O documento discute arquitetos que também atuam como artistas plásticos. Apresenta exemplos de Edo Rocha, Eduardo Schamó, Maria Lúcia Mendes Gobbi, Chico Mazzoni e Alexandre de Nadal, que combinam suas carreiras de arquitetura com pintura e escultura. Menciona que a formação artística pode enriquecer o trabalho dos arquitetos e vice-versa.
Press português - Galeria LuminArte apresenta: Surrealismo LUSO-AMERICANO do ...
Revista CASA&mercado | Ed. nº 139
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ISSN1519-1087
arquitetura•interiores•design
139
Luxo
2. 86 luxo
comportamento ++
Por: Carlos Hummig divulgação
Se sensibilidade artística é um predicado que todo arquiteto deve
ter, a paquera com outras artes é inevitável. Se estimulada, vira
CASA&mercado conversou com arquitetos que também atuam
Edo Rocha
Fazia dez anos que o arquiteto, famoso pelos projetos
corporativos, não expunha obras de sua autoria. Telas,
esculturas e transparências criadas por ele entre os anos
1967 e 2013 foram reunidas recentemente em uma
exposição individual. “Comecei a pintar aos treze anos.
Aos 17 estava na IX Bienal Internacional de Arte de São Paulo.
Ser artista e arquiteto não é fácil, pois a arquitetura toma
muito tempo e exige dedicação. Em 50 anos, pintei mais
de 600 quadros e em 40 anos de arquitetur is de
900 projetos e mais de 10 milhões de metros quadrados
projetado , bastante trabalho!”, assinala o pr sional.
“Em Outro Lugar” é uma fototransparência a partir de
desenhos originais que mede 110 x 110 cm.
3. 87luxo
Eduardo Schamó
O argentino se formou em Buenos Aires em
arquitetura e, no ano seguinte, em 1987, se radicou
no Brasil. Atuante como arquiteto em diversos
projetos, como um centro comercial no Canadá,
um shopping center na Colômbia e os escritórios
do Google que a Athié-Wohnrath assinou (ele fazia
parte daequipe) em parceria com Guto Requena,
em São Paulo, Eduardo também já participou de
diversas exposições artísticas, coletivas e individuais.
Na pintura, trabalha com o lúdico e a criatividade
em elementos geométricos que criam verdadeiros
de os visuais. Nas esculturas, brinca com a ironia
em termos de leve e pesado. “A formação em
arquitetura me deu um rigor técnico e um domínio
do espaço que me ajudounas artes plásticas,
tanto na materialização da obra em si, como no
domínio do espaço expositivo. Ao mesmo tempo,
a formação de artista me propiciou noções de
composição e equilíbrio, detrabalho com volumetria
e cor que o arquiteto não recebe”, a rma o
pr sional. Na foto, o objeto de madeira e ferro de
98 x 38 cm que ele batizou como “A Testemunha”.
Maria Lúcia Mendes Gobbi
A catarinense fundou seu escritório de arquitetura em 1980. São mais de 33 anos de trabalhos com projetos de
interiores, residenciais, comerciais, corporativos e hoteleiros, além dos paisagísticos. Desde 2002 investe nas artes
plásticas, mais es camente na pintura. Após alguns cursos e muitas pinceladas, Maria foi convidada a realizar
sua primeira exposição individual, há seis anos, e nunca mais parou. “Na arquitetura, trabalho como intérprete dos
desejos do cliente. O foco está no que o outro quer. Quando comecei a estudar artes plásticas, sentia um vazio
interior, precisava liberar aquiloque eu queria, as minhas intuições, e isso causou uma grande mudança em mim,
inclusive no meu trabalho como arquiteta. Hoje, busco qualidade, acima de tudo, com foco na sustentabilidade
genuína”, assinala a pr ssional. Uma das suas mostras revelou a Coleção Indígena, de onde provém a tela
“Coragem no Olhar”.
4. 88 luxo
Chico Mazzoni
O soteropolitano fezo caminho inverso de
muitos de seus colegas de prancheta, pois
começou a se dedicar aos pincéis e só
depois à arquitetura; nal, tinha apenas 13
anos quando expôs seu primeiro quadro.
Após se formar arquiteto, fez mestrado na
Itália e lecionou na Faculdade de Arquitetura
da Bahia (UFBA), ena Universidade de
Salvador (Unifacs). Como artista plástico,
foi autor de doze exposições individuais.
“Durante muito tempo relutei em admitir
esta fusão entre as minhas duas aptidões.
Achava que uma não deveria i uenciar a
outra. Foi a partir da preparação da minha
exposição individual que me dei conta de
que elas não seseparam por decreto e
então deixei queesta fusão transparecesse
com clareza. Naverdade, uma só faz
acrescentar à outra, em vários sentidos, e
o que está no nosso inconsciente sempre
vem à tona, mais cedo ou mais tarde”, opina
Chico. Em sua última exposição individual,
“Cidades Invisíveis”, ele usa seu olhar
de arquiteto para reproduzir o visual das
cidades. O resultadosão suas impressões
e sentimentos que elas despertam em um
visual atual, singular e gurativo. A tela “Céu”
é em tinta acrílica sobre tela em baixo relevo
e mede 100 x 100 cm.
Alexandre de Nadal
Durante o dia, o gaúcho foca seu trabalho na arquitetura
industrial, mas à noite e aos nais de semana são os pincéis
que entram na dança. “Sempre gostei de desenhar e o curso
de artes visuais surgiu em minha vida como algo natural. Isso
me ajudou a abrir a mente e a soltar a criatividade na minha
pro ssão de arquiteto”, assinala. Alexandre faz uma comparação
interessante entre os dois ofícios. “Na arquitetura, a criatividade
é o ponto inicial de um projeto, mas ela precisa atender às
necessidades e desejos do cliente, além de todo um aporte de
desenho técnico para virar realidade. Na arte, a vantagem é que
a ideia é o ponto inicial e muitas vezes o próprio m; não há a
obrigação do objeto atender a normas, ou mesmo às leis da
física”. Na tinta acrílica, o artista pintou “John Lennon”
em tela de 1,50 x 1,20 m.