Porque o Brasil não tem um partido conservador é o tema da segunda edição da revista conservadora, que trata de política, filosofia e tudo relacionado ao pensamento conservador.
5. Embora registremos um número excessivo de partidos
políticos, nenhum se apresenta ou pode ser definido
como conservador. O fato surpreende por dois
motivos. Primeiro porque o eleitorado que se diz
conservador constitui parcela expressiva e crescente
da sociedade brasileira. Segundo porque, no Império,
tivemos um Partido Conservador cuja contraparte era
o Partido Liberal. Apesar de haverem respondido pela
estabilidade política do período, os dois foram extintos
após a proclamação da República.
Ao longo dos anos, a cada eleição para o Congresso
Nacional, torço pelo sucesso de candidatos
comprometidos com aquilo que, para simplificar o
entendimento, chamo de conservadorismo nos valores
e de liberalismo nas concepções políticas e
econômicas. No detalhe, não é bem assim, sei.
Em ampla proporção, os conservadores são, também,
liberais. O que os distingue não é o liberalismo dos
liberais, mas o conservadorismo dos conservadores. É
ele que deveria demarcar as fronteiras políticas de um
partido conservador.
No entanto, pergunto: serão realmente conservadores
os conservadores brasileiros? O principal motivo da
inexistência de um partido conservador no Brasil está,
a meu ver, em que os conservadores convergem
bastante bem sobre o que não querem mudar, mas isso
é pouco para dar consistência e permanência à
mobilização política. Conservadorismo não é
estagnação, nem utopia, nem salto ao desconhecido,
mas ação com memória do passado, pés no chão e
olhos abertos.
Conservadorismo tampouco é uma doutrina, sendo-lhe
impróprias quaisquer receitas de bolo ou vade-mécum,
parece importante ressaltar que o adjetivo
conservador, atribuído a uma pessoa, indica alguém
que respeita o passado e a tradição, alguém que não
anda às turras com a História cobrando contas ou
amaldiçoando as próprias origens.
PorquenãoexisteumPartido
ConservadornoBrasil?Percival Puggina
6. Sublinhe-se: o passado que se respeita e a
tradição tanto podem ser representados pelo
que se aprendeu dos antigos na singela
universalidade do ambiente familiar, quanto se
aprofundando no saber dos clássicos,
perenizado na linha do tempo.
Eis o ponto, enfim. O conservadorismo é
incompatível com conceitos que dominam a
cultura brasileira a respeito da identidade
nacional. Um partido conservador não pode
nascer entre os que pensam de si aquilo que
os brasileiros pensam! O conservadorismo não
combina com conceitos que saltitam diante
dos meus olhos, cotidianamente, nas redes
sociais.
O complexo de vira-lata, a ideia de uma nação
explorada, de riquezas exauridas, descoberta
por acaso, povoada por gente da pior
qualidade, de passado constrangedor e futuro
incerto, nada, absolutamente nada tem a ver
com o pensamento conservador! Entendido
isso talvez possamos compreender o motivo
do sucesso do Brasil Paralelo, suas séries e
entrevistas, mostrando que nossa história é
indissociável da história de Portugal e não
começa no século XV, mas no século XI; que,
por isso, somos herdeiros de um idioma latino,
de uma cultura ocidental e de uma religião
universal; que nós estamos nos cantos de
Camões e foram choradas por nós as lágrimas
que, nos versos de Fernando Pessoa, deram sal
ao mar de Portugal.
Milhares contam haver chorado de emoção ao
assistirem esses vídeos. Descobriram, roçando
as plantas daninhas da mentira e da ocultação
da verdade, que têm raízes seculares, firmes e
respeitáveis, lançadas em solo nobre,
enriquecido por migrações que nos
individualizam como nação, tornando-nos
únicos em nossa pluralidade.
Sem essa percepção não haverá
conservadorismo no Brasil. Com ela,
entenderemos a existência das plantas
daninhas e dessa depressiva ocultação da
verdade que eficazmente o sufoca em nosso
país.
EOEleitorConservador?
Observe a conduta de muitos dos principais meios
de comunicação brasileiros, seus editoriais e mais
badalados comentaristas. Não precisará muito
tempo para concordar com esta afirmação: eles
decidiram que o problema do Brasil não são os
corruptos, nem é a esquerda retrógrada, nem a
irracionalidade do modelo institucional, nem a
irresponsabilidade fiscal dos parlamentos, nem a
instabilidade criada pelo STF. O que tem que ser
combatido no Brasil é o conservadorismo. Não lhe
deve ser concedido direito de representação e
precisa ser alvejado até que não reste em pé um só
desses idiotas para que suas pautas não ganhem
força institucional.
Ampla maioria da população crê em Deus e
reconhece a importância da religião e da
instituição familiar. É contra a ideologia de gênero
e quer proteger as crianças dos abusadores que
pretendem confundir sua sexualidade. É contra o
aborto, o desarmamento e a liberação das drogas.
Quer segurança e bandidos na cadeia. Repudia o
feminismo como pauta política, movimento
revolucionário, ou fundamento de uma nova
moral. Não admite a transformação da sala de aula
em oficina onde o professor opera como torneiro
de cabeças. Rejeita o deliberado acirramento de
conflitos que se tenta impor em vista de diferentes
cores de pele, olhos e cabelos; ou de classe, apetite
sexual, faixa etária, renda. E por aí vai.
7. Os grandes veículos a que me refiro, ou
advogam do lado oposto, ou jamais revelaram
qualquer interesse por tais posições. Da
ideologia de gênero ao feminismo mais
transgressor. Degeneradas fazem orgia com
símbolos sacros em via pública? Noticia-se o
ocorrido como quem descreve um pôr do sol
sobre a Lagoa, ou se fala em liberdade de
manifestação e em tolerância. É a pretendida
tolerância com o intolerável e com os
intolerantes...
De fato, o período que estamos vivendo
oferece oportunidades extraordinárias para
observarmos o principal alinhamento de
grandes meios de comunicação. Mesmo
quando há diferenças importantes entre eles,
sobressai um denominador comum que
resiste à desilusão de muitos profissionais
com as antigas convicções. Até os que delas
se divorciaram antes de ficarem viúvos da
esquerda participam da confraria que pode
ser definida como a união de quase todos no
repúdio às posições conservadoras. E essa
intransigência, hoje, tem como alvo o
candidato Bolsonaro, saco de pancadas da
eleição presidencial. Praticamente todos se
dedicam a malhá-lo, haja ou não motivo para
isso. Aliás, não precisaria motivo. O
conservadorismo basta.
Tal atitude reforça a natural conduta dos
demais candidatos. A posição de Bolsonaro
nas pesquisas já seria motivo suficiente para
todos o atacarem. Com a mídia comandando
a artilharia contra o adversário comum, o que
pudesse haver de conservadorismo em
qualquer deles foi jogado no arquivo morto.
“A mídia rejeita e está ajudando”, dirão.
Objetivo alcançado: há um único
representante dessa importante corrente de
opinião indispensável para realinhar aspectos
essenciais da vida nacional. Agora, basta
abatê-lo e esperar, ali adiante, a colheita
integral do "progressismo" plantado por ação
ou omissão.
Percival Puggina (73), membro da Academia
Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site
www.puggina.org, colunista de dezenas de
jornais e sites no país. Autor de Crônicas
contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da
Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do
Brasil, integrante do grupo Pensar+.
8. CincoCrimesdoForode
SãoPaulo.
1) Deu abrigo e proteção política a
organizações terroristas e a quadrilhas de
narcotraficantes e seqüestradores que nesse
ínterim espalharam o vício, o sofrimento e a
morte por todo o continente, fazendo mesmo
do Brasil o país onde mais cresce o consumo
de drogas na América Latina.
2) Ao associar entidades criminosas a partidos
legais na busca de vantagens comuns,
transformou estes últimos em parceiros do
crime, institucionalizando a ilegalidade como
rotina normal da vida política em dezenas de
nações.
3) Burlou todas as constituições dos seus
países-membros, convidando cada um de seus
governantes a interferir despudoradamente na
política interna das nações vizinhas, e
provendo os meios para que o fizessem “sem
que ninguém o percebesse”, como confessou o
sr. Lula, e sem jamais ter de prestar satisfações
por isso aos seus respectivos eleitorados.
4) Ocultou sua existência e a natureza das suas
atividades durante dezesseis anos, enquanto
fazia e desfazia governos e determinava desde
cima o destino de nações e povos inteiros sem
lhes dar a mínima satisfação ou explicação,
rebaixando assim toda a política continental à
condição de uma negociação secreta entre
grupos interessados e transformando a
democracia numa fachada enganosa.
5) Gastou dinheiro a rodo em viagens e
hospedagens para muitos milhares de pessoas,
durante vinte e três anos, sem jamais informar,
seja ao povo brasileiro, seja aos povos das
nações vizinhas, nem a fonte do financiamento
nem os critérios da sua aplicação. Até hoje não
se sabe quanto das despesas foi pago por
organizações criminosas, quanto foi desviado
dos vários governos, quanto veio de fortunas
internacionais ou de outras fontes. Nunca se
viu uma nota fiscal, uma ordem de serviço,
uma prestação de contas, um simulacro sequer
de contabilidade. A coisa tem a transparência
de um muro de chumbo.
Olavo de Carvalho
9. O FORO DE SÃO PAULO – POR GRAÇA
SALGUEIRO
Fruto do trabalho de 18 anos de pesquisas e
estudos com dedicação exclusiva, Graça
Salgueiro, a maior especialista em política
latino americana do Brasil, traz ao
conhecimento do público toda a história e
desdobramentos dessa organização que se
pretendia infalível na implantação do
socialismo em nosso continente, e agora
agoniza a olhos vistos apesar de ainda estar
muito viva. Enfim o público brasileiro poderá
conhecer e entender, de fontes fidedignas, a
formação e as ações da mais perigosa
organização revolucionária das Américas,
escondida durante mais de 15 anos pela
grande mídia brasileira. Com rica bibliografia
de fontes primárias do próprio Foro, além de
informações colhidas por dissidentes e
personagens importantes dos bastidores da
política Sul-Americana, o livro se revela
fundamental para quem quer entender os
últimos 20 anos da política brasileira e o que
se nos avizinha num futuro próximo, no
Brasil e nas Américas.
Compre o Livro: gracita.salgueiro@gmail.com
O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER
PARA NÃO SER UM IDIOTA
Os 193 artigos e ensaios de Olavo de
Carvalho, organizados por Felipe Moura Brasil
em O mínimo que você precisa saber para
não ser idiota, são uma pequena parcela dos
textos assinados pelo filósofo em diversos
veículos da imprensa brasileira entre 1997 e
2013. Com originalidade e veemência, o autor
reflete sobre temas do dia a dia, analisa as
notícias, o que nelas fica subentendido e
procura entender o que se passa na cabeça
do-brasileiro.
Da juventude à maturidade, da economia à
cultura, da ciência à religião, da militância à
vocação, do regime militar ao petismo de Lula
e Dilma, do governo de George W. Bush ao de
Barack Obama, entre outros muitos temas
são alvo do olhar arguto do autor. Os
assuntos não se esgotam em si mesmos e
fornecem elementos para a compreensão dos
demais.
Saiba Mais (AMAZON)
10. Porqueémaisdifícil
pensarcomoum
Conservador?
A política é uma questão de improvisação
diária, e muitas vezes parece que os
principais partidos são guiados apenas pelo
desejo de permanecer no poder e não por
qualquer filosofia que possa justificar sua
atuação. Seja qual for a verdade nessa
observação, no entanto, sabemos que
o Labour (partido trabalhista inglês) cresceu
a partir de uma visão distinta da sociedade e
que ainda pode se apoiar em idéias de
igualdade e justiça social para justificar o que
está tentando fazer. Será que o Tory (partido
conservador inglês) pode fazer o mesmo?
Existe uma filosofia política que encapsula os
objetivos e aspirações daqueles que
chamamos de “conservadores”, e com os
quais o partido ainda concorda?
Minha opinião é que tal filosofia existe e que
o partido se adequaria a ela se tivesse o
hábito de pensar nas coisas. No entanto,
pensar é um hábito pouco habitual e precário
para os conservadores.
Não porque eles sejam mais estúpidos do que
seus rivais socialistas ou liberais, embora
John Stuart Mill notoriamente tenha dito que
eles o sejam. É porque eles acreditam que o
bom governo não está fundamentado em
ideias abstratas, mas em situações concretas,
e que situações concretas são difíceis de
compreender. As ideias abstratas como a
igualdade e a liberdade têm uma
transparência espúria e podem ser usadas
para derivar teoremas agradáveis à maneira
de Jean-Jacques Rousseau ou John Rawls.
Mas aplicá-los levanta a questão: para o quê
ou para quem? Qual grupo de pessoas deve
ser feito mais igual e quem deve ser mais
livre?
Essas não são perguntas a serem respondidas
por abstrações. São questões de identidade:
quem somos e por que temos o direito de
usar esse mesmo pronome – “nós” – para nos
descrever.
Para os conservadores, todas as disputas sobre
direito, liberdade e justiça são dirigidas a uma
comunidade histórica e existente. A raiz da política,
eles acreditam, é o apego – o motivo que liga os seres
humanos ao lugar, aos costumes, à história e ao
círculo de pessoas que lhes pertencem. Quando os
socialistas prometem uma sociedade mais igualitária,
estão falando sobre nós; quando os liberais propõem
expandir a lista de direitos humanos, eles se referem
aos direitos que nós desfrutamos.
A língua da política é falada na primeira pessoa do
plural e, para os conservadores, o dever do político é
manter a existência dessa primeira pessoa do plural.
Sem isso, a lei se torna uma imposição forânea, não
nossa, mas deles, como leis impostas por um poder
conquistador. Os conservadores não são
reacionários. Como Edmund Burke disse, “devemos
reformar para conservar” – ou, em um idioma mais
moderno: devemos nos adaptar. Mas a adaptação
significa sobrevivência e sobrevivência significa uma
identidade mantida.
É muito fácil descartar o conservadorismo em nome
dos ideais universais do Iluminismo. Mas governos
são eleitos por pessoas específicas em um local
específico e devem atender às necessidades das
pessoas – incluindo a mais importante de suas
necessidades, que é a necessidade de estarem
vinculada aos seus vizinhos em uma relação de
confiança. Se deixarmos de manter “pessoas
específicas em um lugar específico”, todos os
princípios políticos serão inúteis, pois não haverá
comunidade com interesse em segui-los.
Por Roger Scruton
“Why it’s so much harder to think like a Conservative” The
Guardian, 10 de setembro de 2014.
11. É por isso que, em todos os debates políticos
de pós-guerra em nosso país, os
conservadores enfatizaram a defesa do país,
a manutenção das fronteiras nacionais e a
unidade da nação. Por isso, eles agora entram
em um período de dúvidas, à medida que a
nação se desintegra em seus segmentos
historicamente estabelecidos, enquanto as
regulações europeias dissolvem nossas
fronteiras.
O conservadorismo não se encaixa
facilmente em ideais abstratas. E para muitos
dos seus defensores é tudo o que o
conservadorismo representa – a suspeita de
ideais. Afinal, o ideário socialista da igualdade
levou à crença de que o patriotismo equivale
ao racismo e que o apego a um modo de vida
estabelecido é meramente uma
discriminação injusta contra aqueles que dele
não o compartilham.
O resultado foi a fragmentação da sociedade
em nome do “multiculturalismo”. E o ideário
liberal dos direitos humanos universais
também conduziu a uma destruição de
vínculos, já que vínculos são uma forma de
discriminação e, portanto, uma maneira de
dar preferência àqueles que já fazem parte
deste estilo de vida.
Ideais abstratos, argumentam os
conservadores, são inevitavelmente
destrutivos, uma vez que minam o lento e
constante trabalho da política real, que é
fruto de negociação e concessões entre
pessoas cujos interesses nunca coincidirão.
Vendo a política desta forma, no entanto, os
conservadores estão expostos à acusação de
que não têm uma visão positiva ou algo para
nos oferecer, exceto o status quo – com
todas as suas injustiças e desigualdades, e
toda a sua corrupção impregnada.
Justamente por causa dessa acusação que
devemos nos dedicar a pensar de verdade.
Em “Como ser um Conservador”, ofereço uma
resposta a essa queixa atual e, ao fazê-lo,
distancio o conservadorismo daquilo que o
que os críticos de esquerda chamam de
“neoliberalismo”. O conservadorismo,
argumento, não é uma questão de defender o
capitalismo global a todo custo, ou garantir
os privilégios dos poucos contra os muitos. É
uma questão de defender a sociedade civil,
manter instituições autônomas e defender o
cidadão contra o abuso de poder. Seu motivo
subjacente não é a ganância ou a ânsia de
poder, mas simplesmente o apego a um
modo de vida.
Se olharmos para os grandes problemas que
enfrentamos hoje – a UE, a imigração em massa, a
união, o extremismo islâmico, o meio ambiente –
certamente veremos que a visão conservadora
corretamente identifica o que está em jogo: a
sobrevivência do nosso modo de vida.
Os conservadores não são muito bons em articular
esse ponto, e a censura liberal esquerdista intimida
aqueles que tentam fazê-lo. Mas é uma falha nas
ideias socialistas e liberais que elas possam ser
facilmente articuladas – uma prova de que eles evitam
a tarefa filosófica real e dura, que é a de ver a
sociedade civil como é, e reconhecendo que é mais
fácil destruir as boas coisas em nome de um ideal do
que mantê-las como uma realidade.
Tradução: Guilherme-Pradi-Adam
Revisão: hsilver
Fonte: Tradutores de Direita
12. AFeminizaçãodomundoé
prejudicialaosMeninos.
À medida que a nossa sociedade desaprende
a masculinidade e feminiza cada estágio da
vida masculina, os meninos pagam um preço
enorme. Deixe-me compartilhar com vocês
duas notícias preocupantes – e, creio eu,
intimamente ligadas.
A primeira vem como cortesia de Mark Perry,
do American Enterprise Institute. Em um
gráfico, ele destaca a diferença dramática e
crescente entre os sexos no ensino superior.
Em suma, as mulheres dominam:
A segunda vem de Emma Green do
The Atlantics. Detalhando os resultados de
uma pesquisa conduzida por sua revista e
pelo Public Religion Research Institute, ela
observa que 61 por cento dos homens
brancos da classe trabalhadora vêm a
universidade como uma “aposta arriscada”. O
relatório de Green continha esta explicação:
“A narrativa duradoura do sonho americano é
que, se você estudar, obter uma educação
universitária e trabalhar duro, você pode
subir na vida”, disse Robert P. Jones, CEO do
PRRI. “A pesquisa mostra que muitos
americanos da classe trabalhadora branca,
especialmente os homens, já não vêm esse
caminho disponível para eles… É este
sentimento de fatalismo econômico, mais do
que apenas dificuldades econômicas, que foi
o fator decisivo no apoio a Trump entre os
eleitores da classe trabalhadora branca.
“Não se engane, se esses números
mostrassem uma diferença educacional
equivalente (e crescente) na direção oposta, a
esquerda feminista declararia uma
emergência cultural. Na verdade, declarou
uma emergência cultural apesar do
desempenho educacional dominante das
mulheres. Como observa Perry, nossas
faculdades estão cheias de iniciativas de
“centros de mulheres” e “equidade de gênero”
que são dedicadas exclusivamente ao sucesso
feminino (ou quase exclusivamente). Quando
vai parar de existir uma crise para as
mulheres no campus? Quando já atingem
dois terços da população do ensino superior?
Quando três de cada quatro graduados da
faculdade são mulheres?
Nossa sociedade está desaprendendo a masculinidade,
feminizando cada estágio da vida masculina, e os
meninos estão pagando um preço enorme. Considere
a feminização do lar – ocorrendo em duas frentes
simultaneamente. Em primeiro lugar, e mais
importante, a dissolução da família traz um aumento
da ausência do pai, e por mais que nossa cultura louve
as mães solteiras (e às vezes – mas nem sempre – as
mães fazem esforços realmente heróicos para
preencher a lacuna), os meninos precisam de pais.
É simples assim. Homens e mulheres em geral têm
diferentes papéis a desempenhar na vida de seus
filhos, e um menino vê em um bom pai os frutos de
uma masculinidade corretamente canalizada e
devidamente vivida. Ele tem nele um modelo, muitas
vezes um herói, que vive na maior proximidade
possível.
Mas além da ausência do pai, está a feminização
crescente da própria família mesmo aquela com dois
pais. Modelos de vida doméstica intencionalmente
elaborados para quebrar antigos estereótipos e
normas culturais cada vez mais tratam os pais não
como “mãe e pai”, mas como “Progenitor 1 e
Progenitor 2.” [*]
As crianças não são irmão e irmã, mas “Criança 1 e
Criança 2.” Já não existem caminhos diferentes para
meninos e meninas, mas caminhos únicos para seres
especiais esvoaçantes como flocos de neve.
David French
13. Quem vai dizer o que é masculino? Quem vai
dizer o que é feminino? No entanto, a única
coisa que sabemos é que os estereótipos das
características masculinas de agressão, risco
e trabalho duro e jogos de alta energia são
“tóxicos” e precisam ser medicados ou
educados fora de casa.
Acrescente-se à casa feminizada a escola
feminizada, com sua tolerância zero, medo
mortal de qualquer coisa remotamente
marcial e sua implacável ênfase na
compaixão e nutrição ao invés de exploração
e aventura (a menos que o aventureiro seja
uma mulher). Nós amamos a Terra. Não a
conquistamos. Escola primária é um lugar de
abraços, não de conflito, e brincar é ser
pacífico acima de tudo. Não mais se encenam
batalhas. Não mais armas de brinquedo. Não
mais desenhos de tanques ceifando hordas
nazistas. E quando a natureza se impõe
contra os desejos do ideólogo? Aí entram a
medicação e a educação.
Finalmente, os jovens se graduam para um
trabalho cada vez mais feminizado. Parte
disso é uma função do politicamente correto,
e parte dela é simplesmente uma função da
economia em mudança. Não precisamos de
tantas costas e braços fortes para fazer a
América grande. Há mais cubículos, mais
pessoas digitando, e mais pessoas falando. É
ótimo ser loquaz.
Em lugar de ensinar os homens a canalizar
sua agressividade e espírito aventureiro de
maneiras produtivas, pedimos-lhes para
sufocar suas naturezas mais verdadeiras.
A força éOh, e quando os homens que
trabalham nos cubículos tentam arrumar
seus espaços para hobbies, esportes e outras
atividades, eles são muitas vezes objetos de
zombaria. Por que um contador precisa de
um Ford F-150? Olhe para aquele advogado
comprando uma motosserra. Ele não sabe
como ele é ridículo? estritamente opcional.
Em lugar de ensinar os homens a canalizar
sua agressividade e espírito aventureiro de
maneiras produtivas, pedimos-lhes para
sufocar suas naturezas mais verdadeiras. Em
vez de ensiná-los a proteger os outros,
mentimos e declaramos que toda violência é
má. Em vez de dizer a verdade de que
homens e mulheres são diferentes, tentamos
transformar homens em mulheres.
Privilegiamos as histórias daqueles que achavam
opressivas as normas tradicionais de gênero (como os
gays e seus primos metrossexuais) e comemoramos o
fim da masculinidade tradicional que vinha servindo
melhor à grande maioria dos homens e dos meninos.
Não é possível preservar a masculinidade enquanto se
demonstra compaixão por aqueles que não se
conformam? Precisamos queimar tudo? Há poucos
pontos de vista mais profundamente significativos do
que ver um filho crescer com um bom pai, para vê-lo
assumir as melhores características do seu pai, ao
mesmo tempo forjar seu próprio caminho. É
importante ver e saber que durante toda a vida desse
jovem, seu pai não estava apenas o protegendo e
nutrindo, ele também estava desafiando-o,
empurrando-o para ser mais forte mentalmente,
fisicamente e emocionalmente. Para esse fim, é hora
de lembrar que a força é uma virtude, corretamente
canalizada, a agressão cria e preserva a civilização em
si, e não há nada de inerentemente tóxico sobre a
masculinidade. A feminização de tudo não apenas
atrapalha nossos meninos. No longo prazo, destruirá
nossa nação.
Nota do tradutor, Heitor De Paola:
[*] Parent 1 and Parent 2.
Publicado originalmente para o website
National Review
14.
15.
16. A grande mídia martela incessantemente no
mito do “aquecimento global”. E agora que a
nova administração americana afasta ideólogos
de esquerda que defendiam esse mito na EPA
(Environmental Protection Agency), espécie de
Ministério de Meio Ambiente, a gritaria
midiática ficou mais forte. Mas essa mídia não
informa que até o glorificado ambientalista
inventor da ainda mais fantasiosa “hipótese
Gaia” há alguns anos havia se afastado do
“alarmismo” em matéria de “mudança
climática”.
James Lovelock, criador da hipótese
ambientalista segundo a qual a Terra formaria
um só organismo “vivo” apelidado “Gaia”,
admitiu em entrevista à MSNBC que foi
“alarmista” a respeito de “mudança climática”.
À guisa de desencargo de consciência,
comentou que também outros ambientalistas
famosos, como Al Gore, caíram no mesmo erro.
Um dos pais fundadores do ambientalismo
hodierno, Lovelock tem esperança de que a
suspirada “mudança climática” ainda aconteça,
mas lamentou que não virá tão rápido quanto
ele anunciava. Em 2006, em artigo no jornal
inglês “The Independent”, Lovelock escreveu
que “antes do fim deste século bilhões de
homens terão morrido e os poucos casais que
sobrevivam ficarão no Ártico, onde o clima
ainda será tolerável”. Agora, em entrevista
telefônica à MSNBC, reconheceu que estava
“extrapolando demais”.
Parafraseando os argumentos dos cientistas
objetivos, explicou:
“O problema é que não sabemos o que é que o
clima vai fazer. Há 20 anos nós achávamos que
sabíamos. Isso nos levou a escrever alguns
livros alarmistas – o meu inclusive – porque
parecia evidente, porém não aconteceu”.
– “O clima está fazendo suas trapaças
habituais. Em verdade, não há muita coisa
acontecendo ainda, quando nós deveríamos
estar num mundo a meio caminho da fritura”.
– “O mundo não se aqueceu muito desde o
milênio. Doze anos é um tempo razoável … ela
[a temperatura] manteve-se praticamente
constante, quando deveria ter ido
aumentando”.
Em 2007, a revista “Time” incluiu Lovelock na
lista dos 13 líderes e visionários “Heróis do
Meio Ambiente”, onde também figuravam Al
Gore, Mikhail Gorbachev e Robert Redford.
Interrogado se agora tinha virado um “cético”
do aquecimento global, Lovelock respondeu à
MSNBC: “Depende do que o Sr. entende por
“cético”. Eu não sou um negacionista”. Ele
explicou que ainda acredita que a mudança
climática esteja acontecendo, mas que seus
----
Por: Luis Dufaur
efeitos serão sentidos num futuro mais longínquo do
que se acreditava.“Teremos o aquecimento global, mas
ficou adiado um pouco”, explicou.
“Eu-cometi-um-erro”
Lovelock esclareceu que não se importava em dizer:
“Tudo bem, eu cometi um erro”.
Na entrevista, ele insistiu que não tirava uma só
palavra de seu livro base “Gaia: um novo olhar dobre a
vida na Terra”, publicado em 1979. Mas reconheceu
que no livro “A vingança de Gaia”, de 2006, ele tinha
ido longe demais falando da Terra superaquecida no
fim do século.
– “Eu deveria ter sido um pouco mais cauteloso,
porém, teria estragado o livro”, brincou cinicamente.
Militantes ambientalistas só puderam concordar,
embora desanimados, com o mea culpa de Lovelock.
Peter Stott, chefe do monitoramento do clima no Met
Office Hadley Centre, da Inglaterra, disse que o guru
foi alarmista demais prevendo que os homens seriam
obrigados a viver no Ártico por causa do
“aquecimento global”. Também concordou que o
aquecimento dos últimos anos foi menor do que o
previsto pelos modelos climáticos.
Keya Chatterjee, diretor internacional de política
climática do grupo ambientalista WWF-EUA, disse em
comunicado que estava “difícil não se sentir esmagado
e ficar derrotista”, e sublinhou que a conversa
alarmista não ajuda a convencer as pessoas.
A credibilidade das hipóteses ambientalistas está
efetivamente caindo cada vez mais baixo.
Aquecimento global”: pai da “hipótese
Gaia” se arrepende do seu alarmismo
17. Vamos falar o português claro: Aquele que
não dá o melhor de si para adquirir
conhecimento e aprimorar-se intelectu-
almente não tem nenhum direito de opinar
em público sobre o que quer que seja. Nem
sua fé religiosa, nem suas virtudes morais,
se existem, nem os cargos que porventura
ocupe, nem o prestígio de que talvez
desfrute em tais ou quais ambientes lhe
conferem esse direito.
Discussão pública não é mera troca de
opiniões pessoais, nem torneio de
autoimagens embelezadas: é
eminentemente intercâmbio de altos
valores culturais válidos para toda uma
comunidade humana considerada na
totalidade da sua herança histórica, e não
só num momento e lugar.
O direito de cada um à atenção pública é
proporcional ao seu esforço de dialogar
com essa herança, de falar em nome dela e
de lhe acrescentar, com as palavras que
dirige à audiência, alguma contribuição
significativa. O resto, por “bem-
intencionado” que pareça, é presunção
vaidosa e vigarice.
Todos os males do Brasil provêm da
ignorância desses princípios. Políticos,
empresários, juízes, generais e clérigos
incultos, desprezadores do conhecimento e
usurpadores do seu prestígio, são os
culpados de tudo o que está acontecendo
de mau neste país, e que, se esses
charlatães não forem expelidos da vida
pública, continuarão aumentando, com ou
sem PT, com ou sem “impeachment”, com
ou sem “intervenção militar”, com ou sem
Smartmatic, com ou sem Mensalão e
Petrolão.
Desprezo pelo conhecimento e amor à fama
que dele usurpa mediante o uso de chavões
e macaquices são os pecados originais da
“classe falante” no Brasil.
Só o homem de cultura pode julgar as
coisas na escala da humanidade, da
História, da civilização. Os outros seguem
apenas a moda do momento, criada ela
própria por jornalistas incultos e
professores analfabetos, e destinada a
desfazer-se em pó à primeira mudança da
direção do vento.
A cultura pessoal é a condição primeira e
indispensável do julgamento objetivo. A
incultura aprisiona as almas na
subjetividade do grupo, a forma mais
extrema do provincianismo mental.
Vou lhes dar alguns exemplos de desastres
nacionais causados diretamente pela
incultura dos personagens envolvidos.
Só pessoas prodigiosamente incultas
podem ter alguma dificuldade de
compreender que uma eleição presidencial
com apuração secreta, sem transparência
nenhuma, é inválida em si mesma,
independentemente de fraudes pontuais
terem ocorrido ou não.
O número de jumentos togados e cretinos
de cinco estrelas que, mesmo opondo-se ao
governo, raciocinam segundo a premissa de
que a sra. Dilma Rousseff foi eleita
democraticamente em eleições legítimas,
premissa que lhes parece tão auto evidente
que não precisa sequer ser discutida, basta
para mostrar que o estado de calamidade
política e econômica em que se encontra o
país vem precedido de uma calamidade
intelectual indescritível, abjeta, inaceitável
sob todos os aspectos.
18. Quando na década de 90 os militares
aceitaram e até pediram a criação do
“Ministério da Defesa”, foi sob a alegação de
que nas grandes democracias era assim, de
que só republiquetas tinham ministérios
militares.
Respondi várias vezes que isso era raciocinar
com base no desejo de fazer boa figura, e não
no exame sério da situação local, onde a
criação desse órgão maldito só serviria para
aumentar o poder dos comunistas. Mil vezes
o Brasil já pagou caro pela mania de
macaquear as bonitezas estrangeiras em vez
de fazer o que a situação objetiva exige. Esse
caso foi só mais um da longa série.
Mesmo agora, quando a minha previsão se
cumpriu da maneira mais patente e
ostensiva, ainda não apareceu nenhum
militar honrado o bastante para confessar
sua incapacidade de relacionar a estrutura
administrativa do Estado com a disputa
política substantiva. Continuam teimando
que a ideia foi boa, apenas, infelizmente,
estragada pelo advento dos comunistas ao
poder – como se uma coisa não tivesse nada
a ver com a outra, como se fosse tudo uma
soma fortuita de coincidências, como se a
demolição do prestígio militar não fosse um
item constante e fundamental da política
esquerdista no país e como se, já no governo
FHC, a criação do Ministério não fosse
concebida como um santo remédio, com
aparência legalíssima, para quebrar a espinha
dos militares.
Fonte: Olavodecarvalho.org
O Império da Ignorância
Um dos traços mais característicos da
incultura brasileira, já assinalado por
escritores e cientistas políticos desde a
fundação da República pelo menos, é a
subserviência mecânica a modelos
estrangeiros copiados sem nenhum critério.
Numa sociedade culturalmente atrofiada, a
coisa mais inevitável é que todas as correntes
de opinião que aparecem na discussão pública
sejam apenas cópias ou reflexos de modelos
impostos, desde o exterior, por lobbies e
grupos de pressão que têm seus próprios
objetivos globais e não estão nem um pouco
interessados no bem-estar do nosso povo.
Cada “formador de opinião” é aí um boneco de
ventríloquo, repetidor de slogans e chavões
que não traduzem em nada os problemas reais
do país e que, no fim das contas, só servem
para aumentar prodigiosamente a confusão
mental reinante.
Como é possível que, num país onde
cinquenta por cento dos universitários são
reconhecidamente analfabetos funcionais e os
alunos dos cursos secundários tiram
sistematicamente os últimos lugares nos
testes internacionais, o currículo acadêmico
de um professor continue sendo aceito como
prova inquestionável de competência?
Não deveria ser justamente o oposto? Não
deveria ser um indício quase infalível de que,
ressalvadas umas poucas exceções, o portador
dessa folha de realizações é muito
provavelmente, por média estatística, apenas
um incompetente protegido por interesses
corporativos? Terá sido revogado o “pelos
frutos os conhecereis”? A interproteção
mafiosa de carreiristas semianalfabetos
unidos por ambições grupais e partidárias
tornou-se critério de qualificação intelectual?
Não é mesmo um sinal, já não digo de mera
incultura, mas de positiva debilidade mental,
que os mesmos apologistas do establishment
universitário fossem os primeiros a apontar
como mérito imarcessível do candidato Luís
Ignácio Lula da Silva, em duas eleições, a sua
total carência de quaisquer estudos formais
ou informais? Não chegava a prodigiosa
incultura do personagem a ser louvada como
sinal de alguma sabedoria infusa? Todo sujeito
que, à exigência de conhecimento, opõe o
louvor evangélico aos “simples”, é um
charlatão. Jesus prometeu aos “simples” um
lugar no paraíso, não um palanque ou uma
cátedra na Terra.
19. AsUniversidadesea
falsaLiberdade
Acadêmica
ARTIGOS
As faculdades e universidades de hoje
tornaram-se centros de doutrinação
política de alto custo. Trata-se de um
sistema único na histórica do homem,
em que aqueles que são doutrinados e
mal treinados para o mundo real têm de
pagar a seus doutrinadores, seja
gastando as economias de suas famílias,
seja obtendo empréstimos subsidiados
pelo governo.
Para assegurar que a doutrinação não
desvie muito da linha do politicamente
correto, professores e administradores
erigiram um sistema de controle, a fim
de garantir que somente aqueles que
aceitam o “pensamento de grupo” a
respeito de injustiças raciais, étnicas,
ambientais e econômicas sejam
autorizados a ensinar.
Esse sistema de controle começa com
quem logra ser admitido na graduação,
quais temas de dissertação são
aprovados, quem é contratado para o
professorado, quem se titulariza e, mais
tarde, para alguns poucos escolhidos,
quem consegue tornar-se
administradores de alta remuneração.
Então, apenas para se certificar de que
não há falhas no sistema, os professores
organizam programas de estudos de
gênero e estudos étnicos, para que
possam mobilizar os ativistas do campus
a atacar quaisquer desertores em suas
fileiras. Como outro resguardo para esta
gaiola de ferro, burocratas federais
impõem e interpretam uma série de
regulamentos sobre faculdades e
universidades.
O Título IX provou ser uma ferramenta
eficaz para rachar a dominação
masculina sobre os esportes nas
universidades e até mesmo um
instrumento melhor para forçar o
pensamento de grupo no campus.
Mindszenty
20. A “Novilíngua” do Big Brother de George Orwell
parece rústica em comparação com a atual
compreensão do que seja “liberdade
acadêmica”, “comunidade de estudiosos”,
“justiça social” e “zonas de liberdade de
expressão”.
A “Liberdade Acadêmica” Orwelliana
Por toda a América, as universidades e
faculdades estão criando “zonas de liberdade de
expressão” e restringindo a liberdade de
expressão. Costumava haver uma “zona de
liberdade de expressão” chamada América, mas
não mais nos campi universitários. Em vez de
permitir que professores e alunos manifestem-
se livremente na sala de aula ou no campus, os
administradores universitários têm adotado
políticas para restringir a liberdade de
expressão. Evidentemente, o “discurso de ódio”
é restringido. A zona pode permitir que um
pregador evangélico fale sobre pecado e a Bíblia
(cercado por estudantes zombeteiros, na
maioria dos casos), mas o discurso que possa
ofender estudantes pertencentes a minorias,
nnn
estudantes muçulmanos, mulheres ou outros
grupos favorecidos é realmente proibido. Na
sala de aula, o corpo docente fala
continuamente sobre política de identidade,
sobre como homens brancos e privilegiados
oprimem as minorias raciais, sobre como
cometeram genocídio contra os nativos
americanos, escravizam os africanos,
mantiveram as mulheres em suas casas e
criaram, sistemas políticos, como a democracia
americana, para manter o privilégio branco. Esse
tipo de discurso é aceitável e, de fato,
encorajado.
O que eles não podem falar, sem ser
extraordinariamente cuidadosos, é qualquer
coisa que pareça culpar a vítima. Isto significa
que os professores têm de caminhar
cuidadosamente sobre assuntos relativos a
questões raciais, de gênero ou religiosas. Se
esses tópicos são levantados em uma “zona de
liberdade de expressão” ou na sala de aula, tanto
os professores quanto os alunos têm de
prefaciar suas observações com uma miríade de
qualificações, mostrando que compreendem a
complexidade destas questões.
ARTIGOS
Imagem da Internet - Ilustração: Universidade
21. No entanto, a restrição sobre o discurso vai
além de apenas pensar duas vezes sobre o que
poderia ser dito. A palavra-chave hoje é “micro-
agressão”. A fala, a linguagem corporal ou o tom
podem ser tomados como “micro-agressão” se
um aluno sensível a vê como tal. A presidente
do sistema da Universidade da Califórnia, Janet
Napolitano, de fato publicou exemplos em seu
site do que pode ser considerado
comportamento-“micro-agressivo”
( www.thecollegefix.com/post/22839/).
Incluídos nos exemplos de linguagem agressiva
estão expressões como “Terra de
Oportunidade” ou “Ação Afirmativa é racista”.
Outros comentários proibidos são: “Todos
podem ter sucesso nesta sociedade, se
trabalharem duro o suficiente”; “De onde você
é?” ou “Onde você nasceu?”; e “Quando eu olho
para você, eu não vejo cor.”
Cometer uma “micro-agressão” é racismo
subconsciente, sexismo, privilégio masculino
branco, xenofobia e homofobia. As diretrizes
supõem que o comportamento “micro-
agressivo” pode ser bem-intencionado. Dizer a
estudantes do sexo feminino ou negros que, se
eles trabalharem duro, podem ter sucesso,
sugere que as mulheres e negros que não
lograram sucesso carecem de ambição ou são
preguiçosos. A lição deve ser que as mulheres
que não quebraram o “teto de vidro” ou negros
que vivem na pobreza devem culpar as
profundas complexidades do racismo, sexismo,
hegemonia cultural e privilégio masculino
branco, historicamente e hoje.
Para garantir que o corpo docente tenha
entendido a mensagem, o sistema da
Universidade da Califórnia (UC) organizou
sistemas de treinamento de líderes dos
docentes ao longo do ano acadêmico de 2014-15
em todos os nove campi da UC. As sessões
foram destinadas a ensinar professores sobre
como evitar ofender estudantes e colegas, e
dedicaram tempo a explicar como contratar um
professorado mais diversificado. A suposição é
de que discentes de cor e mulheres serão mais
sensíveis, porque têm experimentado formas
ostensivas e sutis de opressão.
Em seu romance “1984”, o “Big Brother” de
George Orwell usa o medo da tortura para
quebrantar os pensamentos subversivos de
Winston Smith. A “Big Sister” de 2015 não usa
tortura física para impor conformidade
acadêmica, embora se suspeite que essas
xxxxxx
sessões de treinamento sobre “micro-agressão”
devam ter sido torturantes demais para aguentar.
Não se viu nenhuma preocupação quanto à
imposição macro-agressiva da administração de uma
Universidade custeada com recursos públicos
restringindo manifestações comuns de membros do
corpo docente.
Devorando os seus?
Laura Kipnis, feminista docente da Northwestern
University, em Illinois, chamou a atenção da mídia
nacional (americana) quando foi atacada por
estudantes de sua universidade por um ensaio que
escreveu para a Crônica da Educação Superior, em
fevereiro de 2015. Seu ensaio, “A Paranoia Sexual
Atinge a Academia” (Sexual Paranoia Strikes
Academe), de linguagem extravagante destinada a
despertar emoção, defendia professores que
namoram estudantes de graduação e pós-graduação.
Ela declarou que, quando era estudante, “O abismo
entre estudantes e professores não era um fosso
cheio de tubarões; um passo em falso não era fatal.
Fazíamos festa juntos, bebíamos e ficávamos
embriagados juntos, dormíamos juntos. Os
professores podiam ser mais velhos e mais
realizados, mas você não sentia que poderiam tirar
proveito de você por causa disso. Como fariam isso?”
Ela objetou que a “paranoia sexual” estava
perseguindo a vida universitária, e que abominava
isso.
As Universidades e a falsa liberdade Acadêmica
22. Códigos severos de conduta entre professor e
alunos, ela argumentou, têm penetrado todos
os aspectos da vida do campus — língua,
currículo, discussão acadêmica e vida social.
Espera-se que os professores alertem os alunos
de que o que venham a ler ou ouvir numa
palestra ou discussão em sala de aula pode ser
perturbador. Para proteger a sensibilidade dos
alunos, os professores são obrigados pelos
administradores da universidade a emitir
“trigger warnings” — ou “alertas” — sobre
materiais dessa natureza. Estudantes aos quais
se tenha atribuído a leitura do poeta latino
Ovídio, por exemplo, precisam ser alertados de
que leriam sobre romanos estuprando mulheres
sabinas.
Kipnis mirou, particularmente, a utilização do
Título IX para impor esses códigos de conduta.
Pouco depois de a administração da
Northwestern University emitir seu código de
conduta de estudante e professor, o comitê de
coordenação Título IX da universidade emitiu
uma nova linguagem para esclarecer o código.
“Todos recebemos um longo e-mail da
comissão”, lembrou Kipnis. “O comitê estava
respondendo a uma petição de estudante e
governo que exigia que os ‘sobreviventes’
fossem informados sobre os resultados das
investigações de assédio sexual”. Ela ressentiu-
se particularmente com o uso repetido da
palavra “sobrevivente”. “Não seria ‘acusador’ o
termo apropriado? Como alguém pode ser
acoimado de ‘sobrevivente’ antes do julgamento
sobre a acusação — isto é, supondo-se que não
queremos predeterminar a culpa do acusado.”
Seu ensaio foi destinado a ser inflamatório, e
isso foi. Ela foi atacada em duas direções —
protesto estudantil e queixa jurídica. Os
manifestantes estudantis começaram a arrastar
colchões em redor do campus, sugerindo que
Kipnis queria transformar Northwestern em um
bordel estudante-professor. O pior estava por
vir, entretanto. A defesa de Kipnis de um
professor de filosofia que tinha sido julgado não
culpado de acusações de agressão sexual levou
outros estudantes a apresentar uma queixa
fulcrada no Título IX contra ela. Kipnis foi
trazida perante um comitê universitário regido
pelo Título IX. Não lhe foi permitido o
patrocínio de advogado, o direito de chamar
testemunhas em seu favor ou o direito de
confrontar seus acusadores. As acusações
foram descartadas, mas todo o processo
cheirou a uma “star chamber”[1]. Até a
progressista Michelle Goldberg, colunista
cultural do “The Nation”, achou difícil defender
as ações dos alunos. Goldberg concluiu: “A política de
libertação ajusta-se incomodamente com a política
de proteção”.
O que tornou o episódio tão doloroso para a esquerda
foi que Kipnis era um deles. Ninguém duvidava de
suas credenciais feministas. Em seu ensaio, ela pediu
a castração química de estupradores e celebrou a
revolução feminista no ensino superior. Sua defesa
dos relacionamentos sexuais entre professores e
alunos certamente não emanava de uma perspectiva
moral conservadora.
O que pode ser feito?
As faculdades do século XIX eram principalmente
privadas e confessionais, protestantes ou católicas.
Seu objetivo era treinar seus alunos em caráter moral
e liderança. Era comum em faculdades protestantes o
presidente da universidade lecionar sobre moral nos
seminários que culinam o fim da graduação. O texto
primário era “Elementos de Ciência Moral”, de Francis
Wayland (1835). Esse livro tem suas raízes na Escola
do Realismo de Senso Comum escocesa, no
Cristianismo e “laissez-faire” econômico. O objetivo
das faculdades era treinar cidadãos virtuosos.
Não podemos retornar ao passado. A faculdade tal
como era no Século XIX está morta, exceto por
algumas pequenas faculdades ainda preocupadas com
conceitos como virtude, honra e valores mais
elevados. Faculdades públicas e privadas, com poucas
exceções, estão sob estresse financeiro,
especialmente porque os governos têm-lhes cortado
o financiamento. Este é um momento perfeito para
que os doadores, os ex-alunos e o público insistam
para que as universidades se preocupem com a
alfabetização cívica e com as contribuições da cultura
ocidental (mesmo dentro de um contexto global). Ex-
alunos, doadores e fundações podem atrair
administradores e professores para dotar centros e
professores que ofereçam cursos tradicionais e
introduzam estudantes a Aristóteles, Platão, aos
Artigos Federalistas, Abraham Lincoln e autores de
grande literatura.
Como Winston Churchill disse certa vez, nunca
desperdice uma boa crise. Nessa tempestade perfeita
dentro das universidades, foi criado o ambiente para
uma real mudança de clima.
Cardinal-Mindszenty-Foundation.
“What’s Wrong with Today’s Universities? Can It Be Remedied?”.
Mindszenty Report, Julho de 2015.
Tradução: Helena-Benício
Revisão: Rodrigo Carmo
tradutoresdedireita