificuldade a colocou sobre a mesinha. Tentou respirar mas já não conseguiu. O lápis escorregou da mão para o chão. Pendeu a cabeça para o lado e morreu. Ser feliz é uma escolha. A vida se renova a cada momento. Ninguém está destinado ao sofrimento. Ele é simplesmente o resultado da ação negativa. Não a sua causa. Importante que o ser se envolva com o programa divino e se conscientize de que é senhor do seu destino. Quem se desvaloriza e se desmerece, quem se entrega à ociosidade, traça para si mesmo caminhos de infelicidade.
  • 27. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 53 Como pais e educadores, cerquemos os nossos jovens, as nossas crianças com o algodão do afeto, a gaze protetora da educação e o veludo insubstituível da crença em Deus, que alimenta as vidas e as enriquece. (Carta de Adeus de um jovem de 19 anos, autor desconhecido) .................... Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas... Certo dia, seu filho, de sete anos, invadiu o seu "santuário" decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou fazer com que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção. De repente, deparou-se com o mapa do mundo e alegrou-se, pois era exatamente o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo: "Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar... Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho, mas não se esqueça: faça tudo sozinho!" Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente: "Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!" A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível, na sua idade, ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 54 completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz? Perguntou-se o cientista e resolveu averiguar com o filho como ele tinha conseguido tal feito: "Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?" "Pai , eu não sabia como era o mundo, mas, quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei... mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem, que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo!" ............................... Em determinada passagem do evangelho, o apóstolo Paulo afirma: "Pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará". Habitualmente se entende que somente após a vida terrestre faremos um balanço de nossas ações, recebendo a justa recompensa, seja paz ou desequilíbrio. Ocorre que não é necessário morrer para perceber a atuação da lei das compensações. Reparemos o cenário da luta vulgar na terra. Há homens que são indiferentes às dores do próximo. Por seu turno, eles também recebem a indiferença quanto às dores que experimentam. Muitos optam pelo afastamento do convívio social. Para esses a solidão deprimente é a resposta ao mundo. Alguns se permitem utilizar extrema severidade no trato com o semelhante. Mas também são julgados pelos outros com rigor e aspereza. Há quem pratique, em sociedade ou em família, a hostilidade e a aversão. Naturalmente encontra entre vizinhos e parentes primordialmente antipatia e desconfiança.
  • 28. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 55 Entretanto, muitos optam por demonstrar carinho e respeito, mesmo por desconhecidos. Esses gestos amigos granjeiam o concurso fraterno até de grupos anônimos que a todos cercam. Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas fontes de alegria. O trabalho bem vivido produz o tesouro da competência. Atitudes de compreensão e gentileza estabelecem solidariedade e respeito, junto a nós. Otimismo e esperança, nobreza de caráter e puras intenções atraem preciosas oportunidades de serviço, em nosso favor. Todo dia é tempo de semear. Todo dia é tempo de colher. Não é necessário atravessar as portas do túmulo para encontrar a justiça, face a face. A justiça revela-se no cotidiano, nos princípios de causa e efeito, em todos os instantes de nossa vida. A justiça divina é, em última instância, uma lei de harmonia. Deus criou o mundo com base em leis perfeitas, que regem a vida e a evolução das criaturas. A energia que lançamos no mundo, seja de paz ou de desarmonia, nos pertence. Ela até pode afetar momentaneamente os outros, mas sempre volta à origem, para quem a emitiu. Esse raciocínio evidencia o equívoco de pretender que Deus castiga suas criaturas. É inconcebível imaginar Deus no papel de carrasco, sondando os atos de cada um de seus filhos, para puni-los ao menor desvio. Ele nos dá livre-arbítrio, a fim de que cresçamos em experiência, discernimento e compreensão. Mas também nos dá responsabilidade por nossos atos, permitindo que experimentemos as conseqüências de todos eles. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 56 Assim, se causamos desequilíbrio no universo, fazendo mal a um semelhante, devemos restabelecer o equilíbrio original, reparando as conseqüências. Nesse contexto, está inteiramente em nossas mãos optar pela paz ou pela discórdia, pela saúde ou pela doença. Se tudo o que ofertamos ao mundo a nós retorna, é questão de bom senso adotarmos um padrão de conduta generoso e nobre. A sementeira de ontem já foi lançada e hoje colhemos os seus frutos. Não há como retornar sobre os próprios passos e desfazer o passado. Mas o amanhã está inteiro por construir. Optemos firmemente pelo bem, seguindo os exemplos do cristo. Bem rápido a vida nos dará frutos de paz e amor. Afinal, como disse o apóstolo, "aquilo que o homem semear, isto também ceifará". ............................. Um homem foi chamado à praia para pintar um barco. Trouxe com ele tinta e pincéis, e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como fora contratado para fazer. Enquanto pintava, viu que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Percebeu que havia um vazamento e decidiu consertá-lo. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi. No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o com um belo cheque. O pintor ficou surpreso: O senhor já me pagou pela pintura do barco! - disse ele. Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado o vazamento do barco. Ah!, mas foi um serviço tão pequeno... Certamente, não está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante! Meu caro amigo, você não compreende. Deixe-me contar- lhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco