O documento descreve a história do Santa Cruz Futebol Clube, desde sua fundação em 1914 até vitórias importantes em seus primeiros anos. O texto também fornece detalhes sobre o elenco e comissão técnica atual para o jogo contra o Volta Redonda pela Série C de 2021.
3. Em 1998, o Santa Cruz recebia o Volta Redonda no Arruda, em um
confronto decisivo contra o rebaixamento, na última rodada da Série B
daqueleano.OTricolorprecisavavencerparaevitaraquedaàdivisãoque,
até então, era a última do Campeonato Brasileiro. Cerca de 23 anos se
passaram,eoSantavoltaasedepararcomcenáriosemelhante.Contrao
mesmoadversário,avitóriasefaznovamentefundamentalparaofuturo
doclubecoralnocenárionacional.
EodesafiosetornaaindamaiorparaoSantaCruzem2021,pelofatode
nãopodercontarcomasuatorcidapresencialmentenoArruda.Láem98,
maisde55miltricoloresnãoapenaspresenciaramcomoimpulsionarama
equipecoralnavitóriadeviradapor2x1.
Como preparação para o duelo, a equipe coral iniciou a semana de
treinamentos na quarta-feira, retomando as atividades após o empate
diantedoJacuipense.Invictohátrêspartidas,oobjetivodoSantaCruzé
venceroseuprimeirojogocomomandantenacompetição,paraencurtara
distânciadasequipesqueestãoforadazonaderebaixamento.
OtécnicoRobertoFernandesapontouduranteaentrevistacoletivasobre
oqueesperadaequipeparaoduelodestasegunda-feira.“Oequilíbrioda
transpiração com a inspiração, e sobretudo com a concentração. A
oportunidadequesurgirpodeseraoportunidadechavedaquelejogo.Éa
característicadessadivisãonesteano.JáháalgumasrodadasnestaSérie
Céumaouduaschancesdeconstruçãorealdegol,evocêprecisaestar
concentradoparanãodesperdiçar”,analisouotécnicotricolor.
CAPÍTULO 13-REENCONTROHISTÓRICO
Após23anos,oSantaCruzreencontraoVolta
Redondaparaumduelocontraorebaixamento
4.
5.
6.
7.
8. UM ÍDOLO, UM HERÓI
O PIONEIRO
UM LÍDER, DECISIVO
O MAIOR DE TODOS
EM 207 GOLS, EM TROFÉUS
E FAÇANHAS
TARÁ DIVIDIU A HISTÓRIA
O SANTA CRUZ
ANTES E DEPOIS DELE
TARÁ
TARÁ
O Maior de todos os Artilheiros
O Maior de todos os Artilheiros
Foto: Acervo/Diario de Pernambuco
9. TARÁ - O MAIOR DE TODOS OS ARTILHEIROS
Marcar um gol com a camisa do Santa
Cruz é um sonho que todo torcedor
tricolor desejou realizar ao menos
uma vez na vida. E nesse quesito,
ninguém tem mais propriedade do
que Humberto de Azevedo Viana, o
Tará.
Há exatos 107 anos, em 29 de agosto
de 1914, nascia o atleta que se
tornaria o maior artilheiro de todos os
Foram ao todo 207 gols marcados pelo
Tricolor, onde jogou no intervalo de 1931 a
1942, depois no ano de 1948, ainda na
época em que os primeiros laços com o
Arruda eram formados.
Time campeão pernambucano em 1931
Foto: Acervo/Santa Cruz
Matéria do primeiro título estadual do Santa Cruz
Foto: Acervo/Diario de Pernambuco
tempos do Santa Cruz. Mais do que um jogador, Tará se
tornaria um marco na história do clube, que pode se dividir em antes
e depois do seu legado.
Matéria do terceiro título estadual do Santa Cruz
Foto: Acervo/Jornal Pequeno
10. TARÁ - O MAIOR DE TODOS OS ARTILHEIROS
Além dos troféus, sua liderança em
campo e amor à camisa coral também
brilhavam em feitos pontuais, como o gol
marcado no amistoso contra a Seleção
Brasileira, em que o Tricolor saiu
derrotado por 3×1 em 1934 – o Santa
venceria dias depois por 3×2 -, além de
fazer dez gols em uma única partida, e
marcar um gol de bicicleta antes mesmo
do craque da Seleção Leônidas da Silva.
Tará foi autor também do segundo gol no
emblemático 7x0 sobre o rival Sport.
Jornal
Pequeno
destaca
goleada
coral
Foto:
Acervo/Jornal
Pequeno
Tará nos deixou em 7 de
setembro do ano 2000, no
dia da Independência do
Brasil, aos 86 anos.
Entretanto, seu legendário
legado segue como um
dos mais importantes nos
107 anos do Santa Cruz,
sendo o maior de todos os
artilheiros.
Vestindo o manto tricolor, foi um dos
principais responsáveis pelos três
primeiros títulos estaduais da história do
clube, em 1931, 1932 e 1933, além de
levantar a taça em 1935 e 1940. Decisivo,
foi autor de dois gols na final de 33
sobre o Varzeano, e de três gols na
decisão de 35 contra o Tramways.
Tará foi o primeiro grande ídolo da
história do Santa Cruz e está eternizado
na memória do clube, sobretudo pela
entrega no período em que o
profissionalismo ainda não estava
estabelecido no futebol.
18. SANTA CRUZ FC
SANTA CRUZ FC
Uma história repleta de glórias
Uma história repleta de glórias
19. O primeiro escudo tricolor
UMAHISTÓRIAREPLETADEGLÓRIAS
Em 3 de fevereiro de 1914, onze garotos com idade entre 14 e 16 anos
resolveram fundar um espaço no futebol, que tanto amavam, onde
pudessem receber pessoas de diferentes etnias, credos e classes
sociais. À época o esporte dava os seus primeiros passos no Brasil,
ainda imerso em sua origem elitista pelas raízes britânicas, em uma
sociedade que há poucas décadas havia abolido a escravidão.
Assim nasceu o Santa Cruz Futebol Clube, em frente à igreja que lhe
cedeu o nome. O primeiro time de futebol a permitir a participação de
um negro, Teófilo Batista de Carvalho. O 'Lacraia' não só desenvolveu o
primeiro escudo do clube, como inaugurou um grito de resistência que
ecoa eternamente nos gramados nordestinos.
Primeiramente, o clube nasceu alvinegro, mas em 1915, com a criação
da Liga de Futebol do estado, tornou-se tricolor pelo fato do
Flamengo-PE já possuir tais cores. Assim, adicionando o vermelho,
passou a representar as três raças matrizes da sociedade brasileira, o
que foi fundamental para se firmar como o clube do povo.
1914
1914
1915
1915
O primeiro time do Santa Cruz
Foto: Acervo/Diario de Pernambuco
1916
1916
Igreja da Santa Cruz
Foto: Acervo/Jornal do Commercio
20. 15 de abril - SANTA CRUZ 7 X 5 AMÉRICA
Faltavam 15 minutos para acabar a partida da 3ª rodada do
Campeonato Pernambucano e o placar era incontestável: o
América vencia por 5 x 1, quatro gols marcados no primeiro
tempo e um logo no início do segundo. A partir daí, os
atacantes Pitota e Anízio trocaram de posição e
enlouqueceram a defesa alviverde, fazendo seis gols na
maior virada da história do futebol pernambucano.
1917
1917
1919
1919
30 de janeiro - SANTA CRUZ 3 X 2 BOTAFOGO
Três vezes campeão do Rio de Janeiro, o Botafogo era uma
potência em 1919. Por isso, foi convidado para fazer uma
excursão e seis jogos em Recife. No primeiro, deixou claro
que não veio brincar: 6 x 1 no Sport. A invencibilidade,
porém, acabou quatro dias depois, quando foi derrotado
pelo Santa, com gol do artilheiro Tiano (Martiniano
Fernandes). Foi a primeira vitória de um time nordestino
sobre um do eixo Rio-São Paulo. A Comemoração chegou a
ofuscar um evento na cidade para receber o célebre
aeronauta Santos Dumont.
Troféu pela vitória sobre o Botafogo
21. O primeiro título aconteceu em um turno
único de pontos corridos com
participação de 11 times. O Santa chegou
à rodada final invicto e já campeão, pois
não poderia ser alcançado pelo Náutico,
adversário do último jogo. As principais
estrelas desse título e dos próximos três
troféus conquistados eram Tará,
Sebastião da Virada, Valfrido e Sherlock.
1931
1931
1934
1934
10 de outubro - SANTA CRUZ 3 X 2 SELEÇÃO BRASILEIRA
Praticamente com o mesmo time que disputou a Copa do
Mundo da Itália, incluindo as estrelas Leônidas da Silva,
Waldemar de Brito e Patesko, a Seleção Brasileira fazia
uma excursão repleta de goleadas pelo Nordeste. Já havia
feito oito gols no Bahia e no Náutico, cinco no Sport e
também na Seleção de Pernambuco. Entrou em campo para
manter a escrita contra o Santa Cruz de João Martins, Zezé
Fernandes, Sebastião da Virada e Tará (maior artilheiro do
clube), mas, pela primeira vez na história, perdeu para um
time brasileiro. Os históricos gols corais foram marcados
por Zezé (2) e Sidinho.
Acervo/Diario de Pernambuco
22. OS PRIMEIROS PASSOS NO ARRUDA
O Santa Cruz foi 'nômade' e passeou por alguns bairros do
Recife. Enquanto jogava e treinava na Jaqueira, o clube
coral conseguiria seu espaço própria só na década de 1940.
Foi em um terreno ao lado da Estação do Arruda que o
Tabajaras (time que disputava o Campeonato Suburbano e
hoje extinto) inaugurou seu campo, em 5 de fevereiro de
1939. O adversário convidado? Sim, foi o Santa Cruz, que
venceu por 2 x 0. Depois de passar a treinar e jogar
pagando por aluguel, o Tricolor só viria a adquirir o Arruda,
de fato, com arrendamento a partir de 1943, comprando o
terreno em definitivo em 1954. O local, então, passou a ser
chamado de 'campo do Santa Cruz'.
1939
1939
Acervo/Diario de Pernambuco
23. O NASCIMENTO DO COLOSSO DO ARRUDA
Construir um estádio não é fácil, ainda mais um 'Colosso'. A
principal fonte de receita do clube coral sempre foi a sua
torcida e inúmeras foram as campanhas de arrecadação. A
principal, a folclórica 'Campanha do Tijolo', alcançou mais
de 50 mil tijolos só na primeira ação. Reza a lenda que
começaram a 'sumir' materiais nas construções e armazéns
das redondezas, mas era preciso bem mais para o estádio
sair do papel. Enfim, no dia 10 de agosto de 1971, O Rei Pelé
assinou como testemunha do empréstimo de 4,6 milhões de
cruzeiros. Montante que seria o suficiente para a conclusão
do estádio do Santa Cruz. E assim o Estádio José do Rego
Maciel foi oficialmente inaugurado no dia 4 de junho de
1972, num amistoso sem gols contra o Flamengo, diante de
mais de 62 mil pessoas.
1972
1972
Acervo/Diario de Pernambuco
24. O PENTACAMPEONATO PERNAMBUCANO
Foram exatos dez anos de jejum por um novo título, até o
Tricolor iniciar em 1969 a sua maior sequência de
conquistas na história do Campeonato Pernambucano, que
seria completa em 1973. Foi a época em que grandes
craques marcaram os seus nomes para sempre na história
do clube, como Givanildo Oliveira (atleta que mais atuou
pelo Tricolor com 599 jogos), Ramon, Betinho, Fernando
Santana, Luciano Veloso, entre outros ídolos marcantes.
1969 - 1973
1969 - 1973
Acervo/Diario de Pernambuco
OS CINCO MAIORES ARTILHEIROS DO CLUBE
FERNANDO
FERNANDO
SANTANA
SANTANA
123 GOLS
123 GOLS
BETINHO
BETINHO
143 GOLS
143 GOLS
RAMON
RAMON
148 GOLS
148 GOLS
LUCIANO
LUCIANO
VELOSO
VELOSO
174 GOLS
174 GOLS
TARÁ
TARÁ
207 GOLS
207 GOLS
25. 1975
1975
O TERROR DO NORDESTE - 4º LUGAR NO BRASILEIRO
Depois de se classificar bem nas duas primeiras fases, o
Santa Cruz silenciou o Maracanã ao vencer e eliminar o
Flamengo de Zico, pelo Campeonato Brasileiro de 75. Os
jornais pelo Brasil inteiro reverenciaram o 'Terror do
Nordeste'. O time coral acabou perdendo a semifinal para o
Cruzeiro no Arruda por 3 x 2 e ficou com a 4ª colocação.
1979
1979
FITA AZUL DO FUTEBOL BRASILEIRO
Entre março e abril, o Tricolor realizou uma excursão fora
do país e retornou invicto após disputar 12 jogos. O último
deles aconteceu em 1 de abril, com empate em 2 x 2 com o
Paris Sanit-Germain. O feito rendeu ao Santa Cruz o título
de honra oferecido pela CBD aos clubes que realizavam tal
feito.
01/03, Kuwait: Santa Cruz 5 x 1 Seleção do Kuwait
06/03, Kuwait: Santa Cruz 1 x 1 Seleção do Kuwait
08/03, Bahrein: Santa Cruz 3 x 0 Seleção do Bahrein
11/03, Catar: Santa Cruz 4 x 0 Seleção do Catar
13/03, Catar: Santa Cruz 4 x 1 Seleção do Catar
14/03, EAU: Santa Cruz 2 x 1 Seleção de Dubai
17/03, EAU: Santa Cruz 3 x 0 Seleção de Abu Dhabi
18/03, EAU: Santa Cruz 3 x 0 Al Ain
20/03, EAU: Santa Cruz 6 x 2 Nasser Sport Club
22/03, Árabia Saudita: Santa Cruz 3 x 0 Al-Hilal
30/03, Romênia: Santa Cruz 4 x 2 Seleção da Romênia
01/04, França: Santa Cruz 2 x 2 Paris Saint-Germain
A CAMPANHA
26. 1982
1982
No dia 1º de agosto, foi
inaugurado o anel superior do
Arruda, elevando a
capacidade do estádio a
cerca de até 110.000 pessoas.
O maior público foi registrado
em 1993, quando 96.990
torcedores assistiram a Brasil
6 x 0 Bolívia, pelas
Eliminatórias da Copa do
Mundo em 1993
1983
1983
Quando três equipes diferentes
conquistavam um turno cada pelo
Pernambucano, um novo torneio
denominado Supercampeonato era
realizado para designar o campeão.
O Santa Cruz é o maior vencedor
sob esse formato, conquistando
três das cinco decisões, sendo o
único a participar de todas elas. O
Tricolor levantou as taças de 1957,
1976, e a última delas em 1983.
A AMPLIAÇÃO DO MUNDÃO DO ARRUDA
TRI-SUPER DO PERNAMBUCANO
57
57 76
76 83
83
27. 1993
1993
Um dos títulos mais
emocionantes do estado. O
Santa precisava vencer o
Náutico para levar a decisão
para uma prorrogação. Levou
um gol logo no primeiro
tempo e ainda viu o artilheiro
Washington ser expulso. A
virada veio quase no fim,
graças ao gol heroico de
Célio, que saiu do banco para
entrar na história do clube.
1999
1999
Depois de um ano conturbado, o rebaixamento era um risco.
Mas o Tricolor se recuperou e arrancou a oitava vaga na
última rodada da 1ª fase da Série B. No mata-mata, fez valer
o peso da camisa e eliminou o São Caetano, 'bicho-papão'
daquele ano. E no quadrangular final, superou Vila Nova e
Bahia, subindo como vice-campeão, ao lado do Goiás.
UM TÍTULO HEROICO
ACESSO IMPROVÁVEL
2005
2005
Um ano memorável para o Santa, que não perdeu um jogo
sequer no Arruda. Campeão Pernambucano levantando os
dois turnos, com direito a 13 vitórias seguidas, o Tricolor
voou alto também na Série B. Depois de liderar com folga a
primeira fase e também o primeiro quadrangular, se
superou com duas vitórias sobre o rival Náutico e garantiu
o acesso ao lado do Grêmio.
O TERROR DO ARRUDA
28. Na virada da década, o Santa Cruz reencontrou-se com a sua
história. Foram três títulos seguidos do Campeonato
Pernambucano, mesmo com os rivais disputando divisões
superiores, com orçamentos bem mais significativos. Mas o
Tricolor se reinventou, contando com um elenco de atletas
experientes, como Tiago Cardoso e Denis Marques, além de
pratas da casa, como Renatinho, Memo, Natan e Everton
Sena.
E no Brasileiro, ao lado de sua torcida, que emplacou
recordes de média de público em 2011, deixou a Série D com
um empate em 0 x 0 contra o Treze no Arruda. Mas a maior
emoção em 2013, quando o Tricolor conquistou o acesso de
volta à Série B, com gol emblemático e Flávio Caça-Rato. O
clube conquistaria o seu 1º título nacional naquela Série C.
2006 - 2010
2006 - 2010
Foram três rebaixamentos consecutivos, caindo da Série A
para a Série D, recém-criada à época. O Santa Cruz penou
durante cinco anos, no pior período de sua história. Porém
jamais foi abandonado pela sua torcida, a mais apaixonada
do Brasil.
ANOS DE PAIXÃO E RESISTÊNCIA
A RESSURREIÇÃO
2011 - 2013
2011 - 2013
Aldo Carneiro/Pernambuco Press
29. 2015
2015
Mesmo conquistando o 4º
Estadual em cinco anos, o
Santa não começou bem a
Série B. Porém, a equipe se
recuperou, deixando a
assustadora zona de
rebaixamento, e partindo
para o vice-campeonato. A
arrancada final foi
fundamental para a
conquista, vencendo os seis
últimos jogos contra
Criciúma, Bahia, Oeste,
Botafogo, Mogi Mirim e
Vitória.
2016
2016
O início foi difícil e a classicação
para o mata-mata da Copa do
Nordeste foi no limite. Mas depois
da troca de comando técnico, o
time reencontrou a boa fase. Após
eliminar Ceará e Bahia com vitórias
no Castelão e na Fonte Nova.
Depois, dois jogos nervosos contra
o Campinense, com direito a uma
invasão da torcida tricolor a
Campina Grande, a Taça do
Nordestão enfim era da Nação
Coral.
VOLTA TRIUNFANTE À ELITE
O NORDESTE TRICOLOR
Antônio Melcop/Santa Cruz
Antônio Melcop/Santa Cruz