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Caminho para o desenvolvimento 
A Fronteira Oeste e a Campanha estão entre 
as regiões com menor grau de desenvolvimento 
do País. Com a economia baseada na produção 
primária, apresentam um baixo grau de indus-trialização. 
Por isso, sofrem, ao longo das últimas 
décadas, de um grande esvaziamento. Muitos do 
que deixavam suas cidades partiam em busca da 
formação acadêmica, já que as universidades ali 
existentes eram todas privadas. 
Por tudo isso, era um ambiente favorável 
para sediar uma das 18 novas universidades fe-derais 
criadas pelos governos Lula/Dilma dentro 
do Programa de Expansão do Ensino Universitário. 
O Brasil mudou muito nos últimos anos. São 
sete milhões de alunos nas universidades, 49 mil 
escolas em tempo integral, 422 escolas técnicas 
federais, além de mais de R$ 200 bilhões que 
serão destinados à educação nos próximos 10 
anos, com o investimento em educação chegando 
a 10% do PIB (hoje ele é de 6,4%). As pessoas 
também puderam ser mais bem qualificadas por 
meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino 
Técnico e ao Emprego (Pronatec), que já ofertou 
oito milhões de vagas, com R$ 14 bilhões de in-vestimento 
e 6,8 milhões de inscritos. 
E a nossa região, a partir da conquista da 
Unipampa, instalada em dez municípios, também 
começa a mudar. 
Afinal, como disse o presidente Lula, em 
Bagé, no dia 27 de julho de 2005, quando anun-ciou 
a criação de nossa universidade: “Atrás de 
uma universidade vai o conhecimento, vai a pos-sibilidade 
de desenvolvimento, vai a geração de 
emprego e vai a formação de gente pobre que 
nunca sonhou fazer uma universidade”. 
Nas próximas páginas contaremos a história 
da conquista e as transformações que a Unipam-pa 
está produzindo no Pampa Gaúcho.
Conquista que veio das ruas 
Até a publicação da Lei Federal nº 11.640, 
de 11 de janeiro de 2008, que criou a Unipam-pa, 
um longo caminho precisou ser percorrido. A 
ampla mobilização popular realizada entre os me-ses 
de abril e julho de 2005 em 23 municípios da 
Fronteira Oeste e Campanha, que levou mais de 
70 mil pessoas às ruas, foi decisiva. 
Tudo começou quando a direção da Univer-sidade 
da Região da Campanha (Urcamp), bus-cando 
alternativas para enfrentar uma das piores 
crises da instituição em seus 50 anos de vida, 
procurou o então prefeito de Bagé, Luiz Fernando 
Mainardi, e o deputado federal Paulo Pimenta. O 
professor Arno Cunha, que ocupava a reitoria, re-latou 
a Mainardi e Pimenta a aflitiva situação no 
dia 27 de fevereiro de 2005. 
Os dois entraram em campo e marcaram 
agenda com Tarso Genro, que era ministro da 
Educação. A Urcamp queria apoio para um plano 
de estabilização que possibilitasse encaminhar 
solução para a dívida de R$ 50 milhões e permi-tisse 
captar recursos para um programa de inves-timentos 
que levassem à modernização. 
No encontro do dia 10 de março, Tarso pro-pôs 
duas medidas. A curto prazo, com apoio dos 
técnicos do MEC, a elaboração de um plano de 
captação de verbas juntos às agências oficiais de 
financiamento. A médio prazo, a mobilização para 
incluir a universidade no Plano de Expansão do 
Ensino Universitário, que começava a ser gestado 
pelo Governo Federal. 
As propostas foram apresentadas ao Conse-lho 
da Fundação Atilla Taborda, mantenedora da 
Urcamp, no dia 24 de março e uma semana de-pois 
estava formada a Comissão de Mobilização. 
O primeiro ato público pela federalização da Ur-camp 
aconteceu no Ginásio Corujão, em Bagé, no 
16 de maio, reunindo cerca de três mil pessoas.
Mobilização tomou as cidades 
A partir do primeiro ato, o movimento tomou 
os 23 municípios da área de abrangência das Ur-camp. 
Caminhadas, carreatas, mateadas e comí-cios 
foram realizados em toda a região, levando 
milhares de pessoas às ruas para reivindicar a fe-deralização 
da Urcamp. Foi, sem dúvidas, o maior 
movimento popular já realizado na região. 
Diante das dificuldades legais e institucio-nais 
de federalização da Urcamp, a luta foi dire- 
O grande dia 
O dia 27 de julho de 2005 vai entrar para 
a História da região. Nesta data, Lula, diante de 
aproximadamente 40 mil pessoas, reunidas na 
Praça Silveira Martins, anunciou a criação da Uni-pampa, 
hoje considerada uma das maiores obras 
já realizadas por um governo em favor do desen-volvimento 
da Metade Sul do Rio Grande do Sul. 
Bagé se preparou e se enfeitou para receber 
as milhares de pessoas que vieram de 22 municí-pios 
e que estavam integradas ao movimento que 
superou barreiras ideológicos, religiosas e até clu-bísticas. 
Era uma luta de todos e para todos. Mais 
de 250 ônibus se dirigiram para Bagé levando 
pessoas que queriam ser protagonistas de uma 
cionada para a conquista de uma Universidade 
Federal para a região. 
O movimento deu certo. Mainardi, Pimenta 
e Arno, acompanhados de Tarso, mantiveram, au-diência 
com Lula no dia 14 de junho, em Brasília, 
data em que foi confirmada a ida do presidente da 
República a Bagé no dia 27 de julho para anunciar 
a criação da Universidade Federal do Pampa. 
conquista que mudaria suas vidas, as vidas de 
suas cidades e a vida da região. 
Em Bagé, Mainardi decretou ponto faculta-tivo 
na Prefeitura e garantiu passe livre no trans-porte 
municipal. O comércio e os bancos fecha-ram 
no início da tarde. 
O povo não se decepcionou. Lula anunciou, 
naquela tarde ensolarada de inverno, que Bagé e 
região teriam uma universidade com campus em 
outros nove municípios. Foi uma grande festa que 
os que lá estavam até hoje não esquecem e nem 
esquecerão.
À espera da medicina 
De Paulistânia, no interior de 
São Paulo, o doutor em biologia João 
Cleber de Andrade teria poucos motivos 
para morar em Uruguaiana, a 1,4 mil 
quilômetros da cidade de origem, caso 
não existisse a Universidade Federal do 
Pampa (Unipampa). Ele também sequer 
imaginava tornar-se diretor do campus e 
assumir a responsabilidade de integrar 
a universidade, ainda nova, à comunida-de 
da maior cidade da Fronteira Oeste. 
Coube a ele gerir 210 funcioná-rios, 
entre professores e alunos, 1,5 mil 
alunos e um complexo de ensino ligado 
à área da saúde e, ao que tudo indica, 
com grande possibilidade de sediar 
uma faculdade de medicina. 
“Será o próximo paradigma de 
desenvolvimento a criação do curso de 
medicina. O primeiro foi a própria uni-versidade”, 
afirma. 
O projeto já está em negociação 
com os Ministérios da Saúde e da Edu-cação. 
Foi entregue à presidenta Dilma 
Rousseff quando de sua visita aos mu-nicípios 
da Fronteira Oeste atingidos pe-las 
cheias de junho e que decretaram 
situação de calamidade pública. 
Juventude projeta futuro numa universidade pública 
O choque cultural de deixar São 
Caetano, no ABC paulista, e se mudar 
às pressas para Uruguaiana, no outro 
lado do Brasil, foi a primeira sensação 
de Lucas Mazzo há três anos. 
Aprovado no Enem para cursar 
veterinária na Unipampa, sair da casa 
dos pais e trocar de estado aos 17 
anos tem sido a realidade de milhares 
de jovens Brasil à fora. 
Atleta da seleção brasileira de 
marcha olímpica, em nenhum momen- 
“Uruguaiana é o município fora 
de Porto Alegre que mais recebeu pro-fissionais 
de medicina. A instalação dia-loga 
com a proposta do Mais Médicos”, 
afirma o diretor. 
Enfrentando um crescimento 
vertiginoso na esteira da universidade, 
a cidade ainda precisa entender o que 
ela representa em termos sociais e eco-nômicos, 
conforme o professor. 
to abandonou o sonho de ter diploma 
de ensino superior e exercer a profis-são 
cuidando de animais. E a cidade 
não foi sua única opção: poderia ter 
escolhido a Paraíba. “Fiz a escolha cer-ta”, 
admite, econômico nas palavras. 
Junto a mais sete colegas que 
se tornaram amigos, vive na República 
da Preta, no centro do município. O lo-cal 
foi criado há quatro anos em função 
da demanda por moradia e a falta de 
espaços bem estruturados. 
Afonso Cauduro, 20 anos, es-colheu 
Educação Física. Ao contrário 
do amigo, não é nenhum atleta profis-sional. 
Gosta de futebol de campo, de 
salão e handebol. No final de 2016, 
já formado, pretende seguir a carrei-ra 
acadêmica. Natural de Santana do 
Livramento, está inserido na comuni-dade. 
Pela universidade, participa de 
programa de iniciação à docência. No 
turno inverso, é monitor de novos talen-tos 
na escola estadual CAIC.
Perto de casa 
em Pelotas, César Carpes, também de 
20 anos, acabou passando para vete-rinária 
Está no primeiro semestre. 
com o campo. Os pais têm proprieda-de 
A República da Preta 
Fazendo cursinho pré-vestibular 
na Unipampa de Uruguaiana. 
Desde pequeno tem relação 
rural em Itaqui. Está dividido entre 
A proprietária, Rosângela Duarte, percebeu na hora o 
bom negócio.Alugou dois apartamentos num complexo co-mercial 
e começou a divulgação. Em poucos dias, a casa es-tava 
lotada. A dificuldade dos pais de “entregar” seus filhos, 
alguns a centenas de quilômetros, foi superada pelo carinho 
dela com os meninos. “Eu trato todos como filhos. Passo o dia 
em função deles”. 
Quando acordam, têm café na mesa. Ao meio-dia, o 
almoço está pronto. De tarde, é só abrir a geladeira e fazer o 
lanche. A maioria tem entre 18 e 20 anos e “sentem-se em 
casa com a ‘mãe’ Preta”. Para os de longe, a tecnologia aju-da 
a matar a saudade da casa e da família. Para Preta, que 
já acolheu professores recém-concursados, a república, em-bora 
seja seu meio de vida, nem pode ser encarada como 
trabalho. “Passo o dia em casa cuidando dos meninos. É o 
melhor trabalho que eu poderia ter. Dou graças à Unipampa 
por poder tirar o meu sustento e conhecer pessoas incríveis 
de todos os lugares do Brasil”, afirma. 
A poucas quadras da república dos meninos, a filha 
dela coordena a das meninas. No total, são dez de distintas 
cidades gaúchas e até do Amapá. 
Do Amapá para o Sul do Brasil 
Lais Miranda, 18 anos feitos no 
dia em que concedeu a entrevista, está 
a mais de dois mil quilômetros de casa. 
Natural de Macapá, ainda sente muita 
saudade da mãe. Acolhida pelas compa-nheiras 
de casa, sofre um pouco com as 
expressões gaúchas. Volta e meia per-gunta 
o que uma ou outra coisa significa. 
Vem de família humilde. Sabe claramen-te 
a importância de formar-se numa uni-versidade. 
Sem o acesso ao ensino superior 
público, deixaria para trás a esperança 
de dar melhores condições à família. No 
primeiro semestre do curso, tem um lon-go 
caminho pela frente. 
Se vai ficar no Rio Grande do Sul 
ou não só decidirá daqui a quatro anos 
e meio quando concluir o curso. Por en-quanto, 
a meta é estudar. A distância ela 
encurta pelo celular e redes sociais. Não 
sabe exatamente o que vai acontecer no 
futuro, mas sabe com certeza que não 
teria como projetá-lo sem a Unipampa. 
duas opções: ser fiscal agropecuário, 
como o tio, ou trabalhar com bovinos 
de corte. Aos finais de semana, vai 
para casa. “Nem tenho tempo de sentir 
saudade. Estudei e dei sorte de passar 
em uma universidade perto de casa”, 
diz ele.
Universidade em construção 
Desde o dia 15 de setembro de 2006, quan-do 
o então ministro da Educação, Fernando Ha-dad, 
hoje prefeito de São Paulo, proferiu a aula 
inaugural da Unipampa, no município de Bagé, 
a universidade vem num constante processo de 
construção. Muitas obras já foram feitas. Muitos 
equipamentos adquiridos. 
Mas ainda há um caminho a percorrer, que 
vem sendo palmilhado de acordo com a grandeza 
do projeto. Não é uma universidade qualquer. É, 
na verdade, uma universidade que se constrói na 
diversidade do Pampa, com interação para além 
dos dez municípios em que está instalada, pois 
desenvolve ações em todo o seu entorno. 
Somente entre os anos de 2009, época em 
que a Unipampa se desvinculou das Universida-des 
Federais de Santa Maria e Pelotas, e o pri-meiro 
semestre de 2014, já foram investidos R$ 
238.799.142,36, dos quais R$ 129.563.838,78 
em obras e R$ 109.235.303,58 em equipamentos. 
A folha de pagamento saiu de R$ 1.400.898,95 
em agosto de 2008 para R$ 12.807.291,82 no 
mês de agosto deste ano. Cresceu mais do que 
dez vezes, o que bem dimensiona a expansão da 
Unipampa. 
Os reflexos são sentidos de forma direta 
em todas as cidades em que estão instalados os 
campus da nova universidade. E não são apenas 
de ordem econômica. Lideranças empresariais e 
políticas atestam que houve grandes transforma-ções 
sociais e culturais nos municípios. 
Estrutura básica está montada 
A estrutura física básica da Uni-pampa 
já está montada. Prédios e la-boratórios, 
com equipamentos de pri-meira 
linha, funcionam a pleno. Neste 
momento, estão sendo montados os 
restaurantes universitários e já come-çaram 
a ser construídas as casas de 
estudantes. 
Quatro restaurantes já estão fun-cionando 
e, até o final do ano, come-çam 
a operar mais dois restaurantes, 
um em Bagé e outro em Dom Pedrito. 
Para o campus de Uruguaiana, que 
funciona em prédio adquirido da PUC, 
está em fase de contratação de empre-sa 
que servirá as refeições a preços 
subsidiados. 
As obras das casas dos estudan-tes 
já estão acontecendo. Cada cam-pus 
terá uma casa. Em Santana do 
Livramento, cidade onde a instituição 
não possui terreno, foi locado um imó-vel, 
que já está em funcionamento.
Cursos estão em fase de consolidação 
Recebendo 3.120 alunos por ano, a Uni-pampa 
saiu de 30 cursos de graduação que fun-cionavam 
em 2006 para os atuais 63. Estes se 
encontram em fase de consolidação. Os que fo-ram 
avaliados até agora obtiveram notas entre 4 
e 5. Uma excelente avaliação que tem como nota 
máxima o 5. 
Hoje são cerca de 12 mil alunos, sendo 11 
mil em cursos de graduação e mil na pós-gradu-ação. 
Mas, ainda há espaço físico para abrigar 
novos estudantes. Para isso, é necessário obter 
sucesso nas pactuações negociadas junto ao Mi-nistério 
da Educação para aumentar a oferta de 
cursos noturnos. 
No horizonte da criação de novos, a univer-sidade 
trabalha com a perspectiva de montar cur-sos 
de Medicina e Direito. 
Cerca de 2.500 alunos formados 
A Unipampa, que conta, hoje, com 716 pro-fessores 
e 696 servidores, já formou 2.481 alunos 
desde 2010. Somente em 2013 foram graduados 
727 estudantes. Com 63 cursos de graduação, a 
universidade tem hoje com cerca de 9,9 mil estu-dantes, 
devendo abrigar, quando estiver efetiva-mente 
implantada, 12 mil estudantes. 
A instituição mantem 781 alunos bolsistas, 
sendo 208 na área de ensino, 251 na extensão 
e 322 em pesquisa. O acervo das bibliotecas é 
de aproximadamente 190 mil exemplares, entre 
livros, periódicos e outras mídias. 
Em todas as unidades, funcionam 81 grupos 
de pesquisas que desenvolvem 803 projetos, 16 
cursos de especialização e a produção científica 
já alcançou a soma de 2.681 trabalhos.
A Unipampa é de todos e para todos 
Se tem uma coisa de que nós não nos arrepende-mos 
é do nosso envolvimento no processo que resultou na 
conquista de uma Universidade Federal para nossa região. 
Este era um sonho de nossa geração que se transformou 
em bandeira de lutas desde à época em que, jovens estu-dantes, 
liderávamos o movimento estudantil em Santa Ma-ria 
e Bagé. E uma possibilidade concreta para impulsionar o 
crescimento da Campanha e da Fronteira Oeste. 
Quando aceitamos o desafio proposto pelo ministro 
Tarso e passamos a coordenar a ampla mobilização que to-mou 
conta da região estávamos convencidos de que esta 
era uma das mais importantes contribuições que podería-mos 
oferecer para o nosso desenvolvimento. Foi com esta 
certeza que nos jogamos de cabeça e corpo nesta emprei-tada, 
cientes do papel de homens públicos comprometidos 
com as transformações necessárias para que o Brasil e o 
Rio Grande avancem cada vez mais. 
Percorremos milhares de quilômetros viajando por 
23 cidades. Participamos de dezenas de reuniões nos mu-nicípios, 
em Porto Alegre e Brasília. Estivemos com o pre-sidente 
Lula, com o então ministro Tarso Genro e seus as-sessores 
no Ministério da Educação. Mas, não cansamos. 
Pelo contrário, cada atividade nos dava a certeza de que o 
caminho era esse e que estávamos no rumo certo. 
No dia 27 de julho de 2005, em Bagé, quando ou-vimos 
o presidente Lula anunciar a criação da Unipampa, 
vibramos junto com as 40 mil pessoas que tomavam a Pra-ça 
Silveira Martins e várias quadras da Avenida Sete de Se-tembro. 
Hoje, ao percorrer estes municípios e presenciar os 
avanços já produzidos em menos de uma década, conversar 
com pessoas que mudaram suas vidas, receber agradeci-mentos 
de pais e familiares que conseguiram ver os sonhos 
de filhos e parentes realizados, nos damos conta da grande-za 
do que foi a conquista da Unipampa. 
Não devemos e nem podemos esquecer o apoio 
estimulador do atual governador Tarso Genro. Foi ele que, 
na condição de ministro de Educação orientou os nossos 
passos, fazendo com que o nosso norte estivesse em con-sonância 
com a política do Governo Federal. Tarso é parte 
importante desta conquista. 
Devemos, por outro lado e por um dever de justiça, 
reconhecer que não fosse a sensibilidade do presidente 
Lula não teríamos esta conquista. Um operário, portador de 
diploma de curso técnico, que vislumbrou nos investimen-tos 
em educação uma alternativa para o desenvolvimento 
do País e, acima de tudo, de inclusão social, é o grande res-ponsável 
por tudo isso. 
Política, aliás, que tem continuidade com a presiden-ta 
Dilma, que ampliou os repasses para a educação e que 
também sabe da importância da emancipação dos pobres 
e menos favorecidos, caminho que fica mais curto com a 
formação e qualificação profissional. A Unipampa, portanto, 
é uma vitória de todos nós. A Unipampa é de todos e para 
todos. 
Luiz Fernando Mainardi 
Deputado Estadual 
Paulo Pimenta 
Deputado Federal

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  • 1. Caminho para o desenvolvimento A Fronteira Oeste e a Campanha estão entre as regiões com menor grau de desenvolvimento do País. Com a economia baseada na produção primária, apresentam um baixo grau de indus-trialização. Por isso, sofrem, ao longo das últimas décadas, de um grande esvaziamento. Muitos do que deixavam suas cidades partiam em busca da formação acadêmica, já que as universidades ali existentes eram todas privadas. Por tudo isso, era um ambiente favorável para sediar uma das 18 novas universidades fe-derais criadas pelos governos Lula/Dilma dentro do Programa de Expansão do Ensino Universitário. O Brasil mudou muito nos últimos anos. São sete milhões de alunos nas universidades, 49 mil escolas em tempo integral, 422 escolas técnicas federais, além de mais de R$ 200 bilhões que serão destinados à educação nos próximos 10 anos, com o investimento em educação chegando a 10% do PIB (hoje ele é de 6,4%). As pessoas também puderam ser mais bem qualificadas por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), que já ofertou oito milhões de vagas, com R$ 14 bilhões de in-vestimento e 6,8 milhões de inscritos. E a nossa região, a partir da conquista da Unipampa, instalada em dez municípios, também começa a mudar. Afinal, como disse o presidente Lula, em Bagé, no dia 27 de julho de 2005, quando anun-ciou a criação de nossa universidade: “Atrás de uma universidade vai o conhecimento, vai a pos-sibilidade de desenvolvimento, vai a geração de emprego e vai a formação de gente pobre que nunca sonhou fazer uma universidade”. Nas próximas páginas contaremos a história da conquista e as transformações que a Unipam-pa está produzindo no Pampa Gaúcho.
  • 2. Conquista que veio das ruas Até a publicação da Lei Federal nº 11.640, de 11 de janeiro de 2008, que criou a Unipam-pa, um longo caminho precisou ser percorrido. A ampla mobilização popular realizada entre os me-ses de abril e julho de 2005 em 23 municípios da Fronteira Oeste e Campanha, que levou mais de 70 mil pessoas às ruas, foi decisiva. Tudo começou quando a direção da Univer-sidade da Região da Campanha (Urcamp), bus-cando alternativas para enfrentar uma das piores crises da instituição em seus 50 anos de vida, procurou o então prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, e o deputado federal Paulo Pimenta. O professor Arno Cunha, que ocupava a reitoria, re-latou a Mainardi e Pimenta a aflitiva situação no dia 27 de fevereiro de 2005. Os dois entraram em campo e marcaram agenda com Tarso Genro, que era ministro da Educação. A Urcamp queria apoio para um plano de estabilização que possibilitasse encaminhar solução para a dívida de R$ 50 milhões e permi-tisse captar recursos para um programa de inves-timentos que levassem à modernização. No encontro do dia 10 de março, Tarso pro-pôs duas medidas. A curto prazo, com apoio dos técnicos do MEC, a elaboração de um plano de captação de verbas juntos às agências oficiais de financiamento. A médio prazo, a mobilização para incluir a universidade no Plano de Expansão do Ensino Universitário, que começava a ser gestado pelo Governo Federal. As propostas foram apresentadas ao Conse-lho da Fundação Atilla Taborda, mantenedora da Urcamp, no dia 24 de março e uma semana de-pois estava formada a Comissão de Mobilização. O primeiro ato público pela federalização da Ur-camp aconteceu no Ginásio Corujão, em Bagé, no 16 de maio, reunindo cerca de três mil pessoas.
  • 3. Mobilização tomou as cidades A partir do primeiro ato, o movimento tomou os 23 municípios da área de abrangência das Ur-camp. Caminhadas, carreatas, mateadas e comí-cios foram realizados em toda a região, levando milhares de pessoas às ruas para reivindicar a fe-deralização da Urcamp. Foi, sem dúvidas, o maior movimento popular já realizado na região. Diante das dificuldades legais e institucio-nais de federalização da Urcamp, a luta foi dire- O grande dia O dia 27 de julho de 2005 vai entrar para a História da região. Nesta data, Lula, diante de aproximadamente 40 mil pessoas, reunidas na Praça Silveira Martins, anunciou a criação da Uni-pampa, hoje considerada uma das maiores obras já realizadas por um governo em favor do desen-volvimento da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Bagé se preparou e se enfeitou para receber as milhares de pessoas que vieram de 22 municí-pios e que estavam integradas ao movimento que superou barreiras ideológicos, religiosas e até clu-bísticas. Era uma luta de todos e para todos. Mais de 250 ônibus se dirigiram para Bagé levando pessoas que queriam ser protagonistas de uma cionada para a conquista de uma Universidade Federal para a região. O movimento deu certo. Mainardi, Pimenta e Arno, acompanhados de Tarso, mantiveram, au-diência com Lula no dia 14 de junho, em Brasília, data em que foi confirmada a ida do presidente da República a Bagé no dia 27 de julho para anunciar a criação da Universidade Federal do Pampa. conquista que mudaria suas vidas, as vidas de suas cidades e a vida da região. Em Bagé, Mainardi decretou ponto faculta-tivo na Prefeitura e garantiu passe livre no trans-porte municipal. O comércio e os bancos fecha-ram no início da tarde. O povo não se decepcionou. Lula anunciou, naquela tarde ensolarada de inverno, que Bagé e região teriam uma universidade com campus em outros nove municípios. Foi uma grande festa que os que lá estavam até hoje não esquecem e nem esquecerão.
  • 4. À espera da medicina De Paulistânia, no interior de São Paulo, o doutor em biologia João Cleber de Andrade teria poucos motivos para morar em Uruguaiana, a 1,4 mil quilômetros da cidade de origem, caso não existisse a Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Ele também sequer imaginava tornar-se diretor do campus e assumir a responsabilidade de integrar a universidade, ainda nova, à comunida-de da maior cidade da Fronteira Oeste. Coube a ele gerir 210 funcioná-rios, entre professores e alunos, 1,5 mil alunos e um complexo de ensino ligado à área da saúde e, ao que tudo indica, com grande possibilidade de sediar uma faculdade de medicina. “Será o próximo paradigma de desenvolvimento a criação do curso de medicina. O primeiro foi a própria uni-versidade”, afirma. O projeto já está em negociação com os Ministérios da Saúde e da Edu-cação. Foi entregue à presidenta Dilma Rousseff quando de sua visita aos mu-nicípios da Fronteira Oeste atingidos pe-las cheias de junho e que decretaram situação de calamidade pública. Juventude projeta futuro numa universidade pública O choque cultural de deixar São Caetano, no ABC paulista, e se mudar às pressas para Uruguaiana, no outro lado do Brasil, foi a primeira sensação de Lucas Mazzo há três anos. Aprovado no Enem para cursar veterinária na Unipampa, sair da casa dos pais e trocar de estado aos 17 anos tem sido a realidade de milhares de jovens Brasil à fora. Atleta da seleção brasileira de marcha olímpica, em nenhum momen- “Uruguaiana é o município fora de Porto Alegre que mais recebeu pro-fissionais de medicina. A instalação dia-loga com a proposta do Mais Médicos”, afirma o diretor. Enfrentando um crescimento vertiginoso na esteira da universidade, a cidade ainda precisa entender o que ela representa em termos sociais e eco-nômicos, conforme o professor. to abandonou o sonho de ter diploma de ensino superior e exercer a profis-são cuidando de animais. E a cidade não foi sua única opção: poderia ter escolhido a Paraíba. “Fiz a escolha cer-ta”, admite, econômico nas palavras. Junto a mais sete colegas que se tornaram amigos, vive na República da Preta, no centro do município. O lo-cal foi criado há quatro anos em função da demanda por moradia e a falta de espaços bem estruturados. Afonso Cauduro, 20 anos, es-colheu Educação Física. Ao contrário do amigo, não é nenhum atleta profis-sional. Gosta de futebol de campo, de salão e handebol. No final de 2016, já formado, pretende seguir a carrei-ra acadêmica. Natural de Santana do Livramento, está inserido na comuni-dade. Pela universidade, participa de programa de iniciação à docência. No turno inverso, é monitor de novos talen-tos na escola estadual CAIC.
  • 5. Perto de casa em Pelotas, César Carpes, também de 20 anos, acabou passando para vete-rinária Está no primeiro semestre. com o campo. Os pais têm proprieda-de A República da Preta Fazendo cursinho pré-vestibular na Unipampa de Uruguaiana. Desde pequeno tem relação rural em Itaqui. Está dividido entre A proprietária, Rosângela Duarte, percebeu na hora o bom negócio.Alugou dois apartamentos num complexo co-mercial e começou a divulgação. Em poucos dias, a casa es-tava lotada. A dificuldade dos pais de “entregar” seus filhos, alguns a centenas de quilômetros, foi superada pelo carinho dela com os meninos. “Eu trato todos como filhos. Passo o dia em função deles”. Quando acordam, têm café na mesa. Ao meio-dia, o almoço está pronto. De tarde, é só abrir a geladeira e fazer o lanche. A maioria tem entre 18 e 20 anos e “sentem-se em casa com a ‘mãe’ Preta”. Para os de longe, a tecnologia aju-da a matar a saudade da casa e da família. Para Preta, que já acolheu professores recém-concursados, a república, em-bora seja seu meio de vida, nem pode ser encarada como trabalho. “Passo o dia em casa cuidando dos meninos. É o melhor trabalho que eu poderia ter. Dou graças à Unipampa por poder tirar o meu sustento e conhecer pessoas incríveis de todos os lugares do Brasil”, afirma. A poucas quadras da república dos meninos, a filha dela coordena a das meninas. No total, são dez de distintas cidades gaúchas e até do Amapá. Do Amapá para o Sul do Brasil Lais Miranda, 18 anos feitos no dia em que concedeu a entrevista, está a mais de dois mil quilômetros de casa. Natural de Macapá, ainda sente muita saudade da mãe. Acolhida pelas compa-nheiras de casa, sofre um pouco com as expressões gaúchas. Volta e meia per-gunta o que uma ou outra coisa significa. Vem de família humilde. Sabe claramen-te a importância de formar-se numa uni-versidade. Sem o acesso ao ensino superior público, deixaria para trás a esperança de dar melhores condições à família. No primeiro semestre do curso, tem um lon-go caminho pela frente. Se vai ficar no Rio Grande do Sul ou não só decidirá daqui a quatro anos e meio quando concluir o curso. Por en-quanto, a meta é estudar. A distância ela encurta pelo celular e redes sociais. Não sabe exatamente o que vai acontecer no futuro, mas sabe com certeza que não teria como projetá-lo sem a Unipampa. duas opções: ser fiscal agropecuário, como o tio, ou trabalhar com bovinos de corte. Aos finais de semana, vai para casa. “Nem tenho tempo de sentir saudade. Estudei e dei sorte de passar em uma universidade perto de casa”, diz ele.
  • 6. Universidade em construção Desde o dia 15 de setembro de 2006, quan-do o então ministro da Educação, Fernando Ha-dad, hoje prefeito de São Paulo, proferiu a aula inaugural da Unipampa, no município de Bagé, a universidade vem num constante processo de construção. Muitas obras já foram feitas. Muitos equipamentos adquiridos. Mas ainda há um caminho a percorrer, que vem sendo palmilhado de acordo com a grandeza do projeto. Não é uma universidade qualquer. É, na verdade, uma universidade que se constrói na diversidade do Pampa, com interação para além dos dez municípios em que está instalada, pois desenvolve ações em todo o seu entorno. Somente entre os anos de 2009, época em que a Unipampa se desvinculou das Universida-des Federais de Santa Maria e Pelotas, e o pri-meiro semestre de 2014, já foram investidos R$ 238.799.142,36, dos quais R$ 129.563.838,78 em obras e R$ 109.235.303,58 em equipamentos. A folha de pagamento saiu de R$ 1.400.898,95 em agosto de 2008 para R$ 12.807.291,82 no mês de agosto deste ano. Cresceu mais do que dez vezes, o que bem dimensiona a expansão da Unipampa. Os reflexos são sentidos de forma direta em todas as cidades em que estão instalados os campus da nova universidade. E não são apenas de ordem econômica. Lideranças empresariais e políticas atestam que houve grandes transforma-ções sociais e culturais nos municípios. Estrutura básica está montada A estrutura física básica da Uni-pampa já está montada. Prédios e la-boratórios, com equipamentos de pri-meira linha, funcionam a pleno. Neste momento, estão sendo montados os restaurantes universitários e já come-çaram a ser construídas as casas de estudantes. Quatro restaurantes já estão fun-cionando e, até o final do ano, come-çam a operar mais dois restaurantes, um em Bagé e outro em Dom Pedrito. Para o campus de Uruguaiana, que funciona em prédio adquirido da PUC, está em fase de contratação de empre-sa que servirá as refeições a preços subsidiados. As obras das casas dos estudan-tes já estão acontecendo. Cada cam-pus terá uma casa. Em Santana do Livramento, cidade onde a instituição não possui terreno, foi locado um imó-vel, que já está em funcionamento.
  • 7. Cursos estão em fase de consolidação Recebendo 3.120 alunos por ano, a Uni-pampa saiu de 30 cursos de graduação que fun-cionavam em 2006 para os atuais 63. Estes se encontram em fase de consolidação. Os que fo-ram avaliados até agora obtiveram notas entre 4 e 5. Uma excelente avaliação que tem como nota máxima o 5. Hoje são cerca de 12 mil alunos, sendo 11 mil em cursos de graduação e mil na pós-gradu-ação. Mas, ainda há espaço físico para abrigar novos estudantes. Para isso, é necessário obter sucesso nas pactuações negociadas junto ao Mi-nistério da Educação para aumentar a oferta de cursos noturnos. No horizonte da criação de novos, a univer-sidade trabalha com a perspectiva de montar cur-sos de Medicina e Direito. Cerca de 2.500 alunos formados A Unipampa, que conta, hoje, com 716 pro-fessores e 696 servidores, já formou 2.481 alunos desde 2010. Somente em 2013 foram graduados 727 estudantes. Com 63 cursos de graduação, a universidade tem hoje com cerca de 9,9 mil estu-dantes, devendo abrigar, quando estiver efetiva-mente implantada, 12 mil estudantes. A instituição mantem 781 alunos bolsistas, sendo 208 na área de ensino, 251 na extensão e 322 em pesquisa. O acervo das bibliotecas é de aproximadamente 190 mil exemplares, entre livros, periódicos e outras mídias. Em todas as unidades, funcionam 81 grupos de pesquisas que desenvolvem 803 projetos, 16 cursos de especialização e a produção científica já alcançou a soma de 2.681 trabalhos.
  • 8. A Unipampa é de todos e para todos Se tem uma coisa de que nós não nos arrepende-mos é do nosso envolvimento no processo que resultou na conquista de uma Universidade Federal para nossa região. Este era um sonho de nossa geração que se transformou em bandeira de lutas desde à época em que, jovens estu-dantes, liderávamos o movimento estudantil em Santa Ma-ria e Bagé. E uma possibilidade concreta para impulsionar o crescimento da Campanha e da Fronteira Oeste. Quando aceitamos o desafio proposto pelo ministro Tarso e passamos a coordenar a ampla mobilização que to-mou conta da região estávamos convencidos de que esta era uma das mais importantes contribuições que podería-mos oferecer para o nosso desenvolvimento. Foi com esta certeza que nos jogamos de cabeça e corpo nesta emprei-tada, cientes do papel de homens públicos comprometidos com as transformações necessárias para que o Brasil e o Rio Grande avancem cada vez mais. Percorremos milhares de quilômetros viajando por 23 cidades. Participamos de dezenas de reuniões nos mu-nicípios, em Porto Alegre e Brasília. Estivemos com o pre-sidente Lula, com o então ministro Tarso Genro e seus as-sessores no Ministério da Educação. Mas, não cansamos. Pelo contrário, cada atividade nos dava a certeza de que o caminho era esse e que estávamos no rumo certo. No dia 27 de julho de 2005, em Bagé, quando ou-vimos o presidente Lula anunciar a criação da Unipampa, vibramos junto com as 40 mil pessoas que tomavam a Pra-ça Silveira Martins e várias quadras da Avenida Sete de Se-tembro. Hoje, ao percorrer estes municípios e presenciar os avanços já produzidos em menos de uma década, conversar com pessoas que mudaram suas vidas, receber agradeci-mentos de pais e familiares que conseguiram ver os sonhos de filhos e parentes realizados, nos damos conta da grande-za do que foi a conquista da Unipampa. Não devemos e nem podemos esquecer o apoio estimulador do atual governador Tarso Genro. Foi ele que, na condição de ministro de Educação orientou os nossos passos, fazendo com que o nosso norte estivesse em con-sonância com a política do Governo Federal. Tarso é parte importante desta conquista. Devemos, por outro lado e por um dever de justiça, reconhecer que não fosse a sensibilidade do presidente Lula não teríamos esta conquista. Um operário, portador de diploma de curso técnico, que vislumbrou nos investimen-tos em educação uma alternativa para o desenvolvimento do País e, acima de tudo, de inclusão social, é o grande res-ponsável por tudo isso. Política, aliás, que tem continuidade com a presiden-ta Dilma, que ampliou os repasses para a educação e que também sabe da importância da emancipação dos pobres e menos favorecidos, caminho que fica mais curto com a formação e qualificação profissional. A Unipampa, portanto, é uma vitória de todos nós. A Unipampa é de todos e para todos. Luiz Fernando Mainardi Deputado Estadual Paulo Pimenta Deputado Federal